2. Calcula-se que 815 milhões de pessoas, em todo o mundo sejam vítimas crônicas ou graves de subnutrição, a maior parte das quais são mulheres e crianças dos países em vias de desenvolvimento.
3. A subnutrição crônica, quando não conduz à morte física, implica freqüentemente uma mutilação grave, nomeadamente a falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebês, e cegueira por falta de vitamina A.
4. Todos os anos, dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões de bebês igualmente ameaçados.
5. África Etiópia, Eritréia, Somália, Sudão, Quênia, Uganda e Djibuti a fome que há muito mata nestes países milhões de africanos, já deixou de ser notícia na imprensa internacional. Entre as principais causas desta mortandade está a seca, as guerras e a permanente instabilidade política e religiosa na região.
6. Na África austral, existem presentemente 10 milhões de mulheres, homens e crianças a conhecer formas extremas do flagelo da fome. Malaui, Zimbábue, Lesotho e a Suazilândia são alguns dos países mais afetados. Malaui enfrenta seca e a pior fome nos últimos 50 anos. Segundo o governo, 70% da população de 11 milhões passa fome.
7. As perspectivas de desenvolvimento para este continente são pouco animadoras. Na África subsaariana, o número de pobres pode aumentar de 315 milhões para 404 milhões em 2015, afetando perto de metade da população da região.
8. Ásia A situação é particularmente dramática no Afeganistão, onde cinco a dez milhões de pessoas estão ameaçadas de fome, mas também muito grave na Coréia do Norte, Mongólia, Armênia, Geórgia e Tajiquistão, etc.(Dados de 2002).
9. Médio Oriente No Médio Oriente as projeções do Banco Mundial são também pouco animadoras para esta região, a situação é dramática na Palestina e no Iraque. O número de pobres irá disparar, estimulando o crescimento de conflitos sociais.
10. A intervenção dos EUA no Iraque, para além das vítimas que já produziu, agravou ainda mais esta tragédia.
11. América Latina Milhões de pessoas passam fome na América Latina, segundo o director-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
12. 211 milhões de latino-americanos e caribenhos vivem abaixo da linha de pobreza, com um aumento de 11 milhões desde 1990.
13. As perspectivas futuras continuam a ser pouco risonhas para toda a América Latina. Os efeitos da globalização far-se-ão sentir por muito tempo, nomeadamente através de continuas crises econômicas. As suas frágeis economias estão hoje à mercê das empresas dos países mais ricos.
14. A fome é , portanto, uma verdade mundial que não h á como esconder, uma realidade que atua como um espinho na carne de todos aqueles que se incomodam com ela.
15. O grande te ó logo e pastor batista Martin Luther King em uma de suas c é lebres frases disse: “ O que me assusta não é o grito dos maus, e sim o silêncio dos bons ” .
16. Concordamos com Luther King, pois no que diz respeito á fome, o mais assustador não são os índices, mas a indiferença.
17. Se pensarmos como Luther King, poderemos ter duas posturas diante da fome, indigna ç ão ou conivência.
18. Estamos acostumados a pensar na indignação como um sentimento negativo. Corretamente entendida, a indignação não apenas é aceitável, mas absolutamente necessária para que certas situações sejam transformadas.
19. Sentir indigna ç ão significa reagir diante do mal, não ficar passivo e indiferente, é protestar ativamente contra aquilo que atenta contra a verdade, contra a justi ç a, contra a dignidade humana.
20. Segundo o australiano Peter Singer, professor de bio é tica na universidade de Princeton, em seu mais recente livro, A Vida que Você Pode Salvar , “ h á uma m á cula moral em um mundo rico como o nosso ” .
21. Singer prega que as pessoas em situa ç ão financeira confort á vel deveriam separar 5% de sua renda anual para impedir o sofrimento e a morte dos mais necessitados.
22. Peter Singer não é um te ó rico sobre o assunto. Além de doar 25% de sua renda anual, em um de seus sites ele encoraja as pessoas a fazerem o mesmo, combatendo assim a pobreza mundial.
23. Ele ensina que essa ajuda aos pobres trar á significado e prop ó sito à s nossas vidas.
24. É compreens í vel o sentimento de impotência e de desalento que tomam conta de muitos de boa vontade, diante de sofrimentos tão antigos, poderosos e arraigados na nossa sociedade.
25. Tem-se a impressão que será impossível extirpá-los de nosso meio. Todavia, experiência de outros mostra que não precisa ser assim.
26. Na Inglaterra do século 18, a indignação e as ações concretas de pessoas, como William Wilberforce, contribuíram para o fim do tráfego de escravos e a erradicação do trabalho infantil.
27. Nos Estados Unidos, já no século 20, a indignação e os protestos de Luther King iniciou o vigoroso movimento que resultou no fim da segregação racial.
28. Não podemos calar, ser conivente, com a fome que assola o mundo, matando sem piedade nosso semelhante.