1. Os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs) são sistemas de nuvens que se estendem por centenas de quilômetros com duração mínima de 6 horas e são responsáveis pela maior parte da precipitação nos trópicos e em várias localidades de latitudes médias.
2. Os CCMs ocorrem com mais frequência na primavera e verão entre 15° e 30°S, preferencialmente a leste dos Andes sobre os vales dos rios Paraná e Paraguai, e se deslocam principalmente para leste e sudeste ating
2. Os CCMs são caracterizados por um conjunto de
nuvens de grande desenvolvimento vertical (cb), que se
extendem por centenas de quilômetros com duração
mínima de 6 horas. Na imagem de satélite apresentam
forma circular com alta reflectância devido ao gelo no
topo das nuvens.
Complexo convectivo de
Mesoescala (CCM) no Brasil
3. Os CCMs são responsáveis pela maior
parte da precipitação nos trópicos e em várias
localidades de latitudes médias durante a
estação quente.
Complexo convectivo de
Mesoescala (CCM) no Brasil
5. Tamanho
O sistema deve apresentar cobertura de
nuvens com temperaturas no infravermelho
menores que -32°C e com área de 100.000
Km². A região mais interna da nuvem deve
apresentar temperaturas inferiores a -52°C e
com área de 50.000 Km².
6. Forma
O sistema deve ter formato
circular com excentricidade (eixo
menor/maior) maior que 0,7.
7. Tempo de vida
É caracterizado quando as duas
condições descritas na classificação
de tamanho ocorrem por um período
superior a 6 horas.
10. Gênese
Nas regiões subtropicais ocorre no
final da tarde e início da noite, quando
células convectivas isoladas se
desenvolvem e se unificam em áreas
com condições favoráveis a convecção.
11. No Brasil
Os fluxos de calor e umidade
(durante o período da noite)
provenientes da região amazônica
passam a fornecer condições
necessárias para que esses sistemas
cresçam.
12. Estágio maduro
Geralmente, ocorre durante a madrugada,
coincidindo com o horário de máxima
intensidade do Jato de baixos níveis. Nessa
fase, tempestades severas podem ocorrer.
Entretanto, a condição principal de tempo são
as fortes chuvas localizadas.
13. Estágio de dissipação
Os fluxos de calor e de umidade são
reduzidos (por volta das 12:00 UTC), em
razão do aumento dos processos turbulentos.
A circulação do tipo vale-montanha também
contribui durante o processo de dissipação.
14. Ocorrência dos CCMs
Grande número de ocorrências durante a
primavera e verão, de preferência na faixa
latitudinal entre 15° e 30°S.
15. Dependência geográfica
A gênese dos complexos revela grande
dependência da situação geográfica
relacionadas a:
– Topografia
– Circulação noturna (vales)
– Fluxo de ar quente e úmido proveniente da
região amazônica.
16. Topografia
A cadeia de montanhas dos Andes
a oeste, o vale dos rios Paraná e
Paraguai e, mais a leste, a Serra do
Mar.
17. Circulação noturna
A baixa pressão à superfície no vale da bacia do
Prata inicia o processo de convecção, associada à
brisa vale-montanha proveniente das encostas dos
Andes. A convecção local é realimentada por ar quente
e úmido vindos da Amazônia transportados pelos
JBNs. Os JBNs são mecanismos eficientes que afetam
o transporte de umidade e calor em baixos níveis,
ligados a estrutura dos CCMs.
18. Muitas vezes na forma de um jato
de ar com máxima velocidade
aproximadamente a 3.000 m acima
do nível médio do mar, o chamado
Jato de Baixos Níveis.
Fluxo de ar quente e úmido proveniente
da região amazônica
19. Grande escala
A Alta da Bolívia e a Baixa do Chaco atuam
para gerar convergência e movimentos
ascendentes, condições necessárias para
desencadear a convecção.
20. Jato de Baixos Níveis
O JBN representa um dos mecanismos
dinâmicos responsáveis pelo transporte de
calor e umidade da região amazônica para as
regiões preferenciais de formação de CCMs,
contribuindo com os índices pluviométricos
nessa região.
21. Cordilheira dos Andes
Exerce um papel fundamental no ciclo de
vida dos CCMs. O ciclo de vida dos
complexos pode ser explicados
principalmente pela associação de dois
mecanismos:
– O ciclo diurno do JBN e o escoamento
catabático, que são “combustíveis”
necessários para a convecção.
22. Sudeste do Brasil
Verifica-se uma correlação negativa dos
CCMs com a presença da ZCAS. Durante
períodos de ZCAS os CCMs não são
observados, porque os JBNs que fornecem
calor e umidade para os CCMs são fracos.
23. Trajetória dos CCMs
Os CCMs subtropicais iniciam-se a leste dos Andes em
torno de 250 S e sobre os vales dos rios Paraná e
Paraguai. Figueiredo e Scobar (1996) verificaram que
dos 25 casos estudados 70% deslocaram para leste e
sudeste, atingindo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná, e 30% deslocaram-se para nordeste e norte,
atingindo a região sudeste do Brasil.
24. Trajetória dos CCMs
Segundo Figueiredo e Scobar (1996) os
CCMs na fase de gênese ocorrem
predominantemente no nordeste da argentina ou
nas áreas central e sul do Paraguai, e se
deslocam em direção a leste, para a região sul
do Brasil. Apenas uma pequena parcela se
desloca nas direções norte e nordeste, atingindo
as regiões sudeste e centro-oeste do Brasil.
Ocorrem preferencialmente entre os meses de
novembro e março.
25. Regiões de ocorrência
Além da bacia do Prata, os CCMs ocorrem
em toda parte e em outras regiões brasileiras,
como na costa do nordeste e Amazônia. Os
CCMs tropicais geralmente são modulados por
ventos de leste em baixos níveis e ventos de
norte em altos níveis, que intensificam a
convecção e a forma circular. Os CCMs
tropicais são menos intensos que os
subtropicais que ocorrem a leste dos Andes
próximos ao Paraguai e Argentina.