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O REALISMO

1. As transformações na Europa do século XIX

     Por meados do século XIX, as profundas transformações operadas pelo motor a
vapor de água na produção industrial, nos transportes, na economia e nas relações
sociais tinham feito surgir problemas e maneiras colectivas de pensar e sentir, já
muito diferentes de tudo aquilo que estava na base do Iluminismo e da Revolução
Francesa. No terreno científico, as concepções mecanicistas foram ultrapassadas: a
termodinâmica mostrava a unidade e conversibilidade existente entre todas as
formas de energia; a química orgânica ligara os fenómenos físico-químicos aos
fisiológicos; as concepções transformistas generalizavam-se, verificando-se que
tudo no mundo tinha uma história, desde os corpos celestes até à crosta terrestre, às
espécies biológicas, às estruturas sociais, aos idiomas e aos princípios jurídicos. Esta
concepção de um mundo todo explicável cientificamente e em constante
transformação reflectiu-se no aparecimento da filosofia da história e afectou as
crenças religiosas muito mais profundamente do que o mecanicismo.
     A nova mentalidade científica e filosófica não podia deixar de reflectir-se no
modo de se encararem os problemas humanos que então se agravavam, com a
industrialização e com a redução de uma percentagem crescente de pessoas à
condição de assalariadas. Mas, além do surto de novas doutrinas históricas ou
sociológicas, tais problemas e tal mentalidade produzem também os seus efeitos na
arte literária. Como vimos, no Romantismo podem distinguir-se duas fases: a
primeira, predominantemente passadista, conservadora, embora adaptada a um novo
tipo de público; a segunda, desde cerca de 1830, em que os escritores entram a
preocupar-se com os problemas humanitários mais clamorosos: a escravatura, que
os mecanismos tornavam dispensável e que tolhia a mecanização; os horários
excessivos do trabalho operário; o sufrágio universal; o analfabetismo; a
delinquência causada pela miséria; a infância abandonada; etc. As consequências
morais e sociais da caça ao lucro foram postas em relevo pelo grande romancista
francês Balzac, na sua série de obras A Comédia Humana; a exploração da infância
e dos miseráveis, as brutalidades do regime prisional então vigente são denunciadas
por V. Hugo e C. Dickens; outros escritores muito populares ridicularizam o
“burguês” e exaltam o humanitarismo (os romancistas franceses Eugène Sue,
Georges Sand, Monnier; os ingleses Kingsley, Carlyle; o poeta Béranger).
     Esta mentalidade científica, esta tendência para retratar os males sociais na obra
literária, estreitamente relacionadas com as revoluções europeias de 1848 e o
aparecimento das primeiras ideologias socialistas, conduziram ao chamado
Realismo, escola de arte que procura esmerar-se na produção típica e desapaixonada
da realidade, especialmente a realidade social humana, e que reage contra o
devaneio individualista sentimental de quase todos os primeiros românticos. Os
mais típicos realistas foram Courbet na pintura e Flaubert no romance (Madame
Bovary).
                               Óscar Lopes e Júlio Martins, Manual Elementar de Literatura Portuguesa




                                                                                                   1
O Realismo surge em toda a Europa na sequência da Revolução Industrial.
Esta revolução favoreceu o desenvolvimento económico e político da burguesia
e a aparição de uma nova classe social: o proletariado.
    As transformações operadas na Europa, na segunda metade do século XIX, nos
aspectos político, social, científico e religioso, vão provocar nos artistas uma nova
atitude perante a literatura e as artes plásticas: o Realismo. Este movimento artístico
inspirar-se-á na vida real, nos factos do quotidiano, no ambiente da vida burguesa,
na miséria dos bairros populares, etc.
    A Espanha e, posteriormente, a França proclamam a República. Victor Manuel
destrói os Estados Pontifícios. Lamarck e Darwin defendem o evolucionismo.
Inventa-se o motor de explosão e o eléctrico. Os progressos tecnológicos aplicados à
indústria desencadeiam uma crise de desemprego. Surge a chamada Questão Social,
caracterizada por lutas reivindicativas e contra a miséria da nova classe nascida da
industrialização – o proletariado. Marx e Engels apontam o socialismo como
solução para as profundas desigualdades económicas e construção de uma sociedade
em que impere a justiça social. Mendel descobre as leis da hereditariedade. À
medida que todos os ramos da ciência punham de lado velhas teses, a literatura ia-se
também desprendendo de:
        • sentimentalismos doentios;
        • idealismos utópicos divorciados da realidade;
        • expressões hipócritas da paixão amorosa, etc.

   A nova mentalidade realista, consequência das circunstâncias sociais da
época: a fantasia e o subjectivismo românticos, assim como a expressão livre
dos sentimentos mais íntimos, são substituídos por tudo aquilo que rodeia o
homem.
   Procurava-se a realidade autêntica e não a deformada pelo mundo romântico. Ao
contrário do Romantismo, os artistas já não pensam em fugir do mundo real; pelo
contrário, a tendência é ater-se unicamente aos factos. Já não valorizam o
sentimento ou a maneira pessoal de ver as coisas, mas antes se voltam para uma
análise das realidades concretas do homem e sua vida quotidiana. É preciso
conhecer e descrever objectivamente a realidade, para depois a modificar.
   Os problemas sociais originados na Revolução Industrial provocaram uma
profunda mudança de mentalidade que se reflectiu na Literatura.
           Enquanto o Romantismo foi um movimento idealista, o Realismo
           interessou-se pela realidade imediata. Os realistas empreenderam a
           análise do meio envolvente partindo sempre da observação e da
           experimentação. O progresso técnico e científico foi um factor
           fundamental no desenvolvimento desta nova atitude.
           Enquanto o Romantismo proclamava a liberdade do indivíduo, o
           Realismo centrava a sua atenção na realidade social.

2. O contexto cultural do Realismo

       O positivismo (de Augusto Comte). Propõe a rigorosa observação e a
       experimentação como únicos métodos para chegar ao conhecimento da
       realidade.
       Para A. Comte, a ciência só deve operar com dados que possam ser
       comprovados experimentalmente. A função do cientista é classificar tais


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dados e observar como se relacionam entre si, com o fim de chegar à
       formulação de leis.
       O evolucionismo de Darwin. Este cientista defende que todas as espécies
       vivas são o resultado de um processo evolutivo em que a selecção natural
       desempenhou um papel determinante. Só as espécies que evoluíram para
       adaptar-se ao seu meio sobreviveram.
       O marxismo, criado por Karl Marx, que despojou a filosofia de todo o
       sentido transcendente e reivindicou a melhoria das condições materiais de
       vida do ser humano. Marx considerava que as formas de trabalho, isto é, as
       relações de produção, são o verdadeiro motor da História. O marxismo
       propôs a transformação radical da sociedade capitalista mediante a
       organização do proletariado, a conquista revolucionária do Estado pelos
       trabalhadores e o estabelecimento da sociedade sem classes. Estas ideias
       influíram decisivamente no desenvolvimento do movimento operário na
       Europa.

3. Do Romantismo ao Realismo

    O Romantismo impõe-se oficialmente em Portugal com a publicação do poema
Camões de A. Garrett, em 1821. Surgindo como oposição ao neoclassicismo, afirma
a necessidade de terminar com todas as limitações à liberdade individual,
preconizando a abolição das tiranias políticas e artísticas. Este movimento literário
apontava para uma liberdade de sentir, de pensar e de escrever que punha em causa
o velho equilíbrio clássico. A arte não necessitava de génio, estudo, imitação.
    No entanto, como tudo na vida, se o Romantismo teve a sua época áurea, a partir
de determinado momento entra numa fase que poderemos designar de
“degenerescência”. O próprio A. Garrett já se refere a isso quando desmistifica nas
Viagens na Minha Terra os “clichés” batidos e convencionais, a imitação saloia, a
falta de maturidade e de gosto que enforma a literatura, sobretudo a poesia. Essa
degenerescência teve expressão no Ultra-Romantismo que foi o reflexo da paz podre
da “Regeneração”. O mau gosto, o convencionalismo, o vocabulário estereotipado, o
isolamento face à realidade não só nacional, como estrangeira, enformam a poesia
ultra-romântica.
    Os adeptos desta corrente literária – Mendes Leal, Tomás Ribeiro, Bulhão Pato,
Soares de Passos, João de Lemos – acolhem-se à sombra tutelar de Feliciano de
Castilho, habituando-se à crítica do elogio mútuo e repudiando outra crítica que os
pusesse em causa.
    Entretanto, começavam a chegar a Portugal todas as “novidades” decorrentes das
novas teorias filosóficas e das profundas transformações sociais, científicas e
tecnológicas vividas pelas sociedades do Centro da Europa. Estas “notícias” vão
gerar um espírito de rebelião nalguns estudantes de Coimbra, a partir de 1860.
Lutam contra o ensino ministrado na Universidade, manifestando nas suas ideias
uma inconformidade em relação aos valores oficiais da sociedade de então. Dado o
papel que desempenharam ao nível cultural e político, este conjunto de jovens
estudantes de Coimbra ficaram na história do nosso país como a “Geração de 70”.




                                                                                   3
4. A “Geração de 70” e a Questão Coimbrã

    Conceito de geração
    Se tentarmos definir a palavra “geração” na história da cultura de um país,
deparamos antes de mais com uma dificuldade de carácter prático: pertencem a uma
geração todos os que nascem e vivem numa mesma época, dentro de um período
breve (dez ou vinte anos), marcado por tendências comuns importantes, ou
pertencem a ela apenas alguns desses indivíduos que se destacam do conjunto e a
representam verdadeiramente?
    Parece justo aplicar o termo à criação comum de ideias e de obras num
determinado período decisivo da cultura e da literatura de um país. Todavia, essa
criação far-se-á (e permanecerá para o futuro) inevitavelmente a partir de um
número restrito de escritores e de pensadores que serão os verdadeiros iniciadores de
uma geração. Por isso é que o sentido meramente cronológico é, afinal, secundário,
sendo mais importante o puro sentido da criação das ideias em si.

    A “Geração de 70”
    Pode dizer-se que à chamada Geração de 70 pertencem aqueles escritores da
segunda metade do século XIX que a “geraram” no plano das ideias, estéticas ou
outras, e não aqueles que a ela aderiram, prolongando-a historicamente. São eles:
Antero de Quental (1842-1891), Eça de Queirós (1845-1900), Oliveira Martins
(1845-1894) e Ramalho Ortigão (1836-1915). Secundariamente, a ela pertencerão:
Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, Jaime Batalha Reis, Guilherme de Azevedo,
Gomes Leal, Alberto Sampaio ou ainda Adolfo Coelho e Augusto Soromenho.

    Periodização da “Geração de 70”
    Ao nível histórico, a Geração de 70 situa-se no período que vai, grosso modo,
até à proclamação da República, em 1910. A Regeneração separa o período de
ideias revolucionárias do primeiro romantismo de Garrett e de Herculano, um
período em que predomina a instabilidade política, social e económica, da época que
se caracterizou essencialmente por uma estabilidade ligada ao pré-industrialismo de
António Maria Fontes Pereira de Melo.

    A reacção da “Geração de 70” à literatura
    Ao nível das teorias literárias, a Geração de 70 corresponde a um “terceiro
romantismo” (segundo o ensaísta António Sérgio), tendo-se formado no meio
académico de Coimbra e reagido contra o “segundo romantismo”, ou seja, o ultra-
romantismo académico de António Feliciano de Castilho (Questão Coimbrã, que
opõe Antero e Castilho, em 1865), retomando de certo modo, ao nível das ideias
políticas e culturais, o “primeiro romantismo” de Herculano e Garrett. No entanto,
os elementos de influência ideológica são outros: Hegel, Marx, Proudhon, Comte,
Michelet. Também os elementos estéticos de base implicam outras influências,
sobretudo as do romantismo alemão de Heine, do romantismo visionário de Victor
Hugo na sua última fase, do realismo e do naturalismo de Zola e de Flaubert e do
pré-simbolismo de Baudelaire.
    A capacidade crítica da Geração de 70 atinge o seu ponto culminante com a
realização das chamadas Conferências do Casino, de Maio a Junho de 1871. Nelas,
Antero expõe as suas ideias de socialismo utópico, Eça critica o romantismo
decadente e defende as teorias de Taine (para o qual a arte está sobretudo
dependente de factores rácicos, climáticos e sociais) e o realismo à Zola e à Flaubert

                                                                                    4
na arte e no romance. Com o mesmo objectivo doutrinário e crítico, mas ao nível da
crónica jornalística de tipo panfletário, surgem, também em 1871, As Farpas, uma
publicação mensal redigida inicialmente por Ramalho e por Eça.
    Por outro lado, ainda como geração eminentemente crítica, a Geração de 70
ataca a monarquia decadente, preparando a revolução republicana de 1910. Note-se,
no entanto, para lá do espírito crítico geral, a diferença entre socialismo e
republicanismo, verificada sobretudo a partir da polémica entre Antero e Teófilo
Braga a propósito da Teoria da História da Literatura Portuguesa, publicada por
Teófilo em 1872.

    A desistência dos intervenientes da “Geração de 70”
    Todavia, apesar de todo o seu espírito crítico, a Geração de 70, na sua fase final,
desiste de uma acção doutrinária e de uma intervenção histórica concreta, imediata,
transformando-se no Grupo dos Vencidos da Vida. Eça, que fala dos Vencidos da
Vida ironicamente como sendo apenas um “grupo jantante”, que todas as semanas
se reúne no Hotel Bragança “para destapar a terrina da sopa e trocar algumas
considerações amargas sobre o Colares”, acrescenta, num tom céptico e mesmo
derrotista: “para um homem, o ser vencido ou derrotado na vida depende não da
realidade aparente a que chegou – mas do ideal íntimo a que aspirava”. Dois anos
depois destas observações de Eça, Antero suicida-se, em 1891, marcando
tragicamente toda a Geração de 70. Assim, se o espírito crítico predomina nesta
geração, ele é mais ainda de autocrítica exigente e de cepticismo amargo do que de
crítica triunfante e espectacular.
                     “O Realismo em Portugal”, in Boletim Informativo da Fund. C. Gulbenkian,nº2, série V (1979)




Síntese do ideário da “Geração de 70”

   •   Inconformismo com a estagnação cultural a que se chegara.
   •   Rejeição do estilo melodramático e rebuscado do “ultra-romantismo”.
   •   Adesão aos “ventos” da industrialização e da modernidade europeia.
   •   Paixão pela luta contra os grandes problemas sociais.
   •   Reflexão sobre os conflitos políticos.
   •   Questionação da cultura portuguesa desde a sua origem.
   •   Preparação da revolução ideológica e política da sociedade portuguesa.
   •   Revalorização das tradições culturais.
   •   Recriação da língua e da linguagem para permitir a tradução de um mundo
       novo.




                                                                                                              5

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Realismo

  • 1. O REALISMO 1. As transformações na Europa do século XIX Por meados do século XIX, as profundas transformações operadas pelo motor a vapor de água na produção industrial, nos transportes, na economia e nas relações sociais tinham feito surgir problemas e maneiras colectivas de pensar e sentir, já muito diferentes de tudo aquilo que estava na base do Iluminismo e da Revolução Francesa. No terreno científico, as concepções mecanicistas foram ultrapassadas: a termodinâmica mostrava a unidade e conversibilidade existente entre todas as formas de energia; a química orgânica ligara os fenómenos físico-químicos aos fisiológicos; as concepções transformistas generalizavam-se, verificando-se que tudo no mundo tinha uma história, desde os corpos celestes até à crosta terrestre, às espécies biológicas, às estruturas sociais, aos idiomas e aos princípios jurídicos. Esta concepção de um mundo todo explicável cientificamente e em constante transformação reflectiu-se no aparecimento da filosofia da história e afectou as crenças religiosas muito mais profundamente do que o mecanicismo. A nova mentalidade científica e filosófica não podia deixar de reflectir-se no modo de se encararem os problemas humanos que então se agravavam, com a industrialização e com a redução de uma percentagem crescente de pessoas à condição de assalariadas. Mas, além do surto de novas doutrinas históricas ou sociológicas, tais problemas e tal mentalidade produzem também os seus efeitos na arte literária. Como vimos, no Romantismo podem distinguir-se duas fases: a primeira, predominantemente passadista, conservadora, embora adaptada a um novo tipo de público; a segunda, desde cerca de 1830, em que os escritores entram a preocupar-se com os problemas humanitários mais clamorosos: a escravatura, que os mecanismos tornavam dispensável e que tolhia a mecanização; os horários excessivos do trabalho operário; o sufrágio universal; o analfabetismo; a delinquência causada pela miséria; a infância abandonada; etc. As consequências morais e sociais da caça ao lucro foram postas em relevo pelo grande romancista francês Balzac, na sua série de obras A Comédia Humana; a exploração da infância e dos miseráveis, as brutalidades do regime prisional então vigente são denunciadas por V. Hugo e C. Dickens; outros escritores muito populares ridicularizam o “burguês” e exaltam o humanitarismo (os romancistas franceses Eugène Sue, Georges Sand, Monnier; os ingleses Kingsley, Carlyle; o poeta Béranger). Esta mentalidade científica, esta tendência para retratar os males sociais na obra literária, estreitamente relacionadas com as revoluções europeias de 1848 e o aparecimento das primeiras ideologias socialistas, conduziram ao chamado Realismo, escola de arte que procura esmerar-se na produção típica e desapaixonada da realidade, especialmente a realidade social humana, e que reage contra o devaneio individualista sentimental de quase todos os primeiros românticos. Os mais típicos realistas foram Courbet na pintura e Flaubert no romance (Madame Bovary). Óscar Lopes e Júlio Martins, Manual Elementar de Literatura Portuguesa 1
  • 2. O Realismo surge em toda a Europa na sequência da Revolução Industrial. Esta revolução favoreceu o desenvolvimento económico e político da burguesia e a aparição de uma nova classe social: o proletariado. As transformações operadas na Europa, na segunda metade do século XIX, nos aspectos político, social, científico e religioso, vão provocar nos artistas uma nova atitude perante a literatura e as artes plásticas: o Realismo. Este movimento artístico inspirar-se-á na vida real, nos factos do quotidiano, no ambiente da vida burguesa, na miséria dos bairros populares, etc. A Espanha e, posteriormente, a França proclamam a República. Victor Manuel destrói os Estados Pontifícios. Lamarck e Darwin defendem o evolucionismo. Inventa-se o motor de explosão e o eléctrico. Os progressos tecnológicos aplicados à indústria desencadeiam uma crise de desemprego. Surge a chamada Questão Social, caracterizada por lutas reivindicativas e contra a miséria da nova classe nascida da industrialização – o proletariado. Marx e Engels apontam o socialismo como solução para as profundas desigualdades económicas e construção de uma sociedade em que impere a justiça social. Mendel descobre as leis da hereditariedade. À medida que todos os ramos da ciência punham de lado velhas teses, a literatura ia-se também desprendendo de: • sentimentalismos doentios; • idealismos utópicos divorciados da realidade; • expressões hipócritas da paixão amorosa, etc. A nova mentalidade realista, consequência das circunstâncias sociais da época: a fantasia e o subjectivismo românticos, assim como a expressão livre dos sentimentos mais íntimos, são substituídos por tudo aquilo que rodeia o homem. Procurava-se a realidade autêntica e não a deformada pelo mundo romântico. Ao contrário do Romantismo, os artistas já não pensam em fugir do mundo real; pelo contrário, a tendência é ater-se unicamente aos factos. Já não valorizam o sentimento ou a maneira pessoal de ver as coisas, mas antes se voltam para uma análise das realidades concretas do homem e sua vida quotidiana. É preciso conhecer e descrever objectivamente a realidade, para depois a modificar. Os problemas sociais originados na Revolução Industrial provocaram uma profunda mudança de mentalidade que se reflectiu na Literatura. Enquanto o Romantismo foi um movimento idealista, o Realismo interessou-se pela realidade imediata. Os realistas empreenderam a análise do meio envolvente partindo sempre da observação e da experimentação. O progresso técnico e científico foi um factor fundamental no desenvolvimento desta nova atitude. Enquanto o Romantismo proclamava a liberdade do indivíduo, o Realismo centrava a sua atenção na realidade social. 2. O contexto cultural do Realismo O positivismo (de Augusto Comte). Propõe a rigorosa observação e a experimentação como únicos métodos para chegar ao conhecimento da realidade. Para A. Comte, a ciência só deve operar com dados que possam ser comprovados experimentalmente. A função do cientista é classificar tais 2
  • 3. dados e observar como se relacionam entre si, com o fim de chegar à formulação de leis. O evolucionismo de Darwin. Este cientista defende que todas as espécies vivas são o resultado de um processo evolutivo em que a selecção natural desempenhou um papel determinante. Só as espécies que evoluíram para adaptar-se ao seu meio sobreviveram. O marxismo, criado por Karl Marx, que despojou a filosofia de todo o sentido transcendente e reivindicou a melhoria das condições materiais de vida do ser humano. Marx considerava que as formas de trabalho, isto é, as relações de produção, são o verdadeiro motor da História. O marxismo propôs a transformação radical da sociedade capitalista mediante a organização do proletariado, a conquista revolucionária do Estado pelos trabalhadores e o estabelecimento da sociedade sem classes. Estas ideias influíram decisivamente no desenvolvimento do movimento operário na Europa. 3. Do Romantismo ao Realismo O Romantismo impõe-se oficialmente em Portugal com a publicação do poema Camões de A. Garrett, em 1821. Surgindo como oposição ao neoclassicismo, afirma a necessidade de terminar com todas as limitações à liberdade individual, preconizando a abolição das tiranias políticas e artísticas. Este movimento literário apontava para uma liberdade de sentir, de pensar e de escrever que punha em causa o velho equilíbrio clássico. A arte não necessitava de génio, estudo, imitação. No entanto, como tudo na vida, se o Romantismo teve a sua época áurea, a partir de determinado momento entra numa fase que poderemos designar de “degenerescência”. O próprio A. Garrett já se refere a isso quando desmistifica nas Viagens na Minha Terra os “clichés” batidos e convencionais, a imitação saloia, a falta de maturidade e de gosto que enforma a literatura, sobretudo a poesia. Essa degenerescência teve expressão no Ultra-Romantismo que foi o reflexo da paz podre da “Regeneração”. O mau gosto, o convencionalismo, o vocabulário estereotipado, o isolamento face à realidade não só nacional, como estrangeira, enformam a poesia ultra-romântica. Os adeptos desta corrente literária – Mendes Leal, Tomás Ribeiro, Bulhão Pato, Soares de Passos, João de Lemos – acolhem-se à sombra tutelar de Feliciano de Castilho, habituando-se à crítica do elogio mútuo e repudiando outra crítica que os pusesse em causa. Entretanto, começavam a chegar a Portugal todas as “novidades” decorrentes das novas teorias filosóficas e das profundas transformações sociais, científicas e tecnológicas vividas pelas sociedades do Centro da Europa. Estas “notícias” vão gerar um espírito de rebelião nalguns estudantes de Coimbra, a partir de 1860. Lutam contra o ensino ministrado na Universidade, manifestando nas suas ideias uma inconformidade em relação aos valores oficiais da sociedade de então. Dado o papel que desempenharam ao nível cultural e político, este conjunto de jovens estudantes de Coimbra ficaram na história do nosso país como a “Geração de 70”. 3
  • 4. 4. A “Geração de 70” e a Questão Coimbrã Conceito de geração Se tentarmos definir a palavra “geração” na história da cultura de um país, deparamos antes de mais com uma dificuldade de carácter prático: pertencem a uma geração todos os que nascem e vivem numa mesma época, dentro de um período breve (dez ou vinte anos), marcado por tendências comuns importantes, ou pertencem a ela apenas alguns desses indivíduos que se destacam do conjunto e a representam verdadeiramente? Parece justo aplicar o termo à criação comum de ideias e de obras num determinado período decisivo da cultura e da literatura de um país. Todavia, essa criação far-se-á (e permanecerá para o futuro) inevitavelmente a partir de um número restrito de escritores e de pensadores que serão os verdadeiros iniciadores de uma geração. Por isso é que o sentido meramente cronológico é, afinal, secundário, sendo mais importante o puro sentido da criação das ideias em si. A “Geração de 70” Pode dizer-se que à chamada Geração de 70 pertencem aqueles escritores da segunda metade do século XIX que a “geraram” no plano das ideias, estéticas ou outras, e não aqueles que a ela aderiram, prolongando-a historicamente. São eles: Antero de Quental (1842-1891), Eça de Queirós (1845-1900), Oliveira Martins (1845-1894) e Ramalho Ortigão (1836-1915). Secundariamente, a ela pertencerão: Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, Jaime Batalha Reis, Guilherme de Azevedo, Gomes Leal, Alberto Sampaio ou ainda Adolfo Coelho e Augusto Soromenho. Periodização da “Geração de 70” Ao nível histórico, a Geração de 70 situa-se no período que vai, grosso modo, até à proclamação da República, em 1910. A Regeneração separa o período de ideias revolucionárias do primeiro romantismo de Garrett e de Herculano, um período em que predomina a instabilidade política, social e económica, da época que se caracterizou essencialmente por uma estabilidade ligada ao pré-industrialismo de António Maria Fontes Pereira de Melo. A reacção da “Geração de 70” à literatura Ao nível das teorias literárias, a Geração de 70 corresponde a um “terceiro romantismo” (segundo o ensaísta António Sérgio), tendo-se formado no meio académico de Coimbra e reagido contra o “segundo romantismo”, ou seja, o ultra- romantismo académico de António Feliciano de Castilho (Questão Coimbrã, que opõe Antero e Castilho, em 1865), retomando de certo modo, ao nível das ideias políticas e culturais, o “primeiro romantismo” de Herculano e Garrett. No entanto, os elementos de influência ideológica são outros: Hegel, Marx, Proudhon, Comte, Michelet. Também os elementos estéticos de base implicam outras influências, sobretudo as do romantismo alemão de Heine, do romantismo visionário de Victor Hugo na sua última fase, do realismo e do naturalismo de Zola e de Flaubert e do pré-simbolismo de Baudelaire. A capacidade crítica da Geração de 70 atinge o seu ponto culminante com a realização das chamadas Conferências do Casino, de Maio a Junho de 1871. Nelas, Antero expõe as suas ideias de socialismo utópico, Eça critica o romantismo decadente e defende as teorias de Taine (para o qual a arte está sobretudo dependente de factores rácicos, climáticos e sociais) e o realismo à Zola e à Flaubert 4
  • 5. na arte e no romance. Com o mesmo objectivo doutrinário e crítico, mas ao nível da crónica jornalística de tipo panfletário, surgem, também em 1871, As Farpas, uma publicação mensal redigida inicialmente por Ramalho e por Eça. Por outro lado, ainda como geração eminentemente crítica, a Geração de 70 ataca a monarquia decadente, preparando a revolução republicana de 1910. Note-se, no entanto, para lá do espírito crítico geral, a diferença entre socialismo e republicanismo, verificada sobretudo a partir da polémica entre Antero e Teófilo Braga a propósito da Teoria da História da Literatura Portuguesa, publicada por Teófilo em 1872. A desistência dos intervenientes da “Geração de 70” Todavia, apesar de todo o seu espírito crítico, a Geração de 70, na sua fase final, desiste de uma acção doutrinária e de uma intervenção histórica concreta, imediata, transformando-se no Grupo dos Vencidos da Vida. Eça, que fala dos Vencidos da Vida ironicamente como sendo apenas um “grupo jantante”, que todas as semanas se reúne no Hotel Bragança “para destapar a terrina da sopa e trocar algumas considerações amargas sobre o Colares”, acrescenta, num tom céptico e mesmo derrotista: “para um homem, o ser vencido ou derrotado na vida depende não da realidade aparente a que chegou – mas do ideal íntimo a que aspirava”. Dois anos depois destas observações de Eça, Antero suicida-se, em 1891, marcando tragicamente toda a Geração de 70. Assim, se o espírito crítico predomina nesta geração, ele é mais ainda de autocrítica exigente e de cepticismo amargo do que de crítica triunfante e espectacular. “O Realismo em Portugal”, in Boletim Informativo da Fund. C. Gulbenkian,nº2, série V (1979) Síntese do ideário da “Geração de 70” • Inconformismo com a estagnação cultural a que se chegara. • Rejeição do estilo melodramático e rebuscado do “ultra-romantismo”. • Adesão aos “ventos” da industrialização e da modernidade europeia. • Paixão pela luta contra os grandes problemas sociais. • Reflexão sobre os conflitos políticos. • Questionação da cultura portuguesa desde a sua origem. • Preparação da revolução ideológica e política da sociedade portuguesa. • Revalorização das tradições culturais. • Recriação da língua e da linguagem para permitir a tradução de um mundo novo. 5