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A Crise do Capitalismo
     nos Anos 30
    .        .




        .
A crise do capitalismo: Superprodução
   Na década de 20, os EUA viveram um período de prosperidade económica
    para o qual contribuíram os seguintes fatores:
        crescimento de novas indústrias como a automóvel, química…;
        abundantes capitais, resultantes do reembolso das dívidas de guerra e da venda
         de produtos estrangeiros
        aumento da produção devido à aplicação de novos métodos de produção e aos
         progressos técnicos;
        desenvolvimento da agricultura com a mecanização.



        Aumento do poder de compra e do consumo, muitas vezes com recurso ao
         crédito

   Este crescimento económico provocou um excesso de otimismo nos
    investidores. Na Bolsa de Nova Iorque, os títulos eram vendidos a preços
    muito altos, todos arriscavam investir na bolsa. Doc. 3- p. 79
   Como resultado da grande procura de ações, a cotação das empresas subia
    sem, contudo, terem aumentado os seus lucros. Era assim uma
    prosperidade frágil, falsa.
   A partir de 1927 alguns setores da indústria e da agricultura
    começaram a dar sinais de crise. A Mecanização e os novos métodos
    de produção levaram à saturação dos mercados. O consumo estagnou,
    mas a produção continuou a crescer o que e levou a uma baixa dos
    preços = DEFLAÇÃO.




   A OFERTA tornou-se MAIOR do que a PROCURA = CRISE DE
    SUPERPRODUÇÃO
O crash e a depressão económica
   As ações não paravam de subir. Os especuladores recorriam ao crédito
    para comprar ações. Em Outubro de 1929 as ações começavam a descer.
    O pânico apoderou-se dos investidores que tentam vender a qualquer
    preço. Doc. 4 – P. 79
   Em 24 de Outubro de 1929, a chamada Quinta-feira               Negra,
    dá-se o Crash na Bolsa de Wall Street.                    Nesse dia
    numerosos acionistas tentaram vender as suas ações, fazendo com que o
    seu valor baixasse abruptamente, não havendo um único comprador.
   A Bolsa entra em ruptura. À falência dos accionistas seguiu-se a
    falência dos bancos, uma vez que os especuladores não tinham como
    pagar os empréstimos.
   A crise alastrou rapidamente levando à falência as empresas;
   Aumentou o desemprego, diminuiu o consumo… Entrou-se assim num
    ciclo de crise em que crise gera crise…
   As famílias que viviam bem, perderam os seus bens                  e
    viram-se em casa sem trabalho e sem meios de
    subsistência;
   O desemprego levou a situações de fome.
O “ciclo vicioso” da crise


         VER ESQUEMA 2 – P. 79
A crise do capitalismo: Superprodução

   Foi uma crise diferente das que até então ocorreram, porque se fez sentir
    em todos sectores da economia e porque foi devida à SUPERPRODUÇÃO.
    Não foi uma crise provocada pela subida de preços e pela quebra do poder
    de compra, como era habitual, mas ao contrário, ficou a dever-se à
    DEFLAÇÃO;

   Esta crise pôs em causa o capitalismo liberal, que assentava na ideia de
    que os problemas económicos se resolveriam por eles mesmos, isto é sem
    intervenção do estado e pôs em causa a crença na capacidade das
    economias fazerem crescer continuamente a produção.
Mundialização da crise
   A crise de 29 estendeu-se, primeiro à Europa e depois ao resto do mundo,
    à exceção da União Soviética que tinha uma economia fechada ao
    comércio com os países capitalistas.

   Como?
        Os EUA reduziram as suas importações da Europa, provocando a falência de
         muitas empresas;
        Retiraram os capitais que tinham aplicado em bancos e empresas estrangeiras,
         principalmente na Europa, que foram à falência;
        Os EUA adotaram uma política protecionista , limitando as importações para
         protegera produção interna.

   Resto do mundo: Como?
        A Europa e os EUA, em crise, deixam de comprar matérias-primas aos países e
         às colónias de África, da Ásia, da América Latina; (no Brasil provocou a ruína
         dos produtores de café que foi lançado ao mar ou aproveitado para combustível
         das locomotivas).
Os problemas sociais: desemprego
   A crise económica foi de imediato seguida por uma profunda crise
    social:
       despedimentos em massa, cerca de 30 milhões de desempregados;
       muita mão-de-obra disponível que se oferecia para trabalhar por
        baixos salários;
       as entidades empregadoras não conseguiam escoar a produção e,
        paradoxalmente, destroem os stocks para tentarem aumentar os
        preços de venda dos produtos;
       milhões de trabalhadores ficam sem emprego e na miséria, sem
        quaisquer subsídio;
       cresceu a mendicidade, a criminalidade, a prostituição, os suicídios e
        os antagonismos sociais;
       a falência dos bancos trouxe a ruína de milhões de pequenos
        investidores e reformados que ficaram sem as suas poupanças.

   Os vários setores económicos e toda a população,
    reclamam do estado uma urgente intervenção
    económica e social;
   Rapidamente, a crise económica e social se converte,
    igualmente, numa crise política.
Uma fila de desempregados espera a distribuição de comida por uma instituição de
caridade.
Oferta de trabalho por 1 dólar por semana (1930).
“Sopa dos pobres”.
“Sopa dos pobres”.
“Hoovervilles”.
Eram bairros-de-lata
e foram assim
chamados por ironia
ao presidente
Herbert Hoover
“Hoovervilles”.
Marcha contra o desemprego (Inglaterra).
Ku Klux Klan (KKK) é um movimento racista,
fundado em 1865 nos E.U.A., que apoia a
supremacia branca e o protestantismo. A
KKK, no seu período mais forte, actuou
principalmente na região sul dos E.U.A., em
estados como o Texas e o Mississipi.
Utilização do café como combustível (Brasil).
Actividades
1 – Refere os que conduziram à crise de superprodução nos finais da década
   de 20.
2 – Explica como se deu o crash na Bolsa de nova Iorque.
3 – Relaciona a crise na Bolsa de Nova Iorque com o desmoronamento da
   economia que se verificou a seguir.
4 – Caracteriza a situação social provocada pela crise económica.
5 – Justifica a mundialização da crise.


6 – Pensa e comenta:
O capitalismo e o desenvolvimento económico dependem muito do recurso ao
   crédito. Seria impossível a criação de algumas empresas sem a ajuda do
   crédito bancário. Contudo, quando se abusa do recurso ao crédito,
   sobretudo para aplicar em atividades não lucrativas (férias, produtos de
   consumo diário…), as consequências são muitas vezes trágicas…
A intervenção do estado na economia:
New Deal (Nova distribuição):

   A gravidade da crise levou os estados a intervir na economia. As primeiras
    medidas foram a redução das importações e o fomento das exportações.
   Nos EUA foi posto em prática, por Franklin Roosevelt, uma política de
    combate à crise, a New Deal:
        Defendia a intervenção do estado na economia, tentando aumentar o consumo e
         dinamizar a economia.
        Para tal tentou diminuir o desemprego e aumentar o poder de compra.
A política do New Deal teve duas fases distintas:

 1ª - 1933-1935 - Fase de intervenção na economia:

      Na agricultura e na indústria: limitou os níveis de produção, fixou preços
       mínimos para os produtos, baixou as taxas de juro do crédito bancário e diminuiu
       os impostos;
      No sistema financeiro: controlo das atividades da banca e da bolsa;
      Nas obras públicas: construção de pontes, barragens centrais hidroelétricas e
       estradas


  2ª - 1935-1938 - Fase da melhoria das condições sociais:

      Foi fixado o salário mínimo, fixado o horário de trabalho semanal, criado o
       subsídio de desemprego, de doença, de invalidez e a reforma na velhice;
      Foram aumentados os impostos sobre os altos rendimentos.
Resultados da New Deal
   A aplicação das medidas teve como consequência:
        Aumento do emprego;
        Aumento do poder de compra;
        Retoma do consumo.
   A crise era um “ciclo vicioso negativo” a New Deal transformou-se num
    “ciclo de prosperidade”.
   Com o aumento da procura, deu-se um aumento da produção, as fábricas
    voltaram a trabalhar e a contratar novos trabalhadores.

   Na Europa
        A Grã-Bretanha e a França aplicaram medidas semelhantes às dos
         EUA, com igual sucesso.
        Na Itália, Alemanha e Portugal, estas medidas não surtiram efeito. Os
         governos foram considerados incapazes de resolver a situação e,
         consequentemente, o poder foi tomado por DITADORES.
Actividades
1 – Identifica o presidente americano que desenvolveu o New Deal.
2 – Refere as principais medidas do New Deal.
3 – Indica as medidas tomadas nos EUA para fazer face ao problema
   do desemprego.
4 – Explica o ciclo de prosperidade iniciado com a aplicação da New
   Deal.
5 – Avalia o resultado das medidas tomadas pelos principais países
   europeus para recuperar da crise.
Consequências do crash da bolsa
                                descida do valor das acções;
CRASH DA BOLSA
                                não reembolso dos empréstimos feitos aos especuladores;
                                levantamento maciço de capitais e de depósitos.


 Levantamento de capitais
 investidos no estrangeiro         Suspensão do crédito             Falência dos bancos

                                       ao consumo                      às empresas


 A crise generaliza-se na         diminuição do consumo           Dificuldades financeiras
   Europa, no resto do                                                com as empresas
 mundo capitalista e nas
         colónias.                 aumento dos stocks                  Paragem dos
                                                                       investimentos
                                  baixa generalizada dos
                                          preços

                                                            redução dos negócios e
             desemprego                                     dos lucros das empresas

                             Falência e contracção da produção

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  • 1. A Crise do Capitalismo nos Anos 30 . . .
  • 2. A crise do capitalismo: Superprodução  Na década de 20, os EUA viveram um período de prosperidade económica para o qual contribuíram os seguintes fatores:  crescimento de novas indústrias como a automóvel, química…;  abundantes capitais, resultantes do reembolso das dívidas de guerra e da venda de produtos estrangeiros  aumento da produção devido à aplicação de novos métodos de produção e aos progressos técnicos;  desenvolvimento da agricultura com a mecanização.  Aumento do poder de compra e do consumo, muitas vezes com recurso ao crédito  Este crescimento económico provocou um excesso de otimismo nos investidores. Na Bolsa de Nova Iorque, os títulos eram vendidos a preços muito altos, todos arriscavam investir na bolsa. Doc. 3- p. 79  Como resultado da grande procura de ações, a cotação das empresas subia sem, contudo, terem aumentado os seus lucros. Era assim uma prosperidade frágil, falsa.
  • 3. A partir de 1927 alguns setores da indústria e da agricultura começaram a dar sinais de crise. A Mecanização e os novos métodos de produção levaram à saturação dos mercados. O consumo estagnou, mas a produção continuou a crescer o que e levou a uma baixa dos preços = DEFLAÇÃO.  A OFERTA tornou-se MAIOR do que a PROCURA = CRISE DE SUPERPRODUÇÃO
  • 4. O crash e a depressão económica  As ações não paravam de subir. Os especuladores recorriam ao crédito para comprar ações. Em Outubro de 1929 as ações começavam a descer. O pânico apoderou-se dos investidores que tentam vender a qualquer preço. Doc. 4 – P. 79  Em 24 de Outubro de 1929, a chamada Quinta-feira Negra, dá-se o Crash na Bolsa de Wall Street. Nesse dia numerosos acionistas tentaram vender as suas ações, fazendo com que o seu valor baixasse abruptamente, não havendo um único comprador.  A Bolsa entra em ruptura. À falência dos accionistas seguiu-se a falência dos bancos, uma vez que os especuladores não tinham como pagar os empréstimos.  A crise alastrou rapidamente levando à falência as empresas;  Aumentou o desemprego, diminuiu o consumo… Entrou-se assim num ciclo de crise em que crise gera crise…  As famílias que viviam bem, perderam os seus bens e viram-se em casa sem trabalho e sem meios de subsistência;  O desemprego levou a situações de fome.
  • 5. O “ciclo vicioso” da crise VER ESQUEMA 2 – P. 79
  • 6. A crise do capitalismo: Superprodução  Foi uma crise diferente das que até então ocorreram, porque se fez sentir em todos sectores da economia e porque foi devida à SUPERPRODUÇÃO. Não foi uma crise provocada pela subida de preços e pela quebra do poder de compra, como era habitual, mas ao contrário, ficou a dever-se à DEFLAÇÃO;  Esta crise pôs em causa o capitalismo liberal, que assentava na ideia de que os problemas económicos se resolveriam por eles mesmos, isto é sem intervenção do estado e pôs em causa a crença na capacidade das economias fazerem crescer continuamente a produção.
  • 7. Mundialização da crise  A crise de 29 estendeu-se, primeiro à Europa e depois ao resto do mundo, à exceção da União Soviética que tinha uma economia fechada ao comércio com os países capitalistas.  Como?  Os EUA reduziram as suas importações da Europa, provocando a falência de muitas empresas;  Retiraram os capitais que tinham aplicado em bancos e empresas estrangeiras, principalmente na Europa, que foram à falência;  Os EUA adotaram uma política protecionista , limitando as importações para protegera produção interna.  Resto do mundo: Como?  A Europa e os EUA, em crise, deixam de comprar matérias-primas aos países e às colónias de África, da Ásia, da América Latina; (no Brasil provocou a ruína dos produtores de café que foi lançado ao mar ou aproveitado para combustível das locomotivas).
  • 8. Os problemas sociais: desemprego  A crise económica foi de imediato seguida por uma profunda crise social:  despedimentos em massa, cerca de 30 milhões de desempregados;  muita mão-de-obra disponível que se oferecia para trabalhar por baixos salários;  as entidades empregadoras não conseguiam escoar a produção e, paradoxalmente, destroem os stocks para tentarem aumentar os preços de venda dos produtos;  milhões de trabalhadores ficam sem emprego e na miséria, sem quaisquer subsídio;  cresceu a mendicidade, a criminalidade, a prostituição, os suicídios e os antagonismos sociais;  a falência dos bancos trouxe a ruína de milhões de pequenos investidores e reformados que ficaram sem as suas poupanças.  Os vários setores económicos e toda a população, reclamam do estado uma urgente intervenção económica e social;  Rapidamente, a crise económica e social se converte, igualmente, numa crise política.
  • 9. Uma fila de desempregados espera a distribuição de comida por uma instituição de caridade.
  • 10.
  • 11.
  • 12. Oferta de trabalho por 1 dólar por semana (1930).
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 18. “Hoovervilles”. Eram bairros-de-lata e foram assim chamados por ironia ao presidente Herbert Hoover
  • 20. Marcha contra o desemprego (Inglaterra).
  • 21. Ku Klux Klan (KKK) é um movimento racista, fundado em 1865 nos E.U.A., que apoia a supremacia branca e o protestantismo. A KKK, no seu período mais forte, actuou principalmente na região sul dos E.U.A., em estados como o Texas e o Mississipi.
  • 22. Utilização do café como combustível (Brasil).
  • 23. Actividades 1 – Refere os que conduziram à crise de superprodução nos finais da década de 20. 2 – Explica como se deu o crash na Bolsa de nova Iorque. 3 – Relaciona a crise na Bolsa de Nova Iorque com o desmoronamento da economia que se verificou a seguir. 4 – Caracteriza a situação social provocada pela crise económica. 5 – Justifica a mundialização da crise. 6 – Pensa e comenta: O capitalismo e o desenvolvimento económico dependem muito do recurso ao crédito. Seria impossível a criação de algumas empresas sem a ajuda do crédito bancário. Contudo, quando se abusa do recurso ao crédito, sobretudo para aplicar em atividades não lucrativas (férias, produtos de consumo diário…), as consequências são muitas vezes trágicas…
  • 24. A intervenção do estado na economia: New Deal (Nova distribuição):  A gravidade da crise levou os estados a intervir na economia. As primeiras medidas foram a redução das importações e o fomento das exportações.  Nos EUA foi posto em prática, por Franklin Roosevelt, uma política de combate à crise, a New Deal:  Defendia a intervenção do estado na economia, tentando aumentar o consumo e dinamizar a economia.  Para tal tentou diminuir o desemprego e aumentar o poder de compra.
  • 25. A política do New Deal teve duas fases distintas:  1ª - 1933-1935 - Fase de intervenção na economia:  Na agricultura e na indústria: limitou os níveis de produção, fixou preços mínimos para os produtos, baixou as taxas de juro do crédito bancário e diminuiu os impostos;  No sistema financeiro: controlo das atividades da banca e da bolsa;  Nas obras públicas: construção de pontes, barragens centrais hidroelétricas e estradas  2ª - 1935-1938 - Fase da melhoria das condições sociais:  Foi fixado o salário mínimo, fixado o horário de trabalho semanal, criado o subsídio de desemprego, de doença, de invalidez e a reforma na velhice;  Foram aumentados os impostos sobre os altos rendimentos.
  • 26. Resultados da New Deal  A aplicação das medidas teve como consequência:  Aumento do emprego;  Aumento do poder de compra;  Retoma do consumo.  A crise era um “ciclo vicioso negativo” a New Deal transformou-se num “ciclo de prosperidade”.  Com o aumento da procura, deu-se um aumento da produção, as fábricas voltaram a trabalhar e a contratar novos trabalhadores.  Na Europa  A Grã-Bretanha e a França aplicaram medidas semelhantes às dos EUA, com igual sucesso.  Na Itália, Alemanha e Portugal, estas medidas não surtiram efeito. Os governos foram considerados incapazes de resolver a situação e, consequentemente, o poder foi tomado por DITADORES.
  • 27. Actividades 1 – Identifica o presidente americano que desenvolveu o New Deal. 2 – Refere as principais medidas do New Deal. 3 – Indica as medidas tomadas nos EUA para fazer face ao problema do desemprego. 4 – Explica o ciclo de prosperidade iniciado com a aplicação da New Deal. 5 – Avalia o resultado das medidas tomadas pelos principais países europeus para recuperar da crise.
  • 28. Consequências do crash da bolsa  descida do valor das acções; CRASH DA BOLSA  não reembolso dos empréstimos feitos aos especuladores;  levantamento maciço de capitais e de depósitos. Levantamento de capitais investidos no estrangeiro Suspensão do crédito Falência dos bancos ao consumo às empresas A crise generaliza-se na diminuição do consumo Dificuldades financeiras Europa, no resto do com as empresas mundo capitalista e nas colónias.  aumento dos stocks Paragem dos investimentos  baixa generalizada dos preços redução dos negócios e desemprego dos lucros das empresas Falência e contracção da produção