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O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO INVESTIGAÇÃO: A ABORDAGEM
 FÍLMICA COMO INSTRUMENTO DESENCADEADOR DE PESQUISA ESCOLAR


 Emily Soares Pereira (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD – bolsista
                                CAPES do programa PIBID)
  Kátia Pontin Richter (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD – bolsista
                                CAPES do programa PIBID)
 Joseana Stecca Farezim Knapp (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD
        Fabiano Antunes (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD


RESUMO


Neste trabalho será relatada uma experiência vivenciada pelos bolsistas do Programa
Institucional de Bolsas de iniciação à Docência (PIBID), em sala de aula após a utilização do
filme ‘Uma chance para viver’. Com a utilização do filme a qual envolvia aspectos de
pesquisa, buscamos trabalhar com os alunos atitudes e procedimentos que caracterizam a
cientificidade de um trabalho e que poderia ser importante não só na formação de futuros
cientistas, mas também, da cidadania. Visando a iniciação à docência o projeto PIBID propõe
oportunidade de intensificar e qualificar o processo de formação e iniciação à docência
através de participação em pesquisas, planejando e executando metodologias inovadoras.


INTRODUÇÃO


           O trabalho trata de algumas experiências adquiridas no decorrer das atividades
realizadas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID),
subprojeto de Biologia, desenvolvido pela Universidade Federal da Grande Dourados
(UFGD) realizado em uma escola pública no interior do Mato Grosso do Sul, atendendo à
educação básica.
           Com o PIBID nós graduandos pudemos ter uma interação maior entre a
universidade e a escola, oferecendo uma participação de experiências e de práticas
pedagógicas além de incentivar as escolas públicas a participar no processo de formação do
licenciando na educação.
            É de grande importância que o graduando em licenciatura tenha uma inclusão no
contexto escolar logo nos primeiros anos, para que a iniciação a docência ocorra antes mesmo
que ele realize os estágios, desta forma facilitando ainda mais seus estágios e sua experiência
como educador.
            Através do Projeto “Cinema na Escola” pudemos ter oportunidades de intensificar
e qualificar o processo de formação e iniciação à docência, a partir de planejamento e
execução de metodologias inovadoras. Uma das estratégias por nós desenvolvidas tratou de
abordar um importante aspecto da Ciência, mencionado em muitos livros didáticos como o
“método científico”. Partindo de situações exibidas em um filme comercial, a qual envolvia
aspectos de pesquisa, buscamos trabalhar com os alunos atitudes e procedimentos que
caracterizam a cientificidade de um trabalho e que poderia ser importante não só na formação
de futuros cientistas mas, também, da cidadania.


A UTILIZAÇÃO DE FILMES COMERCIAIS EM SALA DE AULA


            Neste subprojeto, lançamos mão da utilização de filmes comerciais como recurso
didático desencadeador de interações entre alunos e professores no intuito de auxiliar no
processo ensino-aprendizagem em aulas de Biologia.
            Os filmes podem ser grandes ferramentas como recursos didáticos em sala de
aula, pois com eles podemos desencadear reflexões críticas de cada participante em sala de
aula, na medida em que ele fornece informações, conteúdo, imagens, que proporcionam uma
maneira interativa de exemplificar conceitos.
            No entanto, segundo Krasilchik (2005, p. 63), os dados disponíveis na literatura
indicam que os recursos audiovisuais no ensino de Biologia são pouco ou mal utilizados.
Nesse sentido Mandarino (2002) propõem que o vídeo só deve ser utilizado como estratégia
quando for adequado, quando puder contribuir significativamente para o desenvolvimento do
trabalho.
            Desta forma o vídeo pode servir de apoio a um bom professor, atraindo atenção
dos alunos e fazendo com que aproxime o seu cotidiano a sala de aula. O vídeo, de uma forma
geral, está ligado a cabeça dos alunos como um contexto de lazer, de distração, descanso, e
não a um conteúdo de aula. Por este motivo o professor que irá se servir da utilização de
filmes comercias em suas aulas, deve saber aproveitar explorando essa expectativa positiva
dos alunos para poder atraí-los e desta forma mostrar o conteúdo de assuntos pedagógicos de
uma forma diferenciada, prestando sempre atenção nas pontes que irão ligar o conteúdo ao
filme relatado.
            Em cada filme e atividades trabalhadas procuramos aproveitar ao máximo a
experiência de sermos professores e possibilitamos que os alunos pudessem refletir acerca de
temas tão importantes na formação de sua cidadania.


O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO INVESTIGAÇÃO


            De acordo com Rosito (2008) é imprescindível que no processo de ensino-
aprendizagem haja incentivo de atitudes como a curiosidade, de respeito à diversidade de
opiniões, à persistência na busca e compreensão das informações. Tais conteúdos diferem dos
conceituais, mas não deixam de ser importantes conteúdos de ensino e que podem ser
aprendidos. Para Silva e Zanon (2000), as atividades práticas podem assumir uma importância
fundamental na promoção de aprendizagens significativas em ciências e, por isso,
consideramos importante valorizar propostas alternativas de ensino que demonstre essa
potencialidade da experimentação: a de ajudar os alunos a aprender por meio do
estabelecimento de inter-relações entre os saberes teóricos e práticos inerentes aos processos
do conhecimento escolar em ciências.
            A partir do conhecimento já adquirido pelos alunos e aquele trazido pelo professor
é possível propiciar atividades teórico-práticas que extrapolam conteúdos conceituais e
colaboram para fomentar atitudes e procedimentos importantes para uma melhor participação
cidadã.
            No senso comum, quando se fala sobre o trabalho de um cientista, é frequente se
abordar o método científico como uma maneira segura de se chegar a resultados, a
descobertas verdadeiras. Há um grande respeito pela metodologia cientifica. O que é
“provado” cientificamente tem credibilidade. O método científico é interpretado como um
procedimento definido, testado, confiável, para se chegar ao conhecimento científico: consiste
em compilar “fatos” através de observação e experimentação e experimentação cuidadosa e
em derivar, posteriormente, leis e teorias a partir desses fatos mediante algum processo lógico.
Trabalhar cientificamente é seguir cuidadosamente, disciplinarmente, o método científico.
            Enfim, não há uma receita, uma sequência de passos a priori que garanta alcançar
a verdade. Muitas vezes, o cientista procede por tentativas, vai numa direção, volta, mede
novamente, abandona certas hipóteses porque não tem equipamento adequado, faz uso da
intuição, dá “chutes”, se deprime, se entusiasma, se apega a uma teoria. Enfim, fazer ciência é
uma atividade humana, e conceber o método científico como uma sequência rigorosa de
passos que o cientista segue é conceber de maneira errônea a atividade cientifica.


ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO


            Para o desenvolvimento do projeto, realizamos reuniões preliminares do grupo de
bolsistas, professores supervisores e professor coordenador, onde foram discutidas e
planejadas as ações, tendo em vista os objetivos de ensinar conceitos ligados ao conteúdo
científico e também o desenvolvimento pessoal em busca de uma formação cidadã.
            Então, organizamos nossas atividades em momentos de a) planejamento de ações;
b) exposição e discussão do filme escolhido; c) atividades pós filme; d) reflexão sobre as
ações desenvolvidas, no viés schöniano (SCHÖN, 2000).
            Para exemplificar nossas atividades, abordaremos neste texto uma sequência
didática que focou a questão da investigação científica e possibilidades de investigação
escolar orientada.
            O filme “Uma chance para viver” foi escolhido entre os bolsistas por apresentar
uma história baseada em fatos reais e que proporcionaria uma maneira interativa de ver os
conceitos de método e experimentação cientifica e ainda mostraria aos alunos que há
possibilidades de se tornar um estudante pesquisador, fazendo da pesquisa instrumento de
construção do saber, e não apenas utilizá-la como profissão, e ainda entender que a ciência
não é algo pronto e acabado, e sim algo que é construído.
            Neste trabalho será relatada uma experiência vivenciada em sala de aula após a
utilização do em que propusemos aos alunos uma questão para que pudéssemos trabalhar
dentro de um enfoque investigativo, a qual era:
Por que o ovo fica duro quando cozido, ao contrário de outros alimentos que amolecem?Após
a discussão entre grupo de alunos das práticas cada grupo teve que criar suas hipóteses e
ideias do porque aquele fenômeno ocorria e apresentar para todos da sala, mas sempre
lembrando-os, que as hipóteses são provisórias e sujeitas a comprovações.
           Schön fundamenta seu trabalho na teoria da investigação de John Dewey, na qual
é enfatizada a aprendizagem através do fazer. Não se pode ensinar ao estudante aquilo que é
necessário ele saber, porém, pode-se instruir. E foi através deste pensamento, que elaboramos
a prática que envolve a aglutinação das proteínas do ovo, e esperávamos que através de
pesquisas e hipóteses os alunos respondessem que com a temperatura elevada, rompem-se as
ligações entre as moléculas de aminoácidos, os compostos orgânicos que formam as
proteínas, deixando o ovo duro. O licenciando acompanhava todas as perguntas ocorridas e
instigava-os com mais perguntas chaves para a resolução da pratica, como: O que é
desnaturação proteica?, Quais os agentes responsáveis por esse processo?, e Porque quando
uma proteína é desnaturada ela perde a sua função?.
           O aluno deverá sempre explicitar sua maneira de pensar e o professor deverá
sempre estar atento ao que vem explícito em suas elaborações e em suas incursões sobre o
conhecimento em construção (SCHMITZ; CARVALHO,1992).
              Mesmo antes da prática ocorrer e mesmo conhecendo o verdadeiro significado
do método cientifico, o víamos como uma maneira segura de se chegar a resultados e
descobertas, interpretávamo-nos como um procedimento definido, testado, confiável, para se
chegar ao conhecimento cientifico mediante algum processo lógico. Após discussões para a
elaboração da ação do PIBID na escola, percebemos que não existe uma sequência tão bem
definida de etapas que caracteriza o método cientifico, nem é uma sequência que conduz a
uma descoberta ou a um resultado. Pensando assim, procuramos estimular os alunos a
observar com interesse e atenção, não somente a prática amostrada, mas tudo a sua volta,
levando duvidas e problemas para o grupo, analisando e relembrando o que já se sabia do
assunto e ainda sugerir respostas e soluções, baseadas no que recordou, sem esquecer que as
hipóteses são provisórias e sujeitas a comprovação e revisão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES


           Foi bem notável o interesse e a instigação dos alunos pelos processos acometidos
nas práticas e seus respectivos resultados. O índice de aproveitamento da aula foi excelente, e
todos os alunos participaram com muita disposição. Ao explicarmos os procedimentos que
compunham dada prática, eles também se interessavam em aprendê-los, mas não deixando de
lado a curiosidade que tinham em saber os reais motivos por aquele evento estar daquela
maneira.
           Ao apresentar a prática, em um primeiro momento os alunos não tinham ideia de
que eram as proteínas do ovo que desnaturavam e o endurecia, e arriscavam na hipótese de
haver algo que mudava de forma, talvez alguma substância presente, ou até mesmo alguma
molécula, porém, não sabiam explicar o que, mas tinham a certeza que a transformação brusca
nos estados físicos do ovo ocorria por causa da alta temperatura na qual o ovo era submetido,
e então o licenciando responsável começou a instigá-los, e inicialmente perguntou a eles qual
a constituição do ovo e se eles achavam que havia alguma molécula responsável pelo
processo, qual era ela? A partir de então, os alunos conseguiam relacionar alguns
conhecimentos prévios com as pesquisas realizadas em sala. Outras dicas surgiram, pois eles
por mais esforçados que fossem, não conseguiam de maneira significativa, relacionar os
assuntos associados as proteínas, então a monitora explicou as formas das proteínas e como
ocorria o processo de desnaturação e renaturação, e a partir de então, as buscas por respostas
mais concretas ficaram mais fáceis para o grupo de alunos e logo a hipótese que esperávamos
foi elaborada e posteriormente apresentada.
           Nesse processo de interação entre licenciandos e alunos, procurávamos estimular
aqueles alunos a observar não só aqueles eventos, mas o mundo, com interesse e atenção,
fazendo com que suas duvidas se inter-relacionassem com os conhecimentos prévios,
fazendo-os relembrar os conhecimentos já adquiridos, e assim o sucesso daquela atividade,
fosse concluída.
           “Uma prática com caráter de design é passível de ser aprendida, mas não de ser
ensinada, por métodos de sala de aula. E quando os estudantes são ajudados a aprender a
projetar, as intervenções mais úteis a eles são mais como uma instrução do que um ensino,
como em uma aula prática reflexiva.” (SCHÖN, 2000, p.123)
Alguns alunos relataram dificuldades na elaboração das hipóteses a partir das
observações feitas, mas quando encontravam um caminho mais óbvio para se testar, deixavam
de lado qualquer reclamação e discutiam entre eles uma nova sugestão para a prática. E essas
situações ocorriam com todos os alunos participantes, nas duas salas e com todas as práticas,
pois quando a vontade de abandonar a atividade ocorria, lá estavam os licenciandos
novamente, com dedicação e instigando-os novamente com novas questões e novas hipóteses.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


           Os filmes são excelentes ferramentas didático-pedagógicas disponíveis para os
professores, que serve de grande auxílio no momento de estarem em regência dentro da sala
de aula, e como as escolas possuem mesmo que bem limitado alguns recursos audiovisuais,
fica a critério de cada docente explorá-lo da melhor forma possível, mas é preciso que o
professor esteja em constante pesquisa e leitura, para conseguir fazer análises críticas e
debates de obras cinematográficas com seus alunos, criando assim um gancho entre os
assuntos relatados no filme, e os conteúdos a serem tratados nas aulas.
           Após o filme ser passado, procuramos com a prática da desnaturação das proteínas
do ovo observada pelos alunos, apresentar a produção de conhecimento cientifico como uma
atividade, essencialmente humana (com todas as implicações que isso possa ter) caracterizada
por uma permanente interação entre pensar, sentir e fazer, e que eles mesmos, já tinham o
resultado, bastava identificar os fatores para que aquele procedimento específico desse certo.
           Assim, o conhecimento científico, passa a ser tomado como algo passível de mera
transmissão, de revelação e não como conhecimento a ser elaborado.
           O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, sem dúvida,
constitui-se numa das alternativas potenciais para fortalecer a formação inicial, considerando
as conexões entre os saberes que se constroem na universidade e os saberes que
cotidianamente são produzidos nas unidades escolares. É interessante lembrar que estamos na
busca de uma mudança na educação, tentando trazer metodologias diferenciadas em cada
conteúdo abordado. Nesta busca, criamos diversas situações didáticas que a nosso ver são
inovações em relação à escola tradicional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


KRASILCHIC, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, 2004.
MANDARINO, M. C. Freire. Organizando o trabalho com vídeo em sala de aula. Revista
Eletrônica em Ciências Humanas. Ano 01, n.1, 2002.
ROSITO, B. A. O ensino de Ciências e a experimentação. In: MORAES, R. Construtivismo
e ensino de ciências: reflexões epistemológicas. 3.ed. Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, p.195-
208, 2008.
SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SHIMITZ, R.C; CARVALHO, A.M.P. História da Ciência: Investigando como usá-la num
curso de segundo grau. Florianópolis, dez, 1992.
SILVA, L. H; ZANON, L. B. A experimentação no ensino de Ciências. In:Ensino de
Ciências: Fundamentos e Abordagens. Vieira Gráfica e Editora Ltda. p. 120 a 153, 2000.

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Ensino por filmes e pesquisa

  • 1. O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO INVESTIGAÇÃO: A ABORDAGEM FÍLMICA COMO INSTRUMENTO DESENCADEADOR DE PESQUISA ESCOLAR Emily Soares Pereira (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD – bolsista CAPES do programa PIBID) Kátia Pontin Richter (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD – bolsista CAPES do programa PIBID) Joseana Stecca Farezim Knapp (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD Fabiano Antunes (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD RESUMO Neste trabalho será relatada uma experiência vivenciada pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de iniciação à Docência (PIBID), em sala de aula após a utilização do filme ‘Uma chance para viver’. Com a utilização do filme a qual envolvia aspectos de pesquisa, buscamos trabalhar com os alunos atitudes e procedimentos que caracterizam a cientificidade de um trabalho e que poderia ser importante não só na formação de futuros cientistas, mas também, da cidadania. Visando a iniciação à docência o projeto PIBID propõe oportunidade de intensificar e qualificar o processo de formação e iniciação à docência através de participação em pesquisas, planejando e executando metodologias inovadoras. INTRODUÇÃO O trabalho trata de algumas experiências adquiridas no decorrer das atividades realizadas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de Biologia, desenvolvido pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) realizado em uma escola pública no interior do Mato Grosso do Sul, atendendo à educação básica. Com o PIBID nós graduandos pudemos ter uma interação maior entre a universidade e a escola, oferecendo uma participação de experiências e de práticas
  • 2. pedagógicas além de incentivar as escolas públicas a participar no processo de formação do licenciando na educação. É de grande importância que o graduando em licenciatura tenha uma inclusão no contexto escolar logo nos primeiros anos, para que a iniciação a docência ocorra antes mesmo que ele realize os estágios, desta forma facilitando ainda mais seus estágios e sua experiência como educador. Através do Projeto “Cinema na Escola” pudemos ter oportunidades de intensificar e qualificar o processo de formação e iniciação à docência, a partir de planejamento e execução de metodologias inovadoras. Uma das estratégias por nós desenvolvidas tratou de abordar um importante aspecto da Ciência, mencionado em muitos livros didáticos como o “método científico”. Partindo de situações exibidas em um filme comercial, a qual envolvia aspectos de pesquisa, buscamos trabalhar com os alunos atitudes e procedimentos que caracterizam a cientificidade de um trabalho e que poderia ser importante não só na formação de futuros cientistas mas, também, da cidadania. A UTILIZAÇÃO DE FILMES COMERCIAIS EM SALA DE AULA Neste subprojeto, lançamos mão da utilização de filmes comerciais como recurso didático desencadeador de interações entre alunos e professores no intuito de auxiliar no processo ensino-aprendizagem em aulas de Biologia. Os filmes podem ser grandes ferramentas como recursos didáticos em sala de aula, pois com eles podemos desencadear reflexões críticas de cada participante em sala de aula, na medida em que ele fornece informações, conteúdo, imagens, que proporcionam uma maneira interativa de exemplificar conceitos. No entanto, segundo Krasilchik (2005, p. 63), os dados disponíveis na literatura indicam que os recursos audiovisuais no ensino de Biologia são pouco ou mal utilizados. Nesse sentido Mandarino (2002) propõem que o vídeo só deve ser utilizado como estratégia quando for adequado, quando puder contribuir significativamente para o desenvolvimento do trabalho. Desta forma o vídeo pode servir de apoio a um bom professor, atraindo atenção dos alunos e fazendo com que aproxime o seu cotidiano a sala de aula. O vídeo, de uma forma
  • 3. geral, está ligado a cabeça dos alunos como um contexto de lazer, de distração, descanso, e não a um conteúdo de aula. Por este motivo o professor que irá se servir da utilização de filmes comercias em suas aulas, deve saber aproveitar explorando essa expectativa positiva dos alunos para poder atraí-los e desta forma mostrar o conteúdo de assuntos pedagógicos de uma forma diferenciada, prestando sempre atenção nas pontes que irão ligar o conteúdo ao filme relatado. Em cada filme e atividades trabalhadas procuramos aproveitar ao máximo a experiência de sermos professores e possibilitamos que os alunos pudessem refletir acerca de temas tão importantes na formação de sua cidadania. O ENSINO-APRENDIZAGEM COMO INVESTIGAÇÃO De acordo com Rosito (2008) é imprescindível que no processo de ensino- aprendizagem haja incentivo de atitudes como a curiosidade, de respeito à diversidade de opiniões, à persistência na busca e compreensão das informações. Tais conteúdos diferem dos conceituais, mas não deixam de ser importantes conteúdos de ensino e que podem ser aprendidos. Para Silva e Zanon (2000), as atividades práticas podem assumir uma importância fundamental na promoção de aprendizagens significativas em ciências e, por isso, consideramos importante valorizar propostas alternativas de ensino que demonstre essa potencialidade da experimentação: a de ajudar os alunos a aprender por meio do estabelecimento de inter-relações entre os saberes teóricos e práticos inerentes aos processos do conhecimento escolar em ciências. A partir do conhecimento já adquirido pelos alunos e aquele trazido pelo professor é possível propiciar atividades teórico-práticas que extrapolam conteúdos conceituais e colaboram para fomentar atitudes e procedimentos importantes para uma melhor participação cidadã. No senso comum, quando se fala sobre o trabalho de um cientista, é frequente se abordar o método científico como uma maneira segura de se chegar a resultados, a descobertas verdadeiras. Há um grande respeito pela metodologia cientifica. O que é “provado” cientificamente tem credibilidade. O método científico é interpretado como um procedimento definido, testado, confiável, para se chegar ao conhecimento científico: consiste
  • 4. em compilar “fatos” através de observação e experimentação e experimentação cuidadosa e em derivar, posteriormente, leis e teorias a partir desses fatos mediante algum processo lógico. Trabalhar cientificamente é seguir cuidadosamente, disciplinarmente, o método científico. Enfim, não há uma receita, uma sequência de passos a priori que garanta alcançar a verdade. Muitas vezes, o cientista procede por tentativas, vai numa direção, volta, mede novamente, abandona certas hipóteses porque não tem equipamento adequado, faz uso da intuição, dá “chutes”, se deprime, se entusiasma, se apega a uma teoria. Enfim, fazer ciência é uma atividade humana, e conceber o método científico como uma sequência rigorosa de passos que o cientista segue é conceber de maneira errônea a atividade cientifica. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Para o desenvolvimento do projeto, realizamos reuniões preliminares do grupo de bolsistas, professores supervisores e professor coordenador, onde foram discutidas e planejadas as ações, tendo em vista os objetivos de ensinar conceitos ligados ao conteúdo científico e também o desenvolvimento pessoal em busca de uma formação cidadã. Então, organizamos nossas atividades em momentos de a) planejamento de ações; b) exposição e discussão do filme escolhido; c) atividades pós filme; d) reflexão sobre as ações desenvolvidas, no viés schöniano (SCHÖN, 2000). Para exemplificar nossas atividades, abordaremos neste texto uma sequência didática que focou a questão da investigação científica e possibilidades de investigação escolar orientada. O filme “Uma chance para viver” foi escolhido entre os bolsistas por apresentar uma história baseada em fatos reais e que proporcionaria uma maneira interativa de ver os conceitos de método e experimentação cientifica e ainda mostraria aos alunos que há possibilidades de se tornar um estudante pesquisador, fazendo da pesquisa instrumento de construção do saber, e não apenas utilizá-la como profissão, e ainda entender que a ciência não é algo pronto e acabado, e sim algo que é construído. Neste trabalho será relatada uma experiência vivenciada em sala de aula após a utilização do em que propusemos aos alunos uma questão para que pudéssemos trabalhar dentro de um enfoque investigativo, a qual era:
  • 5. Por que o ovo fica duro quando cozido, ao contrário de outros alimentos que amolecem?Após a discussão entre grupo de alunos das práticas cada grupo teve que criar suas hipóteses e ideias do porque aquele fenômeno ocorria e apresentar para todos da sala, mas sempre lembrando-os, que as hipóteses são provisórias e sujeitas a comprovações. Schön fundamenta seu trabalho na teoria da investigação de John Dewey, na qual é enfatizada a aprendizagem através do fazer. Não se pode ensinar ao estudante aquilo que é necessário ele saber, porém, pode-se instruir. E foi através deste pensamento, que elaboramos a prática que envolve a aglutinação das proteínas do ovo, e esperávamos que através de pesquisas e hipóteses os alunos respondessem que com a temperatura elevada, rompem-se as ligações entre as moléculas de aminoácidos, os compostos orgânicos que formam as proteínas, deixando o ovo duro. O licenciando acompanhava todas as perguntas ocorridas e instigava-os com mais perguntas chaves para a resolução da pratica, como: O que é desnaturação proteica?, Quais os agentes responsáveis por esse processo?, e Porque quando uma proteína é desnaturada ela perde a sua função?. O aluno deverá sempre explicitar sua maneira de pensar e o professor deverá sempre estar atento ao que vem explícito em suas elaborações e em suas incursões sobre o conhecimento em construção (SCHMITZ; CARVALHO,1992). Mesmo antes da prática ocorrer e mesmo conhecendo o verdadeiro significado do método cientifico, o víamos como uma maneira segura de se chegar a resultados e descobertas, interpretávamo-nos como um procedimento definido, testado, confiável, para se chegar ao conhecimento cientifico mediante algum processo lógico. Após discussões para a elaboração da ação do PIBID na escola, percebemos que não existe uma sequência tão bem definida de etapas que caracteriza o método cientifico, nem é uma sequência que conduz a uma descoberta ou a um resultado. Pensando assim, procuramos estimular os alunos a observar com interesse e atenção, não somente a prática amostrada, mas tudo a sua volta, levando duvidas e problemas para o grupo, analisando e relembrando o que já se sabia do assunto e ainda sugerir respostas e soluções, baseadas no que recordou, sem esquecer que as hipóteses são provisórias e sujeitas a comprovação e revisão.
  • 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi bem notável o interesse e a instigação dos alunos pelos processos acometidos nas práticas e seus respectivos resultados. O índice de aproveitamento da aula foi excelente, e todos os alunos participaram com muita disposição. Ao explicarmos os procedimentos que compunham dada prática, eles também se interessavam em aprendê-los, mas não deixando de lado a curiosidade que tinham em saber os reais motivos por aquele evento estar daquela maneira. Ao apresentar a prática, em um primeiro momento os alunos não tinham ideia de que eram as proteínas do ovo que desnaturavam e o endurecia, e arriscavam na hipótese de haver algo que mudava de forma, talvez alguma substância presente, ou até mesmo alguma molécula, porém, não sabiam explicar o que, mas tinham a certeza que a transformação brusca nos estados físicos do ovo ocorria por causa da alta temperatura na qual o ovo era submetido, e então o licenciando responsável começou a instigá-los, e inicialmente perguntou a eles qual a constituição do ovo e se eles achavam que havia alguma molécula responsável pelo processo, qual era ela? A partir de então, os alunos conseguiam relacionar alguns conhecimentos prévios com as pesquisas realizadas em sala. Outras dicas surgiram, pois eles por mais esforçados que fossem, não conseguiam de maneira significativa, relacionar os assuntos associados as proteínas, então a monitora explicou as formas das proteínas e como ocorria o processo de desnaturação e renaturação, e a partir de então, as buscas por respostas mais concretas ficaram mais fáceis para o grupo de alunos e logo a hipótese que esperávamos foi elaborada e posteriormente apresentada. Nesse processo de interação entre licenciandos e alunos, procurávamos estimular aqueles alunos a observar não só aqueles eventos, mas o mundo, com interesse e atenção, fazendo com que suas duvidas se inter-relacionassem com os conhecimentos prévios, fazendo-os relembrar os conhecimentos já adquiridos, e assim o sucesso daquela atividade, fosse concluída. “Uma prática com caráter de design é passível de ser aprendida, mas não de ser ensinada, por métodos de sala de aula. E quando os estudantes são ajudados a aprender a projetar, as intervenções mais úteis a eles são mais como uma instrução do que um ensino, como em uma aula prática reflexiva.” (SCHÖN, 2000, p.123)
  • 7. Alguns alunos relataram dificuldades na elaboração das hipóteses a partir das observações feitas, mas quando encontravam um caminho mais óbvio para se testar, deixavam de lado qualquer reclamação e discutiam entre eles uma nova sugestão para a prática. E essas situações ocorriam com todos os alunos participantes, nas duas salas e com todas as práticas, pois quando a vontade de abandonar a atividade ocorria, lá estavam os licenciandos novamente, com dedicação e instigando-os novamente com novas questões e novas hipóteses. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os filmes são excelentes ferramentas didático-pedagógicas disponíveis para os professores, que serve de grande auxílio no momento de estarem em regência dentro da sala de aula, e como as escolas possuem mesmo que bem limitado alguns recursos audiovisuais, fica a critério de cada docente explorá-lo da melhor forma possível, mas é preciso que o professor esteja em constante pesquisa e leitura, para conseguir fazer análises críticas e debates de obras cinematográficas com seus alunos, criando assim um gancho entre os assuntos relatados no filme, e os conteúdos a serem tratados nas aulas. Após o filme ser passado, procuramos com a prática da desnaturação das proteínas do ovo observada pelos alunos, apresentar a produção de conhecimento cientifico como uma atividade, essencialmente humana (com todas as implicações que isso possa ter) caracterizada por uma permanente interação entre pensar, sentir e fazer, e que eles mesmos, já tinham o resultado, bastava identificar os fatores para que aquele procedimento específico desse certo. Assim, o conhecimento científico, passa a ser tomado como algo passível de mera transmissão, de revelação e não como conhecimento a ser elaborado. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, sem dúvida, constitui-se numa das alternativas potenciais para fortalecer a formação inicial, considerando as conexões entre os saberes que se constroem na universidade e os saberes que cotidianamente são produzidos nas unidades escolares. É interessante lembrar que estamos na busca de uma mudança na educação, tentando trazer metodologias diferenciadas em cada conteúdo abordado. Nesta busca, criamos diversas situações didáticas que a nosso ver são inovações em relação à escola tradicional.
  • 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KRASILCHIC, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. MANDARINO, M. C. Freire. Organizando o trabalho com vídeo em sala de aula. Revista Eletrônica em Ciências Humanas. Ano 01, n.1, 2002. ROSITO, B. A. O ensino de Ciências e a experimentação. In: MORAES, R. Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas. 3.ed. Porto Alegre, Ed. EDIPUCRS, p.195- 208, 2008. SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo. Porto Alegre: Artmed, 2000. SHIMITZ, R.C; CARVALHO, A.M.P. História da Ciência: Investigando como usá-la num curso de segundo grau. Florianópolis, dez, 1992. SILVA, L. H; ZANON, L. B. A experimentação no ensino de Ciências. In:Ensino de Ciências: Fundamentos e Abordagens. Vieira Gráfica e Editora Ltda. p. 120 a 153, 2000.