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   “o conhecimento não poderia ser
    concebido como algo predeterminado
    nas estruturas internas do indivíduo, pois
    que estas resultam de uma construção
    efetiva e contínua, nem nos caracteres
    preexistentes do objeto, pois que estes
    só são conhecidos graças à mediação
    necessária dessas estruturas; e estas
    estruturas os enriquecem e enquadram
    (pelo menos situando-os no conjunto
    dos possíveis). “
 Ato biológico que visa a adaptação ao
  meio
 Tende ao equilíbrio e à organização
 Não se separa do todo do org
   método capaz de oferecer os controles
    e, sobretudo, de retornar às fontes,
    portanto à gênese mesma dos
    conhecimentos de que a epistemologia
    tradicional apenas conhece os estados
    superiores, isto é, certas resultantes. O
    que se propõe a epistemologia
    genética é pois pôr a descoberto as
    raízes das diversas variedades de
    conhecimento, desde as suas formas
    mais elementares, e seguir sua evolução
    até os níveis seguintes, até, inclusive, o
    pensamento científico.
   É interdisciplinar
   não existem jamais conhecimentos
    absolutos.
   tudo é gênese: “afirmar a necessidade de
    recuar à gênese não significa de modo
    algum conceder um privilégio a tal ou qual
    fase considerada primeira, absolutamente
    falando: é, pelo contrário, lembrar a
    existência de uma construção indefinida e,
    sobretudo, insistir no fato de que, para
    compreender suas razões e seu
    mecanismo, é preciso conhecer todas as
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   “se encontrará nestas páginas a exposição de
    uma epistemologia que é naturalista sem ser
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    do sujeito sem ser idealista, que se apóia
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    como um limite (existente, portanto,
    independentemente de nós, mas jamais
    completamente atingido) e que, sobretudo, vê
    no conhecimento uma elaboração contínua: é
    este último aspecto da epistemologia genética
    que suscita mais problemas e são estes que se
    pretende equacionar bem assim como discutir
    exaustivamente.”
   PSICOGENESE De uma parte, o conhecimento
    não procede, em suas origens, nem de um
    sujeito consciente de si mesmo nem de objetos
    já constituídos (do ponto de vista do sujeito) que
    a ele se imporiam. O conhecimento resultaria de
    interações que se produzem a meio caminho
    entre os dois, dependendo, portanto, dos dois
    ao mesmo tempo, mas em decorrência de uma
    indiferenciação completa e não de intercâmbio
    entre formas distintas. De outro lado, e, por
    conseguinte, se não há, no início, nem sujeito, no
    sentido epistemológico do termo, nem objetos
    concebidos como tais, nem, sobretudo,
    instrumentos invariantes de troca, o problema
    inicial do conhecimento será pois o de elaborar
    tais mediadores.”
   Com efeito, o instrumento de troca inicial não é a
    percepção, como os racionalistas demasiado
    facilmente admitiram do empirismo, mas, antes, a
    própria ação em sua plasticidade muito maior.
   Se existe uma indiferenciação entre o sujeito e o
    objeto ao ponto que o primeiro não se conhece
    nem mesmo como fonte de suas ações, por que
    seriam elas centradas no corpo próprio ao passo
    que a atenção estaria fixada no exterior? O termo
    "egocentrismo radical" de que nos valemos para
    designar esta centração pode, ao invés, parecer
    evocar um eu consciente (e é ainda mais o caso
    do "narcisismo" freudiano ao passo que se trata de
    um narcisismo sem Narciso). De fato, a
    indiferenciação e a centração das ações
    primitivas importam ambas em um terceiro
    aspecto que lhes é geral: elas ainda não estão
    coordenadas entre si.
   BIOGENESE: AUTO-REGULACAO
   ONTOGENESE REPETE A FILOGENESE
   tendência intrínseca ao equilíbrio
   no curso da gênese, o conhecimento
    procede
   Acomodacao e assimilacao
   A construção do conhecimento ocorre
    quando acontecem ações físicas ou
    mentais sobre objetos que, provocando
    o desequilíbrio, resultam em assimilação
    ou, acomodação e assimilação dessas
    ações e, assim, em construção de
    esquemas ou conhecimento. Em outras
    palavras, uma vez que a criança não
    consegue assimilar o estímulo, ela tenta
    fazer uma acomodação e após, uma
    assimilação e o equilíbrio é, então,
    alcançado.
  Esquema:
- um arquivo de dados na nossa cabeça. Os
   esquemas são análogos às fichas deste arquivo,
   ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas
   pelas quais os indivíduos intelectualmente
   organizam o meio.
   São estruturas que se modificam com o
   desenvolvimento mental e que tornam-se mais
   refinadas à medida em que a criança torna-se
   mais apta a generalizar os estímulos.
   - os esquemas cognitivos do adulto são derivados
   dos esquemas sensório-motores da criança e, os
   processos responsáveis por esses mudanças nas
   estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
 Assimilação:
 É o processo cognitivo de colocar
  (classificar) novos eventos em esquemas
  existentes. É a incorporação de elementos
  do meio externo (objeto,
  acontecimento, ...) a um esquema ou
  estrutura do sujeito.
  Em outras palavras, é o processo pelo qual
  o indivíduo cognitivamente capta o
  ambiente e o organiza possibilitando,
  assim, a ampliação de seus esquemas.
  Na assimilação o indivíduo usa as estruturas
  que já possui.
 Acomodação:
 É a modificação de um esquema ou de uma
  estrutura em função das particularidades do
  objeto a ser assimilado.
  A acomodação pode ser de duas formas,
  visto que se pode ter duas alternativas:
  Criar um novo esquema no qual se possa
  encaixar o novo estímulo, ou
 Modificar um já existente de modo que o
  estímulo possa ser incluído nele.
 Após ter havido a acomodação, a criança
  tenta novamente encaixar o estímulo no
  esquema e aí ocorre a assimilação.
  Por isso, a acomodação não é determinada
  pelo objeto e sim pela atividade do sujeito
  sobre este, para tentar assimilá-lo.
  O balanço entre assimilação e
  acomodação é chamado de adaptação.
 Equilibração:
É o processo da passagem de uma
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  de maior equilíbrio. Uma fonte de
  desequilíbrio ocorre quando se espera
  que uma situação ocorra de
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  acontece.
   é o mecanismo de adaptação do organismo a
    uma situação nova e, como tal, implica a
    construção contínua de novas estruturas. Esta
    adaptação refere-se ao mundo exterior, como
    toda adaptação biológica. Desta forma, os
    indivíduos se desenvolvem intelectualmente a
    partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo
    meio que os cercam. A inteligência humana
    pode ser exercitada, buscando um
    aperfeiçoamento de potencialidades, que
    evolui "desde o nível mais primitivo da
    existência, caracterizado por trocas bioquímicas
    até o nível das trocas simbólicas" (Ramozzi-
    Chiarottino apud Chiabai: 1990: 3).
   Não existe estrutura sem gênese, nem gênese sem
    estrutura” (Piaget).
    A estrutura de maturação do indivíduo sofre um
    processo genético e a gênese depende de uma
    estrutura de maturação.
   o indivíduo só recebe um determinado conhecimento
    se estiver preparado para recebê-lo.
   dois pólos da atividade inteligente: assimilação e
    acomodação. É assimilação na medida em que
    incorpora a seus quadros todo o dado da experiência
    ou ëstruturação por incorporação da realidade exterior
    a formas devidas à atividade do sujeito (Piaget, 1982). É
    acomodação na medida em que a estrutura se
    modifica em função do meio, de suas variações. A
    adaptação intelectual constitui-se então em um
    "equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador
    e uma acomodação complementar" (Piaget, 1982).
   O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no
    período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16
    anos. Piaget diz que a embriologia humana
    evolui também após o nascimento, criando
    estruturas cada vez mais complexas. A
    construção da inteligência dá-se portanto
    em etapas sucessivas, com complexidades
    crescentes, encadeadas umas às outras. A
    isto Piaget chamou de “construtivismo
    sequencial”.

          A seguir os períodos em que se dá este
    desenvolvimento motor, verbal e mental.
Período Sensório-Motor - do nascimento aos 2 anos,
aproximadamente.
    A ausência da função semiótica é a principal
característica deste período. A inteligência trabalha
  • .
através das percepções (simbólico) e das ações
(motor) através dos deslocamentos do próprio corpo.
É uma inteligência iminentemente prática. Sua
linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à
palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água)
já que não representa mentalmente o objeto e as
ações. Sua conduta social, neste período, é de
isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).
dos 2 anos aos 4 anos

surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem,
do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar
imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da
fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de
   • .
formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação
de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). O
indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi
'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo
coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam
as argumentações dos outros. Sua socialização é vivida de forma
isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são
constantemente trocados.
4 anos aos 7 anos, aproximadamente.
      Já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a
  “idade dos porquês”, pois o indíviduo pergunta o tempo
  todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a
• fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua
    .
  centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de
  organizar coleções e conjuntos sem no entanto incluir
  conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto
  de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém
  uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua
  resposta às palavras do companheiro.
      Os Períodos Simbólico e Intuitivo são também
  comumente apresentados como Período Pré-Operatório.
Período Operatório Concreto - dos 7 anos aos 11 anos,
aproximadamente.
    É o período em que o indivíduo consolida as conservações de
número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar
elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos,
   • .
organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua
organização social é a de bando, podendo participar de grupos
maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender
regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A
conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada),
sem que no entanto possam discutrir diferentes pontos de vista
para que cheguem a uma conclusão comum.
dos 11 anos em diante.
    É o ápice do desenvolvimento da inteligência e
corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo
ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para
    • .
calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em
proveito de interesses orientados para o futuro. É,
finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir
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  • 1.
  • 2. “o conhecimento não poderia ser concebido como algo predeterminado nas estruturas internas do indivíduo, pois que estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nos caracteres preexistentes do objeto, pois que estes só são conhecidos graças à mediação necessária dessas estruturas; e estas estruturas os enriquecem e enquadram (pelo menos situando-os no conjunto dos possíveis). “
  • 3.  Ato biológico que visa a adaptação ao meio  Tende ao equilíbrio e à organização  Não se separa do todo do org
  • 4. método capaz de oferecer os controles e, sobretudo, de retornar às fontes, portanto à gênese mesma dos conhecimentos de que a epistemologia tradicional apenas conhece os estados superiores, isto é, certas resultantes. O que se propõe a epistemologia genética é pois pôr a descoberto as raízes das diversas variedades de conhecimento, desde as suas formas mais elementares, e seguir sua evolução até os níveis seguintes, até, inclusive, o pensamento científico.
  • 5. É interdisciplinar  não existem jamais conhecimentos absolutos.  tudo é gênese: “afirmar a necessidade de recuar à gênese não significa de modo algum conceder um privilégio a tal ou qual fase considerada primeira, absolutamente falando: é, pelo contrário, lembrar a existência de uma construção indefinida e, sobretudo, insistir no fato de que, para compreender suas razões e seu mecanismo, é preciso conhecer todas as suas fases, ou, pelo menos, o máximo possível. “
  • 6. “se encontrará nestas páginas a exposição de uma epistemologia que é naturalista sem ser positivista, que põe em evidência a atividade do sujeito sem ser idealista, que se apóia também no objeto sem deixar de considerá lo como um limite (existente, portanto, independentemente de nós, mas jamais completamente atingido) e que, sobretudo, vê no conhecimento uma elaboração contínua: é este último aspecto da epistemologia genética que suscita mais problemas e são estes que se pretende equacionar bem assim como discutir exaustivamente.”
  • 7. PSICOGENESE De uma parte, o conhecimento não procede, em suas origens, nem de um sujeito consciente de si mesmo nem de objetos já constituídos (do ponto de vista do sujeito) que a ele se imporiam. O conhecimento resultaria de interações que se produzem a meio caminho entre os dois, dependendo, portanto, dos dois ao mesmo tempo, mas em decorrência de uma indiferenciação completa e não de intercâmbio entre formas distintas. De outro lado, e, por conseguinte, se não há, no início, nem sujeito, no sentido epistemológico do termo, nem objetos concebidos como tais, nem, sobretudo, instrumentos invariantes de troca, o problema inicial do conhecimento será pois o de elaborar tais mediadores.”
  • 8. Com efeito, o instrumento de troca inicial não é a percepção, como os racionalistas demasiado facilmente admitiram do empirismo, mas, antes, a própria ação em sua plasticidade muito maior.  Se existe uma indiferenciação entre o sujeito e o objeto ao ponto que o primeiro não se conhece nem mesmo como fonte de suas ações, por que seriam elas centradas no corpo próprio ao passo que a atenção estaria fixada no exterior? O termo "egocentrismo radical" de que nos valemos para designar esta centração pode, ao invés, parecer evocar um eu consciente (e é ainda mais o caso do "narcisismo" freudiano ao passo que se trata de um narcisismo sem Narciso). De fato, a indiferenciação e a centração das ações primitivas importam ambas em um terceiro aspecto que lhes é geral: elas ainda não estão coordenadas entre si.
  • 9. BIOGENESE: AUTO-REGULACAO  ONTOGENESE REPETE A FILOGENESE  tendência intrínseca ao equilíbrio  no curso da gênese, o conhecimento procede  Acomodacao e assimilacao
  • 10.
  • 11.
  • 12. A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Em outras palavras, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e após, uma assimilação e o equilíbrio é, então, alcançado.
  • 13.  Esquema: - um arquivo de dados na nossa cabeça. Os esquemas são análogos às fichas deste arquivo, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio. São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que tornam-se mais refinadas à medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos. - os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança e, os processos responsáveis por esses mudanças nas estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
  • 14.  Assimilação:  É o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objeto, acontecimento, ...) a um esquema ou estrutura do sujeito. Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas. Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui.
  • 15.  Acomodação:  É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas: Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou  Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.  Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação. Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo. O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.
  • 16.  Equilibração: É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada maneira, e esta não acontece.
  • 17. é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam. A inteligência humana pode ser exercitada, buscando um aperfeiçoamento de potencialidades, que evolui "desde o nível mais primitivo da existência, caracterizado por trocas bioquímicas até o nível das trocas simbólicas" (Ramozzi- Chiarottino apud Chiabai: 1990: 3).
  • 18. Não existe estrutura sem gênese, nem gênese sem estrutura” (Piaget).  A estrutura de maturação do indivíduo sofre um processo genético e a gênese depende de uma estrutura de maturação.  o indivíduo só recebe um determinado conhecimento se estiver preparado para recebê-lo.  dois pólos da atividade inteligente: assimilação e acomodação. É assimilação na medida em que incorpora a seus quadros todo o dado da experiência ou ëstruturação por incorporação da realidade exterior a formas devidas à atividade do sujeito (Piaget, 1982). É acomodação na medida em que a estrutura se modifica em função do meio, de suas variações. A adaptação intelectual constitui-se então em um "equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador e uma acomodação complementar" (Piaget, 1982).
  • 19. O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo sequencial”.        A seguir os períodos em que se dá este desenvolvimento motor, verbal e mental.
  • 20. Período Sensório-Motor - do nascimento aos 2 anos, aproximadamente. A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha • . através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência iminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).
  • 21. dos 2 anos aos 4 anos surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de • . formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). O indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.
  • 22. 4 anos aos 7 anos, aproximadamente. Já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o indíviduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a • fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua . centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos sem no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro. Os Períodos Simbólico e Intuitivo são também comumente apresentados como Período Pré-Operatório.
  • 23. Período Operatório Concreto - dos 7 anos aos 11 anos, aproximadamente. É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, • . organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que no entanto possam discutrir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.
  • 24. dos 11 anos em diante. É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para • . calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite que a linguagem se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.