2. Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Correia Rocha) Nasceu em S. Martinho de Anta, a 12 de Agosto de 1907 e morreu em Coimbra a 17 de Janeiro de 1995.

3. Os pais, Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros, e a irmã Maria. Gente humilde do campo do concelho de Sabrosa (Alto Douro).

4. Em 1917, aos dez anos, vai para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família. Fardado de branco servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó e polia os metais da escadaria nobre, atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão.

5. Em 1918 vai para o Seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida, tendo melhorado os conhecimentos de português, da geografia, da história, aprendido o latim e ganhado familiaridade com os textos sagrados. No fim das férias comunicou ao pai que não seria padre .

6. Emigrou para o Brasil em 1919, com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, na cultura do café.

7. Fazenda de Santa Cruz (Minas Gerais).

8. Carregava o moinho, mungia as vacas, tratava dos porcos, ia buscar os cavalos da cocheira para o pasto, limpava-os e arreava-os, rachava a lenha, varria o pátio e atendia a freguesia que vinha comprar cachaça, carne seca, feijão, ou trocar grão por fuba; ia buscar o correio à povoação; fazia a escrita da fazenda, verificava à noite se as portas e as janelas estavam bem fechadas.

9. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como aluno dotado.

10. Em 1925, na convicção de que ele havia de vir a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço - o que levou ao seu regresso a Portugal.

11. De regresso a Portugal, fez em dois anos, os cinco do primeiro e segundo ciclo do curso liceal de sete. No Liceu José Falcão completou o terceiro ciclo num só ano, ficando apto a entrar numa Universidade.

12. Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, " Ansiedade ", de poesia.

13. Uma pobre colectânea de sonetos e canções que mereceu apenas críticas reprovativas e Torga nunca as reimprimiu.

14. Grupo da República Estrela do Norte

15. Em 1929 , com 22 anos, deu início à colaboração na revista Presença , folha de arte e crítica, com o poema “Altitudes…” A revista, fundada em 1927 pelo grupo literário avançado de José Régio , Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca , era bandeira literária do grupo modernista e era também, bandeira libertária da Revolução Modernista .

16. Em 1930 rompe definitivamente com a revista Presença , por " razões de discordância estética e razões de liberdade humana".

17. Adolfo Rocha e Branquinho da Fonseca fundam a revista Sinal, que saiu em Julho de 1930.

18. Publica o seu segundo livro em Junho de 1930.

19. Em 1931, contista em Pão Ázimo e poeta em Tributo, Adolfo Rocha já aparecia a público em edição de autos, como aconteceu com Abismo, no ano seguinte, e como aconteceria pela vida fora.

20. Em 1933 concluiu a formatura em Medicina , com apoio financeiro do tio do Brasil Regressa a S. Martinho de Anta com fama de revolucionário. Mudou-se, para Vila Nova, a meio do ano de 1934, concelho de Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.

21. Miguel Torga A Vida Familiar

22. Miguel Torga com a mãe que faleceu em 1948.

23. Casa com Andrée Crabbé em 1940 , estudante de nacionalidade belga - aluna de Estudos Portugueses, ministrados por Vitorino Nemésio em Bruxelas - que viera a Portugal para frequentar um curso de férias na Universidade de Coimbra .

24. A sua filha, Clara Rocha , nasce a 3 de Outubro de 1955 .

25. Apresentação da neta ao avô, que falece algumas semanas depois em 1955.

26. Em 27 de Julho de 1990 celebra os cinquenta anos de casado.

27. Miguel Torga A Obra

28. Adolfo Correia Rocha Aos 27 anos em 1934, auto-define-se pelo pseudónimo que criou Miguel e Torga

29. Miguel Homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes E Miguel de Unamuno

30. Torga (Erica lusitanica) Designação nortenha da urze, planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho.