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AÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR: A DOCÊNCIA EM DISCUSSÃO
DIDACTIC ACTIVITY IN HIGHER EDUCATION: TEACHING UNDER DISCUSSION
Maiza Taques Margraf Althaus*

Resumo
O artigo discute como vem sendo abordada no meio acadêmico a questão da ação didática em instituições de
ensino superior, concebida como o desenvolvimento da docência e suas implicações no cotidiano da aula e da
vida universitária. Também é apresentado o PRODEA – Programa Didática em Ação, em desenvolvimento pela
Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da Unicentro, que desde 2001 vem assessorando a comunidade de
ensino superior de Guarapuava e região em temas pertinentes à organização do trabalho pedagógico na docência
universitária. Além do trabalho permanente de assessorias, o projeto contempla em sua atuação a organização de
grupos de estudos, pesquisas e diversos cursos que vêm mobilizando os profissionais de ensino superior para a
necessidade do desenvolvimento profissional na área da Didática.
Palavras-chave: Didática, docência universitária, formação docente.

Abstract
The problem of didactic activity in higher education is provided. Teaching in institutes of higher education is
conceived of as a development of the teaching role with its implications for classroom routine and undergraduate
academic life. Further, Didactics in Action Program (PRODEA), undertaken by the Pro-Rectory of Extension and
Cultural Affairs of the Unicentro since 2001, is also introduced and discussed. The program has provided
assistance to teachers involved in higher education in Guarapuava PR Brazil and neighboring towns with regard
to important issues related to the organization of teaching in higher education. Besides the constant assistance to
university professors, the project offers study groups, research and several courses that motivate university
professors and make them aware of the need for developing teaching skills in Didactics.
Key words: didactics, teaching in higher education, teacher training.

INTRODUÇÃO
Focalizar a articulação entre ensino, pesquisa e
extensão tem sido uma das maneiras de se discutir a
prática pedagógica no ensino superior, que vem
enfrentando muitos desafios na sociedade atual.
Neste artigo, apresento a trajetória do PRODEA
– Programa Didática em Ação, promovido pela
Universidade Estadual do Centro-Oeste, em
Guarapuava-Paraná. Direciono as reflexões iniciais
também para a produção acadêmica na área do
desenvolvimento
profissional
na
docência
universitária, destacando alguns pressupostos
teóricos.
Considerando a docência como fio condutor
posto nesta discussão, e por conseqüência, como
*

objeto de estudo da Didática, é imperativo resgatar
o sentido etimológico desta palavra. Se recorrermos
à história, constataremos que as relações entre o
ensinar e o aprender já eram anunciadas no século
XVII por Comênius. Gasparin (1994, p.70-72, grifo
nosso), estudioso das obras Comenianas, afirma:
Comênio vai do ensino à aprendizagem, da
ação do professor à ação do aluno, ou seja,
da docência à discência [...] As palavras
docente e discente, que encerram o sentido
de que alguém está fazendo alguma coisa,
referem-se à ação do professor e do aluno,
pois a origem delas atesta que docere
significa ensinar, fazer aprender, enquanto
discere traduz o sentido de aprender.
Seriam, pois, duas ações distintas, mas
complementares, interligadas e inseparáveis
[...] A aquisição de conhecimentos não pode

Mestre em Educação. Professora de Didática na Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR.

Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1., p.101-106, jan./abr. 2004.
102

Ação didática no ensino superior: a docência em discussão

se dar unicamente por uma das partes, isto
é, ou só pelo ensino ou só pela
aprendizagem. Uma e outra constituem
duas faces intercambiáveis e inseparáveis
do mesmo todo.

De fato, os grandes desafios que se impõem à
prática docente no ensino superior relacionam-se às
possibilidades de articular as duas ações didáticas –
ensinar e aprender –, no contexto de sala de aula.
Nem sempre quem domina conhecimentos para sua
atuação profissional sabe transpô-los para uma
situação de aprendizagem!1 Entendo, deste modo,
que dificilmente um professor consegue planejar,
gerir e avaliar situações didáticas eficazes para o
desenvolvimento da autonomia dos acadêmicos se
não compreender os conteúdos próprios de sua área
de atuação, que serão objeto de sua ação didática.
Assim, se a docência é sua área de atuação, além
das especificidades inerentes aos diferentes campos
de conhecimento, a Didática também compõe o
quadro como conteúdo próprio da prática
pedagógica universitária.
No que diz respeito à articulação entre ensino e
aprendizagem, Masetto (2003, p.82-83) alerta para a
necessidade atual de transposição de paradigmas na
ação didática universitária: o autor propõe a
substituição da ênfase no ensino pela ênfase na
aprendizagem. Para ele, não se trata apenas da
simplificação do ato de substituir palavras. Assim,
nas ações desenvolvidas na prática pedagógica
universitária, é preciso transitar: a) da centralização
do professor para o aluno, cabendo a este o papel
central de sujeito que exerce as ações necessárias
para que ocorra sua aprendizagem, adquirindo
habilidades, enfim, produzindo conhecimento; b) do
papel do professor enquanto agente de transmissão
de informações para a função de mediador
pedagógico, ou mesmo de orientador do processo de
aprendizagem do aluno.
O vigor das reflexões do autor ainda apontam
para a visão de que faz parte dessa aprendizagem o
aluno universitário adquirir progressiva autonomia
na aquisição de conhecimentos ulteriores.
Nesse esforço de articulação ensinoaprendizagem, a questão da construção da
autonomia do estudante universitário tem sido
amplamente discutida. Para Teixeira (2002, p.161),
1

Transposição didática é o termo designado por Chevellard
(apud PERRENOUD, 1993), para expressar a relação entre
a reconstrução de um conhecimento no processo de ensino,
isto é, a mediação didática para tornar um conhecimento
ensinável.

Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.

o papel do aluno, o aprendente, o sujeito
construtor do conhecimento, é de
importância relevante na construção de sua
autonomia, pois deve mostrar-se coresponsável pela construção de resultados
em todos os momentos de seu percurso
acadêmico.

É neste contexto de relações entre a construção
da autonomia na aprendizagem universitária que a
Didática, campo de conhecimentos vinculado à
Pedagogia, ganha força para dimensionar o ensino,
isto é, a docência no ensino superior. Esta, por sua
vez, exige articulação da saberes complementares.
Frente aos desafios postos para o ensinar, o domínio
específico de uma área científica do conhecimento
não é suficiente. O professor universitário deve
desenvolver também outros saberes: pedagógico e
político. A própria Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional não concebe a docência
universitária como um processo de formação, mas
sim de preparação para o exercício do magistério
superior (PIMENTA, 2002).

DESENVOLVIMENTO
O artigo 10 da Declaração Mundial sobre
Educação Superior no Século XXI (1998, p.26)
aponta para a necessidade de iniciativas na área do
desenvolvimento da prática docente universitária:
Devem
ser
tomadas
providências
adequadas para pesquisar, atualizar e
melhorar as habilidades pedagógicas, por
meio de programas apropriados de
desenvolvimento de pessoal, estimulando a
inovação constante dos currículos e dos
métodos de ensino e aprendizagem.

Muitas Instituições de Ensino Superior têm se
dedicado, há anos, a propor iniciativas voltadas para
a formação continuada de professores. No Brasil, o
primeiro órgão voltado à assessoria pedagógica do
docente universitário foi o Laboratório de Ensino
Superior da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(BERBEL, 1994).
O Programa Didática em Ação – PRODEA,
vem sendo desenvolvido na Unicentro, em
Guarapuava-PR, tendo as discussões da prática
pedagógica universitária como norte de suas ações.
Mantém parceria com a Pró-Reitoria de
Extensão e Assuntos Culturais daquela Instituição.
103

ALTHAUS

A opção pelo campo institucional da extensão devese à possibilidade de articular ações com a
comunidade local, oportunizando um trabalho de
parcerias entre ensino e pesquisa. A abordagem
comunicativa do saber nas ações do ensino e da
pesquisa representa o que se intitula extensão
universitária (FRANTZ; SILVA, 2002).
Guimarães (1997, p.58) destaca que,
em
função das necessidades urgentes da sociedade,
tende-se, nas universidades, a desprezar o registro
de projetos e ações extensionistas. Com isto,
enfatiza a autora, “perde-se assim a possibilidade de
criar história, recomeça-se freqüentemente do zero,
desrespeitando-se trajetórias já executadas, mas não
escritas”.
Tendo como pressuposto que “a prática
pedagógica só se aperfeiçoa, por quem a realiza, a
partir de sua história de vida e saberes de referência,
das experiências e aspirações” e que “é na prática e
na reflexão sobre ela que o professor consolida ou
revê ações, encontra novas bases e descobre novos
conhecimentos” (RIBAS, 2000, p.62), revelo um
pouco da trajetória que desenvolvi em parceria com
um grupo de professoras na Unicentro.
Para a compreensão das concepções aqui
expressas, é relevante resgatar historicamente meu
envolvimento com esta Instituição, onde atuei como
professora de Didática de 1999 a 2002.
Em 2001, houve a manifestação de um grupo de
professores do Setor de Ciências Biológicas e da
Saúde interessados em discutir questões didáticas
ligadas ao cotidiano da prática pedagógica
universitária, e assim, em parceria com um grupo de
professoras2, foi idealizado o curso extensionista
“Revitalizando
o
ensinar-aprender
na
Universidade”. Logo após, propus a elas que as
discussões não se esgotassem, tendo em conta a
repercussão positiva do curso. Em 2001 redigi o
esboço de um Centro de Apoio Didático, idéia que
socializei junto à Reitoria da Unicentro e que foi
amplamente discutida junto aos docentes e
professores universitários que haviam participado
do curso. A idéia desse Centro de Apoio Didático
foi ampliada e tornou-se o PRODEA – Programa
Didática em Ação, que coordenei até julho de 2002.
Após esta data, o programa passou a ser coordenado
pelos professores Ms. Adnilson Silva e Dra. Ana
Lúcia Crisóstimo.
Os objetivos do projeto são:

2

Professoras Ms. Déa Silveira, Dra. Wanda Pacheco, Ms.
Maria Aparecida Crissi Knuppel e Maria Regina Vargas.

- assessorar a comunidade educacional de
Ensino Superior interessada em temas pertinentes à
Didática, concebida como reflexão sistemática
sobre o processo ensino-aprendizagem, tendo
sempre como ponto de partida a discussão da
prática docente de cada professor;
- organizar grupos de estudos com
professores interessados em investigar questões
relacionadas à docência universitária, mobilizandoos para a relevância do envolvimento com pesquisas
na área da didática;
- favorecer o desenvolvimento profissional
dos docentes universitários, através do seu
envolvimento em estudos e reflexões a respeito de
questões didáticas, que propiciam suporte ao
trabalho específico nas diferentes áreas de atuação;
- promover, semestralmente, o curso de
extensão “Revitalizando o ensinar-aprender na
Universidade”.
Neste programa de assessoria didática, o
propósito mais imediato é o de disponibilizar os
quadros teóricos da Didática no campo da
Pedagogia Universitária, colocando-os à disposição
dos professores de Ensino Superior.
Como
estratégias
propostas,
o
desenvolvimento das ações foi estruturado em
quatro pilares: assessorias aos professores das
Instituições de Ensino Superior do município de
Guarapuava, grupos de estudos semanais, com
discussões de temas apontados pelos professores
envolvidos3, o curso Revitalizando o ensinaraprender na Universidade4, organização de
palestras e Mesas Redondas para debates com
professores universitários a respeito da docência
universitária.
As assessorias, desenvolvidas em uma sala na
Pró-Reitoria de Extensão, têm se constituído desde
o início do programa, em um espaço de trocas de
idéias, de posturas e também de controvérsias. As
3

A professora Déa Silveira sugeriu na época (2001) que os
encontros do Grupo de Estudo fossem semanais. Sua
posição revelou este compromisso: “não vamos consolidar
este espaço se não tivermos o hábito formado [...]
reunirmos os professores para discutir, e perceberem que a
docência exige estudo”.

4

Curso proposto na modalidade de aperfeiçoamento, através
da Pró-Reitoria de Extensão da Unicentro, com 40 horas de
duração, sendo 32 em sala de aula, com discussões
referentes ao desenvolvimento da prática pedagógica no
ensino superior. Sugeri ao grupo de professores que
atuavam como assessores que a carga horária do curso
poderia ser completada com oito horas de assessoria
individual a cada professor inscrito, num processo de apoio
à reflexão sobre a própria prática, na prática.

Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.
Ação didática no ensino superior: a docência em discussão

práticas são discutidas em parcerias, buscando, na
ação partilhada, caminhos de superação. Destes
encontros individuais, às vezes coletivos (com mais
de um professor de um mesmo curso) resultaram
novos encaminhamentos para projetos de pesquisa
sobre a própria prática profissional.
Compreendo, com 13 anos de vivência como
professora de ensino superior, que ensinar, na aula
universitária, não é tão somente transmitir algo a
alguém que me ouve, mas sim comunicar-me com
alguém que participa deste processo.
O curso “Revitalizando o ensinar-aprender na
Universidade” vem tentando mobilizar os
professores universitários para as questões acima
apontadas. Os participantes do curso são
profissionais que, embora graduados, mestres,
doutores, muitos deles já especialistas em suas áreas
de atuação, buscam refletir a respeito do desafio da
docência universitária.
A problemática tomada como ponto inicial de
toda esta trajetória direcionou-se para o seguinte
questionamento: o que caracteriza um professor
didático?
Buscando conhecer a visão acadêmica, produzi
um documentário5 em que busquei descobrir como
os alunos concebem a ação didática no ensino
superior. As revelações expressas pelos alunos da
Instituição foram amplamente discutidas durante o
curso desenvolvido, como ponto de partida para o
trabalho desencadeado.
Alguns depoimentos apontam para a
necessidade da
dinamização do trabalho
pedagógico:
“Quando o professor consegue chamar a
atenção, a aula fica muito mais participativa [...] e
também quando o professor abre espaço para que a
turma se posicione.”
“É importante quando o professor se preocupa
com o aluno, com o que a gente já sabe, e não
somente com o que ele traz na aula.”

5

O objetivo central era diagnosticar a visão dos acadêmicos
e docentes da Unicentro em relação a temas pertinentes à
prática pedagógica no ensino superior, por meio de
entrevistas gravadas em vídeo. Este documentário foi
objeto de análise e discussão para os alunos do curso
“Revitalizando o ensinar-aprender na Universidade”, nas
aulas em que conduzi a docência em parceria com as
professoras Déa Silveira, Wanda Pacheco, Maria Aparecia
Crissi Knuppel, e Ariel Pires, no primeiro semestre de
2002. O apoio técnico da produção foi da equipe de
Comunicação da Instituição, coordenado pela professora
Cerize Gomes.

Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.

104

“Eu acho que é preciso pesquisar na aula, e não
somente quando a pesquisa é orientada para trazer
pra Universidade.”
“Ser um pouco didático é também conseguir
passar o que preparou, porque não adianta saber e
não conseguir dar conta do que tem que passar.”
O espaço destas reflexões num universo amplo
onde se discute a participação e o envolvimento dos
estudantes universitários é bastante significativo. A
linguagem da prática pedagógica, da ação que se
partilha no espaço da aula universitária, precisa ser
resgatada.
Para Veiga (2000, p.175):
A aula é parte do todo, está inserida na
universidade que, por sua vez, está filiada a
um sistema educacional que também é
parte de um sistema socioeconômico,
político e cultural mais amplo [...] A aula
universitária é a concretude do trabalho
docente propriamente dito, que ocorre com
a relação pedagógica entre professor e
aluno. Ela é o locus produtivo da
aprendizagem, que é, também, produção
por excelência. O resultado do ensino é a
construção do novo e a criação de uma
atitude questionadora, de busca e
inquietação, sendo local de construção e
socialização de conhecimento e cultura.

O novo, na ação didática universitária,
pressupõe avanços no que respeita à produção do
conhecimento, sendo viabilizado, além da pesquisa,
pelo ensino e pela extensão.
Quando nos referimos à inovação, fazemolo em associação a práticas de ensino que
alterem, de algum modo, o sistema
unidirecional de relações que caracteriza o
ensino tradicional. Em outras palavras, o
sistema de relações centrado apenas na
transmissão da informação – emitida pelo
docente, presente em um impresso ou
veiculada por qualquer meio tecnológico
mais sofisticado, como o que se produz
pela comunicação virtual. Uma inovação
na aula supõe sempre uma ruptura com o
estilo didático imposto pela epistemologia
positivista, o qual comunica um
conhecimento
fechado,
acabado,
conducente a uma didática da transmissão
que, regida pela racionalidade técnica,
reduz o estudante a um sujeito destinado a
receber passivamente esse conhecimento
(LUCARELLI, 2000, p.63).
105

ALTHAUS

As revelações dos participantes do projeto são
muito pertinentes para esta análise. Todas as
verbalizações dos professores vêm sendo
organizadas num diário, para análise dos registros
coletados. São aplicados, após cada estratégia
vivenciada
com
grupos
de
professores,
questionários com questões abertas, para discussão
com o grupo de assessores do Programa. As
questões contemplam um encadeamento de
depoimentos pessoais e temáticos em relação às
ações desenvolvidas.
Alguns aspectos da prática pedagógica
universitária, como a troca de experiências,
destacam-se na fala dos professores participantes
acerca de seu fazer didático:
“Descobri que existem muitas possibilidades
para dinamizar nosso trabalho no ensino superior...
precisamos deste espaço de apoio. Não penso que
só algumas assessorias ou alguns cursos bastam. O
importante é saber que do envolvimento do
professor nas ações do Programa acabam
aparecendo novas discussões.”
“Professor é professor... temos algo muito em
comum para sempre estar aprendendo.”
“Discutir, e saber que podemos discutir sobre o
que estamos fazendo, e perceber que o aluno adulto
também precisa ser mobilizado para o que a gente
pretende passar.”
“Mesmo no meu Mestrado não pensamos nestas
questões... a gente se preocupa tanto com a área
específica, e esquece que há outras coisas
importantes, que todos vivemos no dia-dia da
faculdade.”
“Não é só no concurso que pensamos na
Didática para dar aulas... precisamos pensar
sempre.”
“Participar de debates com professores de
faculdades particulares possibilita uma visão de
abertura, pois pensamos juntos na prática que temos
ao ensinar.”
O espaço para avaliação das práticas do grupo
de professores envolvidos tem sido fundamental
para a continuidade do programa.

DISCUSSÕES FINAIS
A trajetória aqui traçada, tendo a Extensão
Universitária como fio condutor das ações do
PRODEA, foi exaustivamente discutida com os
professores atuantes na proposta original,
desencadeada em 2001. O movimento posto pela
ação didática no ensino superior, que é pautada

pelas tensões enfrentadas no cotidiano universitário,
consolida-se pelo o que é inerente à extensão: “A
autêntica ação de estender o conhecimento, via
extensão universitária, operacionaliza-se por meio
de uma práxis dialética (mediadora entre
universidade-sociedade-universidade) de produção /
reprodução crítica do conhecimento” (RAYS, 2003,
p.3).
A escolha da Didática justifica-se pelo seu
objeto de estudo: o ensino, e suas relações com o
trabalho pedagógico.
Vale registrar a postura expressa por Amaral
(2000, p.143), ao dizer:
diferentemente do que se propõe no ensino
de alguma coisa, não temos aí o problema
da especificidade do saber, delimitada em
bases epistemológicas: delineia-se, com
base no diferente, o que perpassa todas as
situações. O papel da Didática, no caso, é o
de percorrer os diferentes campos,
auscultando as diferentes experiências,
para levantar as semelhanças e promover o
enriquecimento do próprio campo e dos
outros campos.

O programa tem oportunizado discussões
interdisciplinares envolvendo professores de
diversas Instituições que participam dos cursos,
grupos de estudos, pesquisas e assessorias. O
PRODEA consolida-se como programa permanente,
pois sua repercussão, bastante positiva no meio
universitário, com seus avanços e recuos, ratifica a
sua validade. A proposta vem ganhando novos
rumos, ampliando suas áreas de atuação. O desafio
permanente é a inovação!

REFERÊNCIAS
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ensinar-aprender. Jornal Nossa Voz. Guarapuava, maio/2002.
_______. Memória histórica do Projeto PRODEA.
Unicentro. Guarapuava, 2002. Mimeo.
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possibilidades interdisciplinares. In: VEIGA, I. Pedagogia
universitária: a aula em foco. Campinas: Papirus, 2000. p.139150.
BERBEL N. Metodologia do ensino superior: realidade e
significado, Campinas: Papirus, 1994.
CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas:
Papirus, 1990.
FRANTZ, W, SILVA, E. As funções sociais da universidade:
o papel da extensão e a questão das comunitárias. Ijuí: Unijuí,
2002.

Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.
Ação didática no ensino superior: a docência em discussão

106

GASPARIN, J.L. Comênio ou da arte de ensinar tudo a
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PIMENTA, S. De professores, pesquisa e didática. Campinas:
Papirus, 2002. p.129-144.

GUIMARÃES, A. Extensão universitária como reconfiguração
de saberes. In: Leite, D, Morosini, M (orgs). Universidade
futurante: produção do ensino e inovação. Campinas: Papirus,
1997. p.55-76.

RAYS, O. A. Ensino-pesquisa-extensão: notas para pensar a
indissociabilidade. Palestra proferida. Santa Maria, 2003.
RIBAS, M. H. Construindo a competência: processo de
formação de professores. São Paulo: Olho d’Água, 2000.

LUCARELLI, E. Um desafio institucional: inovação e
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Castanho. M. O que há de novo na educação superior: do
projeto pedagógico à prática transformadora. Campinas:
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MASETTO, M. Docência na universidade. Campinas:
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_______.Docência universitária: repensando a aula. In:
Teodoro, A, Vasconcelos, M. L. (orgs). Ensinar e aprender no
ensino superior: por uma epistemologia da curiosidade na
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PERRENOUD. P. Práticas pedagógicas, profissão docente e
formação. Lisboa: Dom Quixote, 1993

TEIXEIRA, M. Prática docente e autonomia do aluno: uma
relação a ser construída em cursos de graduação. Tese de
Doutorado. São Paulo: 2002.
UNESCO, Declaração mundial sobre educação superior no
século XXI: visão e ação. Piracicaba: UNIMEP, 1998.
VEIGA, I. Aula universitária e inovação. In: Veiga, I.
Pedagogia universitária: a aula em foco. Campinas: Papirus,
2000. p. 161-192.

Recebido: 28/07/03
Aceito: 15/09/03

Endereço para correspondência: Rua Dr.Collares, 833 apto.22 – CEP: 84010-010 – Ponta Grossa-PR. E-mail: maizaalthaus@uol.com.br

Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.

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A Docência em Debate

  • 1. AÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR: A DOCÊNCIA EM DISCUSSÃO DIDACTIC ACTIVITY IN HIGHER EDUCATION: TEACHING UNDER DISCUSSION Maiza Taques Margraf Althaus* Resumo O artigo discute como vem sendo abordada no meio acadêmico a questão da ação didática em instituições de ensino superior, concebida como o desenvolvimento da docência e suas implicações no cotidiano da aula e da vida universitária. Também é apresentado o PRODEA – Programa Didática em Ação, em desenvolvimento pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da Unicentro, que desde 2001 vem assessorando a comunidade de ensino superior de Guarapuava e região em temas pertinentes à organização do trabalho pedagógico na docência universitária. Além do trabalho permanente de assessorias, o projeto contempla em sua atuação a organização de grupos de estudos, pesquisas e diversos cursos que vêm mobilizando os profissionais de ensino superior para a necessidade do desenvolvimento profissional na área da Didática. Palavras-chave: Didática, docência universitária, formação docente. Abstract The problem of didactic activity in higher education is provided. Teaching in institutes of higher education is conceived of as a development of the teaching role with its implications for classroom routine and undergraduate academic life. Further, Didactics in Action Program (PRODEA), undertaken by the Pro-Rectory of Extension and Cultural Affairs of the Unicentro since 2001, is also introduced and discussed. The program has provided assistance to teachers involved in higher education in Guarapuava PR Brazil and neighboring towns with regard to important issues related to the organization of teaching in higher education. Besides the constant assistance to university professors, the project offers study groups, research and several courses that motivate university professors and make them aware of the need for developing teaching skills in Didactics. Key words: didactics, teaching in higher education, teacher training. INTRODUÇÃO Focalizar a articulação entre ensino, pesquisa e extensão tem sido uma das maneiras de se discutir a prática pedagógica no ensino superior, que vem enfrentando muitos desafios na sociedade atual. Neste artigo, apresento a trajetória do PRODEA – Programa Didática em Ação, promovido pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava-Paraná. Direciono as reflexões iniciais também para a produção acadêmica na área do desenvolvimento profissional na docência universitária, destacando alguns pressupostos teóricos. Considerando a docência como fio condutor posto nesta discussão, e por conseqüência, como * objeto de estudo da Didática, é imperativo resgatar o sentido etimológico desta palavra. Se recorrermos à história, constataremos que as relações entre o ensinar e o aprender já eram anunciadas no século XVII por Comênius. Gasparin (1994, p.70-72, grifo nosso), estudioso das obras Comenianas, afirma: Comênio vai do ensino à aprendizagem, da ação do professor à ação do aluno, ou seja, da docência à discência [...] As palavras docente e discente, que encerram o sentido de que alguém está fazendo alguma coisa, referem-se à ação do professor e do aluno, pois a origem delas atesta que docere significa ensinar, fazer aprender, enquanto discere traduz o sentido de aprender. Seriam, pois, duas ações distintas, mas complementares, interligadas e inseparáveis [...] A aquisição de conhecimentos não pode Mestre em Educação. Professora de Didática na Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1., p.101-106, jan./abr. 2004.
  • 2. 102 Ação didática no ensino superior: a docência em discussão se dar unicamente por uma das partes, isto é, ou só pelo ensino ou só pela aprendizagem. Uma e outra constituem duas faces intercambiáveis e inseparáveis do mesmo todo. De fato, os grandes desafios que se impõem à prática docente no ensino superior relacionam-se às possibilidades de articular as duas ações didáticas – ensinar e aprender –, no contexto de sala de aula. Nem sempre quem domina conhecimentos para sua atuação profissional sabe transpô-los para uma situação de aprendizagem!1 Entendo, deste modo, que dificilmente um professor consegue planejar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes para o desenvolvimento da autonomia dos acadêmicos se não compreender os conteúdos próprios de sua área de atuação, que serão objeto de sua ação didática. Assim, se a docência é sua área de atuação, além das especificidades inerentes aos diferentes campos de conhecimento, a Didática também compõe o quadro como conteúdo próprio da prática pedagógica universitária. No que diz respeito à articulação entre ensino e aprendizagem, Masetto (2003, p.82-83) alerta para a necessidade atual de transposição de paradigmas na ação didática universitária: o autor propõe a substituição da ênfase no ensino pela ênfase na aprendizagem. Para ele, não se trata apenas da simplificação do ato de substituir palavras. Assim, nas ações desenvolvidas na prática pedagógica universitária, é preciso transitar: a) da centralização do professor para o aluno, cabendo a este o papel central de sujeito que exerce as ações necessárias para que ocorra sua aprendizagem, adquirindo habilidades, enfim, produzindo conhecimento; b) do papel do professor enquanto agente de transmissão de informações para a função de mediador pedagógico, ou mesmo de orientador do processo de aprendizagem do aluno. O vigor das reflexões do autor ainda apontam para a visão de que faz parte dessa aprendizagem o aluno universitário adquirir progressiva autonomia na aquisição de conhecimentos ulteriores. Nesse esforço de articulação ensinoaprendizagem, a questão da construção da autonomia do estudante universitário tem sido amplamente discutida. Para Teixeira (2002, p.161), 1 Transposição didática é o termo designado por Chevellard (apud PERRENOUD, 1993), para expressar a relação entre a reconstrução de um conhecimento no processo de ensino, isto é, a mediação didática para tornar um conhecimento ensinável. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004. o papel do aluno, o aprendente, o sujeito construtor do conhecimento, é de importância relevante na construção de sua autonomia, pois deve mostrar-se coresponsável pela construção de resultados em todos os momentos de seu percurso acadêmico. É neste contexto de relações entre a construção da autonomia na aprendizagem universitária que a Didática, campo de conhecimentos vinculado à Pedagogia, ganha força para dimensionar o ensino, isto é, a docência no ensino superior. Esta, por sua vez, exige articulação da saberes complementares. Frente aos desafios postos para o ensinar, o domínio específico de uma área científica do conhecimento não é suficiente. O professor universitário deve desenvolver também outros saberes: pedagógico e político. A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional não concebe a docência universitária como um processo de formação, mas sim de preparação para o exercício do magistério superior (PIMENTA, 2002). DESENVOLVIMENTO O artigo 10 da Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI (1998, p.26) aponta para a necessidade de iniciativas na área do desenvolvimento da prática docente universitária: Devem ser tomadas providências adequadas para pesquisar, atualizar e melhorar as habilidades pedagógicas, por meio de programas apropriados de desenvolvimento de pessoal, estimulando a inovação constante dos currículos e dos métodos de ensino e aprendizagem. Muitas Instituições de Ensino Superior têm se dedicado, há anos, a propor iniciativas voltadas para a formação continuada de professores. No Brasil, o primeiro órgão voltado à assessoria pedagógica do docente universitário foi o Laboratório de Ensino Superior da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (BERBEL, 1994). O Programa Didática em Ação – PRODEA, vem sendo desenvolvido na Unicentro, em Guarapuava-PR, tendo as discussões da prática pedagógica universitária como norte de suas ações. Mantém parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais daquela Instituição.
  • 3. 103 ALTHAUS A opção pelo campo institucional da extensão devese à possibilidade de articular ações com a comunidade local, oportunizando um trabalho de parcerias entre ensino e pesquisa. A abordagem comunicativa do saber nas ações do ensino e da pesquisa representa o que se intitula extensão universitária (FRANTZ; SILVA, 2002). Guimarães (1997, p.58) destaca que, em função das necessidades urgentes da sociedade, tende-se, nas universidades, a desprezar o registro de projetos e ações extensionistas. Com isto, enfatiza a autora, “perde-se assim a possibilidade de criar história, recomeça-se freqüentemente do zero, desrespeitando-se trajetórias já executadas, mas não escritas”. Tendo como pressuposto que “a prática pedagógica só se aperfeiçoa, por quem a realiza, a partir de sua história de vida e saberes de referência, das experiências e aspirações” e que “é na prática e na reflexão sobre ela que o professor consolida ou revê ações, encontra novas bases e descobre novos conhecimentos” (RIBAS, 2000, p.62), revelo um pouco da trajetória que desenvolvi em parceria com um grupo de professoras na Unicentro. Para a compreensão das concepções aqui expressas, é relevante resgatar historicamente meu envolvimento com esta Instituição, onde atuei como professora de Didática de 1999 a 2002. Em 2001, houve a manifestação de um grupo de professores do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde interessados em discutir questões didáticas ligadas ao cotidiano da prática pedagógica universitária, e assim, em parceria com um grupo de professoras2, foi idealizado o curso extensionista “Revitalizando o ensinar-aprender na Universidade”. Logo após, propus a elas que as discussões não se esgotassem, tendo em conta a repercussão positiva do curso. Em 2001 redigi o esboço de um Centro de Apoio Didático, idéia que socializei junto à Reitoria da Unicentro e que foi amplamente discutida junto aos docentes e professores universitários que haviam participado do curso. A idéia desse Centro de Apoio Didático foi ampliada e tornou-se o PRODEA – Programa Didática em Ação, que coordenei até julho de 2002. Após esta data, o programa passou a ser coordenado pelos professores Ms. Adnilson Silva e Dra. Ana Lúcia Crisóstimo. Os objetivos do projeto são: 2 Professoras Ms. Déa Silveira, Dra. Wanda Pacheco, Ms. Maria Aparecida Crissi Knuppel e Maria Regina Vargas. - assessorar a comunidade educacional de Ensino Superior interessada em temas pertinentes à Didática, concebida como reflexão sistemática sobre o processo ensino-aprendizagem, tendo sempre como ponto de partida a discussão da prática docente de cada professor; - organizar grupos de estudos com professores interessados em investigar questões relacionadas à docência universitária, mobilizandoos para a relevância do envolvimento com pesquisas na área da didática; - favorecer o desenvolvimento profissional dos docentes universitários, através do seu envolvimento em estudos e reflexões a respeito de questões didáticas, que propiciam suporte ao trabalho específico nas diferentes áreas de atuação; - promover, semestralmente, o curso de extensão “Revitalizando o ensinar-aprender na Universidade”. Neste programa de assessoria didática, o propósito mais imediato é o de disponibilizar os quadros teóricos da Didática no campo da Pedagogia Universitária, colocando-os à disposição dos professores de Ensino Superior. Como estratégias propostas, o desenvolvimento das ações foi estruturado em quatro pilares: assessorias aos professores das Instituições de Ensino Superior do município de Guarapuava, grupos de estudos semanais, com discussões de temas apontados pelos professores envolvidos3, o curso Revitalizando o ensinaraprender na Universidade4, organização de palestras e Mesas Redondas para debates com professores universitários a respeito da docência universitária. As assessorias, desenvolvidas em uma sala na Pró-Reitoria de Extensão, têm se constituído desde o início do programa, em um espaço de trocas de idéias, de posturas e também de controvérsias. As 3 A professora Déa Silveira sugeriu na época (2001) que os encontros do Grupo de Estudo fossem semanais. Sua posição revelou este compromisso: “não vamos consolidar este espaço se não tivermos o hábito formado [...] reunirmos os professores para discutir, e perceberem que a docência exige estudo”. 4 Curso proposto na modalidade de aperfeiçoamento, através da Pró-Reitoria de Extensão da Unicentro, com 40 horas de duração, sendo 32 em sala de aula, com discussões referentes ao desenvolvimento da prática pedagógica no ensino superior. Sugeri ao grupo de professores que atuavam como assessores que a carga horária do curso poderia ser completada com oito horas de assessoria individual a cada professor inscrito, num processo de apoio à reflexão sobre a própria prática, na prática. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.
  • 4. Ação didática no ensino superior: a docência em discussão práticas são discutidas em parcerias, buscando, na ação partilhada, caminhos de superação. Destes encontros individuais, às vezes coletivos (com mais de um professor de um mesmo curso) resultaram novos encaminhamentos para projetos de pesquisa sobre a própria prática profissional. Compreendo, com 13 anos de vivência como professora de ensino superior, que ensinar, na aula universitária, não é tão somente transmitir algo a alguém que me ouve, mas sim comunicar-me com alguém que participa deste processo. O curso “Revitalizando o ensinar-aprender na Universidade” vem tentando mobilizar os professores universitários para as questões acima apontadas. Os participantes do curso são profissionais que, embora graduados, mestres, doutores, muitos deles já especialistas em suas áreas de atuação, buscam refletir a respeito do desafio da docência universitária. A problemática tomada como ponto inicial de toda esta trajetória direcionou-se para o seguinte questionamento: o que caracteriza um professor didático? Buscando conhecer a visão acadêmica, produzi um documentário5 em que busquei descobrir como os alunos concebem a ação didática no ensino superior. As revelações expressas pelos alunos da Instituição foram amplamente discutidas durante o curso desenvolvido, como ponto de partida para o trabalho desencadeado. Alguns depoimentos apontam para a necessidade da dinamização do trabalho pedagógico: “Quando o professor consegue chamar a atenção, a aula fica muito mais participativa [...] e também quando o professor abre espaço para que a turma se posicione.” “É importante quando o professor se preocupa com o aluno, com o que a gente já sabe, e não somente com o que ele traz na aula.” 5 O objetivo central era diagnosticar a visão dos acadêmicos e docentes da Unicentro em relação a temas pertinentes à prática pedagógica no ensino superior, por meio de entrevistas gravadas em vídeo. Este documentário foi objeto de análise e discussão para os alunos do curso “Revitalizando o ensinar-aprender na Universidade”, nas aulas em que conduzi a docência em parceria com as professoras Déa Silveira, Wanda Pacheco, Maria Aparecia Crissi Knuppel, e Ariel Pires, no primeiro semestre de 2002. O apoio técnico da produção foi da equipe de Comunicação da Instituição, coordenado pela professora Cerize Gomes. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004. 104 “Eu acho que é preciso pesquisar na aula, e não somente quando a pesquisa é orientada para trazer pra Universidade.” “Ser um pouco didático é também conseguir passar o que preparou, porque não adianta saber e não conseguir dar conta do que tem que passar.” O espaço destas reflexões num universo amplo onde se discute a participação e o envolvimento dos estudantes universitários é bastante significativo. A linguagem da prática pedagógica, da ação que se partilha no espaço da aula universitária, precisa ser resgatada. Para Veiga (2000, p.175): A aula é parte do todo, está inserida na universidade que, por sua vez, está filiada a um sistema educacional que também é parte de um sistema socioeconômico, político e cultural mais amplo [...] A aula universitária é a concretude do trabalho docente propriamente dito, que ocorre com a relação pedagógica entre professor e aluno. Ela é o locus produtivo da aprendizagem, que é, também, produção por excelência. O resultado do ensino é a construção do novo e a criação de uma atitude questionadora, de busca e inquietação, sendo local de construção e socialização de conhecimento e cultura. O novo, na ação didática universitária, pressupõe avanços no que respeita à produção do conhecimento, sendo viabilizado, além da pesquisa, pelo ensino e pela extensão. Quando nos referimos à inovação, fazemolo em associação a práticas de ensino que alterem, de algum modo, o sistema unidirecional de relações que caracteriza o ensino tradicional. Em outras palavras, o sistema de relações centrado apenas na transmissão da informação – emitida pelo docente, presente em um impresso ou veiculada por qualquer meio tecnológico mais sofisticado, como o que se produz pela comunicação virtual. Uma inovação na aula supõe sempre uma ruptura com o estilo didático imposto pela epistemologia positivista, o qual comunica um conhecimento fechado, acabado, conducente a uma didática da transmissão que, regida pela racionalidade técnica, reduz o estudante a um sujeito destinado a receber passivamente esse conhecimento (LUCARELLI, 2000, p.63).
  • 5. 105 ALTHAUS As revelações dos participantes do projeto são muito pertinentes para esta análise. Todas as verbalizações dos professores vêm sendo organizadas num diário, para análise dos registros coletados. São aplicados, após cada estratégia vivenciada com grupos de professores, questionários com questões abertas, para discussão com o grupo de assessores do Programa. As questões contemplam um encadeamento de depoimentos pessoais e temáticos em relação às ações desenvolvidas. Alguns aspectos da prática pedagógica universitária, como a troca de experiências, destacam-se na fala dos professores participantes acerca de seu fazer didático: “Descobri que existem muitas possibilidades para dinamizar nosso trabalho no ensino superior... precisamos deste espaço de apoio. Não penso que só algumas assessorias ou alguns cursos bastam. O importante é saber que do envolvimento do professor nas ações do Programa acabam aparecendo novas discussões.” “Professor é professor... temos algo muito em comum para sempre estar aprendendo.” “Discutir, e saber que podemos discutir sobre o que estamos fazendo, e perceber que o aluno adulto também precisa ser mobilizado para o que a gente pretende passar.” “Mesmo no meu Mestrado não pensamos nestas questões... a gente se preocupa tanto com a área específica, e esquece que há outras coisas importantes, que todos vivemos no dia-dia da faculdade.” “Não é só no concurso que pensamos na Didática para dar aulas... precisamos pensar sempre.” “Participar de debates com professores de faculdades particulares possibilita uma visão de abertura, pois pensamos juntos na prática que temos ao ensinar.” O espaço para avaliação das práticas do grupo de professores envolvidos tem sido fundamental para a continuidade do programa. DISCUSSÕES FINAIS A trajetória aqui traçada, tendo a Extensão Universitária como fio condutor das ações do PRODEA, foi exaustivamente discutida com os professores atuantes na proposta original, desencadeada em 2001. O movimento posto pela ação didática no ensino superior, que é pautada pelas tensões enfrentadas no cotidiano universitário, consolida-se pelo o que é inerente à extensão: “A autêntica ação de estender o conhecimento, via extensão universitária, operacionaliza-se por meio de uma práxis dialética (mediadora entre universidade-sociedade-universidade) de produção / reprodução crítica do conhecimento” (RAYS, 2003, p.3). A escolha da Didática justifica-se pelo seu objeto de estudo: o ensino, e suas relações com o trabalho pedagógico. Vale registrar a postura expressa por Amaral (2000, p.143), ao dizer: diferentemente do que se propõe no ensino de alguma coisa, não temos aí o problema da especificidade do saber, delimitada em bases epistemológicas: delineia-se, com base no diferente, o que perpassa todas as situações. O papel da Didática, no caso, é o de percorrer os diferentes campos, auscultando as diferentes experiências, para levantar as semelhanças e promover o enriquecimento do próprio campo e dos outros campos. O programa tem oportunizado discussões interdisciplinares envolvendo professores de diversas Instituições que participam dos cursos, grupos de estudos, pesquisas e assessorias. O PRODEA consolida-se como programa permanente, pois sua repercussão, bastante positiva no meio universitário, com seus avanços e recuos, ratifica a sua validade. A proposta vem ganhando novos rumos, ampliando suas áreas de atuação. O desafio permanente é a inovação! REFERÊNCIAS ALTHAUS, M.T.M. Aula universitária: a dinâmica do ensinar-aprender. Jornal Nossa Voz. Guarapuava, maio/2002. _______. Memória histórica do Projeto PRODEA. Unicentro. Guarapuava, 2002. Mimeo. AMARAL, A. Aula universitária: um espaço com possibilidades interdisciplinares. In: VEIGA, I. Pedagogia universitária: a aula em foco. Campinas: Papirus, 2000. p.139150. BERBEL N. Metodologia do ensino superior: realidade e significado, Campinas: Papirus, 1994. CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1990. FRANTZ, W, SILVA, E. As funções sociais da universidade: o papel da extensão e a questão das comunitárias. Ijuí: Unijuí, 2002. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.
  • 6. Ação didática no ensino superior: a docência em discussão 106 GASPARIN, J.L. Comênio ou da arte de ensinar tudo a todos. Campinas: Papirus, 1994. PIMENTA, S. De professores, pesquisa e didática. Campinas: Papirus, 2002. p.129-144. GUIMARÃES, A. Extensão universitária como reconfiguração de saberes. In: Leite, D, Morosini, M (orgs). Universidade futurante: produção do ensino e inovação. Campinas: Papirus, 1997. p.55-76. RAYS, O. A. Ensino-pesquisa-extensão: notas para pensar a indissociabilidade. Palestra proferida. Santa Maria, 2003. RIBAS, M. H. Construindo a competência: processo de formação de professores. São Paulo: Olho d’Água, 2000. LUCARELLI, E. Um desafio institucional: inovação e formação pedagógica do docente universitário. In: Castanho, S., Castanho. M. O que há de novo na educação superior: do projeto pedagógico à prática transformadora. Campinas: Papirus, 2000. MASETTO, M. Docência na universidade. Campinas: Papirus, 1998. _______.Docência universitária: repensando a aula. In: Teodoro, A, Vasconcelos, M. L. (orgs). Ensinar e aprender no ensino superior: por uma epistemologia da curiosidade na formação universitária. São Paulo: Mackenzie, 2003. p.79-108. PERRENOUD. P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Lisboa: Dom Quixote, 1993 TEIXEIRA, M. Prática docente e autonomia do aluno: uma relação a ser construída em cursos de graduação. Tese de Doutorado. São Paulo: 2002. UNESCO, Declaração mundial sobre educação superior no século XXI: visão e ação. Piracicaba: UNIMEP, 1998. VEIGA, I. Aula universitária e inovação. In: Veiga, I. Pedagogia universitária: a aula em foco. Campinas: Papirus, 2000. p. 161-192. Recebido: 28/07/03 Aceito: 15/09/03 Endereço para correspondência: Rua Dr.Collares, 833 apto.22 – CEP: 84010-010 – Ponta Grossa-PR. E-mail: maizaalthaus@uol.com.br Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, p.101-106, jan./abr. 2004.