3. A REGENERAÇÃO
Iniciado em 1851 e saído da época cabralista, o regime de
Fontes Pereira de Melo - a Regeneração – caracterizou-se por
uma muito necessitada estabilidade política e pelo impulso dado
à renovação do país. Defensor de um sistema livre cambista,
Fontes procura modernizar o país, de forma a torná-lo
competitivo perante os outros países europeus.
Como forma de suportar as crescentes exigências de financiamento, o governo
regenerador recorreu a uma política de empréstimos contraídos ao estrangeiro e à abertura
ao investimento externo.
Os empréstimos venciam juros altos que o país não possuía forma de pagar, o que
conduzia a novos pedidos de empréstimo e a um endividamento estatal e à crescente
dependência face ao estrangeiro.
4. A REGENERAÇÃO
A estabilização e a
modernização do país
precisavam de verbas de que
o governo não dispunha,
agravado pelo endividamento
face ao estrangeiro. Nesse
sentido, Fontes Pereira de
Melo viu-se forçado a encetar
uma política de aumento de
impostos, que apenas
agravou a situação do país, já
de si precária.
6. A REGENERAÇÃO
Número de
Anos telegramas
nacionais Internac.
1860 45 776 16 224
1880 454 867 139 051
1900 877 974 410 447
7. A REGENERAÇÃO
• Aumento da mecanização;
• Aumento da produtividade industrial;
• Importação de matérias-primas para a indústria e
afirmação de novos setores industriais;
• Crescimento (ainda que lento) do operariado;
• Crescimento do investimento financeiro.
9. A CRISE ECONÓMICA
DE 1880/91
Crise marcada pela especulação financeira, grande desenvolvimento bancário,
sociedades anónimas e investimento estrangeiro;
Quebra nas exportações e aumento do desemprego;
Revolta da Janeirinha (1868) e protestos contra o aumento dos impostos;
Dependências das remessas do dinheiro dos emigrantes no Brasil;
Total dependência económica face à Inglaterra (e consequente falta de
desenvolvimento do mercado nacional)…
10. A CRISE ECONÓMICA
DE 1880/91
Vertente diplomática e colonial:
Portugal foi forçado a ocupar efetivamente as suas colónias, de acordo com o
estipulado na Conferência de Berlim;
Incidente com a Inglaterra: o mapa cor-de-rosa e o ultimato.
11. A CRISE ECONÓMICA
DE 1880/91
Vertente económico-financeira:
Dificuldades de escoamento da produção agrícola;
Agravamento da dependência aos países capitalistas;
Abolição da escravatura no Brasil e diminuição das remessas de dinheiro;
Déficit orçamental crónico;
Aumento das importações de matéria prima;
Endividamento progressivo do estado;
Bancarrota do estado em 1891 (falência da Baring & Brothers).
“O banco londrino Baring Brothers – que colocava a divida pública de países nos mercados francês e
inglês – abanou com a insolvência da Argentina e Uruguai. Gerou-se o pânico internacional e os
mercados fecharam-se. Em Portugal, a solução foi mais uma vez austeridade. Tornam-se patentes as
más aplicações da banca. Em Maio, dá-se uma corrida aos depósitos e é suspensa por 90 dias a
conversão das notas de banco.”
in http://causamonarquica.com/2011/03/29/portugal-ja-declarou-bancarrota-parcial-em-1891-e-saiu-se-bem/
12. A CRISE ECONÓMICA
DE 1880/91
Vertente política:
Cansaço face ao rotativismo político;
Fracassos da politica externa;
Crise financeira e desconfiança face ao
governo;
Aumento dos preços e quebra dos
salários, o que provoca tensões e revoltas
sociais;
Escândalos económicos associados à
coroa – adiantamentos para despesas de
representação; António Luís Gomes, Bernardino Machado,
Celestino de Almeida, António José de
Fundação dos partidos de oposição – Almeida e Afonso Costa.
Partido Socialista Português (Antero de
Quental) e Partido Republicano Português
(Teófilo Braga).
13. O SURTO INDUSTRIAL
O livre-cambismo é progressivamente substituído pelo protecionismo.
Desenvolvimento do setor industrial.
Crescimento de companhias capitalistas.
Intensificação do nível tecnológico.
Aumento da concentração populacional.
Crescimento da população urbana.