1. DESCARTES
VIDA, OBRA E CONTRIBUIÇÃO
Componentes do grupo:
Daiani Saldanha Martins
Débora Trindade Coelho
Cláudia Torbis Brum
Chália Terezinha Haddad Vieira
Marineuza Fantinel Cassol
2. René Descartes é um marco histórico no âmbito da
matemática e da filosofia é produto de um momento em que havia uma
crise de hegemonia pela qual a racionalidade burguesa ainda não se
afirmara de todo e a metafísica escolástica ainda não houvera perdido
totalmente a sua hegemonia, embora estivesse significativamente
debilitada, ou seja, ele fazia parte de um rito de passagem entre a
velha e a nova ordem.
Sua influência teve grande impacto sobre o pensamento
europeu e sob diversos filósofos de sua época e de época posteriores.
Descartes propunha um método que poderia aparentar uma
conciliação entre o velho e o novo, mas, a rigor, por meio de uma
prudente e sofisticada sutileza, ele se posiciona contra a velha ordem e
a favor da nova.
Busca-se mostrar seu trabalho também na área matemática
onde desenvolveu importante trabalho. É criador do importante ramo
da geometria analítica, que inclusive o homenageia no chamado “plano
cartesiano”, que traz o sistema de coordenadas cartesianas –
permitindo que equações algébricas sejam expressas em formas
geométricas, num sistema de coordenadas em duas dimensões.
3. Nosso objetivo não é fazer um estudo aprofundado da vida e
obra de René Descartes, mas sim uma breve reflexão que nos permita
conhecer sua importância e sua influência para a matemática e a
filosofia.
René Descartes nasceu em 31 de março de 1596, em Haia,
França. Tido como um menino fisicamente debilitado, mas que sempre
desejava conhecer a causa de todas as coisas que existiam. Estudante
de lógica, ética, metafísica, história, ciências e literatura, porém,
começou a dedicar-se a álgebra e geometria. Quando ingressou, como
voluntario, no exército demonstrou seus conhecimentos desse modo
conquistando um amigo e mentor para o resto de sua vida, os métodos
dos geômetras gregos para chegar a conclusões sem um sistema
fundamental o inquietavam sobremaneira, por isso se propôs a corrigi-
los utilizando linhas e figuras tridimensionais em um gráfico.
4. Em essência, a geometria analítica pensada por
Descartes seria uma tradução das operações algébricas em linguagem
geométrica, e a essa nova forma de proceder segue uma enorme
crença do autor no novo método como uma forma organizada e clara
de resolver problemas de natureza geométrica e o melhor caminho
para a compreensão de um problema é a ordem e a clareza com que
processamos nossas reflexões. Um problema sempre será mais bem
compreendido se o dividirmos em uma série de pequenos problemas
que serão analisados isoladamente do todo, dessa maneira ele
fragmentava o problema para que chegasse de uma forma mais
precisa a conclusão do todo.
Com o objetivo de ilustrar o alcance do seu método
filosófico para o raciocínio e a busca da verdade, ele utilizou o terceiro
apêndice de sua obra para a descrição de um tratado geométrico com
os fundamentos daquilo que conhecemos hoje como geometria
analítica, sendo assim em 1637, o mundo conheceu sua geometria
analítica, primeiramente de uma maneira modesta, para
posteriormente se solidificar como sua obra mestra: “O Discurso do
Método”.
5. Foi também um dos fundadores da filosofia moderna, com um
sistema baseado no sujeito do conhecimento da ciência para
fundamentar o mundo representado. Na física, contribuiu para a óptica
e é considerado o fundador do mecanicismo.
Para Descartes, há algo de que não se pode duvidar do
entendimento, ou seja, do raciocínio. Ainda que os sentidos nos
enganem, ainda que haja confusão entre sonho e realidade há de se
concordar que dois mais três sempre serão cinco e que um quadrado
nunca terá mais de quatro lados. Porém, ele ainda não está totalmente
convencido, e se questiona se Deus seria um tipo de um gênio maligno
que sente prazer em induzi-lo ao erro, enganando-o inclusive nas
certezas matemáticas.
(…) como julgo que algumas vezes os outros se enganam até
nas coisas que eles acreditam saber com maior clareza,
pode ocorrer que Deus tenha desejado que eu me engane
todas as vezes em que faço a adição de dois mais três, ou
em que enumero os lados de um quadrado, ou em que julgo
alguma coisa ainda mais fácil, se é que pode imaginar algo
mais fácil que isto. (DESCARTES, 1979, p. 87)
6. Sua grande influência é tão grande que causa repercussão
desde séculos passados até os dias atuais, algumas de suas teorias
são ainda hoje contestadas na evolução da filosofia da mente, por
exemplo. Um dos seus maiores clássicos, obrigatório em quase todos
os cursos de filosofia, é o conjunto de seis “Meditações sobre a
Filosofia Primeira”.
Descartes é um inquieto e faz da dúvida, no seu grau máximo,
uma verdade inquestionável: “enquanto duvido de tudo não posso
duvidar que esteja duvidando, eu sou algo que duvida, sou algo que
pensa dúvida, sou algo que existe por pensar, se penso, logo existo.”
Sem dúvida era um inquieto, característica peculiar de quem
busca o verdadeiro conhecimento, conhecimento não imutável, não
estático, mas, sim descobridor. Usando o método de indagação e
pesquisa da verdade soube distinguir o certo do errado, observando
que, a sabedoria é a modalidade mais importante para o ser humano
e, que todos almejam consumir racionalmente algum assunto
intelectual, ou mesmo, nos especializarmos em algo mais minucioso,
porém, no entanto, temos uma forte tendência de desistência, pois,
não perseveramos nas primeiras idéias, deixando-nos dispersos por
novas causas e propósitos que, concomitantemente, acomoda-nos.
7. Entre as facetas de Descartes pode-se dizer que era um
apaixonado por pesquisas de rituais, assim como pelas diversas
culturas, hábitos e outras manifestações humanas. Adequou-se a
realidade imposta de sua época e, portanto, aderiu às precauções e,
usou da jurisprudência com os tempos e não publicou algumas de
suas conclusões ocultas de censuras culturais, por exemplo, visto que,
temia escândalos e intolerâncias, mesmo sendo um buscador do
saber.
8. Já em seus primeiros anos de aprendizado, aluno de uma escola
tradicional, considerou que esta não ensinava a verdade das
coisas, mas sim a repetição dos ensinamentos antigos.
Graduou-se em Direito, porém nunca exerceu a profissão.
E desta inquietação com o tipo de ensinamento recebido nasceu o
impulso para a viajem e para a aventura.
“Se ao menos fosse possível aplicar o modo matemático à filosofia
e a ciência, pensava ele, poderíamos esperar estabelecer um
conhecimento indiscutível e duradouro do mundo. Assim descobriu
sua ambição: estabelecer os fundamentos e a estrutura de todo o
conhecimento humano vindouro, unificando a ciência num único
sistema.”
9. Sugeriu a união entre os estudos da Álgebra e Geometria, criando a
Geometria Analítica.
- Desenvolveu o Sistema de Coordenadas, também conhecido
como Plano Cartesiano.
- Desenvolveu o Método Cartesiano no qual defende que só se
deve considerar algo como verdadeiramente existente, caso possa
ser comprovada sua existência. Também conhecido como
Ceticismo Metodológico, segue o princípio de que devemos duvidar
de todos conhecimentos que não possuem explicações evidentes.
Este método também se baseia na realização de quatro tarefas:
verificar, analisar, sintetizar e enumerar.
O pensamento de Descartes é revolucionário para uma sociedade
feudalista, foi um dos precursores do movimento, considerado o pai
do racionalismo defendeu a tese de que a dúvida era o primeiro
passo para se chegar ao conhecimento.
10. Seu interesse pela matemática surgiu cedo, no College de la Flèche,
escola do mais alto padrão, dirigida por jesuítas, na qual ingressara aos
oito anos de idade. Mas por uma razão muito especial e que já
revelava seus pendores filosóficos: a certeza que as demonstrações ou
justificativas matemáticas proporcionam.
Descartes divide:
Matéria
Pensamento
11. A engrenagem de Descartes:
ou
substância
pensante
independe e
é separada
da matéria.
O
pensamento
12. • Penso, logo existo.
• O bom senso é a coisa mais bem dividida no mundo: todos pensam
ter em abundância.
• Além do nosso pensamento, nada está realmente sobre nosso
controle.
• Conquiste você mesmo, não o mundo.
• Nada vem do nada.
• As melhores mentes podem ter as maiores virtudes ou os maiores
vícios.
14. Regras para a direção do espírito (1628) - a obra da
juventude inacabada na qual o método aparece em forma de
numerosas regras;
O Mundo ou Tratado da Luz (1632-1633) - a obra contém
algumas das conquistas definitivas da física clássica: a lei da
inércia, a da refração da luz e, principalmente, as bases
epistemológicas contrárias ao que seria denominado de
princípio da ciência escolástica, radicada no aristotelismo;
Discurso sobre o método (1637);
Geometria (1637);
Meditações Metafísicas (1641);
As Paixões da Alma (1649).
15. “ Se quiser buscar realmente a verdade, é preciso que pelo menos
uma vez em sua vida você duvide, ao máximo que puder, de todas
as coisas.”
(René Descartes)
16. CONCLUSÃO:
Finalmente conclui-se este trabalho, de modo simples e
conciso, procurando mostrar através de uma reflexão sobre a
importância de René Descartes no mundo da Filosofia, da Matemática
e sua enorme contribuição e influência em várias áreas das Ciências
Humanas e Exatas.
Por meio deste trabalho podemos perceber a profundidade e a
coerência das ideias de Descartes, visto que ele escolheu a dúvida
para alcançar seu objetivo e através dela chegou a uma certeza e este
é um método interessante que pode contribuir sobremaneira para a
busca do conhecimento.
O método proposto por René Descartes pode aparentar uma
conciliação entre o velho e o novo, mas, a rigor, por meio de uma
prudente e sofisticada sutileza, ele se posiciona contra a velha ordem e
a favor da nova, percebendo desta forma o conhecimento como uma
unidade onde todos os saberes estão interligados.
17. Referências Bibliográficas:
DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultura.
Col. Os Pensadores.
DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. São Paulo: Nova
Culturas. Col. Os Pensadores.
DESCARTES, René. Coleção Logos Cogito ergo sun. A Metafísica da
Modernidade de Franklin Leopoldo e Silva, livre docente. Bacharel
em Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São
Paulo (USP). Editora Moderna, 1ª edição em 1993.
18. DESCARTES, René. Discurso do Método. Coleção Fundamentos
do Direito
Ícone Editora Ltda., 2006. Introdução e notas de Lourdes
Nascimento Franco. Tradução de J. Nascimento Franco.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: do
humanismo a Descartes. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo:
Paulus, 2004. v. 3.