SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Resolução Política do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores




RESOLUÇÃO POLÍTICA DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PT
Aumenta o contraste entre o neoliberalismo em crise nos países até agora chamados de
“desenvolvidos” e o desenvolvimento na América Latina e em outras regiões do mundo. A recente
criação da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) e também com o
anúncio, feito pela Unasul, de grandes investimentos estruturantes na região são demonstrações
evidentes de que o cenário latino-americano segue distinto daquele que prevalece na Europa,
Estados Unidos e Japão.
Isto acontece porque em importantes países da região, o povo elegeu governos comprometidos com
políticas desenvolvimentistas, nas quais o Estado tem um importante papel regulador, coordenador
e indutor, e que se caracterizam pela ampliação do mercado interno, na integração regional,
combinadas com políticas de ampliação da qualidade de vida e da democracia. As recentes eleições
na Nicarágua e Argentina confirmam isto.
Um dos principais desafios dos governos progressistas e de esquerda latino-americanos (e
caribenhos) é, exatamente, garantir que o processo de desenvolvimento que está em curso na região
seja mantido, aprofundado e que não seja bloqueado pela crise internacional.
O mundo está imerso em uma crise profunda, de longa duração e de conseqüências imprevisíveis.
Trata-se de uma crise do capitalismo neoliberal, acentuada pelo declínio da hegemonia dos Estados
Unidos e pelo deslocamento do centro geopolítico mundial, do Norte para o Sul e do Ocidente para
o Oriente.
Frente a esta crise, os governos dos Estados Unidos, da Europa e do Japão insistem em soluções
neoliberais e acentuam um comportamento imperialista, que visa ter controle sobre regiões
produtoras de matérias-primas. As ameaças contra o Irã, se levadas a cabo, podem desembocar em
uma guerra em larga escala, desfecho que a política externa do Brasil busca sempre impedir.
A política monetária expansionista dos Estados Unidos e o ajuste fiscal ortodoxo na Europa
constituem diferentes expedientes para transferir o custo da crise para as camadas populares de seus
próprios países e para as periferias do mundo.
Os resultados da crise e a ação das forças conservadoras da Europa e EUA estão solapando e
tentando destruir conquistas sociais e, para atingir este objetivo, incentivam um ambiente de
conservadorismo e desrespeito à democracia. O cancelamento do plebiscito na Grécia é um indício
nessa direção.
A crise internacional de 2008, e os seus desdobramentos atuais, tem como causa principal a
hegemonia das forças políticas neoliberais que ascenderam ao poder nos anos 80 nos países até
agora chamados “centrais”. Essas forças alinhadas ao mercado promoveram privatizações,
aprofundaram desigualdades sociais e atacaram conquistas sociais e democráticas dos
trabalhadores. Uma de suas ações principais foi a desregulação do sistema financeiro, que resultou
em uma escalada especulativa sem precedentes, na alavancagem abusiva de alguns dos maiores
bancos do planeta, obrigando muitos países a multiplicarem sua dívida soberana para salvarem
instituições privadas que demonstraram não ter nenhuma responsabilidade ou compromisso social.
A crise, profunda, de longa duração e de conseqüências imprevisíveis tem levado de roldão milhões
de empregos, benefícios sociais, governos e partidos que se dobraram ao poder do capital
financeiro, este sim principal fautor e beneficiário da crise. Assume uma dimensão política, que fica
evidente com os resultados eleitorais recentes, com os protestos sociais crescentes e com as
soluções tecnocráticas adotadas na escolha do primeiro-ministro da Itália e da Grécia. Trata-se, ao
mesmo tempo, de uma crise do modelo da gestão e dos valores do neoliberalismo.
A crise é agravada pela atitude dos partidos social-democratas europeus, que não conseguiram
construir uma alternativa consistente às políticas neoliberais, e acabaram por se render a elas. Na
Grécia, Espanha e Portugal os partidos social–democratas cederam às imposições da direita que
comanda a União Européia e assumiram como suas as medidas antipopulares, sem apontar os
verdadeiros culpados pela crise nem buscar alternativas democrático-populares para enfrentá-la.
Isto ajuda a entender por quais motivos as fortes mobilizações sociais que vem ocorrendo em
diversos países europeus, não impediram a vitória dos partidos de direita nas recentes eleições em
Portugal e Espanha.
A crise está afetando, em maior ou menor medida, todos os países, inclusive os chamados BRICS. A
depender do impacto que tenha sobre a China, que possui vínculos profundos com os Estados
Unidos, a crise pode se tornar ainda mais profunda.
O Brasil conseguiu resistir aos efeitos do primeiro momento da crise em 2008/2009, segue
resistindo e deve aproveitar o momento para dar um salto no seu processo de desenvolvimento.
Ao contrário dos vaticínios da oposição e na maré oposta da Europa, nos oito anos do governo Lula
e neste primeiro ano do mandato da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil segue na rota do
crescimento econômico com geração de empregos, distribuição de renda e inclusão social. Diante
da crise, nosso governo vem adotando medidas adequadas, sendo as mais recentes a decisão de
reduzir a taxa Selic, a expansão responsável do crédito e a proteção à indústria nacional, que deve
se apoiar em medidas cambiais, na expansão do mercado interno e do emprego. Além do que,
prossegue na valorização do salário mínimo, no empenho para erradicar a pobreza extrema, na
ampliação dos programas sociais, no fortalecimento do SUS, no combate ao crime organizado e na
prioridade na elevação da qualidade do ensino público no País.
Agora, frente à crise internacional, é preciso combinar de forma mais arrojada a integração
econômica e política da América Latina com um conjunto de variáveis necessárias no plano interno
para elevar o investimento público, ampliar o emprego e as políticas sociais, elevar os ganhos das
classes trabalhadores, da agricultura familiar e dos setores médios urbanos. Entre essas variáveis
destacam-se a aceleração da queda sustentável da taxa de juros e a proteção da indústria nacional,
incluindo medidas cambiais.
Vale ressaltar que a recente atualização da metodologia de cálculo do IPCA, possibilitada pelos
estudos do IBGE, confirma ser possível manter a inflação no centro da meta traçada pelas
autoridades econômicas. E viabiliza reduzir com mais segurança a taxa Selic, bem como baixar o
spread bancário, que onera em demasia o crédito ao consumidor.
O PT, que vem apoiando as iniciativas de enfrentamento da crise, acha importante que os
formuladores da política econômica do governo analisem alternativas que têm sido propostas por
organizações progressistas, tais como uma regulação mais rigorosa do sistema financeiro mundial, a
implantação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais, bem como a implantação do
chamado piso de proteção social em países onde a crise é mais aguda. Opções nesta direção vêm
sendo estudadas por economistas progressistas, agora reunidos na Rede Desenvolvimentista, com
quem nos congratulamos.
O nosso compromisso com o crescimento econômico, com a distribuição de renda, com o combate
à pobreza e o fim da miséria, base do nosso projeto democrático e popular, é essencial para a
disputa política contra a direita. Mas essa base material e social só se efetiva politicamente com a
construção da hegemonia democrática e popular, de perspectiva socialista, representada pelo nosso
projeto de país e de mundo, como orientou nosso 4o. Congresso.
Ao reconhecer que “é mais fácil falar do futuro do Euro do que o do PSDB”, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso reconheceu a profunda crise programática do neoliberalismo brasileiro.
Descreveu a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do
país. Se o Brasil ainda estivesse sob o jugo dos tucanos estaria arremetido no turbilhão da crise
internacional, com milhões de desempregados e se veria face a novas privatizações e ameaças à
soberania nacional.
Isto não significa que devamos subestimar a oposição, que conta com forte apoio na mídia e no
Congresso, em setores do grande empresariado, dirige governos importantes e, mesmo sendo
minoritária na sociedade, possui bases eleitorais significativas. Sua ação, no entanto, hoje se
desenrola no plano das denúncias sem coragem de assumir suas concepções econômicas e sociais
que são da mesma natureza daquelas geradoras da crise internacional.
Uma das maneiras de enfrentar a direita é contribuir para aprofundar os esforços que o governo
Dilma vem fazendo para aperfeiçoar a democracia. São significativos os avanços com a sanção da
Lei do Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade, cujas investigações poderão
apoiar a busca por justiça a que têm direito as famílias das vítimas da repressão.
O governo Dilma prossegue garantindo a participação popular na definição das políticas
governamentais com a realização de conferências nacionais, no diálogo com os movimentos sociais
—que precisa ser amplificado—, nas iniciativas que valorizam a presença das mulheres na política,
nas ações de afirmação da igualdade racial e de combate ao preconceito.
Coerente com sua luta contra a corrupção sistêmica no Estado brasileiro, inclusive tendo
companheiros assassinados e muitos em constante ameaça por esta causa, o PT reafirma seu apoio
ao sistemático trabalho preventivo e de controle republicanos. A construção da Controladoria Geral
de União, o investimento na profissionalização e na autonomia operacional da Polícia Federal, os
portais da transparência das contas públicas, os novos sistemas públicos de auditagem nos repasses
das verbas federais para os municípios, o investimento na formação de uma ética pública cidadã
indicam um inédito padrão republicano de combate à corrupção conquistado nos governos Lula e
Dilma.
Corrupção não é um problema apenas do Estado, mas das relações entre os interesses econômicos –
sobretudo os mais poderosos – com o Estado. Por isso, para nós, é fundamental a participação e o
controle dos cidadãos na gestão do Estado, a construção de procedimentos republicanos que
promovam e assegurem o interesse público, e também o financiamento público das campanhas
eleitorais.
Persistem ainda os desafios maiores e de mais longo prazo - muitos deles resultantes dos períodos
de baixo crescimento e descaso para com o desenvolvimento nacional, como nas décadas de 80 e 90
– e exigem atenção redobrada e políticas inovadoras, visando ao desenvolvimento nacional.
Continuam na ordem do dia os gargalos na infra-estrutura e a redução da desigualdade social,
apesar de avanços na infraestrutura e da enorme inclusão promovida pelos nossos dois governos.
É papel do nosso partido defender os direitos dos trabalhadores e somar-se às suas lutas históricas
no caminho do fortalecimento da classe trabalhadora nas relações capital/trabalho e nas conquistas
de avanços no mundo do trabalho, como a redução da jornada e melhorias salariais. Contribuirá
para isso instituir o princípio da negociação coletiva nas relações trabalhistas, o respeito à
organização sindical autônoma, enfim, um sistema amplamente democrático de relações do
trabalho, com liberdade e autonomia sindical, através da adoção pelo Brasil da Convenção 87 da
OIT. Estas questões se revestem de fundamental importância para resistir à nova ofensiva
conservadora e neoliberal que pretende a jogar a solução para a crise na flexibilização dos direitos
dos trabalhadores. Ademais, o fortalecimento da classe trabalhadora e a melhoria da renda são
imprescindíveis na estratégia da defesa da economia nacional e dinamização do mercado interno.
No debate em curso a respeito dos royalties do pré-sal, que aguarda decisão do Congresso Nacional,
o PT entende que o Pré-Sal é o nosso passaporte para uma revolução educacional, científica e
tecnológica, e não cabe ser reduzido nem a instrumento de uma genérica distribuição difusa de
recursos entre entes federativos, nem a uma panacéia para todos os problemas nacionais.
O DN denuncia o comportamento da multinacional Chevron, que, concessionária de área de
exploração, deve ser rigorosamente responsabilizada pela prática de crime ambiental. A
concessionária Chevron foi flagrada mentindo sobre as causas e sua própria reação ao acidente no
“campo de frade” sob sua responsabilidade. Enquanto as evidências apontam para sua tentativa de
extrapolar a concessão penetrando na área do pré-sal, a direção da Chevron partiu para intriga e
acusações à Polícia Federal, ao Ministério das Minas e Energia e a Agência Nacional de Petróleo. O
PT reafirma seu apoio à revisão da legislação do petróleo, ora em curso no Congresso Nacional, e
considera que a Chevron deve ser tratada com toda a firmeza prevista na legislação.
Tal episódio chama a atenção para as tarefas do desenvolvimento ambientalmente sustentável, que
requerem providências próprias e a consideração de diferentes variáveis que assegurem um
desenvolvimento de longo prazo ao país em harmonia com a necessária saúde ambiental. Exemplo
disso é a política de redução de emissão de gases de efeito estufa onde o Brasil assume a meta de
até 38% de redução de CO2 até 2020 e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que visa solucionar o
problema dos lixões que hoje atinge mais de 70% dos municípios brasileiros. O Brasil está entre os
países com o maior sistema de energia limpa do mundo, e deve continuar avançando no uso de
tecnologias que buscam equacionar a qualidade da energia oferecida com a redução de danos sócio-
ambientais.
Na recente Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de Durban, a COP-17, ficaram
evidentes os avanços do Brasil no que tange a consecução das metas estabelecidas em Copenhague.
No combate ao desmatamento, em 2011 o Brasil alcançou uma redução de 66% em relação à média
de desmate verificada entre os anos de 1996 e 2005. Isso se refletiu na redução das emissões de
CO2 desde 2005 até hoje, resultado este que possivelmente coloca o Brasil na liderança mundial no
ranking de redução de emissões. A COP-17 contou também com decisiva participação da
representação brasileira, possibilitando diversos avanços, destacando-se a prorrogação do protocolo
de Kyoto, a viabilização do Fundo Verde Climático, e a criação de um novo acordo climático que
deve vigorar a partir de 2020, com a participação agora dos EUA e da China.
A Conferência Rio + 20, antecedida do FSM temático em Porto Alegre, será um momento político
importante para a contraposição desses modelos antagônicos. Será uma oportunidade de reafirmar,
em articulação com outros governos, partidos e movimentos sociais progressistas e de esquerda na
América Latina e no mundo, a superioridade do modelo de desenvolvimento democrático e popular
que defendemos sustentável tanto do ponto de vista ambiental quanto social, com eliminação da
pobreza, redução das desigualdades, distribuição de renda e da riqueza e aprofundamento da
democracia. Será, também, uma excelente oportunidade de prosseguir nosso protagonismo na
defesa do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental, tal como o fizemos na Conferência
Mundial do Clima, em Copenhague, na recente Conferência de Durban e tal como tem feito o nosso
partido no Congresso Nacional na votação do Código Florestal.
A crise internacional é uma ocasião para recolocar em nossa ação governamental, no Congresso
Nacional e, na ação do partido como nossos aliados, na sociedade a Reforma Tributária, não apenas
como uma redivisão e reoganização federativa dos tributos, mas que, defendendo o papel decisivo
dos tributos para o Estado exercer seu papel no desenvolvimento e na distribuição da riqueza,
enfrente desde já, com ousadia, a questão da progressividade tributária, taxando mais os mais ricos
e menos as classes populares, ao contrário do sistema regressivo ainda vigente.
No conjunto de nossas tarefas, a reforma política—que institua o financiamento público exclusivo
das campanhas eleitorais, as listas partidárias, a ampliação da participação popular, da paridade de
gêneros, entre outros aspectos – continua em pauta, ainda que adiada no Congresso Nacional. Esta é
uma bandeira do PT, que continuaremos empunhando antes, durante e depois da campanha eleitoral
próxima.
Igualmente devemos prosseguir na luta pela democratização da comunicação, aprovando no
Congresso o Marco Civil da Internet, além da instituição do Marco Regulatório, tal como detalhado
na Resolução deste DN sobre comunicação.
O processo de formação da opinião pública democrática no país está gravemente privatizado,
controlado por grandes empresas de comunicação, o que tem resultado em fortes restrições ao
pluralismo de opiniões, distorção ou censura sistemática de informações, além do silenciamento de
vastos setores da população (trabalhadores, negros, pobres, mulheres), que não têm seus interesses,
aspiração e direitos acolhidos na agenda desta mídia empresarial. Lutamos por mais democracia na
comunicação, mais liberdade de expressão, mais pluralismo na opinião e na informação, mais
direito de fala a aqueles que nunca tiveram voz na história brasileira.
O PT tem dedicado sua organização e ação partidária, com grande unidade, à defesa de nosso
governo e de nosso projeto nacional referendado pela maioria da sociedade brasileira nas eleições
de 2010. Ao mesmo tempo tem desenvolvido outras tarefas históricas que lhe cabem, como a luta
por novos avanços no sentido da igualdade econômica, política e social, o aprofundamento da
democracia, a contínua relação com os movimentos sociais, buscando dialogar seja com as mais
conhecidas formas de organização da sociedade civil, seja com os novos atores sociais,
especialmente a juventude que se apropria mais facilmente de novas formas de comunicação e que
busca novas formas de ação política. Este será um dos nossos maiores desafios políticos, que ainda
não resolvemos: entender e integrar com sua especificidade, no nosso projeto nacional socialmente
justo e soberano, a contribuição inovadora da juventude.
Realizamos em setembro a segunda fase do nosso 4º Congresso Nacional, cujo tema central era a
reforma do Estatuto. Os resultados deste Congresso mostraram que persiste viva em nosso partido a
construção de uma sociedade pautada pelos ideais da igualdade política, social e econômica,
simbolizada neste Congresso especialmente pela aprovação da paridade entre mulheres e homens
nas direções e demais organismos e representações partidárias, também pela aprovação de outras
medidas como a representação étnico-racial e a representação da juventude nas direções partidárias
e construção de uma forte instância da juventude organizada por diretrizes construídas em seus
congressos próprios, tais como o 2º Congresso realizado em novembro.
O 4º Congresso do PT reafirmou também que as campanhas de filiação ao partido e as decisões
internas devem conciliar o crescimento numérico com nossa unidade ideológica, de tal modo que o
PT continue a se referendar nos valores do socialismo democrático e na sua contínua atualização
como tarefa coletiva. É fundamental que todas as instâncias partidárias assumam a campanha de
filiação deflagrada pelo nosso programa de TV e que deverá estar de acordo com as mudanças
estatutárias realizadas pelo 4o. Congresso.
É para sustentar e ampliar o apoio ao nosso projeto nacional que entramos na disputa eleitoral de
2012. Como já enfatizamos em resoluções anteriores, as eleições municipais serão um momento de
fortalecimento do PT, principal partido dos que dão respaldo ao governo Dilma—o que exige muita
unidade interna entre nós, harmonizando no objetivo comum as aspirações individuais. Neste
aspecto, por sinal, a definição de candidaturas em São Paulo e Porto Alegre atestam a disposição da
militância de entender a unidade como um instrumento para chegar à vitória nas urnas.
As eleições de 2012 serão uma oportunidade para defender nosso projeto democrático de
desenvolvimento, de universalização de direitos e de instituição de novos direitos sociais, projeto
que geralmente sintetizamos como modo petista de governar, eficiente, inovador e transformador.
As eleições serão também um momento de unidade programática com nossos aliados,
compreendendo a necessidade de alianças que devem levar em conta a legítima aspiração de cada
partido ao seu crescimento e a posição relativa de força de cada um na sociedade. Para avançar
neste caminho complexo, o 4º Congresso Nacional do PT definiu as diretrizes gerais que serão
nosso guia político neste processo, a Escola Nacional de Formação dirigirá um trabalho sistemático
de formação específica para nossas candidaturas, e a Direção Nacional, especialmente através de
sua Comissão de Acompanhamento das Eleições de 2012, com as Comissões Executivas Estaduais,
acompanhará e incidirá, dentro das normas estatutárias, para o sucesso de nosso projeto nacional em
mais este momento da democracia e das instituições brasileiras.


DiretórioNacional do PT
13 de dezembro de 2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futurosO gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futurosFernando Alcoforado
 
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...Fernando Alcoforado
 
Como superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasil
Como superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasilComo superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasil
Como superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasilFernando Alcoforado
 
Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07
Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07
Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07Lucas Barbosa Pelissari
 
A transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incerteza
A transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incertezaA transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incerteza
A transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incertezaClaudio Santos
 
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IPolítica, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IUFPB
 
Caderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJ
Caderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJCaderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJ
Caderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJseperiodasostrasecasimiro
 
Quando a dívida aumenta a democracia encolhe 1-
Quando a dívida aumenta a democracia encolhe  1-Quando a dívida aumenta a democracia encolhe  1-
Quando a dívida aumenta a democracia encolhe 1-GRAZIA TANTA
 
Articulação de esquerda análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...
Articulação de esquerda   análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...Articulação de esquerda   análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...
Articulação de esquerda análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...Partido dos Trabalhadores
 
Rui rio moção de estratégia global
Rui rio moção de estratégia globalRui rio moção de estratégia global
Rui rio moção de estratégia globalpsdruirio
 
Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...
Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...
Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...Fernando Alcoforado
 
DS tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)
DS   tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)DS   tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)
DS tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)Sofia Cavedon
 
Agenda para a Decada
Agenda para a DecadaAgenda para a Decada
Agenda para a Decadajoaonuno87
 
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasilEm marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasilFernando Alcoforado
 
Carta desenvolvimentista ii
Carta desenvolvimentista iiCarta desenvolvimentista ii
Carta desenvolvimentista iiGusthavo Santana
 
Falacias e mitos do desenvolvimento social
Falacias e mitos do desenvolvimento socialFalacias e mitos do desenvolvimento social
Falacias e mitos do desenvolvimento socialLuciana Demarchi
 

Mais procurados (20)

O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futurosO gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
O gigantesco impasse político do brasil e seus cenários futuros
 
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
Em defesa de uma nova assembleia constituinte para superar a crise atual no b...
 
Como superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasil
Como superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasilComo superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasil
Como superar os atuais problemas econômicos e político institucionais do brasil
 
Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07
Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07
Balançoconjunturaldasituaçãodo brasil grupobrasilmar07
 
A transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incerteza
A transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incertezaA transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incerteza
A transformação do trabalho e a formação profissional na sociedade da incerteza
 
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IPolítica, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte I
 
12 anos de governos do pt
12 anos de governos do pt12 anos de governos do pt
12 anos de governos do pt
 
O brasil tem futuro sombrio
O brasil tem futuro sombrioO brasil tem futuro sombrio
O brasil tem futuro sombrio
 
Caderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJ
Caderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJCaderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJ
Caderno de Teses Gerais do XIV Congresso do Sepe/RJ
 
Quando a dívida aumenta a democracia encolhe 1-
Quando a dívida aumenta a democracia encolhe  1-Quando a dívida aumenta a democracia encolhe  1-
Quando a dívida aumenta a democracia encolhe 1-
 
Articulação de esquerda análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...
Articulação de esquerda   análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...Articulação de esquerda   análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...
Articulação de esquerda análise da articulação de esquerda sobre as eleiçõe...
 
Rui rio moção de estratégia global
Rui rio moção de estratégia globalRui rio moção de estratégia global
Rui rio moção de estratégia global
 
Tese da TRIBO SINDICAL
Tese da TRIBO SINDICALTese da TRIBO SINDICAL
Tese da TRIBO SINDICAL
 
Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...
Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...
Constituinte já para celebrar novo pacto social ou retrocesso político instit...
 
DS tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)
DS   tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)DS   tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)
DS tese chapa DM - lula livre - ds e ed - ped - 2019 (1)
 
O fim de uma ilusão
O fim de uma ilusãoO fim de uma ilusão
O fim de uma ilusão
 
Agenda para a Decada
Agenda para a DecadaAgenda para a Decada
Agenda para a Decada
 
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasilEm marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
Em marcha o conluio para manter o status quo neoliberal no brasil
 
Carta desenvolvimentista ii
Carta desenvolvimentista iiCarta desenvolvimentista ii
Carta desenvolvimentista ii
 
Falacias e mitos do desenvolvimento social
Falacias e mitos do desenvolvimento socialFalacias e mitos do desenvolvimento social
Falacias e mitos do desenvolvimento social
 

Destaque

Meta search sites
Meta search sitesMeta search sites
Meta search sitesFafone
 
Social Media & Linkages to Multiple Markets
Social Media & Linkages to Multiple MarketsSocial Media & Linkages to Multiple Markets
Social Media & Linkages to Multiple MarketsVictoria Hirschberg
 
Historia y destino de jerusalén
Historia y destino de jerusalénHistoria y destino de jerusalén
Historia y destino de jerusalénvigiadesion
 
100 recetas conservas serrats
100 recetas conservas serrats100 recetas conservas serrats
100 recetas conservas serratsConservas Serrats
 
Feira regional
Feira regionalFeira regional
Feira regionalDinho
 

Destaque (7)

Meta search sites
Meta search sitesMeta search sites
Meta search sites
 
Social Media & Linkages to Multiple Markets
Social Media & Linkages to Multiple MarketsSocial Media & Linkages to Multiple Markets
Social Media & Linkages to Multiple Markets
 
Steinitz
SteinitzSteinitz
Steinitz
 
Historia y destino de jerusalén
Historia y destino de jerusalénHistoria y destino de jerusalén
Historia y destino de jerusalén
 
100 recetas conservas serrats
100 recetas conservas serrats100 recetas conservas serrats
100 recetas conservas serrats
 
31 16 la historia de profetas y reyes helena white www.gftaognosticaespiritu...
31 16 la historia de profetas y reyes helena white  www.gftaognosticaespiritu...31 16 la historia de profetas y reyes helena white  www.gftaognosticaespiritu...
31 16 la historia de profetas y reyes helena white www.gftaognosticaespiritu...
 
Feira regional
Feira regionalFeira regional
Feira regional
 

Semelhante a Resolução Política do PT sobre a crise internacional

Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTResolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTPT Paraná
 
Resolução Política 4° Congresso do PT
Resolução Política 4° Congresso do PT Resolução Política 4° Congresso do PT
Resolução Política 4° Congresso do PT Aloysio Nunes Ferreira
 
Resolucao politica
Resolucao politicaResolucao politica
Resolucao politicaJamildo Melo
 
Arthur Chioro: O que será do Brasil e do SUS
Arthur Chioro: O que será do Brasil e do SUSArthur Chioro: O que será do Brasil e do SUS
Arthur Chioro: O que será do Brasil e do SUSConceição Lemes
 
Metamorfoses do estado
Metamorfoses do estadoMetamorfoses do estado
Metamorfoses do estadoDrika Areias
 
Apresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e MercadoApresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e MercadoVilsione Serra
 
A democracia, modelo de funcionamento do estado
A democracia, modelo de funcionamento do estadoA democracia, modelo de funcionamento do estado
A democracia, modelo de funcionamento do estadoAdilson P Motta Motta
 
Aspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do Brasil
Aspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do BrasilAspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do Brasil
Aspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do BrasilGrupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Os impasses econômicos e políticos do brasil
Os impasses econômicos e políticos do brasilOs impasses econômicos e políticos do brasil
Os impasses econômicos e políticos do brasilFernando Alcoforado
 
13 compromisso dilma
13 compromisso dilma13 compromisso dilma
13 compromisso dilmaDaniel Guedes
 
material-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdf
material-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdfmaterial-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdf
material-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdfDelanoRoosevelt1
 
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxiGRAZIA TANTA
 
Os governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistas
Os governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistasOs governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistas
Os governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistasFernando Alcoforado
 
O modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atual
O modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atualO modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atual
O modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atualFernando Alcoforado
 

Semelhante a Resolução Política do PT sobre a crise internacional (20)

Plada - Plataforma de Desenvolvimento das Américas
Plada - Plataforma de Desenvolvimento das AméricasPlada - Plataforma de Desenvolvimento das Américas
Plada - Plataforma de Desenvolvimento das Américas
 
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTResolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PT
 
Resolução Política 4° Congresso do PT
Resolução Política 4° Congresso do PT Resolução Política 4° Congresso do PT
Resolução Política 4° Congresso do PT
 
Resolucao politica
Resolucao politicaResolucao politica
Resolucao politica
 
Arthur Chioro: O que será do Brasil e do SUS
Arthur Chioro: O que será do Brasil e do SUSArthur Chioro: O que será do Brasil e do SUS
Arthur Chioro: O que será do Brasil e do SUS
 
Conjuntura pdf
Conjuntura pdfConjuntura pdf
Conjuntura pdf
 
Metamorfoses do estado
Metamorfoses do estadoMetamorfoses do estado
Metamorfoses do estado
 
Atualidades 2012 parte 1 3°ano
Atualidades 2012 parte 1 3°anoAtualidades 2012 parte 1 3°ano
Atualidades 2012 parte 1 3°ano
 
Apresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e MercadoApresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e Mercado
 
A democracia, modelo de funcionamento do estado
A democracia, modelo de funcionamento do estadoA democracia, modelo de funcionamento do estado
A democracia, modelo de funcionamento do estado
 
Aspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do Brasil
Aspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do BrasilAspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do Brasil
Aspectos Políticos do Desemprego: A Guinada Neoliberal do Brasil
 
Os impasses econômicos e políticos do brasil
Os impasses econômicos e políticos do brasilOs impasses econômicos e políticos do brasil
Os impasses econômicos e políticos do brasil
 
Atualidades 2012 parte 2
Atualidades 2012 parte 2Atualidades 2012 parte 2
Atualidades 2012 parte 2
 
13 compromisso dilma
13 compromisso dilma13 compromisso dilma
13 compromisso dilma
 
material-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdf
material-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdfmaterial-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdf
material-didatico-4-13-300-politicadesaudenobrasil-10122017163153.pdf
 
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
 
13pontos.
13pontos.13pontos.
13pontos.
 
Os governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistas
Os governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistasOs governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistas
Os governos do pt de lula e dilma rousseff não são progressistas
 
O modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atual
O modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atualO modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atual
O modelo de desenvolvimento requerido para o brasil superar a crise atual
 
Uma Ponte Para o Futuro Michel Temer PMDB
Uma Ponte Para o Futuro Michel Temer PMDBUma Ponte Para o Futuro Michel Temer PMDB
Uma Ponte Para o Futuro Michel Temer PMDB
 

Mais de Jamildo Melo

Auxilio moradia para magistrados
Auxilio moradia para magistradosAuxilio moradia para magistrados
Auxilio moradia para magistradosJamildo Melo
 
Denuncia contrato jaboatao_mppe
Denuncia contrato jaboatao_mppeDenuncia contrato jaboatao_mppe
Denuncia contrato jaboatao_mppeJamildo Melo
 
Empe 2 claudia leite
Empe 2  claudia leiteEmpe 2  claudia leite
Empe 2 claudia leiteJamildo Melo
 
Emp 1º claudia leite
Emp 1º claudia leiteEmp 1º claudia leite
Emp 1º claudia leiteJamildo Melo
 
Defesa clube engenharia_galo_madrugada
Defesa clube engenharia_galo_madrugadaDefesa clube engenharia_galo_madrugada
Defesa clube engenharia_galo_madrugadaJamildo Melo
 
Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013
Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013
Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013Jamildo Melo
 
Expectativas econômicas 2014
Expectativas econômicas 2014Expectativas econômicas 2014
Expectativas econômicas 2014Jamildo Melo
 
Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013
Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013
Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013Jamildo Melo
 
Pedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma Rousseff
Pedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma RousseffPedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma Rousseff
Pedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma RousseffJamildo Melo
 
Lei de Nepotismo - Belo Jardim
Lei de Nepotismo - Belo JardimLei de Nepotismo - Belo Jardim
Lei de Nepotismo - Belo JardimJamildo Melo
 
Açao popular nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...
Açao popular   nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...Açao popular   nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...
Açao popular nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...Jamildo Melo
 
Acordo interno do PT
Acordo interno do PTAcordo interno do PT
Acordo interno do PTJamildo Melo
 
Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogas
Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogasPlano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogas
Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogasJamildo Melo
 
Eleitoral pe out 01 dinâmica da eleição para o governo do estado
Eleitoral pe out 01   dinâmica da eleição para o governo do estadoEleitoral pe out 01   dinâmica da eleição para o governo do estado
Eleitoral pe out 01 dinâmica da eleição para o governo do estadoJamildo Melo
 
Ofício ss cgcva nº 12 2013
Ofício ss cgcva nº 12 2013Ofício ss cgcva nº 12 2013
Ofício ss cgcva nº 12 2013Jamildo Melo
 
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmares
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmaresMapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmares
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmaresJamildo Melo
 

Mais de Jamildo Melo (20)

Auxilio moradia para magistrados
Auxilio moradia para magistradosAuxilio moradia para magistrados
Auxilio moradia para magistrados
 
Denuncia contrato jaboatao_mppe
Denuncia contrato jaboatao_mppeDenuncia contrato jaboatao_mppe
Denuncia contrato jaboatao_mppe
 
Empe 2 claudia leite
Empe 2  claudia leiteEmpe 2  claudia leite
Empe 2 claudia leite
 
Emp 1º claudia leite
Emp 1º claudia leiteEmp 1º claudia leite
Emp 1º claudia leite
 
Defesa clube engenharia_galo_madrugada
Defesa clube engenharia_galo_madrugadaDefesa clube engenharia_galo_madrugada
Defesa clube engenharia_galo_madrugada
 
Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013
Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013
Incentivos do Governo de Pernambuco - dezembro de 2013
 
Expectativas econômicas 2014
Expectativas econômicas 2014Expectativas econômicas 2014
Expectativas econômicas 2014
 
Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013
Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013
Pesquisa CNI Ibope - dezembro de 2013
 
Pedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma Rousseff
Pedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma RousseffPedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma Rousseff
Pedido de Eduardo da Fonte para presidente Dilma Rousseff
 
Lei de Nepotismo - Belo Jardim
Lei de Nepotismo - Belo JardimLei de Nepotismo - Belo Jardim
Lei de Nepotismo - Belo Jardim
 
Açao popular nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...
Açao popular   nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...Açao popular   nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...
Açao popular nomeacao de secretario e fechamento de unidade de saude - 0020...
 
Ple 065.2013
Ple 065.2013Ple 065.2013
Ple 065.2013
 
Acordo interno do PT
Acordo interno do PTAcordo interno do PT
Acordo interno do PT
 
Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogas
Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogasPlano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogas
Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras drogas
 
Processo cnj
Processo cnjProcesso cnj
Processo cnj
 
Decisão do TJPE
Decisão do TJPEDecisão do TJPE
Decisão do TJPE
 
Eleitoral pe out 01 dinâmica da eleição para o governo do estado
Eleitoral pe out 01   dinâmica da eleição para o governo do estadoEleitoral pe out 01   dinâmica da eleição para o governo do estado
Eleitoral pe out 01 dinâmica da eleição para o governo do estado
 
Ofício ss cgcva nº 12 2013
Ofício ss cgcva nº 12 2013Ofício ss cgcva nº 12 2013
Ofício ss cgcva nº 12 2013
 
Celpe
CelpeCelpe
Celpe
 
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmares
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmaresMapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmares
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmares
 

Resolução Política do PT sobre a crise internacional

  • 1. Resolução Política do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores RESOLUÇÃO POLÍTICA DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PT Aumenta o contraste entre o neoliberalismo em crise nos países até agora chamados de “desenvolvidos” e o desenvolvimento na América Latina e em outras regiões do mundo. A recente criação da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) e também com o anúncio, feito pela Unasul, de grandes investimentos estruturantes na região são demonstrações evidentes de que o cenário latino-americano segue distinto daquele que prevalece na Europa, Estados Unidos e Japão. Isto acontece porque em importantes países da região, o povo elegeu governos comprometidos com políticas desenvolvimentistas, nas quais o Estado tem um importante papel regulador, coordenador e indutor, e que se caracterizam pela ampliação do mercado interno, na integração regional, combinadas com políticas de ampliação da qualidade de vida e da democracia. As recentes eleições na Nicarágua e Argentina confirmam isto. Um dos principais desafios dos governos progressistas e de esquerda latino-americanos (e caribenhos) é, exatamente, garantir que o processo de desenvolvimento que está em curso na região seja mantido, aprofundado e que não seja bloqueado pela crise internacional. O mundo está imerso em uma crise profunda, de longa duração e de conseqüências imprevisíveis. Trata-se de uma crise do capitalismo neoliberal, acentuada pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos e pelo deslocamento do centro geopolítico mundial, do Norte para o Sul e do Ocidente para o Oriente. Frente a esta crise, os governos dos Estados Unidos, da Europa e do Japão insistem em soluções neoliberais e acentuam um comportamento imperialista, que visa ter controle sobre regiões produtoras de matérias-primas. As ameaças contra o Irã, se levadas a cabo, podem desembocar em uma guerra em larga escala, desfecho que a política externa do Brasil busca sempre impedir. A política monetária expansionista dos Estados Unidos e o ajuste fiscal ortodoxo na Europa constituem diferentes expedientes para transferir o custo da crise para as camadas populares de seus próprios países e para as periferias do mundo.
  • 2. Os resultados da crise e a ação das forças conservadoras da Europa e EUA estão solapando e tentando destruir conquistas sociais e, para atingir este objetivo, incentivam um ambiente de conservadorismo e desrespeito à democracia. O cancelamento do plebiscito na Grécia é um indício nessa direção. A crise internacional de 2008, e os seus desdobramentos atuais, tem como causa principal a hegemonia das forças políticas neoliberais que ascenderam ao poder nos anos 80 nos países até agora chamados “centrais”. Essas forças alinhadas ao mercado promoveram privatizações, aprofundaram desigualdades sociais e atacaram conquistas sociais e democráticas dos trabalhadores. Uma de suas ações principais foi a desregulação do sistema financeiro, que resultou em uma escalada especulativa sem precedentes, na alavancagem abusiva de alguns dos maiores bancos do planeta, obrigando muitos países a multiplicarem sua dívida soberana para salvarem instituições privadas que demonstraram não ter nenhuma responsabilidade ou compromisso social. A crise, profunda, de longa duração e de conseqüências imprevisíveis tem levado de roldão milhões de empregos, benefícios sociais, governos e partidos que se dobraram ao poder do capital financeiro, este sim principal fautor e beneficiário da crise. Assume uma dimensão política, que fica evidente com os resultados eleitorais recentes, com os protestos sociais crescentes e com as soluções tecnocráticas adotadas na escolha do primeiro-ministro da Itália e da Grécia. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma crise do modelo da gestão e dos valores do neoliberalismo. A crise é agravada pela atitude dos partidos social-democratas europeus, que não conseguiram construir uma alternativa consistente às políticas neoliberais, e acabaram por se render a elas. Na Grécia, Espanha e Portugal os partidos social–democratas cederam às imposições da direita que comanda a União Européia e assumiram como suas as medidas antipopulares, sem apontar os verdadeiros culpados pela crise nem buscar alternativas democrático-populares para enfrentá-la. Isto ajuda a entender por quais motivos as fortes mobilizações sociais que vem ocorrendo em diversos países europeus, não impediram a vitória dos partidos de direita nas recentes eleições em Portugal e Espanha. A crise está afetando, em maior ou menor medida, todos os países, inclusive os chamados BRICS. A depender do impacto que tenha sobre a China, que possui vínculos profundos com os Estados Unidos, a crise pode se tornar ainda mais profunda. O Brasil conseguiu resistir aos efeitos do primeiro momento da crise em 2008/2009, segue resistindo e deve aproveitar o momento para dar um salto no seu processo de desenvolvimento. Ao contrário dos vaticínios da oposição e na maré oposta da Europa, nos oito anos do governo Lula e neste primeiro ano do mandato da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil segue na rota do crescimento econômico com geração de empregos, distribuição de renda e inclusão social. Diante da crise, nosso governo vem adotando medidas adequadas, sendo as mais recentes a decisão de reduzir a taxa Selic, a expansão responsável do crédito e a proteção à indústria nacional, que deve se apoiar em medidas cambiais, na expansão do mercado interno e do emprego. Além do que, prossegue na valorização do salário mínimo, no empenho para erradicar a pobreza extrema, na ampliação dos programas sociais, no fortalecimento do SUS, no combate ao crime organizado e na prioridade na elevação da qualidade do ensino público no País. Agora, frente à crise internacional, é preciso combinar de forma mais arrojada a integração econômica e política da América Latina com um conjunto de variáveis necessárias no plano interno para elevar o investimento público, ampliar o emprego e as políticas sociais, elevar os ganhos das classes trabalhadores, da agricultura familiar e dos setores médios urbanos. Entre essas variáveis destacam-se a aceleração da queda sustentável da taxa de juros e a proteção da indústria nacional, incluindo medidas cambiais. Vale ressaltar que a recente atualização da metodologia de cálculo do IPCA, possibilitada pelos estudos do IBGE, confirma ser possível manter a inflação no centro da meta traçada pelas autoridades econômicas. E viabiliza reduzir com mais segurança a taxa Selic, bem como baixar o
  • 3. spread bancário, que onera em demasia o crédito ao consumidor. O PT, que vem apoiando as iniciativas de enfrentamento da crise, acha importante que os formuladores da política econômica do governo analisem alternativas que têm sido propostas por organizações progressistas, tais como uma regulação mais rigorosa do sistema financeiro mundial, a implantação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais, bem como a implantação do chamado piso de proteção social em países onde a crise é mais aguda. Opções nesta direção vêm sendo estudadas por economistas progressistas, agora reunidos na Rede Desenvolvimentista, com quem nos congratulamos. O nosso compromisso com o crescimento econômico, com a distribuição de renda, com o combate à pobreza e o fim da miséria, base do nosso projeto democrático e popular, é essencial para a disputa política contra a direita. Mas essa base material e social só se efetiva politicamente com a construção da hegemonia democrática e popular, de perspectiva socialista, representada pelo nosso projeto de país e de mundo, como orientou nosso 4o. Congresso. Ao reconhecer que “é mais fácil falar do futuro do Euro do que o do PSDB”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu a profunda crise programática do neoliberalismo brasileiro. Descreveu a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do país. Se o Brasil ainda estivesse sob o jugo dos tucanos estaria arremetido no turbilhão da crise internacional, com milhões de desempregados e se veria face a novas privatizações e ameaças à soberania nacional. Isto não significa que devamos subestimar a oposição, que conta com forte apoio na mídia e no Congresso, em setores do grande empresariado, dirige governos importantes e, mesmo sendo minoritária na sociedade, possui bases eleitorais significativas. Sua ação, no entanto, hoje se desenrola no plano das denúncias sem coragem de assumir suas concepções econômicas e sociais que são da mesma natureza daquelas geradoras da crise internacional. Uma das maneiras de enfrentar a direita é contribuir para aprofundar os esforços que o governo Dilma vem fazendo para aperfeiçoar a democracia. São significativos os avanços com a sanção da Lei do Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade, cujas investigações poderão apoiar a busca por justiça a que têm direito as famílias das vítimas da repressão. O governo Dilma prossegue garantindo a participação popular na definição das políticas governamentais com a realização de conferências nacionais, no diálogo com os movimentos sociais —que precisa ser amplificado—, nas iniciativas que valorizam a presença das mulheres na política, nas ações de afirmação da igualdade racial e de combate ao preconceito. Coerente com sua luta contra a corrupção sistêmica no Estado brasileiro, inclusive tendo companheiros assassinados e muitos em constante ameaça por esta causa, o PT reafirma seu apoio ao sistemático trabalho preventivo e de controle republicanos. A construção da Controladoria Geral de União, o investimento na profissionalização e na autonomia operacional da Polícia Federal, os portais da transparência das contas públicas, os novos sistemas públicos de auditagem nos repasses das verbas federais para os municípios, o investimento na formação de uma ética pública cidadã indicam um inédito padrão republicano de combate à corrupção conquistado nos governos Lula e Dilma. Corrupção não é um problema apenas do Estado, mas das relações entre os interesses econômicos – sobretudo os mais poderosos – com o Estado. Por isso, para nós, é fundamental a participação e o controle dos cidadãos na gestão do Estado, a construção de procedimentos republicanos que promovam e assegurem o interesse público, e também o financiamento público das campanhas eleitorais. Persistem ainda os desafios maiores e de mais longo prazo - muitos deles resultantes dos períodos de baixo crescimento e descaso para com o desenvolvimento nacional, como nas décadas de 80 e 90 – e exigem atenção redobrada e políticas inovadoras, visando ao desenvolvimento nacional.
  • 4. Continuam na ordem do dia os gargalos na infra-estrutura e a redução da desigualdade social, apesar de avanços na infraestrutura e da enorme inclusão promovida pelos nossos dois governos. É papel do nosso partido defender os direitos dos trabalhadores e somar-se às suas lutas históricas no caminho do fortalecimento da classe trabalhadora nas relações capital/trabalho e nas conquistas de avanços no mundo do trabalho, como a redução da jornada e melhorias salariais. Contribuirá para isso instituir o princípio da negociação coletiva nas relações trabalhistas, o respeito à organização sindical autônoma, enfim, um sistema amplamente democrático de relações do trabalho, com liberdade e autonomia sindical, através da adoção pelo Brasil da Convenção 87 da OIT. Estas questões se revestem de fundamental importância para resistir à nova ofensiva conservadora e neoliberal que pretende a jogar a solução para a crise na flexibilização dos direitos dos trabalhadores. Ademais, o fortalecimento da classe trabalhadora e a melhoria da renda são imprescindíveis na estratégia da defesa da economia nacional e dinamização do mercado interno. No debate em curso a respeito dos royalties do pré-sal, que aguarda decisão do Congresso Nacional, o PT entende que o Pré-Sal é o nosso passaporte para uma revolução educacional, científica e tecnológica, e não cabe ser reduzido nem a instrumento de uma genérica distribuição difusa de recursos entre entes federativos, nem a uma panacéia para todos os problemas nacionais. O DN denuncia o comportamento da multinacional Chevron, que, concessionária de área de exploração, deve ser rigorosamente responsabilizada pela prática de crime ambiental. A concessionária Chevron foi flagrada mentindo sobre as causas e sua própria reação ao acidente no “campo de frade” sob sua responsabilidade. Enquanto as evidências apontam para sua tentativa de extrapolar a concessão penetrando na área do pré-sal, a direção da Chevron partiu para intriga e acusações à Polícia Federal, ao Ministério das Minas e Energia e a Agência Nacional de Petróleo. O PT reafirma seu apoio à revisão da legislação do petróleo, ora em curso no Congresso Nacional, e considera que a Chevron deve ser tratada com toda a firmeza prevista na legislação. Tal episódio chama a atenção para as tarefas do desenvolvimento ambientalmente sustentável, que requerem providências próprias e a consideração de diferentes variáveis que assegurem um desenvolvimento de longo prazo ao país em harmonia com a necessária saúde ambiental. Exemplo disso é a política de redução de emissão de gases de efeito estufa onde o Brasil assume a meta de até 38% de redução de CO2 até 2020 e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que visa solucionar o problema dos lixões que hoje atinge mais de 70% dos municípios brasileiros. O Brasil está entre os países com o maior sistema de energia limpa do mundo, e deve continuar avançando no uso de tecnologias que buscam equacionar a qualidade da energia oferecida com a redução de danos sócio- ambientais. Na recente Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de Durban, a COP-17, ficaram evidentes os avanços do Brasil no que tange a consecução das metas estabelecidas em Copenhague. No combate ao desmatamento, em 2011 o Brasil alcançou uma redução de 66% em relação à média de desmate verificada entre os anos de 1996 e 2005. Isso se refletiu na redução das emissões de CO2 desde 2005 até hoje, resultado este que possivelmente coloca o Brasil na liderança mundial no ranking de redução de emissões. A COP-17 contou também com decisiva participação da representação brasileira, possibilitando diversos avanços, destacando-se a prorrogação do protocolo de Kyoto, a viabilização do Fundo Verde Climático, e a criação de um novo acordo climático que deve vigorar a partir de 2020, com a participação agora dos EUA e da China. A Conferência Rio + 20, antecedida do FSM temático em Porto Alegre, será um momento político importante para a contraposição desses modelos antagônicos. Será uma oportunidade de reafirmar, em articulação com outros governos, partidos e movimentos sociais progressistas e de esquerda na América Latina e no mundo, a superioridade do modelo de desenvolvimento democrático e popular que defendemos sustentável tanto do ponto de vista ambiental quanto social, com eliminação da pobreza, redução das desigualdades, distribuição de renda e da riqueza e aprofundamento da democracia. Será, também, uma excelente oportunidade de prosseguir nosso protagonismo na defesa do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental, tal como o fizemos na Conferência
  • 5. Mundial do Clima, em Copenhague, na recente Conferência de Durban e tal como tem feito o nosso partido no Congresso Nacional na votação do Código Florestal. A crise internacional é uma ocasião para recolocar em nossa ação governamental, no Congresso Nacional e, na ação do partido como nossos aliados, na sociedade a Reforma Tributária, não apenas como uma redivisão e reoganização federativa dos tributos, mas que, defendendo o papel decisivo dos tributos para o Estado exercer seu papel no desenvolvimento e na distribuição da riqueza, enfrente desde já, com ousadia, a questão da progressividade tributária, taxando mais os mais ricos e menos as classes populares, ao contrário do sistema regressivo ainda vigente. No conjunto de nossas tarefas, a reforma política—que institua o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, as listas partidárias, a ampliação da participação popular, da paridade de gêneros, entre outros aspectos – continua em pauta, ainda que adiada no Congresso Nacional. Esta é uma bandeira do PT, que continuaremos empunhando antes, durante e depois da campanha eleitoral próxima. Igualmente devemos prosseguir na luta pela democratização da comunicação, aprovando no Congresso o Marco Civil da Internet, além da instituição do Marco Regulatório, tal como detalhado na Resolução deste DN sobre comunicação. O processo de formação da opinião pública democrática no país está gravemente privatizado, controlado por grandes empresas de comunicação, o que tem resultado em fortes restrições ao pluralismo de opiniões, distorção ou censura sistemática de informações, além do silenciamento de vastos setores da população (trabalhadores, negros, pobres, mulheres), que não têm seus interesses, aspiração e direitos acolhidos na agenda desta mídia empresarial. Lutamos por mais democracia na comunicação, mais liberdade de expressão, mais pluralismo na opinião e na informação, mais direito de fala a aqueles que nunca tiveram voz na história brasileira. O PT tem dedicado sua organização e ação partidária, com grande unidade, à defesa de nosso governo e de nosso projeto nacional referendado pela maioria da sociedade brasileira nas eleições de 2010. Ao mesmo tempo tem desenvolvido outras tarefas históricas que lhe cabem, como a luta por novos avanços no sentido da igualdade econômica, política e social, o aprofundamento da democracia, a contínua relação com os movimentos sociais, buscando dialogar seja com as mais conhecidas formas de organização da sociedade civil, seja com os novos atores sociais, especialmente a juventude que se apropria mais facilmente de novas formas de comunicação e que busca novas formas de ação política. Este será um dos nossos maiores desafios políticos, que ainda não resolvemos: entender e integrar com sua especificidade, no nosso projeto nacional socialmente justo e soberano, a contribuição inovadora da juventude. Realizamos em setembro a segunda fase do nosso 4º Congresso Nacional, cujo tema central era a reforma do Estatuto. Os resultados deste Congresso mostraram que persiste viva em nosso partido a construção de uma sociedade pautada pelos ideais da igualdade política, social e econômica, simbolizada neste Congresso especialmente pela aprovação da paridade entre mulheres e homens nas direções e demais organismos e representações partidárias, também pela aprovação de outras medidas como a representação étnico-racial e a representação da juventude nas direções partidárias e construção de uma forte instância da juventude organizada por diretrizes construídas em seus congressos próprios, tais como o 2º Congresso realizado em novembro. O 4º Congresso do PT reafirmou também que as campanhas de filiação ao partido e as decisões internas devem conciliar o crescimento numérico com nossa unidade ideológica, de tal modo que o PT continue a se referendar nos valores do socialismo democrático e na sua contínua atualização como tarefa coletiva. É fundamental que todas as instâncias partidárias assumam a campanha de filiação deflagrada pelo nosso programa de TV e que deverá estar de acordo com as mudanças estatutárias realizadas pelo 4o. Congresso. É para sustentar e ampliar o apoio ao nosso projeto nacional que entramos na disputa eleitoral de 2012. Como já enfatizamos em resoluções anteriores, as eleições municipais serão um momento de
  • 6. fortalecimento do PT, principal partido dos que dão respaldo ao governo Dilma—o que exige muita unidade interna entre nós, harmonizando no objetivo comum as aspirações individuais. Neste aspecto, por sinal, a definição de candidaturas em São Paulo e Porto Alegre atestam a disposição da militância de entender a unidade como um instrumento para chegar à vitória nas urnas. As eleições de 2012 serão uma oportunidade para defender nosso projeto democrático de desenvolvimento, de universalização de direitos e de instituição de novos direitos sociais, projeto que geralmente sintetizamos como modo petista de governar, eficiente, inovador e transformador. As eleições serão também um momento de unidade programática com nossos aliados, compreendendo a necessidade de alianças que devem levar em conta a legítima aspiração de cada partido ao seu crescimento e a posição relativa de força de cada um na sociedade. Para avançar neste caminho complexo, o 4º Congresso Nacional do PT definiu as diretrizes gerais que serão nosso guia político neste processo, a Escola Nacional de Formação dirigirá um trabalho sistemático de formação específica para nossas candidaturas, e a Direção Nacional, especialmente através de sua Comissão de Acompanhamento das Eleições de 2012, com as Comissões Executivas Estaduais, acompanhará e incidirá, dentro das normas estatutárias, para o sucesso de nosso projeto nacional em mais este momento da democracia e das instituições brasileiras. DiretórioNacional do PT 13 de dezembro de 2011