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ESTRUTURA DA NOSSA CONVERSA
                     - Últimas Pesquisas Brasileiras.
 HISTORIOGRAFIA      - Pesquisas no Rio Grande do Sul
                     - Trabalhos Não-Acadêmicos

                     - Chegada dos Portugueses e Negros .
  UM POUCO DA
                     - A Estância e a Charqueada.
HISTÓRIA DO R G S
                     - Os Gaúchos e Gaudérios

                     - O Papel do Instituto Histórico.
 INVISIBILIDADE DO   - A História Positivista.
NEGRO NA HISTÓRIA
                     - A Mitificação do Gaúcho.


CONTRIBUIÇÃO DOS     -À   Culinária Gauchesca.
   NEGROS AO         - À Música Regional Gaúcha.
  GAUCHISMO
                     - Ao Vocabulário Gauchesco..
                                      Gauchesco
ALGUNS HISTORIADORES QUE
PROCURARAM ANALIZAR A ESCRAVIDÃO
  SEGUNDO NOVAS PERSPECTIVAS


       Florestan Fernandes
         Jacob Gorender
      Ciro Flamarion Cardoso
    João Luis Ribeiro Fragoso
   Hebe Maria Mattos de Castro
         Ronaldo Vainfas
Um olhar sobre a historiografia
            do Rio Grande do Sul
1. A historiografia oficial positivista registrava que foi relativamente
   pequena a importância do negro na história do sul.
2 . Fernando Henrique Cardoso. Capitalismo e escravidão no Brasil
                      Cardoso
   meridional: O negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul.
   1977.
3. Sandra Pesavento. História do Rio Grande do Sul. 1982. Escreve:
                                               Sul
   “Não haverá atividade produtiva ou improdutiva em que ele não
   esteja representado de algum modo”...

4. Mário Maestri. Escravo Gaúcho: resistência e trabalho. 1993.
                                                trabalho
5. Zilá Bern e Margaret Bakos. O negro: Consciência e trabalho. 1998. Na
                                                      trabalho
   obra descrevem que “a importância da mão de obra escrava nas
   diversificadas atividades que caracterizam a história do RGS.
PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.
    Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli
 Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003
• PUC-RS : De 275 dissertações e teses apenas
22 abordam o tema escravidão no RGS.
• UFRGS : De 133 trabalhos somente 5 tratam
desse assunto.
• Observação: Todos os estudos se referem às
regiões de Pelotas, Rio Grande, Bagé, Porto
           Pelotas      Grande Bagé
Alegre e alguns trabalhos fazem uma
abordagem geral.
PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.
    Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli
Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003


  ●
      Quanto aos temas abordados :
1. Relacionados às atividade econômicas, à sociedade
escravista na região das Charqueadas.
 2. Resistência e acomodação, os aspectos da vida
servil na cidade. ( Quilombos )
 3. Não havia pesquisa sobre os negros e o trabalho
livre e trabalho escravo nas estâncias do Rio Grande
do Sul.
Trabalhos e Pesquisas não-
 acadêmicos realizados por
      folcloristas ou
   por representantes do
     Movimentos Negro
Maçambiques




  Em Osório-RS ainda
permanece viva essa festa
       folclórica
CONGADAS

  COROAÇÃO

DA RAINHA GINGA
Capoeira
Batuque
Tentando Reconstruir uma África no Brasil
Samba
   E
Carnaval




           A construção
            identitária
           iniciando na
              infância
Em Porto Alegre
     Olodum
e Filhos de Gandi.
Maracatu




 Apresentado
     Em
Palco ou Teatro
Movimento HiP - HoP
UM POUCO
    DA HISTÓRIA
     DO NEGRO
NO RIO GRANDE DO SUL
OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PELOS PORTUGUESES E NEGROS




                          1682 - Uruguai
                          - Em   Colônia do sacramento




                          1725 - Expedição
                          - Laguna à São José do Norte



                          1737 – Rio Grande
Desde o primeiro momento, os negros exerceram
esse duplo oficio, peão e soldado, na condição de
escravo ou liberto. Na fundação da Colônia do
Sacramento em 1680, Claudio Moreira Bento
                    1680
registra que,

     havia entre os portugueses vindos do Rio de
     Janeiro 200 militares, 3 padres, 60 negros,
                                         negros
     dos quais 41 escravos do comandante, 6
     mulheres índias. Os negros representaram
     mais de 20% do total da expedição, não
     considerados nesta percentagem os negros e
     mulatos livres e soldados ( P.55).³
Quando João Magalhães comandou a “Frota dos 31
Lagunistas”, em 1725, a primeira expedição oficial ao Rio
Grande a mando da Coroa portuguesa, ela era composta, na
maioria, por “pretos mestiços desta raça." (Claudio
Moreira Bento) P.57. A participação dos negros nessas lutas
é frisada pelo autor, que relata os seguintes exemplos:

   Toda esta expansão foi acompanhada por constantes combates,
   refregas, escaramuças e entreveros, nos quais “o negro deu mais do
   que sua simples participação” P.63 Cel.Francisco Ruas Santos
   também por Moreira Bento.

   No Rio Grande do sul, em fins do século 18 e começos do 19, o
   negro foi um dos arquitetos da sociedade rural e militar nesta
   região através de prolongadas lutas” p. 61 Moreira citando
   Arthur Ramos
Em 1737, com um pouco mais de 200 homens,
       1737
Silva Paes ergue, no local onde hoje está a cidade
de Rio Grande, o Presídio Jesus-Maria-José,
                                 Jesus-Maria-José
primeira fundação oficial que selaria definitivamene
a ocupação portuguesa no sul.

        “ Nessa época uma operação como a que se
iniciava era impensável sem a ajuda do braço
escravo ”                       - Mário Maestri.
                                        Maestri
“O ESTANCIEIRO”
   ESTANCIEIRO
    A partir desse momento se intensifica
a distribuição da terra, sesmarias doadas
pelo Rei, aos oficiais por serviços
prestados a coroa portuguesa.

   É a ocupação legal do território e a
estância será um espaço onde o negro
jogará um papel fundamental para
construção da cultura gaúcha.

   Se o negro trabalhou apenas nas
lavouras das estâncias ou se realizou
também as lidas campeiras à cavalo já é
uma discussão superada.
• Na Estância o Negro fez de tudo, ele foi...

 PEÃO CAMPEIRO, GINETE, DOMADOR,
 TROPEIRO, ESQUILADOR, ALAMBRADOR....
            Desde os tempos primitivos
            do velho pago nascente
            o negro esteve presente
            e junto ao guasca bagual
            mostrou valentia igual
            quando não foi mais valente.
  - Décima do negro peão de Oliveira Silveira.
Tropeiro Negro levando mulas para Sorocaba-SP
              Pintura de J. B. Debret
Quando velho foi ...



 - PEÃO   CASEIRO
  - GUASQUEIRO

   - AGREGADO
Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que
  esteve no Estado no século XlX,

         (...) nesta capitania os negros são tratados
com brandura e (...) os brancos com eles se
familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é
verdadeiro para os escravos das estâncias, que
                                      estâncias
são poucos, mas não o é para os das charqueadas
que, [ justifica ] sendo em grande número e cheios
de vícios trazidos da capital, devem ser tratados
com mais rigor. Página 120.
CHARQUEADA

   Era quase uma unidade de
produção industrial em série com
 regime de trabalho intensivo de
 16 horas diárias usando quase
  que exclusivamente escravos
       como mão de obra.
                   obra
CHARQUEADA OU SALADEIRO
     1779 – José Pinto Martins          ( Português ou do Cearense )
Depois de uma grande seca no nordeste, em 1777, transfere seu saladeiro,
   Criando no Sul do país, em Pelotas, a primeira fabrica de Charque.

    CHARQUE = Carne de Sol, Carne de Vento, Carne seca, Jabá,
                   Carne do Sertão, Jabá, Carne do Ceará.
CHARQUEADOR
“GAUCHOS” HISTÓRICOS
  O uso “ilegal” do espaço
             Os gaúchos ou gaudérios eram
             grupos de homens formado
             por desertores dos exércitos
             espanhóis ou portugueses,
             eram índios guaranis que
             fugiram das missões, índios
             charruas que não aceitaram a
             catequese e negros que
             fugiam das charqueadas ou
             das estâncias, segundo
             historiadores do Uruguai e
             Argentina.
- Gaúchos ou Gaudérios caçando o gado selvagem-orelhano
sem marca - Conforme Mário Maestri e Décio Freitas esse agrupamento
de homens seria uma espécie de Quilombos agro-pastoris..
                               - Pintura de Jean Baptista Debret
Segundo Maestri, a historiografia não faz referências,
especificamente, a quilombos no Rio Grande do Sul. Quando
registra a existência de algum, o faz rapidamente, e apenas
de passagem, sem maiores explicações ou comentários.
Mas sabe-se, que os negros fugiam e se organizaram em
quilombos nas campanhas. O tipo de quilombo que se
                  campanhas
rapidamente e raramente é citado é o "quilombo pastoril",
localizado nas campanhas povoadas pelo gado chimarrão. Os
negros abatiam o gado selvagem, extrair o couro, os chifres e
                         selvagem
outros acessórios para vendê-los aos aventureiros
portugueses ou castelhanos. Abrigavam nos seus quilombos,
brancos e índios, mas mantinham o controle da comunidade e
do processo de produção.
    O gaúcho foi o tipo étnico e social
                         produzido por tais quilombos.
                                            quilombos
RELATOS HISTÓRICOS
• Miguel Lastarria em 1805 :

“...Estão sempre sujos, suas
  barbas sempre por fazer,
  andam descalços, e mesmo
  sem calças sob a completa
  cobertura do poncho. [...]
  Trabalham apenas para
  adquirir o tabaco que fumam
  e a erva-mate paraguaia que
  tomam ...”.
RELATOS HISTÓRICOS

       Ricardo Rodriguez Molas
       historiador Argentino – 1746

     “...aquí
            llamamos
      gauderios, gente que
      vive como quiere sin
      saber de dónde viven o
      de qué se alimentan,
      pues no trabajan ...”
RELATOS HISTÓRICOS
-   EM      1642:  “Cuatreros y
    vagabundos afanam el ganado
    de las estancias”

    - EM    1771: “Carta de Vertiz,
    Governador de Buenos Aires,
    pedindo providências contra -
    ALGUNOS GAHUCHOS - que
    andavam      assaltando    as
    Estâncias da Região”.
              - FERNANDO ASSUNÇÃO
                        - Historiador
RELATOS HISTÓRICOS
        José de Saldanha , 1787.

        “...Gauches, palavra hespanhola
        uzada neste paiz para expressar
        aos vagabundos, ou ladroens
        do campo, quais vaqueiros,
        costumados a matar os Touros
        chimarroens, a sacar-lhes os
        couros, e a leva-los ocultamente
        as povoaçoens, para sua venda
        ou troca por outros gêneros...”
•Nicolau Dreys: “Sem chefes, sem leis, sem polícia,
os gaúchos não tem da moral senão idéias vulgares...”
Então, se o negro esteve presente
          nas estâncias,
        nas charqueadas,
      entre os gaúchos ...

  Como acontece a minimização
   ou quase exclusão do negro
da história do Rio Grande do Sul ?
REVOLUÇÃO DE 1930
Getúlio Vargas assume a Presidência do Brasil
                        Em 1930, com a ascensão de
                    Getúlio Vargas ao Poder, havia a
                    necessidade de construir um novo
                    gaúcho.
                        Criar a imagem de um Rio Grande do
                    Sul brasileiro, forte, pujante, com líderes
                         brasileiro
                    capazes de estarem à frente do poder
                    nacional.
                         É nesse momento que entram em
                    cena os historiadores e intelectuais do
                    Estado e transformam aquele gaúcho
                    histórico, um excluído social, em um
                                            social
                    homem aristocrata cheio de virtudes civis
                    e militares.
                                      GUTFRIEND, 1998
DETERMINISMO RACIAL – de LAPOUGE e
o Positivismo que constroem a invisibilidade do
 negro na construção da identidade gaúcha

                      Naquele momento, Os historiadores
                     com o objetivo de estabelecer a
                     diferença entre o gaúcho rio-
                     grandense do gaúcho Uruguaio e o
                     Argentino, se apegam a teorias do
                     Argentino
                     racialismo científico, sustentando que as
                     diferenças entre esses dois tipos de
                     gaúcho estavam baseadas na
                     contribuição maior ou menor das raças
                     que os compunham, especialmente,

                                         índios e negros.
Escolhem a GUERRA FARROUPILHA o como o fato
histórico fundante do Rio Grande do Sul
História positivista valoriza os
    “grandes” homens como:
Bento Gonçalves, David Canabarro,
              etc...
Da mesma forma o cinema
A   Literatura e os meios de comunicação
O papel da literatura e da história foram preponderantes
   na construção ideológica desse gaúcho mitificado.
“Processo de transfiguração do GAÚCHO-PÁRIA em
GAÚCHO-ARISTOCRATA cheio de virtudes civis e militares”
                                          Sergius Gonzaga
História feita de negro também...
                        também
• Os operários que acionaram as máquinas das
  oficinas do jornal farroupilha O POVO em Piratini e
  Caçapava, eram negros livres. Um deles de nome
                            livres
  Ricardo...a Tipografia O Camponez...
• A música do Hino da República Rio-Grandense, e
                                     Rio-Grandense
  hoje, hino do Estado do Rio Grande do Sul, é de
  autoria do maestro Joaquim Medanha, homem de
                                Medanha
  cor, mulato carregado, liberto, segundo Walter Spalding.
                         liberto
•   Dentre os 70 homens de diversas nacionalidades que participaram da
    construção e guarnição dos lanchões “Seival e Farroupilha” da épica
    expedição a Laguna, muitos eram negros e mulatos e, estes os
    melhores... No Estaleiro Farrapo do rio Camaquã foi um mulato que forjou
    as ferragens dos dois célebres barcos. ...Foi o negro Procópio que
    atingiu com um tiro certeiro em um dos braços, do célebre guerrilheiro
    imperial Chico Pedro frustrando seu ataque sobre o Estaleiro Farroupilha na
    barra do rio Camaquã...”Segundo Claudio Moreira Bento.
Antônio Ribeiro - Herói Farroupilha
que participou da tomada de Porto Alegre
           em 20 de setembro de 1835.
Os Negros estiveram
presentes em todas as
guerras que ocorreram
   nesse território,

     Como Lanceiros
como Soldados de infantaria
      Como oficiais

Sempre estiveram nas
  frentes de batalha
Estiveram lutando
 tanto ao lado dos
portugueses ou dos
     espanhóis
-




    Ao lado dos Imperiais
    ou dos Farroupilhas
COMO LANCEIROS À CAVALO
          OU
     NA INFANTARIA
Corpo de Lanceiros Negros
AFINAL . . . . .


   QUAL É A CONTRIBUIÇÃO



        DOS NEGROS

NA NOSSA CULTURA GAUCHESCA

OU GAÚCHA - TRADICIONALISTA ?
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS
         NA CULINÁRIA
GAÚCHA GAUCHESCA OU CAMPEIRA ?



         PERGUNTAMOS: -

  - QUEM COZINHAVA NA CASA DA

ESTÂNCIA OU NO GALPÃO DOS PEÕES ?
Comparar os Pratos Gaúchos
ou Campeiros com os Pratos
  feitos pelas mães-de-santo
     oferecidos aos orixás
Na volta da estância os Negros tinham os seus “cercados”,
onde plantavam os seus temperos.
CANJICA - MUGUNZÁ
Feito com o milho que é americano, mas o nome é africano
                        americano
- A POLENTA antes de ser um prato típico da
culinária italiana do Rio Gande do Sul era o ANGU de
farinha de milho.
•- Pirão = Angu com farinha de mandioca é o Amalá de Xango
FEIJOADA E MOCOTÓ + QUIBEBE
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS

 NA MUSICALIDADE REGIONALISTA

    GAÚCHA OU GAUCHESCA ?
MILONGA:
   É de origem AFRO-PLATINA
- É um ritmo originário dos negros e mestiços
  pobres dos arrabaldes de Buenos Aires.    Aires
  Milonga, substantivo do quimbundo, que
  significa palavras jogadas, conversa, queixa.
- “el viajero francés Arsenio Isabelle, que pasa
 por el Río de la Plata entre 1830 y 1834, la
 registra, quizás por primera vez, en su libro
 “Voyage à Buenos Aires et à Porto Alegre
 (París, 1835)”
Gabino Ezeiza,
payador y cantante
"Don Gabino" en cuya entrada una
placa de bronce nos recuerda su
grandeza. De ascendencia negra y
cuna humilde, adquirió celebridad
como payador y autor de más de
quinientas composiciones, que el
mismo interpretaba. Según se
afirma, ya en el año 1872
incursionaba en el arte de la
payada, siendo considerado el más
antiguo y notable payador del Río
de la Plata. Francisco Pi Suñer “Fue
el payador de la pampa”
VANERA:
       É de origem AFRO-CUBANA
    È originária de Cuba, mais precisamente de Havana,
                    Cuba                       Havana
   possessão espanhola no período colonial que lhe deu o
                    nome, ( HA ) VANERA.




Na Europa é batizada de Polka Española. No século XIX, é
introduzida na América com o nome de vanera. Se acultura
no Rio Grande do Sul e ganha outras versões ou adjetivos
como: vanerinha, vanerão, samba gaúcho, vanerão sambado,
                                                sambado
etc.
Outros gêneros ou rítmos “gauchos”
presentes nos Festivais e Bailes do Rio
            Grande do Sul

• - MALAMBO: SAPATEIO AFRO-ARGENTINO
• - CHACARERA E LA ZAMBA.
• - CANDOMBÉ - AFRO - URUGUAIO
• O próprio FANDANGO, apesar de ser uma
  dança popular portuguesa, Nelson de Senna
  recolhe como palavra de evidente procedência
  africana.
A um bochincho certa feita           BOCHINCHO
fui chegando de curioso        Poesia de Jaime Caetano
baile de gente direita        Braun que explica muito bem
de pronto eu vi que não era      o que era um fadango
na noite de primavera
gaguejava a voz de um tango
e eu sou louco por fandango
que nem pinto por quirera

e o gaiteiro era um mulato
que até dormindo tocava
e a gaita choramingava
que nem namoro de gato


E a gaita velha gemia
às vezes quase parava
de repente se acordava
e num vanerão se perdia
                              Gaiteiros de São Francisco de Assis
Qual a relação do MACULELÊ com as Danças Gaúchas ?
Paixão Cortes entrevista a Negra Paim sua principal
 informante na região de Vacaria e Caxias do Sul
No Rio Grande do Sul temos inúmeros negros
que são músicos, compositores e intérpretes
 da cultura gaúcha nativista e tradicionalista

• - CÉSAR PASSARINHO
• - CRIOULO DOS PAMPAS
• - MACEDINHO
• - LOMA
• - LÚCIA HELENA
• - GRUPO STATUS
Nos Festivais de Música Nativista do nosso Rio
 Grande do Sul temos muitas canções sobre os
    negros que são verdadeiros clássicos ...


• ESCRAVO DE SALADEIRO

• NEGRO DA GAITA
• ROMANCE NA TAFONA
• AFRO-AMÉRICA
• NEGO BONIFÁCIO
• MÃE NEGRA
QUAL

A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS

    NO VOCABULÁRIO

 GAÚCHO OU GAÚCHESCO ?
Os Negros que

chegaram na América

eram de várias tribos ou

nações, mas os grupos
nações
lingüísticos que deram

maior contribuição ao

nosso léxico foram
      Quimbundo
            e
        Banto
Dicionário Regionalista de
Vocábulos gauchescos com
 maior número de edições
                               + de 228 mil verbetes
Autor: Zeno Cardoso Nunes     + de 380 mil definições
                                + de 3.000 páginas
Foi levado em consideração os estudos sobre
africanismos no RGS realizado por Dante Laytano

•   Com nove mil verbetes, a enciclopédia,
                   verbetes
    assinada pelo escritor e compositor Nei
    Lopes, foi lançada pela Selo Negro
    Edições em 2004. Ela reúne, em um
    único volume, uma gigantesca massa
    de informações ligadas à saga de afro-
    descendentes nas Américas.
•   Aborda assuntos dos mais diversos a
    partir do ponto de vista brasileiro — de
    biografias a vestuário; de fatos
    históricos e contemporâneos a
    acidentes geográficos, flora e fauna; de
    festas e divertimentos a Profissões e
    atividades.
Algumas palavras recolhidas por
      Dante de Laytano em 1936.
                           1936
•   - ANGICO          •   - FUXICÁ
•   - BUGIGANGA       •   - GAMBÁ
•   - BOMBEÁ          •   - INHAME
•   - CAMBOTA         •   - JAPONA
•   - CACIMBA         •   - LENGA - LENGA
•   - ENCABULÁ        •   - MATUNGO
•   - ENGAMBELÁ       •   - MOGANGO ( A )
•   - EMPACÁ          •   - PORONGO ( ? )
•   - EN QUIZILÁ      •   - SANGA
•   - CAPANGA ( E )
                      •   - TAMBO
Hoje

                   Os negros que começam a

                    se identificar com a

                    cultura gauchesca




       Não
necessariamente
     com o
tradicionalismo.
Desfile Farroupilha de
                               Porto Alegre

                         “ Assim se fez o gaúcho ”




Cultura gaúcha é feita
do índio charrua e do
guarani, do espanhol
e do português mas é
feita de negro também.
No desfile foi mostrado
                         algumas das contribuições
                         que os negro deram para
                         a cultura gaúcha.




 Nas lidas campeiras

     Nas Guerras

     Na culinária

  Na música regional

No linguajar gauchesco
CAVALGADA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
“ TRAGO NA GENEALOGIA ÍNDIOS, NEGROS, LUSITANOS,
MESTIÇOS E CASTELHANOS BROTADOS DA GEOGRAFIA”

               “ FOGONES DEL MISMO RAYO
                 LUCEROS DE SU DESTINO
                 NACIERON GAUCHO ARGENTINO
                 BRASILEÑO Y URUGUAYO
                HACIENDO PÁTRIA A CABALLO
                COM CIELITOS E VIDALAS”


BRASILEÑO Y ORIENTAL
RIO-GRANDENSE Y ARGENTINO
PIEDRAS DEL MISMO CAMINO
ÁGUAS DEL MISMO CAUDAL

                              Jaime Caetano Braun
Vestígios das Construções Rurais Primitivas
Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que
       esteve no Estado no século XlX,

 (...) nesta capitania os negros são tratados com
        brandura e (...) os brancos com eles se
  familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é
verdadeiro para os escravos das estâncias, que são
poucos, mas não o é para os das charqueadas que,
   [justifica] sendo em grande número e cheios de
 vícios trazidos da capital, devem ser tratados com
                   mais rigor (P.120)²
Com Silva Paes, em 1737, na cidade do Rio
Grande, a primeira do Estado; ou com as tropas
portuguesas e espanholas na destruição das
Missões; ou na chamada Revolução Farroupilha;
ou na Guerra do Paraguai, em 1893; enfim, em
todos momentos importantes da vida política e
militar do Estado, os negros estavam lutando. Nos
casos de guerra civil, estavam presentes nos dois
lados.
• José Mariano de Matos,
  mulato, natural do Rio de
  Janeiro foi o Ministro da
  Guerra e da Marinha da
  República Rio-Grandense
  e alguns anos mais tarde
  Ministro da Guerra do
  Império do Brasil.
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Contribuição dos Negros na Cultura do Rio Grande do Sul (Brasil)

  • 1.
  • 2. ESTRUTURA DA NOSSA CONVERSA - Últimas Pesquisas Brasileiras. HISTORIOGRAFIA - Pesquisas no Rio Grande do Sul - Trabalhos Não-Acadêmicos - Chegada dos Portugueses e Negros . UM POUCO DA - A Estância e a Charqueada. HISTÓRIA DO R G S - Os Gaúchos e Gaudérios - O Papel do Instituto Histórico. INVISIBILIDADE DO - A História Positivista. NEGRO NA HISTÓRIA - A Mitificação do Gaúcho. CONTRIBUIÇÃO DOS -À Culinária Gauchesca. NEGROS AO - À Música Regional Gaúcha. GAUCHISMO - Ao Vocabulário Gauchesco.. Gauchesco
  • 3. ALGUNS HISTORIADORES QUE PROCURARAM ANALIZAR A ESCRAVIDÃO SEGUNDO NOVAS PERSPECTIVAS Florestan Fernandes Jacob Gorender Ciro Flamarion Cardoso João Luis Ribeiro Fragoso Hebe Maria Mattos de Castro Ronaldo Vainfas
  • 4. Um olhar sobre a historiografia do Rio Grande do Sul 1. A historiografia oficial positivista registrava que foi relativamente pequena a importância do negro na história do sul. 2 . Fernando Henrique Cardoso. Capitalismo e escravidão no Brasil Cardoso meridional: O negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul. 1977. 3. Sandra Pesavento. História do Rio Grande do Sul. 1982. Escreve: Sul “Não haverá atividade produtiva ou improdutiva em que ele não esteja representado de algum modo”... 4. Mário Maestri. Escravo Gaúcho: resistência e trabalho. 1993. trabalho 5. Zilá Bern e Margaret Bakos. O negro: Consciência e trabalho. 1998. Na trabalho obra descrevem que “a importância da mão de obra escrava nas diversificadas atividades que caracterizam a história do RGS.
  • 5. PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses. Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003 • PUC-RS : De 275 dissertações e teses apenas 22 abordam o tema escravidão no RGS. • UFRGS : De 133 trabalhos somente 5 tratam desse assunto. • Observação: Todos os estudos se referem às regiões de Pelotas, Rio Grande, Bagé, Porto Pelotas Grande Bagé Alegre e alguns trabalhos fazem uma abordagem geral.
  • 6. PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses. Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003 ● Quanto aos temas abordados : 1. Relacionados às atividade econômicas, à sociedade escravista na região das Charqueadas. 2. Resistência e acomodação, os aspectos da vida servil na cidade. ( Quilombos ) 3. Não havia pesquisa sobre os negros e o trabalho livre e trabalho escravo nas estâncias do Rio Grande do Sul.
  • 7. Trabalhos e Pesquisas não- acadêmicos realizados por folcloristas ou por representantes do Movimentos Negro
  • 8. Maçambiques Em Osório-RS ainda permanece viva essa festa folclórica
  • 9. CONGADAS COROAÇÃO DA RAINHA GINGA
  • 12. Tentando Reconstruir uma África no Brasil
  • 13.
  • 14. Samba E Carnaval A construção identitária iniciando na infância
  • 15. Em Porto Alegre Olodum e Filhos de Gandi.
  • 16. Maracatu Apresentado Em Palco ou Teatro
  • 18. UM POUCO DA HISTÓRIA DO NEGRO NO RIO GRANDE DO SUL
  • 19. OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PELOS PORTUGUESES E NEGROS 1682 - Uruguai - Em Colônia do sacramento 1725 - Expedição - Laguna à São José do Norte 1737 – Rio Grande
  • 20. Desde o primeiro momento, os negros exerceram esse duplo oficio, peão e soldado, na condição de escravo ou liberto. Na fundação da Colônia do Sacramento em 1680, Claudio Moreira Bento 1680 registra que, havia entre os portugueses vindos do Rio de Janeiro 200 militares, 3 padres, 60 negros, negros dos quais 41 escravos do comandante, 6 mulheres índias. Os negros representaram mais de 20% do total da expedição, não considerados nesta percentagem os negros e mulatos livres e soldados ( P.55).³
  • 21. Quando João Magalhães comandou a “Frota dos 31 Lagunistas”, em 1725, a primeira expedição oficial ao Rio Grande a mando da Coroa portuguesa, ela era composta, na maioria, por “pretos mestiços desta raça." (Claudio Moreira Bento) P.57. A participação dos negros nessas lutas é frisada pelo autor, que relata os seguintes exemplos: Toda esta expansão foi acompanhada por constantes combates, refregas, escaramuças e entreveros, nos quais “o negro deu mais do que sua simples participação” P.63 Cel.Francisco Ruas Santos também por Moreira Bento. No Rio Grande do sul, em fins do século 18 e começos do 19, o negro foi um dos arquitetos da sociedade rural e militar nesta região através de prolongadas lutas” p. 61 Moreira citando Arthur Ramos
  • 22. Em 1737, com um pouco mais de 200 homens, 1737 Silva Paes ergue, no local onde hoje está a cidade de Rio Grande, o Presídio Jesus-Maria-José, Jesus-Maria-José primeira fundação oficial que selaria definitivamene a ocupação portuguesa no sul. “ Nessa época uma operação como a que se iniciava era impensável sem a ajuda do braço escravo ” - Mário Maestri. Maestri
  • 23. “O ESTANCIEIRO” ESTANCIEIRO A partir desse momento se intensifica a distribuição da terra, sesmarias doadas pelo Rei, aos oficiais por serviços prestados a coroa portuguesa. É a ocupação legal do território e a estância será um espaço onde o negro jogará um papel fundamental para construção da cultura gaúcha. Se o negro trabalhou apenas nas lavouras das estâncias ou se realizou também as lidas campeiras à cavalo já é uma discussão superada.
  • 24. • Na Estância o Negro fez de tudo, ele foi... PEÃO CAMPEIRO, GINETE, DOMADOR, TROPEIRO, ESQUILADOR, ALAMBRADOR.... Desde os tempos primitivos do velho pago nascente o negro esteve presente e junto ao guasca bagual mostrou valentia igual quando não foi mais valente. - Décima do negro peão de Oliveira Silveira.
  • 25. Tropeiro Negro levando mulas para Sorocaba-SP Pintura de J. B. Debret
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30. Quando velho foi ... - PEÃO CASEIRO - GUASQUEIRO - AGREGADO
  • 31. Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que esteve no Estado no século XlX, (...) nesta capitania os negros são tratados com brandura e (...) os brancos com eles se familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é verdadeiro para os escravos das estâncias, que estâncias são poucos, mas não o é para os das charqueadas que, [ justifica ] sendo em grande número e cheios de vícios trazidos da capital, devem ser tratados com mais rigor. Página 120.
  • 32. CHARQUEADA Era quase uma unidade de produção industrial em série com regime de trabalho intensivo de 16 horas diárias usando quase que exclusivamente escravos como mão de obra. obra
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36. CHARQUEADA OU SALADEIRO 1779 – José Pinto Martins ( Português ou do Cearense ) Depois de uma grande seca no nordeste, em 1777, transfere seu saladeiro, Criando no Sul do país, em Pelotas, a primeira fabrica de Charque. CHARQUE = Carne de Sol, Carne de Vento, Carne seca, Jabá, Carne do Sertão, Jabá, Carne do Ceará.
  • 38. “GAUCHOS” HISTÓRICOS O uso “ilegal” do espaço Os gaúchos ou gaudérios eram grupos de homens formado por desertores dos exércitos espanhóis ou portugueses, eram índios guaranis que fugiram das missões, índios charruas que não aceitaram a catequese e negros que fugiam das charqueadas ou das estâncias, segundo historiadores do Uruguai e Argentina.
  • 39. - Gaúchos ou Gaudérios caçando o gado selvagem-orelhano sem marca - Conforme Mário Maestri e Décio Freitas esse agrupamento de homens seria uma espécie de Quilombos agro-pastoris.. - Pintura de Jean Baptista Debret
  • 40. Segundo Maestri, a historiografia não faz referências, especificamente, a quilombos no Rio Grande do Sul. Quando registra a existência de algum, o faz rapidamente, e apenas de passagem, sem maiores explicações ou comentários. Mas sabe-se, que os negros fugiam e se organizaram em quilombos nas campanhas. O tipo de quilombo que se campanhas rapidamente e raramente é citado é o "quilombo pastoril", localizado nas campanhas povoadas pelo gado chimarrão. Os negros abatiam o gado selvagem, extrair o couro, os chifres e selvagem outros acessórios para vendê-los aos aventureiros portugueses ou castelhanos. Abrigavam nos seus quilombos, brancos e índios, mas mantinham o controle da comunidade e do processo de produção. O gaúcho foi o tipo étnico e social produzido por tais quilombos. quilombos
  • 41.
  • 42. RELATOS HISTÓRICOS • Miguel Lastarria em 1805 : “...Estão sempre sujos, suas barbas sempre por fazer, andam descalços, e mesmo sem calças sob a completa cobertura do poncho. [...] Trabalham apenas para adquirir o tabaco que fumam e a erva-mate paraguaia que tomam ...”.
  • 43. RELATOS HISTÓRICOS Ricardo Rodriguez Molas historiador Argentino – 1746 “...aquí llamamos gauderios, gente que vive como quiere sin saber de dónde viven o de qué se alimentan, pues no trabajan ...”
  • 44. RELATOS HISTÓRICOS - EM 1642: “Cuatreros y vagabundos afanam el ganado de las estancias” - EM 1771: “Carta de Vertiz, Governador de Buenos Aires, pedindo providências contra - ALGUNOS GAHUCHOS - que andavam assaltando as Estâncias da Região”. - FERNANDO ASSUNÇÃO - Historiador
  • 45. RELATOS HISTÓRICOS José de Saldanha , 1787. “...Gauches, palavra hespanhola uzada neste paiz para expressar aos vagabundos, ou ladroens do campo, quais vaqueiros, costumados a matar os Touros chimarroens, a sacar-lhes os couros, e a leva-los ocultamente as povoaçoens, para sua venda ou troca por outros gêneros...”
  • 46. •Nicolau Dreys: “Sem chefes, sem leis, sem polícia, os gaúchos não tem da moral senão idéias vulgares...”
  • 47.
  • 48. Então, se o negro esteve presente nas estâncias, nas charqueadas, entre os gaúchos ... Como acontece a minimização ou quase exclusão do negro da história do Rio Grande do Sul ?
  • 49. REVOLUÇÃO DE 1930 Getúlio Vargas assume a Presidência do Brasil Em 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas ao Poder, havia a necessidade de construir um novo gaúcho. Criar a imagem de um Rio Grande do Sul brasileiro, forte, pujante, com líderes brasileiro capazes de estarem à frente do poder nacional. É nesse momento que entram em cena os historiadores e intelectuais do Estado e transformam aquele gaúcho histórico, um excluído social, em um social homem aristocrata cheio de virtudes civis e militares. GUTFRIEND, 1998
  • 50. DETERMINISMO RACIAL – de LAPOUGE e o Positivismo que constroem a invisibilidade do negro na construção da identidade gaúcha Naquele momento, Os historiadores com o objetivo de estabelecer a diferença entre o gaúcho rio- grandense do gaúcho Uruguaio e o Argentino, se apegam a teorias do Argentino racialismo científico, sustentando que as diferenças entre esses dois tipos de gaúcho estavam baseadas na contribuição maior ou menor das raças que os compunham, especialmente, índios e negros.
  • 51. Escolhem a GUERRA FARROUPILHA o como o fato histórico fundante do Rio Grande do Sul
  • 52. História positivista valoriza os “grandes” homens como: Bento Gonçalves, David Canabarro, etc...
  • 53. Da mesma forma o cinema
  • 54. A Literatura e os meios de comunicação
  • 55. O papel da literatura e da história foram preponderantes na construção ideológica desse gaúcho mitificado.
  • 56. “Processo de transfiguração do GAÚCHO-PÁRIA em GAÚCHO-ARISTOCRATA cheio de virtudes civis e militares” Sergius Gonzaga
  • 57. História feita de negro também... também • Os operários que acionaram as máquinas das oficinas do jornal farroupilha O POVO em Piratini e Caçapava, eram negros livres. Um deles de nome livres Ricardo...a Tipografia O Camponez... • A música do Hino da República Rio-Grandense, e Rio-Grandense hoje, hino do Estado do Rio Grande do Sul, é de autoria do maestro Joaquim Medanha, homem de Medanha cor, mulato carregado, liberto, segundo Walter Spalding. liberto
  • 58. Dentre os 70 homens de diversas nacionalidades que participaram da construção e guarnição dos lanchões “Seival e Farroupilha” da épica expedição a Laguna, muitos eram negros e mulatos e, estes os melhores... No Estaleiro Farrapo do rio Camaquã foi um mulato que forjou as ferragens dos dois célebres barcos. ...Foi o negro Procópio que atingiu com um tiro certeiro em um dos braços, do célebre guerrilheiro imperial Chico Pedro frustrando seu ataque sobre o Estaleiro Farroupilha na barra do rio Camaquã...”Segundo Claudio Moreira Bento.
  • 59. Antônio Ribeiro - Herói Farroupilha que participou da tomada de Porto Alegre em 20 de setembro de 1835.
  • 60. Os Negros estiveram presentes em todas as guerras que ocorreram nesse território, Como Lanceiros como Soldados de infantaria Como oficiais Sempre estiveram nas frentes de batalha
  • 61. Estiveram lutando tanto ao lado dos portugueses ou dos espanhóis
  • 62. - Ao lado dos Imperiais ou dos Farroupilhas
  • 63. COMO LANCEIROS À CAVALO OU NA INFANTARIA
  • 65. AFINAL . . . . . QUAL É A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS NA NOSSA CULTURA GAUCHESCA OU GAÚCHA - TRADICIONALISTA ?
  • 66. QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS NA CULINÁRIA GAÚCHA GAUCHESCA OU CAMPEIRA ? PERGUNTAMOS: - - QUEM COZINHAVA NA CASA DA ESTÂNCIA OU NO GALPÃO DOS PEÕES ?
  • 67. Comparar os Pratos Gaúchos ou Campeiros com os Pratos feitos pelas mães-de-santo oferecidos aos orixás
  • 68. Na volta da estância os Negros tinham os seus “cercados”, onde plantavam os seus temperos.
  • 69. CANJICA - MUGUNZÁ Feito com o milho que é americano, mas o nome é africano americano
  • 70. - A POLENTA antes de ser um prato típico da culinária italiana do Rio Gande do Sul era o ANGU de farinha de milho.
  • 71. •- Pirão = Angu com farinha de mandioca é o Amalá de Xango
  • 72. FEIJOADA E MOCOTÓ + QUIBEBE
  • 73. QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS NA MUSICALIDADE REGIONALISTA GAÚCHA OU GAUCHESCA ?
  • 74. MILONGA: É de origem AFRO-PLATINA - É um ritmo originário dos negros e mestiços pobres dos arrabaldes de Buenos Aires. Aires Milonga, substantivo do quimbundo, que significa palavras jogadas, conversa, queixa. - “el viajero francés Arsenio Isabelle, que pasa por el Río de la Plata entre 1830 y 1834, la registra, quizás por primera vez, en su libro “Voyage à Buenos Aires et à Porto Alegre (París, 1835)”
  • 75. Gabino Ezeiza, payador y cantante "Don Gabino" en cuya entrada una placa de bronce nos recuerda su grandeza. De ascendencia negra y cuna humilde, adquirió celebridad como payador y autor de más de quinientas composiciones, que el mismo interpretaba. Según se afirma, ya en el año 1872 incursionaba en el arte de la payada, siendo considerado el más antiguo y notable payador del Río de la Plata. Francisco Pi Suñer “Fue el payador de la pampa”
  • 76. VANERA: É de origem AFRO-CUBANA È originária de Cuba, mais precisamente de Havana, Cuba Havana possessão espanhola no período colonial que lhe deu o nome, ( HA ) VANERA. Na Europa é batizada de Polka Española. No século XIX, é introduzida na América com o nome de vanera. Se acultura no Rio Grande do Sul e ganha outras versões ou adjetivos como: vanerinha, vanerão, samba gaúcho, vanerão sambado, sambado etc.
  • 77. Outros gêneros ou rítmos “gauchos” presentes nos Festivais e Bailes do Rio Grande do Sul • - MALAMBO: SAPATEIO AFRO-ARGENTINO • - CHACARERA E LA ZAMBA. • - CANDOMBÉ - AFRO - URUGUAIO • O próprio FANDANGO, apesar de ser uma dança popular portuguesa, Nelson de Senna recolhe como palavra de evidente procedência africana.
  • 78. A um bochincho certa feita BOCHINCHO fui chegando de curioso Poesia de Jaime Caetano baile de gente direita Braun que explica muito bem de pronto eu vi que não era o que era um fadango na noite de primavera gaguejava a voz de um tango e eu sou louco por fandango que nem pinto por quirera e o gaiteiro era um mulato que até dormindo tocava e a gaita choramingava que nem namoro de gato E a gaita velha gemia às vezes quase parava de repente se acordava e num vanerão se perdia Gaiteiros de São Francisco de Assis
  • 79. Qual a relação do MACULELÊ com as Danças Gaúchas ?
  • 80.
  • 81.
  • 82. Paixão Cortes entrevista a Negra Paim sua principal informante na região de Vacaria e Caxias do Sul
  • 83. No Rio Grande do Sul temos inúmeros negros que são músicos, compositores e intérpretes da cultura gaúcha nativista e tradicionalista • - CÉSAR PASSARINHO • - CRIOULO DOS PAMPAS • - MACEDINHO • - LOMA • - LÚCIA HELENA • - GRUPO STATUS
  • 84. Nos Festivais de Música Nativista do nosso Rio Grande do Sul temos muitas canções sobre os negros que são verdadeiros clássicos ... • ESCRAVO DE SALADEIRO • NEGRO DA GAITA • ROMANCE NA TAFONA • AFRO-AMÉRICA • NEGO BONIFÁCIO • MÃE NEGRA
  • 85. QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS NO VOCABULÁRIO GAÚCHO OU GAÚCHESCO ?
  • 86. Os Negros que chegaram na América eram de várias tribos ou nações, mas os grupos nações lingüísticos que deram maior contribuição ao nosso léxico foram Quimbundo e Banto
  • 87. Dicionário Regionalista de Vocábulos gauchescos com maior número de edições + de 228 mil verbetes Autor: Zeno Cardoso Nunes + de 380 mil definições + de 3.000 páginas
  • 88. Foi levado em consideração os estudos sobre africanismos no RGS realizado por Dante Laytano • Com nove mil verbetes, a enciclopédia, verbetes assinada pelo escritor e compositor Nei Lopes, foi lançada pela Selo Negro Edições em 2004. Ela reúne, em um único volume, uma gigantesca massa de informações ligadas à saga de afro- descendentes nas Américas. • Aborda assuntos dos mais diversos a partir do ponto de vista brasileiro — de biografias a vestuário; de fatos históricos e contemporâneos a acidentes geográficos, flora e fauna; de festas e divertimentos a Profissões e atividades.
  • 89. Algumas palavras recolhidas por Dante de Laytano em 1936. 1936 • - ANGICO • - FUXICÁ • - BUGIGANGA • - GAMBÁ • - BOMBEÁ • - INHAME • - CAMBOTA • - JAPONA • - CACIMBA • - LENGA - LENGA • - ENCABULÁ • - MATUNGO • - ENGAMBELÁ • - MOGANGO ( A ) • - EMPACÁ • - PORONGO ( ? ) • - EN QUIZILÁ • - SANGA • - CAPANGA ( E ) • - TAMBO
  • 90. Hoje Os negros que começam a se identificar com a cultura gauchesca Não necessariamente com o tradicionalismo.
  • 91.
  • 92. Desfile Farroupilha de Porto Alegre “ Assim se fez o gaúcho ” Cultura gaúcha é feita do índio charrua e do guarani, do espanhol e do português mas é feita de negro também.
  • 93.
  • 94.
  • 95.
  • 96.
  • 97. No desfile foi mostrado algumas das contribuições que os negro deram para a cultura gaúcha. Nas lidas campeiras Nas Guerras Na culinária Na música regional No linguajar gauchesco
  • 98.
  • 99.
  • 101.
  • 102.
  • 103.
  • 104. “ TRAGO NA GENEALOGIA ÍNDIOS, NEGROS, LUSITANOS, MESTIÇOS E CASTELHANOS BROTADOS DA GEOGRAFIA” “ FOGONES DEL MISMO RAYO LUCEROS DE SU DESTINO NACIERON GAUCHO ARGENTINO BRASILEÑO Y URUGUAYO HACIENDO PÁTRIA A CABALLO COM CIELITOS E VIDALAS” BRASILEÑO Y ORIENTAL RIO-GRANDENSE Y ARGENTINO PIEDRAS DEL MISMO CAMINO ÁGUAS DEL MISMO CAUDAL Jaime Caetano Braun
  • 105.
  • 106. Vestígios das Construções Rurais Primitivas
  • 107.
  • 108. Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que esteve no Estado no século XlX, (...) nesta capitania os negros são tratados com brandura e (...) os brancos com eles se familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é verdadeiro para os escravos das estâncias, que são poucos, mas não o é para os das charqueadas que, [justifica] sendo em grande número e cheios de vícios trazidos da capital, devem ser tratados com mais rigor (P.120)²
  • 109. Com Silva Paes, em 1737, na cidade do Rio Grande, a primeira do Estado; ou com as tropas portuguesas e espanholas na destruição das Missões; ou na chamada Revolução Farroupilha; ou na Guerra do Paraguai, em 1893; enfim, em todos momentos importantes da vida política e militar do Estado, os negros estavam lutando. Nos casos de guerra civil, estavam presentes nos dois lados.
  • 110.
  • 111. • José Mariano de Matos, mulato, natural do Rio de Janeiro foi o Ministro da Guerra e da Marinha da República Rio-Grandense e alguns anos mais tarde Ministro da Guerra do Império do Brasil.