2. A crise do capitalismo: Superprodução
Na década de 20, os EUA viveram um período de prosperidade económica
para o qual contribuíram os seguintes fatores:
crescimento de novas indústrias como a automóvel, química…;
abundantes capitais, resultantes do reembolso das dívidas de guerra e da venda
de produtos estrangeiros
aumento da produção devido à aplicação de novos métodos de produção e aos
progressos técnicos;
desenvolvimento da agricultura com a mecanização.
Aumento do poder de compra e do consumo, muitas vezes com recurso ao
crédito
Este crescimento económico provocou um excesso de otimismo nos
investidores. Na Bolsa de Nova Iorque, os títulos eram vendidos a preços
muito altos, todos arriscavam investir na bolsa. Doc. 3- p. 79
Como resultado da grande procura de ações, a cotação das empresas subia
sem, contudo, terem aumentado os seus lucros. Era assim uma
prosperidade frágil, falsa.
3. A partir de 1927 alguns setores da indústria e da agricultura
começaram a dar sinais de crise. A Mecanização e os novos métodos
de produção levaram à saturação dos mercados. O consumo estagnou,
mas a produção continuou a crescer o que e levou a uma baixa dos
preços = DEFLAÇÃO.
A OFERTA tornou-se MAIOR do que a PROCURA = CRISE DE
SUPERPRODUÇÃO
4. O crash e a depressão económica
As ações não paravam de subir. Os especuladores recorriam ao crédito
para comprar ações. Em Outubro de 1929 as ações começavam a descer.
O pânico apoderou-se dos investidores que tentam vender a qualquer
preço. Doc. 4 – P. 79
Em 24 de Outubro de 1929, a chamada Quinta-feira Negra,
dá-se o Crash na Bolsa de Wall Street. Nesse dia
numerosos acionistas tentaram vender as suas ações, fazendo com que o
seu valor baixasse abruptamente, não havendo um único comprador.
A Bolsa entra em ruptura. À falência dos accionistas seguiu-se a
falência dos bancos, uma vez que os especuladores não tinham como
pagar os empréstimos.
A crise alastrou rapidamente levando à falência as empresas;
Aumentou o desemprego, diminuiu o consumo… Entrou-se assim num
ciclo de crise em que crise gera crise…
As famílias que viviam bem, perderam os seus bens e
viram-se em casa sem trabalho e sem meios de
subsistência;
O desemprego levou a situações de fome.
6. A crise do capitalismo: Superprodução
Foi uma crise diferente das que até então ocorreram, porque se fez sentir
em todos sectores da economia e porque foi devida à SUPERPRODUÇÃO.
Não foi uma crise provocada pela subida de preços e pela quebra do poder
de compra, como era habitual, mas ao contrário, ficou a dever-se à
DEFLAÇÃO;
Esta crise pôs em causa o capitalismo liberal, que assentava na ideia de
que os problemas económicos se resolveriam por eles mesmos, isto é sem
intervenção do estado e pôs em causa a crença na capacidade das
economias fazerem crescer continuamente a produção.
7. Mundialização da crise
A crise de 29 estendeu-se, primeiro à Europa e depois ao resto do mundo,
à exceção da União Soviética que tinha uma economia fechada ao
comércio com os países capitalistas.
Como?
Os EUA reduziram as suas importações da Europa, provocando a falência de
muitas empresas;
Retiraram os capitais que tinham aplicado em bancos e empresas estrangeiras,
principalmente na Europa, que foram à falência;
Os EUA adotaram uma política protecionista , limitando as importações para
protegera produção interna.
Resto do mundo: Como?
A Europa e os EUA, em crise, deixam de comprar matérias-primas aos países e
às colónias de África, da Ásia, da América Latina; (no Brasil provocou a ruína
dos produtores de café que foi lançado ao mar ou aproveitado para combustível
das locomotivas).
8. Os problemas sociais: desemprego
A crise económica foi de imediato seguida por uma profunda crise
social:
despedimentos em massa, cerca de 30 milhões de desempregados;
muita mão-de-obra disponível que se oferecia para trabalhar por
baixos salários;
as entidades empregadoras não conseguiam escoar a produção e,
paradoxalmente, destroem os stocks para tentarem aumentar os
preços de venda dos produtos;
milhões de trabalhadores ficam sem emprego e na miséria, sem
quaisquer subsídio;
cresceu a mendicidade, a criminalidade, a prostituição, os suicídios e
os antagonismos sociais;
a falência dos bancos trouxe a ruína de milhões de pequenos
investidores e reformados que ficaram sem as suas poupanças.
Os vários setores económicos e toda a população,
reclamam do estado uma urgente intervenção
económica e social;
Rapidamente, a crise económica e social se converte,
igualmente, numa crise política.
9. Uma fila de desempregados espera a distribuição de comida por uma instituição de
caridade.
21. Ku Klux Klan (KKK) é um movimento racista,
fundado em 1865 nos E.U.A., que apoia a
supremacia branca e o protestantismo. A
KKK, no seu período mais forte, actuou
principalmente na região sul dos E.U.A., em
estados como o Texas e o Mississipi.
23. Actividades
1 – Refere os que conduziram à crise de superprodução nos finais da década
de 20.
2 – Explica como se deu o crash na Bolsa de nova Iorque.
3 – Relaciona a crise na Bolsa de Nova Iorque com o desmoronamento da
economia que se verificou a seguir.
4 – Caracteriza a situação social provocada pela crise económica.
5 – Justifica a mundialização da crise.
6 – Pensa e comenta:
O capitalismo e o desenvolvimento económico dependem muito do recurso ao
crédito. Seria impossível a criação de algumas empresas sem a ajuda do
crédito bancário. Contudo, quando se abusa do recurso ao crédito,
sobretudo para aplicar em atividades não lucrativas (férias, produtos de
consumo diário…), as consequências são muitas vezes trágicas…
24. A intervenção do estado na economia:
New Deal (Nova distribuição):
A gravidade da crise levou os estados a intervir na economia. As primeiras
medidas foram a redução das importações e o fomento das exportações.
Nos EUA foi posto em prática, por Franklin Roosevelt, uma política de
combate à crise, a New Deal:
Defendia a intervenção do estado na economia, tentando aumentar o consumo e
dinamizar a economia.
Para tal tentou diminuir o desemprego e aumentar o poder de compra.
25. A política do New Deal teve duas fases distintas:
1ª - 1933-1935 - Fase de intervenção na economia:
Na agricultura e na indústria: limitou os níveis de produção, fixou preços
mínimos para os produtos, baixou as taxas de juro do crédito bancário e diminuiu
os impostos;
No sistema financeiro: controlo das atividades da banca e da bolsa;
Nas obras públicas: construção de pontes, barragens centrais hidroelétricas e
estradas
2ª - 1935-1938 - Fase da melhoria das condições sociais:
Foi fixado o salário mínimo, fixado o horário de trabalho semanal, criado o
subsídio de desemprego, de doença, de invalidez e a reforma na velhice;
Foram aumentados os impostos sobre os altos rendimentos.
26. Resultados da New Deal
A aplicação das medidas teve como consequência:
Aumento do emprego;
Aumento do poder de compra;
Retoma do consumo.
A crise era um “ciclo vicioso negativo” a New Deal transformou-se num
“ciclo de prosperidade”.
Com o aumento da procura, deu-se um aumento da produção, as fábricas
voltaram a trabalhar e a contratar novos trabalhadores.
Na Europa
A Grã-Bretanha e a França aplicaram medidas semelhantes às dos
EUA, com igual sucesso.
Na Itália, Alemanha e Portugal, estas medidas não surtiram efeito. Os
governos foram considerados incapazes de resolver a situação e,
consequentemente, o poder foi tomado por DITADORES.
27. Actividades
1 – Identifica o presidente americano que desenvolveu o New Deal.
2 – Refere as principais medidas do New Deal.
3 – Indica as medidas tomadas nos EUA para fazer face ao problema
do desemprego.
4 – Explica o ciclo de prosperidade iniciado com a aplicação da New
Deal.
5 – Avalia o resultado das medidas tomadas pelos principais países
europeus para recuperar da crise.
28. Consequências do crash da bolsa
descida do valor das acções;
CRASH DA BOLSA
não reembolso dos empréstimos feitos aos especuladores;
levantamento maciço de capitais e de depósitos.
Levantamento de capitais
investidos no estrangeiro Suspensão do crédito Falência dos bancos
ao consumo às empresas
A crise generaliza-se na diminuição do consumo Dificuldades financeiras
Europa, no resto do com as empresas
mundo capitalista e nas
colónias. aumento dos stocks Paragem dos
investimentos
baixa generalizada dos
preços
redução dos negócios e
desemprego dos lucros das empresas
Falência e contracção da produção