Neste resumo, Umberto Eco discute três pontos essenciais sobre teses: 1) a diferença entre teses de pesquisa e compilativas; 2) a importância de se escolher um tema monográfico em vez de panorâmico para evitar críticas; 3) as etapas cruciais de pesquisa de material, fichamento e redação do plano de trabalho.
1. Como se faz uma tese
Eco
Umberto Eco
Capítulo 1 – Que é uma tese e para que serve
No primeiro capítulo de seu livro, Umberto Eco procura esclarecer a qual público seu
estudo pretende atender, cheio de ironia e um quase sarcasmo (sempre bem pontuado),
inclusive é neste capítulo que ele diz que o livro não é destinado àquelas pessoas que
estão à procura de uma receita pronta ou que querem elaborar uma tese em um mês
apenas para obter o título de graduando (ou mestre, ou doutor).
Ele também discorre bem acerca da obrigatoriedade de se fazer uma tese para obter-se
um título específico, desde mestre e doutor até ao próprio licenciado. E traça um
pequeno histórico do tempo em que as universidades eram privilégio apenas da elite. E
do aspecto benéfico que isso traduzia na produção de teses: um pesquisador que
trabalha e que não possui certas regalias financeiras, dificilmente produzirá uma tese
que um abastado produziria, justamente devido às variações diastráticas.
Umberto Eco diz que, para aqueles que estão procurando livrar-se com mais
comodidade da criação de uma tese, há duas opções:
a) investir uma quantidade razoável de dinheiro para que outra pessoa faça a sua tese;e
b) copiar uma tese já pronta.
A ironia reside não apenas nessas soluções ilegais e paradoxais como também em seu
caráter conclusivo: se esse é o seu perfil, largue agora o livro.
Em seguida, partindo para uma teorização propriamente dita, Eco esclarece os dois
conceitos mais típicos de tese: a tese de pesquisa e a tese compilativa
A tese compilativa: é um documento que faz uso de todo um acervo bibliográfico para
então conferir ao jovem pesquisador o poder de dissertar acerca do tema escolhido,
através do estudo de vários outros autores do determinado tema, o pesquisador sente-se
à vontade para resumir as teorias.
Já a tese de pesquisa é mais voltada à prática dos estudos realizados.
2. Capítulo 2 – A Escolha do Tema
TESE MONOGRÁFICA x TESE PANORÂMICA
Umberto Eco, nas primeiras linhas do segundo capítulo, faz o leitor atentar para escolha
de uma tese monográfica e não panorâmica, e sua justificativa tem rigor e técnica:
escolhendo um tema muito abrangente como A Literatura Fantástica no Mundo, o
pesquisador estaria correndo o risco de receber várias críticas da parte da banca
examinadora simplesmente porque omitiu um ou outro autor, mesmo sendo esses
autores considerados menores. Eco diz:
“o estudante se expõe a toda sorte de contestações
possíveis. Poderá um relator, ou um simples membro da
banca, resistir à tentação de alardear seu conhecimento de
um autor menor não citado pelo estudante? Bastará que os
membros da banca, consultando o índice, descubram três
omissões para que o estudante se torne alvo de uma rajada
de acusações, que farão sua tese parecer um conglomerado
de coisas dispersas. Se, ao contrário, ele tiver trabalhado
seriamente sobre um tema bastante preciso, estará às voltas
com um material ignorado pela maior parte dos juízes.”
“Afinidades e diferenças entre o fantástico norte-americano de Poe e o
hispanoamericano de Gabriel García Márquez “
Capítulo 3 – A pesquisa do material
Um outro capítulo bastante direto para quem está encaminhando uma pesquisa, neste,
Eco esclarece sobre as famosas fichas de leitura, importantíssimas para a criação e o
desenvolvimento de toda e qualquer tese.
Capítulo 4 – O Plano de trabalho e o fichamento
Álibe das fotocópias. Um fenômeno que acontece com bastante reincidência entre
jovens estudiosos, em resumo, consiste em achar que, por manusear o original, achá-lo
digno de posse e, em seguida, fotocopiá-lo, tem-se, de fato, a posse desse material e isso
exime da leitura. “Uma espécie de vertigem do acúmulo, um neocapitalismo da
informação”.
Capítulo 5 – A Redação
Talvez o capítulo mais esperado por aqueles que lêem o Como se faz uma tese, mais
uma vez Eco dá contribuições não apenas pontuais como também bastante significativas
na construção de uma tese.
A definição dos principais termos que você usará na sua tese é uma excelente forma de
introduzir a redação. E também uma apresentação, ainda que sutil, daquele você está se
propondo a analisar ou escrever sobre.
LEMBRAR DE ESCREVER AQUI SOBRE AS FORMAS DE CITAÇÃO,
ESPECIALMENTE SOBRE A CITAÇÃO-DATA (QUE PARECE SER A MAIS
INDICADA PARA UMA TESE, SENDO PARA O ARTIGO FACULTATIVA).
Capítulo 6 – A redação definitiva
Talvez esta seja uma parte bastante curiosa do livro. Porque existe um quase choque do
leitor contemporâneo ao se deparar com um capítulo publicado datilografado.
Capítulo 7 – Conclusões
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