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CIÊNCIA
e
história
EMJEITO DE INTRODUÇÃO
Ciência – palavra que provém do Latim scientia e que significa conhecimento. Assim
sendo, a ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento. Para tal, é necessário
um método baseado em pesquisas e confirmação de hipóteses (o método científico).
Método - Sequência lógica de procedimentos que devem ser seguidos para a obtenção
de um objectivo.
Fontes – elementos (escritos, orais, audiovisuais…) que nos permitem retirar informações
para a elaboração do nosso trabalho. Destacam-se aqui, para além da óbvia análise
documental, as entrevistas, os inquéritos…
A partir da Revolução Científica do século XVII, o estatuto de cientificidade da
Ciência passa a ser definido em função de um método rigoroso, pautado numa linguagem
matemática, exacta, objectiva, universal e necessária, desvinculada de toda a subjectividade
e valor. A Ciência deve, assim, ser entendida como uma forma de conhecimento, cuja tarefa
é a de apropriar-se do real e explicá-lo de modo objectivo, mediante o estabelecimento de
leis universais e necessárias entre os fenómenos, leis estas previsíveis e passíveis de
controle experimental. Observa-se, deste modo, uma relação intrínseca entre a cientificidade
e a objectividade de uma ciência. Toda esta busca suscita uma série de questões: as
Ciências Humanas, tendo uma especificidade própria, não devem ser construídas segundo o
modelo de explicação das Ciências Naturais? Se elas não seguem este modelo, podem ser
ditas Ciências? Se o modelo de cientificidade das Ciências Naturais se estrutura na
objectividade, na ausência de aspectos subjectivos e qualitativos, como fazer com que as
Ciências Humanas sejam Ciências, se o seu objecto de estudo, o Homem, é o domínio da
subjectividade, dos valores?
Adaptado de http://www.sectec.rj.gov.br/redeescola/especialistas/filosofia/tema02/fil-tm02.html
CIÊNCIA HISTÓRICA
A História é um sucesso sucessivo que sucede sucessivamente sem cessar.
Partindo desta noção um pouco brincalhona, que podemos concluir?
-Que a História é uma ciência;
- Que o objecto de estudo da História é… TUDO O QUE EXISTE;
- Que as fontes utilizadas são… TODAS AS DISPONÍVEIS.
Mas o caminho foi longo até aqui chegarmos…
breve evolução
antiguidade clássica
Na época greco-romana, o objectivo da História era o contar os factos mais relevantes
da vida dos homens, principalmente os grandes feitos políticos e militares que lhes tinham
trazido fama. A História tinha assim, uma dupla função:
- Por um lado, era pragmática e educativa: o objectivo era retirar uma lição, uma moral que
pudesse ser aproveitada pelos homens do futuro;
- Por outro lado. Possuía um carácter nacionalista e patriótico.
Para elaborar estas descrições, homens como Tucídedes; Cícero; Heródoto (o “pai” da
História) ou Tito Lívio usavam como método:
• A relacionação, explicação e justificação dos factos ;
• A recolha da tradição oral e escrita, bem como de testemunhos oculares;
• A crítica das fontes utilizadas (o que revela alguma preocupação com o rigor histórico).
breve evolução
IDADE MÉDIA
Na época medieval, a História depende da Igreja, que tudo vê e tudo controla. Ocorre
assim o que se apelida de Visão Teocêntrica da História: pretende-se narrar os factos mais
relevantes da vida dos homens, para neles se encontrar os desígnios de Deus (a História é, no
fundo, a execução das vontades divinas).
Os pseudo-historiadores desta época elaboravam os seus relatos partindo da recolha
dos textos antigos. Contudo, não existia a preocupação de os criticar e estabelecer a sua
autenticidade e veracidade.
A História era entendida como:
- Universal (pretendia-se elaborar uma história de todo o mundo);
- Providencialista (Deus é que comandava a evolução da história);
- Apocalíptica (previa-se o fim do mundo e dos homens).
breve evolução
RENASCISMENTO
O Renascimento é a época dos avanços da humanidade e da
redescoberta dos valores clássicos. Pretende-se conhecer o passado e compreender o
presente humano, numa visão antropocêntrica (o Homem está no centro de todas as
preocupações, é o motor de todos os acontecimentos).
Para a elaboração dos registos que se pretendem conhecidos no futuro, os
historiadores realizam, como método:
- A recolha de fontes, nem sempre com preocupações criteriosas e isentas;
- A crítica das fontes, sob um ponto de vista filológico.
A História tem assim um papel educativo ou explicativo. Embora a sua função seja
similar à da época da Antiguidade Clássica, distingue-se desta pela recusa do
transcendental e divino.
Pela primeira vez, exalta-se o rigor. A História torna-se um instrumento de poder,
usada para beneficiar ou aclamar os mais importantes.
breve evolução
RACIONALISMO
Esta é a época da valorização do pensamento. É a fase do Iluminismo, em
que se pretende conhecer as sociedades humanas na sua globalidade, apesar de ainda
predominarem os factos políticos e militares (alarga-se assim o campo da História).
Os grandes homens desempenham um papel fundamental na explicação dos
fenómenos históricos.
Há o aproveitamento de métodos das ciências auxiliares da História que surgem, como é o
caso a Paleografia Diplomática. Mas a grande novidade será a aplicação do método científico
à História, que passa a servir os poderosos e a nova classe dominante - a Burguesia - bem
como os seus ideais políticos e sociais. A História torna-se uma forma de pensamento.
Pretende-se atingir o grande público e modelar a opinião.
breve evolução
POSITIVISMO
Teorizado por Compte, o Positivismo procura converter a História numa ciência natural.
(A História procura ser uma ciência objectiva e social, pretendendo chegar às leis de evolução
histórica):
* O percurso humano é estudado com uma certa previsão determinista - ideias Darwinistas - e
matemática.
* Para os positivistas, a evolução intelectual rege-se pelas leis da evolução biológica.
* A História é reduzida à história do acontecimento (história episódica e quadro).
* Seleccionam-se os factos e criticam-se as fontes ( documento escrito).
* Os factos são relatas em si, tal como aconteceram (objectividade absoluta).
Surgem críticos que defendem que a História Positivista é demasiado política, factual e
determinista. Os positivistas não explicam nem interpretam os factos, apenas os descrevem. É,
assim, uma História do tempo curto, do acontecimento.
breve evolução
HISTORICISMO
A História transforma-se numa matéria para profissionais e especialistas (Von Ranke e
Willem Von Humboldt). É uma História subjectiva e relativa. Valoriza-se a intuição e o papel do
historiador como sujeito activo que conhece - é uma ciência do espírito, logo depende do sujeito
que a elabora. Dá demasiada importância ao particular, o que impede a história total e profunda.
Preconiza-se uma história crítica pelo recurso à hermenêutica (análise dos
documentos).
MATERIALISMO
A economia é o motor da história dos homens - o modo de produção da vida material
condiciona o processo social, político e intelectual.
Segundo Karl Marx, a história é mais do que uma mera colecção de factos, dela se
depreendem as leis que permitem prever o futuro e demonstrar que as sociedades caminham
para um fim determinado.
breve evolução
A NOVAHISTÓRIA –SÉC. XX
Surge para combater a história factual, episódica e simplista. A História Nova, Nova
História ou História dos Annales procura construir uma história total (analisar todas as
manifestações económicas, políticas, sociais e culturais).
Estimula o contributo de outras ciências humanas e mesmo ciências exactas (como a
matemática).
Empenha-se na construção de uma história que permita conhecer o passado,
compreender o presente e prenunciar o futuro.
A História preocupa-se com o contínuo, o permanente, a estrutura (o tempo longo).
Recusa-se a história política baseada na mudança de reinados e opta-se por uma
história que analisa e explica a sociedade global. Alargam-se assim os horizontes da História a
todas as manifestações do Homem (surge por ex. a História das Mentalidades).
A História Nova é dominada pela História Económica. A quantificação adquire um papel
importante (valorizam-se as fontes numéricas como a estatística - Labrousse demonstra que a
oscilação dos preços determina a História política e social - a partir de 1950 a história serial
estende-se também à Demografia.
NOVOS OBJECTOS E NOVOS HERÓIS
A História Nova através da colaboração com as outras ciências, abre o seu leque de
preocupações e interesses e inicia o estudo de novos temas (ou objectos), característicos
de outras ciências, como sendo a história do vestuário, da alimentação, das técnicas…
Surgem ainda novos heróis. Agora não se procura fazer a história de grandes homens, mas
da totalidade da sociedade: os pescadores, as mulheres, os marginais…
O ALARGAMENTO DO ÂMBITO CRONOLÓGICO
Com o aparecimento de novas ciências auxiliares da História e com a evolução geral
da ciência, surgem novos métodos, mais rigorosos e eficazes. A História desenvolve o seu
próprio método e pode agora recorrer a outros, o que lhe permite alargar as fontes
disponíveis para investigação - estuda o passado mais longínquo e o presente mais
imediato.
A NOVAHISTÓRIA–SÉC. XX
O ALARGAMENTO DO ÂMBITO GEOGRÁFICO
A História Nova recusa a tendência “Eurocêntrica” e procura estabelecer uma história
universal e mundial, com a ajuda da geografia que agora se desenvolve.
UM NOVO CONCEITO DE TEMPO HISTÓRICO
Com Braudel, o tempo histórico tradicional é recusado. Para este historiador, o
tempo social nem sempre coincide com o tempo cronológico. Assim, o tempo histórico
deverá desenrolar-se de acordo com os fenómenos históricos (de acção humana). Surgem
então as adaptações das teorias económicas:
* Tempo curto (ou do acontecimento) - normalmente referente a acontecimentos
políticos;
* Tempo médio (ou de conjuntura) - estudam-se as variações cíclicas breves;
* Tempo longo (ou de estrutura) - estudam-se as grandes permanências.
A NOVAHISTÓRIA–SÉC. XX
A HISTÓRIAPROBLEMÁTICA
A história problemática é, antes demais, uma história que interroga e formula
hipóteses às quais o documento irá posteriormente responder. Uma história que se
pretende problemática deve compreender o presente pelo passado, mas também o
passado pelo presente. A história, ao se apresentar como uma projecção dos problemas
da actualidade, assume uma função social, organizando o estudo do passado em função
do presente, por isso a compreensão histórica ocorre sempre no diálogo
presente/passado e vice-versa, tomando o processo histórico como obra de uma
sociedade e não de indivíduos. Problemática e não automática, a história nova rompe
necessariamente com o europocentrismo. Procura a universalidade, debruçando-se
sobre a multiplicidade das civilizações e das culturas, em toda a parte do mundo.
O Método científico aplicado À história
A História passou a ser vista como o resultado da experimentação e da
demonstração. Todavia, não é vista como uma verdade imutável. Tal como a ciência, é
entendida como uma busca constante de explicações e soluções, apesar da falibilidade e dos
seus limites.
Procura aproximar-se da verdade através do uso de um método, é um processo de
construção permanente.
O método científico desenvolvido pelas ciências é agora aplicado à História:
- Primeira fase: Observação – o historiador escolhe e observa o assunto que pretende tratar;
- Segunda fase: Levantamento da Hipótese – é colocada uma pergunta que funciona como a
formulação dos objectivos que se pretendem atingir com a investigação histórica;
- Terceira fase: Experimentação – a hipótese é colocada em prática, através da investigação e
análise das fontes (aplicam-se instrumentos de análise adequados à questão formulada e
criticam-se as suas contribuições);
- Quarta fase: Elaboração da lei geral – é retirada a conclusão final relativa ao tema
estudado.
O LUGAR DA HISTÓRIA
As ciências humanas e sociais desenvolvem-se durante o Positivismo, que incide
nos factos que se podem demonstrar pela ciência e pela experiência, contribuindo assim
para o desenvolvimento científico. Para o seu desenvolvimento contribuem ainda as teorias
idealistas - de Hegel, para o qual, o fundamental é o pensamento - as evolucionistas - de
Darwin, para quem tudo é produto da evolução e as materialistas (de inspiração marxista) -
realça-se o valor do facto social. Tendo o mesmo objecto (o estudo do homem) têm
conteúdos diversos, mas fronteiras imprecisas. É assim difícil estabelecer divisões
estanques entre elas. A interdisciplinaridade é uma realidade.
Sob o impulso dos Annales, privilegia-se a colaboração com as outras ciências. A
teoria da longa duração auxiliou na aproximação da história às outras ciências sociais.
Através da interdisciplinaridade, a história é submetida a um desafio constante, uma vez
que necessita de se afirmar e responder aos novos problemas, o que exige uma renovação
constante. Mais do que um sistema de explicação do humano e do social, a história é uma
síntese louvável das outras ciências do homem, numa perspectiva multidisciplinar, que
contempla a análise sincrónica e diacrónica, ou seja, a permanência e a evolução.

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Ciência, método e objetivos da História

  • 2. EMJEITO DE INTRODUÇÃO Ciência – palavra que provém do Latim scientia e que significa conhecimento. Assim sendo, a ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento. Para tal, é necessário um método baseado em pesquisas e confirmação de hipóteses (o método científico). Método - Sequência lógica de procedimentos que devem ser seguidos para a obtenção de um objectivo. Fontes – elementos (escritos, orais, audiovisuais…) que nos permitem retirar informações para a elaboração do nosso trabalho. Destacam-se aqui, para além da óbvia análise documental, as entrevistas, os inquéritos…
  • 3. A partir da Revolução Científica do século XVII, o estatuto de cientificidade da Ciência passa a ser definido em função de um método rigoroso, pautado numa linguagem matemática, exacta, objectiva, universal e necessária, desvinculada de toda a subjectividade e valor. A Ciência deve, assim, ser entendida como uma forma de conhecimento, cuja tarefa é a de apropriar-se do real e explicá-lo de modo objectivo, mediante o estabelecimento de leis universais e necessárias entre os fenómenos, leis estas previsíveis e passíveis de controle experimental. Observa-se, deste modo, uma relação intrínseca entre a cientificidade e a objectividade de uma ciência. Toda esta busca suscita uma série de questões: as Ciências Humanas, tendo uma especificidade própria, não devem ser construídas segundo o modelo de explicação das Ciências Naturais? Se elas não seguem este modelo, podem ser ditas Ciências? Se o modelo de cientificidade das Ciências Naturais se estrutura na objectividade, na ausência de aspectos subjectivos e qualitativos, como fazer com que as Ciências Humanas sejam Ciências, se o seu objecto de estudo, o Homem, é o domínio da subjectividade, dos valores? Adaptado de http://www.sectec.rj.gov.br/redeescola/especialistas/filosofia/tema02/fil-tm02.html
  • 4. CIÊNCIA HISTÓRICA A História é um sucesso sucessivo que sucede sucessivamente sem cessar. Partindo desta noção um pouco brincalhona, que podemos concluir? -Que a História é uma ciência; - Que o objecto de estudo da História é… TUDO O QUE EXISTE; - Que as fontes utilizadas são… TODAS AS DISPONÍVEIS. Mas o caminho foi longo até aqui chegarmos…
  • 5. breve evolução antiguidade clássica Na época greco-romana, o objectivo da História era o contar os factos mais relevantes da vida dos homens, principalmente os grandes feitos políticos e militares que lhes tinham trazido fama. A História tinha assim, uma dupla função: - Por um lado, era pragmática e educativa: o objectivo era retirar uma lição, uma moral que pudesse ser aproveitada pelos homens do futuro; - Por outro lado. Possuía um carácter nacionalista e patriótico. Para elaborar estas descrições, homens como Tucídedes; Cícero; Heródoto (o “pai” da História) ou Tito Lívio usavam como método: • A relacionação, explicação e justificação dos factos ; • A recolha da tradição oral e escrita, bem como de testemunhos oculares; • A crítica das fontes utilizadas (o que revela alguma preocupação com o rigor histórico).
  • 6. breve evolução IDADE MÉDIA Na época medieval, a História depende da Igreja, que tudo vê e tudo controla. Ocorre assim o que se apelida de Visão Teocêntrica da História: pretende-se narrar os factos mais relevantes da vida dos homens, para neles se encontrar os desígnios de Deus (a História é, no fundo, a execução das vontades divinas). Os pseudo-historiadores desta época elaboravam os seus relatos partindo da recolha dos textos antigos. Contudo, não existia a preocupação de os criticar e estabelecer a sua autenticidade e veracidade. A História era entendida como: - Universal (pretendia-se elaborar uma história de todo o mundo); - Providencialista (Deus é que comandava a evolução da história); - Apocalíptica (previa-se o fim do mundo e dos homens).
  • 7. breve evolução RENASCISMENTO O Renascimento é a época dos avanços da humanidade e da redescoberta dos valores clássicos. Pretende-se conhecer o passado e compreender o presente humano, numa visão antropocêntrica (o Homem está no centro de todas as preocupações, é o motor de todos os acontecimentos). Para a elaboração dos registos que se pretendem conhecidos no futuro, os historiadores realizam, como método: - A recolha de fontes, nem sempre com preocupações criteriosas e isentas; - A crítica das fontes, sob um ponto de vista filológico. A História tem assim um papel educativo ou explicativo. Embora a sua função seja similar à da época da Antiguidade Clássica, distingue-se desta pela recusa do transcendental e divino. Pela primeira vez, exalta-se o rigor. A História torna-se um instrumento de poder, usada para beneficiar ou aclamar os mais importantes.
  • 8. breve evolução RACIONALISMO Esta é a época da valorização do pensamento. É a fase do Iluminismo, em que se pretende conhecer as sociedades humanas na sua globalidade, apesar de ainda predominarem os factos políticos e militares (alarga-se assim o campo da História). Os grandes homens desempenham um papel fundamental na explicação dos fenómenos históricos. Há o aproveitamento de métodos das ciências auxiliares da História que surgem, como é o caso a Paleografia Diplomática. Mas a grande novidade será a aplicação do método científico à História, que passa a servir os poderosos e a nova classe dominante - a Burguesia - bem como os seus ideais políticos e sociais. A História torna-se uma forma de pensamento. Pretende-se atingir o grande público e modelar a opinião.
  • 9. breve evolução POSITIVISMO Teorizado por Compte, o Positivismo procura converter a História numa ciência natural. (A História procura ser uma ciência objectiva e social, pretendendo chegar às leis de evolução histórica): * O percurso humano é estudado com uma certa previsão determinista - ideias Darwinistas - e matemática. * Para os positivistas, a evolução intelectual rege-se pelas leis da evolução biológica. * A História é reduzida à história do acontecimento (história episódica e quadro). * Seleccionam-se os factos e criticam-se as fontes ( documento escrito). * Os factos são relatas em si, tal como aconteceram (objectividade absoluta). Surgem críticos que defendem que a História Positivista é demasiado política, factual e determinista. Os positivistas não explicam nem interpretam os factos, apenas os descrevem. É, assim, uma História do tempo curto, do acontecimento.
  • 10. breve evolução HISTORICISMO A História transforma-se numa matéria para profissionais e especialistas (Von Ranke e Willem Von Humboldt). É uma História subjectiva e relativa. Valoriza-se a intuição e o papel do historiador como sujeito activo que conhece - é uma ciência do espírito, logo depende do sujeito que a elabora. Dá demasiada importância ao particular, o que impede a história total e profunda. Preconiza-se uma história crítica pelo recurso à hermenêutica (análise dos documentos). MATERIALISMO A economia é o motor da história dos homens - o modo de produção da vida material condiciona o processo social, político e intelectual. Segundo Karl Marx, a história é mais do que uma mera colecção de factos, dela se depreendem as leis que permitem prever o futuro e demonstrar que as sociedades caminham para um fim determinado.
  • 11. breve evolução A NOVAHISTÓRIA –SÉC. XX Surge para combater a história factual, episódica e simplista. A História Nova, Nova História ou História dos Annales procura construir uma história total (analisar todas as manifestações económicas, políticas, sociais e culturais). Estimula o contributo de outras ciências humanas e mesmo ciências exactas (como a matemática). Empenha-se na construção de uma história que permita conhecer o passado, compreender o presente e prenunciar o futuro. A História preocupa-se com o contínuo, o permanente, a estrutura (o tempo longo). Recusa-se a história política baseada na mudança de reinados e opta-se por uma história que analisa e explica a sociedade global. Alargam-se assim os horizontes da História a todas as manifestações do Homem (surge por ex. a História das Mentalidades). A História Nova é dominada pela História Económica. A quantificação adquire um papel importante (valorizam-se as fontes numéricas como a estatística - Labrousse demonstra que a oscilação dos preços determina a História política e social - a partir de 1950 a história serial estende-se também à Demografia.
  • 12. NOVOS OBJECTOS E NOVOS HERÓIS A História Nova através da colaboração com as outras ciências, abre o seu leque de preocupações e interesses e inicia o estudo de novos temas (ou objectos), característicos de outras ciências, como sendo a história do vestuário, da alimentação, das técnicas… Surgem ainda novos heróis. Agora não se procura fazer a história de grandes homens, mas da totalidade da sociedade: os pescadores, as mulheres, os marginais… O ALARGAMENTO DO ÂMBITO CRONOLÓGICO Com o aparecimento de novas ciências auxiliares da História e com a evolução geral da ciência, surgem novos métodos, mais rigorosos e eficazes. A História desenvolve o seu próprio método e pode agora recorrer a outros, o que lhe permite alargar as fontes disponíveis para investigação - estuda o passado mais longínquo e o presente mais imediato. A NOVAHISTÓRIA–SÉC. XX
  • 13. O ALARGAMENTO DO ÂMBITO GEOGRÁFICO A História Nova recusa a tendência “Eurocêntrica” e procura estabelecer uma história universal e mundial, com a ajuda da geografia que agora se desenvolve. UM NOVO CONCEITO DE TEMPO HISTÓRICO Com Braudel, o tempo histórico tradicional é recusado. Para este historiador, o tempo social nem sempre coincide com o tempo cronológico. Assim, o tempo histórico deverá desenrolar-se de acordo com os fenómenos históricos (de acção humana). Surgem então as adaptações das teorias económicas: * Tempo curto (ou do acontecimento) - normalmente referente a acontecimentos políticos; * Tempo médio (ou de conjuntura) - estudam-se as variações cíclicas breves; * Tempo longo (ou de estrutura) - estudam-se as grandes permanências. A NOVAHISTÓRIA–SÉC. XX
  • 14. A HISTÓRIAPROBLEMÁTICA A história problemática é, antes demais, uma história que interroga e formula hipóteses às quais o documento irá posteriormente responder. Uma história que se pretende problemática deve compreender o presente pelo passado, mas também o passado pelo presente. A história, ao se apresentar como uma projecção dos problemas da actualidade, assume uma função social, organizando o estudo do passado em função do presente, por isso a compreensão histórica ocorre sempre no diálogo presente/passado e vice-versa, tomando o processo histórico como obra de uma sociedade e não de indivíduos. Problemática e não automática, a história nova rompe necessariamente com o europocentrismo. Procura a universalidade, debruçando-se sobre a multiplicidade das civilizações e das culturas, em toda a parte do mundo.
  • 15. O Método científico aplicado À história A História passou a ser vista como o resultado da experimentação e da demonstração. Todavia, não é vista como uma verdade imutável. Tal como a ciência, é entendida como uma busca constante de explicações e soluções, apesar da falibilidade e dos seus limites. Procura aproximar-se da verdade através do uso de um método, é um processo de construção permanente. O método científico desenvolvido pelas ciências é agora aplicado à História: - Primeira fase: Observação – o historiador escolhe e observa o assunto que pretende tratar; - Segunda fase: Levantamento da Hipótese – é colocada uma pergunta que funciona como a formulação dos objectivos que se pretendem atingir com a investigação histórica; - Terceira fase: Experimentação – a hipótese é colocada em prática, através da investigação e análise das fontes (aplicam-se instrumentos de análise adequados à questão formulada e criticam-se as suas contribuições); - Quarta fase: Elaboração da lei geral – é retirada a conclusão final relativa ao tema estudado.
  • 16. O LUGAR DA HISTÓRIA As ciências humanas e sociais desenvolvem-se durante o Positivismo, que incide nos factos que se podem demonstrar pela ciência e pela experiência, contribuindo assim para o desenvolvimento científico. Para o seu desenvolvimento contribuem ainda as teorias idealistas - de Hegel, para o qual, o fundamental é o pensamento - as evolucionistas - de Darwin, para quem tudo é produto da evolução e as materialistas (de inspiração marxista) - realça-se o valor do facto social. Tendo o mesmo objecto (o estudo do homem) têm conteúdos diversos, mas fronteiras imprecisas. É assim difícil estabelecer divisões estanques entre elas. A interdisciplinaridade é uma realidade. Sob o impulso dos Annales, privilegia-se a colaboração com as outras ciências. A teoria da longa duração auxiliou na aproximação da história às outras ciências sociais. Através da interdisciplinaridade, a história é submetida a um desafio constante, uma vez que necessita de se afirmar e responder aos novos problemas, o que exige uma renovação constante. Mais do que um sistema de explicação do humano e do social, a história é uma síntese louvável das outras ciências do homem, numa perspectiva multidisciplinar, que contempla a análise sincrónica e diacrónica, ou seja, a permanência e a evolução.