3. CAPACIDADES
Eixos necessários para
aquisição da língua escrita
Compreensão e valorização da
cultura escrita;
Apropriação do sistema de escrita;
Leitura;
Produção de textos escritos;
Desenvolvimento da oralidade.
5. Por muito tempo, ensinar a ler e
escrever esteve associado ao uso
das cartilhas .Ler e escrever eram
entendidos como um ato
mecânico e descontextualizado,no
qual a criança precisava apenas
do domínio do sistema gráfico da
escrita.
Seus textos não tinham a
intenção de dizer nada a
ninguém.
O ato de memorização e repetição
era mais valorizado do que a
construção de conceitos feitos
pelas crianças a partir de um
determinado conteúdo.
6. O padrão para Avaliação era
a escrita ortograficamente
correta e a ênfase era nos
fonemas e grafemas .
Estes textos não
consideravam a realidade
cotidiana dos alunos, e uma
vez que o foco estava na
memorização das sílabas,
podemos dizer que pouco
contribuía para a
compreensão da função social
da escrita:A COMUNICAÇÃO
7. • (ii) Conhecer e utilizar
diferentes tipos de letra (de
fôrma e cursiva)
LETRA DE FÔRMA MAIÚSCULA
X
letra de fôrma minúscula e a letra
cursiva
- Essa questão poderá ser
encaminhada de maneira produtiva
com flexibilidade e sensibilidade
para o aprendizado específico que
estiver em foco a cada momento.
- A letra cursiva representa estilos
individuais e também serve para
escrever com rapidez.
8. COMPREENDER A NATUREZA
ALFABÉTICA DO SISTEMA DE
ESCRITA
• Nosso sistema de escrita é alfabético: cada
“fonema” é representado por um “grafema”.
• Hipótese silábica
• A natureza alfabética do sistema de escrita se
manifesta quando a criança começa a tentar ler e
escrever de acordo com o princípio alfabético
(um “grafema”, um “fonema”).
9. Dominar as relações entre
grafemas e fonemas
• Os fonemas são entidades
elementares da estrutura
fonológica da língua, que se
manifestam nas unidades sonoras
mínimas da fala.
• Os grafemas são letras ou
grupos de letras, entidades
visíveis e isoláveis.
• É importante o aluno contar com
o apoio do significado, em vez de
lidar exclusivamente com
abstrações, tais como fonemas e
sílabas.
10. • Dimensões fonológicas e semânticas (significados e
sentidos).
• “Formas fixas” ou “palavras estáveis” (Ex: Nome)
• Princípio de progressão (simples → complexo)
• Dominar as relações fonema-grafema significa, em última
instância, dominar a ortografia.
• (i) Dominar regularidades ortográficas
- Uma vez compreendida a natureza alfabética do sistema,
o processo de alfabetização precisa se orientar no domínio
da ortografia do português.
* Ver páginas 36 a 38
11. - Critério da progressão.
- Grafemas cujo valor não depende do
contexto (letras:P, B, T e dígrafos: NH)
- Grafemas cujo valor é dependente do
contexto
- Consoantes
- Deve-se definir o valor sonoro da letra
sempre considerando a sua posição na sílaba
ou na palavra ou as letras que vêm antes e/ou
depois.
Ex: lata, alface; hoje, chave;
• Vogais
- Embora só haja cinco letras para representar
as vogais, o português tem no mínimo sete
vogais orais e cinco vogais nasalizadas
(grafemas E e O).
Ex: pronúncia regional
12. • (ii) Dominar irregularidades
ortográficas
- Fonemas que, mesmo quando em contextos
idênticos, podem ser representados por
diferentes grafemas, e, por outro lado, casos
em que um mesmo grafema, também em
contextos idênticos, pode corresponder a
diferentes fonemas.
- Um fonema/vários grafemas: fonema /s/.
- Um grafema representando vários fonemas:
grafema X .
- Muitas dessas grafias serão aprendidas por
memorização.
- Estimular o uso do dicionário.
13. Leitura
Capacidades, conhecimentos e 1º 2º 3º
atitudes ano ano ano
Desenvolver atitudes e disposições I/T/C T/C T/C
favoráveis à leitura
Desenvolver capacidades de decifração I T/C T/C
(i) saber decodificar palavras I T/C T/C
(ii) saber ler reconhecendo globalmente as I T/C T/C
palavras
Desenvolver fluência em leitura I T T/C
Compreender textos I/T/C T/C T/C
14. Capacidades, conhecimentos e 1º 2º 3º
atitudes ano ano ano
(i) identificar finalidades e funções da leitura, I/T/C T/C T/C
em função do reconhecimento do suporte,
do gênero e da contextualização do texto
(ii) antecipar conteúdos de textos a serem I/T/C T/C T/C
lidos em função de seu suporte, seu gênero
e sua contextualização
(iii) levantar e confirmar hipóteses relativas I/T/C T/C T/C
ao conteúdo do texto que está sendo lido
(iv) buscar pistas textuais, intertextuais e I/T/C T/C T/C
contextuais para ler nas entrelinhas (fazer
inferências), ampliando a compreensão
(v) Construir compreensão global do texto I/T/C T/C T/C
lido, unificando e inter-relacionando
informações explícitas e implícitas
(vi) Avaliar ética e afetivamente o texto, I/T/C T/C T/C
fazer extrapolações.
16. A leitura verdadeira me compromete de imediato com o texto que a mim se
dá e a que dou e de cuja compreensão fundamental me vou tornando
também sujeito. Ao ler não me acho no puro encalço da inteligência do texto
como se fosse ela a produção apenas de seu autor e de sua autora. ( Paulo
Freire, 1999, p.30)
17. Desenvolver atitudes e disposições
favoráveis à leitura
A leitura é uma prática social que
envolve atitudes, gestos e habilidades
que são mobilizados pelo leitor tanto
no ato de leitura propriamente dito,
como no que antecede a leitura e no
que decorre dela.
18. Gosto pela leitura é
construído.
Não é necessário que a
criança espere aprender a
ler para ter acesso ao
prazer da leitura: pode
acompanhar as leituras
feitas por adultos, pode
manusear livros e outros
impressos, tentando “ler”
ou adivinhar o que está
escrito.
19. Desenvolver capacidade de decifração
Saber decodificar palavras
A decodificação é um procedimento
utilizado pelo leitor para identificação
das relações entre grafemas (“letras”)
e fonemas ( “sons”).
Trata-se de um conhecimento crucial
e decisivo na alfabetização.
20. Saber ler reconhecendo globalmente as palavras
O reconhecimento de palavras, sem
atenção à análise de seus componentes
internos, como fonemas e sílabas,
favorece uma leitura rápida. É portanto
uma estratégia global.
É aplicado por crianças especialmente
a palavras ou textos que são mais
familiares e aparecem com mais
frequência.
21. A capacidade de ler com
fluência e silenciosamente
está associada a dois fatores
principais:
- conhecimento linguístico da
criança: vocabulário,
domínio das estruturas
sintáticas da língua escrita e
conhecimento de mundo;
- diminuir a quantidade de
unidades utilizadas para
compor o texto.
22. Quatro princípios gerais que podem auxiliar
na seleção e na elaboração de atividades
para o desenvolvimento da fluência em
leitura
23. Diminuição da quantidade de
informação visual para apoio do
leitor.
Trabalho com vocabulário e com
estruturas sintáticas.
Uso intensivo do conhecimento
prévio para formular hipóteses.
Leitura em voz alta.
24. Compreender textos
Três componentes básicos para
ler com compreensão
Compreensão linear- reconhecer
informações visíveis no corpo do texto.
Produção de inferências- ler nas
entrelinhas.
Compreensão global- identificação
das informações pontuais no texto e
produção de inferências.
28. Até o leitor iniciante pode tentar
adivinhar o que o texto diz, pela
suposição de que alguma coisa está
escrita, pelo conhecimento de seu
suporte ( livro de história, jornal...), de
seu gênero, pelo conhecimento de suas
funções( informar, divertir...), pelo
título, pelas ilustrações.
30. Um dos componentes da capacidade de ler
com compreensão é a estratégia de ler com
envolvimento, prevendo o que o texto ainda
vai dizer e verificando se as previsões se
confirmam ou não.
Levantando e checando hipóteses
interpretativas, a classe vai produzindo o
indispensável ”fio da meada”, que permite ao
leitor compreender o texto.
34. Ler com compreensão implica ser capaz
de produzir uma visão global do texto.
Ser capaz de resumir o texto lido e
recontá-lo ou repassá-lo para
alguém.
Ser capaz de explicar e discutir o texto
lido demonstrando em que se sustenta a
própria interpretação.
35. Ser capaz de fazer extrapolações
pertinentes – sem perder o texto de
vista – é importante para o aprendizado
de descobrir que as coisas que se lêem
nos textos podem fazer parte da nossa
vida, podem ter utilidade e relevância
para nós.
36. Com gemas preciosas para financiá-lo, nosso herói
desafiou bravamente todos os risos desdenhosos que
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam”,
disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente
esse planeta inexplorado”.
Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, ás vezes através de imensidões
tranquilas, mais amiúde através de picos e vales
turbulentos.
Os dias se tornaram semanas, enquanto os indecisos
espalhavam rumores apavorantes a respeito do beiral.
Finalmente, sem saber de onde, criaturas aladas e bem-
vindas apareceram anunciando um sucesso prodigioso.
Retirado de Doolng & Ladmam (1981) apud Kleimam (1989ª:21).
37. Produção
Capacidades , conhecimentos e 1º ano 2º 3º
atitudes ano ano
Compreender e valorizar o uso da escrita I/T/C T/C T/C
com diferentes funções, em diferentes
gêneros
Produzir textos escritos de gênero I T/C T/C
diversos, adequados aos objetivos, ao
destinatário e ao contexto de circulação:
(i) Dispor, ordenar e organizar o próprio I T/C T/C
texto de acordo com convenções gráficas
apropriadas
(ii) Escrever segundo o princípio alfabético I/T/C T/C T/C
e as regras ortográficas
(iii) Planejar a escrita do texto I/T/C T/C T/C
considerando o tema central e seus
desdobramentos
38. Capacidades , conhecimentos e 1º 2º 3º
atitudes ano ano ano
(iv) Organizar os próprios textos segundo I/T/C T/C T/C
os padrões de composição usuais na
sociedade
(v) Usar a variedade lingüística apropriada I/T/C T/C T/C
à situação de produção e de circulação,
fazendo escolhas adequadas quanto ao
vocabulário e à gramática
(vi) Usar recursos expressivos (estilísticos e I/T/C T/C T/C
literários) adequados ao gênero e aos
objetivos do texto
(vii) Revisar e reelaborar a própria escrita, I T T/C
segundo, critérios adequados aos objetivos,
aos destinatários e ao contexto de
circulação previstos
39. Acredita-se que um processo eficiente
de ensino-aprendizagem da escrita deve
tomar como ponto de partida e como
eixo organizador a compreensão de que
cada tipo de situação social demanda
um uso da escrita relativamente
padronizado.
40. Uma palavra qualquer ,
um nome próprio podem
ser um texto, se forem
usados numa determinada
situação para produzir um
sentido. Assim, as crianças
que iniciam sua escolarização
podem produzir textos
escritos desde os primeiros
dias de aula.
41. Sempre que se escreve deve-se ter em
mente qual é o objetivo da escrita,
quem vai ler o texto, em que
situação o texto será lido e, em
razão desses fatores, qual gênero e
qual estilo de linguagem são mais
adequados e devem ser adotados
43. As primeiras experiências de
escrita das crianças não
precisam se limitar a
exercícios grafo-motores ou a
atividades controladas de
reproduzir escritos e
preencher lacunas.
Atividade com nome.
Ordem alfabética.
44. Atividades que requerem
habilidade motora,
perceptiva e cognitiva no
traçado das letras e na
disposição do escrito no
papel, convidam à reflexão
sobre o sistema de escrita e
suscitam questões sobre a
grafia das palavras, ao
mesmo tempo que dão
oportunidade de vivenciar
importantes funções da
escrita.
45. Coerência textual- diz respeito à
organização dos conteúdos do texto de
modo que ele pareça, para seus leitores,
“ lógico”, bem encadeado e sem
contradições.
46. A organização e o encadeamento
dos textos da conversa cotidiana
são diferentes do que se
espera no caso de textos
escritos, principalmente se
tiverem circulação pública. Por
isso, é necessário trabalhar
explícita e sistematicamente essa
questão em sala de aula.
47. No planejamento
da coerência do
texto escrito, é
sempre necessário
levar em conta
para que e para
quem se está
escrevendo e em
que situação o
texto será lido.
48. Esta capacidade diz respeito ao modo
de organização do texto em partes.
Os diferentes gêneros textuais
costumam se compor de acordo com
um padrão estabelecido nas práticas
sociais e que tem certa estabilidade.
53. Aprender a escrever inclui saber
escolher a variedade adequada ao
gênero de texto que se está
produzindo, aos objetivos que
se quer cumprir com o texto,
aos conhecimentos e
interesses dos leitores
previstos, ao suporte em que
o texto vai ser difundido.
56. O uso expressivo dos recursos
lingüísticos se manifesta
tanto nos textos literários
quanto nos textos práticos
do cotidiano e pode servir aos
objetivos de produzir
encantamento, comover,
fazer rir, ou convencer
racionalmente.
58. Tornar-se um usuário da escrita
eficiente e independente implica
saber planejar, escrever, revisar,
avaliar e reelaborar os próprios
textos. Requer a atitude reflexiva de
voltar-se para os próprios
conhecimentos e habilidades para
avaliá-los e reformulá-los.
59. Desenvolvimento da Oralidade:
Capacidades , conhecimentos e 1º ano 2º 3º
atitudes ano ano
Participar das interações cotidianas em I/T/C T/C T/C
sala de aula:
escutando com atenção e I/T/C T/C T/C
compreensão
respondendo às questões propostas I/T/C T/C T/C
pelo(a) professor (a)
expondo opiniões nos debates com os I/T/C T/C T/C
colegas e com o (a) professor(a)
60. Capacidades , conhecimentos e 1º ano 2º 3º
atitudes ano ano
Respeitar a diversidade das formas de I/T/C T/C T/C
expressão oral manifestas por colegas,
professores e funcionários da escola, bem
como por pessoas da comunidade extra-
escolar
Usar a língua falada em diferentes I T T/C
situações escolares, buscando empregar a
variedade lingüística adequada
Planejar a fala em situações formais I T T/C
Realizar com pertinência tarefas cujo I T T/C
desenvolvimento dependa de escuta atenta
e compreensão
61. Formar cidadãos aptos a participar
plenamente da sociedade em que vivem
começa por faculta-lhes a
participação na sala de aula desde
seus primeiros dias na
escola(formas de participação
consideradas adequadas para os
espaços sociais públicos).
62. Nos três anos iniciais do
ensino fundamental, os
alunos devem
aprender a escutar
com atenção e
compreensão, a dar
respostas, opiniões e
sugestões pertinentes
nas discussões abertas
em sala de aula, falando de
modo a serem entendidos,
respeitando colegas e
professores, sendo
respeitados por eles.
64. Faz parte da formação lingüística do
cidadão reconhecer a existência das
diversas variedades da língua, exigir
respeito para com a maneira de
falar que aprendeu com sua
família e seus conterrâneos, mas
também, em contra partida, saber
respeitar as variedades diferentes
da sua.
66. Na convivência social, é importante
saber qual variedade lingüística usar
em diferentes situações.
Não se fala sempre do mesmo jeito, em
todas as circunstâncias.
67. Há situações sociais em que, mais do que
cuidar deliberadamente da linguagem
falada no decorrer da interação, é
preciso se preparar para falar
adequadamente. São situações públicas e
formais, em que muitas vezes é necessário ter
controle sobre o tempo de fala, fazendo
exposições concisas e bem organizadas.
68. O desenvolvimento da oralidade inclui
não apenas a capacidade de falar mas
também a capacidade de ouvir com
compreensão. Essa capacidade é crucial
para a plena participação do cidadão na
sociedade: é preciso saber ouvir e
entender os jornais da TV e do rádio, as
entrevistas e declarações de políticos e
governantes, as demandas e explicações dos
companheiros e superiores no trabalho.
69. “(...) Não é possível
refazer este País,
democratizá-lo,
humanizá-lo,
torná-lo sério,
com adolescentes
brincando de
matar gente,
ofendendo a vida,
destruindo o
sonho
inviabilizando o
amor.
70. Se a educação
sozinha não
transforma a
sociedade, sem ela
tampouco a
sociedade muda.
Se a nossa opção é
progressista, se
estamos a favor
da vida e não da
morte, da
eqüidade e não da
injustiça,
71. do direito e não do
arbítrio, da
convivência com o
diferente e não de
sua negação, não
temos outro
caminho senão
viver plenamente
nossa opção.
72. Encarná-la,
diminuindo
assim a
distância entre o
que dizemos e o
que fazemos(...)”
Paulo Freire