Estágio Supervisionado II Cássio Cunha: Plano de aula V:
Estágio em escola técnica sobre biologia celular
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CAMPUS II - ALAGOINHAS-BA
COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
PROFESSORA: CLAUDIA REGINA TEIXEIRA DE SOUZA
ALUNO: CÁSSIO CUNHA DOURADO
PORTIFÓLIO
ALAGOINHAS 22 de AGOSTO / 2010
2. O estágio foi feito no Colégio: Centro Territorial de Educação
Profissional do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte (CETEP), criado pela
portaria 8677 de 17 de abril de 2009 e ocupa as instalações do antigo Colégio
Estadual Luiz Navarro de Brito, no município de Alagoinhas. Atualmente tem
1.226 estudantes matriculados e oferece os cursos de Técnico em Informática
(modalidades Proeja e Ensino Médio Integrado à Educação Profissional);
Técnico em Enfermagem, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Segurança
do Trabalho (modalidades subsequente e Ensino Médio Integrado à Educação
Profissional) e o curso de Técnico em Comércio (modalidade Proeja). O colégio
possui bastante espaço, onde exitem 35 salas de aula de tamanho suficiente para
a quantidade de alunos recebidos (35 em média); São bem ventiladas, possui
ainda uma espaçosa biblioteca (figura 1); uma sala de professores (figura 2) e
uma secretaria.
Figura 1- biblioteca Figura 2- sala dos professores
Figura 3- secretaria
3. As aulas foram executadas no curso Técnico em Meio Ambiente em uma
turma de primeiro ano durante a segunda unidade, de maio à agosto de 2010, a
qual os alunos já tinham recebido o livro didático (Biologia- Citologia e
Histologia, PAULINO, W. R. vol 1) (figura 4), o que permitiu um melhor
desenvolvimento das aulas. Esses fatos supracitados podem ter sido motivos para
que os alunos ficassem tão quietos e interessados na maioria das aulas,
participando fazendo perguntas e discutindo os assuntos propostos em sala.
Figura 4- livro adotado pela escola
Os alunos da turma são de faixas etária semelhantes e condizente a série
frequentada (15 anos); alguns são residentes do centro (proximo a escola),
enquanto a maioria residem em bairros arredores do colégio.
O estágio II foi orientado pela Professora Cláudia Regina, que nos
apresentou a displina e a discutiu durantes as segundas-feiras no decorrer do
semestre, ressaltando que, ainda na segunda à tarde ou na terça durante todo o
dia, cada um dos alunos da disciplina tinham um momento de atendimento
individual com a professora orientadora para a apresentação dos planos de aula e
para comentar os acontecimentos da escola nos momentos dos estágios. Esses
momentos de encontro com a professora Cláudia me reforçaram o pensamento do
quanto nós professores somos agentes transformadores da educação e que o
4. professor, realmente consciente do importante papel lhe conferido pela história, é
sabedor de que a missão de mestre envolve também a aprendizagem, visando que
ensinar e aprender são, portanto, atividades inerentes. Assim, a aprendizagem é
atividade dinâmica na vida profissional do professor. Afinal, antes de disseminar
conhecimentos, o professor precisa aprendê-los.
O estágio supervisionado II me veio como confirmação do que eu sempre
imaginei: ser professor. Antes de entrar no curso de licenciatura eu obtive a
experiência de lecionar por um ano em colégio estadual; esse tempo foi
suficiente para que eu me apaixonasse pela profissão e buscasse me especializar
naquilo que me seria prazeroso: a licenciatura.
Durante o estágio II tive a oportunidade de conversar de perto com
professores sobre a profissão (principalmente sobre a realidade desses
profissionais) e vivenciar novamente a experiência de estar à frente de uma
turma. Apesar de não mudar a minha vontade de ser professor (e sim me motivar
mais ainda), foi revoltante pra mim, ver tão de perto o quanto a minha classe
(professor) é desvalorizada; a educação no nosso país está precisando de uma
maior atenção, por que, a prosperidade de um país passa, imprescindivelmente
pela educação; e esta precisa de um agente disseminador de conhecimentos para
os alunos: o professor. É inconcebível achar que um país evolua sem que se
invista muito em educação; seu efeito multiplicador é enorme. Isso é de uma
obviedade gritante, mas que a sociedade parece não enxergar. Essa é uma
dificuldade que iremos superar. Enquanto a sociedade não enxerga, estaremos
nós professores fazendo o nosso trabalho (que é de uma importância gigantesca),
esprando um reconhecimento que é mais que merecido.
O estágio II me permitiu ainda conhecer uma professora muito querida
dentro da escola que lecionei (CETEP-Alagoinhas) de nome Zuleide. Sempre
feliz, sorridente e amiga. Cedeu para que eu pudesse exercer o estágio, sua turma
de primeiro ano do turno vespertino. Me apresntou a turma e acompanhou toda a
unidade que estagiei, sempre me deixando muito a vontade na sala de aula e
dando suas sugestões nos planos a serem trabalhados. Foi dela a sugestão para
que eu observasse a turma antes de começar a regência, pois, através da sua
5. experiência ela afirmou que seria melhor ter um conhecimento prévio da turma
para escolher a melhor forma de trabalhar. Foi o que eu fiz, observei a turma para
posteriormente começar o estágio.
A turma era composta de vinte e três alunos, os quais dificilmente faltavam
e sempre participavam das aulas fazendo perguntas e expondo seus
conhecimento informais voltados para à biologia. Todos estavam em faixa etária
condizente com a série e moravam em diversos lugares da cidade. Durante todo o
estágio, me relacionei muito bem com os alunos, tentando ao máximo me
aproximar e conhecer cada um deles, e, foi assim que conseguir que se tornassem
além de meus alunos, meus amigos.
Utilizando a biologia como a ciência da vida, num processo dinâmico em
que todos os seres vivos estão em contínua mudança, usando energia,
incorporando substâncias, crescendo, reproduzindo-se e respondendo ao
ambiente que os circunda, tentei ao máximo tornar o estudo da vida interessante,
pois, os jovens precisam estar em condições de se pronunciar sobre as opções
individuais e coletivas nessas áreas, orientados pelos conhecimentos biológicos
tratados na escola.
De maneira geral, quem ensina Biologia conta com o interesse e a
expectativa dos estudantes em relação aos assuntos da disciplina, pois os
adolescentes sentem interesse pelas questões relacionadas ao seu próprio corpo,
aos seres vivos e ao meio ambiente. Muitos já tiveram ou têm animais de
estimação e estão constantemente em contato com a mídia que divulga notícias
sobre curiosidades do mundo animal e vegetal, doenças, vacinas etc. Visto isso,
tentei ao máximo corresponder às minhas expectativas, dos alunos, da professora
regente e da professora orientadora.
Durante o estágio II, obtive duas aulas pra observação da turma e lecionei
outras 20 distribuidas em onze semanas, sendo, duas aulas lecionadas por semana
durante as segundas-feiras.
Utilizei para a maioria das aulas a técnica de ensino aula expositiva
dialógica, onde, instigava os alunos através de perguntas, tentando deixa-los mais
atentos e participativos nas aulas. Segundo Freitas (2010), muitos educadores e
6. também pensadores do seguimento educacional, consideram a aula expositiva um
método tradicional, alguns até almejam o fim dessa prática. Mas, esse método
dito “tradicional” ainda continua vivo diante de tantas inovações tecnológicas
dispostas no mundo contemporâneo, e, algumas vezes, se faz necessária a
implantação desse tipo de aula. O que é preciso fazer é tornar a aula expositiva
mais atrativa para o aluno, desse modo, o professor deve propiciar uma interação
com os alunos. Isso pode ser implantado a partir de questionamentos elaborados
pelo professor, que motivam os alunos a explanarem oralmente suas conclusões
sobre o tema em questão.
Para a primeira aula utilizei como procedimento metodológico a técnica
aula expositiva com o auxílio dos recursos didáticos da TV pen drive e do quadro
branco para abordar o assunto envoltórios celulares. Os alunos estavam calados e
prestando bastante atenção; aquele momento eu acreditava que o comportamento
era devido ser a primeira aula eu lecionava para a turma; eles pareciam
assustados. Logo após a aula conversei com alguns deles, que me demonstram
bastante impressionados devido a minha aparência muito jovem e não assustados
como imaginei.
Na segunda aula, relembrei um pouco da aula passada e apresentei-lhes um
vídeo com duração de 30 minutos para melhor abordar os envoltórios celulares e
os tipos de transportes (ativo e passivo). Segundo Vasconcelos (2009), o vídeo é
um recurso que possibilita a síntese entre imagem e som, gerando as mais
diversas sensações dependendo do que se é transmitido, deixando de ser apenas
som e imagem, mas também, uma forma de expressão, expressão esta, que pode
gerar no espectador elementos de motivação para novas situações, como um
espectador crítico.
O vídeo foi discutido por vinte minutos e em seguida foi aplicado um jogo
de perguntas e resposta para a turma dividida em grupos. A aula empolgou
bastante e o jogo foi bastante proveitoso, uma vez que apenas um grupo não
conseguiu responder uma das vinte perguntas. Lembrando que as questões eram
comentadas e explicadas uma a uma por mim. Levando em consideração que ao
usar jogos que implicam conhecimentos, o educador deve ter como objetivo fazer
7. com que os alunos se interessem, e passem a gostar de aprender a disciplina, pois
o ensino por meio dos jogos além de mudar a rotina da sala, faz com que o
processo de aprendizagem se torne interessante, divertido, facilitando a
aprendizagem (RODRIGUES, 2008).
Para a terceira aula, utilizei a técnica aula expositiva com o auxílio dos
recursos didáticos da TV pen drive e do quadro branco. Logo que iniciei a aula
um aluno que havia faltado nas outras duas semanas de estágio bateu na porta e
perguntou se poderia entrar, aceitei o pedido e deixei que entrasse na sala. Em
aproximadamente cinco minutos a vice-diretora bateu à porta da sala em que eu
estava e pediu pra dar um aviso, e se direcionou ao aluno que havia se atrasado e
pediu pra que ele não deixasse o fato voltar a acontecer, pois, ele já havia sido
transferido de uma outra escola e que ele deveria seguir „‟na linha‟‟ para não ser
expulso de lá também. O aluno parou de faltar e se comportou muito bem durante
as aulas que lecionei, inclusive com participações pertinentes. Na semana
seguinte, seja, quarta aula, foi aplicado um teste contendo oito questões e de
valor três e meio, o qual fiz uma revisão de quarenta minutos no primeiro
horário, tendo o teste, uma duração de sessenta minutos para ser respondido. A
maioria da turma ficou com nota acima da média no teste.
Parte da quinta aula foi utilizada para a entrega do teste e discussão a
respeito das questões deste. Na quinta aula comecei ainda o assunto núcleo,
voltando a abordá-lo depois do recesso junino.
A sexta aula aconteceu após o recesso junino. Notei a ausência de alguns
alunos, o que não era comum à turma. Essas ausências podem ter sido devido à
aula ter acontecido no primeiro dia após o recesso e alguns alunos ainda estarem
chegando de viagem ou como foi dito por alguns „‟ainda estavam em clima de
festa‟‟. A aula foi lecionada através da técnica aula expositiva, com o auxílio dos
recursos didáticos da TV pen drive e do quadro branco e teve como assunto a
continuação de núcleo celular. Nessa aula recebi a visita da professora
orientadora Claudia Regina, que pode perceber o bom comportamento da turma,
assim como o interesse dos mesmos em estarem fazendo perguntas durante a
explicação. Com a presença da professora, confesso que fiquei um pouco
8. nervoso, pois sabia que estaria sendo avaliado a todo o momento, mas, acredito
ter conduzido bem a aula, demonstrando o domínio sobre a classe e tentando não
me prender a um só recurso, pois as perguntas feitas pelos alunos ficariam bem
melhor explicadas passo a passo, assim optei por demonstrar no quadro branco,
uma vez que na aula estava sendo utilizada em maior parte a TV pen drive.
Na sétima e oitava aulas, utilizei também a técnica aula expositiva, com o
auxílio dos recursos didáticos da TV pen drive e do quadro branco; foram
abordados os assuntos da divisão celular: mitose e meiose respectivamente. Aula
foi bastante debatida, pois, houve uma boa contextualização. Os alunos levaram
para a sala bastantes questões interessantes a respeito do tema. Exemplo de uma
questão feita por uma aluna: „‟Quando despelamos devido ao sol, com o tempo a
pele volta ao normal. Isso tem alguma coisa relacionada à divisão celular?‟‟. As
perguntas enriqueceram a aula e despertou o interesse dos alunos em geral, pois,
houve uma interação com a realidade deles.
O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem
para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem trabalhado
permite que, ao longo da transposição didática, o conteúdo do ensino provoque
aprendizagens significativas que mobilizem o aluno e estabeleçam entre ele e o
objeto do conhecimento uma relação de reciprocidade. A contextualização evoca
por isso áreas, âmbitos ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural,
e mobiliza competências cognitivas já adquiridas (PCN, 2000).
Na nona aula foi feita uma revisão sobre os assuntos da prova (Núcleo
celular e divisão celular) e aplicada a prova contendo oito questões e com valor
cinco. A décima e ultima aula foi utilizada para entregar e comentar a prova.
Prova objetiva como instrumento de avaliação, refere-se à relação funcional
entre os objetivos propostos e a aprendizagem valorizada no processo da
educação, apenas de conhecimentos específicos. Segundo Motta (2008), o
importante não é saber o que o aluno bom de memória “guardou na cabeça”;
justifica-se a percepção da compreensão e aproveitamento do conteúdo estudado.
Toda avaliação deve ser integrada, intencionalmente, comentada para valorização
e fixação da resposta certa. A questão errada deve ser reformulada.
9. O estãgio supervisionado II foi de grande importância para a minha
formação e construção da minha identidade profissional, vindo assim, a
confirmar a idéia que já exisita de me tornar professor. Foi um momento da
formação em que o pude vivenciar experiências e tive a oportunidade de voltar a
refletir sobre meus conceitos e teorias.
"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da
palavra". (Anísio Teixeira)
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FREITAS, E. Aula expositiva dialogada. Disponível em: www.sectec.go.gov.br ;
acesso em: 23/08/2010.
FILHO, J. S. B. Professor, grande agente transformador. Disponível em:
www.sectec.go.gov.br ; acesso em: 22/08/2010.
MACHADO, M. A. P. A Formação Do Professor Universitário Como Intelectual
Transformador. Disponível em: www.artigonal.com ; acesso em: 22/08/2010.
MOTTA, S. A. 1823– INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO. Provas: Objetivas,
Dissertativas, Operatórias, Observação e Registro, Auto-Avaliação. Belo Horizonte,
2008.
PAULINO, W. R. Biologia: Citologia/Histologia. 1° Ed., São Paulo: Ártica, 2005.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO MÉDIO) 2000.
Disponível em: portal.mec.gov.br ; acesso em: 23/08/2010
RODRIGUES, J. O. et al. JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM RECURSO
DIDÁTICO. Paraná, 2008.
SOUZA, J. C. A. Et al. A Importância do Estágio Supervisionado na Formação do
Profissional de Educação Física: Uma visão Docente e Discente. Ipatinga, 2007.
VASCONCELOS, F. C. G. C. et al. O VÍDEO COMO RECURSO DIDÁTICO
PARA ENSINO DE CIÊNCIAS: uma categorização inicial. Recife, 2009.