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“Não serei o
   poeta de um
 mundo caduco.
  Também não
cantarei o mundo
     futuro.
  Estou preso à
vida e olho meus
 companheiros.”.




    Drummond
uma rosa nasce para o
                                           povo, será a poesia para o
                                                    coletivo?

                                            É o mais longo de seus livros de
                                          poemas. Para observar sua temática,
                                                vale a pena ler o poema
                                                   "A flor e a náusea".
                                        Nessa época, o mundo vivia os horrores
                                             da Segunda Guerra Mundial, e
                                           Drummond, que nunca fora alheio a
                                         questões ideológicas ou humanas, aos
                                          sofrimentos ou à dor na cidade ou no
                                            campo, escreveu nesse livro sua
                                        indignação e tristeza melancólica com o
                                            mundo, com a violência e com a
                                          necessidade de se ter uma ideologia.




51 poemas escritos entre 1943 e 1945.
O livro mais politizado


  José


                  A rosa
                    do
                  povo
Sentimento
do Mundo
A flor e a náusea
Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'? Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos. (...)
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.

Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua! (...)
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Existencialismo
“Esse desejo de estar vivo alimenta a atitude de
mudança anunciada pela filosofia existencialista.
Ela não é apenas descontentamento e náusea, é
também convite ao
engajamento, não como simples conceito político,
mas como conceito filosófico que assinala os
poderes metafísicos da linguagem.

Assim, ao escrever o poema A Flor e a Náusea ,
Drummond teve a mesma visão que Sartre
representou em seu livro “A náusea”: nele o
filósofo narra a história de um jovem entediado
pela sua vida, até perceber que a arte pode ajudar
a dar o sentido que nele não havia.

Drummond também fala dessa náusea, mas
segundo Antônio Cândido, ela é superada pela
simbologia da flor que tem no seu desabrochar a
semelhança com a própria revolução
Drummond: Poesia Antenada
                                                                        modernista,
                                                                            ou seja,
poesia urbana,
                                                                           sem que
 de um poeta
                                                                          nenhuma
"antenado"                 “Não rimarei a palavra sono
                     Com a incorrespondente palavra outono.                Tradição
                           Rimarei com a palavra carne                  a atrapalhe
                    Ou qualquer outra, que todas me convêm.
                       As palavras não nascem amarradas,
                       Elas saltam, se beijam, se dissolvem,
                       No céu livre por vezes um desenho,
                    São puras, largas, autênticas, indevassáveis.
                        Uma pedra no meio do caminho
                     Ou apenas um rastro, não importa.(...)”

sem rimas,                                                                Discussão
                                 (Consideração do
sem estrofes,                                                                sobre a
sem o cheiro                                                        força da"palavra
do que é antigo.                                                            poética"
Temática


                Dualidade
                        só é possível
  devemos
                        ter uma visão
  participar
                            triste e
politicamente
                        desencantada
   da vida
                           da vida.
"áporo" possui três significados:

    Áporo                                   1.Nome de inseto
                                            2. orquídea
                                            3. termo utilizado em filosofia e matemática para designar um
                                            problema difícil, algo de complicada solução.




Um inseto cava
cava sem alarme             Falta de pontuação, leitura
                            sem pausa, cansaço
perfurando a terra
sem achar escape.

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

                         alusão a Luís Carlos Prestes
Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:
                                Euclides foi um
em verde, sozinha,              matemático, considerado o pai
antieuclidiana,                 da lógica, logo
                                "antieuclidiana", sem lógica a
uma orquídea forma-se.          orquídea
Procura da Poesia                                                    Não recomponhas
                                                                     tua sepultada e merencória infância.
                                                                     Não osciles entre o espelho e a
                                                                     memória em dissipação.
Não faças versos sobre acontecimentos.                               Que se dissipou, não era poesia.
Não há criação nem morte perante a poesia.                           Que se partiu, cristal não era.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.                                              Penetra surdamente no reino das palavras.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.   Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Não faças poesia com o corpo,                                        Estão paralisados, mas não há desespero,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão   há calma e frescura na superfície intata.
lírica.                                                              Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escuro                Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
são indiferentes.                                                    Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Não me reveles teus sentimentos,                                     Espera que cada um se realize e consume
que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem.               com seu poder de palavra
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.                      e seu poder de silêncio.
                                                                     Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.                               Não colhas no chão o poema que se perdeu.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.      Não adules o poema. Aceita-o
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à       como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
linha de espuma.                                                     no espaço.

O canto não é a natureza                                             Chega mais perto e contempla as palavras.
nem os homens em sociedade.                                          Cada uma
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.         tem mil faces secretas sob a face neutra
A poesia (não tires poesia das coisas)                               e te pergunta, sem interesse pela resposta,
elide sujeito e objeto.                                              pobre ou terrível que lhe deres:
                                                                     Trouxeste a chave?
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.                            Repara:
Não te aborreças.                                                    ermas de melodia e conceito
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,                          elas se refugiaram na noite, as palavras.
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família              Ainda úmidas e impregnadas de sono,
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.                   rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Nova Canção do Exílio

   Um sabiá na palmeira, longe.
   Estas aves cantam um outro canto.
   O céu cintila sobre flores úmidas.
   Vozes na mata, e o maior amor.
   Só, na noite,
   seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe.
   Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite,
    seria feliz.
   (Um sabiá, na palmeira, longe.)
   Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo
    é belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
Morte do Leiteiro
                                              “(...) Mas o homem perdeu o sono
                                              de todo, e foge pra rua.
                                              Meu Deus, matei um inocente.
                                              Bala que mata gatuno
                                              também serve pra furtar
                                              a vida de nosso irmão.
                                              Quem quiser que chame médico,
                                              polícia não bota a mão
                                              neste filho de meu pai.
                                              Está salva a propriedade.
                                              A noite geral prossegue,
                                              a manhã custa a chegar,
                                              mas o leiteiro
                                              estatelado, ao relento,
                                              perdeu a pressa que tinha.(...)”




  http://www.youtube.com/watch?v=nniZ1WeYfto&feature=related
Retrato de Família
Este retrato de família
está um tanto empoeirado.           Ficaram traços da família
Já não se vê no rosto do pai        perdidos nos jeitos dos corpos.
quanto dinheiro ele ganhou.         Bastante para sugerir
                                    que um corpo é cheio de surpresas.
Nas mãos dos tios não se percebem
as viagens que ambos fizeram.       A moldura deste retrato
A avó ficou lisa, amarela,          em vão prende suas personagens.
sem memórias da monarquia.          Estão ali voluntariamente,
                                    saberiam - se preciso - voar.
Os meninos, como estão mudados.
O rosto de Pedro é tranqüilo,       Poderiam sutilizar-se
usou os melhores sonhos.            no claro-escuro do salão,
E João não é mais mentiroso.        ir morar no fundo de móveis
                                    ou no bolso de velhos coletes
O jardim tornou-se fantástico.
As flores são placas cinzentas.     A casa tem muitas gavetas
E a areia, sob pés extintos,        e papéis, escadas compridas.
é um oceano de névoa.               Quem sabe a malícia das coisas,
                                    quando a matéria se aborrece?
No semicírculo de cadeiras
nota-se certo movimento.            O retrato não me responde,
As crianças trocam de lugar,        ele me fita e se contempla
mas sem barulho: é um retrato.      nos meus olhos empoeirados.
                                    E no cristal se multiplicam
Vinte anos é um grande tempo.
Modela qualquer imagem.             os parentes mortos e vivos.
Se uma figura vai murchando,        Já não distingo os que se foram
outra, sorrindo, se propõe.         dos que restaram. Percebo apenas
                                    a estranha idéia de família
Esses estranhos assentados,
meus parentes? Não acredito.        viajando através da carne.
São visitas se divertindo
numa sala que se abre pouco.
O caso do vestido
                                                                                  Nossa mãe, não escutamos
                                                                                  pisar de pé no degrau.

                                                                                  Minhas filhas, procurei
                                                                                  aquela mulher do demo.
Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?       se afastou de toda vida,                            E lhe roguei que aplacasse
                              se fechou, se devorou,                              de meu marido a vontade.
Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.       chorou no prato de carne,                           Eu não amo teu marido,
                              bebeu, brigou, me bateu,                            me falou ela se rindo.
Passou quando, nossa mãe?
Era nossa conhecida?          me deixou com vosso berço,                          Mas posso ficar com ele
                              foi para a dona de longe,                           se a senhora fizer gosto,
Minhas filhas, boca presa.
Vosso pai vm chegando.        mas a dona não ligou.                               só pra lhe satisfazer,
                              Em vão o pai implorou.                              não por mim, não quero homem.
Nossa mãe, dizei depressa
que vestido é esse vestido.   Dava apólice, fazenda,                              Olhei para vosso pai,
                              dava carro, dava ouro,                              os olhos dele pediam.
Minhas filhas, mas o corpo
ficou frio e não o veste.     beberia seu sobejo,                                 Olhei para a dona ruim,
                              lamberia seu sapato.                                os olhos dela gozavam.
O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado.        Mas a dona nem ligou.                               O seu vestido de renda,
                              Então vosso pai, irado,                             de colo mui devassado,
Nossa mãe, esse vestido
tanta renda, esse segredo!    me pediu que lhe pedisse,                           mais mostrava que escondia
                              a essa dona tão perversa,                           as partes da pecadora.
Minhas filhas, escutai
palavras de minha boca.       que tivesse paciência                               Eu fiz meu pelo-sinal,
                              e fosse dormir com ele...                           me curvei... disse que sim.
Era uma dona de longe,
vosso pai enamorou-se.        Nossa mãe, por que chorais?                         Sai pensando na morte,
                              Nosso lenço vos cedemos.                            mas a morte não chegava.
E ficou tão transtornado,
se perdeu tanto de nós,       Minhas filhas, vosso pai                            Andei pelas cinco ruas,
                              chega ao pátio. Disfarcemos.                        passei ponte, passei rio,

                                     http://www.youtube.com/watch?v=mmUo_kKrKZo
Recebei esse vestido
                                 última peça de luxo
visitei vossos parentes,                                      e me dai vosso perdão.
                                 que guardei como lembrança                                 O barulho da comida
não comia, não falava,
                                                                                            na boca, me acalentava,
                                                              Olhei para a cara dela,
                                 daquele dia de cobra,
tive uma febre terçã,                                         quede os olhos cintilantes?
                                 da maior humilhação.                                       me dava uma grande paz,
mas a morte não chegava.
                                                                                            um sentimento esquisito
                                                              quede graça de sorriso,
                                 Eu não tinha amor por ele,
Fiquei fora de perigo,                                        quede colo de camélia?
                                 ao depois amor pegou.                                      de que tudo foi um sonho,
fiquei de cabeça branca,
                                                                                            vestido não há... nem nada.
                                                              quede aquela cinturinha
                                 Mas então ele enjoado
perdi meus dentes, meus olhos,                                delgada como jeitosa?
                                 confessou que só gostava                                   Minhas filhas, eis que ouço
costurei, lavei, fiz doce,
                                                                                            vosso pai subindo a escada.
                                                              quede pezinhos calçados
                                 de mim como eu era dantes.
minhas mãos se escalavraram,                                  com sandálias de cetim?
                                 Me joguei a suas plantas,
meus anéis se dispersaram,
                                                              Olhei muito para ela,
                                 fiz toda sorte de dengo,
minha corrente de ouro                                        boca não disse palavra.
                                 no chão rocei minha cara,
pagou conta de farmácia.
                                                              Peguei o vestido, pus
                                 me puxei pelos cabelos,
Vosso pais sumiu no mundo.                                    nesse prego da parede.
                                 me lancei na correnteza,
O mundo é grande e pequeno.
                                                              Ela se foi de mansinho
                                 me cortei de canivete,
Um dia a dona soberba                                         e já na ponta da estrada
                                 me atirei no sumidouro,
me aparece já sem nada,
                                                              vosso pai aparecia.
                                 bebi fel e gasolina,
pobre, desfeita, mofina,                                      Olhou pra mim em silêncio,
                                 rezei duzentas novenas,
com sua trouxa na mão.
                                                              mal reparou no vestido
                                 dona, de nada valeu:
Dona, me disse baixinho,                                      e disse apenas: — Mulher,
                                 vosso marido sumiu.
não te dou vosso marido,
                                                              põe mais um prato na mesa.
                                 Aqui trago minha roupa
que não sei onde ele anda.                                    Eu fiz, ele se assentou,
                                 que recorda meu malfeito
Mas te dou este vestido,
                                                              comeu, limpou o suor,
                                 de ofender dona casada
                                                              era sempre o mesmo homem,
                                 pisando no seu orgulho.
                                                              comia meio de lado
                                                              e nem estava mais velho.
                                                                                            O caso do vestido
O Elefante                                  E já tarde da noite
                                                   volta meu elefante,
                                                   mas volta fatigado,
(…) Eis o meu pobre elefante                       as patas vacilantes
pronto para sair                                   se desmancham no pó.
à procura de amigos                                Ele não encontrou
num mundo enfastiado                               o de que carecia,
que já não crê em bichos                           o de que carecemos,
e duvida das coisas.                               eu e meu elefante,
Ei-lo, massa imponente                             em que amo disfarçar-me.
e frágil, que se abana                             Exausto de pesquisa,
e move lentamente                                  caiu-lhe o vasto engenho
a pele costurada                                   como simples papel.(...)
onde há flores de pano
e nuvens, alusões
a um mundo mais poético
onde o amor reagrupa
as formas naturais.




                      http://www.youtube.com/watch?v=7gSbRxnQHMc
Fontes
•   http://vestibular.uol.com.br/ultnot/livrosresumos/ult2755u120.jhtm
•   http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/98.pdf
•   Google images
•   Youtube videos




                              Pesquisa e organização

Profa. Cláudia Heloísa C. Andria
Contato: clauheloisa@yahoo.com.br

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A flor e a náusea

  • 1. “Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros.”. Drummond
  • 2. uma rosa nasce para o povo, será a poesia para o coletivo? É o mais longo de seus livros de poemas. Para observar sua temática, vale a pena ler o poema "A flor e a náusea". Nessa época, o mundo vivia os horrores da Segunda Guerra Mundial, e Drummond, que nunca fora alheio a questões ideológicas ou humanas, aos sofrimentos ou à dor na cidade ou no campo, escreveu nesse livro sua indignação e tristeza melancólica com o mundo, com a violência e com a necessidade de se ter uma ideologia. 51 poemas escritos entre 1943 e 1945.
  • 3. O livro mais politizado José A rosa do povo Sentimento do Mundo
  • 4. A flor e a náusea Preso à minha classe e a algumas roupas, Vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me'? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. (...) Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova. Porém meu ódio é o melhor de mim. Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima. Uma flor nasceu na rua! (...) Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
  • 5. Existencialismo “Esse desejo de estar vivo alimenta a atitude de mudança anunciada pela filosofia existencialista. Ela não é apenas descontentamento e náusea, é também convite ao engajamento, não como simples conceito político, mas como conceito filosófico que assinala os poderes metafísicos da linguagem. Assim, ao escrever o poema A Flor e a Náusea , Drummond teve a mesma visão que Sartre representou em seu livro “A náusea”: nele o filósofo narra a história de um jovem entediado pela sua vida, até perceber que a arte pode ajudar a dar o sentido que nele não havia. Drummond também fala dessa náusea, mas segundo Antônio Cândido, ela é superada pela simbologia da flor que tem no seu desabrochar a semelhança com a própria revolução
  • 6. Drummond: Poesia Antenada modernista, ou seja, poesia urbana, sem que de um poeta nenhuma "antenado" “Não rimarei a palavra sono Com a incorrespondente palavra outono. Tradição Rimarei com a palavra carne a atrapalhe Ou qualquer outra, que todas me convêm. As palavras não nascem amarradas, Elas saltam, se beijam, se dissolvem, No céu livre por vezes um desenho, São puras, largas, autênticas, indevassáveis. Uma pedra no meio do caminho Ou apenas um rastro, não importa.(...)” sem rimas, Discussão (Consideração do sem estrofes, sobre a sem o cheiro força da"palavra do que é antigo. poética"
  • 7. Temática Dualidade só é possível devemos ter uma visão participar triste e politicamente desencantada da vida da vida.
  • 8. "áporo" possui três significados: Áporo 1.Nome de inseto 2. orquídea 3. termo utilizado em filosofia e matemática para designar um problema difícil, algo de complicada solução. Um inseto cava cava sem alarme Falta de pontuação, leitura sem pausa, cansaço perfurando a terra sem achar escape. Que fazer, exausto, em país bloqueado, enlace de noite raiz e minério? alusão a Luís Carlos Prestes Eis que o labirinto (oh razão, mistério) presto se desata: Euclides foi um em verde, sozinha, matemático, considerado o pai antieuclidiana, da lógica, logo "antieuclidiana", sem lógica a uma orquídea forma-se. orquídea
  • 9. Procura da Poesia Não recomponhas tua sepultada e merencória infância. Não osciles entre o espelho e a memória em dissipação. Não faças versos sobre acontecimentos. Que se dissipou, não era poesia. Não há criação nem morte perante a poesia. Que se partiu, cristal não era. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. Penetra surdamente no reino das palavras. As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Não faças poesia com o corpo, Estão paralisados, mas não há desespero, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão há calma e frescura na superfície intata. lírica. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escuro Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. são indiferentes. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Não me reveles teus sentimentos, Espera que cada um se realize e consume que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem. com seu poder de palavra O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia. e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não cantes tua cidade, deixa-a em paz. Não colhas no chão o poema que se perdeu. O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas. Não adules o poema. Aceita-o Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada linha de espuma. no espaço. O canto não é a natureza Chega mais perto e contempla as palavras. nem os homens em sociedade. Cada uma Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam. tem mil faces secretas sob a face neutra A poesia (não tires poesia das coisas) e te pergunta, sem interesse pela resposta, elide sujeito e objeto. pobre ou terrível que lhe deres: Trouxeste a chave? Não dramatizes, não invoques, não indagues. Não percas tempo em mentir. Repara: Não te aborreças. ermas de melodia e conceito Teu iate de marfim, teu sapato de diamante, elas se refugiaram na noite, as palavras. vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família Ainda úmidas e impregnadas de sono, desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável. rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
  • 10. Nova Canção do Exílio Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe. Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz. (Um sabiá, na palmeira, longe.) Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
  • 11. Morte do Leiteiro “(...) Mas o homem perdeu o sono de todo, e foge pra rua. Meu Deus, matei um inocente. Bala que mata gatuno também serve pra furtar a vida de nosso irmão. Quem quiser que chame médico, polícia não bota a mão neste filho de meu pai. Está salva a propriedade. A noite geral prossegue, a manhã custa a chegar, mas o leiteiro estatelado, ao relento, perdeu a pressa que tinha.(...)” http://www.youtube.com/watch?v=nniZ1WeYfto&feature=related
  • 12. Retrato de Família Este retrato de família está um tanto empoeirado. Ficaram traços da família Já não se vê no rosto do pai perdidos nos jeitos dos corpos. quanto dinheiro ele ganhou. Bastante para sugerir que um corpo é cheio de surpresas. Nas mãos dos tios não se percebem as viagens que ambos fizeram. A moldura deste retrato A avó ficou lisa, amarela, em vão prende suas personagens. sem memórias da monarquia. Estão ali voluntariamente, saberiam - se preciso - voar. Os meninos, como estão mudados. O rosto de Pedro é tranqüilo, Poderiam sutilizar-se usou os melhores sonhos. no claro-escuro do salão, E João não é mais mentiroso. ir morar no fundo de móveis ou no bolso de velhos coletes O jardim tornou-se fantástico. As flores são placas cinzentas. A casa tem muitas gavetas E a areia, sob pés extintos, e papéis, escadas compridas. é um oceano de névoa. Quem sabe a malícia das coisas, quando a matéria se aborrece? No semicírculo de cadeiras nota-se certo movimento. O retrato não me responde, As crianças trocam de lugar, ele me fita e se contempla mas sem barulho: é um retrato. nos meus olhos empoeirados. E no cristal se multiplicam Vinte anos é um grande tempo. Modela qualquer imagem. os parentes mortos e vivos. Se uma figura vai murchando, Já não distingo os que se foram outra, sorrindo, se propõe. dos que restaram. Percebo apenas a estranha idéia de família Esses estranhos assentados, meus parentes? Não acredito. viajando através da carne. São visitas se divertindo numa sala que se abre pouco.
  • 13. O caso do vestido Nossa mãe, não escutamos pisar de pé no degrau. Minhas filhas, procurei aquela mulher do demo. Nossa mãe, o que é aquele vestido, naquele prego? se afastou de toda vida, E lhe roguei que aplacasse se fechou, se devorou, de meu marido a vontade. Minhas filhas, é o vestido de uma dona que passou. chorou no prato de carne, Eu não amo teu marido, bebeu, brigou, me bateu, me falou ela se rindo. Passou quando, nossa mãe? Era nossa conhecida? me deixou com vosso berço, Mas posso ficar com ele foi para a dona de longe, se a senhora fizer gosto, Minhas filhas, boca presa. Vosso pai vm chegando. mas a dona não ligou. só pra lhe satisfazer, Em vão o pai implorou. não por mim, não quero homem. Nossa mãe, dizei depressa que vestido é esse vestido. Dava apólice, fazenda, Olhei para vosso pai, dava carro, dava ouro, os olhos dele pediam. Minhas filhas, mas o corpo ficou frio e não o veste. beberia seu sobejo, Olhei para a dona ruim, lamberia seu sapato. os olhos dela gozavam. O vestido, nesse prego, está morto, sossegado. Mas a dona nem ligou. O seu vestido de renda, Então vosso pai, irado, de colo mui devassado, Nossa mãe, esse vestido tanta renda, esse segredo! me pediu que lhe pedisse, mais mostrava que escondia a essa dona tão perversa, as partes da pecadora. Minhas filhas, escutai palavras de minha boca. que tivesse paciência Eu fiz meu pelo-sinal, e fosse dormir com ele... me curvei... disse que sim. Era uma dona de longe, vosso pai enamorou-se. Nossa mãe, por que chorais? Sai pensando na morte, Nosso lenço vos cedemos. mas a morte não chegava. E ficou tão transtornado, se perdeu tanto de nós, Minhas filhas, vosso pai Andei pelas cinco ruas, chega ao pátio. Disfarcemos. passei ponte, passei rio, http://www.youtube.com/watch?v=mmUo_kKrKZo
  • 14. Recebei esse vestido última peça de luxo visitei vossos parentes, e me dai vosso perdão. que guardei como lembrança O barulho da comida não comia, não falava, na boca, me acalentava, Olhei para a cara dela, daquele dia de cobra, tive uma febre terçã, quede os olhos cintilantes? da maior humilhação. me dava uma grande paz, mas a morte não chegava. um sentimento esquisito quede graça de sorriso, Eu não tinha amor por ele, Fiquei fora de perigo, quede colo de camélia? ao depois amor pegou. de que tudo foi um sonho, fiquei de cabeça branca, vestido não há... nem nada. quede aquela cinturinha Mas então ele enjoado perdi meus dentes, meus olhos, delgada como jeitosa? confessou que só gostava Minhas filhas, eis que ouço costurei, lavei, fiz doce, vosso pai subindo a escada. quede pezinhos calçados de mim como eu era dantes. minhas mãos se escalavraram, com sandálias de cetim? Me joguei a suas plantas, meus anéis se dispersaram, Olhei muito para ela, fiz toda sorte de dengo, minha corrente de ouro boca não disse palavra. no chão rocei minha cara, pagou conta de farmácia. Peguei o vestido, pus me puxei pelos cabelos, Vosso pais sumiu no mundo. nesse prego da parede. me lancei na correnteza, O mundo é grande e pequeno. Ela se foi de mansinho me cortei de canivete, Um dia a dona soberba e já na ponta da estrada me atirei no sumidouro, me aparece já sem nada, vosso pai aparecia. bebi fel e gasolina, pobre, desfeita, mofina, Olhou pra mim em silêncio, rezei duzentas novenas, com sua trouxa na mão. mal reparou no vestido dona, de nada valeu: Dona, me disse baixinho, e disse apenas: — Mulher, vosso marido sumiu. não te dou vosso marido, põe mais um prato na mesa. Aqui trago minha roupa que não sei onde ele anda. Eu fiz, ele se assentou, que recorda meu malfeito Mas te dou este vestido, comeu, limpou o suor, de ofender dona casada era sempre o mesmo homem, pisando no seu orgulho. comia meio de lado e nem estava mais velho. O caso do vestido
  • 15. O Elefante E já tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, (…) Eis o meu pobre elefante as patas vacilantes pronto para sair se desmancham no pó. à procura de amigos Ele não encontrou num mundo enfastiado o de que carecia, que já não crê em bichos o de que carecemos, e duvida das coisas. eu e meu elefante, Ei-lo, massa imponente em que amo disfarçar-me. e frágil, que se abana Exausto de pesquisa, e move lentamente caiu-lhe o vasto engenho a pele costurada como simples papel.(...) onde há flores de pano e nuvens, alusões a um mundo mais poético onde o amor reagrupa as formas naturais. http://www.youtube.com/watch?v=7gSbRxnQHMc
  • 16. Fontes • http://vestibular.uol.com.br/ultnot/livrosresumos/ult2755u120.jhtm • http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/98.pdf • Google images • Youtube videos Pesquisa e organização Profa. Cláudia Heloísa C. Andria Contato: clauheloisa@yahoo.com.br