1. O documento discute a historiografia do Rio Grande do Sul e a invisibilidade do negro nessa narrativa.
2. Pesquisas acadêmicas recentes, como as de Fernando Henrique Cardoso e Mário Maestri, procuraram analisar a importância do negro na história da região.
3. Fatores como o positivismo, a Revolução de 1930 e a construção do mito do gaúcho contribuíram para minimizar o papel do negro na formação da identidade gaúcha.
Contribuição dos Negros na Cultura do Rio Grande do Sul (Brasil)
1.
2. ESTRUTURA DA NOSSA CONVERSA
- Últimas Pesquisas Brasileiras.
HISTORIOGRAFIA - Pesquisas no Rio Grande do Sul
- Trabalhos Não-Acadêmicos
- Chegada dos Portugueses e Negros .
UM POUCO DA
- A Estância e a Charqueada.
HISTÓRIA DO R G S
- Os Gaúchos e Gaudérios
- O Papel do Instituto Histórico.
INVISIBILIDADE DO - A História Positivista.
NEGRO NA HISTÓRIA
- A Mitificação do Gaúcho.
CONTRIBUIÇÃO DOS -À Culinária Gauchesca.
NEGROS AO - À Música Regional Gaúcha.
GAUCHISMO
- Ao Vocabulário Gauchesco..
Gauchesco
3. ALGUNS HISTORIADORES QUE
PROCURARAM ANALIZAR A ESCRAVIDÃO
SEGUNDO NOVAS PERSPECTIVAS
Florestan Fernandes
Jacob Gorender
Ciro Flamarion Cardoso
João Luis Ribeiro Fragoso
Hebe Maria Mattos de Castro
Ronaldo Vainfas
4. Um olhar sobre a historiografia
do Rio Grande do Sul
1. A historiografia oficial positivista registrava que foi relativamente
pequena a importância do negro na história do sul.
2 . Fernando Henrique Cardoso. Capitalismo e escravidão no Brasil
Cardoso
meridional: O negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul.
1977.
3. Sandra Pesavento. História do Rio Grande do Sul. 1982. Escreve:
Sul
“Não haverá atividade produtiva ou improdutiva em que ele não
esteja representado de algum modo”...
4. Mário Maestri. Escravo Gaúcho: resistência e trabalho. 1993.
trabalho
5. Zilá Bern e Margaret Bakos. O negro: Consciência e trabalho. 1998. Na
trabalho
obra descrevem que “a importância da mão de obra escrava nas
diversificadas atividades que caracterizam a história do RGS.
5. PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.
Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli
Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003
• PUC-RS : De 275 dissertações e teses apenas
22 abordam o tema escravidão no RGS.
• UFRGS : De 133 trabalhos somente 5 tratam
desse assunto.
• Observação: Todos os estudos se referem às
regiões de Pelotas, Rio Grande, Bagé, Porto
Pelotas Grande Bagé
Alegre e alguns trabalhos fazem uma
abordagem geral.
6. PRODUÇÃO ACADÊMICA: Dissertações e Teses.
Levantamento feito por Cristina de Quadros de Bortolli
Vestígios do Passado: a escravidão no Planalto Médio - 2003
●
Quanto aos temas abordados :
1. Relacionados às atividade econômicas, à sociedade
escravista na região das Charqueadas.
2. Resistência e acomodação, os aspectos da vida
servil na cidade. ( Quilombos )
3. Não havia pesquisa sobre os negros e o trabalho
livre e trabalho escravo nas estâncias do Rio Grande
do Sul.
7. Trabalhos e Pesquisas não-
acadêmicos realizados por
folcloristas ou
por representantes do
Movimentos Negro
8. Maçambiques
Em Osório-RS ainda
permanece viva essa festa
folclórica
18. UM POUCO
DA HISTÓRIA
DO NEGRO
NO RIO GRANDE DO SUL
19. OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PELOS PORTUGUESES E NEGROS
1682 - Uruguai
- Em Colônia do sacramento
1725 - Expedição
- Laguna à São José do Norte
1737 – Rio Grande
20. Desde o primeiro momento, os negros exerceram
esse duplo oficio, peão e soldado, na condição de
escravo ou liberto. Na fundação da Colônia do
Sacramento em 1680, Claudio Moreira Bento
1680
registra que,
havia entre os portugueses vindos do Rio de
Janeiro 200 militares, 3 padres, 60 negros,
negros
dos quais 41 escravos do comandante, 6
mulheres índias. Os negros representaram
mais de 20% do total da expedição, não
considerados nesta percentagem os negros e
mulatos livres e soldados ( P.55).³
21. Quando João Magalhães comandou a “Frota dos 31
Lagunistas”, em 1725, a primeira expedição oficial ao Rio
Grande a mando da Coroa portuguesa, ela era composta, na
maioria, por “pretos mestiços desta raça." (Claudio
Moreira Bento) P.57. A participação dos negros nessas lutas
é frisada pelo autor, que relata os seguintes exemplos:
Toda esta expansão foi acompanhada por constantes combates,
refregas, escaramuças e entreveros, nos quais “o negro deu mais do
que sua simples participação” P.63 Cel.Francisco Ruas Santos
também por Moreira Bento.
No Rio Grande do sul, em fins do século 18 e começos do 19, o
negro foi um dos arquitetos da sociedade rural e militar nesta
região através de prolongadas lutas” p. 61 Moreira citando
Arthur Ramos
22. Em 1737, com um pouco mais de 200 homens,
1737
Silva Paes ergue, no local onde hoje está a cidade
de Rio Grande, o Presídio Jesus-Maria-José,
Jesus-Maria-José
primeira fundação oficial que selaria definitivamene
a ocupação portuguesa no sul.
“ Nessa época uma operação como a que se
iniciava era impensável sem a ajuda do braço
escravo ” - Mário Maestri.
Maestri
23. “O ESTANCIEIRO”
ESTANCIEIRO
A partir desse momento se intensifica
a distribuição da terra, sesmarias doadas
pelo Rei, aos oficiais por serviços
prestados a coroa portuguesa.
É a ocupação legal do território e a
estância será um espaço onde o negro
jogará um papel fundamental para
construção da cultura gaúcha.
Se o negro trabalhou apenas nas
lavouras das estâncias ou se realizou
também as lidas campeiras à cavalo já é
uma discussão superada.
24. • Na Estância o Negro fez de tudo, ele foi...
PEÃO CAMPEIRO, GINETE, DOMADOR,
TROPEIRO, ESQUILADOR, ALAMBRADOR....
Desde os tempos primitivos
do velho pago nascente
o negro esteve presente
e junto ao guasca bagual
mostrou valentia igual
quando não foi mais valente.
- Décima do negro peão de Oliveira Silveira.
31. Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que
esteve no Estado no século XlX,
(...) nesta capitania os negros são tratados
com brandura e (...) os brancos com eles se
familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é
verdadeiro para os escravos das estâncias, que
estâncias
são poucos, mas não o é para os das charqueadas
que, [ justifica ] sendo em grande número e cheios
de vícios trazidos da capital, devem ser tratados
com mais rigor. Página 120.
32. CHARQUEADA
Era quase uma unidade de
produção industrial em série com
regime de trabalho intensivo de
16 horas diárias usando quase
que exclusivamente escravos
como mão de obra.
obra
33.
34.
35.
36. CHARQUEADA OU SALADEIRO
1779 – José Pinto Martins ( Português ou do Cearense )
Depois de uma grande seca no nordeste, em 1777, transfere seu saladeiro,
Criando no Sul do país, em Pelotas, a primeira fabrica de Charque.
CHARQUE = Carne de Sol, Carne de Vento, Carne seca, Jabá,
Carne do Sertão, Jabá, Carne do Ceará.
38. “GAUCHOS” HISTÓRICOS
O uso “ilegal” do espaço
Os gaúchos ou gaudérios eram
grupos de homens formado
por desertores dos exércitos
espanhóis ou portugueses,
eram índios guaranis que
fugiram das missões, índios
charruas que não aceitaram a
catequese e negros que
fugiam das charqueadas ou
das estâncias, segundo
historiadores do Uruguai e
Argentina.
39. - Gaúchos ou Gaudérios caçando o gado selvagem-orelhano
sem marca - Conforme Mário Maestri e Décio Freitas esse agrupamento
de homens seria uma espécie de Quilombos agro-pastoris..
- Pintura de Jean Baptista Debret
40. Segundo Maestri, a historiografia não faz referências,
especificamente, a quilombos no Rio Grande do Sul. Quando
registra a existência de algum, o faz rapidamente, e apenas
de passagem, sem maiores explicações ou comentários.
Mas sabe-se, que os negros fugiam e se organizaram em
quilombos nas campanhas. O tipo de quilombo que se
campanhas
rapidamente e raramente é citado é o "quilombo pastoril",
localizado nas campanhas povoadas pelo gado chimarrão. Os
negros abatiam o gado selvagem, extrair o couro, os chifres e
selvagem
outros acessórios para vendê-los aos aventureiros
portugueses ou castelhanos. Abrigavam nos seus quilombos,
brancos e índios, mas mantinham o controle da comunidade e
do processo de produção.
O gaúcho foi o tipo étnico e social
produzido por tais quilombos.
quilombos
41.
42. RELATOS HISTÓRICOS
• Miguel Lastarria em 1805 :
“...Estão sempre sujos, suas
barbas sempre por fazer,
andam descalços, e mesmo
sem calças sob a completa
cobertura do poncho. [...]
Trabalham apenas para
adquirir o tabaco que fumam
e a erva-mate paraguaia que
tomam ...”.
43. RELATOS HISTÓRICOS
Ricardo Rodriguez Molas
historiador Argentino – 1746
“...aquí
llamamos
gauderios, gente que
vive como quiere sin
saber de dónde viven o
de qué se alimentan,
pues no trabajan ...”
44. RELATOS HISTÓRICOS
- EM 1642: “Cuatreros y
vagabundos afanam el ganado
de las estancias”
- EM 1771: “Carta de Vertiz,
Governador de Buenos Aires,
pedindo providências contra -
ALGUNOS GAHUCHOS - que
andavam assaltando as
Estâncias da Região”.
- FERNANDO ASSUNÇÃO
- Historiador
45. RELATOS HISTÓRICOS
José de Saldanha , 1787.
“...Gauches, palavra hespanhola
uzada neste paiz para expressar
aos vagabundos, ou ladroens
do campo, quais vaqueiros,
costumados a matar os Touros
chimarroens, a sacar-lhes os
couros, e a leva-los ocultamente
as povoaçoens, para sua venda
ou troca por outros gêneros...”
46. •Nicolau Dreys: “Sem chefes, sem leis, sem polícia,
os gaúchos não tem da moral senão idéias vulgares...”
47.
48. Então, se o negro esteve presente
nas estâncias,
nas charqueadas,
entre os gaúchos ...
Como acontece a minimização
ou quase exclusão do negro
da história do Rio Grande do Sul ?
49. REVOLUÇÃO DE 1930
Getúlio Vargas assume a Presidência do Brasil
Em 1930, com a ascensão de
Getúlio Vargas ao Poder, havia a
necessidade de construir um novo
gaúcho.
Criar a imagem de um Rio Grande do
Sul brasileiro, forte, pujante, com líderes
brasileiro
capazes de estarem à frente do poder
nacional.
É nesse momento que entram em
cena os historiadores e intelectuais do
Estado e transformam aquele gaúcho
histórico, um excluído social, em um
social
homem aristocrata cheio de virtudes civis
e militares.
GUTFRIEND, 1998
50. DETERMINISMO RACIAL – de LAPOUGE e
o Positivismo que constroem a invisibilidade do
negro na construção da identidade gaúcha
Naquele momento, Os historiadores
com o objetivo de estabelecer a
diferença entre o gaúcho rio-
grandense do gaúcho Uruguaio e o
Argentino, se apegam a teorias do
Argentino
racialismo científico, sustentando que as
diferenças entre esses dois tipos de
gaúcho estavam baseadas na
contribuição maior ou menor das raças
que os compunham, especialmente,
índios e negros.
51. Escolhem a GUERRA FARROUPILHA o como o fato
histórico fundante do Rio Grande do Sul
55. O papel da literatura e da história foram preponderantes
na construção ideológica desse gaúcho mitificado.
56. “Processo de transfiguração do GAÚCHO-PÁRIA em
GAÚCHO-ARISTOCRATA cheio de virtudes civis e militares”
Sergius Gonzaga
57. História feita de negro também...
também
• Os operários que acionaram as máquinas das
oficinas do jornal farroupilha O POVO em Piratini e
Caçapava, eram negros livres. Um deles de nome
livres
Ricardo...a Tipografia O Camponez...
• A música do Hino da República Rio-Grandense, e
Rio-Grandense
hoje, hino do Estado do Rio Grande do Sul, é de
autoria do maestro Joaquim Medanha, homem de
Medanha
cor, mulato carregado, liberto, segundo Walter Spalding.
liberto
58. • Dentre os 70 homens de diversas nacionalidades que participaram da
construção e guarnição dos lanchões “Seival e Farroupilha” da épica
expedição a Laguna, muitos eram negros e mulatos e, estes os
melhores... No Estaleiro Farrapo do rio Camaquã foi um mulato que forjou
as ferragens dos dois célebres barcos. ...Foi o negro Procópio que
atingiu com um tiro certeiro em um dos braços, do célebre guerrilheiro
imperial Chico Pedro frustrando seu ataque sobre o Estaleiro Farroupilha na
barra do rio Camaquã...”Segundo Claudio Moreira Bento.
59. Antônio Ribeiro - Herói Farroupilha
que participou da tomada de Porto Alegre
em 20 de setembro de 1835.
60. Os Negros estiveram
presentes em todas as
guerras que ocorreram
nesse território,
Como Lanceiros
como Soldados de infantaria
Como oficiais
Sempre estiveram nas
frentes de batalha
65. AFINAL . . . . .
QUAL É A CONTRIBUIÇÃO
DOS NEGROS
NA NOSSA CULTURA GAUCHESCA
OU GAÚCHA - TRADICIONALISTA ?
66. QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS
NA CULINÁRIA
GAÚCHA GAUCHESCA OU CAMPEIRA ?
PERGUNTAMOS: -
- QUEM COZINHAVA NA CASA DA
ESTÂNCIA OU NO GALPÃO DOS PEÕES ?
67. Comparar os Pratos Gaúchos
ou Campeiros com os Pratos
feitos pelas mães-de-santo
oferecidos aos orixás
68. Na volta da estância os Negros tinham os seus “cercados”,
onde plantavam os seus temperos.
73. QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS NEGROS
NA MUSICALIDADE REGIONALISTA
GAÚCHA OU GAUCHESCA ?
74. MILONGA:
É de origem AFRO-PLATINA
- É um ritmo originário dos negros e mestiços
pobres dos arrabaldes de Buenos Aires. Aires
Milonga, substantivo do quimbundo, que
significa palavras jogadas, conversa, queixa.
- “el viajero francés Arsenio Isabelle, que pasa
por el Río de la Plata entre 1830 y 1834, la
registra, quizás por primera vez, en su libro
“Voyage à Buenos Aires et à Porto Alegre
(París, 1835)”
75. Gabino Ezeiza,
payador y cantante
"Don Gabino" en cuya entrada una
placa de bronce nos recuerda su
grandeza. De ascendencia negra y
cuna humilde, adquirió celebridad
como payador y autor de más de
quinientas composiciones, que el
mismo interpretaba. Según se
afirma, ya en el año 1872
incursionaba en el arte de la
payada, siendo considerado el más
antiguo y notable payador del Río
de la Plata. Francisco Pi Suñer “Fue
el payador de la pampa”
76. VANERA:
É de origem AFRO-CUBANA
È originária de Cuba, mais precisamente de Havana,
Cuba Havana
possessão espanhola no período colonial que lhe deu o
nome, ( HA ) VANERA.
Na Europa é batizada de Polka Española. No século XIX, é
introduzida na América com o nome de vanera. Se acultura
no Rio Grande do Sul e ganha outras versões ou adjetivos
como: vanerinha, vanerão, samba gaúcho, vanerão sambado,
sambado
etc.
77. Outros gêneros ou rítmos “gauchos”
presentes nos Festivais e Bailes do Rio
Grande do Sul
• - MALAMBO: SAPATEIO AFRO-ARGENTINO
• - CHACARERA E LA ZAMBA.
• - CANDOMBÉ - AFRO - URUGUAIO
• O próprio FANDANGO, apesar de ser uma
dança popular portuguesa, Nelson de Senna
recolhe como palavra de evidente procedência
africana.
78. A um bochincho certa feita BOCHINCHO
fui chegando de curioso Poesia de Jaime Caetano
baile de gente direita Braun que explica muito bem
de pronto eu vi que não era o que era um fadango
na noite de primavera
gaguejava a voz de um tango
e eu sou louco por fandango
que nem pinto por quirera
e o gaiteiro era um mulato
que até dormindo tocava
e a gaita choramingava
que nem namoro de gato
E a gaita velha gemia
às vezes quase parava
de repente se acordava
e num vanerão se perdia
Gaiteiros de São Francisco de Assis
82. Paixão Cortes entrevista a Negra Paim sua principal
informante na região de Vacaria e Caxias do Sul
83. No Rio Grande do Sul temos inúmeros negros
que são músicos, compositores e intérpretes
da cultura gaúcha nativista e tradicionalista
• - CÉSAR PASSARINHO
• - CRIOULO DOS PAMPAS
• - MACEDINHO
• - LOMA
• - LÚCIA HELENA
• - GRUPO STATUS
84. Nos Festivais de Música Nativista do nosso Rio
Grande do Sul temos muitas canções sobre os
negros que são verdadeiros clássicos ...
• ESCRAVO DE SALADEIRO
• NEGRO DA GAITA
• ROMANCE NA TAFONA
• AFRO-AMÉRICA
• NEGO BONIFÁCIO
• MÃE NEGRA
86. Os Negros que
chegaram na América
eram de várias tribos ou
nações, mas os grupos
nações
lingüísticos que deram
maior contribuição ao
nosso léxico foram
Quimbundo
e
Banto
87. Dicionário Regionalista de
Vocábulos gauchescos com
maior número de edições
+ de 228 mil verbetes
Autor: Zeno Cardoso Nunes + de 380 mil definições
+ de 3.000 páginas
88. Foi levado em consideração os estudos sobre
africanismos no RGS realizado por Dante Laytano
• Com nove mil verbetes, a enciclopédia,
verbetes
assinada pelo escritor e compositor Nei
Lopes, foi lançada pela Selo Negro
Edições em 2004. Ela reúne, em um
único volume, uma gigantesca massa
de informações ligadas à saga de afro-
descendentes nas Américas.
• Aborda assuntos dos mais diversos a
partir do ponto de vista brasileiro — de
biografias a vestuário; de fatos
históricos e contemporâneos a
acidentes geográficos, flora e fauna; de
festas e divertimentos a Profissões e
atividades.
89. Algumas palavras recolhidas por
Dante de Laytano em 1936.
1936
• - ANGICO • - FUXICÁ
• - BUGIGANGA • - GAMBÁ
• - BOMBEÁ • - INHAME
• - CAMBOTA • - JAPONA
• - CACIMBA • - LENGA - LENGA
• - ENCABULÁ • - MATUNGO
• - ENGAMBELÁ • - MOGANGO ( A )
• - EMPACÁ • - PORONGO ( ? )
• - EN QUIZILÁ • - SANGA
• - CAPANGA ( E )
• - TAMBO
90. Hoje
Os negros que começam a
se identificar com a
cultura gauchesca
Não
necessariamente
com o
tradicionalismo.
91.
92. Desfile Farroupilha de
Porto Alegre
“ Assim se fez o gaúcho ”
Cultura gaúcha é feita
do índio charrua e do
guarani, do espanhol
e do português mas é
feita de negro também.
93.
94.
95.
96.
97. No desfile foi mostrado
algumas das contribuições
que os negro deram para
a cultura gaúcha.
Nas lidas campeiras
Nas Guerras
Na culinária
Na música regional
No linguajar gauchesco
104. “ TRAGO NA GENEALOGIA ÍNDIOS, NEGROS, LUSITANOS,
MESTIÇOS E CASTELHANOS BROTADOS DA GEOGRAFIA”
“ FOGONES DEL MISMO RAYO
LUCEROS DE SU DESTINO
NACIERON GAUCHO ARGENTINO
BRASILEÑO Y URUGUAYO
HACIENDO PÁTRIA A CABALLO
COM CIELITOS E VIDALAS”
BRASILEÑO Y ORIENTAL
RIO-GRANDENSE Y ARGENTINO
PIEDRAS DEL MISMO CAMINO
ÁGUAS DEL MISMO CAUDAL
Jaime Caetano Braun
108. Segundo Saint-Hilaire, naturalista francês que
esteve no Estado no século XlX,
(...) nesta capitania os negros são tratados com
brandura e (...) os brancos com eles se
familiarizam mais do que noutros lugares. Isto é
verdadeiro para os escravos das estâncias, que são
poucos, mas não o é para os das charqueadas que,
[justifica] sendo em grande número e cheios de
vícios trazidos da capital, devem ser tratados com
mais rigor (P.120)²
109. Com Silva Paes, em 1737, na cidade do Rio
Grande, a primeira do Estado; ou com as tropas
portuguesas e espanholas na destruição das
Missões; ou na chamada Revolução Farroupilha;
ou na Guerra do Paraguai, em 1893; enfim, em
todos momentos importantes da vida política e
militar do Estado, os negros estavam lutando. Nos
casos de guerra civil, estavam presentes nos dois
lados.
110.
111. • José Mariano de Matos,
mulato, natural do Rio de
Janeiro foi o Ministro da
Guerra e da Marinha da
República Rio-Grandense
e alguns anos mais tarde
Ministro da Guerra do
Império do Brasil.