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CURSO INTRODUTÓRIO EM PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES:
ANTROPOSOFIA APLICADA À SAÚDE
Drogadição & Medicina Antroposófica
Ricardo Ghelman
O encontro de duas
biografias:
a do ser humano e a das
drogas
Nascemos com
motricidade de peixes
Aos 3 meses
sustentamos a cabeça como
anfíbios
Aos 7 meses
Engatinhamos como repteis
Aos 8 meses
engatinhamos
Como mamíferos
Aos 11 meses
Ficamos de cócoras
como primatas
Aos 12 meses
Adotamos a postura
ereta
Somos uma síntese organizada do desenvolvimento,
recapturando o desenvolvimento dos vertebrados...
Cérebro
Primitivo
Arquicortex
Cérebro intermediário
Paleocortex
Cérebro
Racional
Neocortex
Sistema tríplice psíquico
• Os três cérebros evolutivos
VONTADE REPTILIANA
Cérebro Primitivo
Arquicortex
(hipocampo e hipotálamo)
SENTIMENTO MAMÍFERO
Cérebro intermediário
Paleocortex
(sistema límbico)
PENSAMENTO CORTICAL HUMANO
Cérebro Racional
Neocortex
… ao longo dos milhões de anos filogenéticos e
três anos ontogenéticos...
Andar Ereto com liberação das mãos –
Homo erectus e Homo habilis
Consciência reflexiva e Fala complexa
(Auto-Consciência)
Homo sapiens
Epigenetics and child health:
basic principles, Groom A, et al, Newcastle University, UK
Abstract
Epigenetic mechanisms are believed to play an important
role in disease, development and ageing with early life
representing a window of particular epigenomic plasticity.
The knowledge upon which these claims are based is
beginning to expand. This review summarises evidence
pointing to the determinants of epigenetic patterns, their
juxtaposition at the interface of the environment, their
influence on gene function and the relevance of this
information to child health. Arch Dis
Child doi:2010.1136/adc.2009.
Corpo
Organização de quatro campos de forças que se
desenvolveram na evolução,
Psique
Organização das vontades, dos sentimentos e
dos pensamentos, evolutivamente, e
Individualidade (pyrus) - ESPIRITUALIDADE
Essência humana que gera autoconsciência na
psique e identidade imunológica no corpo
0 2
1
4
2
6
3
Constituição espaço-temporal
Individualidade (noético)
Alma (psíquico)
Corpo (somático)
Primeira
fase
Segunda
fase
Terceira fase Colheita
Três
Dimensões
OVO
PARTO
Gestação
1
2
4
FetoEmbrião
2 meses 7meses 14 ANOS
MIELINIZAÇÃO
7 ANOS 21 ANOS 28 ANOS 35 ANOS 42 ANOS 49 ANOS
DESMIELINIZAÇÃO
PARTODA
MIELINIZAÇÃO
PARTO
HORMONAL
PARTODA
MAIORIDADE
Ínícioda
Osteopenia
Fimda
Ossificação
Desenvolvimento
crânio-caudal
ANABOLISMO
CATA
Degeneração
caudo-cranial
CATABOLISMO
ANA
8
CABEÇA TRONCO MEMBROS
Platô de
Equilíbrio
Metabólico TH3
PARTO
TRADICIONAL
Gestação
4
0 14 ANOS
MIELINIZAÇÃO
7 ANOS 21 ANOS
PARTODA
MIELINIZAÇÃO
PARTO
HORMONAL
MAIORIDADE
8
CABEÇA TRONCO MEMBROS
Por que? Por
que?
MEMÓRIA
FANTASIA
“Animal Planet “
QUEM SOU EU? O
QUE EU QUERO?
QUAL O SENTIDO
DA VIDA?
Primeira infância Segunda infância
Desenvolvimento crânio-caudal
...durante 7 anos, enquanto mielinizamos
nosso sistema nervoso central,
mantemos uma consciência de fantasia...
Parto tradicional– dia 0
Parto da mielinização – 6 a 7 anos
Da Fantasia a Cognição
Parto hormonal na Puberdade – 10 a 15 anos
Animal Planet: pelagem, garras, gritos, mordeduras, vida
solitária ou em bandos, o que eu sinto ?
Parto da Maioridade – 21 anos
Alteridade
Primeira infância não mielinizada com neurônios-espelho
e superprodução e estabilização de sinapses do córtex
visual, cortex auditivo e de linguagem
Segunda infância mielinizada com estabilização de
sinapses visual-auditiva-linguagem e desenvolvimento
de sinapses no córtex pre-frontal
“Terceira infância” com estabilização de sinapses no
córtex pre-frontal e sinapses novas dependentes de
experiências e neurogênese do hipocampo…
Com 21 anos
Organização do Eu perceptível no corpo:
Equilibrio
Postura
‘Olhar presente’
Homeotermia
Imunocompetência
Eu presente na psique:
Concentração
Determinação
Coerência
Atuação
‘Presença de espírito’
21 anos 42 anos
28 35
Saúde
Curva da individualidade
Curva biológica
As duas curvas da vida
Forças físicas e vitais
Forças anímicas e do eu
Terra
Firme
A travessia
Fantasia
0-7
Cultura Oral Cultura Escrita
Mundo pré-lógico Mundo Lógico
Terra Firme do Eu
no século XXI
Terra da mãe e pai
A travessia na terceira e última infância
Eu
Eu
Eu
A individualidade ou Eu humano
vai crescendo,
Como um mastro e sua vela
ao longo desta jornada
entre a puberdade e a maioridade.
21 42
SMM
SNS
SR sono
vigília
SNS: Sistema Neuro-sensorial
SR: Sistema Rítmico
SMM: Sistema Metabólico-motor
21 anos 42 anos
28 35
Forças vitais
Forças físicas
Forças do eu
Forças anímicas
Oriente Ocidente
Saúde
Curva da individualidade
Curva biológica
As duas curvas da vida
D Período da Travessia
2a Mudança de Consciência
Drogas
Substâncias Psicoativas que modificam o estado
de consciência e a percepção do tempo, espaço e de si
mesmo
“Palavra que expressa tanto o que serve para matar
quanto o que serve para curar” (Lex Cornelia, período
romano)
Biografia das Drogas
Pré grego:Uso religioso, no sentido de religare, em rituais
contextualizados culturalmente – RITUAIS DE PASSAGEM
(entre as “Fases”)
Na Grécia antiga:farmakós (purificação ritual) para farmakón
(remédio ou veneno)
Judaísmo:
Cântico dos Cânticos exaltava a mandrágora e a
sexualidade
e Pentatêuco a contenção da tríade maldita (sexo, comida
e droga) através do Espírito
Idade Média
No mundo islâmico: preceito sobre alimentos,
drogas e horários (sem drogas sagradas ou
profanas), ópio e cânhamo (Cannabis) de uso
medicinal
No mundo cristão medieval libera o
ÁLCOOL:
Igreja Católica censura a farmacopéia greco-
romana, as plantas diabólicas, solanáceas (sombras da
noite) de caráter iniciático feminino pelo Malleus
maleficarum (1486-1669 ) x vinho (Sangue de Jesus)
Patologia drogadictiva epidêmica
Após sec. XVII: ÓPIO na China
Alcoolismo (1791-1804)
“Paradigma da perda de controle”
Da livre vontade, para os hábitos até a necessidade
Dependência (1964)
Civilização Moderna
500 anos de Individuação e Epidemias
Séc. XV XVIII XIX XX / XXI
Câncer
Revolução
Científica
Romantismo Revolução
Industrial
Aids
Ralph Twentyman, 1989
Emancipação
do pensamento
Emancipação
do sentimento
Emancipação
da vontade
Sífilis Tuberculose
Uso ritualístico Drogadição
Classificação dos modificadores da atividade
psíquica (Lewin, 1924)
Euphorica (calmantes): ópio (morfina, codeína, heroína),
coca (cocaína);
Phantastica (alucinógenos): peiote (Anhalonium lewinii),
canhamo-indiano (Cannabis indica);
Inebriantia (embriagantes): álcool, éter, clorofórmio,
benzina;
Hypnotica (soníferos): kawa-kawa, cloral, sulfonal,veronal
Excitantia (estimulantes): cafeína, tabaco, betel.
Classificação geral das substâncias psicoativas
lícitas Deniker, Ginestet & Lôo, 1980)
-Psicolépticos (Depressores do SNC) – “retrocesso”
Álcool
Hipnóticos (barbitúricos e benzodiazepínicos)
Tranquilizantes (benzodiazepínicos, derivado do ópio (tylex, elixir
paregórico, belacodid, setux))
Neurolépticos
-Psicodislépticos (Perturbadores do SNC) – “ficando”
Alucinógenos (Nabilona (Cannabis sativa) em uso médico)
-Polianalépticos (Estimulantes do SNC) – “adiantamento”
Tabaco (cigarro), Cafeína (chocolate, café, chá preto, chimarrão)
Antidepressivos (tricíclicos, IMAO, InSelRecSer) - humor
Anfetaminas e análogos (anfepramona, fenproporex) – vigilância
Classificação geral das substâncias psicoativas
ilícitas
-Depressores do SNC (Psicolépticos)
-Opiáceos (heroína)
-Perturbadores do SNC (Psicodislépticos)
-Cannabis sativa (Maconha e Haxixe)
-Solventes orgânicos voláteis (éter, clorofórmio, loló,
cola de sapateiro, removedor, thinner e gasolina)
-Alucinógenos propriamente ditos (LSD, Mescalina e
Ayahuasca (União do Vegetal e Santo Daime))
-Anfetaminas alucinógenas (MDMA-Êxtase e MDEA-
Eva)
-Estimulantes do SNC (Psicoanalépticos)
-Cocaína e Crack-cocaína
Prevalência mundial de abusadores (1990)
O problema são as Drogas Lícitas
1. Álcool – 50% da população
2. Tabaco – 20%
3.Sedativos – 3,92%
4.Cannabis – 2,45%
5.Anfetaminas – 0,52%
6.Alucinógenos – 0,44%
7.Cocaína – 0,23%
8.Heroína – 0,14%
Panorama brasileiro
Adolescentes são o grupo de risco
Alcoolismo - 60 a 85% de prevalência, 72,5% entre 10 e 14 anos e
24,1% antes dos 10 anos
Tabagismo – 14 a 39% (50% para segundo grau em SP), 8 a 17% entre
10 e 12 anos e 31 a 57% acima de 18 anos
Inalantes (13,8%)– 30% na vida, 99% eventuais
Maconha (7,6%) – mais de 20% entre universitários e menor de 5% em
outros grupos, 98% ocasional. Acima de 15 anos com pico entre 19 e
20 anos (sexo masc.)
Medicamentos psicoativos, tranquilizantes e anfetamínicos(5,8%) - 69%
na vida, 40% regular, droga de escolha entre universitários (sexo
fem.)
Cocaína (2%) – 2% de uso na vida (0,3 a 2,8%), acima de 18 masc.
L
IL
No mundo ocidental, é fato que cerca de 90 % da
população adulta consome algum tipo de bebida
alcóolica. Entre os bebedores, 10% apresentarão
um uso nocivo de álcool e outros 10% se tornarão
dependentes. Assim, um em cada cinco bebedores
terá agravo de saúde por ingerir bebida alcóolica
podendo se tornar com o tempo, portador de uma
das enfermidades mais desgastantes do ponto de
vista da saúde, tanto sua quanto de sua família.
(Ramos e Woitowitz, 2004); Abelardino, 2004).
O alcoolismo também é uma das doenças mais
prevalentes no mundo. Das causas líderes de
incapacitação no mundo, a depressão unipolar
está em primeiro lugar e o alcoolismo em quarto
lugar, sendo ainda que das dez maiores causas de
incapacitação no mundo, cinco delas pertencem a
transtornos psiquiátricos
O consumo de drogas ilícitas atinge 4,2% da
população mundial. A maconha é a mais
consumida (144 milhões de pessoas), seguida
pelas anfetaminas (29 milhões), cocaína (14
milhões) e os opiáceos (13,5 milhões, sendo 9
milhões usuários de heroína)
(Marques & Ribeiro, 2003).
CONCLUSÃO:
144 + 13,5 (RELAXAMENTO) X 29 + 14
(ACELERAÇÃO)
2,2 X uso para relaxar do que para acelerar
SNS
SMM
S.R
21 42
Depressores do SNC Estimulantes do SNC
Perturbadores
do SNC
Drogas na Biografia
“As drogas orientais”
Álcool etílico, alkuhl (essência)
A partir da fermentação bíblica de frutas (vinho de Noé e Dionísio, cerveja
egípcia), da destilação arábica (séc. VIII) e da destilação européia (séc.
XII) de cereais
Uso religioso para apagar as fronteiras da identidade pessoal e se diluir na
coletividade e na divindade
Uso nocivo: Alterações de comportamento mal-adaptativas, lentificação
psicomotora, prejuízio na coordenação e julgamento, labilidade do humor
e déficit cognitivo (fase1) que pode evoluir para a fase médico-legal (2)
que ainda pode terminar na UTI (3).
Perda da capacidade de andar, falar e pensar
Depressores do SNC
Alcoolismo, quarta doença mais
incapacitante atrás das depressões, anemia e
quedas
Perda da liberdade individual
Desmantelamento da estrutura familiar associada a
violência
Acidentes de trânsito
Absenteísmo ao trabalho
Cirrose alcoólica, sétima maior causa de óbito após 15
anos (9,2% dos internados)
Depressores do SNC
Papiro de Ébers (XVI aC): “evitar que os bebês gritem forte”
Odisséia de Homero: “fazer esquecer qualquer pena”
Nepente, beberagem usada no incubatio (cura pelo sonho)
Avicena (sec. X) como eutanásico
Aconselhado para a passagem da segunda para a terceira idade através
de pastilhas Mash Allah (presente de Deus)
Paracelsus (XVI dC) e seus sucessores “triunvirato do ópio”:
na pratica médica
Doctor Opiatus (JB van Helmont): fundador da farmacologia científica
Ópio
Látex do fruto da Papaver somniferum (papoula,
dormideira, “planta da felicidade”)
Depressores do SNC
No XVII proibido no Brasil e liberado no XVIII-XX sob xaropes de tosse a
base de heroína para “acalmar criancinhas”
1839: Guerra do ópio, China invadida pela Inglaterra
1913: Convenção Internacional do Ópio (Shangai) – 1o documento
Alcalóides naturais: Morfina, Codeína e Papaverina
Derivado semi-sintético da morfina(1874): diacetilmorfina ou Heroína
Derivado sintético: Propoxifeno
Depressores do SNC que interagem com opióides endógenos (encefalinas e
endorfinas) responsáveis por prazer e recompensa. São narcóticos
(narkoun, adormecer, sedar) utilizados como calmantes, analgésicos e
para eutanásia.
Depressores do SNC
• Hipnóticos: flurazepan (dalmadorm), midazolam (dormonid), flunitrazepam
(rohypinol)
• Tranquilizantes: diazepam (dienpax), bromazepam (lexotam) e lorazepam
(lorax)
Utilizados terapêuticamente e como drogadição como:
Ansiolíticos
Relaxantes musculares
Soníferos
Síndrome de abstinência: disforia, agitação e ansiedade, insônia, vertigem e
anorexia
Benzodiazepínicos
(entre os fármacos mais vendidos no mundo moderno)
Depressores do SNC
Cannabis sativa, cânhamo da índia das
encostas do Himalaia (maconha, marijuana,
haxixe)
India: Atharva Veda: “quando caíram do céu gotas de dádiva
divina”. Para agilizar a mente, proporcionar vida longa e
aumentar desejos sexuais (brâmanes).
China (Shen Nung, sec. I): “o cânhamo tomado em excesso faz
ver monstros, mas se é usado por um longo tempo pode nos
comunicar com os espíritos e ativar o corpo”. Monges
budistas utilizam para meditação e terapêutica.
Árabes (sec. XI) : Haschishins, ordem fundada por Hassan ibn
Al-Sabbah com influências sufis combatiam os cruzados
europeus (hassassinos). A RESINA da erva dos faquires
(Haschish al-jokora) usada para dança extática, meditação e
para guerrear. Bangah (do sânscrito Bhang) usado contra
melancolia e epilepsia.
Perturbadores
do SNC
“As drogas ocidentais”
Idade Moderna e Novo Mundo
(Encontro sensorial entre diversas civilizações
séc.XV/XVI)
Drogas Visionárias:
Psilocibina (teonanacatl, “cogumelo maravilhoso”)
Mescalina (peyote mexicano)
Drogas Estimulantes:
Ilex paraguariense (erva-mate)
Theobroma cacao (cacau), fruto do chocolate, “alimento
divino” dos astecas mexicanos, usado em cerimônias
religiosas, rico em teobromina (cafeína-like)
Nicotiana tabacum (Tabaco),
...das cerimônias religiosas e rituais de
passagem americanos, imitado por Rodrigo de
Jerez e Luís de La Torre que foram
processados pela Inquisição pois “só Satanás
pode conferir ao homem a capacidade de
expulsar fumaça pela boca”. Mas o Vaticano a
libera na Itália como “erva de Santa Cruz”.
Tabaco (alcatrão, nicotina (anfetamina-like) e CO)
Quatro milhões de pessoas morrem a cada ano, no
mundo, devido a doenças causadas diretamente
pelos derivados do tabaco. Só no Brasil 35 milhões
fumam, 90% iniciando entre 13 e 15 anos.
O tabagismo causa 30% de todos os casos de
câncer e 85% do Ca de pulmão.Em menor
proporção, Ca de cabeça e pescoço, bexiga, rins e
pâncreas.
80% dos casos de bronquite e enfisema
20 a 30% dos infartos de fumantes ativos e
passivos
Úlceras de estômago, osteoporose, pneumonias e
problemas dentários
Doenças peri e neonatais a partir da gestante
Estimulantes do SNC
Coffea arabica (café), do mundo árabe antes do séc. XI
se introduz no séc. XVI no Ocidente, não se dá bem
no Pará, mas sim em São Paulo.
Guaraná, originário da Amazônia, contém mais cafeína
que café, cacau, erva-mate e coca e sua exportação
está em crescimento.
Eritroxylon coca
Indicada por Freud em 1884 para
afecções psiquiátricas, digestivas,
hematológicas, sífilis, asma e cirurgias
oftalmológicas, além de afrodisíaco. No
mesmo ano surge a cocaína purificada nos
EUA, cujo consumo expande-se
extraordinariamente com apoio médico-
farmacêutico, até 1910. Usada em 1914 para
tosse no Brasil.
Cocaína
Eritroxylon coca ,cuca(inca), khoca (aimará), árvore
andina“presente do deus Sol”, perdia seus efeitos
estimulantes durante a viagem marítima e só entra na
europa no séc. XIX pelo seu alcalóide isolado em 1860
como vinho Mariani, digestivo,fortificante e anti fadiga
(1863). Em 1910, 70 marcas do “vinho” e bebidas ricas em
cocaína nos EUA, entre elas coca-cola, que substitui
cocaína por cafeína em 1903.
Estimulantes do SNC
A cocaína gera um bloqueio de recaptura pré-sináptica de
vários neurotransmissores, os elevando. Ocorre euforia,
dependente da dopamina, hiperexcitabilidade,
loquacidade, instabilidade cardio-respiratória,
cardiotoxicidade, náuseas, tremores, convulsões,
psicose, pânico e depressão.
Crack, base molecular (base livre) da cocaína que pode
ser fumada e absorvida tão rapidamente como via
endovenosa.
Cocaína com etanol, forma cocaetileno de ação análoga
Estimulantes do SNC
As drogas do século XIX e XX
Isolamento dos princípios ativos:
Morfina (1806)
Codeína (1832)
Atropina (1833)
Cafeína (1841)
Cocaína (1860)
Heroína (1883)
Efedrina (Ephedra vulgaris, 1895 e purificada em 1923 )
Mescalina (1896)
Barbitúricos (1903)
Metilanfetamina (1931)
Barbitúricos (1903) da uréia e ácido malônico como sedativos, soníferos
e anticonvulsivantes – surtos de suicídio em 1950
Anfetaminas, substituíndo cocaína entre estudantes, esportistas,
militares japoneses e em regime de emagrecimento (“bolas para
emagrecer”) – 500.000 dependentes em 1950 no Japão
Movimento psicodélico, hippie: Lucy in the Sky with Diamonds LSD,
simulataneamente a um “orientalização”da cultura ocidental
Cocaína intranasal e endovenosa nos anos 80 e crack, nas classes
baixas, nos anos 90 – HIV, Hepatite B e C gerou movimento de
redução dos danos: seringas descartáveis (Santos e Salvador, 1995)
e prescrição controlada
As drogas do XX e XXI
Ansiolíticos benzodiazepínicos e anfetamínicos,
em regimes anoréticos de emagrecimento
Ayahuasca, Santo Daime e União do Vegetal
Cola (sapateiro)
Êxtase ou ecstasy, em festas como “droga do
amor”
Anabolizantes (testosterona e seus derivados)
Anticolinérgicos (colírio ciclopentolato) e
antiparkinsoniano (triexafenidila)
Ciberdependência
Solventes orgânicos voláteis (Inalantes)
Anestésicos-like
(tolueno, clorofórmio, benzina, hexano, metano)
Induzem euforia, tontura, distúrbios visuais e
auditivos, fotofobia, náuseas e vômitos seguida
de depressão, estupor e convulsões. Deixam
seqüelas degenerativas centrais e periféricas
(dissolvem a mielina).
Perturbadores
do SNC
Alucinógenos propriamente ditos
LSD (Dietilamina do ácido lisérgico)
Sintetizado em 1925 a partir do alcalóide ergotamina do
fungo Claviceps purpurea via sublingual induz a
modificações físicas (cefaléia, frio) seguida de medo,
distorção do tempo, do espaço, da propriocepção,
com modificação do curso do pensamento,
alucinação visual e sensualização da experiência por
6 horas. A recuperação pode levar 9 horas e com
seqüela pode haver fadiga e flash-backs e
ansiedade.
Perturbadores
do SNC
Ayahuasca
Harmina da parreira Banisteriopis caapi e dimetiltriptamina
(DMT) da Psychotria viridis ou chacrona
A Harmina, inibidora da MAO, eleva a serotonina e o DMT
potencializa o efeito no sistema límbico induzindo
alegria, apetite alimentar e sexual e equilíbrio
psicomotor.
Perturbadores
do SNC
Êxtase e Eva
3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), moderadora de
apetite (1914), estimulante e alucinógena (1980),
proscrita em 1990.
Eva, uma modificação ou MDEA, tem efeito semelhante:
fase de rush (simpaticomimético) seguida de
“sociabilidade feliz”. Em 40% dos usuários prolongados
persiste psicose, paranóia e flashbacks.
Perturbadores
do SNC
História natural da drogadição
Tabaco com 12 anos e cannabis logo em seguida, de
forma socializada para induzir o prazer e a euforia e
superar frustrações, inibições e tensões internas. Aí
pode vir a heroína ou a cocaína, via nasal, seguida por
via intravenosa, na busca do prazer em substituição por
afetos e sentimentos. Muitos abandonam as drogas,
em virtude da consciência dos riscos, outros ansiosos e
deprimidos evoluem para a dependência (craving,
“fissura na alma”).
Dependência pode ser definida como um
estado de sujeição, de dominação ou de
influência (Adès & Lejoyeux,2003). Estes
autores citam a definição de Alain Rey, do termo
“dependere”, procedente do latim imperial, como
“estar suspenso” a, “depender de, estar sob
influência da autoridade de”.
Abordagens de prevenção
Guerra às drogas, tanto de uso recreacional,
experimental ou freqüente – persuasão moral e
política do medo através de controle social e punição
X
Prevenção voltada para a Redução dos Riscos
Considera a outra política irreal do ponto de vista
histórico além de ferir os princípios éticos e direitos
civis e aposta na capacidade de discernimento do
indivíduo bem formado e informado
Prevenção
Refletir sobre a crise de valores humanos, que
induzem ao egocentrismo, a falta de interesse por outros
e pelo mundo, o aprisionamento em seu pequeno
mundo previsível, a baixa auto-estima, a exclusão social
e a busca de preenchimento do vazio existencial através
de prazeres passageiros.
Auto-desenvolvimento dos adultos para ajudar a
travessia
Para desenvolver durante as fases da vida,
deveriam ser apresentados:
-modelos dignos (pais, educadores);
-desafios que sejam encarados como
possibilidades de experiência e aprendizado;
-movimentos em direção à ação, com forte
positividade: ESTÍMULO A VONTADE
O mundo pode ser compreendido, pode ser
manuseado e tem significado.
X
O mundo é hostil, incompreensível e absurdo
Recursos de Enfrentamento
A Saúde depende da habilidade e dos recursos em
enfrentar criativamente.
Estes recursos agem contrabalançando,
‘tamponando’, bloqueando os impactos negativos de
agentes estressores, assim prevenindo quebras da
homeostase, através de uma heterostase rítmica.
Educar a criança para encontrar a si mesma
Construção da família, respeitando cada fase da infância
e seus níveis de consciência:
Primeiro setênio
Oferecendo os “envólucros” (sentidos corporais:
toque quente, vitalidade, movimento e equilíbrio)
necessários para o “des envolvimento”.
Base do desenvolvimento da vontade, da bondade e do
SNS
Segundo setênio
Desenvolvimento do mundo dos sentimentos, do
senso estético e do Sistema Rítmico
Percepção sensorial se aprofunda (paladar, olfato, visão e
temperatura)
Encontro e Diálogo
Autoridade amorosa
Terceiro setênio
Desenvolvimento do mundo dos pensamentos, dos
membros, da sexualidade (SMSM) – Escola dos
peripatéticos e o INTERESSE (Filosofar).
Sentidos em direção ao outro (audição, palavra,
pensamento alheio e eu alheio - alteridade),
discernimento da verdade dentro.
Promoção de experiências de expansão da
consciência, crescimento pessoal, auto-estima, desafios
psicomotores esportivos e artístico-criativos (sem uso de
drogas)
Com 21 anos
Organização do Eu perceptível no corpo:
-Equilibrio
-Postura
-‘Olhar presente’
-Homeotermia
-Imunocompetência
Eu presente na psique:
-Concentração
-Determinação
-Coerência
-Atuação
-‘Presença de espírito’ e domínio dos aspectos
femininos e masculinos da psique (3 x 3)
Portal do Eu
Individualidade
Salutogênese
Resiliência (Resistência ao stress)
Self-regulation
TH3 (adequada imunidade)
Religiosidade
Drogadição e Antroposofia

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Drogadição e Antroposofia

  • 1. CURSO INTRODUTÓRIO EM PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: ANTROPOSOFIA APLICADA À SAÚDE Drogadição & Medicina Antroposófica Ricardo Ghelman
  • 2. O encontro de duas biografias: a do ser humano e a das drogas
  • 3. Nascemos com motricidade de peixes Aos 3 meses sustentamos a cabeça como anfíbios Aos 7 meses Engatinhamos como repteis Aos 8 meses engatinhamos Como mamíferos Aos 11 meses Ficamos de cócoras como primatas Aos 12 meses Adotamos a postura ereta Somos uma síntese organizada do desenvolvimento, recapturando o desenvolvimento dos vertebrados... Cérebro Primitivo Arquicortex Cérebro intermediário Paleocortex Cérebro Racional Neocortex
  • 4. Sistema tríplice psíquico • Os três cérebros evolutivos VONTADE REPTILIANA Cérebro Primitivo Arquicortex (hipocampo e hipotálamo) SENTIMENTO MAMÍFERO Cérebro intermediário Paleocortex (sistema límbico) PENSAMENTO CORTICAL HUMANO Cérebro Racional Neocortex
  • 5. … ao longo dos milhões de anos filogenéticos e três anos ontogenéticos... Andar Ereto com liberação das mãos – Homo erectus e Homo habilis Consciência reflexiva e Fala complexa (Auto-Consciência) Homo sapiens
  • 6. Epigenetics and child health: basic principles, Groom A, et al, Newcastle University, UK Abstract Epigenetic mechanisms are believed to play an important role in disease, development and ageing with early life representing a window of particular epigenomic plasticity. The knowledge upon which these claims are based is beginning to expand. This review summarises evidence pointing to the determinants of epigenetic patterns, their juxtaposition at the interface of the environment, their influence on gene function and the relevance of this information to child health. Arch Dis Child doi:2010.1136/adc.2009.
  • 7. Corpo Organização de quatro campos de forças que se desenvolveram na evolução, Psique Organização das vontades, dos sentimentos e dos pensamentos, evolutivamente, e Individualidade (pyrus) - ESPIRITUALIDADE Essência humana que gera autoconsciência na psique e identidade imunológica no corpo
  • 8. 0 2 1 4 2 6 3 Constituição espaço-temporal Individualidade (noético) Alma (psíquico) Corpo (somático) Primeira fase Segunda fase Terceira fase Colheita Três Dimensões
  • 9. OVO PARTO Gestação 1 2 4 FetoEmbrião 2 meses 7meses 14 ANOS MIELINIZAÇÃO 7 ANOS 21 ANOS 28 ANOS 35 ANOS 42 ANOS 49 ANOS DESMIELINIZAÇÃO PARTODA MIELINIZAÇÃO PARTO HORMONAL PARTODA MAIORIDADE Ínícioda Osteopenia Fimda Ossificação Desenvolvimento crânio-caudal ANABOLISMO CATA Degeneração caudo-cranial CATABOLISMO ANA 8 CABEÇA TRONCO MEMBROS Platô de Equilíbrio Metabólico TH3
  • 10. PARTO TRADICIONAL Gestação 4 0 14 ANOS MIELINIZAÇÃO 7 ANOS 21 ANOS PARTODA MIELINIZAÇÃO PARTO HORMONAL MAIORIDADE 8 CABEÇA TRONCO MEMBROS Por que? Por que? MEMÓRIA FANTASIA “Animal Planet “ QUEM SOU EU? O QUE EU QUERO? QUAL O SENTIDO DA VIDA? Primeira infância Segunda infância Desenvolvimento crânio-caudal
  • 11. ...durante 7 anos, enquanto mielinizamos nosso sistema nervoso central, mantemos uma consciência de fantasia...
  • 12. Parto tradicional– dia 0 Parto da mielinização – 6 a 7 anos Da Fantasia a Cognição Parto hormonal na Puberdade – 10 a 15 anos Animal Planet: pelagem, garras, gritos, mordeduras, vida solitária ou em bandos, o que eu sinto ? Parto da Maioridade – 21 anos Alteridade Primeira infância não mielinizada com neurônios-espelho e superprodução e estabilização de sinapses do córtex visual, cortex auditivo e de linguagem Segunda infância mielinizada com estabilização de sinapses visual-auditiva-linguagem e desenvolvimento de sinapses no córtex pre-frontal “Terceira infância” com estabilização de sinapses no córtex pre-frontal e sinapses novas dependentes de experiências e neurogênese do hipocampo…
  • 13. Com 21 anos Organização do Eu perceptível no corpo: Equilibrio Postura ‘Olhar presente’ Homeotermia Imunocompetência Eu presente na psique: Concentração Determinação Coerência Atuação ‘Presença de espírito’
  • 14. 21 anos 42 anos 28 35 Saúde Curva da individualidade Curva biológica As duas curvas da vida Forças físicas e vitais Forças anímicas e do eu Terra Firme
  • 15. A travessia Fantasia 0-7 Cultura Oral Cultura Escrita Mundo pré-lógico Mundo Lógico Terra Firme do Eu no século XXI Terra da mãe e pai
  • 16. A travessia na terceira e última infância Eu Eu Eu A individualidade ou Eu humano vai crescendo, Como um mastro e sua vela ao longo desta jornada entre a puberdade e a maioridade.
  • 17. 21 42 SMM SNS SR sono vigília SNS: Sistema Neuro-sensorial SR: Sistema Rítmico SMM: Sistema Metabólico-motor
  • 18. 21 anos 42 anos 28 35 Forças vitais Forças físicas Forças do eu Forças anímicas Oriente Ocidente Saúde Curva da individualidade Curva biológica As duas curvas da vida D Período da Travessia 2a Mudança de Consciência
  • 19. Drogas Substâncias Psicoativas que modificam o estado de consciência e a percepção do tempo, espaço e de si mesmo “Palavra que expressa tanto o que serve para matar quanto o que serve para curar” (Lex Cornelia, período romano)
  • 20. Biografia das Drogas Pré grego:Uso religioso, no sentido de religare, em rituais contextualizados culturalmente – RITUAIS DE PASSAGEM (entre as “Fases”) Na Grécia antiga:farmakós (purificação ritual) para farmakón (remédio ou veneno)
  • 21. Judaísmo: Cântico dos Cânticos exaltava a mandrágora e a sexualidade e Pentatêuco a contenção da tríade maldita (sexo, comida e droga) através do Espírito
  • 22. Idade Média No mundo islâmico: preceito sobre alimentos, drogas e horários (sem drogas sagradas ou profanas), ópio e cânhamo (Cannabis) de uso medicinal
  • 23. No mundo cristão medieval libera o ÁLCOOL: Igreja Católica censura a farmacopéia greco- romana, as plantas diabólicas, solanáceas (sombras da noite) de caráter iniciático feminino pelo Malleus maleficarum (1486-1669 ) x vinho (Sangue de Jesus)
  • 24. Patologia drogadictiva epidêmica Após sec. XVII: ÓPIO na China Alcoolismo (1791-1804) “Paradigma da perda de controle” Da livre vontade, para os hábitos até a necessidade Dependência (1964)
  • 25. Civilização Moderna 500 anos de Individuação e Epidemias Séc. XV XVIII XIX XX / XXI Câncer Revolução Científica Romantismo Revolução Industrial Aids Ralph Twentyman, 1989 Emancipação do pensamento Emancipação do sentimento Emancipação da vontade Sífilis Tuberculose Uso ritualístico Drogadição
  • 26. Classificação dos modificadores da atividade psíquica (Lewin, 1924) Euphorica (calmantes): ópio (morfina, codeína, heroína), coca (cocaína); Phantastica (alucinógenos): peiote (Anhalonium lewinii), canhamo-indiano (Cannabis indica); Inebriantia (embriagantes): álcool, éter, clorofórmio, benzina; Hypnotica (soníferos): kawa-kawa, cloral, sulfonal,veronal Excitantia (estimulantes): cafeína, tabaco, betel.
  • 27. Classificação geral das substâncias psicoativas lícitas Deniker, Ginestet & Lôo, 1980) -Psicolépticos (Depressores do SNC) – “retrocesso” Álcool Hipnóticos (barbitúricos e benzodiazepínicos) Tranquilizantes (benzodiazepínicos, derivado do ópio (tylex, elixir paregórico, belacodid, setux)) Neurolépticos -Psicodislépticos (Perturbadores do SNC) – “ficando” Alucinógenos (Nabilona (Cannabis sativa) em uso médico) -Polianalépticos (Estimulantes do SNC) – “adiantamento” Tabaco (cigarro), Cafeína (chocolate, café, chá preto, chimarrão) Antidepressivos (tricíclicos, IMAO, InSelRecSer) - humor Anfetaminas e análogos (anfepramona, fenproporex) – vigilância
  • 28. Classificação geral das substâncias psicoativas ilícitas -Depressores do SNC (Psicolépticos) -Opiáceos (heroína) -Perturbadores do SNC (Psicodislépticos) -Cannabis sativa (Maconha e Haxixe) -Solventes orgânicos voláteis (éter, clorofórmio, loló, cola de sapateiro, removedor, thinner e gasolina) -Alucinógenos propriamente ditos (LSD, Mescalina e Ayahuasca (União do Vegetal e Santo Daime)) -Anfetaminas alucinógenas (MDMA-Êxtase e MDEA- Eva) -Estimulantes do SNC (Psicoanalépticos) -Cocaína e Crack-cocaína
  • 29. Prevalência mundial de abusadores (1990) O problema são as Drogas Lícitas 1. Álcool – 50% da população 2. Tabaco – 20% 3.Sedativos – 3,92% 4.Cannabis – 2,45% 5.Anfetaminas – 0,52% 6.Alucinógenos – 0,44% 7.Cocaína – 0,23% 8.Heroína – 0,14%
  • 30. Panorama brasileiro Adolescentes são o grupo de risco Alcoolismo - 60 a 85% de prevalência, 72,5% entre 10 e 14 anos e 24,1% antes dos 10 anos Tabagismo – 14 a 39% (50% para segundo grau em SP), 8 a 17% entre 10 e 12 anos e 31 a 57% acima de 18 anos Inalantes (13,8%)– 30% na vida, 99% eventuais Maconha (7,6%) – mais de 20% entre universitários e menor de 5% em outros grupos, 98% ocasional. Acima de 15 anos com pico entre 19 e 20 anos (sexo masc.) Medicamentos psicoativos, tranquilizantes e anfetamínicos(5,8%) - 69% na vida, 40% regular, droga de escolha entre universitários (sexo fem.) Cocaína (2%) – 2% de uso na vida (0,3 a 2,8%), acima de 18 masc. L IL
  • 31. No mundo ocidental, é fato que cerca de 90 % da população adulta consome algum tipo de bebida alcóolica. Entre os bebedores, 10% apresentarão um uso nocivo de álcool e outros 10% se tornarão dependentes. Assim, um em cada cinco bebedores terá agravo de saúde por ingerir bebida alcóolica podendo se tornar com o tempo, portador de uma das enfermidades mais desgastantes do ponto de vista da saúde, tanto sua quanto de sua família. (Ramos e Woitowitz, 2004); Abelardino, 2004).
  • 32. O alcoolismo também é uma das doenças mais prevalentes no mundo. Das causas líderes de incapacitação no mundo, a depressão unipolar está em primeiro lugar e o alcoolismo em quarto lugar, sendo ainda que das dez maiores causas de incapacitação no mundo, cinco delas pertencem a transtornos psiquiátricos
  • 33. O consumo de drogas ilícitas atinge 4,2% da população mundial. A maconha é a mais consumida (144 milhões de pessoas), seguida pelas anfetaminas (29 milhões), cocaína (14 milhões) e os opiáceos (13,5 milhões, sendo 9 milhões usuários de heroína) (Marques & Ribeiro, 2003). CONCLUSÃO: 144 + 13,5 (RELAXAMENTO) X 29 + 14 (ACELERAÇÃO) 2,2 X uso para relaxar do que para acelerar
  • 34. SNS SMM S.R 21 42 Depressores do SNC Estimulantes do SNC Perturbadores do SNC Drogas na Biografia
  • 36. Álcool etílico, alkuhl (essência) A partir da fermentação bíblica de frutas (vinho de Noé e Dionísio, cerveja egípcia), da destilação arábica (séc. VIII) e da destilação européia (séc. XII) de cereais Uso religioso para apagar as fronteiras da identidade pessoal e se diluir na coletividade e na divindade Uso nocivo: Alterações de comportamento mal-adaptativas, lentificação psicomotora, prejuízio na coordenação e julgamento, labilidade do humor e déficit cognitivo (fase1) que pode evoluir para a fase médico-legal (2) que ainda pode terminar na UTI (3). Perda da capacidade de andar, falar e pensar Depressores do SNC
  • 37. Alcoolismo, quarta doença mais incapacitante atrás das depressões, anemia e quedas Perda da liberdade individual Desmantelamento da estrutura familiar associada a violência Acidentes de trânsito Absenteísmo ao trabalho Cirrose alcoólica, sétima maior causa de óbito após 15 anos (9,2% dos internados) Depressores do SNC
  • 38. Papiro de Ébers (XVI aC): “evitar que os bebês gritem forte” Odisséia de Homero: “fazer esquecer qualquer pena” Nepente, beberagem usada no incubatio (cura pelo sonho) Avicena (sec. X) como eutanásico Aconselhado para a passagem da segunda para a terceira idade através de pastilhas Mash Allah (presente de Deus) Paracelsus (XVI dC) e seus sucessores “triunvirato do ópio”: na pratica médica Doctor Opiatus (JB van Helmont): fundador da farmacologia científica Ópio Látex do fruto da Papaver somniferum (papoula, dormideira, “planta da felicidade”) Depressores do SNC
  • 39. No XVII proibido no Brasil e liberado no XVIII-XX sob xaropes de tosse a base de heroína para “acalmar criancinhas” 1839: Guerra do ópio, China invadida pela Inglaterra 1913: Convenção Internacional do Ópio (Shangai) – 1o documento Alcalóides naturais: Morfina, Codeína e Papaverina Derivado semi-sintético da morfina(1874): diacetilmorfina ou Heroína Derivado sintético: Propoxifeno Depressores do SNC que interagem com opióides endógenos (encefalinas e endorfinas) responsáveis por prazer e recompensa. São narcóticos (narkoun, adormecer, sedar) utilizados como calmantes, analgésicos e para eutanásia. Depressores do SNC
  • 40. • Hipnóticos: flurazepan (dalmadorm), midazolam (dormonid), flunitrazepam (rohypinol) • Tranquilizantes: diazepam (dienpax), bromazepam (lexotam) e lorazepam (lorax) Utilizados terapêuticamente e como drogadição como: Ansiolíticos Relaxantes musculares Soníferos Síndrome de abstinência: disforia, agitação e ansiedade, insônia, vertigem e anorexia Benzodiazepínicos (entre os fármacos mais vendidos no mundo moderno) Depressores do SNC
  • 41. Cannabis sativa, cânhamo da índia das encostas do Himalaia (maconha, marijuana, haxixe) India: Atharva Veda: “quando caíram do céu gotas de dádiva divina”. Para agilizar a mente, proporcionar vida longa e aumentar desejos sexuais (brâmanes). China (Shen Nung, sec. I): “o cânhamo tomado em excesso faz ver monstros, mas se é usado por um longo tempo pode nos comunicar com os espíritos e ativar o corpo”. Monges budistas utilizam para meditação e terapêutica. Árabes (sec. XI) : Haschishins, ordem fundada por Hassan ibn Al-Sabbah com influências sufis combatiam os cruzados europeus (hassassinos). A RESINA da erva dos faquires (Haschish al-jokora) usada para dança extática, meditação e para guerrear. Bangah (do sânscrito Bhang) usado contra melancolia e epilepsia. Perturbadores do SNC
  • 43. Idade Moderna e Novo Mundo (Encontro sensorial entre diversas civilizações séc.XV/XVI) Drogas Visionárias: Psilocibina (teonanacatl, “cogumelo maravilhoso”) Mescalina (peyote mexicano) Drogas Estimulantes: Ilex paraguariense (erva-mate) Theobroma cacao (cacau), fruto do chocolate, “alimento divino” dos astecas mexicanos, usado em cerimônias religiosas, rico em teobromina (cafeína-like)
  • 44. Nicotiana tabacum (Tabaco), ...das cerimônias religiosas e rituais de passagem americanos, imitado por Rodrigo de Jerez e Luís de La Torre que foram processados pela Inquisição pois “só Satanás pode conferir ao homem a capacidade de expulsar fumaça pela boca”. Mas o Vaticano a libera na Itália como “erva de Santa Cruz”.
  • 45. Tabaco (alcatrão, nicotina (anfetamina-like) e CO) Quatro milhões de pessoas morrem a cada ano, no mundo, devido a doenças causadas diretamente pelos derivados do tabaco. Só no Brasil 35 milhões fumam, 90% iniciando entre 13 e 15 anos. O tabagismo causa 30% de todos os casos de câncer e 85% do Ca de pulmão.Em menor proporção, Ca de cabeça e pescoço, bexiga, rins e pâncreas. 80% dos casos de bronquite e enfisema 20 a 30% dos infartos de fumantes ativos e passivos Úlceras de estômago, osteoporose, pneumonias e problemas dentários Doenças peri e neonatais a partir da gestante Estimulantes do SNC
  • 46. Coffea arabica (café), do mundo árabe antes do séc. XI se introduz no séc. XVI no Ocidente, não se dá bem no Pará, mas sim em São Paulo. Guaraná, originário da Amazônia, contém mais cafeína que café, cacau, erva-mate e coca e sua exportação está em crescimento.
  • 47. Eritroxylon coca Indicada por Freud em 1884 para afecções psiquiátricas, digestivas, hematológicas, sífilis, asma e cirurgias oftalmológicas, além de afrodisíaco. No mesmo ano surge a cocaína purificada nos EUA, cujo consumo expande-se extraordinariamente com apoio médico- farmacêutico, até 1910. Usada em 1914 para tosse no Brasil.
  • 48. Cocaína Eritroxylon coca ,cuca(inca), khoca (aimará), árvore andina“presente do deus Sol”, perdia seus efeitos estimulantes durante a viagem marítima e só entra na europa no séc. XIX pelo seu alcalóide isolado em 1860 como vinho Mariani, digestivo,fortificante e anti fadiga (1863). Em 1910, 70 marcas do “vinho” e bebidas ricas em cocaína nos EUA, entre elas coca-cola, que substitui cocaína por cafeína em 1903. Estimulantes do SNC
  • 49. A cocaína gera um bloqueio de recaptura pré-sináptica de vários neurotransmissores, os elevando. Ocorre euforia, dependente da dopamina, hiperexcitabilidade, loquacidade, instabilidade cardio-respiratória, cardiotoxicidade, náuseas, tremores, convulsões, psicose, pânico e depressão. Crack, base molecular (base livre) da cocaína que pode ser fumada e absorvida tão rapidamente como via endovenosa. Cocaína com etanol, forma cocaetileno de ação análoga Estimulantes do SNC
  • 50. As drogas do século XIX e XX Isolamento dos princípios ativos: Morfina (1806) Codeína (1832) Atropina (1833) Cafeína (1841) Cocaína (1860) Heroína (1883) Efedrina (Ephedra vulgaris, 1895 e purificada em 1923 ) Mescalina (1896) Barbitúricos (1903) Metilanfetamina (1931)
  • 51. Barbitúricos (1903) da uréia e ácido malônico como sedativos, soníferos e anticonvulsivantes – surtos de suicídio em 1950 Anfetaminas, substituíndo cocaína entre estudantes, esportistas, militares japoneses e em regime de emagrecimento (“bolas para emagrecer”) – 500.000 dependentes em 1950 no Japão Movimento psicodélico, hippie: Lucy in the Sky with Diamonds LSD, simulataneamente a um “orientalização”da cultura ocidental Cocaína intranasal e endovenosa nos anos 80 e crack, nas classes baixas, nos anos 90 – HIV, Hepatite B e C gerou movimento de redução dos danos: seringas descartáveis (Santos e Salvador, 1995) e prescrição controlada As drogas do XX e XXI
  • 52. Ansiolíticos benzodiazepínicos e anfetamínicos, em regimes anoréticos de emagrecimento Ayahuasca, Santo Daime e União do Vegetal Cola (sapateiro) Êxtase ou ecstasy, em festas como “droga do amor” Anabolizantes (testosterona e seus derivados) Anticolinérgicos (colírio ciclopentolato) e antiparkinsoniano (triexafenidila) Ciberdependência
  • 53. Solventes orgânicos voláteis (Inalantes) Anestésicos-like (tolueno, clorofórmio, benzina, hexano, metano) Induzem euforia, tontura, distúrbios visuais e auditivos, fotofobia, náuseas e vômitos seguida de depressão, estupor e convulsões. Deixam seqüelas degenerativas centrais e periféricas (dissolvem a mielina). Perturbadores do SNC
  • 54. Alucinógenos propriamente ditos LSD (Dietilamina do ácido lisérgico) Sintetizado em 1925 a partir do alcalóide ergotamina do fungo Claviceps purpurea via sublingual induz a modificações físicas (cefaléia, frio) seguida de medo, distorção do tempo, do espaço, da propriocepção, com modificação do curso do pensamento, alucinação visual e sensualização da experiência por 6 horas. A recuperação pode levar 9 horas e com seqüela pode haver fadiga e flash-backs e ansiedade. Perturbadores do SNC
  • 55. Ayahuasca Harmina da parreira Banisteriopis caapi e dimetiltriptamina (DMT) da Psychotria viridis ou chacrona A Harmina, inibidora da MAO, eleva a serotonina e o DMT potencializa o efeito no sistema límbico induzindo alegria, apetite alimentar e sexual e equilíbrio psicomotor. Perturbadores do SNC
  • 56. Êxtase e Eva 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), moderadora de apetite (1914), estimulante e alucinógena (1980), proscrita em 1990. Eva, uma modificação ou MDEA, tem efeito semelhante: fase de rush (simpaticomimético) seguida de “sociabilidade feliz”. Em 40% dos usuários prolongados persiste psicose, paranóia e flashbacks. Perturbadores do SNC
  • 57. História natural da drogadição Tabaco com 12 anos e cannabis logo em seguida, de forma socializada para induzir o prazer e a euforia e superar frustrações, inibições e tensões internas. Aí pode vir a heroína ou a cocaína, via nasal, seguida por via intravenosa, na busca do prazer em substituição por afetos e sentimentos. Muitos abandonam as drogas, em virtude da consciência dos riscos, outros ansiosos e deprimidos evoluem para a dependência (craving, “fissura na alma”).
  • 58. Dependência pode ser definida como um estado de sujeição, de dominação ou de influência (Adès & Lejoyeux,2003). Estes autores citam a definição de Alain Rey, do termo “dependere”, procedente do latim imperial, como “estar suspenso” a, “depender de, estar sob influência da autoridade de”.
  • 59. Abordagens de prevenção Guerra às drogas, tanto de uso recreacional, experimental ou freqüente – persuasão moral e política do medo através de controle social e punição X Prevenção voltada para a Redução dos Riscos Considera a outra política irreal do ponto de vista histórico além de ferir os princípios éticos e direitos civis e aposta na capacidade de discernimento do indivíduo bem formado e informado
  • 60. Prevenção Refletir sobre a crise de valores humanos, que induzem ao egocentrismo, a falta de interesse por outros e pelo mundo, o aprisionamento em seu pequeno mundo previsível, a baixa auto-estima, a exclusão social e a busca de preenchimento do vazio existencial através de prazeres passageiros. Auto-desenvolvimento dos adultos para ajudar a travessia
  • 61. Para desenvolver durante as fases da vida, deveriam ser apresentados: -modelos dignos (pais, educadores); -desafios que sejam encarados como possibilidades de experiência e aprendizado; -movimentos em direção à ação, com forte positividade: ESTÍMULO A VONTADE
  • 62. O mundo pode ser compreendido, pode ser manuseado e tem significado. X O mundo é hostil, incompreensível e absurdo
  • 63. Recursos de Enfrentamento A Saúde depende da habilidade e dos recursos em enfrentar criativamente. Estes recursos agem contrabalançando, ‘tamponando’, bloqueando os impactos negativos de agentes estressores, assim prevenindo quebras da homeostase, através de uma heterostase rítmica.
  • 64. Educar a criança para encontrar a si mesma Construção da família, respeitando cada fase da infância e seus níveis de consciência:
  • 65. Primeiro setênio Oferecendo os “envólucros” (sentidos corporais: toque quente, vitalidade, movimento e equilíbrio) necessários para o “des envolvimento”. Base do desenvolvimento da vontade, da bondade e do SNS
  • 66. Segundo setênio Desenvolvimento do mundo dos sentimentos, do senso estético e do Sistema Rítmico Percepção sensorial se aprofunda (paladar, olfato, visão e temperatura) Encontro e Diálogo Autoridade amorosa
  • 67. Terceiro setênio Desenvolvimento do mundo dos pensamentos, dos membros, da sexualidade (SMSM) – Escola dos peripatéticos e o INTERESSE (Filosofar). Sentidos em direção ao outro (audição, palavra, pensamento alheio e eu alheio - alteridade), discernimento da verdade dentro. Promoção de experiências de expansão da consciência, crescimento pessoal, auto-estima, desafios psicomotores esportivos e artístico-criativos (sem uso de drogas)
  • 68. Com 21 anos Organização do Eu perceptível no corpo: -Equilibrio -Postura -‘Olhar presente’ -Homeotermia -Imunocompetência
  • 69. Eu presente na psique: -Concentração -Determinação -Coerência -Atuação -‘Presença de espírito’ e domínio dos aspectos femininos e masculinos da psique (3 x 3)
  • 70. Portal do Eu Individualidade Salutogênese Resiliência (Resistência ao stress) Self-regulation TH3 (adequada imunidade) Religiosidade