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Assembleia Legislativa de São Paulo

Comissão da Verdade
do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
Presidente: Adriano Diogo (PT)
Relator: André Soares (DEM)
Membros Titulares: Ed Thomas (PSB),
Marco Zerbini (PSDB) e Ulysses Tassinari (PV)
Suplentes: Estevam Galvão (DEM),
João Paulo Rillo (PT), Mauro Bragato (PSDB), Orlando
Bolçone (PSB) e Regina Gonçalves (PV)
Assessoria Técnica da Comissão da Verdade:
Ivan Seixas (Coordenador), Amelinha Teles,
Tatiana Merlino, Thais Barreto, Vivian Mendes,
Renan Quinalha e Ricardo Kobayaski
SISNI
Sistema Nacional de Informações

O terrorismo de Estado
implantado no país a
partir do golpe de
Estado de 1964
Todas as informações apresentadas
aqui foram compiladas a partir de
documentos de órgãos de repressão
política da ditadura, principalmente, as
da CSIMM – Comunidade Setorial de
Informações do Ministério da Marinha
Sistema Nacional de Informações (SISNI)
Definição
O Sistema Nacional de Informações (SISNI) é o conjunto de órgãos
destinados à produção de informações em proveito da política de
segurança e da política de desenvolvimento do país.

Funcionamento
Os órgãos de informações não são órgãos de decisão e não têm por
missão apresentar solução para problemas que são objeto de suas
atividades de informações.
O SNI (Serviço Nacional de Informações) é o órgão de cúpula do SISNI
Sistema Nacional de Informações (SISNI)
CIE – Centro de Informações do Exército
Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério do
Exército, ligado diretamente ao gabinete do Ministro do Exército. Esse
órgão centralizou a repressão clandestina aos movimentos de oposição à
ditadura. Foi o responsável pela criação e manutenção dos centros
clandestinos em Petrópolis (RJ) (conhecido como Casa da Morte), em
Itapevi (SP) (conhecido como Boate) e no bairro de Parelheiros, zona sul
de São Paulo (conhecido como Fazenda 31 de março de 1964), onde
muitos militantes foram torturados e assassinados.
Na chamada Casa da Morte de Petrópolis foram torturados e
assassinadas dezenas de pessoas. Seus corpos nunca mais foram
encontrados e relatos de antigos repressores dão conta de que teriam
sido esquartejados ou cremados em fornos de uma usina de açúcar.
Sistema Nacional de Informações (SISNI)
CISA – Centro de Informação da Aeronáutica
Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério da
Aeronáutica, ligado diretamente ao gabinete do Ministro da Aeronáutica. A

mais conhecida unidade desse órgão foi instalada na Base Aérea do
Galeão, Rio de Janeiro. De atuação mais discreta, não foi menos cruel no
uso de torturas e assassinatos do que suas congêneres

CENIMAR – Centro Nacional de Informações da Marinha
Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério da
Marinha, ligado diretamente ao gabinete do Ministro da Marinha.
A unidade mais conhecida do CENIMAR foi na Ilha das Flores (RJ)

CIEx – Centro de Informações do Exterior
Órgão não oficial de informações e controle da atuação dos exilados e
banidos brasileiros, era coordenado pelos membros da DSI do Ministério
das Relações Exteriores e articulava com os outros centros militares de
informação a operação da chamada Operação Condor
Sistema Nacional de Informações (SISNI)
CODI – Centro de Operações de Defesa Interna
Órgão de planejamento e comando da estrutura militar de repressão
militar no país. O CODI central era ligado e respondia diretamente ao EMFA
– Estado Maior das Forças Armadas, que reunia os responsáveis pela
repressão das três armas (Exército, Marinha e Aeronáutica. Abaixo dele
havia os CODIs de cada arma e os CODI regionais das regiões militares. O
CODI regional era comandado pelo Chefe do Estado Maior da arma.

DOI – Destacamento de Operações e Informação
Braço operacional do CODI da arma correspondente, o DOI realizava a
repressão direta e era o responsável pelas torturas, assassinatos e
desaparecimentos como determinado pelo CODI, que fazia o
planejamento das operações de repressão
Sistema Nacional de Informações (SISNI)
DSI – Divisão de Segurança e Informação
Cada ministério tinha uma DSI - Divisão de Segurança e Informação,
que era um serviço secreto específico para sua área de atuação.
Tinha como tarefa vigiar funcionários públicos, cidadãos e detectar
possíveis inimigos do regime, para fornecer essas informações ao SNI
(Serviço Nacional de Informações), órgão central da rede repressiva

ASI – Assessoria de Segurança e Informação
As ASI – Assessoria de Segurança e Informação eram o braço operacional
das Divisões de Segurança e Informação do Ministérios. Atuavam dentro
de empresas estatais, autarquias e Universidades.
Eram também conhecidas como AESI – Assessoria Especial de Segurança
e Informação, como no caso da USP – Universidade de São Paulo
ORGANOGRAMA DO SISNI (Sistema Nacional de Informações)
Presidência da República
C. S. N.

Poder Judiciário
(Eventual)

Poder Legislativo

Ministérios Militares

Ministros de Estado

SNI
EMFA

Exército (CIE)
Marinha (CENIMAR)

Relações Exteriores (CIEx)

Aeronáutica (CISA)

Ministérios Civis (DSIs)

Comunidades
Complementares

Agricultura
Comunicações

Distrito Federal

Educação e Cultura
Território Amapá
Fazenda
Indústria e Comércio
Interior

Território Rondônia
Território Roraima

Justiça
Minas e Energia

Demais informações e informes

Planejamento
Saúde
Trabalho
Transportes

Informações e informes estratégicos
Origens do SNI (Serviço Nacional de Informações)

IBAD

IPES

Instituto Brasileiro de Ação Democrática

Instituto de Pesquisas Econômico Social

Fundadores ostensivos:
-Ivan Hasslocher
- Gilbert Huber Jr
-Glycon de Paiva
-Paulo Ayres Filho.

Fundadores ostensivos:
- Augusto Trajano de Azevedo Antunes (Grupo Caemi)
- Antônio Gallotti (multinacional Light)
Fundador de fato:
- General Golbery do Couto e Silva (ESG)

-Financiadores ostensivos:
- Embaixada dos EUA (embaixador Lincoln Gordon)
- Cruzeiro do Sul (grupo Varig)
- ICOMI (Mineradora - Serra do Navio)
- Light (multinacional de energia)
- Refinaria União (petrolífera)
- Listas Telefônicas Brasileiras
-Banco Nacional (Magalhães Pinto)

Linha de atuação:
-Financiamento de campanhas contra o
governo João Goulart, com recursos de
empresas dos EUA
-Promoção de manifestações
anticomunistas contra o governo
democrático do presidente João Goulart

Financiadores ostensivos:
- Embaixada dos EUA (embaixador Lincoln Gordon)
- Cruzeiro do Sul (grupo Varig)
- ICOMI (Mineradora - Serra do Navio)
- Light (multinacional de energia)
- Refinaria União (petrolífera)
- Listas Telefônicas Brasileiras
-Banco Nacional (Magalhães Pinto)

Linha de atuação:
-Produção de material contra o governo
democrático, com recursos de empresas dos EUA
-Serviço secreto com informações sobre as
pessoas leais ao Estado Democrático
-Treinamento e manutenção dos agentes do
MAC - Movimento Anti-Comunista e do
CCC - Comando de Caça aos Comunistas
Origens do SNI (Serviço Nacional de Informações)

IPES

SNI

Instituto de Pesquisas Econômico Social

Serviço Nacional de Informações

Data de criação: 29 de novembro de 1961

Data de criação: 13 de junho de 1964
Absorveu as bases do Serviço Federal de Informações e ContraInformações (SFICI) e a Junta Coordenadora de Informações (JCI)

Fundador de fato:

Fundador:

General Golbery do Couto e Silva (ESG)

General Golbery do Couto e Silva (ESG)

Linha de atuação:

Linha de atuação:

-Serviço secreto clandestino com
informações sobre as pessoas leais ao
Estado Democrático

-Serviço secreto oficial da ditadura, que
centraliza toda a ação de controle,
perseguição e repressão aos opositores

Membros efetivos / Agentes

Agentes:

MAC - Movimento Anti-Comunista e do

Membros do SFICI e da JCI

CCC - Comando de Caça aos Comunistas

MAC - Movimento Anti-Comunista
CCC - Comando de Caça aos Comunistas
Estrutura dos DOI-CODIs

Ditador (presidente)
Serviço Nacional de Informações
Estado Maior das Forças Armadas
CODI - Centro de Operações de Defesa Interna
Força Armada
CODI regional

DOI (Destacamento de Operação e Informação)
Estrutura dos DOI-CODIs

Ditador (presidente)
Serviço Nacional de Informações
Estado Maior das Forças Armadas
CODI - Centro de Operações de Defesa Interna
Chefe do Estado Maior do II Exército
CODI - II Exército

DOIOBAN (Operação Bandeirantes)
(Destacamento de Operação e Informação)
Estrutura dos DOI-CODIs

Ditador (presidente)
SNI
Estado Maior das Forças Armadas
CODI - Centro de Operações de Defesa Interna (Central)
CODI - Exército

CODI Marinha

CODI Aeronáutica

CODI - I Exército

CENIMAR

CISA

DOI (Barão de Mesquita)

DOI (Ilha das Flores)

DOI (Base Aérea do Galeão)
FLUXOGRAMA DE INFORMES E DE INFORMAÇÕES

Comunidades
Comunidades
Comunidades
Complementares
Complementares

Complementares

As Comunidades Complementares
de Informações são responsáveis
pelas atividades de informações
em suas respectivas áreas, e
compreendem as referentes a:

Estados da Federação – DOPS
Serviço Reservado da Polícia Militar (P2)

Municípios
– Entidades privadas selecionadas.

As Comunidades Complementares de
Informações pertencentes às entidades
privadas que forem selecionadas, poderão,
a critério exclusivo do Chefe do SNI,
colaborar no que lhes for solicitado.
Comunidades
Comunidades
Comunidades
Complementares
Complementares
Complementares

Geraldo Resende de Matos
 Os livros de entrada no DOPS/SP registram, entre os anos de 1971 e 1979,
inúmeras vezes a presença de Geraldo Resende de Matos naquele prédio
de repressão e torturas, registrando-se como representante da Fiesp;
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Comunidades
Complementares
Ministério das Relações Exteriores
(CIEx)

Operação
Condor
Ministério das Relações Exteriores (CIEx)
O CIEx – Centro de Informações do Exterior, apesar de
não haver informações sobre sua existência legal, foi o
órgão que deu início ao que se convencionou chamar de
Operação Condor e dirigiu a repressão aos exilados e
banidos brasileiros residentes no exterior.
Também forneceu instrutores de torturas para a
formação de assassinos à serviço das ditaduras do
chamado Cone Sul, onde havia a articulação da repressão
latino americana denominada Operação Condor
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
ASI da CNP – Conselho Nacional do Petróleo

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O terror da ditadura

  • 1. Assembleia Legislativa de São Paulo Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” Presidente: Adriano Diogo (PT) Relator: André Soares (DEM) Membros Titulares: Ed Thomas (PSB), Marco Zerbini (PSDB) e Ulysses Tassinari (PV) Suplentes: Estevam Galvão (DEM), João Paulo Rillo (PT), Mauro Bragato (PSDB), Orlando Bolçone (PSB) e Regina Gonçalves (PV) Assessoria Técnica da Comissão da Verdade: Ivan Seixas (Coordenador), Amelinha Teles, Tatiana Merlino, Thais Barreto, Vivian Mendes, Renan Quinalha e Ricardo Kobayaski
  • 2. SISNI Sistema Nacional de Informações O terrorismo de Estado implantado no país a partir do golpe de Estado de 1964
  • 3. Todas as informações apresentadas aqui foram compiladas a partir de documentos de órgãos de repressão política da ditadura, principalmente, as da CSIMM – Comunidade Setorial de Informações do Ministério da Marinha
  • 4. Sistema Nacional de Informações (SISNI) Definição O Sistema Nacional de Informações (SISNI) é o conjunto de órgãos destinados à produção de informações em proveito da política de segurança e da política de desenvolvimento do país. Funcionamento Os órgãos de informações não são órgãos de decisão e não têm por missão apresentar solução para problemas que são objeto de suas atividades de informações. O SNI (Serviço Nacional de Informações) é o órgão de cúpula do SISNI
  • 5. Sistema Nacional de Informações (SISNI) CIE – Centro de Informações do Exército Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério do Exército, ligado diretamente ao gabinete do Ministro do Exército. Esse órgão centralizou a repressão clandestina aos movimentos de oposição à ditadura. Foi o responsável pela criação e manutenção dos centros clandestinos em Petrópolis (RJ) (conhecido como Casa da Morte), em Itapevi (SP) (conhecido como Boate) e no bairro de Parelheiros, zona sul de São Paulo (conhecido como Fazenda 31 de março de 1964), onde muitos militantes foram torturados e assassinados. Na chamada Casa da Morte de Petrópolis foram torturados e assassinadas dezenas de pessoas. Seus corpos nunca mais foram encontrados e relatos de antigos repressores dão conta de que teriam sido esquartejados ou cremados em fornos de uma usina de açúcar.
  • 6. Sistema Nacional de Informações (SISNI) CISA – Centro de Informação da Aeronáutica Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério da Aeronáutica, ligado diretamente ao gabinete do Ministro da Aeronáutica. A mais conhecida unidade desse órgão foi instalada na Base Aérea do Galeão, Rio de Janeiro. De atuação mais discreta, não foi menos cruel no uso de torturas e assassinatos do que suas congêneres CENIMAR – Centro Nacional de Informações da Marinha Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério da Marinha, ligado diretamente ao gabinete do Ministro da Marinha. A unidade mais conhecida do CENIMAR foi na Ilha das Flores (RJ) CIEx – Centro de Informações do Exterior Órgão não oficial de informações e controle da atuação dos exilados e banidos brasileiros, era coordenado pelos membros da DSI do Ministério das Relações Exteriores e articulava com os outros centros militares de informação a operação da chamada Operação Condor
  • 7. Sistema Nacional de Informações (SISNI) CODI – Centro de Operações de Defesa Interna Órgão de planejamento e comando da estrutura militar de repressão militar no país. O CODI central era ligado e respondia diretamente ao EMFA – Estado Maior das Forças Armadas, que reunia os responsáveis pela repressão das três armas (Exército, Marinha e Aeronáutica. Abaixo dele havia os CODIs de cada arma e os CODI regionais das regiões militares. O CODI regional era comandado pelo Chefe do Estado Maior da arma. DOI – Destacamento de Operações e Informação Braço operacional do CODI da arma correspondente, o DOI realizava a repressão direta e era o responsável pelas torturas, assassinatos e desaparecimentos como determinado pelo CODI, que fazia o planejamento das operações de repressão
  • 8. Sistema Nacional de Informações (SISNI) DSI – Divisão de Segurança e Informação Cada ministério tinha uma DSI - Divisão de Segurança e Informação, que era um serviço secreto específico para sua área de atuação. Tinha como tarefa vigiar funcionários públicos, cidadãos e detectar possíveis inimigos do regime, para fornecer essas informações ao SNI (Serviço Nacional de Informações), órgão central da rede repressiva ASI – Assessoria de Segurança e Informação As ASI – Assessoria de Segurança e Informação eram o braço operacional das Divisões de Segurança e Informação do Ministérios. Atuavam dentro de empresas estatais, autarquias e Universidades. Eram também conhecidas como AESI – Assessoria Especial de Segurança e Informação, como no caso da USP – Universidade de São Paulo
  • 9. ORGANOGRAMA DO SISNI (Sistema Nacional de Informações) Presidência da República C. S. N. Poder Judiciário (Eventual) Poder Legislativo Ministérios Militares Ministros de Estado SNI EMFA Exército (CIE) Marinha (CENIMAR) Relações Exteriores (CIEx) Aeronáutica (CISA) Ministérios Civis (DSIs) Comunidades Complementares Agricultura Comunicações Distrito Federal Educação e Cultura Território Amapá Fazenda Indústria e Comércio Interior Território Rondônia Território Roraima Justiça Minas e Energia Demais informações e informes Planejamento Saúde Trabalho Transportes Informações e informes estratégicos
  • 10. Origens do SNI (Serviço Nacional de Informações) IBAD IPES Instituto Brasileiro de Ação Democrática Instituto de Pesquisas Econômico Social Fundadores ostensivos: -Ivan Hasslocher - Gilbert Huber Jr -Glycon de Paiva -Paulo Ayres Filho. Fundadores ostensivos: - Augusto Trajano de Azevedo Antunes (Grupo Caemi) - Antônio Gallotti (multinacional Light) Fundador de fato: - General Golbery do Couto e Silva (ESG) -Financiadores ostensivos: - Embaixada dos EUA (embaixador Lincoln Gordon) - Cruzeiro do Sul (grupo Varig) - ICOMI (Mineradora - Serra do Navio) - Light (multinacional de energia) - Refinaria União (petrolífera) - Listas Telefônicas Brasileiras -Banco Nacional (Magalhães Pinto) Linha de atuação: -Financiamento de campanhas contra o governo João Goulart, com recursos de empresas dos EUA -Promoção de manifestações anticomunistas contra o governo democrático do presidente João Goulart Financiadores ostensivos: - Embaixada dos EUA (embaixador Lincoln Gordon) - Cruzeiro do Sul (grupo Varig) - ICOMI (Mineradora - Serra do Navio) - Light (multinacional de energia) - Refinaria União (petrolífera) - Listas Telefônicas Brasileiras -Banco Nacional (Magalhães Pinto) Linha de atuação: -Produção de material contra o governo democrático, com recursos de empresas dos EUA -Serviço secreto com informações sobre as pessoas leais ao Estado Democrático -Treinamento e manutenção dos agentes do MAC - Movimento Anti-Comunista e do CCC - Comando de Caça aos Comunistas
  • 11. Origens do SNI (Serviço Nacional de Informações) IPES SNI Instituto de Pesquisas Econômico Social Serviço Nacional de Informações Data de criação: 29 de novembro de 1961 Data de criação: 13 de junho de 1964 Absorveu as bases do Serviço Federal de Informações e ContraInformações (SFICI) e a Junta Coordenadora de Informações (JCI) Fundador de fato: Fundador: General Golbery do Couto e Silva (ESG) General Golbery do Couto e Silva (ESG) Linha de atuação: Linha de atuação: -Serviço secreto clandestino com informações sobre as pessoas leais ao Estado Democrático -Serviço secreto oficial da ditadura, que centraliza toda a ação de controle, perseguição e repressão aos opositores Membros efetivos / Agentes Agentes: MAC - Movimento Anti-Comunista e do Membros do SFICI e da JCI CCC - Comando de Caça aos Comunistas MAC - Movimento Anti-Comunista CCC - Comando de Caça aos Comunistas
  • 12. Estrutura dos DOI-CODIs Ditador (presidente) Serviço Nacional de Informações Estado Maior das Forças Armadas CODI - Centro de Operações de Defesa Interna Força Armada CODI regional DOI (Destacamento de Operação e Informação)
  • 13. Estrutura dos DOI-CODIs Ditador (presidente) Serviço Nacional de Informações Estado Maior das Forças Armadas CODI - Centro de Operações de Defesa Interna Chefe do Estado Maior do II Exército CODI - II Exército DOIOBAN (Operação Bandeirantes) (Destacamento de Operação e Informação)
  • 14. Estrutura dos DOI-CODIs Ditador (presidente) SNI Estado Maior das Forças Armadas CODI - Centro de Operações de Defesa Interna (Central) CODI - Exército CODI Marinha CODI Aeronáutica CODI - I Exército CENIMAR CISA DOI (Barão de Mesquita) DOI (Ilha das Flores) DOI (Base Aérea do Galeão)
  • 15. FLUXOGRAMA DE INFORMES E DE INFORMAÇÕES Comunidades Comunidades Comunidades Complementares Complementares Complementares As Comunidades Complementares de Informações são responsáveis pelas atividades de informações em suas respectivas áreas, e compreendem as referentes a: Estados da Federação – DOPS Serviço Reservado da Polícia Militar (P2) Municípios – Entidades privadas selecionadas. As Comunidades Complementares de Informações pertencentes às entidades privadas que forem selecionadas, poderão, a critério exclusivo do Chefe do SNI, colaborar no que lhes for solicitado.
  • 16. Comunidades Comunidades Comunidades Complementares Complementares Complementares Geraldo Resende de Matos  Os livros de entrada no DOPS/SP registram, entre os anos de 1971 e 1979, inúmeras vezes a presença de Geraldo Resende de Matos naquele prédio de repressão e torturas, registrando-se como representante da Fiesp;
  • 26. Ministério das Relações Exteriores (CIEx) Operação Condor
  • 27. Ministério das Relações Exteriores (CIEx) O CIEx – Centro de Informações do Exterior, apesar de não haver informações sobre sua existência legal, foi o órgão que deu início ao que se convencionou chamar de Operação Condor e dirigiu a repressão aos exilados e banidos brasileiros residentes no exterior. Também forneceu instrutores de torturas para a formação de assassinos à serviço das ditaduras do chamado Cone Sul, onde havia a articulação da repressão latino americana denominada Operação Condor
  • 28. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 29. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 30. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 31. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 32. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 33. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 34. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 35. A ação da AESI da USP - Universidade de São Paulo
  • 36. ASI da CNP – Conselho Nacional do Petróleo