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Cultura do estupro
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
ESTUPRO
Estudos, dados e especialistas
mostram que o fenômeno é
enraizado na nossa sociedade
E o que é violência sexual?
• A violência sexual, entendida como qualquer
conduta que a constranja a presenciar, a manter
ou a participar de relação sexual não desejada
(estupro), mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à
gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou
que limite ou anule o exercício de seus direitos
sexuais e reprodutivos. (Lei Maria da Penha, inspirada nos princípios
colocados na Convenção de Belém do Pará. Este trecho está no TITULO II – DA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER).
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
1 - O que é a cultura do estupro?
• O termo foi cunhado na
década de 70 por feministas
americanas e, de acordo
com o Centro das Mulheres
da Universidade Marshall,
nos Estados Unidos, é
utilizado para descrever um
ambiente no qual o estupro
é predominante e no qual a
violência sexual contra as
mulheres é normalizada na
mídia e na cultura popular. Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• Ao disseminar termos
que difamam as
mulheres, permite a
objetificação dos corpos
delas e glamuriza a
violência sexual, a cultura
do estupro passa adiante
a mensagem de que a
mulher não é um ser
humano, e sim uma
coisa.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
1 - O que é a cultura do estupro?
• Izabel Solyszko, que é
doutoranda em Serviço
Social na Universidade
Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), explica que,
"Vivemos em uma
sociedade patriarcal que
considera que nós mulheres
somos sujeitos de segunda
categoria, ou em alguns
casos, que não somos
sujeitos e podemos ser
utilizadas ou destruídas“,
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
2 - A cultura do estupro começa no
nascimento
• Quando uma família dá
boas-vindas a um bebê, o
recém-nascido vem com
várias expectativas: se for
menino, espera-se que ele
seja “macho”, ousado,
destemido; se for menina,
espera-se que seja
“delicada”, “tranquila”,
“comportada”.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• São scripts pré-determinados
para cada gênero.
• "O conceito de gênero surge
para questionar a ideia de uma
essência ou natureza que
explique os comportamentos”.
• É essa necessidade de se
pautar em aspectos biológicos
para justificar diferenças, as
colocando como desigualdade,
inferioridade, que o conceito
de gênero procura combater”,
diz a pesquisadora Jane Felipe
de Souza, da UFRGS.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
2 - A cultura do estupro começa no
nascimento
• Para Arielle Sagrillo,
doutoranda em psicologia
forense na Universidade de
Kent, na Inglaterra, a sociedade
cria expectativas muito grandes
para ambos os gêneros. "Não
permitimos que as crianças e
adultos transitem entre esses
espaços. Desde cedo dizemos a
esses sujeitos o que eles
devem ser, antes mesmo que
possam descobrir o que
querem, o que lhes afeta e
como lidam com suas próprias
emoções", afirma.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
2 - A cultura do estupro começa no
nascimento
• Dentro das expectativas, observa
a advogada americana Reshma
Saujani, os meninos são criados
para serem corajosos e se
arriscarem, enquanto as
meninas são criadas para
buscarem a delicadeza e a
perfeição. Da mesma forma,
espera-se que eles sejam mais
agressivos ("Homem de verdade
não chora", não é mesmo?) e
que elas se sintam responsáveis
— pela casa, pelos filhos, pelo
companheiro e até mesmo pelas
violências que sofrem.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• "Os homens são
ensinados a usarem a
agressividade de maneira
violenta, desde a infância
são estimuladas a
vivenciarem sua
sexualidade até um ponto
de serem reconhecidos
como pessoas que
'precisam de sexo', 'que
perdem a cabeça por
sexo', que se tornam
praticamente 'irracionais'
quando o assunto é sexo",
explica Solyszko.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• "Isso faz com que as
pessoas pensem que o
estupro é uma questão
de sexo e sexualidade
quando o estupro é
uma questão de
violência porque se
trata de uma agressão
bárbara e brutal que
invade o corpo de outra
pessoa."
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
3 - Existem vários mecanismos que
propagam a cultura do estupro
• Pense nos comerciais aos quais
você assistiu recentemente.
Agora se concentre naqueles
que possuem presença
feminina. Reflita ainda mais: em
quantos deles as mulheres
aparecem como um simples
corpo para agradar os
homens? Quantos deles contam
com piadas relacionadas às
aparências delas?
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• Tal representação é
chamada de objetificação.
Um estudo realizado pela
Ass. Americana de Psicologia
explica que muitas
mulheres são objetificadas
sexualmente e tratadas
como objetos para serem
valorizadas por seu uso", o
que só reforça a ideia de que
a mulher é uma coisa, e não
um ser humano.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• Segundo Solyszko, além de ser
patriarcal, a sociedade em que
vivemos é racista e capitalista.
• "Essas três dimensões de
dominação e de opressão vão
permitir que as vidas e os
corpos das mulheres sejam
explorados, mercantilizados,
coisificados e, inclusive,
agredidos, mutilados,
estuprados e assassinados."
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
4 - Você também contribui com a cultura
do estupro
• E não precisa ser um
estuprador para que
isso aconteça. Ao
consumir músicas que
maculam a mulher e
disseminar vídeos,
imagens, comentários
e piadas sexistas, por
exemplo, você
contribui para que a
objetificação da
mulher seja reforçada.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
A violência contra a
mulher não se restringe ao
estupro. Segundo uma
pesquisa realizada pelo
Instituto Avon em parceria
com o Data Popular,
podem ser consideradas
formas de assédio
cantadas ofensivas ou com
apelo sexual indesejado;
coerção; a violência física;
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• a desqualificação
intelectual e a violência
sexual, que vai desde o
toque sem consentimento
até o estupro.
• Dados do Think Olga
mostram que 48% dos
assédios são verbais e
68% deles ocorrem
durante o dia.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
5 - O estuprador pode ser um cara normal
• Existem alguns mitos em
torno dos estupradores,
sendo os principais deles
o de que o agressor é
uma pessoa estranha e o
segundo de que é um ser
cheio de problemas
psicológicos. Nenhuma
dessas afirmações são
verdadeiras.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• De acordo com Arielle Sagrillo, os estudos que foram
feitos sobre estupradores até o momento não
identificaram nenhum tipo de patologia.
• "O que leva um sujeito a cometer um estupro pode ser
uma série de coisas.
• Entre elas, um não entendimento de que o que está
fazendo é violência, não ver seu ato como violência
sexual, e isso tem relação com a educação. É uma
questão cultural", afirma Sagrillo.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• Ela explica ainda que existem
várias "crenças disfuncionais"
em relação às mulheres que
colabora para que os
agressores cometam a
violência. "Só é estupro se for
em um beco escuro", "uma
mulher se comportando ou
vestindo uma roupa está
pedindo para ser estuprada",
"mulheres secretamente
desejam que o estupro
aconteça" e "o não quer dizer
sim, ela deve estar fazendo
charme", são alguns deles.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
6 - A vítima nunca é a culpada
• Independentemente do
nosso comportamento e da
nossa aparência, nada,
absolutamente nada (nem
que eu seja garota de
programa, nem que eu seja
promíscua, nem que eu
esteja bêbada, nem que eu
esteja sozinha com vários
homens em um quarto),
realmente nada vai justificar
uma violência contra mim".
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• No livro Missoula, de Jon
Krakauer, a promotora Suzy
Boylan pondera que o
estupro é o único crime em
que se presume que a
vítima esteja mentindo.
• "Se uma pessoa é
assaltada num beco,
ficaríamos céticos com o
depoimento da vítima só
porque não havia
testemunha ocular? Nós
iríamos duvidar da vítima
de um roubo porque ela
deixou a porta de casa
destrancada?", questiona.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• O silenciamento e a culpabilização das vítimas
são alguns dos principais artifícios da cultura do
estupro. "Se o sigilo falha, o agressor ataca a
credibilidade de sua vítima. Se não consegue
silenciá-la totalmente, ele tenta se certificar de
que ninguém lhe dê ouvidos. Para tanto, convoca
um impressionante esquadrão de argumentos, da
negação mais descarada à racionalização mais
sofisticada e elegante", explica Judith Lewis
Herman em "Trauma and Recovery".
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• "Depois de cada atrocidade,
podem-se esperar ouvir as
mesmas desculpas previsíveis:
jamais aconteceu; a vítima
mente; a vítima exagera; a
vítima que provocou isso; e
em todos os casos é o
momento de esquecer o
passado e seguir em frente."
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• A cultura do estupro
está tão enraizada na
sociedade em que
vivemos que não é só o
agressor que apresenta
tal comportamento:
• profissionais da saúde e
da segurança pública
também o reproduzem.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
• Nas narrativas midiáticas,
poucas vezes o agressor
está em foco. Na maioria
das vezes, sugere-se que a
vítima pode ter provocado o
ato de violência e é ela que
ganha praticamente toda a
exposição e culpabilização
que deveriam ser para o
agressor. Basta analisar as
matérias iniciais sobre o
estupro coletivo no Rio de
Janeiro afirmam, Ana Paula
Rogrigues, Coordenadora
do Programa Direito das
Mulheres; Daiane Dultra,
Assistente de Programas e
Ingrid Farias, Estagiária de
Direito das Mulheres.
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
NÃO, EU E A MAIORIA DAS FEMINISTAS NÃO DEFENDEMOS,
PENA DE MORTE, CASTRAÇÃO QUIMICA OU PRISÃO
PERPÉTUA.
• Não serão penas mais duras que
extinguiram a “cultura do estupro” de
nossa sociedade, o único caminho é a
educação, é a construção de relações
sociais na perspectiva da igualdade
de gênero, do reconhecimento da
mulher como “gente”, com
autonomia sobre seu corpo, sua alma,
sua vida. Para tanto, é preciso
reconhecer que a sociedade (família,
escola, igreja, locais de trabalho e de
lazer) está diretamente envolvida na
produção e reprodução das condutos
dos indivíduos que praticam esse e
tantos outros crimes contra as
mulheres. Concordo que ao ensinamos
os homens a respeitarem as mulheres
esses crimes deixaram de ser
praticados.
• Conceição Amorim - 2016
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
Gênero e Raça
UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA É UM
DIREITO DAS MULHERES!
OBRIGADA!
slaids organizado por Conceição Amorim a partir dos textos de,
ISABELA MOREIRA
http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/06/6-coisas-que-voce-precisa-entender-sobre-cultura-do-
estupro.html
SONIA CORREA onde ela fala da experiência indiana sobre os estupros coletivos:
http://sxpolitics.org/ptbr/a-restauracao-conservadora-e-as-politicas-da-sexualidade/6274
Uma reflexão sobre a cultura do estupro
ANA PAULA ROGRIGUES, Coordenadora do Programa Direito das Mulheres; DAIANE DULTRA, Assistente de Programas e
INGRID FARIAS, Estagiária de Direito das Mulheres.
http://www.actionaid.org.br/stories/uma-reflexao-sobre-cultura-do-estupro
Conceição Amorim - Feminista - Assistente
Social - Especialista em Politicas Públicas de
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ArtigoDESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES NA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTIC...
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Cultura do estupro: como é disseminada e como combatê-la

  • 1. Cultura do estupro Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 2. ESTUPRO Estudos, dados e especialistas mostram que o fenômeno é enraizado na nossa sociedade
  • 3. E o que é violência sexual? • A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada (estupro), mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. (Lei Maria da Penha, inspirada nos princípios colocados na Convenção de Belém do Pará. Este trecho está no TITULO II – DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER). Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 4. 1 - O que é a cultura do estupro? • O termo foi cunhado na década de 70 por feministas americanas e, de acordo com o Centro das Mulheres da Universidade Marshall, nos Estados Unidos, é utilizado para descrever um ambiente no qual o estupro é predominante e no qual a violência sexual contra as mulheres é normalizada na mídia e na cultura popular. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 5. • Ao disseminar termos que difamam as mulheres, permite a objetificação dos corpos delas e glamuriza a violência sexual, a cultura do estupro passa adiante a mensagem de que a mulher não é um ser humano, e sim uma coisa. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 6. 1 - O que é a cultura do estupro? • Izabel Solyszko, que é doutoranda em Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que, "Vivemos em uma sociedade patriarcal que considera que nós mulheres somos sujeitos de segunda categoria, ou em alguns casos, que não somos sujeitos e podemos ser utilizadas ou destruídas“, Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 7. 2 - A cultura do estupro começa no nascimento • Quando uma família dá boas-vindas a um bebê, o recém-nascido vem com várias expectativas: se for menino, espera-se que ele seja “macho”, ousado, destemido; se for menina, espera-se que seja “delicada”, “tranquila”, “comportada”. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 8. • São scripts pré-determinados para cada gênero. • "O conceito de gênero surge para questionar a ideia de uma essência ou natureza que explique os comportamentos”. • É essa necessidade de se pautar em aspectos biológicos para justificar diferenças, as colocando como desigualdade, inferioridade, que o conceito de gênero procura combater”, diz a pesquisadora Jane Felipe de Souza, da UFRGS. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 9. 2 - A cultura do estupro começa no nascimento • Para Arielle Sagrillo, doutoranda em psicologia forense na Universidade de Kent, na Inglaterra, a sociedade cria expectativas muito grandes para ambos os gêneros. "Não permitimos que as crianças e adultos transitem entre esses espaços. Desde cedo dizemos a esses sujeitos o que eles devem ser, antes mesmo que possam descobrir o que querem, o que lhes afeta e como lidam com suas próprias emoções", afirma. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 10. 2 - A cultura do estupro começa no nascimento • Dentro das expectativas, observa a advogada americana Reshma Saujani, os meninos são criados para serem corajosos e se arriscarem, enquanto as meninas são criadas para buscarem a delicadeza e a perfeição. Da mesma forma, espera-se que eles sejam mais agressivos ("Homem de verdade não chora", não é mesmo?) e que elas se sintam responsáveis — pela casa, pelos filhos, pelo companheiro e até mesmo pelas violências que sofrem. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 11. • "Os homens são ensinados a usarem a agressividade de maneira violenta, desde a infância são estimuladas a vivenciarem sua sexualidade até um ponto de serem reconhecidos como pessoas que 'precisam de sexo', 'que perdem a cabeça por sexo', que se tornam praticamente 'irracionais' quando o assunto é sexo", explica Solyszko. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 12. • "Isso faz com que as pessoas pensem que o estupro é uma questão de sexo e sexualidade quando o estupro é uma questão de violência porque se trata de uma agressão bárbara e brutal que invade o corpo de outra pessoa." Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 13. 3 - Existem vários mecanismos que propagam a cultura do estupro • Pense nos comerciais aos quais você assistiu recentemente. Agora se concentre naqueles que possuem presença feminina. Reflita ainda mais: em quantos deles as mulheres aparecem como um simples corpo para agradar os homens? Quantos deles contam com piadas relacionadas às aparências delas? Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 14. • Tal representação é chamada de objetificação. Um estudo realizado pela Ass. Americana de Psicologia explica que muitas mulheres são objetificadas sexualmente e tratadas como objetos para serem valorizadas por seu uso", o que só reforça a ideia de que a mulher é uma coisa, e não um ser humano. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 15. • Segundo Solyszko, além de ser patriarcal, a sociedade em que vivemos é racista e capitalista. • "Essas três dimensões de dominação e de opressão vão permitir que as vidas e os corpos das mulheres sejam explorados, mercantilizados, coisificados e, inclusive, agredidos, mutilados, estuprados e assassinados." Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 16. 4 - Você também contribui com a cultura do estupro • E não precisa ser um estuprador para que isso aconteça. Ao consumir músicas que maculam a mulher e disseminar vídeos, imagens, comentários e piadas sexistas, por exemplo, você contribui para que a objetificação da mulher seja reforçada. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 17. A violência contra a mulher não se restringe ao estupro. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular, podem ser consideradas formas de assédio cantadas ofensivas ou com apelo sexual indesejado; coerção; a violência física; Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 18. • a desqualificação intelectual e a violência sexual, que vai desde o toque sem consentimento até o estupro. • Dados do Think Olga mostram que 48% dos assédios são verbais e 68% deles ocorrem durante o dia. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 19. 5 - O estuprador pode ser um cara normal • Existem alguns mitos em torno dos estupradores, sendo os principais deles o de que o agressor é uma pessoa estranha e o segundo de que é um ser cheio de problemas psicológicos. Nenhuma dessas afirmações são verdadeiras. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 20. • De acordo com Arielle Sagrillo, os estudos que foram feitos sobre estupradores até o momento não identificaram nenhum tipo de patologia. • "O que leva um sujeito a cometer um estupro pode ser uma série de coisas. • Entre elas, um não entendimento de que o que está fazendo é violência, não ver seu ato como violência sexual, e isso tem relação com a educação. É uma questão cultural", afirma Sagrillo. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 21. • Ela explica ainda que existem várias "crenças disfuncionais" em relação às mulheres que colabora para que os agressores cometam a violência. "Só é estupro se for em um beco escuro", "uma mulher se comportando ou vestindo uma roupa está pedindo para ser estuprada", "mulheres secretamente desejam que o estupro aconteça" e "o não quer dizer sim, ela deve estar fazendo charme", são alguns deles. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 22. 6 - A vítima nunca é a culpada • Independentemente do nosso comportamento e da nossa aparência, nada, absolutamente nada (nem que eu seja garota de programa, nem que eu seja promíscua, nem que eu esteja bêbada, nem que eu esteja sozinha com vários homens em um quarto), realmente nada vai justificar uma violência contra mim". Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 23. • No livro Missoula, de Jon Krakauer, a promotora Suzy Boylan pondera que o estupro é o único crime em que se presume que a vítima esteja mentindo. • "Se uma pessoa é assaltada num beco, ficaríamos céticos com o depoimento da vítima só porque não havia testemunha ocular? Nós iríamos duvidar da vítima de um roubo porque ela deixou a porta de casa destrancada?", questiona. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 24. • O silenciamento e a culpabilização das vítimas são alguns dos principais artifícios da cultura do estupro. "Se o sigilo falha, o agressor ataca a credibilidade de sua vítima. Se não consegue silenciá-la totalmente, ele tenta se certificar de que ninguém lhe dê ouvidos. Para tanto, convoca um impressionante esquadrão de argumentos, da negação mais descarada à racionalização mais sofisticada e elegante", explica Judith Lewis Herman em "Trauma and Recovery". Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 25. • "Depois de cada atrocidade, podem-se esperar ouvir as mesmas desculpas previsíveis: jamais aconteceu; a vítima mente; a vítima exagera; a vítima que provocou isso; e em todos os casos é o momento de esquecer o passado e seguir em frente." Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 26. • A cultura do estupro está tão enraizada na sociedade em que vivemos que não é só o agressor que apresenta tal comportamento: • profissionais da saúde e da segurança pública também o reproduzem. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 27. • Nas narrativas midiáticas, poucas vezes o agressor está em foco. Na maioria das vezes, sugere-se que a vítima pode ter provocado o ato de violência e é ela que ganha praticamente toda a exposição e culpabilização que deveriam ser para o agressor. Basta analisar as matérias iniciais sobre o estupro coletivo no Rio de Janeiro afirmam, Ana Paula Rogrigues, Coordenadora do Programa Direito das Mulheres; Daiane Dultra, Assistente de Programas e Ingrid Farias, Estagiária de Direito das Mulheres. Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 28. NÃO, EU E A MAIORIA DAS FEMINISTAS NÃO DEFENDEMOS, PENA DE MORTE, CASTRAÇÃO QUIMICA OU PRISÃO PERPÉTUA. • Não serão penas mais duras que extinguiram a “cultura do estupro” de nossa sociedade, o único caminho é a educação, é a construção de relações sociais na perspectiva da igualdade de gênero, do reconhecimento da mulher como “gente”, com autonomia sobre seu corpo, sua alma, sua vida. Para tanto, é preciso reconhecer que a sociedade (família, escola, igreja, locais de trabalho e de lazer) está diretamente envolvida na produção e reprodução das condutos dos indivíduos que praticam esse e tantos outros crimes contra as mulheres. Concordo que ao ensinamos os homens a respeitarem as mulheres esses crimes deixaram de ser praticados. • Conceição Amorim - 2016 Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça
  • 29. UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA É UM DIREITO DAS MULHERES! OBRIGADA! slaids organizado por Conceição Amorim a partir dos textos de, ISABELA MOREIRA http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/06/6-coisas-que-voce-precisa-entender-sobre-cultura-do- estupro.html SONIA CORREA onde ela fala da experiência indiana sobre os estupros coletivos: http://sxpolitics.org/ptbr/a-restauracao-conservadora-e-as-politicas-da-sexualidade/6274 Uma reflexão sobre a cultura do estupro ANA PAULA ROGRIGUES, Coordenadora do Programa Direito das Mulheres; DAIANE DULTRA, Assistente de Programas e INGRID FARIAS, Estagiária de Direito das Mulheres. http://www.actionaid.org.br/stories/uma-reflexao-sobre-cultura-do-estupro Conceição Amorim - Feminista - Assistente Social - Especialista em Politicas Públicas de Gênero e Raça