2. O que é a sífilis? A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada por um agente infeccioso chamado treponema pallidum. Qualquer forma de contacto sexual (oral, vaginal ou anal) pode transmitir a doença, pois o treponema pode atravessar as mucosas mesmo quando estão intactas. O treponema é também capaz de atravessar a pele que tem lesões, sendo esta outra forma de adquirir sífilis. Embora o treponema possa estar presente no sangue, actualmente as transfusões de sangue não representam um risco para contrair sífilis, uma vez que o teste da doença é feita aos dadores de sangue e ainda porque o treponema não sobrevive aos métodos de preparação e armazenagem do sangue. A mulher grávida que sofre de sífilis pode transmitir a doença ao feto por via transplantaria (através da placenta), causando um quadro clínico que se chama sífilis congénita. O tempo que decorre entre o contágio e as primeiras manifestações da doença (período de incubação) é habitualmente de duas a quatro semanas, mas pode atingir noventa dias.
3. Como se previne? Não há perspectiva de desenvolvimento de vacina para breve, por isso, a prevenção recai sobre a educação em saúde para suspeita e diagnóstico precoce e tratamento, além da promoção da prática de sexo seguro com o uso de preservativos.
4. Sintomas A sífilis não tratada é uma doença crónica que evolui por períodos sintomáticos, alternando com intervalos longos sem sintomas. A evolução da sífilis pode ser dividida em quatro períodos distintos, a sífilis primária, a sífilis secundária, a sífilis latente e a sífilis terciária ou tardia. Sífilis primária – caracteriza-se pelo aparecimento de uma pequena ferida com aspecto de ulceração arredondada de bordos duros, relativamente indolor, no local onde se deu a penetração e multiplicação do treponema. Esta lesão aparece frequentemente na zona genital, mas pode situar-se nos lábios, língua, garganta, mamilo ou noutros locais. É habitualmente uma lesão única, mas podem aparecer várias. Os gânglios que lhe estão próximos aumentam de volume. Cerca de quatro a seis semanas após o seu aparecimento, a lesão cura mesmo sem tratamento.
5. Sífilis secundária – surge algumas semanas depois de a sífilis primária ter deixado de se manifestar e caracteriza-se por um quadro tipo gripal, com dores de cabeça e garganta, febre baixa, aumento dos gânglios em várias regiões do corpo, e uma erupção constituída por pequenas manchas de côr rosa, na pele do tronco, abdómen, genitais e palmas das mãos e plantas dos pés. Outras queixas possíveis nesta fase são a queda de cabelo e sobrancelhas e sintomas relacionados com infecção do fígado (hepatite) e rim (glomerulonefrite). Os sintomas da sífilis secundária tendem a desaparecer espontaneamente ao fim de duas a seis semanas. Sífilis latente – quando o doente não foi tratado nas duas primeiras fases da doença, entra numa fase que dura vários anos, em que se mantém sem sintomas, podendo a doença ser diagnosticada apenas através de análises. Sífilis tardia – é uma doença grave que se manifesta vários anos após o início da infecção, se o doente não foi tratado. Os sintomas são o aparecimento de tumores na pele e nos ossos, problemas cardíacos e neurológicos, com convulsões, paralisia, alterações da marcha e do comportamento e demência.
6. Cura O tratamento da sífilis é fácil e eficaz. O medicamento utilizado é a penicilina sob a forma injectável em dose única. Nos doentes alérgicos à penicilina, estão indicados antibióticos alternativos, mas não são tão eficazes. O tratamento da sífilis tardia também é feito com penicilina, mas a sua duração é mais prolongada.