2. A Monarquia em dificuldades Entre 1890 e 1910, Portugal atravessou um período de grandes dificuldades que desacreditaram a Monarquia. Em 1890, a Inglaterra, em resultado do Mapa Cor-de-rosa, impôs a Portugal um Ultimato para que abandonasse o território compreendido entre Angola e Moçambique. Portugal teve de ceder. Na década de 1890, Portugal sofreu uma grave crise económica e financeira. O país estava endividado, com muitas empresas e bancos falidos e o próprio Estado incapacitado de pagar as suas dívidas; por outro lado, a família real gastava mais do que lhe era atribuído pelo Estado. As dificuldades da Monarquia foram aproveitadas pelo Parlamento Republicano, fundado em 1876. No dia 31 de Janeiro de 1891, desencadearam no Porto uma revolução. Mas sem êxito, pois as forças republicanas foram derrotadas.
3. A implantação da República- 5 de Outubro de 1910 Para ultrapassar as dificuldades, o rei D.Carlos (1889-1908) enveredou por uma governação autoritária. Autorizou João Franco, chefe do Governo, a dirigir o país em ditadura (1907-1908), que foi então dissolvido. Em 1908, quando a família real regressava de Vila Viçosa, o rei D.Carlos e o príncipe herdeiro D.Luís Filipe foram assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa. D.Manuel, de 18 anos, filho do monarca assassinado, subiu ao trono. No dia 5 de Outubro de 1910, em Lisboa, uma revolução pôs fim à Monarquia e implantou a República.
7. As dificuldades da 1ª República As realizações da 1ª República ficaram longe do que se esperava. Para tanto contribuíram a carência de meios e a instabilidade política. A falta de realizações fez engrossar o número de descontentes.
8. A instabilidade política De acordo com a Constituição de 1911, o poder executivo (Governo) dependia do poder legislativo (Congresso da República). Em consequência, os governos eram derrubados com frequência. Durante 16 anos da 1ª República, o país conheceu 45 governos. O regime parlamentar foi interrompido por golpes militares que estabeleceram períodos de ditadura (Pimenta de Castro, 1915, Sidónio Pais, 1917-1918). A insegurança pública era frequente, tal a sucessão de agressões físicas, ataques bombistas, assassinatos.
12. A década de 1920- o agravamento da situação Na década de 1920, a situação económica e social de Portugal agravou-se. Entre 1918 e 1926, 30 governos dirigiram o país. As classes poderosas (industriais, comerciais), o Exército e os funcionários públicos estavam descontentes com a República. A vida de grande parte dos portugueses piorava e as expectativas iniciais não tinham sido alcançadas. A Igreja pretendia recuperar a influência perdida.
13. O 28 de Maio de 1926 Nos inícios da década de 1920, alguns países, com vista a resolver os seus problemas, estabeleceram regimes ditatoriais. Alguns sectores da sociedade portuguesa desejavam um regime forte que impusesse a ordem e a tranquilidade. Correspondendo aos apelos da opinião pública, em 28 de Maio de 1926, tropas comandadas pelo General Gomes da Costa revoltaram-se em Braga e dirigiram-se para Lisboa. O Governo foi derrubado. De seguida, instaurou-se uma ditadura militar. Entre os novos dirigentes destacou-se progressivamente Oliveira Salazar, professor da Universidade de Coimbra, primeiro como Ministro das Finanças (1928) e depois como Presidente do Conselho (1932). Neste último cargo, virá a dominar a vida política portuguesa, como verás mais adiante, durante quase 40 anos.