O documento descreve a formação étnica do Brasil, destacando os principais grupos que povoaram o país: indígenas, portugueses e negros. Também menciona alguns grupos de imigrantes como espanhóis, italianos, judeus, alemães, árabes e japoneses. Apresenta ainda informações sobre os degredados enviados para o Brasil durante o período colonial e recomenda leituras sobre o tema.
1. Antônio Carlos de Castro
genealogista amador
castrokk@uol.com.br - Campinas-SP
Considerações sobre genealogia
2. 2
Nascimento de uma nação
• “Ali veríeis galantes, pintados de preto e
vermelho, e quartelados, assim pelos corpos
como pelas pernas, que, certo, assim pareciam
bem. Também andavam entre eles quatro ou
cinco mulheres novas, que assim nuas, assim
não pareciam mal. Entre elas andava uma, com
uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega,
toda tingida daquela tintura preta, e todo o resto
da sua cor natural. Outra trajava ambos os
joelhos com as curvas assim tintas, e também os
colos dos pés, e suas vergonhas, tão nuas, e
com tanta inocência assim descobertas, que não
havia nisso desvergonha nenhuma.” ... Deste
Porto Seguro de Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje,
sexta-feira, primeiro Dia de maio de 1500. Trecho
da Certidão de Nascimento do Brasil: a carta de
Pero Vaz de Caminha.
• Texto na íntegra:
Clique no link 1 no slide 4
Quadro: A primeira missa no Brasil de Vitor
Meireles
3. 3
Formação Étnica do Brasil
. São três os grandes povos definidores do Brasil: indígenas, portugueses e negros e alguns principais grupos de
imigrantes: espanhóis, italianos, judeus, alemães, árabes e japoneses. As estatísticas, razões das imigrações e
características de cada um, podem ser vistas em:
Clique no link 2 no slide 4
. A afirmação do uso corrente que o Brasil foi povoado por criminosos, malfeitores e desclassificados passa a ser vista,
no mínimo, com desconfiança, no sentido que muitos desses condenados desembarcaram nos portos brasileiros -
como observou Gilberto Freyre “ pelas ridicularias por que se exilavam súditos, dos melhores, do Reino para os ermos”.
Tipos de “crimes” dos degredados para o Brasil - Conselho Geral do Santo Ofício. Livros 433, 434 e 435.
Judaísmo ................................................ 52 % Revelação de segredo ............................................ 3 %
Bigamia .................................................. 15 % Visões ..................................................................... 2 %
Falsidade ............................................... 9 % Blasfêmia ............................................................... 2 %
Feitiçaria ................................................ 8 % Padres solicitantes .................................................. 1 %
Sodomia ................................................. 4 % Outros ..................................................................... 4 %
Fonte:
- Vadios e Ciganos, Heréticos e Bruxas - Os Degredados no Brasil Colônia, Geraldo Pieroni, Ed.Bertrand Brasil, 2ª ed.,
2002
Leituras recomendadas:
- Os Excluidos do Reino: A Inquisição Portuguesa e o Degredo para o Brasil Colônia,
Geraldo Pieroni, Editora Universidade de Brasília, 2ª edição, 2006
- Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, várias editoras e edições;
- Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado Júnior, Editora Brasiliense, 11ª
edição, 1971
- 1808, Laurentino Gomes, Editora Planeta, 9ª reimpressão, 2007
- Conquistadores e Negociantes: Histórias de Elites no Antigo Regime nos Trópicos,
Editora Civilização Brasileira, Edição 2007, Organizadores: Antônio Carlos Jucá de
Sampaio, João Fragoso e Carla Maria de Carvalho Almeida, Autores: vários.
4. 4
Indios e Negros por Johann Moritz Rugendas
Coroados e Benguela/Luanda Cabinda/Quiloa
Puris Coropós Congo e Monjolo Rebolo e Mina
Link 1
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2003
Link 2
http://brasil500anos.ibge.gov.br/pt/territorio-brasileiro-e-povoamento
5. 5
Genealogia
• Genealogia é o estudo dos
antepassados
• Utilizamos na genealogia de
dois tipos de fontes:
Primárias - são
originais/cópias
autenticadas/microfilmes de
registros civis e religiosos,
inventários, testamentos,
passaportes, documentos
militares, registros em
associações de classes, etc
Secundárias - são livros,
artigos, anotações pessoais,
relatos verbais, etc
6. 6
Informações importantes
• Os registros civis iniciaram no Brasil com a República em 1889, já os
religiosos iniciaram a partir da metade do século XVI, regulamentados
pelo Concílio de Trento.
• São recomendáveis o Manual de Principiante em Genealogia,
formulários para Gráfico de Linhagem e de Registro de Grupo Familiar,
entendimento em Paleografia (estudo de textos manuscritos antigos),
estruturas de numerações utilizadas em genealogia, graus de
consanguinidades, e onde pesquisar, disponíveis em vários sites.
www.ingers.org.br/ ;
http://www.geocities.ws/igepar/ig_principal2.html;
www.genealogias.org/;
www.cbg.org.br/ .
7. 7
Pesquisa genealógica
• Como pesquisar
Reunir todas as fontes, montar pastas e lançar
todos os dados em formulários, passando-os
depois para um software de genealogia, que
possibilite extrações de relatórios. Em paralelo
pode-se participar em listas de discussão de
genealogia para trocas de informações com
membros que estejam mais avançados nas
mesmas linhas de pesquisas. Vide também as
minhas Dicas de Genealogia a seguir. Vide
http://castrokk.blogspot.com.br/2015/05/heranca-
do-barao-de-cocais-e-dicas-de.html
8. 8
Listas de discussão de Genealogia
Há inúmeras listas no Brasil, eu participo das abaixo relacionadas:
• Bahia-gen
http://groups.yahoo.com/group/bahia_gen/
Entrar no grupo: bahia_gen-subscribe@yahoogroups.com
• Gen-Minas
http://br.groups.yahoo.com/group/Gen-Minas/
Entrar no grupo: Gen-Minas-subscribe@yahoogrupos.com.br
• GenealBR
http://br.groups.yahoo.com/group/GenealBr/
Entrar no grupo: GenealBr-subscribe@yahoogrupos.com.br
• Genordes
http://br.groups.yahoo.com/group/genordes/
Entrar no grupo: genordes-subscribe@yahoogrupos.com.br
9. 9
Listas de discussão de Genealogia - continuação
• Miscigenados
http://br.groups.yahoo.com/group/Miscigenados/
Entrar no grupo: Miscigenados-subscribe@yahoogrupos.com.br
• Gen-Portugal
http://groups.yahoo.com/group/portugal-gen/
Entrar no grupo: portugal-gen-subscribe@yahoogroups.com
• SP-Gen
http://br.groups.yahoo.com/group/SP-Gen/
Entrar no grupo: SP-Gen-subscribe@yahoogrupos.com.br
• Gene_Portugal_Brasil
http://br.groups.yahoo.com/group/Gene_Portugal_Brasil/
Entrar no grupo: Gene_Portugal_Brasil-
subscribe@yahoogrupos.com.br
10. 10
Citações das Fontes
• A citação da fonte primária é importantíssima ,
com o nome do autor do registro: Igreja ou
Cartório, título do Livro de Registros, nº do
registro, nº da página e datas, com igual
tratamento para a fonte secundária, se livro com
o título da obra, nome do autor, editora, nº da
edição, local e ano, se for artigo ou informação,
o nome do autor, título, data e se for o caso o
endereço do site onde está hospedado o artigo
ou informação, ou se foi informação pessoal.
11. 11
Um ramo genealógico pesquisado
• Como exemplo, mostro como cheguei através de fontes primárias até os
meus 5º avós no ramo da família Pinto Coelho da Cunha: Cap.-mor
Francisco Manoel Pinto Coelho da Cunha casado com Catarina Maria de
Lima e Melo, ele tio do Barão de Cocais. A partir deste casal continuo a
ascendência em fontes secundárias:
- Genealogia Paulistana de Luis Gonzaga da Silva Leme, (indicação em
1965 do Sr.Orlandino Seitas Fernandes, Diretor do Museu da
Inconfidência em Ouro Preto-MG) (1);
- Baú de Ossos de Pedro Nava (2), (indicação de Wendel Albert Oliveira
Pereira);
- Primeiras Famílias do Rio de Janeiro de Carlos Grandmasson Rheingantz
(3);
- Dicionário das Famílias Brasileiras de Carlos Eduardo de Almeida Barata
e Antônio Henrique da Cunha Bueno (4);
- Nobiliário das Famílias de Portugal de Manoel José da Costa Felgueiras
Gayo (indicação de Washington Marcondes Ferreira) (5), que conduz até
a genealogia medieval.
- Informações de Luiz Fernando Hisse de Castro e Claus Rommel Rodarte,
colegas de Listas de discussão de genealogia
12. 12
Um ramo genealógico pesquisado (continuação)
Notas
• (1) Consulta livre em: http://www.arvore.net.br/Paulistana/
• “Download” em: http://historiar.net/ (indicação de Lucimary Vargas),
Disponível em várias bibliotecas
Disponível em microfilmes: www.familysearch.com
Venda em cd: www.marta.amato.nom.br
Venda em sebos: www.estantevirtual.com.br
• (2) Venda em livrarias e sebos
• (3) Venda em sebos
• (4) Venda em livrarias e sebos
• (5) Venda em livraria em Portugal: www.guardamor.com.pt/
Disponível em microfilmes: www.familysearch.com
“Download” em http://purl.pt/12151/2/
13. 13
Um ramo genealógico pesquisado (continuação)
• O Cap.-mor Francisco Manoel Pinto Coelho e Souza (?), meu 5º
avô, que aparece como sócio, juntamente com o Cap.Luiz Pinto
Coelho da Cunha (provável irmão, homônimo do meu 4º avô) e
outros na formação da Sociedade Palmital em 24/08/1800 para
exploração de ouro às margens do Ribeirão Palmital, afluente do
Rio Preto, área pertencia ao subúrbio de Rio Preto, cujo rio tem
bacia que estende pelos municípios de Bocaina e Passa Vinte-MG,
que foram distritos de Liberdade-MG. Pertencia estes às Áreas
Proibidas do Sertão da Mantiqueira, que até 1781 tinha como
proibido a exploração e povoamento, para não permitir o extravio do
ouro das Minas para o litoral.
• Fonte: Sociedade do Palmital, artigo de José Marinho de Araújo no
jornal Correio da Liberdade, nº 96 de 15/03/1943, Liberdade-MG,
uma das referências da tese de mestrado “O Sertão da
Mantiqueira/Liberdade. Transformações e Permanência” de José
Xaides de Sampaio Alves, FAU-USP, São Paulo-SP, 1992.
15. 15
Um ramo genealógico pesquisado - fontes secundárias (cont.)
GP - Vol.4º - Hortas - Pag.s 345(item 5.5), 346(item 6.6) e 353(itens 5.11 e 6.4)
16. 16
Um ramo genealógico pesquisado - fontes
secundárias (cont.)
• Validei as fontes secundárias (Genealogia Paulistana) dos 4º aos 5º
avós com fontes primárias:
- Registros religiosos e civis originais do meu acervo;
- Transcrições de registros religiosos de microfilmes do CHF (Centro
de História da Família) da Igreja Mórmon, e registros religiosos
digitalizados em: www.familysearch.org
- Transcrições efetuadas a meu pedido por Izabella Fátima Oliveira
de Sales de inventários e/ou testamentos existentes no Arquivo
Histórico da Casa Setecentista de Mariana - AHCSM, a partir de
lista fornecida por Stanley Santos de Souza, colega de Listas de
discussão de genealogia;
• As fontes primárias são apresentadas a seguir:
25. 25
5a-trisavó: Angélica Madalena de Oliveira Leite
Transcrito, verbo ad verbum, do Livro de Baptismos, da Freguezia de Nossa Senhora
de Assunção de Mariana-MG, Capela da Passagem, s/n.º, Fl.157 dos anos de 1817-
1850. Igreja Católica Nossa Senhora da Assunção de Mariana-MG, microfilme
1.284.525 – Item 1 - Batismos do CHF (Centro da Historia de Familia, da Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) de Campinas-SP, rua Duque de Caxias
645 - Centro, em 04/07/2001.
Certidão de Baptismo (transcrição)
Aos dois dias de Mayo de mil oitocentos e vinte e oito na Capella da Passagem, o
Reverendo Capellão Jose Bonifacio de Sousa, baptizou Solemnemente e pos os
Santos Oleos a Angelica, filha do Alferes Luiz Jose Pinto Coelho e sua mulher
D.Henriqueta: forão Padrinhos Pedro Afonço Galvão e D.Maria Magdalena e para
constar fis este. O Cura M.el Julio de Miranda.
Fonte:
https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15676-56315-9?cc=1719212&wc=MMPP-61B:455003469
26. 26
5 b-trisavós: Angélica Madalena de Oliveira Leite e Domingos Gonçalves de Abreu
Certidão de Casamento
27. 6a-tetravós: Cap-mor Luis José Pinto Coelho da Cunha e Henriqueta Madalena de Oliveira
Leite - Certidão de casamento (original digitalizado)
27
28. 28
6a-tetravós: Cap-mor Luis José Pinto Coelho da Cunha e Henriqueta Madalena de Oliveira Leite
Transcrito, verbo ad verbum, do Livro de Casamentos, da Freguezia de Nossa Senhora da Assunção de
Mariana-MG, Capella do Morro de S.Antônio , s/n.º, Fl.93(85) dos anos de 1807-1857. Igreja Católica Nossa
Senhora da Assunção da cidade de Mariana-MG, microfilme 1.284.526 – item 2 – Matrimonios do CHF
(Centro da Historia de Familia, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) de Campinas-SP,
rua Duque de Caxias 645 - Centro, em 12/04/2001.
Certidãode Casamento(transcrição)
AosdozedeFevereirodemiloitocentose vintee doisna Capellado MorrodeS.Antoniodestacidadepelasseishorasda tardeo
ReverendoFranciscoRodriguesdePauladecomissãominhaassistioao SacramentodoMatrimonioq. na suapresença
celebrarãodepoisdedispensadosdo impedimentode consanquinidadeem segundograuda linhatransversal,habilitadoda
ProvizãodoOrdináriooscontraentesLuizJozéPintoCoelhodaCunha, filholegítimodoCapitãoFranciscoManoelPintoCoelho
daCunhae de D.Catharinade AbreoLima,nascidoe batizadona FregueziadaVilladePitangui,e doprezente,moradorem
S.Domingosda FregueziadoSumidouro,e deD.HenriquetaMagdalenadeOliveiraLeite,filhalegítimadoTenenteCoronel
MaximianodeOliveiraLeite,e deMariaEugêniaGalvãodeSãoMartinho,nascidae batizadana FregueziadeOuropretodevilla
Rica,e doprezentemoradoranaditaCapelladeS.AntoniodestaCathedral,e lhesconferioas BençãosNupciaesnaformado
RitualRomano,sendoates.do dastestemunhas prezenteso Sargento-MorPedroMuzée o CapitãoManoelJozéMonteiro, e p.
constarmandeifazeresteassento..O CuraJoaquimJozéRoizRocha.
Fonte:
https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15093-11615-65?cc=1719212&wc=MMPP-X9Z:n1327637777
29. 29
6 b- tetravô: Cap-mor Luis José Pinto Coelho da Cunha
Certidão de Casamento com Ana Zeferina Ferreira, 2ª esposa
30. 30
6 c- tetravô: Cap-mor Luis José Pinto Coelho da Cunha
Certidão de Óbito
31. 7a - pentavó: Catarina Maria de Lima e Mello - certidão de batismo
(original digitalizado)
31
32. 32
7a - pentavó: Catarina Maria de Lima e Mello (transcrição)
Transcrito, verbo ad verbum, do Livro de Baptismos, da Freguezia de Nossa Senhora de
Assunção de Mariana-MG, Capella de Santo Antônio do Morro da Passagem, filial da
Cathedral de Mariana s/n.º, Fl.217v (218v) dos anos de 1760-1836. Igreja Católica Nossa
Senhora da Assunção de Mariana-MG, microfilme 1.284.523 – Item 4 - Batismos do CHF
(Centro da Historia de Familia, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) de
Campinas-SP, rua Duque de Caxias 645 - Centro, em 05/05/2001.
Certidão de Baptismo
Aos seis dias do mês de Dezembro de 1761 na Capella de S.to Antônio do Morro da
Pasagem, baptizou Solemnem.e e pos os Santos Oleos o R.do Fran.co Lemes Delgado de
licença minha, a Catharina, innocente, filha legítima deo cap.am Leonel de Abreu Lima e de
Sua m.er D.Ignacia Pires de Olivr.ª; foram Padrinhos O S.M. Jozé Alves Maciel na
procuraçam que deu ao Dr.Fran.co Pires de Oliveira e D. Felicia da Rosa Oliv.ª assist.e em
Villa Rica. De que para constar, mandei fazer este assento, que assignei eu. O cura Luciano
Per.a da Costa.
Fonte: https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15093-7076-32?cc=1719212&wc=MMPP-612:n300385030
(3º registro)
33. 33
7b - pentavó: Catarina Felícia de Abreu e Melo - inventário
Transcrição feita por Izabella Fátima de Oliveira Sales de Itabirito-MG a pedido de Antônio C. de Castro
AHCSM – Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana-MG
Documento: Inventário
Inventariado: Catarina Felícia de Abreu e Melo
Inventariante: Francisco Manoel Pinto Coelho da Cunha
Data: 1845
Local: Mariana
Ref. Cx: 96/ A: 2002/ 1º of
[fl. 1]
[Abertura]
Inventário amigável / dos bens que ficaram pe / lo falecimento da supra / nomeada casada que foi / com o
Capitão Francisco Manoel / Pinto Coelho da Cunha
[fl.3]
Inventario e partilhas, que amigavelmente fazem / o Capitão Francisco Manoel Pinto Coelho da
Cunha / seus filhos e genros [ilegível ] e herdeiros da finada / Dona Cattarina Felícia de Abreo
Mello, falecida sem / testamento, cuja combinação fizeram entre si de fazerem este / inventário e
partilhas amigável, por não haverem órfãos / ou menores que se tornasse necessário inventário
judicial
[Herdeiros]
-Dona Albina Ignacia Rosa de Abreu
-Maria Ignacia Pires casada com Jose The/motheo de Freitas
-D. Anna Felicia de Abreu
-Francisco Urbano casado com Maria do Carmo
-Luiz Jose Pinto Coelho da Cunha
-D Angélica Querubina de Abreu casada com Joaquim Alves da Cunha
-D Mathildes
34. 34
7c - pentavô: Cap.-mor Francisco Manoel Pinto Coelho da Cunha - inventário
Transcrição feita por Izabella Fátima de Oliveira Sales de Itabirito-MG a pedido de Antônio Carlos de Castro
AHCSM
Documento: Inventário
Inventariado: Capitão Francisco Manoel Pinto Coelho da Cunha
Inventariante: Luiz Jose Pinto Coelho da Cunha
Data:1846
Local: Mariana
Referencia: cx142 / A:2977 / 1º of
[fl1]
[Abertura]
Inventario dos bens que ficaram por / falecimento do Capitão Francisco / Manoel Pinto Coelho da Cunha / falecido com testamento aos 17 de março / de
1846 (...)
[fl5v]
Titulo de herdeiros:
Dona Maria Ignácia casada com / Jose Thimotio de Freitas morador no / município de Santa Luzia.
Dona Anna Felicia de Abreu solteira / de idadede48 anos.
Francisco Urbano Pinto Coelho da Cunha / casado.
Dona Matildes Durcelina de Abreu / solteira de 47 anos.
Luis Jose Pinto Coelho da Cunha, casado.
Dona Albina Ignacia Rosa de Abreu / solteira de 41 anos.
Dona Angélica Durcelina de Abreu /casada com o Alferes Joaquim Alves / da Cunha.
[fl14]
[Traslado do Testamento:]
Em nome de Deus Amem – Eu / o Capitão Francisco Manoel Pin/to Coelho da Cunha (...) faço / este meu testamento, e ultima von/tade da maneira e forma
seguinte: (...) Sou nascido e batizado na freguesia / da Vila de Pitangui filho legiti-/mo do Coronel Luiz Jose Pinto Co-/lho da Cunha, e sua mulher Do/na
Antonia Joanna de Miranda/ e Costa, já falecidos. Fui casado a / face da igreja com Dona Cathari-/na Felicia de Abreu Mello / já falecida (...) Meu cor/pó
será sepultado na Igreja mais / próxima ao lugar do meu falecimen/to acompanhado pelo Reverendo / pároco ou sacerdote que suas vezes / fizer sem a
menor pompa sé / quero que se me digam as missas/ de Corpo presente que na oca/sião se puder e depois meu /
[fl14v]
testamenteiro mandará / dizer por minha Alma vinte / missas e dez pela alma da finada / minha mulher todas de (...) seiscentos reis cada uma. Deixo fo/rras
as minhas Escravas Marianna e Josefa que gozarão de sua liberdade / desde o dia do meu falecimento, e o es-/cravo Manoel Joaquim, já a tem-/pos lhe
passei carta a qual meu / testamenteiro lhe entregará por mi-/nhá morte. Satisfeitas as mi-/nhás disposições, e despesas do meu / enterro do restante da
minha terça / instituo por herdeiro a meu filho / Luis Jose Pinto Coelho da Cunha (...) Por esta for-/ma tenho Concluído este meu / testamento, e ultima e
derradeira / vontade (...)
35. 35
O Barão de Cocais
O estudo sobre o
Barão de Cocais
(Ten.cel. José
Feliciano Pinto
Coelho da Cunha),
está dividido em três
partes:
• Genealógico
• Histórico
• A famigerada
herança
36. Genealógico parte 1 - o Barão de Cocais (Ten.Cel.José Feliciano Pinto Coelho da Cunha)
36
Foto - fonte:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=210713
37. 37
Genealógico parte 1 - filhos do Barão de Cocais
O Ten.cel. José Feliciano Pinto Coelho da Cunha (Barão de Cocais) nasceu em 01 de dezembro de 1792 e foi
batizado em 16 de dezembro de 1792 na Capela de S.Ana de Cocais - Igreja São João Batista do Morro
Grande, Barão de Cocais-MG (pesquisa inédita), era filho do Brig. Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha e
Ana Casimira Furtado Leite, neto paterno do Cel. Luiz José Pinto Coelho da Cunha e Antônia Joana de Miranda
e Costa, neto materno do Cap.-mor Manoel Furtado Leite de Mendonça, natural da Ilha de São Miguel, Portugal
e de Inácia Custódia de Sá.
Os filhos conhecidos (fontes secundárias ratificadas com fontes primárias) do Barão de Cocais casado com
D.Antônia Thomazia de Figueiredo Neves, filha do Cel. Antônio Tomás de Figueiredo Neves, natural de Casa
Branca, Ouro Preto-MG e de Coleta Antônio Ferreira Pinto) foram:
1) Dr. Antônio Feliciano Pinto Coelho da Cunha nasceu em 1 janeiro 1823 em Barão de Cocais-MG. Antônio
batizou-se em 10 março 1823 em Barão de Cocais-MG. Ele casou-se com Maria Olyntha Pinto Coelho da
Cunha. O casal não teve filhos.
2) Anna Casimira Pinto Coelho da Cunha (*) casou-se com Ten.Cel. Bernardo Antônio Nascentes Pinto em 25
janeiro 1840 em Barão de Cocais-MG. Eles tiveram os seguintes filhos:
2.1 Anna Nascentes Pinto(?) nasceu em 18 outubro 1840 em Barão de Cocais-MG. Anna batizou-se em 23
dezembro 1840 em Barão de Cocais-MG.
2.2 Júlia Nascentes Pinto(?) 1 nasceu em dd/mm/1847 em Barão de Cocais- MG. Júlia batizou-se em 30 março
1847 em Barão de Cocais-MG.
(*) Há cerca de 89 cartas em 173 folhas na correspondência de Anna Casemira com o seu pai, o Barão de
Cocais, escritas quase todas pelo seu marido, e assinadas por ambos, nos anos de 1848 a 1862. São difíceis
de ler, tenho-as em cd, mas não fiz as transcrições. Fonte: originais disponíveis no Arquivo Nacional no Rio de
Janeiro www.an.gov.br/sian/inicial.asp depois clique em Multinível/Pesquisa e em Pesquisa Livre digite Ana
Casemira.
3) Júlia Amália Pinto Coelho da Cunha nasceu em dd/mm/1824 em Barão de Cocais-MG. Júlia batizou-se em 8
setembro 1824 em Barão de Cocais-MG. Ela casou-se com Ten.Cel. Ovídio Cesar Pinto Coelho da Cunha em
24 novembro 1850 em Barão de Cocais-MG.Eles tiveram o seguinte filho:
3.1 José Pinto Coelho da Cunha(?) nasceu em 1 julho 1851 em Barão de Cocais-MG. José batizou-se em 15
novembro 1851 em Barão de Cocais-MG.
4) Antônia Thomazia Pinto Coelho da Cunha (**) nasceu em dd/mm/1829 em Barão de Cocais-MG. Antônia
batizou-se em 28 março 1829 em Barão de Cocais-MG. Ela casou-se com Ten.Cel. João Jacintho de Aguiar
Leite Pinto em 31 março 1856 em Barão de Cocais-MG.
(**) Antônia Thomazia Pinto Coelho da Cunha (consta com este nome no Silva Leme e no Rheingantz e com o
nome de Antonia Josefina de Figueiredo Pinto Coelho no Registro de Casamento). Com geração .
38. 38
Genealógico parte 1 - filhos do Barão de Cocais (continuação)
Ainda em fontes secundárias, constam que tiveram mais dois filhos:
5) Joaquim Pinto Coelho da Cunha, batizado em 21/10/1832 em
Lavras-MG e casado no mesmo lugar em 27/10/1852 com Pulcina
Augusta de Andrade, com geração (RGL, pag.38, item N1). Achei a
certidão de casamento na data referida, mas a nome da esposa é
Paulina Josefina Freire, não constam as filiações. Consta como
batizado em Lavras-MG em 21/10/1832 (RGL, pág.38, item N1) que
indica o Livro 1, fls 36, mas não consegui achar no microfilme de
Lavras este registro. Também consta como esposa, Heloisa
Augusta de Andrade Pinto Coelho da Cunha (DMV1, pág.16). Com
geração.
6) José Pinto Coelho da Cunha, falecido em Bofete-SP, com
geração, achei a certidão de óbito com o nome de José Antônio
Pinto (dica de José Pinto Pinheiro, bloqueiro) onde não constava a
filiação, sendo retificado posteriormente com ordem judicial com
inclusão dos pais, o Barão de Cocais e esposa. É necessário achar
outros documentos primários para ratificar a filiação. Com geração.
Aparece em fonte secundária somente o nome José (RGL, pág.42,
item B6).
39. 39
Genealógico - parte 2
Há um estudo meu da família Pinto Coelho da Cunha disponibilizado no site do Projeto Compartilhar,
que é coordenado por Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira. Entre em:
http://www.projetocompartilhar.org/Familia/PintoCoelhodaCunha.htm
São ascendentes da família Pinto Coelho da Cunha , dentre outros:
- Fernão Dias Pais;
- D.Afonso Henriques, 1º rei de Portugal;
- Vasco da Gama, imortalizado por Camões em Os Lusíadas (*);
- D.Nuno Álvares Pereira, o Condestável, recentemente canonizado pelo Papa Bento XVI com o
nome de São Nuno de Santa Maria;
- D.Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, imortalizado por Alexandre Herculano em A Morte do
Lidador (*);
- D.Ines Pires de Castro e D.Pedro I, o cruel, ela imortalizada por Camões em Os Lusíadas (*);
- Pedro Coelho, Senhor de Vassalos e Diogo Lopes Pacheco, 8º Senhor de Ferreira de Aves; dois
dos três algozes de D.Ines Pires de Castro, e
- D.Rodrigo Diaz de Bivar, El Cid.
(*) “download” da obra em http://www.dominiopublico.gov.br/
São ascendentes por outros ramos meus:
- Diogo Álvares Correia (o Caramuru) e Paraguaçu (fonte: Caramuru, de Pedro Jaurés Pedroso
Xavier http://buratto.org/gens/gn_caramuru.html),
Paraguaçu, filha de Taparicá, era da tribo Tupinambá da Bahia:
http://jangadabrasil.com.br/abril20/of20040b.htm
- João Ramalho e Bartyra, filha de Tibiriçá, era da tribo Guaianá:
www.novomilenio.inf.br/santos/h0300a2.htm#235.
- Ramo africano: minha bisavó paterna.
- Cristão novo: Manuel de Paredes
Processo: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=2311252
Documentos do Barão de Cocais:
41. 41
Certidão de Batismo do Barão de Cocais (transcrição)
Transcrito por Antônio Carlos de Castro, verbo ad verbum, do Livro de Baptismos, da
Freguesia de São João do Morro Grande de Barão de Cocais-MG, Capella da Senhora
Santa Anna de Cocaes, s/n.º, Fl.26v dos anos de 1789-1798. Igreja Católica São João do
Morro de Barão de Cocais-MG, microfilme 1.252.358 – Item 4 - Batismos do CHF
(Centro da Historia de Familia, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) de
Campinas-SP, rua Duque de Caxias 645 - Centro, em 10/08/2001.
Certidãode Baptismo
Joseph
Aos dez e seis dias Dezembro de mil Sette Centos e noventa annos e dous na Capella
de Sancta Anna de Cocaes, filial da Matriz de São João Baptista do Morro Grande, O
Padre Bento Ribeiro Neves, de minha Licença, baptizou e pos os Sanctos Oleos a
Joseph, parvulo, nascido ao primeiro do dito mês e annos, filho Legitimo do Sargento-
Mor Antonio Caetano Monis Pinto Coelho e Dona Anna Casimira Furtado Leite e
Mendonça, forão Padrinhos o Mestre de Campo Ignacio de Andrade Soutto Mayor
Rondon, e por procuração deste o Capitão Felicio Muniz Pinto Coelho que levou a
criança na pia batismal, e Anna Caetana de Athayde Portugal, e por procuração desta
Dona Marianna Emannuella Furtado Leite e Mendonça, que levou a dita Criança na
pia batismal, aquelles moradores na Cidade do Rio de Janeiro, e estes desta Freguezia,
de que fiz este asento que asignei. O Vigr.ºAndré de Mello dos Sanctos.
Fonte:
https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15093-14667-5?cc=1719212&wc=MMLV-KTP:n204209013
(2º registro.)
42. Certidão de Casamento de José Feliciano Pinto Coelho da Cunha e D. Antônia Tomásia
(original digitalizado )
42
43. Certidão de Casamento de José Feliciano Pinto Coelho da Cunha e D. Antônia Tomásia
(transcrição)
Transcrito por Antônio Carlos de Castro “verbum ad verbo” do Livro de Matrimônios, anos 1810
fev - 1857 ago, Capela de Santa Quitéria, Matriz de Santo Antonio do Ribeirão de Santa Bárbara,
Santa Bárbara-MG, pag.30v, image 33 de 154 do registro digitalizado, em 30/07/2012.
Certidão de Casamento
Aos dois de Fevereiro de mil oitocentos, e dezanove anos, na Capella de Sancta Quitéria filial desta Matriz de Sancto Antonio
do Ribeirão de Santa Barbara, feitas as denunciações e tudo o que determina o Sagrado Concílio Tridentino, sem constar
impedimento algum e em Provisão do Reverendisimo Doutor José da Costa Moreira, Vigário da Vara desta Comarca de Sabará,
o mesmo Doutor da Vara de licença do Reverendo Vigario Antonio de Affonseca Vasconcellos ascestio ao Sacramento do
Matrimonio que entre si contrahirão por palavras do presente in facie Eclesio o Sargento Mor José Feliciano Pinto da Cunha,
filho legitimo do Coronel Antonio Caetano Pinto Coelho, e de Dona Anna Casimira, natural da freguesia de São João Baptista,
e Dona Antonia Thomazia de Figueredo Neves, filha legitima do Coronel Antonio Thomas de Figueredo Neves, e de Dona
Coleta Antonia Ferreira Pinto, natural e moradora nesta freguesia, logo lhes lançou as bençoens nupciais na forma do Ritual
Romano, sendo testemunhas o Barão de São João Marcos Pedro Dias Paes Leme e o Desembargador, e Ouvidor desta Comarca
de Sabará José Teixeira Affonseca Vasconcellos de que fis este assento e assignei.
O Coadjutor Antonio da Costa Mar.º
Fonte: https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15101-3009-2?cc=1719212&wc=MMLV-5TQ:n887087978
43
45. 45
Certidão de óbito do Barão de Cocais (transcrição)
Transcrito por Antônio Carlos de Castro, verbo ad verbum, do Livro de
Óbitos da Freguezia de São João do Morro Grande de Barão de Cocais-
MG, Matriz, s/n.º, Fl.16v dos anos de 1856-1904. Igreja Católica São João
do Morro de Barão de Cocais-MG, microfilme 1.252.360 – Item 9 - Óbitos)
do CHF (Centro da Historia de Familia, da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias) de Campinas-SP, rua Duque de Caxias 645 -
Centro, em 18/09/2001.
Certidão de Óbito
Barão de Cocaes(José Feliciano Pinto Coelho da Cunha)
Aos nove de Julho de mil oitocentos e sessenta e nove foi sepultado
nesta Matriz do arco para sima o Barão de Cocaes sem Sacramentos e
foi encomendado Solemnemente pelo Parocho desta Freguezia.O V.
An.to Alz.
Fonte: https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15092-17223-74?cc=1719212&wc=MMLV-KYV:1845090352
(2º registro)
46. 46
Histórico
José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o Barão de Cocais, foi
Ten.cel. do Exército do Império, como político foi Governador da
província de Minas Gerais, Deputado geral do Império, Governador
Presidente Interino de Minas Gerais, Comandante da Revolução
Liberal de Minas em 1842. Recuou na batalha decisiva de Santa
Luzia, atendendo ao pedido de Pacificação de Caxias, fato
merecedor de uma pesquisa mais apurada, recebeu o título de
Barão de Cocais por decreto em 14 de março de 1855. Faleceu em
09/07/1869 de acordo com o registro de óbito da Igreja de São João
Batista do Morro Grande, Barão de Cocais-MG, mostrado no “slide”
49.
Fontes: História do Movimento Político de 1942, de José Antônio
Marinho, Ed.Itatiaia, São Paulo, Ed.da Universidade de São Paulo,
1977, disponível em sebos e bilbliotecas, “download” em:
http://historiar.net/images/pdfs/Revolucao%201842%20-%20Marinho.pdf
e arquivo pessoal.
47. Histórico - Revolução liberal de 1842 - sinopse
• Revolta originada das disputas politicas entre Liberais e Conservadores.
A Revolução Liberal de 1842 foi um levante dos liberais das províncias de São Paulo e Minas Gerais.
Ao final das Eleições do Cacete o Partido Liberal conseguiu eleger a maioria dos deputados para a
Assembléia dos Deputados. O Partido Conservador sabia que os Liberais fraudaram as eleições e por
isso buscaram a anulação dos votos.
O Conselho de Ministros, formado na maioria por Conservadores, solicitou a D. Pedro II que anulasse os
votos da Eleição do Cacete. Em 1842 O Ministério Liberal foi dissolvido e os Conservadores novamente
retornaram ao poder.
Não aceitando a troca de ministério, os Liberais iniciaram uma revolta que ficou conhecida como
Revolução Liberal de 1842.
Liberais de duas províncias aderiram a revolução, São Paulo e Minas Gerais.
Em São Paulo, a Revolta Liberal iniciou-se na Cidade de Sorocaba. Na província paulista, o movimento
foi liderado pelo ex-regente Antônio Feijó e pelo Brigadeiro Tobias de Aguiar. As cidades de Taubaté,
Pindamonhangaba, Lorena e Silveira, tambêm decidiram apoiar os Liberais.
Em Minas Gerais a liderança da revolução ficou nas mãos de Teófilo Otoni . As cidades de Santa
Luzia, Santa Bárbara, Caeté e Sabará apoiaram os liberais mineiros.
Queriam os rebeldes liberais retomar o governo através da luta armada. Eles formariam a Coluna
Libertadora que marcharia até ao Rio de Janeiro para derrubar o Governo Conservador.
O Governo Imperial decidiu continuar com seu apoio aos conservadores. Para combater os revoltosos
liberais foram organizadas tropas lideradas pelo Barão de Caxias.
Tanto os liberais de São Paulo quanto os de Minas Gerais foram derrotados e presos pelos
comandados de Caxias. (primeiro foram os paulistas, derrota que arrefeceram os ânimos dos mineiros*)
Os que conseguiram escapar ao cerco de Caxias refugiram-se no Rio Grande do Sul, onde foram
acolhidos pelos Revolucionários Farroupilhas.
Com a subida do Partido Liberal ao poder em 1844, todos os liberais envolvidos na Revolta Liberal de
1842 foram anistiados.
• (*) inclusão de texto
Fonte: http://www.historiatecabrasil.com/2010/03/revolucao-liberal-de-1842.html
47
48. Histórico - Revolução liberal de 1842 - recortes finais
Barão de Cocais, herói ou covarde?
- ... A 10 de agosto já podiam ser vistos sinais das forças legalistas nas proximidades da Lapa. E o moral das tropas era
excelente. Então sofrendo as conseqüências da irresponsabilidade com que aceitara um posto para o qual faltava-lhe
temperamento e coragem, Pinto Coelho resolve tomar uma decisão tantas vezes adiada: abandonar os companheiros. Relata
Paulo Pinheiro Chagas, na biografia sobre Teófilo Otoni, que àquela hora da madrugada tudo era silêncio em Santa Luzia.
Apenas alguns vultos quebravam ao som das botas sobre a quietude da noite. Entre os silenciosos fugitivos estavam José
Feliciano Pinto Coelho da Cunha e o seu cunhado coronel Lemos, o comandante da coluna de Santa Bárbara. Anos depois Pinto
Coelho foi agraciado pelo Imperador com o título de Barão de Cocais;
Duque de Caxias:
- ... O alemão Hermann Burmeister viajou pelo interior de Minas Gerais por volta de 1850 e registrou a sua impressão sobre a
batalha de Santa Luzia: o local fora otimamente escolhido e a defesa minuciosamente preparada, e o comandante das forças
governamentais, o barão de Caxias não ousou atacar a cidade, escolhendo o meio que, no Brasil mais facilmente leva aos fins
almejados: - 0 suborno. ... com a traição de um chefe que estava sediado numa floresta existente acima de Santa Luzia. Esse
chefe aceitou render-se aos legalistas permitindo que as forças do governo atacassem os insurgentes pelas costas. ... Assim o
barão de Caxias pode sair vitorioso de Santa Luzia
- ... A coluna de Galvão abriu fogo contra um dos batalhões legalistas sob o comando do próprio barão de Caxias. ... Debaixo
dessa resistência inesperada, as forças legalistas cederam a posição que ocupavam em desabalada carreira, perdendo para os
rebeldes até mesmo as bagagens de uso pessoal de Caxias.
Pesquisa que falta:
- ... “ A verdadeira causa que ensejou a derrota do liberais em Santa Luzia ainda não foi totalmente esclarecida e precisa ser
objeto de pesquisas históricas”.
Fonte: Dois Velhos Troncos Mineiros: Bento Pinto de Magalhães e Francisco José de Alvarenga de José Batista de
Alvarenga Coelho(*), Belo Horizonte: Del Rey, 1999 , pag.s 73 e 74.
(*) José Batista de Alvarenga Coelho é descendente de Francisco José de Alvarenga, um dos líderes militares da revolução de
1842, viveu oculto por uns tempos, sendo anistiado como os demais em 1844 48
49. 49
A famigerada herança - Introdução
• Como empresário, o Ten.cel. José Feliciano Pinto Coelho da Cunha associou-se
com seus parentes e amigos, fundando a Companhia de Mineração Brasileira da
Serra de Cocais, juntamente com os ingleses da National Mining Company. Os
sócios ingleses entraram com 55.000 libras esterlinas e os brasileiros com terras e
escravos. (BCFF, pág.146)
• Pela escritura, os ingleses, além do capital, entrariam com os técnicos; e os
brasileiros com casas, escravos e terras auríferas: Vale do Rio Doce, Cocais
Gabiroba, Vassouras, Flórida, Santa Bárbara, Serra Velha, Serra do Congo, Ouro
Fino, Sabará, Ouro Preto, Serra de São João Batista do Morro Grande, só esta com
48 bocas de minas de ouro. (RGL, pág.37), vide também o slide nº 55
• O ouro era transformado em barras que eram vendidas aos ingleses, sendo o
dinheiro depositado no Banco da Inglaterra, em Londres em nome da Companhia, a
parte que lhe tocava. (RGL, pág.37)
• O valor atual (provavelmente base 1965) do depósito é de 550 mil libras (RGL,
pág.37).
• O Jornal (?) (provávelmente base1965) fez o seguinte comentário: Quinhentos e
cinquenta milhões de libras estelinas e jóias e barras de ouro avaliadas em muitos
milhões de cruzeiros, constituem a fabulosa fortuna, depositada de Londres. (BCFF,
pág.140).
• Além do dinheiro, existiam mais de 2.000 alqueires no Vale do Rio Doce e que os
minérios estão sendo explorados pelas Companhias Siderúrgica Belgo-mineira,
Acesita, Usiminas e Ferro-Brasileira. (RGL, pág.38)
Houve algumas tentativas de recuperar a fortuna, mas nada de concreto foi conseg
uido, alguns se agruparam para recuperar as terras da Companhia.
. Vide a lista de sócios na Companhia Mineradora no post neste blog
50. 50
A famigerada herança - a Mineradora
Constituição da companhia e processos colocados da Companhia de
Mineração da Serra de Cocais
- Fundada pelo Barão de Cocais, como presidente, seus parentes e capitalistas ingleses
em 22/08/1833, por escritura pública, no 2º Tabelião de Vila Nova da Rainha de
Caetés (Caetés). Livro 32, folhas 137. (RGL, pág.36). Fundada em 27/08/1833
(BCFF, pág.146).
- Processo 27.616 - Ação de Dissolução e Liquidação Judicial da Companhia Brasilieira
de Mineração da Serra de Cocais, cumulado com o Inventário Coletivo dos sócios
herdeiros. (DMC2, pág,12)
- Transferência da escritura de Caetés para Lafaiete – Registro de Títulos e Documentos
– Cartório do Primeiro Ofício – sobreloja – Fórum de Lafaiete – nº B-21, datado de 16
de dezembro de 1947, sob o nº 11.840: solicitação para reaver direitos hereditários
para rever o livro nº 32 de Notas do 2º Tabelião da Vila de Caeté, relativo ao ano de
1827, existente nesta repartição, nele a folhas 137 consta a escritura da Sociedade
que fazem .... (DMC2, pag.22 e 23)
- Reorganização da Companhia pelos herdeiros.
Cartório do 1º Ofício de notas (autorização pelo Juiz da 1ª Vara civil e Comercial de
Belo Horizonte. Registros 5-25-837, 25-838 e 26.466 com os números de ordem
11.940 e 12.375 dos livros b21 e b22. (RGL, pág.37 e BCFF, pág.143).
51. 51
A famigerada herança - conclusões
• O Barão de Cocais investiu tudo que possuía na Companhia e como a mesma não podia ser dissolvida,
em virtude de cláusula contratual, antes do cinqüentenário de sua formação, sucedeu ao barão, embora
rico, uma morte na miséria. (RMC, pág.21 e 22)
• Em 1884, o Conde Azejur Francisco de Lemos de Azevedo Coutinho e seu cunhado Modesto Cassimiro
Cunha fizeram um edital no Jornal de Comércio do Rio de Janeiro, reclamando dos sócios o
cumprimento da cláusula 7ª do contrato social da antiga Companhia que diz: “ os terrenos arrendados,
serão devolvidos 50 anos após a sua constiruição”. (DMC2, pág.12 e 43)
• Em 1943, o dentista Dr. João Nogueira Chagas, fez o possível, convocando os herdeiros, tendo tomado
algumas providências, porém sem os resultados esperados. (DMC2, pág.12)
• Em 1948, o advogado Sigefredo Marques, reorganizou a Companhia, a pedido de alguns herdeiros,
propôs contra o Estado de Minas Gerais, Belgo-Mineira, Usiminas, Acesita ação reinvidicatória,
cumulada com anulação de ato administrativo e indenização, tendo perdido no despachao saneador, por
sentença de 25.3.66 da lavra do Dr.Jorge Fontana, Juiz de Direito da 2ª Vara da Fazenda Pública e
Autarquias, sendo a causa do despacho desfavorável a falta de prova de descendência hereditária, a
prescrição do direito de ação, e usucapião a favor dos posseiros. Foi reconhecido, contudo, à
indenização pelo Fundo de Garantia, instituído pela União Federal nos termos do art.61 do decreto 451-
B de 31.5.1890 nos casos de Registro Torrens. A sentença, afirma a não ocupação efetivo dos terrenos,
pois os mesmos foram usados e explorados pela Cia. De Cocais, e os simples arrendamentos, feitos em
nome da Cia. Pelo Sr.Oxenford, são provas de uso e posse. A Cia. Deixou de funcionar por um ato
político, a revolução sob o comando de Teófilo Otoni e do Barão de Cocais. Tornaram-se os sócios
subversivos, contudo, o Barão, anos após recuperado seus direitos políticos, chegando a Deputado pela
Província de Minas Gerais. (DMC, pág.13)
• Em 1965, o Sr. Mário Marques da Silva, através dos advogados Maria de Lourdes Alves Gomes da Silva
e Geraldo Barrote iniciaram a ação de Dissolução e Liquidação Judicial da Cia cumulada com Inventário
Coletivo dos sócios. O processo iniciado em Barão de Cocais tinha como liquidante o Dr. Antonio
Generoso Filho. A primeira fase do processo de natureza declaratória, visa conseguir judicialmente por
sentença, a declaração dos nomes dos herdeiros, a verificação da linha hereditária e a necessária
existência contínua de menores, sucessivamente, uns substituindo os outros, a fim de se evitar que as
companhias estrangeiras, detentoras dos terrenos e concessões minerais, a diversos títulos, aleguem o
usucapião e a prescrição do direito de ação. Note-se que contra menores não corre prazo algum de
prescrição, ficando qualquer prazo suspenso até a maioridade, salvo existência de outro menor órfão.
Na segunda fase, deveria o liquidante após ter em mãos as sentenças referidas anteriormente
(declaratórias), propor ações de legitimação, para os terrenos não ocupados, ações divisórias, para os
ocupados por herdeiros, ações reinvindicatórias, contra terceiros possuidores, sem sentença judicial e
contra a União Federal, visando manutenção das datas ou concessões minerais e outros tipos de ações
(DMC, pág.13 e 14).
52. 52
A famigerada herança - conclusões (continuação)
• O jornal “Times” de Londres em 05/10/1931 publicou um edital de
comunicação de suspensão de juros, por excesso de tempo. Sobre
o mencionado edital, fez menção em 1932 o “Le Temps” e o
“Financial News”. Em 1914, pouco antes de estourar a 1ª guerra, o
“Times” publicou em edital contendo os nomes de pessoas ou
firmas estrangeiras que mantinham depósitos com prazos
ultrapassados para o efeito de percepção de juros, lá estava o
nome da Cia.Brasileira de Mineração da Serra de Cocais. (BCFF,
pág.127 e128). Em setembro de 1933, os jornais de Londres, Paris
e Rio de Janeiro, publicaram editais do Banco da Inglaterra pelos
mesmos motivos (RGL, pág.37)
• Procurei o referido edital na data mencionada e nada achei em
http://archive.timesonline.co.uk/tol/archive/, onde as edições diárias
publicadas pelo “Times” entre 01/01/1785 a 31/12/1985, são
disponíveis mediante pesquisa paga: por um dia 4.95 libras
esterlinas, assinatura mensal 14.95 e assinatura anual 74.95,
podendo também pagar em dólares.
• Habilitaram com processos cerca de 2000 pessoas em 1968
(DMC2, pág.102 em diante).
• Artigo do Jornal “O Estado de São Paulo, em 15/09/1968
http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19680915-28661-nac-0011-
999-11-not/
54. 54
A famigerada herança - parte final
Bibliografia
- Desvendado o Mistério de Cocais, de Luiz Fonseca
Chaves, 1ª edição, 1968(?), Gráfica Editora Líder,
Goiânia-GO (DMC1), esgotado, ocasionalmente
disponível em sebos;
- Desvendado o Mistério de Cocais, de Luiz Fonseca
Chaves, 2ª edição, 1968(?), Gráfica Editora Líder,
Goiânia-GO (DMC2), esgotado, ocasionalmente
disponível em sebos;
- Barão de Cocais e sua Fabulosa Fortuna, Luiz
Margaritini, 1964 (BCFF), esgotado, ocasionalmente
disponível em sebos;
- Revista Genealógica Latina, Vol.XVIII-XIX - Ano de 1966-
1967 - Artigo Barão de Cocais, de Salvador de Moya.
(RGL), esgotado, ocasionalmente disponível em sebos.