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RELAÇÃO ENTRE GINÁSTICA LABORAL E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS
OCUPACIONAIS: UM ESTUDO TEÓRICO
Bianca Cristina Conceição de Souza1
Luciane Cristina Jóia2
RESUMO
Este estudo teve como objetivo verificar a eficácia da atividade física na prevenção dos distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) através da busca de fundamentações teórico-
metodológicas. Assim, tratou-se de uma pesquisa bibliográfica comparativa que utilizou pesquisas de
outros autores para chegar a um denominador comum a respeito do assunto. As diferentes formas de
abordagens da ginástica laboral apresentadas pelos estudos investigados permitiram a análise crítica
do assunto, chegando-se à seguinte conclusão: a ginástica laboral apresenta benefícios primários ao
trabalhador na prevenção das doenças ocupacionais, estando, porém, associada a um programa mais
individualizado, somado à melhoras ergonômicas e à participação voluntária do funcionário na terapia.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde - Engenharia Humana - Terapia por exercício.
INTRODUÇÃO
A atividade física é uma característica humana datada pelos cientistas como tendo surgido no
momento que o homem, sendo ainda primata sentiu a necessidade de se defender diante dos diversos
obstáculos que encontrava para manter sua espécie. Quando considerado pela história da evolução
como homo erectus (totalmente bípede), o homem passou a assumir qualidades que o permitiram
realizar longos períodos de caminhadas migratórias em busca de uma melhor adaptação ambiental
(Biologia, 2006). Assim, é possível entender que o ser humano à luz da ciência executa os seus
movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé (Silva et alli, 2004).
A necessidade de “movimentação” foi evoluindo de acordo com o desenvolvimento da história,
de sorte que o exercício físico deixava, passo-a-passo, de ter caráter utilitário e sistematizado de forma
rudimentar, para então passar a ser uma prática saudável e “nobre”, de valor qualitativo do padrão de
vida contemporâneo. (Souza, 2006).
Para que a atividade física atingisse o seu padrão atual, antes possuiu também cunho militar, na
Idade Média (séculos XI, XII, XIII), tendo por objetivo preparar os homens de guerra para enfrentarem
as mais ameaçadoras e complicadas situações que poderiam vir a existir na luta em defesa à Igreja.
1 Acadêmica do terceiro ano de fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras
2 Fisioterapeuta, mestre e coordenadora do curso de fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras
(Souza, 2006).
A idade contemporânea permitiu que o exercício físico fosse encarado de maneira diferente do
qual foi visto durante muitos anos. A “Ginástica”, assim também nomeada a atividade corporal
devidamente coordenada, ganhou novos conceitos. A aquisição ou a manutenção da condição física do
indivíduo normal e/ou do atleta, modalidades competitivas e prevenção ou tratamento de doenças
passaram a ser os objetivos principais da pratica de exercícios (Souza, 2006). Assim, o exercício
corporal passou a assumir padrões bio-fisiologios, como também padrões psicológicos, sendo eles
caracterizados como benefícios mentais da atividade física.
Soares (1994, Souza, 2006) considerou os benefícios da atividade física (ginástica) associando-
a ao meio trabalhista moderno declarando que, esta, por sua vez apresenta-se como capaz de corrigir
vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações
com a medicina e, desse modo, conquistando status. A partir dessas premissas, e com base na inter-
relação do exercício físico com a atividade ocupacional, formulou-se o problema que estimulou a
realização desse estudo bibliográfico: “A ginástica laboral traz benefícios psico-fisiológicos prevenindo
as doenças ocupacionais?”
METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma investigação de cunho bibliográfico, cujo principio de análise das
informações foi comparativo. A coleta de dados consistiu no modo escolhido para gerar a pesquisa, por
meio também, da verificação de conteúdos vislumbrando a construção de um consenso. Para tanto,
delimitamos o enfoque principal que, a saber, consiste na eficácia da ginástica laboral como alternativa
de prevenção às doenças ocupacionais. A maioria das consultas foram mediadas pela Biblioteca
Virtual em Saúde, e pelo acervo da Biblioteca da Faculdade São Francisco de Barreiras. As palavras-
chave foram instituídas de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): saúde;
engenharia humana; e terapia por exercício. Utilizamos também o Localizador de Informações em
saúde (LIS), na busca de trabalhos científicos publicados sobre a temática da saúde ocupacional.
Os estudos foram analisados de acordo com as seguintes categorias previamente definidas:
população trabalhadora; e abordagem à ginástica laboral como mecanismo de prevenção e tratamento
das lesões osteomúsculares. Após o mapeamento dos dados, os documentos foram identificados
conforme os enfoques priorizados.
Em consonância com os objetivos adotados neste estudo, agrupamos as publicações conforme
as categorias previamente definidas (população trabalhadora e abordagem à ginástica laboral como
mecanismo de prevenção e tratamento das lesões osteomusculares). O quadro 1 apresenta os dados
coletados sistematicamente.
O HOMEM VERSUS TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA
Atualmente a qualidade de vida é um dos temas mais discutidos e comentados. O ser humano
passou a buscar a “plenitude” da saúde, visando também, a prevenção das doenças. Neste contexto,
Costa (2000) afirma que a qualidade de vida, a partir do terceiro milênio, tornou-se um objetivo a ser
alcançado pelo homem seguindo as diretrizes da harmonia corporal e a inter-relação entre os âmbitos
profissional, social, fisiológico, emocional e espiritual, sendo esses resumidos por Pitanga (2002) em
três dimensões categóricas: psicológica, física e social. Ainda assim, é possível observar o homem
como um todo indivisível nas suas mais variadas formas de expressão. (Costa, 2000)
A necessidade da inter-relação entre os âmbitos humanos é o “princípio” da saúde como não
sendo apenas a ausência de doença, mas sim, o resultado de um equilíbrio dinâmico vital. (Pitanga,
2002). E para que haja esse equilíbrio é necessário compreender a particularidade de cada uma
dessas dimensões.
A dimensão psicológica pode ser entendida como a mente de um indivíduo, englobando, dentre
outras coisas, situações profissionais e intelectuais (Costa, 2000) as quais, quando submetidas ao nível
elevado de estresse, podem desencadear alterações de comportamento. Essas alterações sendo
associadas a realização de uma determinada tarefa, refletem-se num déficit de qualidade em que o
executor deixa de desempenhar devidamente o seu trabalho. Contudo, a condição psíquica pode
interferir diretamente no resultado de uma atividade. (Couto, 2005)
Quando se trata de execução de obras no exercício profissional, De Paula (2004), relata que o
trabalho consiste na utilização da dimensão física pela aplicação das forças corpóreas somadas às
aptidões mentais (dimensão psicológica).Dessa forma, a dimensão física pode ser entendida como
sendo uma porção limitada de matéria, aonde ocorrem os processos fisiológicos que proporcionam o
cumprimento do comando mental. “O que a mente manda o corpo obedece”.
Ainda no âmbito físico da condição humana, é possível entender que a fadiga por conta dos
longos períodos de trabalho, sem uma atividade de pausa, pode desencadear, dentre outras coisas,
algias e espasmos musculares, sendo agravados pelo provável tempo de exposição ao trabalho
“forçado” provocando lesões. Essas lesões ocupacionais representam um dos principais motivos de
afastamento do trabalhador de suas atividades.
Os diversos setores empresariais, por sua vez, sob o enfoque do melhor desempenho comercial,
passaram a investir em seus funcionários por meio de medidas profiláticas aos traumas físicos e
psicológicos, já que esses são justificados pela intensificação do trabalho e pela busca incessante da
produtividade e agilidade. De Paula (2004) com base nas atuais condições de valorização do ósseo,
afirma que o aumento assustador do numero de casos de doenças causadas pelo trabalho regido pelo
capitalismo (LER3 /DORT4) traduz a busca pela melhor condição de saúde para o trabalhador.
[...] Não é um fenômeno novo, porém o aumento
significativo de sua incidência tem relação direta com o
momento histórico marcado elas contradições do
capitalismo que se transforma para sobreviver, se
adaptando e mantendo seu forte domínio sob os corpos e
almas das pessoas. (De Paula, 2004)
Entretanto, Oliveira (1999) não atribuiu o crescimento do numero de casos de LER/DORT às
atuais condições de trabalho, mas sim julga que essa ascensão de registros patológicos ocupacionais
se deu basicamente pela disseminação do diagnóstico LER pela mídia ávida por novidades e
interesses dos setores beneficiados, além da própria expansão e liberalidade do conceito.
Mesmo diante das diferentes alegações sobre os motivos que desencadearam a elevação do
número de diagnósticos acusando LER/DORT, a fisioterapia tem tomado lugar de destaque em vários
segmentos empresariais através de programas terapêuticos e preventivos, como alternativa de
tratamento e prevenção.
A Ginástica Laboral é um desses programas fisioterápicos, que busca aliviar a tensão causada
pela atividade rotineira dos trabalhadores e que pode ser praticada antes, durante e/ou após o horário
3
LER: Lesão por esforço repetitivo
4
DORT: Distúrbios Osteomúsculares relacionados ao trabalho
do expediente, visando benefícios pessoais no trabalho. Tem como objetivo minimizar os impactos
negativos oriundos do sedentarismo (Carvalho, 2003), bem como promover o convívio social entre os
trabalhadores. Costa (2000) entende a dimensão social como a capacidade que o individuo possui de
relacionar-se com as pessoas do seu círculo pessoal e profissional de forma equilibrada e harmoniosa.
Desse modo, a idéia de satisfação no trabalho está diretamente associada às relações entre os
indivíduos, e a qualidade de vida do trabalhador torna-se interdependente da realidade das
organizações (Kanaane, 1999). Neste ínterim, ginástica laboral pode, sob a ótica da interação,
possibilitar uma maior relação entre os empregados, facilitando o convívio diário.
Não obstante, a ginástica laboral tem ganhado espaço no Brasil nos últimos anos entre as
empresas na competição sugerida pelo sistema atual, onde produtividade, qualidade e desempenho
comercial são fatores diferenciais. O combate ao estresse, o ambiente de trabalho adaptado
ergonomicamente e, trabalhador preparado para as solicitações musculares diárias refletirá numa boa
proposta de vida, onde prevenir é “a chave do negócio”. E defendendo a idéia de que a prevenção é a
melhor alternativa para se obter saúde estável Ferraze 1995 (Guedes 1997 apud Costa 2000) diz que:
Não basta estar doente para se obter saúde: é preciso
apresentar evidencias ou atitudes que afastem ao máximo
os fatores de risco que possam provocar as doenças.
PREVENÇÃO E FATORES DE SURGIMENTO DOS DISTÚRBIOS OSTEOMÚSCULARES
A palavra “prevenção” tem por sentido o cuidado, ou ainda, eliminação das causas de algum
evento antes que ele aconteça (Maciel, 2000). Prevenir as lesões osteomusculares relacionadas ao
trabalho consiste em preservar a estrutura física do trabalhador, entendendo-o como sujeito,
incentivando conseqüentemente sua potencialidade intelectual. Considerando que as patologias
ocupacionais são multifatoriais, faz-se preciso entender, também, algumas das principais causas do
seu surgimento, as quais segundo o Sindicato dos bancários de Guarulhos e Região (SBGR, 2005)
são:
1) Trabalho automatizado - Em busca do “raciocínio ágil” as empresas de hoje adotaram as
maquinas e os computadores como forma aumentar sua eficácia e garantirem a principais
vantagens para combater a concorrência e as dificuldades de um mundo globalizado. Dessa
forma o empregado se submete a um trabalho “automático”, com repetições de movimentos,
sem controle de suas atividades, uma vez que o esforço intelectual já está sendo realizado
pela maquina.
2) Obrigatoriedade de manter o ritmo acelerado para garantir a produção - Além de ter que
realizar movimentos repetitivos, o trabalho muitas vezes fragmentado, induz a manutenção de
um ritmo acelerado, que pode acarretar dores musculares enquanto se executa a tarefa.
3) Trabalho rigidamente hierarquizado - Levando em consideração que as dimensões humanas
se relacionam entre si, podemos concluir que um individuo sob pressão permanente, poderá
apresentar também, como reflexos da sua condição psicológica, distúrbios fisiológicos
acompanhados por dor, fadiga e estresse.
Assim, LER/DORT seria uma manifestação da falência dos
mecanismos de práticas administrativas e gerenciais autoritárias,
rígidas e opressivas existentes nas organizações. (LONGEN, 2003)
4) Jornadas prolongadas de trabalho e ausência de pausas durante a jornada – É importante para
qualquer pessoa, ao desempenhar rotineiramente qualquer atividade, um período de descanso
para que sejam repostas as suas energias e restabelecidas as suas condições física e
psicológica.
5) Trabalho realizado em ambientes ergonomicamente inadequados - Lugares demasiadamente
frios ou quentes, com ruídos, mal ventilados, mal iluminados, com mobiliário inadequado
(cadeiras, mesas, dentre outros) que obrigam a adoção de posturas incorretas do corpo
possibilitam a maior propensão de LER/ DORT.
GINÁSTICA LABORAL COMO ALTERNATIVA EFICAZ DE PREVENÇÃO?
A atividade física durante o expediente de trabalho tem a importante tarefa de prevenção das
doenças ocupacionais, bem como do sedentarismo. O bom estado físico do Trabalhador garante
eficiência e eficácia, além de diminuir os riscos de invalidez decorrente do oficio ou de se aposentarem
precocemente devido as doenças degenerativas (Sharkey,1998).
Costa (1991) sintetizou uma pesquisa com dados da Fundação Hudes foi sintetizada por, para
mensurar a “veracidade” da ginástica de pausa. Os resultados apresentaram aumento de 2 a 5% na
produtividade e uma diminuição de 20 a 25% nos acidentes de trabalho, bem como na rotatividade (10
a 15%) e ausenteismo (15 a 20%). (Bemstar 2005)
Vieira (2000) endossa o fato de que a atividade laboral é uma alternativa significante na
prevenção das doenças osteomusculares através de uma pesquisa sobre prevenção das LER/ DORT
em pessoas que trabalham sentadas e usuárias de computador. A pratica de exercícios físicos para
esse tipo de trabalhador é fundamental, porque alonga e relaxa a musculatura tensionada,
principalmente os músculos estabilizadores da coluna (paravertebrais), permitindo que haja diminuição
da dor, da fadiga e aumento do desempenho profissional.
A postura sentada durante muitas horas, seja para leituras
ou mesmo no uso do computador, provoca a situação de
vulnerabilidade e de risco de se adquirir LER/DORT.
Sabe-se que estas lesões ou distúrbios podem estar
relacionados ao trabalho ou à outras atividades
realizadas, numa relação originária ou desencadeadora.
(Vieira, 2000)
No entanto, R. Elbel e colaboradores da Universidade de Utah, da cidade de Salt Lake tentaram
medir a eficácia da ginástica laboral e chegaram a conclusão que esse tipo de atividade tem eficácia
adequada, porém às vezes difíceis de se comprovar em termos estatísticos e preventivos (Campos,
2004)
A pesquisa apresentada pelo ARBEGO (2000) sobre a ginástica laboral na prevenção da
LER/DORT, pôs em questão os benefícios dessa atividade física, alegando que ela por si só não
produz efeitos “mágicos” na redução das doenças ocupacionais, podendo até trazer benefícios
psicológicos e físicos, mas se a mesma for aplicada individualmente com acompanhamentos pré e pós-
exercício.
Outras pesquisas foram feitas na tentativa de comprovar a eficácia da atividade laboral como
alternativa de prevenção às doenças osteomúsculares. A maioria delas constatou que a atividade física
tem um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida, independentemente da área de atuação
do trabalhador.
Em grande parte (não na totalidade) das pesquisas apresentadas pelo quadro 1, a ginástica
laboral mostrou-se vigorosa, trazendo os benefícios esperados. No entanto, a análise mais precisa
desses estudos permite constatar que a eficácia do programa se deu em conjunto como outros fatores:
colaboração da empresa, implementação de medidas ergonomicas, participação voluntária dos
trabalhadores, acompanhamento individualizado, informações sobre LER/ DORT, bem como sobre a
importância da ginástica laboral, dentre outros.
No estudo de Longen (2003), esse programa de atividade física mostrou-se insuficiente mediante
as demais necessidades de intervenção da empresa para melhor qualidade de vida do trabalhador. O
resultado conquistado foi razoavelmente bom, mas não foi o suficiente ou o “esperado” pela pesquisa.
No mesmo estudo, o fato de não compreender o homem como um TODO interferiu consideravelmente,
em que Longen (2003) chegou a afirmar que a empresa, ao implantar o programa de ginástica laboral,
não levou em consideração aspectos fundamentais para a prevenção de LER/DORT. Esses aspectos
que o autor coloca são possivelmente interpretados como os âmbitos humanos abordados por este
estudo; físicos (associado ao trabalho ergonômico), psicológico (relacionado às pressões no trabalho) e
social (interação).
A relevância da ergonomia num programa de ginástica laboral se dá em consideração ao
trabalhador que passa a maior parte do seu tempo num ambiente que, se não for “adequado” e
confortável pode reprimir grande parte dos benefícios conquistados pela pratica da atividade física
(Martins, 2000). Já nas porções psicológica e social, a supervisão somada à imposição para a adesão
do funcionário ao programa pode gerar “efeitos colaterais”, em que o relaxamento e a preparação da
musculatura para a solicitação ocupacional diária é substituída por aumento da tensão, dores e
desconforto na - e por conta da - realização dos exercícios terapêuticos. Longen (2003) observou em
sua pesquisa que:
A execução de programas de GL5 deve prezar pela
liberdade de expressão e iniciativa própria do trabalhador,
não devendo ser imposta como uma tarefa a mais a ser
realizada na jornada de trabalho[...]
Dessa forma, no estudo de Longen (2003) a eficácia da ginástica loboral esteve “deprimida”, e
sua validade terapêutica pôde ser questionada; pode-se afirmar que programas de GL, quando
adotados de forma isolada como proposta preventiva de LER/DORT, são extremamente limitados.
Por sua vez, a pesquisa de Pinto (2003) possibilitou que fosse levantado outro um aspecto para
considerar a ginástica laboral como vigorosa: a individualidade em vez da coletividade na terapia.
A aplicação individualizada do programa de ginástica
laboral nos cirurgiões dentistas mostrou que esta medida
preventiva colocada em prática, mesmo com um grupo de
quatro profissionais, contribuiu para minimizar os
5
GL: Ginástica Laboral
sintomas. (PINTO, 2003)
O social, sob a ótica do relacionamento interpessoal foi um dos resultados benéficos colhidos
pela aplicação da ginástica laboral junto aos servidores da reitoria da Universidade Federal de Santa
Catarina - UFSC (Martins, 2000). Entretanto, essa atividade física esteve inclusa num programa de
promoção de saúde, ou seja, outras medidas “coadjuvantes” à implementação da ginástica laboral
foram adotadas: ergonomia e informação com palestras mensais e dicas semanais interdependentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os benefícios físicos da ginástica laboral é algo incontestável, uma vez que, toda e qualquer
atividade física devidamente aplicada é vantajosa. A prevenção do sedentarismo e às doenças
cardiovasculares já seriam motivos suficientes para afirmar que a ginástica laboral, sob caráter de
atividade física, produz melhor qualidade de vida. Dessa forma, isso se aplica à condição psicológica
de uma pessoa; por promover aumento da auto-estima e conseqüentemente da auto-confiança, a
ginástica laboral pode levar, no âmbito empresarial, ao aumento do desempenho e da produtividade.
Contudo, a prevenção das doenças ocupacionais sem duvida pode ocorrer pelo emprego da ginástica
laboral, mas, se a mesma estiver somada a outras atitudes preventivas e havendo, principalmente, a
colaboração voluntária dos trabalhadores.
Vale, entretanto, ressaltar que o indivíduo não deve ser forçado a fazer o que não quer, ou seja,
se o funcionário não quiser aderir a ginástica laboral, sua decisão deve ser respeitada, para que o
mesmo não esteja sendo submetido a uma pressão psicológica, comprometendo assim, os benefícios
da atividade física. Porém, é necessário o incentivo constante associado à informações que respondam
“para quê” e “o porquê” de fazer ginástica laboral. Saber, também, a respeito de LER/ DORT é um
outro ponto considerável, apesar de não ter sido abordado por essa pesquisa. Acredita-se que o
conhecimento a respeito dos perigos e das conseqüências das LER/ DORT contribui para adesão dos
funcionários às medidas preventivas, bem como a atividade física.
Sendo assim, podemos concluir que para o setor empresarial, a atividade laboral manifesta
efeitos secundários, uma vez que, com o trabalhador primariamente saudável e disposto, sua
produtividade e o seu trabalho conseqüentemente melhorarão. Porém, por conta de aspectos como
acompanhamento físico individualizado, informação e fatores ergonômicos, o mérito dos resultados de
um programa de atividade física para uma empresa ficam “subdivididos”, não permitindo que a
ginástica terapêutica ocupacional possa ser devidamente quantificada, mesmo diante de valores que
possibilitem qualificá-la.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Guilherme. Fisioterapia preventiva nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT's -
a fisioterapia do trabalho aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. . p. 132-137
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COUTO, José Luiz Viana do. Movimentos repetitivos: risco de acidentes na zona rural. Disponível em:
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MARTINS, Caroline de Oliveira. Universidade Federal de Santa Catarina. Efeitos da ginástica laboral
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MILITÃO, Angeliete Garcez. A influência da ginástica laboral para a saúde dos trabalhadores e sua
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MORAES, Luiz Carlos de. História da educação física. 1999. Disponível em:
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OLIVEIRA, José Teotônio de. LER - lesão por esforço repetitivo: um conceito falho e prejudicial.
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PINTO, Alexandre Crespo Coelho da Silva et. al. A ginástica laboral como ferramenta para melhoria da
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<http://www.ergonet.com.br/download/ginastica-cozinhas.pdf> Acesso em: 25 de novembro de 2005.
PINTO, Alexandre Crespo Coelho da Silva. Ginástica laboral aplicada à saúde do cirurgião dentista um
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REIS, Pedro Ferreira et. al. O uso da flexibilidade no programa de ginástica laboral compensatória, na
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SBGR. Cartilha sobre LER/ DORT: fatores de risco. Disponível em:
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SHARKEY, Brian J. Condicionamento físico e saúde. Porto Alegre, Artes Médicas Sul Ltda. 1998.
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CCEI – URCAMP, v. 8, n. 03, p. 41-48. Mar 2004.
SOUZA, Elizabeth Paoliello Machado de. O universo da ginástica: evolução e abrangencia. In: História
da ginástica. Disponivel em: <http://www.ginasticas.com/ginasticas/gin_historia.html>. Acesso em: 12
de setembro de 2006.
VIEIRA, Vera Lucia Martins. Prevenção das LER/DORT em pessoas que trabalham sentados e
usuários do computador. 21 de agosto de 2000. Disponível em:
<http://www.pclq.usp.br/jornal/prevencao.htm>. Acesso em: 21 de novembro de 2005.
Quadro 1- Síntese de pesquisas que abordam a ginástica laboral como alternativa de prevenção e
tratamento de doenças relacionadas ao trabalho(2005)
AUTOR
(ANO)
POPULAÇÃO ALVO RESULTADOS
Pinto
(2003)
Cirurgiões-dentistas de
Belo Horizonte
Os dentistas relataram que a ginástica laboral proporcionou alguns benefícios
importantes para o desenvolvimento de suas atividades, tais como: maior
consciência de hábitos posturais ergonômicos durante o trabalho; melhora no
rendimento profissional; importância da realização da ginástica laboral entre um
atendimento e outro, sendo favoráveis a sua continuidade; mais disposição para o
trabalho; capacidade para identificar as posturas que mais sobrecarregam os
músculos e articulações e, dessa forma, evitá-las; importância de realizar trocas
de posturas durante os atendimentos, buscando evitar o posicionamento estático
e, conseqüentemente, a fadiga muscular.
Martins
(2000)
Servidores da reitoria da
UFSC
Estando a ginástica laboral incluída num programa de promoção da saúde, todos
os trabalhadores que participaram reportaram uma melhoria de 100% no seu bem
estar e no seu relacionamento Interpessoal.
Pinto et all
Trabalhadores
envolvidos no setor da
cozinha em restaurantes
A atividade laboral associada a ergonomia pode trazer benefícios a vida do
trabalhador
Militão (2001)
Funcionários do setor
administrativo de quatro
empresas participantes
do programa de
ginástica laboral
Os resultados mostraram que a ginástica laboral [...] reduziu significativamente as
dores nas costas, de cabeça, nos ombros e pescoço, nos membros superiores e
inferiores. Diminuiu também o desânimo, a falta de disposição, insônia e
irritabilidade, promovendo uma melhor qualidade de vida do trabalhador.
Longen
(2003)
Trabalhadores da linha
de produção de uma
empresa pertencente à
Cidade Industrial de
Curitiba
Neste estudo, houve uma redução dos casos de LER/DORT, extremamente alta
nos 3 primeiros meses, seguida por uma elevação ao longo de 2 anos, mas que
em momento nenhum voltou aos registros iniciais [...]
Reis et alii
(2003)
Trabalhadores que
executam suas
atividades sentados
Em seis meses de ginástica laboral, houve um ganho da flexibilidade da
musculatura isquio tibial e uma diminuição significativa dos índices de atestado
médico por lombalgia e sintomas de dores lombares.
Table 1- Synthesis of researches that approach labor gymnastics as an alternative to prevention and
treatment of work related diseases (2005)
AUTHOR
(YEAR)
TARGET POPULATION RESULTS
Pinto
(2003)
Belo-Horizonte Surgeon-
dentists
The dentists reported that the labor gymnastics brought some
important benefits to the development of their activities, such as :
Better consciousness of ergonomic posture habits during work
time, improvement of working results: importance of labor
gymnastics between a patient and another, more aptitude to work
; ability to identify the incorrect postures and avoid them ;
importance of changing postures during work time, looking
forward to avoid muscle fatigue.
Martins
(2000)
UFSC Chancellory workers
Being labor exercises included in a health promotion program , all
participants reported a 100% increase in their well-bein@ and in
their relationships.
Pinto et all Restaurant and kitchen workers
Labor activity associated to ergonomy can bring benefits to
workers life.
Militão (2001)
Administrative section
employees of four companies
that participate in labor
gymnastics program
The results showed that labor gymnastics [...] reduced a lot
backaches , headaches and pain in the shoulders and neck and
in the arms and legs. Also reduced tireness , insomnia ,irritability
and lack of aptitude promoting a better quality of life.
Longen
(2003)
Industry workers of Curitiba’s
industrial City
In this study, there was an extremely high reduction of diseases
related to repetitive efforts in the first 3 months , and it continued
in the following 2 years, and didn’t came back to the inicial
records [...]
Reis et alii
(2003)
People that work sat down
Within six months of labor gymnastics, There were an increase of
muscles flexibility and a sinificative reduction of backaches and
its symptoms reported by physicians.

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  • 1. RELAÇÃO ENTRE GINÁSTICA LABORAL E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS: UM ESTUDO TEÓRICO Bianca Cristina Conceição de Souza1 Luciane Cristina Jóia2 RESUMO Este estudo teve como objetivo verificar a eficácia da atividade física na prevenção dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) através da busca de fundamentações teórico- metodológicas. Assim, tratou-se de uma pesquisa bibliográfica comparativa que utilizou pesquisas de outros autores para chegar a um denominador comum a respeito do assunto. As diferentes formas de abordagens da ginástica laboral apresentadas pelos estudos investigados permitiram a análise crítica do assunto, chegando-se à seguinte conclusão: a ginástica laboral apresenta benefícios primários ao trabalhador na prevenção das doenças ocupacionais, estando, porém, associada a um programa mais individualizado, somado à melhoras ergonômicas e à participação voluntária do funcionário na terapia. PALAVRAS-CHAVE: Saúde - Engenharia Humana - Terapia por exercício. INTRODUÇÃO A atividade física é uma característica humana datada pelos cientistas como tendo surgido no momento que o homem, sendo ainda primata sentiu a necessidade de se defender diante dos diversos obstáculos que encontrava para manter sua espécie. Quando considerado pela história da evolução como homo erectus (totalmente bípede), o homem passou a assumir qualidades que o permitiram realizar longos períodos de caminhadas migratórias em busca de uma melhor adaptação ambiental (Biologia, 2006). Assim, é possível entender que o ser humano à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé (Silva et alli, 2004). A necessidade de “movimentação” foi evoluindo de acordo com o desenvolvimento da história, de sorte que o exercício físico deixava, passo-a-passo, de ter caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar, para então passar a ser uma prática saudável e “nobre”, de valor qualitativo do padrão de vida contemporâneo. (Souza, 2006). Para que a atividade física atingisse o seu padrão atual, antes possuiu também cunho militar, na Idade Média (séculos XI, XII, XIII), tendo por objetivo preparar os homens de guerra para enfrentarem as mais ameaçadoras e complicadas situações que poderiam vir a existir na luta em defesa à Igreja. 1 Acadêmica do terceiro ano de fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras 2 Fisioterapeuta, mestre e coordenadora do curso de fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras
  • 2. (Souza, 2006). A idade contemporânea permitiu que o exercício físico fosse encarado de maneira diferente do qual foi visto durante muitos anos. A “Ginástica”, assim também nomeada a atividade corporal devidamente coordenada, ganhou novos conceitos. A aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou do atleta, modalidades competitivas e prevenção ou tratamento de doenças passaram a ser os objetivos principais da pratica de exercícios (Souza, 2006). Assim, o exercício corporal passou a assumir padrões bio-fisiologios, como também padrões psicológicos, sendo eles caracterizados como benefícios mentais da atividade física. Soares (1994, Souza, 2006) considerou os benefícios da atividade física (ginástica) associando- a ao meio trabalhista moderno declarando que, esta, por sua vez apresenta-se como capaz de corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando status. A partir dessas premissas, e com base na inter- relação do exercício físico com a atividade ocupacional, formulou-se o problema que estimulou a realização desse estudo bibliográfico: “A ginástica laboral traz benefícios psico-fisiológicos prevenindo as doenças ocupacionais?” METODOLOGIA Este estudo trata-se de uma investigação de cunho bibliográfico, cujo principio de análise das informações foi comparativo. A coleta de dados consistiu no modo escolhido para gerar a pesquisa, por meio também, da verificação de conteúdos vislumbrando a construção de um consenso. Para tanto, delimitamos o enfoque principal que, a saber, consiste na eficácia da ginástica laboral como alternativa de prevenção às doenças ocupacionais. A maioria das consultas foram mediadas pela Biblioteca Virtual em Saúde, e pelo acervo da Biblioteca da Faculdade São Francisco de Barreiras. As palavras- chave foram instituídas de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): saúde; engenharia humana; e terapia por exercício. Utilizamos também o Localizador de Informações em saúde (LIS), na busca de trabalhos científicos publicados sobre a temática da saúde ocupacional. Os estudos foram analisados de acordo com as seguintes categorias previamente definidas: população trabalhadora; e abordagem à ginástica laboral como mecanismo de prevenção e tratamento das lesões osteomúsculares. Após o mapeamento dos dados, os documentos foram identificados conforme os enfoques priorizados. Em consonância com os objetivos adotados neste estudo, agrupamos as publicações conforme as categorias previamente definidas (população trabalhadora e abordagem à ginástica laboral como mecanismo de prevenção e tratamento das lesões osteomusculares). O quadro 1 apresenta os dados coletados sistematicamente. O HOMEM VERSUS TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA Atualmente a qualidade de vida é um dos temas mais discutidos e comentados. O ser humano passou a buscar a “plenitude” da saúde, visando também, a prevenção das doenças. Neste contexto, Costa (2000) afirma que a qualidade de vida, a partir do terceiro milênio, tornou-se um objetivo a ser alcançado pelo homem seguindo as diretrizes da harmonia corporal e a inter-relação entre os âmbitos profissional, social, fisiológico, emocional e espiritual, sendo esses resumidos por Pitanga (2002) em três dimensões categóricas: psicológica, física e social. Ainda assim, é possível observar o homem
  • 3. como um todo indivisível nas suas mais variadas formas de expressão. (Costa, 2000) A necessidade da inter-relação entre os âmbitos humanos é o “princípio” da saúde como não sendo apenas a ausência de doença, mas sim, o resultado de um equilíbrio dinâmico vital. (Pitanga, 2002). E para que haja esse equilíbrio é necessário compreender a particularidade de cada uma dessas dimensões. A dimensão psicológica pode ser entendida como a mente de um indivíduo, englobando, dentre outras coisas, situações profissionais e intelectuais (Costa, 2000) as quais, quando submetidas ao nível elevado de estresse, podem desencadear alterações de comportamento. Essas alterações sendo associadas a realização de uma determinada tarefa, refletem-se num déficit de qualidade em que o executor deixa de desempenhar devidamente o seu trabalho. Contudo, a condição psíquica pode interferir diretamente no resultado de uma atividade. (Couto, 2005) Quando se trata de execução de obras no exercício profissional, De Paula (2004), relata que o trabalho consiste na utilização da dimensão física pela aplicação das forças corpóreas somadas às aptidões mentais (dimensão psicológica).Dessa forma, a dimensão física pode ser entendida como sendo uma porção limitada de matéria, aonde ocorrem os processos fisiológicos que proporcionam o cumprimento do comando mental. “O que a mente manda o corpo obedece”. Ainda no âmbito físico da condição humana, é possível entender que a fadiga por conta dos longos períodos de trabalho, sem uma atividade de pausa, pode desencadear, dentre outras coisas, algias e espasmos musculares, sendo agravados pelo provável tempo de exposição ao trabalho “forçado” provocando lesões. Essas lesões ocupacionais representam um dos principais motivos de afastamento do trabalhador de suas atividades. Os diversos setores empresariais, por sua vez, sob o enfoque do melhor desempenho comercial, passaram a investir em seus funcionários por meio de medidas profiláticas aos traumas físicos e psicológicos, já que esses são justificados pela intensificação do trabalho e pela busca incessante da produtividade e agilidade. De Paula (2004) com base nas atuais condições de valorização do ósseo, afirma que o aumento assustador do numero de casos de doenças causadas pelo trabalho regido pelo capitalismo (LER3 /DORT4) traduz a busca pela melhor condição de saúde para o trabalhador. [...] Não é um fenômeno novo, porém o aumento significativo de sua incidência tem relação direta com o momento histórico marcado elas contradições do capitalismo que se transforma para sobreviver, se adaptando e mantendo seu forte domínio sob os corpos e almas das pessoas. (De Paula, 2004) Entretanto, Oliveira (1999) não atribuiu o crescimento do numero de casos de LER/DORT às atuais condições de trabalho, mas sim julga que essa ascensão de registros patológicos ocupacionais se deu basicamente pela disseminação do diagnóstico LER pela mídia ávida por novidades e interesses dos setores beneficiados, além da própria expansão e liberalidade do conceito. Mesmo diante das diferentes alegações sobre os motivos que desencadearam a elevação do número de diagnósticos acusando LER/DORT, a fisioterapia tem tomado lugar de destaque em vários segmentos empresariais através de programas terapêuticos e preventivos, como alternativa de tratamento e prevenção. A Ginástica Laboral é um desses programas fisioterápicos, que busca aliviar a tensão causada pela atividade rotineira dos trabalhadores e que pode ser praticada antes, durante e/ou após o horário 3 LER: Lesão por esforço repetitivo 4 DORT: Distúrbios Osteomúsculares relacionados ao trabalho
  • 4. do expediente, visando benefícios pessoais no trabalho. Tem como objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo (Carvalho, 2003), bem como promover o convívio social entre os trabalhadores. Costa (2000) entende a dimensão social como a capacidade que o individuo possui de relacionar-se com as pessoas do seu círculo pessoal e profissional de forma equilibrada e harmoniosa. Desse modo, a idéia de satisfação no trabalho está diretamente associada às relações entre os indivíduos, e a qualidade de vida do trabalhador torna-se interdependente da realidade das organizações (Kanaane, 1999). Neste ínterim, ginástica laboral pode, sob a ótica da interação, possibilitar uma maior relação entre os empregados, facilitando o convívio diário. Não obstante, a ginástica laboral tem ganhado espaço no Brasil nos últimos anos entre as empresas na competição sugerida pelo sistema atual, onde produtividade, qualidade e desempenho comercial são fatores diferenciais. O combate ao estresse, o ambiente de trabalho adaptado ergonomicamente e, trabalhador preparado para as solicitações musculares diárias refletirá numa boa proposta de vida, onde prevenir é “a chave do negócio”. E defendendo a idéia de que a prevenção é a melhor alternativa para se obter saúde estável Ferraze 1995 (Guedes 1997 apud Costa 2000) diz que: Não basta estar doente para se obter saúde: é preciso apresentar evidencias ou atitudes que afastem ao máximo os fatores de risco que possam provocar as doenças. PREVENÇÃO E FATORES DE SURGIMENTO DOS DISTÚRBIOS OSTEOMÚSCULARES A palavra “prevenção” tem por sentido o cuidado, ou ainda, eliminação das causas de algum evento antes que ele aconteça (Maciel, 2000). Prevenir as lesões osteomusculares relacionadas ao trabalho consiste em preservar a estrutura física do trabalhador, entendendo-o como sujeito, incentivando conseqüentemente sua potencialidade intelectual. Considerando que as patologias ocupacionais são multifatoriais, faz-se preciso entender, também, algumas das principais causas do seu surgimento, as quais segundo o Sindicato dos bancários de Guarulhos e Região (SBGR, 2005) são: 1) Trabalho automatizado - Em busca do “raciocínio ágil” as empresas de hoje adotaram as maquinas e os computadores como forma aumentar sua eficácia e garantirem a principais vantagens para combater a concorrência e as dificuldades de um mundo globalizado. Dessa forma o empregado se submete a um trabalho “automático”, com repetições de movimentos, sem controle de suas atividades, uma vez que o esforço intelectual já está sendo realizado pela maquina. 2) Obrigatoriedade de manter o ritmo acelerado para garantir a produção - Além de ter que realizar movimentos repetitivos, o trabalho muitas vezes fragmentado, induz a manutenção de um ritmo acelerado, que pode acarretar dores musculares enquanto se executa a tarefa. 3) Trabalho rigidamente hierarquizado - Levando em consideração que as dimensões humanas se relacionam entre si, podemos concluir que um individuo sob pressão permanente, poderá apresentar também, como reflexos da sua condição psicológica, distúrbios fisiológicos acompanhados por dor, fadiga e estresse.
  • 5. Assim, LER/DORT seria uma manifestação da falência dos mecanismos de práticas administrativas e gerenciais autoritárias, rígidas e opressivas existentes nas organizações. (LONGEN, 2003) 4) Jornadas prolongadas de trabalho e ausência de pausas durante a jornada – É importante para qualquer pessoa, ao desempenhar rotineiramente qualquer atividade, um período de descanso para que sejam repostas as suas energias e restabelecidas as suas condições física e psicológica. 5) Trabalho realizado em ambientes ergonomicamente inadequados - Lugares demasiadamente frios ou quentes, com ruídos, mal ventilados, mal iluminados, com mobiliário inadequado (cadeiras, mesas, dentre outros) que obrigam a adoção de posturas incorretas do corpo possibilitam a maior propensão de LER/ DORT. GINÁSTICA LABORAL COMO ALTERNATIVA EFICAZ DE PREVENÇÃO? A atividade física durante o expediente de trabalho tem a importante tarefa de prevenção das doenças ocupacionais, bem como do sedentarismo. O bom estado físico do Trabalhador garante eficiência e eficácia, além de diminuir os riscos de invalidez decorrente do oficio ou de se aposentarem precocemente devido as doenças degenerativas (Sharkey,1998). Costa (1991) sintetizou uma pesquisa com dados da Fundação Hudes foi sintetizada por, para mensurar a “veracidade” da ginástica de pausa. Os resultados apresentaram aumento de 2 a 5% na produtividade e uma diminuição de 20 a 25% nos acidentes de trabalho, bem como na rotatividade (10 a 15%) e ausenteismo (15 a 20%). (Bemstar 2005) Vieira (2000) endossa o fato de que a atividade laboral é uma alternativa significante na prevenção das doenças osteomusculares através de uma pesquisa sobre prevenção das LER/ DORT em pessoas que trabalham sentadas e usuárias de computador. A pratica de exercícios físicos para esse tipo de trabalhador é fundamental, porque alonga e relaxa a musculatura tensionada, principalmente os músculos estabilizadores da coluna (paravertebrais), permitindo que haja diminuição da dor, da fadiga e aumento do desempenho profissional. A postura sentada durante muitas horas, seja para leituras ou mesmo no uso do computador, provoca a situação de vulnerabilidade e de risco de se adquirir LER/DORT. Sabe-se que estas lesões ou distúrbios podem estar relacionados ao trabalho ou à outras atividades realizadas, numa relação originária ou desencadeadora. (Vieira, 2000) No entanto, R. Elbel e colaboradores da Universidade de Utah, da cidade de Salt Lake tentaram medir a eficácia da ginástica laboral e chegaram a conclusão que esse tipo de atividade tem eficácia adequada, porém às vezes difíceis de se comprovar em termos estatísticos e preventivos (Campos, 2004) A pesquisa apresentada pelo ARBEGO (2000) sobre a ginástica laboral na prevenção da LER/DORT, pôs em questão os benefícios dessa atividade física, alegando que ela por si só não
  • 6. produz efeitos “mágicos” na redução das doenças ocupacionais, podendo até trazer benefícios psicológicos e físicos, mas se a mesma for aplicada individualmente com acompanhamentos pré e pós- exercício. Outras pesquisas foram feitas na tentativa de comprovar a eficácia da atividade laboral como alternativa de prevenção às doenças osteomúsculares. A maioria delas constatou que a atividade física tem um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida, independentemente da área de atuação do trabalhador. Em grande parte (não na totalidade) das pesquisas apresentadas pelo quadro 1, a ginástica laboral mostrou-se vigorosa, trazendo os benefícios esperados. No entanto, a análise mais precisa desses estudos permite constatar que a eficácia do programa se deu em conjunto como outros fatores: colaboração da empresa, implementação de medidas ergonomicas, participação voluntária dos trabalhadores, acompanhamento individualizado, informações sobre LER/ DORT, bem como sobre a importância da ginástica laboral, dentre outros. No estudo de Longen (2003), esse programa de atividade física mostrou-se insuficiente mediante as demais necessidades de intervenção da empresa para melhor qualidade de vida do trabalhador. O resultado conquistado foi razoavelmente bom, mas não foi o suficiente ou o “esperado” pela pesquisa. No mesmo estudo, o fato de não compreender o homem como um TODO interferiu consideravelmente, em que Longen (2003) chegou a afirmar que a empresa, ao implantar o programa de ginástica laboral, não levou em consideração aspectos fundamentais para a prevenção de LER/DORT. Esses aspectos que o autor coloca são possivelmente interpretados como os âmbitos humanos abordados por este estudo; físicos (associado ao trabalho ergonômico), psicológico (relacionado às pressões no trabalho) e social (interação). A relevância da ergonomia num programa de ginástica laboral se dá em consideração ao trabalhador que passa a maior parte do seu tempo num ambiente que, se não for “adequado” e confortável pode reprimir grande parte dos benefícios conquistados pela pratica da atividade física (Martins, 2000). Já nas porções psicológica e social, a supervisão somada à imposição para a adesão do funcionário ao programa pode gerar “efeitos colaterais”, em que o relaxamento e a preparação da musculatura para a solicitação ocupacional diária é substituída por aumento da tensão, dores e desconforto na - e por conta da - realização dos exercícios terapêuticos. Longen (2003) observou em sua pesquisa que: A execução de programas de GL5 deve prezar pela liberdade de expressão e iniciativa própria do trabalhador, não devendo ser imposta como uma tarefa a mais a ser realizada na jornada de trabalho[...] Dessa forma, no estudo de Longen (2003) a eficácia da ginástica loboral esteve “deprimida”, e sua validade terapêutica pôde ser questionada; pode-se afirmar que programas de GL, quando adotados de forma isolada como proposta preventiva de LER/DORT, são extremamente limitados. Por sua vez, a pesquisa de Pinto (2003) possibilitou que fosse levantado outro um aspecto para considerar a ginástica laboral como vigorosa: a individualidade em vez da coletividade na terapia. A aplicação individualizada do programa de ginástica laboral nos cirurgiões dentistas mostrou que esta medida preventiva colocada em prática, mesmo com um grupo de quatro profissionais, contribuiu para minimizar os 5 GL: Ginástica Laboral
  • 7. sintomas. (PINTO, 2003) O social, sob a ótica do relacionamento interpessoal foi um dos resultados benéficos colhidos pela aplicação da ginástica laboral junto aos servidores da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Martins, 2000). Entretanto, essa atividade física esteve inclusa num programa de promoção de saúde, ou seja, outras medidas “coadjuvantes” à implementação da ginástica laboral foram adotadas: ergonomia e informação com palestras mensais e dicas semanais interdependentes. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os benefícios físicos da ginástica laboral é algo incontestável, uma vez que, toda e qualquer atividade física devidamente aplicada é vantajosa. A prevenção do sedentarismo e às doenças cardiovasculares já seriam motivos suficientes para afirmar que a ginástica laboral, sob caráter de atividade física, produz melhor qualidade de vida. Dessa forma, isso se aplica à condição psicológica de uma pessoa; por promover aumento da auto-estima e conseqüentemente da auto-confiança, a ginástica laboral pode levar, no âmbito empresarial, ao aumento do desempenho e da produtividade. Contudo, a prevenção das doenças ocupacionais sem duvida pode ocorrer pelo emprego da ginástica laboral, mas, se a mesma estiver somada a outras atitudes preventivas e havendo, principalmente, a colaboração voluntária dos trabalhadores. Vale, entretanto, ressaltar que o indivíduo não deve ser forçado a fazer o que não quer, ou seja, se o funcionário não quiser aderir a ginástica laboral, sua decisão deve ser respeitada, para que o mesmo não esteja sendo submetido a uma pressão psicológica, comprometendo assim, os benefícios da atividade física. Porém, é necessário o incentivo constante associado à informações que respondam “para quê” e “o porquê” de fazer ginástica laboral. Saber, também, a respeito de LER/ DORT é um outro ponto considerável, apesar de não ter sido abordado por essa pesquisa. Acredita-se que o conhecimento a respeito dos perigos e das conseqüências das LER/ DORT contribui para adesão dos funcionários às medidas preventivas, bem como a atividade física. Sendo assim, podemos concluir que para o setor empresarial, a atividade laboral manifesta efeitos secundários, uma vez que, com o trabalhador primariamente saudável e disposto, sua produtividade e o seu trabalho conseqüentemente melhorarão. Porém, por conta de aspectos como acompanhamento físico individualizado, informação e fatores ergonômicos, o mérito dos resultados de um programa de atividade física para uma empresa ficam “subdivididos”, não permitindo que a ginástica terapêutica ocupacional possa ser devidamente quantificada, mesmo diante de valores que possibilitem qualificá-la. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ABERGO. A ginástica Laboral na prevenção da LER/DORT: solução ou paliativo?. In: BARSOSA, Luís Guilherme. Fisioterapia preventiva nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT's - a fisioterapia do trabalho aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. . p. 132-137 BEMSTAR. Curiosidades no mundo empresarial e saúde. Disponível em: <http://bemstar.ig.com.br/index.php?modulo=corporate_mat>. Acesso em: 23 de junho de 2005. CAMPOS, Sheila. Eficácia da ginástica laboral: medicina esportiva e atividade física, 24 de abril de
  • 8. 2004. Disponível em: <http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias.php?noticiaid=10851&assunto=Medicina%20Esportiva /Atividade%20F%C3%ADsica>. Acesso em: 28 de junho de 2005. CARVALHO, Sérgio H. F. de. Ginástica laboral. Saúde em Movimento, 03 de janeiro de 2003. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=815 >. Acesso em: 21 de junho de 2005. COSTA, Alberto Martins da. Atividade Física e a relação com a qualidade de vida; Ansiedade e depressão em pessoas com seqüelas de acidente vascular isquêmico (AVCI). Tese de doutorado - Universidade Estadual de Campinas. Campinas-SP. 2002. COUTO, José Luiz Viana do. Movimentos repetitivos: risco de acidentes na zona rural. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/ergo6.htm> Acesso em: 30 de junho de 2005. DE PAULA, Cleber. Ginástica laboral: algumas considerações. Secretaria Regional Latino-Americana (UITA), 17 de maio de 2004. Disponível em: <http://www.rel-uita.org/salud/ler/ginastica-laboral.htm> Acesso em: 29 de junho de 2005. Ergonomia e LER/DORT Saúde e Trabalho.net. Disponível em: <http://www.saudeetrabalhonet.com.br/> Acesso em: 10 de maio de 2005. KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. 2ª ed. Editora Atlas, 1999. LIS. Disponível em: <http://lis.bvs.br/xml2html/xmlListT.php?xml%5B%5D=http://lis.bvs.br/lis- Regional/P/define.xml&xsl=http://lis.bvs.br/lis-Regional/home.xsl> Acesso em: 15 de maio de 2005 LONGEN, Willians Cassiano. Ginástica laboral na prevenção de LER/DORT:Um estudo reflexivo em uma linha de produção. Florianópolis, 2003. 130f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. MACIEL, Regina Heloisa.. Prevenção da LER/DORT: o que a ergonomia pode oferecer. Disponível em: <http://www.coshnetwork.org/caderno9%20ler-dort.pdf>. Acesso em 5 de dezembro de 2005. (Cadernos de saúde do trabalhador) MARTINS, Caroline de Oliveira. Universidade Federal de Santa Catarina. Efeitos da ginástica laboral em servidores da reitoria da UFSC. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2000. MILITÃO, Angeliete Garcez. A influência da ginástica laboral para a saúde dos trabalhadores e sua relação com os profissionais que a orientam. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2001. MORAES, Luiz Carlos de. História da educação física. 1999. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/historia.htm>. Acesso em 07 de dezembro de 2005.
  • 9. OLIVEIRA, José Teotônio de. LER - lesão por esforço repetitivo: um conceito falho e prejudicial. Arquivo de Neuro Psiquiatria. v. 57, n.1. São Paulo. 1999. PINTO, Alexandre Crespo Coelho da Silva et. al. A ginástica laboral como ferramenta para melhoria da qualidade de vida no setor de cozinha em restaurantes. Disponível em: <http://www.ergonet.com.br/download/ginastica-cozinhas.pdf> Acesso em: 25 de novembro de 2005. PINTO, Alexandre Crespo Coelho da Silva. Ginástica laboral aplicada à saúde do cirurgião dentista um estudo de caso na secretaria municipal de saúde de Florianópolis – SC. Dissertação de Mestrado em Engenharia da Produção – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2003. 137f. REIS, Pedro Ferreira et. al. O uso da flexibilidade no programa de ginástica laboral compensatória, na melhoria da lombalgia em trabalhadores que executam suas atividades sentados. In: Congresso Internacional de Educação Física – FIEP. Anais... São Paulo, 2003. SBGR. Cartilha sobre LER/ DORT: fatores de risco. Disponível em: <http://www.bangnet.com.br/ler.asp>. Acesso em: 7 de novembro de 2005. SHARKEY, Brian J. Condicionamento físico e saúde. Porto Alegre, Artes Médicas Sul Ltda. 1998. SILVA, Lizandra Mena Barreto et. al. Ferramenta auxiliar para monitoramento da avaliação física. Rev. CCEI – URCAMP, v. 8, n. 03, p. 41-48. Mar 2004. SOUZA, Elizabeth Paoliello Machado de. O universo da ginástica: evolução e abrangencia. In: História da ginástica. Disponivel em: <http://www.ginasticas.com/ginasticas/gin_historia.html>. Acesso em: 12 de setembro de 2006. VIEIRA, Vera Lucia Martins. Prevenção das LER/DORT em pessoas que trabalham sentados e usuários do computador. 21 de agosto de 2000. Disponível em: <http://www.pclq.usp.br/jornal/prevencao.htm>. Acesso em: 21 de novembro de 2005.
  • 10. Quadro 1- Síntese de pesquisas que abordam a ginástica laboral como alternativa de prevenção e tratamento de doenças relacionadas ao trabalho(2005) AUTOR (ANO) POPULAÇÃO ALVO RESULTADOS Pinto (2003) Cirurgiões-dentistas de Belo Horizonte Os dentistas relataram que a ginástica laboral proporcionou alguns benefícios importantes para o desenvolvimento de suas atividades, tais como: maior consciência de hábitos posturais ergonômicos durante o trabalho; melhora no rendimento profissional; importância da realização da ginástica laboral entre um atendimento e outro, sendo favoráveis a sua continuidade; mais disposição para o trabalho; capacidade para identificar as posturas que mais sobrecarregam os músculos e articulações e, dessa forma, evitá-las; importância de realizar trocas de posturas durante os atendimentos, buscando evitar o posicionamento estático e, conseqüentemente, a fadiga muscular. Martins (2000) Servidores da reitoria da UFSC Estando a ginástica laboral incluída num programa de promoção da saúde, todos os trabalhadores que participaram reportaram uma melhoria de 100% no seu bem estar e no seu relacionamento Interpessoal. Pinto et all Trabalhadores envolvidos no setor da cozinha em restaurantes A atividade laboral associada a ergonomia pode trazer benefícios a vida do trabalhador Militão (2001) Funcionários do setor administrativo de quatro empresas participantes do programa de ginástica laboral Os resultados mostraram que a ginástica laboral [...] reduziu significativamente as dores nas costas, de cabeça, nos ombros e pescoço, nos membros superiores e inferiores. Diminuiu também o desânimo, a falta de disposição, insônia e irritabilidade, promovendo uma melhor qualidade de vida do trabalhador. Longen (2003) Trabalhadores da linha de produção de uma empresa pertencente à Cidade Industrial de Curitiba Neste estudo, houve uma redução dos casos de LER/DORT, extremamente alta nos 3 primeiros meses, seguida por uma elevação ao longo de 2 anos, mas que em momento nenhum voltou aos registros iniciais [...] Reis et alii (2003) Trabalhadores que executam suas atividades sentados Em seis meses de ginástica laboral, houve um ganho da flexibilidade da musculatura isquio tibial e uma diminuição significativa dos índices de atestado médico por lombalgia e sintomas de dores lombares.
  • 11. Table 1- Synthesis of researches that approach labor gymnastics as an alternative to prevention and treatment of work related diseases (2005) AUTHOR (YEAR) TARGET POPULATION RESULTS Pinto (2003) Belo-Horizonte Surgeon- dentists The dentists reported that the labor gymnastics brought some important benefits to the development of their activities, such as : Better consciousness of ergonomic posture habits during work time, improvement of working results: importance of labor gymnastics between a patient and another, more aptitude to work ; ability to identify the incorrect postures and avoid them ; importance of changing postures during work time, looking forward to avoid muscle fatigue. Martins (2000) UFSC Chancellory workers Being labor exercises included in a health promotion program , all participants reported a 100% increase in their well-bein@ and in their relationships. Pinto et all Restaurant and kitchen workers Labor activity associated to ergonomy can bring benefits to workers life. Militão (2001) Administrative section employees of four companies that participate in labor gymnastics program The results showed that labor gymnastics [...] reduced a lot backaches , headaches and pain in the shoulders and neck and in the arms and legs. Also reduced tireness , insomnia ,irritability and lack of aptitude promoting a better quality of life. Longen (2003) Industry workers of Curitiba’s industrial City In this study, there was an extremely high reduction of diseases related to repetitive efforts in the first 3 months , and it continued in the following 2 years, and didn’t came back to the inicial records [...] Reis et alii (2003) People that work sat down Within six months of labor gymnastics, There were an increase of muscles flexibility and a sinificative reduction of backaches and its symptoms reported by physicians.