2. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Imobilismo político e crescimento económico
Politicamente
após a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve a mesma feição
autoritária, ignorando a onda democrática que inundava a Europa.
Economia
período conturbado –> atraso do país evidente;
não acompanha o crescimento económico do resto da Europa;
estagnada pelo mundo rural e pela emigração;
ocorre um considerável surto industrial e urbano;
as colónias tornaram-se alvo das preocupações;
2
3. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Estagnação do mundo rural e o surto industrial
Agricultura
sector dominante;
pouco desenvolvida;
baixos índices de produtividade
2 tipos de estruturas fundiárias:
Norte predominava o minifúndio;
Sul estendiam-se propriedades imensas (latifúndios), que se
encontravam subaproveitadas;
3
4. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Planos de Fomento para o desenvolvimento
industrial.
I Plano (1953-1958) Industria química e metalurgia;
II Plano (1959-1964) Plano hidroeléctrico nacional.
III Plano (1968-1973) -> nova política económica:
• Produção industrial orientada para a exportação;
• Prioridade à industrialização em relação à
agricultura;
• Estimula-se a concentração industrial;
4
5. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Emigração
décadas de 30 e 40
bastante reduzida;
década de 60
período de emigração mais intenso.
Êxodo rural;
Mão-de-obra para os países europeus – salários superiores;
Fuga à Guerra Colonial.
5
7. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
A urbanização
O surto industrial traduziu-se no crescimento do sector
terciário e na progressiva urbanização do país;
Dá-se o crescimento das cidades e a concentração
populacional;
Em Lisboa e Porto propagam-se os subúrbios;
A expansão urbana não foi acompanhada da construção
das infra-estruturas necessárias, aumentando as
construções clandestinas:
proliferam os bairros de lata, degradam-se as condições de vida
(incremento da criminalidade, da prostituição…);
7
9. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
1945
vitória da democracia sobre os fascismos;
Salazar encena uma viragem política a fim de preservar o
poder:
antecipou a revisão constitucional;
dissolveu a Assembleia Nacional;
convoca eleições antecipadas (“tão livres como na livre
Inglaterra”);
A oposição democrática concentrou-se em torno do MUD
(Movimento de Unidade Democrática);
O impacto deste movimento, que dá início à chamada oposição
democrática.
9
10. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Oposição Democrática
designa o conjunto de forças políticas heterodoxas
(monárquicos, republicanos, socialistas e comunistas);
10
11. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
1949 - Eleições presidenciais
A oposição democrática apoia
Norton de Matos;
Concorre contra o candidato do
regime, Óscar Carmona;
Primeira vez que um candidato da
oposição concorria à Presidência da
República e a campanha voltou a
entusiasmar o País;
11
13. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
1949 - Eleições presidenciais
Porém, face a uma severa
repressão, Norton de Matos
apresentou a sua desistência
pouco antes das eleições;
Óscar Carmona vence as eleições;
13
14. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
1958 – Novas eleições presidenciais
A vez de Humberto Delgado;
Critica aberta à ditadura;
Foi apelidado de “general sem medo”.
Anuncia a intenção de demitir Salazar
caso viesse a ser eleito;
Grande mobilização popular;
O governo procurou limitar-lhe os
movimentos, acusando-o de provocar
“agitação social, desordem e
intranquilidade pública”;.
14
17. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Resultado das eleições
Vitória esmagadora do candidato
do regime -> Américo Tomás;
Porém a credibilidade do Governo
ficou profundamente abalada;
Salazar altera a forma de eleição do
Presidente que passa a ser eleito
por colégio eleitoral;
Humberto Delgado vai para o exílio;
É assassinado pela PIDE em 1965.
17
18. Portugal: do Autoritarismo à Democracia
Outras figuras da oposição
Jaime Cortesão António Sérgio António Ferreira Gomes
1884 -1960 1883-1969 1906-1989 18
20. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Guerra Colonial
Portugal:
Pluricontinental;
Multiracial.
20
21. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Guerra Colonial
Década de 50
A União Indiana pretende a
integração das cidades de Goa,
Damão e Diu no seu território;
Portugal recusa-se a discutir o tema;
Surgem os primeiros movimentos
independentistas.
21
22. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Guerra Colonial
Década de 60
Dezembro de 1961 – A União Indiana
invade as cidades de Goa, Damão e
Diu
1961 – Ataques às fazendas do norte
de Angola e às prisões de Luanda
1963 – Alastramento das insurreições
à Guiné-Bissau…
1964 – e a Moçambique.
A guerra só terminaria em 1974 com a
revolução de 25 de Abril.
22
27. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
A Liberalização fracassada
1968
Salazar sofre um acidente e fica incapacitado para dirigir o
governo;
É substituído por Marcello Caetano.
António Oliveira Salazar Marcello Caetano 27
1889-1970 1906-1980
28. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Primavera Marcelista
Política no sentido de uma maior liberdade e
democratização;
Política marcada por grandes hesitações e contradições;
Recusa de discutir a questão da Guerra colonial;
Governação segundo o princípio da continuidade.
28
29. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Acção governativa
Área política – Maquilhagem das instituições
PIDE DGS
Censura Exame prévio
União Nacional Acção Nacional Popular
E ainda…
autorização do regresso de exilados políticos como Mário
Soares (mais tarde regressa ao exílio)
29
30. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Acção governativa
Área Social – Maquilhagem das instituições
Criação da ADSE – Assistência na Doença dos Servidores
do Estado;
Instituição do subsídio de Férias e de Natal;
Atribuição de pensões aos trabalhadores rurais e de
profissões mais modestas;
Criação de nova legislação sindical.
30
31. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Acção governativa
Área Educativa
Maior acesso ao ensino;
Renovação dos conteúdos;
Escolaridade Obrigatória.
31
32. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Eleições Legislativas de 1969
participação da oposição nas eleições após 44 anos
demonstração de abertura política, porém…
eleições marcadas por limitações à liberdade de voto
aumento da contestação nos meios universitários, fabris e
militares
32
33. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Contestação ao regime
Abril de 1973
Reuniu-se o 3º Congresso da Oposição
Democrática.
Defende-se os 3 D’s: Descolonização;
Desenvolvimento e Democratização
Fevereiro de 1974
O General Spínola publica o livro Portugal
e o futuro;
Defendia uma solução política para
resolver a Guerra Colonial e a liberalização
do País 33
35. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Causas para a Revolta Militar
Insistência na Guerra Colonial;
Equiparação dos oficiais milicianos
Levam à criação do MFA
aos oficiais do quadro; Movimento das Forças Armadas
Falta de Liberdade;
Dificuldades económicas.
Revolta das Caldas (Março de 1974)
Primeira tentativa para depor o regime;
Falhou. 35
36. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Revolta das Caldas
Primeira tentativa para depor o
regime;
Reacção à demissão do General
Spínola e Costa Gomes;
Falhou.
36
37. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
25 de Abril de 1974
Na noite de 24 para 25 de Abril
dá-se início ao golpe militar;
Apoio da população de Lisboa;
Os pontos chave da cidade de
Lisboa são ocupados pelos
revoltosos;
Só a PIDE oferece resistência;
Marcello Caetano rende-se no
Convento do Carmo.
37
39. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Junta de Salvação Nacional
Presidida pelo General Spínola.
Objectivos:
Zelar que o Governo Provisório cumprisse o Programa do MFA.
António de Spínola acaba por ser nomeado Presidente da
República.
39
40. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Pinheiro de Azevedo Costa Gomes António de Spínola
Silvério Marques
Rosa Coutinho
Galvão de Melo
40
Falta: General Diogo Neto ausente em Moçambique
41. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Objectivos do MFA
Destituição das suas funções o Presidente da República e o governo;
Fim da Pide, Censura, Legião Portuguesa, Mocidade Portuguesa,
Acção Nacional Popular, Assembleia Nacional, Câmara Corporativa;
Libertação dos presos políticos;
Regresso dos exilados (Mário Soares e Álvaro Cunhal);
Autorização de criação de Partidos Políticos;
Criação de Sindicatos para a função pública;
Independência das colónias;
Eleições livres para a formação de uma
Assembleia Constituinte;
Nova Constituição da República.
41
42. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Criação de partidos políticos
42
Mário Soares Francisco Sá Carneiro Álvaro Cunhal Freitas do Amaral
1924 1934-1980 1913-2005 1941
44. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Verão Quente de 1975
11 Março de 1975
Face ao aumento da influência do Partido Comunista no MFA e
receio da tomada de poder
tentativa de golpe militar, liderado pelo General Spínola
Fuga para o estrangeiro
44
46. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Governo de Vasco Gonçalves
Segue uma tendência marxista;
Promove:
Nacionalização dos seguros, bancos,
grandes empresas ligadas à siderurgia,
electricidade, cimentos, transportes,
adubos, tabacos…
Reforma Agrária – expropriação dos
latifúndios do Alentejo e do Ribatejo e
criação das Unidades Colectivas de
Produção (UCP’s).
46
47. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Instabilidade política e social
O PS e o PPD abandonam o governo;
Aumento do número de greves;
Ocupação de campos e fábricas;
Ataques às sedes de partidos e sindicatos;
Cerco à Assembleia da República.
25 de Novembro de 1975 – golpe militar de esquerda
neutralizado pelo Tenente-coronel Ramalho Eanes
47
48. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Constituição de 1976
Consignou uma nova organização
democrática:
Permitiu eleições livres;
Independência dos órgãos de
soberania;
Descentralização e autonomia
regional;
Reforço do poder autárquico.
48
50. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Independência das Colónias
Do programa do MFA:
A solução para as colónias não era militar mas sim política;
Lançamento de uma política que conduzisse à paz.
Início de conversações:
Junho de 74 – Conferência de Lusaca;
Agosto de 74 – Acordo entre Portugal e a ONU;
Setembro de 74 – Encontro da ilha do Sal;
Novembro de 74 – Declaração de Argel;
Janeiro de 75 – Cimeira do Algarve.
50
51. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Cinco Novos Países
Guiné-Bissau Moçambique Cabo Verde S. Tomé e Príncipe Angola
23 Agosto de 74 26 Junho de 75 05 Julho de 75 12 de Julho de 75 11 Novembro 75
Ainda faltavam Macau e Timor
51
52. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
O regresso a casa
Macau foi entregue à China em 1999
Timor Leste foi ocupado, em 1975, pela Indonésia;
Tornou-se independente em 2002.
52
53. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Retornados
O fim da guerra e a independência levou a situações de
violência;
Cerca de 500 mil pessoas foram obrigadas a “regressar” a
Portugal;
Abandono dos bens;
Difícil integração na sociedade
portuguesa
53
56. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Integração na CEE
Março de 1977 – Pedido de Adesão;
1985 – Pedido é aceite;
1 de Janeiro de 1986 – Portugal passa a ser membro de
pleno Direito
56
57. Portugal: Do Autoritarismo à Democracia
Tratado de Maastricht
Assinado em 1992;
A CEE passa a designar-se por UE – União Europeia;
Objectivos:
Maior participação dos cidadãos na vida comunitária;
Cidadania europeia;
Maior solidariedade entre os Estados-membros;
Meios para garantir a paz e a segurança;
Criação de uma moeda única - euro
57