A geografia crítica surgiu como uma corrente que rompeu com a neutralidade e defende o engajamento social e crítica. Foi influenciada por movimentos dos anos 1960 e se aproximou de causas sociais. No Brasil, Milton Santos foi o principal precursor ao introduzir esse pensamento e defender direitos sociais a partir da década de 1970.
Violência contra a mulher em conceição do coité em busca por visibilidade
Geografia Crítica
1. Introdução
É o conceito que estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da
geografia, com a proposta de engajamento e de crítica junto a toda a
conjuntura social, econômica e política do mundo. Este ramo estabelece uma
leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de
poder, e a pró-atividade frente às causas sociais, com a defesa da diminuição
das disparidades sócio-econômicas e diferenças regionais.
A produção geográfica anterior a esta época pregava a neutralidade e excluía
os problemas sociais, devido a concepção que tais temas não eram
geográficos.
Desenvolvimento
Diversos fatores influenciaram esta nova corrente na geografia: os protestos
contra a guerra do Vietnã, a expansão do movimento feminista, a conturbação
civil nos Estados Unidos, os movimentos estudantis em maio de 1968 na
França, a crise do marxismo e o ecologismo. A geografia crítica também
procurou se aproximar de várias escolas de pensamento inovador.
O pensamento crítico na geografia significou, principalmente, uma aproximação
com os movimentos sociais, principalmente na busca da ampliação dos direitos
civis e sociais, como o acesso a educação de boa qualidade, a moradia, pelo
acesso a terra, o combate à pobreza, entre outras temáticas.
A geografia crítica possui uma proximidade com a geografia radical, que surgiu
na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos como uma reação ao quantitativismo,
ou chamada geografia pragmática, que utilizava a geografia como seguimento
da ideologia do poder, como o estado capitalista e as empresas. A geografia
radical procurou se estreitar aos movimentos sociais e ao marxismo, o que
difere da geografia crítica, que se opôs ao socialismo real e ao marxismo real,
procurando estabelecer uma proposta pluralista e aberta, dialogando com
diversas correntes.
Esta corrente ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com
um grande movimento de renovação da geografia na década de 80. Os
Estados Unidos se inspiraram na experiência destes países para estabelecer
uma nova orientação educacional a partir da década de 90 do século XX,
principalmente com temas sobre as relações de gênero, a orientação sexual, o
preconceito cultural e étnico e as desigualdades ao nível inter-regional e
internacional. No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos,
que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
2. Geografia Crítica no Brasil
O seu aparecimento ocorreu no segundo lustro da década de setenta. Nesta
época, a Geografia Crítica iniciou sua influência no âmbito universitário e teve
decisiva participação nas disputas verificadas na Associação de Geógrafos
Brasileiros-AGB.
Acreditamos que o grande gestor da Geografia Crítica foi o momento histórico
que compreendeu o início de abertura política, a volta dos exilados políticos e a
realização de várias greves de operários, sobretudo no Estado de São Paulo (
o principal pólo industrial do país ), enfim, uma época propícia à contestação .
Um outro fator importante para compreendermos o vigor da Geografia Crítica, à
época, foi a volta do exílio do Prof. Milton Santos. A sua obra Por uma
Geografia Nova , combinada ao seu estilo carismático, atraiu para si a atenção
da comunidade acadêmica e novos adeptos para a nova corrente de
pensamento.
Milton Santos nasceu em Brotas de Macaúbas, no estado da Bahia. Seu
talento intelectual apareceu precocemente, aos 15 anos passou a lecionar
Geografia.
Mesmo formado em Direito, Milton Santos não deixou de se interessar pela
Geografia, em 1958 concluiu seu doutorado em Geografia na Universidade de
Strasbourg, na França.
Em 1960, o presidente Jânio Quadros o nomeia para a subchefia do Gabinete
Civil. Em função de suas atividades políticas de esquerda, foi perseguido por
seus adversários e pelos órgãos de repressão do regime militar. Milton Santos
ficou exilado por 13 anos e durante, esse período construiu uma carreira
internacional esplêndida.
De volta ao Brasil, Milton Santos trabalhou, até 1983, no Departamento de
Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e, em seguida,
foi contratado como Professor Titular do Departamento de Geografia da
Universidade de São Paulo – USP.
Milton Santos foi o principal Precursor da Geografia Crítica do Brasil
Introduziu o pensamento geográfico no centro no pensamento social do país,
deu visibilidade à Geografia brasileira e a autoestima aos geógrafos.
Na produção teórica de Milton Santos, enxergamos uma teoria geográfica do
espaço, um conjunto coerente que nos permite ultrapassar a forma e
compreender a essência, a estrutura e os processos, as formas-conteúdos.
Moraes (1999) afirma que a proposta de Milton Santos é uma das mais amplas
e acabadas da Geografia crítica, apesar de também serem abordados nas suas
pesquisas alguns aspectos mais específicos.
3. Conclusão
Nesse trabalho concluímos que a geografia crítica serve e serviu muito para
melhora da sociedade mundial, a sociedade precisava de seus direitos então
os protestos começaram, discurções , movimentos também estavam por vir ,
trazendo inovações para escolas de pensamento inovador etc...
Apartir desse trabalho entendemos que, se todos questionassem a sociedade
estaria bem melhor.
Fontes:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJDYAJ/geografia-critica-no-brasil#
http://www.geralforum.com/board/1429/151558/geografia-critica.html
Livro:
Geografia do Brasil.