Este documento analisa as lógicas de ação e os atores que regulam internamente duas escolas portuguesas, denominadas Escola Azul e Escola Rosa. A Escola Azul tem uma população escolar de classes sociais mais altas e bons resultados, enquanto a Escola Rosa aceita todos os alunos e se esforça para integrar estudantes de origens diversas. Cada escola tem uma liderança forte e estilos de regulação interna distintos que refletem suas identidades e objetivos educacionais diferentes.
1. “A REGULAÇÃO INTERNA DAS ESCOLAS:
lógicas e actores”
Carla
Vieira
Licenciatura em Ciências da
Marisa Patrícia Educação
Martins Garcia 2º ano 1º semestre
Politica da Educação
Docente: Professor Doutor
Natércio Afonso
Análise do capítulo V do livro «A regulação das políticas públicas de educação»
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2. Atractividade
“ a capacidade que a escola demonstra ter de
suscitar a vontade dos alunos em querer
frequentá-la”
• Indicadores de atractividade:
• evolução do n.º de alunos
• base de recrutamento
• imagem pública das escolas
3. Regulação interna
• Factores de atractividade:
• Localização e estado de conservação dos edifícios
• Estabilidade corpo docente e sua mobilização nos
projectos da escola
• Existência de projectos educativos e planos de actividade
4. Escola Azul
População escolar da Escola Azul
• Maioria dos alunos são de classes sociais mais altas
• Escola com elevada percentagem de frequência
• Bons resultados escolares
• Sem problemas disciplinares
5. Escola rosa
Liderança assegurada pelo mesmo professor
Equipa constante
Informalidade no contacto com os outros actores escolares
Liberdade de acção (admitir que outros têm mais competências na produção
de algumas tarefas)
A Informalidade e a Proximidade A Falta de oposição interna
entre os actores da escola
Liderança “Sintomas
Contacto Proximidade Atendimento
directo com entre o PCE individualizado
forte e bem de
com os alunos
os docentes e os colegas
vincada desacordo”
6. Lógicas de acção (conceito)
“… existência de racionalidades próprias dos actores que
orientam e dão sentido às suas escolhas e ás suas práticas,
no contexto de uma acção individual ou colectiva.”
“conteúdos de sentido, relativamente estáveis e
consolidados, com que os actores sociais interpretam e
monitorizam a acção nas organizações, ordenando, ainda
que de forma precária e provisória, a realidade
organizacional aparentemente fragmentária e dispersa”
7. Lógicas de acção na escola azul
“UMA ESCOLA DE ELITE”
A gestão do número de turmas e da elevada procura
Desporto Escolar
Os quadros de excelência
8. Lógicas de acção na escola rosa
• “Escola de integração”
• Aceitar todos os alunos
• Gabinete de gestão de conflitos (quando os
alunos são “expulsos” da sala de aula)
• O projecto de integração dos alunos de
origem africana (actividades de aproximação
entre culturas, teatro, música, danças e
exposições)
9. Explicação das lógicas de acção
• Determinantes externas • Determinantes internas
(princípios, normas e • A “identidade da escola”
processos que sustentam e sua cultura
a regulação externa) organizacional dominante
• A procura social da escola • As formas de gestão
no seu espaço local de • As micropolíticas
pertença organizacionais
• A pressão exercida pelo
jogo das
interdependências entre
escolas da mesma área
10. Conclusões
• Escolas rosa e azul atractivas no seu território, atitude pró-activa ao
nível pedagógico e educativo, mas contrastam ao nível dos modos de
regulação interna e das lógicas de acção dominante
• Liderança forte e marcante dentro do estilo de cada escola(autonomia
relativa, muitas vezes informal e clandestina)
• Eficiência vs Democratização - uma está organizada para ser uma
“escola de elite” – população homogénea (classe média-alta, escola
eficiente, boa imagem exterior, valores adequados aos grupos sociais
dominantes, rigor das aprendizagens e qualidade dos resultados), a
outra para ser uma “escola de integração” – população heterogénea
(sensibilidade aos problemas sociais, respeito pelas diferenças e pela
multiculturalidade na relação educativa, flexibilização dos conteúdos e
processos de aprendizagem)
• Profissionalismo vs Militância pedagógica – tanto ao nível dos
presidentes do conselho executivo de cada escola, um privilegia as
relações informais (perfil de administrador) e o outro as relações
informais (perfil de profissional docente), como ao nível do corpo
docente