SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 55
Curso Ciência e Fé
Módulo I – Introdução
© Bernardo Motta
bmotta@observit.pt
http://espectadores.blogspot.com
Curso Ciência e Fé
I – Introdução
II – Filosofia Grega e Cosmologia Grega
III – Filosofia Medieval e Ciência Medieval
IV – Inquisição e Ciência
V e VI – O Caso Galileu
VII – A Revolução Científica
VIII – Darwin e a Igreja Católica
IX – Os Argumentos Cosmológico e Teleológico
X – Filosofia da Mente e Inteligência Artificial
XI – Milagres e Ciência
XII – Concordância entre Cristianismo e Ciência
3
1. Introdução
2. Obscurantista, a Igreja?
3. A dita guerra entre Igreja e Ciência
4. Cientistas e cristãos
5. Conclusão
Índice
Introdução
4
Fé e Razão, Ludwig Seitz (1844–1908), Galeria dos Candelabros, Vaticano 4
Toda a doutrina cristã assenta no conceito cristão de Deus e na existência desse Deus
Do ponto de vista ateísta: a crença na existência de Deus é irracional
Afirma-se que o conceito de Deus é contraditório: é impossível que Deus exista
Mais modestamente, afirma-se que Deus poderia existir, mas não existe
Só se pode dizer que a crença é irracional se se mostrar que é impossível que Deus exista
Do ponto de vista cristão: a crença na inexistência de Deus é irracional
Afirma-se que a razão e a observação levam a que seja impossível que Deus não exista
Mais modestamente, Deus poderia não existir, mas existe (esta posição não é cristã)
Se é impossível que Deus não exista, então o ateísmo é irracional
Introdução
A fé cristã é irracional?
«(…) Deus, a causa primeira (principium) e o fim de todas as coisas, pode, a partir das coisas
criadas, ser conhecido com certeza pelo poder natural da razão humana (…)» - Vaticano I
5
Atenção: dizer que o ateísmo é irracional não é dizer que os ateus são irracionais!
5
6
1. Introdução
2. Obscurantista, a Igreja?
3. A dita guerra entre Igreja e Ciência
4. Cientistas e cristãos
5. Conclusão
Índice
«O Deus do Antigo Testamento é a personagem mais desagradável de toda a ficção.
Ciumento e orgulhoso disso. Um mesquinho, injusto e impiedoso fanático do controlo.
Um vingativo “limpador étnico” sedento de sangue. Um misógino, homofóbico, racista,
infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalómano, sado-masoquista, caprichoso e
malévolo rufia.»
Palestra em Lynchburg, Virginia (E.U.A.), 2006
Richard Dawkins (1941-)
Este cientista julga que a Ciência
conduz ao ateísmo…
É o mais popular “profeta”
moderno do ateísmo!
Introdução
Estará Dawkins a falar como cientista?
7
Ou estará a usar a sua carreira científica como aval para o seu ateísmo?
Introdução
O Deus do Antigo Testamento…
«Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egipto o meu filho. Mas, quanto mais os chamei,
mais eles se afastaram; ofereceram sacrifícios aos ídolos de Baal e queimaram oferendas a estátuas.
Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconheceram que era Eu
quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que
levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer.
Ele [Israel] voltará para o Egipto, e a Assíria será o seu rei, porque recusaram converter-se. A espada
devastará as suas cidades, destruirá as suas defesas e os devorará, por causa dos seus planos.
O meu povo é inclinado a afastar-se de mim; quando se convida a subir ao que está no alto, ninguém
procura elevar-se. Como poderia abandonar-te, ó Efraim? Entregar-te, ó Israel? Como poderia Eu
abandonar-te, como a Adma, ou tratar-te como Seboim? O meu coração dá voltas dentro de mim,
comovem-se as minhas entranhas.
Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem,
sou o Santo no meio de ti, e não me deixo levar pela ira.» - Oseias, 11, 1-9
8
Dawkins não está a falar como cientista, senão verificaria melhor os factos…
8
Obstáculos…
Incompreensão do conceito
de Deus:
“Enquanto eu não vir Deus com
os meus olhos não acredito”;
“Mostrem-me Deus” ;
etc.
A Fé cristã seria
incompatível
com a Razão...
Cientista  Ateu
Dúvidas sobre a
sinceridade dos cristãos:
“O clero inventou tudo para ter poder”;
“Nem o Papa acredita em Deus”;
etc.
O mito da
incompatibilidade
entre Fé Cristã e
Ciência
(sécs. XVIII e XIX)
Lendas anti-cristãs:
“A Ressurreição foi falsificada”;
“Jesus foi casado com Maria Madalena”;
“Jesus não queria fundar uma Igreja”;
“Constantino «montou» o Novo Testamento”;
“A Igreja é inimiga da sexualidade”;
“A Inquisição matou milhões de pessoas”;
“O Papa Pio XII apoiou o nazismo”;
etc.
Fé = Superstição:
Erro comum, confundir “supra-
racional” com “irracional”
A Fé é “supra-racional”, ou
seja, actua “acima” da razão
Para ser “irracional”, a Fé teria
que estar contra a razão
9
10
1. A Questão de Hoje
2. Introdução e Obstáculos
3. Obscurantista, a Igreja?
4. A dita guerra entre Igreja e Ciência
5. Cientistas e católicos
6. Conclusão
Índice
Igreja Católica: a grande inimiga e rival da Ciência e da Razão?
A religião cristã teria mantido a Europa em atraso civilizacional: “a Idade das Trevas”
O caso excepcional de Galileu é apresentado como a “regra” no conflito com a Ciência
Julgamento de Galileu – Cristiano Banti (1857)
Obscurantista, a Igreja?
11
Obscurantista, a Igreja?
Como se
explica que…
… tenham sido dois Cardeais, Schömberg e Tiedemann Giese, a pedir a Copérnico para
publicar a sua obra De revolutionibus orbium coelestium (Nuremberga, 1543), em defesa do
modelo heliocêntrico?
O caso Galileu: uma história mal contada?
… a obra de Copérnico tenha sido dedicada pelo autor ao Papa Paulo III, que a autorizou?
Como se
explica que…
… apenas em Fevereiro de 1616, ou seja, 73 anos depois da primeira edição, um grupo de
teólogos do Santo Ofício tenha declarado que o heliocentrismo era herético?
Como se
explica que…
… essa declaração não tenha sido assinada pelo Papa e formalizada para toda a Igreja,
levando apenas a uma proibição do livro de Copérnico?
Como se
explica que…
… que a obra que causou a ruína de Galileu, o Diálogo (Florença, 1632), tenha sido
impressa com permissão do Inquisidor de Florença?
Como se
explica que…
… o Papa Urbano VIII, outrora grande amigo de Galileu, o tenha condenado em 1633, por
causa de uma obra aprovada pelas autoridades eclesiásticas?
Como se
explica que…
… em Março de 1638, em prisão domiciliária em Florença, Galileu peça ao Santo Ofício
permissão para ir à missa em dias festivos?
Como se
explica que… 12
“Tenho duas fontes de perpétuo conforto: primeiro, que nos meus
escritos não se pode encontrar a mais ténue sombra de
irreverência em relação à Santa Igreja; e segundo, o testemunho
da minha própria consciência, que apenas eu e Deus no Céu
conhecemos. E Ele sabe que nesta causa pela qual eu sofro,
apesar de que muitos podem ter falado dela com mais erudição,
ninguém, nem mesmo os antigos Padres, falou com mais
piedade ou como maior zelo pela Igreja do que eu”
Carta de Galileu a Nicolò Fabri di Peiresc, de 21 de Fevereiro de 1635.
Obscurantista, a Igreja?
13
O caso Galileu: uma história mal contada?
Obscurantista, a Igreja?
Porque razão estava Giovanni Lembo, amigo de
Galileu, em Lisboa, em 1614, no colégio jesuíta
de Santo Antão, a ensinar na Aula da Esfera a
construção de telescópios galileanos?
Porque razão o Padre Jesuíta Manuel Dias
divulgou na China, em 1614, as descobertas
astronómicas de Galileu Galilei?
Galileu, Sidereus Nuncius, Veneza, 1610 Manuel Dias, Tianwenlüe, Pequim, 1614
14
O caso Galileu: uma história mal contada?
Obscurantista, a Igreja?
Ou o oposto?
«The Roman Catholic Church gave more financial and social support
to the study of astronomy for over six centuries, from the recovery of
ancient learning during the late Middle Ages into the Enlightenment,
than any other, and, probably, all other, institutions (p. 3).»
«During the sixteenth and seventeenth centuries the Catholic Church
supported a great many cultivators of science. A systematic study of
the niches they occupied, the infrastructure they moved through, and
the roles they fulfilled does not exist. The courts and households of
the big ecclesiastical patrons, the popes and cardinals, afforded many
openings for the learned. The great orders, especially the Jesuits,
supported some of their brethren as writers, mathematicians,
architects and engineers” (pp. 21-22).»
J. L. Heilbron,
The Sun in the Church. Cathedrals
as Solar Observatories
(Harvard University Press, 1999)
15
Obscurantista, a Igreja?
Ou o oposto?
«The single most important contributor to the
support of the study of physics in the
seventeenth century was the Catholic Church
and, within it, the Society of Jesus» (p. 2)
«O mais importante contribuidor para o apoio do
estudo da física no séc. XVII foi a Igreja Católica
e, nela, a Companhia de Jesus» (p. 2).
J. L. Heilbron,
Electricity in the 17th and 18th
Centuries
16
16
17
1. Introdução
2. Obscurantista, a Igreja?
3. A dita guerra entre Igreja e Ciência
4. Cientistas e católicos
5. Conclusão
Índice
«A Teologia representada em Roma pelos Santos Padres, seus
legítimos intérpretes, não só não se encontrou nunca, em tempo
algum, de acordo com a ciência e com a razão do homem, mas
esteve sempre em conflito, em contradição e em hostilidade com a
razão e com a ciência.»
Ramalho Ortigão, “As Farpas”
– carta a Monsenhor Pinto de Campos
Ramalho Ortigão (1836-1915)
A dita guerra entre Igreja e Ciência
18
A dita guerra entre Igreja e Ciência
Os pioneiros da tese do conflito
John William Draper (1811-1882)
“History of the Conflict between Religion and
Science” (1875)
Cientista, médico e professor universitário (NYU)
Presidente da American Chemical Society
Fundador da NY University School of Medicine
Obra escrita num tom anticatólico
Andrew Dickinson White (1832-1918)
“A History of the Warfare of Science with
Theology in Christendom“ (1896, 2 vols.)
Fundador (com Ezra Cornell) e primeiro
Presidente da Universidade Cornell (EUA)
White pretendia combater a “teologia” e não
a “religião”: a Ciência vista como purificadora
da religião organizada
19
A dita guerra entre Igreja e Ciência
A história quase completa desta “guerra”…
1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000
1600: Giordano Bruno
queimado em Roma pela
Inquisição
… mas por magia: ele não
era cientista!
1633: Galileu condenado a
prisão domiciliária
Na sequência da publicação da
sua obra Diálogo, por
desobedecer a uma ordem que
(presumidamente) lhe fora dada
em 1616 pelo Cardeal Bellarmino
1720: John Toland lança o
mito moderno de Hipátia
Filósofa alexandrina do século
V, assassinada em 415
1788/89: “History of the
Decline and Fall of the
Roman Empire”, vol. VI
Edward Gibbon culpa os
cristãos pela morte de Hipátia
(p. 17) e pela destruição da
Biblioteca de Alexandria (que já
não existia na altura, p. 420)
2009: O mito de Hipátia
chega às salas de cinema
“Ágora” do realizador Alejandro
Amenábar
«Ao antigo saber científico dos pagãos
seguiu-se a Idade das Trevas do cristianismo» 20
1980: “Cosmos”
Carl Sagan ecoa
Gibbon: culpa os
cristãos pela
morte de Hipátia e
pelo fim da
Biblioteca de
Alexandria (p.365)
Judeo-cristianismo: Cosmos estável, estruturado e
inteligível, obra de um Deus racional e fiel
Investigar a Natureza é “ler” a obra racional de Deus
Criado à imagem e semelhança de Deus, o Homem é
capaz de inteligir o Cosmos criado por Deus
Distinção entre Criador e Criação: a Natureza tem as
suas próprias “leis” definidas por Deus
Deus valoriza a Criação e o Homem porque Deus Se
fez Homem em Jesus Cristo
Desaparece o Cosmos pagão: eterno e necessário
(autossuficiente, auto-existente)
Surge o Cosmos cristão: criado “ex nihilo” (do nada) e
contingente (dependente de algo para existir)
O Cosmos cristão podia não existir! Se existe…
Porque é que existe? O que o fez existir?
Cristianismo: o berço da Ciência
 Porque razão a Ciência apenas prosperou no
Ocidente cristão?
Tu, porém, regulaste tudo com
medida, número e peso.
Livro da Sabedoria, c. 11, v. 20
21
Palestra de Bento XVI na Aula Magna de Regensburg,
12 de Setembro de 2006: "Fé, Razão e Universidade":
"E no entanto a razão moderna, própria das ciências
naturais, com a sua dimensão platónica intrínseca traz
consigo (...) uma questão que a transcende a ela
juntamente com as suas possibilidades metódicas"
"Ela própria tem simplesmente de aceitar a estrutura
racional da matéria e a correspondência entre o
nosso espírito e as estruturas racionais operativas
na natureza como um dado de facto, sobre o qual se
baseia o seu percurso metódico"
"Mas a pergunta sobre o porquê deste dado de facto
existe e deve ser confiada pelas ciências naturais a
outros níveis e modos do pensar – à filosofia e à
teologia"
Cristianismo: o berço da Ciência
 Quais são os pressupostos filosóficos e
teológicos da Ciência moderna?
22
O trabalho do cientista pressupõe um Cosmos racional e inteligível!
A eficácia da Matemática em Ciência: de onde vem?
Eugene Wigner (1902-1995), físico e matemático ateu
Prémio Nobel da Física (1963)
The Unreasonable Effectiveness of Mathematics in
the Natural Sciences (1960)
«(…) fundamentalmente, não sabemos porque é que as
nossas teorias funcionam tão bem. Por isso, a sua precisão
pode não provar a sua verdade e consistência. (...)
O milagre da apropriedade da linguagem da matemática à
formulação das leis da física é um dom maravilhoso, que
nós nem entendemos nem merecemos. Deveríamos estar
agradecidos por ele, e esperar que se mantenha válido em
pesquisas futuras (...)»
23
Cristianismo e Ciência: profundamente concordantes
24
1. Introdução
2. Obscurantista, a Igreja?
3. A dita guerra entre Igreja e Ciência
4. Cientistas e cristãos
5. Conclusão
Índice
Cientistas e cristãos
Padre secular e professor na Universidade de Paris
Jean Buridan (c.1295-1358)
Nascido em Béthune, na Picardia, de origem humilde
Desenvolveu a teoria do ímpeto: os corpos em movimento tendem a mantê-lo
Lançou as bases para o trabalho de Newton na dinâmica dos corpos
25
Pioneiro, na Europa medieval, de Física não aristotélica
Bolseiro no Colégio Lemoine em Paris, Mestre em Artes e Professor na Universidade de Paris
«depois de abandonar o braço do lançador, o projéctil move-se graças a um ímpeto que lhe é dado
pelo lançador, e este continuará a mover-se enquanto o ímpeto permanecer mais forte do que a
resistência, e seria de infinita duração se não fosse diminuído ou corrompido por uma força contrária
que lhe resistisse ou por algo inclinado a um movimento contrário» (QM XII.9: 73ra)
Cientistas e cristãos
Matemático, economista, físico, astrónomo, filósofo, musicólogo, teólogo
Nicole Oresme, Bispo de Lisieux (c.1320-1382)
Forte crítico das “manipulações monetárias” por parte do poder temporal
Forte crítico da astrologia, e do seu uso por parte dos governantes
Criador de um grande número de termos científicos em francês
Demonstrou, séculos antes de Galileu, as leis do movimento uniforme
Primeiro método de cálculo para potências irracionais
Primeira teoria da propagação de ondas de som e luz por via energética
“Tratado do aperfeiçoamento das espécies”: pai da Teoria dos Sistemas, propõe evolução
biológica pela adaptação do indivíduo ao ambiente, cinco séculos antes de Lamark e Darwin
26
Cientistas e cristãos
Filósofo, matemático e inventor francês, natural de Clermont-Ferrand
Entre 1642 e 1645, Pascal desenvolveu cerca de 50 protótipos de calculadora
A “Pascaline” foi apresentada ao público em 1645:
Pascal construiu cerca de 20 calculadoras, das quais sobreviveram apenas 9
Hidrostática: determinação da relação entre a altitude e a pressão atmosférica (lei de Pascal)
Inventor: prensa hidráulica, seringa, roleta (forma primitiva)
O nome de Pascal foi dado a uma unidade do sistema SI (pressão) e a uma linguagem de programação
Pensées, a obra-prima de Pascal, não foi terminada: o título original: Apologia da religião cristã
Blaise Pascal (1623-1662)
27
27
Cientistas e cristãos
Dinamarquês, natural de Copenhaga
Niels Stensen (1638-1686)
Anatomista, investigou o sistema muscular e o sistema nervoso
Pioneiro em Geologia e Estratigrafia (fundou-a em 1669)
Foi o primeiro a afirmar que os fósseis derivam de organismos vivos
Converteu-se do luteranismo ao catolicismo em 1666
Em 1667 dissecou um tubarão
Em 1677 foi ordenado Bispo
Morreu em 1686
- Em 1987, o Papa João Paulo II proclamou-o Beato
28
Sacerdote jesuíta, matemático, físico, astrónomo, filósofo, teólogo, poeta
e diplomata, nascido em Dubrovnik (hoje Croácia)
Em Setembro de 1725, abandona Dubrovnik e segue para Roma
Inicia o noviciado jesuíta em 1731, em Sant’Andrea delle Frate, onde estuda
Matemática e Física, revelando-se um aluno brilhante
Em 1740 é nomeado professor de Matemática do colégio
Em 1758 publica em Veneza a sua obra mais importante, Teoria da filosofia natural derivada da
única lei de forças existente na Natureza, que contém as suas importantes teoria atómica (não
rígida) e teoria de forças, ambas baseadas na física newtoniana
É o fundador do Observatório Astronómico de Brera (Milão), em 1764
Em 1773, Clemente XIV extingue a Companhia de Jesus; nesse ano de incertezas, Bošković
aceita a oferta de Luís XV para ir para Paris, como director de óptica militar na Marinha Real
Em 1783 está de volta a Itália; passa dois anos em Bassano, e muda-se para Brera em 1786
Nos últimos anos da sua vida dedica-se por inteiro à óptica e à astronomia
Cientistas e católicos
Ruđer Bošković (1711-1787)
29
Cientistas e católicos
Matemática, linguista e filósofa italiana, nascida em Milão
Maria Gaetana Agnesi (1718-1799)
Aos 5 anos já falava francês
Aos 9 anos, fez um discurso em latim sobre o direito das mulheres à educação
Aos 13 anos era fluente em, Grego, Hebreu, Castelhano, Alemão, Latim
Aos 20 anos, publica os ensaios Propositiones Philosophicae e pede ao pai para entrar num convento
Com a recusa do pai, prossegue os estudos de Matemática e aos 30 anos, publica Instituzioni
analitiche ad uso della gioventù italiana, um livro que usou como manual para instruir os irmãos
Em 1750, Bento XIV nomeia-a lente de Matemática, Filosofia Natural e Física em Bolonha
É a primeira mulher nomeada professora numa Universidade (mas não terá exercido o cargo)
Após a morte do pai em 1752, dedica-se ao estudo da Teologia e da Patrística e a obras de
caridade; em 1771, é nomeada directora do Pio Instituto Trivulzio, onde fica até morrer em 1799 30
30
Cientistas e cristãos
Ordenado sacerdote, e com estudos em Ciências Naturais
Gregor Mendel (1822-1884)
Mendel é o “pai” da Genética
No mosteiro de Brno (Áustria), faz experiências de cruzamento de espécies usando ervilhas
Formula as Leis da Hereditariedade (1866), sem no entanto usar ainda o termo “gene”
O seu trabalho apenas foi descoberto pela comunidade científica em 1900
O neo-darwinismo é a síntese moderna da evolução darwiniana por selecção natural com a
genética mendeliana
31
Cientistas e cristãos
Físico, matemático, filósofo de Ciência e professor de Física
Pierre Duhem (1861-1916)
1872: perde uma irmã e um irmão devido a uma epidemia de difteria
1872-1882: prossegue os seus estudos no Colégio Stanislas, em Paris
1882: entra na École Normale Supérieure (Paris); foi o melhor aluno de Ciências em todos os anos
1884-1885: apresenta a Tese de Doutoramento: “Le potentiel thermodynamique et ses applications
à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques”
O painel de tendências anticlericais, Lippmann, Hermite e Picard, rejeita a Tese de um aluno
brilhante, mas católico; para mais, Duhem refutara o Princípio do Trabalho Máximo, a “glória” de
Marcelin Berthelot, figura eminente do meio científico, e de quem Lippmann era amigo
32
1890: casa-se com Adèle Chayet de quem tem a filha Hélène (1891)
Berthelot usará a sua influência para lhe fechar as portas a uma carreira docente em Paris; em
Outubro de 1887 obtém uma colocação de docente na Faculdade de Ciências de Lille
Outubro de 1888: obtém o Doutoramento numa Tese sobre magnetismo por indução; o painel era
composto por Bouty, Darboux e Poincaré
32
Cientistas e cristãos
Físico, matemático, filósofo de Ciência e professor de Física
Pierre Duhem (1861-1916)
1892: a sua mulher morre ao dar à luz o seu segundo filho, que também morre
Outubro de 1893: muda-se de Lille para Rennes; mantém a expectativa de ir para Paris
Outubro de 1894: é recolocado em Bordéus, onde permanecerá até ao fim da sua carreira
1903: Durante as pesquisas para a sua obra sobre as origens da estática, descobre a ciência
medieval, e a obra científica de autores como Buridan e Oresme (“doctores parisienses”)
É o pioneiro na demonstração da continuidade entre ciência medieval e ciência moderna
33
1916: Com a sua morte, deixa a obra interrompida no décimo volume (incompleto)
1906-1913: Trabalha na sua obra em três volumes, “Études sur Léonard de Vinci”; o terceiro
volume recebe o título “Les précurseurs parisiens de Galilée”
1914-1916: Trabalha na sua obra-prima (pensada para doze volumes), “Le Système du Monde”
33
Cientistas e cristãos
Georges Lemaître (1894-1966)
Padre belga, astrónomo, físico e professor de Física
Pioneiro na aplicação da Relatividade Geral à Cosmologia
1927: contesta o modelo estático de Einstein
Defende um Universo em expansão e estima a “constante de Hubble”, dois anos antes do próprio
1931: apresenta a “Teoria do Átomo Primordial” e publica-a
num artigo na “Nature”
É o verdadeiro “pai” da teoria conhecida como “Big Bang”
(expressão de Fred Hoyle - 1949)
Um dos primeiros cientistas a trabalhar com computadores
(1958, com o Burroughs E101)
Lemaître distinguia o conceito teológico de Criação do conceito
científico de “início dos tempos”
Defensor da autonomia entre Ciência e Teologia
(sem admitir contradição entre ambas) 34
Cientistas e cristãos
Padre beneditino húngaro, teólogo, filósofo, físico, professor de Física
Stanley L. Jaki (1924-2009)
Doutorado em Teologia (Instituto Pontifício de Sto. Anselmo, Roma, 1950)
Doutorado em Física (Universidade de Fordham, EUA , 1957)
Estudou com o Prémio Nobel da Física, Victor Hess
Leccionou as Gifford Lectures, em Edimburgo, de 1974 a 1976
35
Prémio Templeton em 1987
Primeiro a tirar as consequências dos Teoremas da Incompletude de Gödel para a “teoria de tudo”
Autor de uma explicação meteorológica para o milagre do Sol, em Fátima
35
Cientistas e cristãos
Donald Knuth (1938–)
36
Norte-americano, matemático e cientista de computadores
1963: Doutoramento em Matemática (Caltech)
Nesse ano, torna-se professor assitente no Caltech e inicia a obra “The Art of Computer Programming”
1968: é editado o primeiro volume (de sete) da obra “The Art of Computer Programming”
Nesse ano, torna-se professor na Universidade de Stanford
1992: abandona o cargo de professor para se dedicar à sua obra-prima
A parte A do volume 4 já foi editada; o volume 5 está estimado para 2020
Knuth é luterano, e nos tempos livres dedica-se à actividade de organista
Cientistas e cristãos
Médico-geneticista norte-americano
Francis Collins (1950–)
Doutorado em Química, na Universidade de Yale (1974)
Doutorado em Medicina, na Universidade da Carolina do Norte (1977)
De 1993-2008, Director do National Center for Human Genome Research
Liderou o Consórcio Internacional de Sequenciamento do Genoma Humano
(concluído em 2003)
37
No decorrer da sua carreira médica, passou de ateu a cristão evangélico
A 14 de Outubro de 2009, o Papa Bento XVI fê-lo membro da Pontifícia Academia das Ciências
37
Cientistas e cristãos
Matemático francês, natural de Antony
Laurent Lafforgue (1966-)
2000: Director de Investigação no CNRS
2002: Recebe a Medalha Fields em Pequim
2003: Membro da Academia das Ciências de Paris
Católico devoto, tem-se dedicado à causa da Educação Pública em França
38
«Tenho que afirmar publicamente o meu reconhecimento, a minha fidelidade e o meu
amor filial à Igreja Católica, que nunca me fez senão o bem e que me deu em
abundância o tesouro mais precioso, que jamais encontrei noutro lugar»
39
Resumo dos autores abordados(1)
Séc. XIX-XX Pierre Duhem
Séc. XX Stanley L. Jaki
Séc. XIV Nicole Oresme
Séc. XVIII Maria Gaetana Agnesi
Séc. XX- XXI Laurent Lafforgue
Séc. XVII Niels Stensen
Séc. XIX Gregor Mendel
Séc. XX-XXI Francis Collins
Séc. XIII-XIV Jean Buridan
Séc. XIV Nicole Oresme
Séc. XIX-XX Georges Lemaître
Séc. XIX-XX Pierre Duhem
Áreas do saber
científico
Medicina,
Anatomia,
Genética
Física ,
Química
Matemática
História da
Ciência
Cientistas e cristãos
Ao longo dos tempos inúmeros cristãos contribuíram para a evolução da
Ciência nas diversas áreas do saber científico.
(1) Contribuições mais significativas
40
1. Introdução
2. Obscurantista, a Igreja?
3. A dita guerra entre Igreja e Ciência
4. Cientistas e cristãos
5. Conclusão
Índice
Conclusão
Albert Einstein (1879-1955)
Nunca encontrei uma expressão melhor do que “religiosa” para esta
confiança na natureza racional da realidade e da sua peculiar acessibilidade
à mente humana. Quando esta confiança falta, a ciência degenera num
procedimento sem inspiração. O Diabo que se preocupe se os padres
capitalizam isso. Não há remédio para isso [não há outra opção].
I have never found a better expression than “religious” for this trust in the
rational nature of reality and of its peculiar accessibility to the human mind.
Where this trust is lacking science degenerates into an uninspired
procedure. Let the devil care if the priests make capital out of this. There is
no remedy for that.
Albert Einstein, Lettres a Maurice Solovine reproduits en facsimile et traduits en français
(Paris :Gauthier-Vilars, 1956), pp. 102-103.
4141
Conclusão
Albert Einstein (1879-1955)
É certo que uma convicção, semelhante a um sentimento religioso, acerca
da racionalidade ou inteligibilidade do mundo se encontra por detrás de
todos os trabalhos científicos de alto nível … Esta crença profunda, uma
crença unida a um sentimento profundo, numa mente superior que se revela
no mundo da experiência, representa a minha concepção de Deus.
Certain it is that a conviction, akin to religious feeling, of the rationality or
intelligibility of the world lies behind all scientific work of a higher order…
This firm belief, a belief bound up with deep feeling, in a superior mind that
reveals itself in the world of experience, represents my conception of God.
Albert Einstein, Ideas and Opinions, trad. Sonja Bargmann (New York: Dell, 1973), p. 255.
4242
Conclusão
Albert Einstein (1879-1955)
Todos os que estão seriamente empenhados na busca da ciência ficam
convencidos que as leis da natureza manifestam a existência de um espírito
muito superior ao dos homens, um [espírito] diante do qual nós com as
nossas modestas capacidades nos devemos sentir humildes.
Every one who is seriously engaged in the pursuit of science becomes
convinced that the laws of nature manifest the existence of a spirit vastly
superior to that of men, and one in the face of which we with our modest
powers must feel humble.
Albert Einstein. In: Max Jammer, Einstein and Religion (Princeton NJ: Princeton University
Press, 1999), p. 93.
4343
Conclusão
O Ateu afirma:
• O Universo é racional e
compreensível pelos nossos
intelectos racionais
• Todavia, não foi criado por um
Intelecto racional
O Cristão afirma:
• O Universo é racional e
compreensível porque foi criado
por uma entidade racional e
inteligente
• "Res naturalis inter duos
intellectus constituta est" –
São Tomás, De veritate (I,2).
Paradoxo!
O Ateu diz que o Universo
racional provém da matéria
/ energia, que não é uma
entidade inteligente
O Cristão diz que o Universo
racional provém de um ente
racional e inteligente
Explicação mais racional!
44
Conclusão
Para o diálogo entre Fé
cristã e Ciência:
• Respeito pelas verdades da Fé
cristã
• Respeito pelas verdades da
Ciência
O que deve ser
evitado…
• Falta de rigor científico,
filosófico e teológico
• Falta de confiança no trabalho
dos cientistas
• Falta de confiança no
Magistério doutrinal da Igreja
• A ideia impossível da “dupla
verdade”
Nenhuma verdade da Fé cristã contradiz uma verdade de
Ciência (e vice-versa).
45
Conclusão
«A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas
quais o espírito humano se eleva para a contemplação da
verdade.»
Papa João Paulo II (encíclica Fides et Ratio, 1998)
46
Bibliografia recomendada
Thomas E. Woods,
O que a Civilização Ocidental
deve à Igreja Católica
(Lisboa: Alêtheia, 2009)
Francis S. Collins,
A linguagem de Deus
(Lisboa: Presença, 2007)
Alister McGrath,
O Deus de Dawkins
(Lisboa: Alêtheia, 2008)
Antony Flew,
Deus existe
(Lisboa: Alêtheia, 2010)
Títulos em Português
47
Bibliografia recomendada
Edward Feser,
The Last Superstition – A
refutation of the new atheism
(St. Augustine’s Press, 2010)
Edward Feser,
Aquinas – A begginner’s
guide
(Oneworld, 2009)
David S. Oderberg,
Real Essentialsm
(Routledge, 2008)
Alvin Plantinga
Where the conflict
really lies – Science,
religion and naturalism
(Oxford University
Press, 2011)
Títulos em Inglês - Filosofia
48
Bibliografia recomendada
James Hannam,
God’s Philosophers
(Icon Books, 2010)
James Hannam,
The Genesis of Science
(Regnery, 2011)
Stanley L. Jaki
Bible and Science
(Christendom Press,
2004)
Stanley L. Jaki
The Relevance of
Physics
(Scottish Academic
Press, 1992)
Títulos em Inglês – História da Ciência
49
Bibliografia recomendada
Duas obras importantes...
Coord. William Lane Craig, J.P. Moreland
Argumentos para a existência de Deus
Argumentos para a imaterialidade da mente
Anthony Rizzi
Físico teórico, trabalha no LIGO
O livro conjuga ciência com São Tomas de Aquino
Bibliografia recomendada
Edward Feser – Scholastic Metaphysics (31 de Maio de 2014)
Bibliografia recomendada
David O'Connor – Ancient and Medieval Philosophy (OpenCourseWare)
ocw.nd.edu/philosophy/ancient-and-medieval-philosophy
Peter Kreeft (1937-), filósofo católico norte-americano
"Vinte argumentos para a existência de Deus"
www.peterkreeft.com
Bibliografia recomendada
Filósofos aristotélico-tomistas
• Edward Feser (Pasadena City College): http://edwardfeser.blogspot.pt/
• David Oderberg (Reading): http://www.davidsoderberg.co.uk/
• Gyula Klima (Fordham): http://faculty.fordham.edu/klima/
• Alexander Pruss (Baylor): http://alexanderpruss.blogspot.pt/
• Alfred Freddoso (Notre Dame): http://www3.nd.edu/~afreddos/
• Eleonore Stump (St. Louis): https://sites.google.com/site/stumpep/
• Joseph Kenny, O.P. (EUA, Nigéria, † 2013): http://www.dhspriory.org/kenny/
• Podcasts:
– The Thomistic Institute (católico, tema: filosofia tomista)
– Taylor Marshall (católico, temas: doutrina e vida espiritual)
– The Catholic Laboratory (Ian Maxfield, católico, tema: cientistas católicos)
– Unbelievable (Justin Brierley, evangélico, tema: debates e entrevistas)
– Reasonable Faith e Defenders (William Lane Craig, evangélico, tema: apologética)
– Veritas Forum (vários autores, tema: palestras e debates)
Bibliografia recomendada
Bibliografia recomendada
Alan Aversa (Físico, Univ. Arizona)
Homepage: http://www.u.arizona.edu/~aversa/
Aristotelismo-tomismo: http://www.u.arizona.edu/~aversa/scholastic/
Blogue: http://sententiaedeo.blogspot.pt/
Biblioteca virtual: http://garrigou.us.to/

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teologos barth, paul tilich, etc
Teologos barth, paul tilich, etcTeologos barth, paul tilich, etc
Teologos barth, paul tilich, etcBispoAlberto
 
Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade MédiaFilosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade MédiaLuci Bonini
 
Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)
Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)
Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)Jerbialdo
 
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes Novos
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes NovosH. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes Novos
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes Novosuniversalismo-7
 
Filosofia medieval - Segundo ano
Filosofia medieval - Segundo anoFilosofia medieval - Segundo ano
Filosofia medieval - Segundo anoVictor França
 
02.02 allan kardec 1_parte
02.02 allan kardec 1_parte02.02 allan kardec 1_parte
02.02 allan kardec 1_parteDenise Aguiar
 
Módulo XI - Milagres e Ciência
Módulo XI - Milagres e CiênciaMódulo XI - Milagres e Ciência
Módulo XI - Milagres e CiênciaBernardo Motta
 
A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.
A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.
A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.Carlos Ribeiro
 
Aula 05 filosofia início da era cristã e patrística
Aula 05   filosofia início da era cristã e patrísticaAula 05   filosofia início da era cristã e patrística
Aula 05 filosofia início da era cristã e patrísticaElizeu Nascimento Silva
 
Gabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-ciencia
Gabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-cienciaGabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-ciencia
Gabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-cienciaLucas Primani
 
D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...
D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...
D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...Jordano Santos Cerqueira
 

Mais procurados (20)

Teologos barth, paul tilich, etc
Teologos barth, paul tilich, etcTeologos barth, paul tilich, etc
Teologos barth, paul tilich, etc
 
Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade MédiaFilosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
Filosofia: pós socráticos, cristianismo e idade Média
 
Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)
Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)
Nietzsche e Ativismo Científico (Rogério de Souza Teza)
 
Aula 2a parte patristica
Aula  2a parte patristicaAula  2a parte patristica
Aula 2a parte patristica
 
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes Novos
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes NovosH. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes Novos
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 1. Coisas Velhas com Nomes Novos
 
3 o mundo medieval
3   o mundo medieval3   o mundo medieval
3 o mundo medieval
 
Filosofia medieval - Segundo ano
Filosofia medieval - Segundo anoFilosofia medieval - Segundo ano
Filosofia medieval - Segundo ano
 
Aula 06 filosofia escolástica
Aula 06   filosofia escolásticaAula 06   filosofia escolástica
Aula 06 filosofia escolástica
 
02.02 allan kardec 1_parte
02.02 allan kardec 1_parte02.02 allan kardec 1_parte
02.02 allan kardec 1_parte
 
Módulo XI - Milagres e Ciência
Módulo XI - Milagres e CiênciaMódulo XI - Milagres e Ciência
Módulo XI - Milagres e Ciência
 
Filosofia medieval
Filosofia medievalFilosofia medieval
Filosofia medieval
 
A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.
A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.
A prática científica e a religião durante o Empirismo e o Iluminismo.
 
Filosofia 04 - Filosofia Medieval
Filosofia 04 - Filosofia MedievalFilosofia 04 - Filosofia Medieval
Filosofia 04 - Filosofia Medieval
 
Aula 05 filosofia início da era cristã e patrística
Aula 05   filosofia início da era cristã e patrísticaAula 05   filosofia início da era cristã e patrística
Aula 05 filosofia início da era cristã e patrística
 
Gabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-ciencia
Gabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-cienciaGabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-ciencia
Gabriel delanne-o-espiritismo-perante-a-ciencia
 
Filosofia medieval
Filosofia medievalFilosofia medieval
Filosofia medieval
 
Aula 1a parte hc antiguidade
Aula  1a parte  hc antiguidadeAula  1a parte  hc antiguidade
Aula 1a parte hc antiguidade
 
Filosofia Medieval
Filosofia MedievalFilosofia Medieval
Filosofia Medieval
 
1ª série filosofia medieval-
1ª série   filosofia medieval-1ª série   filosofia medieval-
1ª série filosofia medieval-
 
D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...
D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...
D1 - Fernanda Rocha Valim - Introdução a Pesquisa Científica - Senso Comum e ...
 

Destaque

História da arte
História da arteHistória da arte
História da arteandreaires
 
Resumão de História da Arte
Resumão de História da ArteResumão de História da Arte
Resumão de História da ArteEdenilson Morais
 
História da arte
História da arteHistória da arte
História da artelgreggio10
 
História da Arte - Pré-história e Antiguidade
História da Arte - Pré-história e AntiguidadeHistória da Arte - Pré-história e Antiguidade
História da Arte - Pré-história e AntiguidadeMarcio Duarte
 

Destaque (8)

História da arte
História da arteHistória da arte
História da arte
 
Resumão de História da Arte
Resumão de História da ArteResumão de História da Arte
Resumão de História da Arte
 
Introdução a Arte
Introdução a ArteIntrodução a Arte
Introdução a Arte
 
História da arte
História da arteHistória da arte
História da arte
 
O que é a arte
O que é a arteO que é a arte
O que é a arte
 
DEFINIÇÕES DE ARTE
DEFINIÇÕES DE ARTEDEFINIÇÕES DE ARTE
DEFINIÇÕES DE ARTE
 
História da Arte - Pré-história e Antiguidade
História da Arte - Pré-história e AntiguidadeHistória da Arte - Pré-história e Antiguidade
História da Arte - Pré-história e Antiguidade
 
Curso de historia da arte
Curso de historia da arteCurso de historia da arte
Curso de historia da arte
 

Semelhante a Curso Ciência e Fé

Apostila 21 teologia
Apostila 21 teologia Apostila 21 teologia
Apostila 21 teologia Omar Gebara
 
Liberalismo Teológico - Seitas e Heresias
Liberalismo Teológico - Seitas e HeresiasLiberalismo Teológico - Seitas e Heresias
Liberalismo Teológico - Seitas e HeresiasLuan Almeida
 
Filosofia e fé cristã - trecho
Filosofia e fé cristã - trechoFilosofia e fé cristã - trecho
Filosofia e fé cristã - trechoPublica Livros
 
Huberto Rohden - Catecismo da Filosofia
Huberto Rohden - Catecismo da FilosofiaHuberto Rohden - Catecismo da Filosofia
Huberto Rohden - Catecismo da Filosofiauniversalismo-7
 
Huberto rohden catecismo da filosofia
Huberto rohden   catecismo da filosofiaHuberto rohden   catecismo da filosofia
Huberto rohden catecismo da filosofiaUniversalismo Cultura
 
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o Véu
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o VéuH. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o Véu
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o Véuuniversalismo-7
 
REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)
REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)
REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)Jerbialdo
 
A tendência humana para religiosidade
A tendência humana para religiosidadeA tendência humana para religiosidade
A tendência humana para religiosidadeDókimos Aprovado
 
Reforma e contra reforma
Reforma e contra reformaReforma e contra reforma
Reforma e contra reformavr1a2011
 
é Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristã
é Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristãé Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristã
é Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristãDivino Moab
 
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02Thais Madureira
 
A reforma & a contra reforma religiosa
A reforma & a contra reforma religiosaA reforma & a contra reforma religiosa
A reforma & a contra reforma religiosaKelly Delfino
 
Resenha filosofia da religião e filosofia da ciência
Resenha filosofia da religião e filosofia da ciênciaResenha filosofia da religião e filosofia da ciência
Resenha filosofia da religião e filosofia da ciênciaPaulo Pereira
 

Semelhante a Curso Ciência e Fé (20)

Teologia 21
Teologia 21Teologia 21
Teologia 21
 
Apostila 21 teologia
Apostila 21 teologia Apostila 21 teologia
Apostila 21 teologia
 
Guerra dos 30 anos
Guerra dos 30 anosGuerra dos 30 anos
Guerra dos 30 anos
 
Liberalismo Teológico - Seitas e Heresias
Liberalismo Teológico - Seitas e HeresiasLiberalismo Teológico - Seitas e Heresias
Liberalismo Teológico - Seitas e Heresias
 
Filosofia e fé cristã - trecho
Filosofia e fé cristã - trechoFilosofia e fé cristã - trecho
Filosofia e fé cristã - trecho
 
A igreja em prol da ciência
A igreja em prol da ciência A igreja em prol da ciência
A igreja em prol da ciência
 
Liberalismo Teológico
Liberalismo TeológicoLiberalismo Teológico
Liberalismo Teológico
 
Huberto Rohden - Catecismo da Filosofia
Huberto Rohden - Catecismo da FilosofiaHuberto Rohden - Catecismo da Filosofia
Huberto Rohden - Catecismo da Filosofia
 
Huberto rohden catecismo da filosofia
Huberto rohden   catecismo da filosofiaHuberto rohden   catecismo da filosofia
Huberto rohden catecismo da filosofia
 
reforma religiosa.pdf
reforma religiosa.pdfreforma religiosa.pdf
reforma religiosa.pdf
 
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o Véu
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o VéuH. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o Véu
H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - Ante o Véu
 
Ciencia
CienciaCiencia
Ciencia
 
REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)
REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)
REVISTA ATEÍSTA - 1ª Edição (versão impressa)
 
A tendência humana para religiosidade
A tendência humana para religiosidadeA tendência humana para religiosidade
A tendência humana para religiosidade
 
Reforma e contra reforma
Reforma e contra reformaReforma e contra reforma
Reforma e contra reforma
 
é Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristã
é Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristãé Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristã
é Duro ver milhões de pessoas sendo enganadas pela mitologia cristã
 
Homo religiosus
Homo religiosusHomo religiosus
Homo religiosus
 
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
 
A reforma & a contra reforma religiosa
A reforma & a contra reforma religiosaA reforma & a contra reforma religiosa
A reforma & a contra reforma religiosa
 
Resenha filosofia da religião e filosofia da ciência
Resenha filosofia da religião e filosofia da ciênciaResenha filosofia da religião e filosofia da ciência
Resenha filosofia da religião e filosofia da ciência
 

Último

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 

Último (20)

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 

Curso Ciência e Fé

  • 1. Curso Ciência e Fé Módulo I – Introdução © Bernardo Motta bmotta@observit.pt http://espectadores.blogspot.com
  • 2. Curso Ciência e Fé I – Introdução II – Filosofia Grega e Cosmologia Grega III – Filosofia Medieval e Ciência Medieval IV – Inquisição e Ciência V e VI – O Caso Galileu VII – A Revolução Científica VIII – Darwin e a Igreja Católica IX – Os Argumentos Cosmológico e Teleológico X – Filosofia da Mente e Inteligência Artificial XI – Milagres e Ciência XII – Concordância entre Cristianismo e Ciência
  • 3. 3 1. Introdução 2. Obscurantista, a Igreja? 3. A dita guerra entre Igreja e Ciência 4. Cientistas e cristãos 5. Conclusão Índice
  • 4. Introdução 4 Fé e Razão, Ludwig Seitz (1844–1908), Galeria dos Candelabros, Vaticano 4
  • 5. Toda a doutrina cristã assenta no conceito cristão de Deus e na existência desse Deus Do ponto de vista ateísta: a crença na existência de Deus é irracional Afirma-se que o conceito de Deus é contraditório: é impossível que Deus exista Mais modestamente, afirma-se que Deus poderia existir, mas não existe Só se pode dizer que a crença é irracional se se mostrar que é impossível que Deus exista Do ponto de vista cristão: a crença na inexistência de Deus é irracional Afirma-se que a razão e a observação levam a que seja impossível que Deus não exista Mais modestamente, Deus poderia não existir, mas existe (esta posição não é cristã) Se é impossível que Deus não exista, então o ateísmo é irracional Introdução A fé cristã é irracional? «(…) Deus, a causa primeira (principium) e o fim de todas as coisas, pode, a partir das coisas criadas, ser conhecido com certeza pelo poder natural da razão humana (…)» - Vaticano I 5 Atenção: dizer que o ateísmo é irracional não é dizer que os ateus são irracionais! 5
  • 6. 6 1. Introdução 2. Obscurantista, a Igreja? 3. A dita guerra entre Igreja e Ciência 4. Cientistas e cristãos 5. Conclusão Índice
  • 7. «O Deus do Antigo Testamento é a personagem mais desagradável de toda a ficção. Ciumento e orgulhoso disso. Um mesquinho, injusto e impiedoso fanático do controlo. Um vingativo “limpador étnico” sedento de sangue. Um misógino, homofóbico, racista, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalómano, sado-masoquista, caprichoso e malévolo rufia.» Palestra em Lynchburg, Virginia (E.U.A.), 2006 Richard Dawkins (1941-) Este cientista julga que a Ciência conduz ao ateísmo… É o mais popular “profeta” moderno do ateísmo! Introdução Estará Dawkins a falar como cientista? 7 Ou estará a usar a sua carreira científica como aval para o seu ateísmo?
  • 8. Introdução O Deus do Antigo Testamento… «Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egipto o meu filho. Mas, quanto mais os chamei, mais eles se afastaram; ofereceram sacrifícios aos ídolos de Baal e queimaram oferendas a estátuas. Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconheceram que era Eu quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer. Ele [Israel] voltará para o Egipto, e a Assíria será o seu rei, porque recusaram converter-se. A espada devastará as suas cidades, destruirá as suas defesas e os devorará, por causa dos seus planos. O meu povo é inclinado a afastar-se de mim; quando se convida a subir ao que está no alto, ninguém procura elevar-se. Como poderia abandonar-te, ó Efraim? Entregar-te, ó Israel? Como poderia Eu abandonar-te, como a Adma, ou tratar-te como Seboim? O meu coração dá voltas dentro de mim, comovem-se as minhas entranhas. Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não me deixo levar pela ira.» - Oseias, 11, 1-9 8 Dawkins não está a falar como cientista, senão verificaria melhor os factos… 8
  • 9. Obstáculos… Incompreensão do conceito de Deus: “Enquanto eu não vir Deus com os meus olhos não acredito”; “Mostrem-me Deus” ; etc. A Fé cristã seria incompatível com a Razão... Cientista  Ateu Dúvidas sobre a sinceridade dos cristãos: “O clero inventou tudo para ter poder”; “Nem o Papa acredita em Deus”; etc. O mito da incompatibilidade entre Fé Cristã e Ciência (sécs. XVIII e XIX) Lendas anti-cristãs: “A Ressurreição foi falsificada”; “Jesus foi casado com Maria Madalena”; “Jesus não queria fundar uma Igreja”; “Constantino «montou» o Novo Testamento”; “A Igreja é inimiga da sexualidade”; “A Inquisição matou milhões de pessoas”; “O Papa Pio XII apoiou o nazismo”; etc. Fé = Superstição: Erro comum, confundir “supra- racional” com “irracional” A Fé é “supra-racional”, ou seja, actua “acima” da razão Para ser “irracional”, a Fé teria que estar contra a razão 9
  • 10. 10 1. A Questão de Hoje 2. Introdução e Obstáculos 3. Obscurantista, a Igreja? 4. A dita guerra entre Igreja e Ciência 5. Cientistas e católicos 6. Conclusão Índice
  • 11. Igreja Católica: a grande inimiga e rival da Ciência e da Razão? A religião cristã teria mantido a Europa em atraso civilizacional: “a Idade das Trevas” O caso excepcional de Galileu é apresentado como a “regra” no conflito com a Ciência Julgamento de Galileu – Cristiano Banti (1857) Obscurantista, a Igreja? 11
  • 12. Obscurantista, a Igreja? Como se explica que… … tenham sido dois Cardeais, Schömberg e Tiedemann Giese, a pedir a Copérnico para publicar a sua obra De revolutionibus orbium coelestium (Nuremberga, 1543), em defesa do modelo heliocêntrico? O caso Galileu: uma história mal contada? … a obra de Copérnico tenha sido dedicada pelo autor ao Papa Paulo III, que a autorizou? Como se explica que… … apenas em Fevereiro de 1616, ou seja, 73 anos depois da primeira edição, um grupo de teólogos do Santo Ofício tenha declarado que o heliocentrismo era herético? Como se explica que… … essa declaração não tenha sido assinada pelo Papa e formalizada para toda a Igreja, levando apenas a uma proibição do livro de Copérnico? Como se explica que… … que a obra que causou a ruína de Galileu, o Diálogo (Florença, 1632), tenha sido impressa com permissão do Inquisidor de Florença? Como se explica que… … o Papa Urbano VIII, outrora grande amigo de Galileu, o tenha condenado em 1633, por causa de uma obra aprovada pelas autoridades eclesiásticas? Como se explica que… … em Março de 1638, em prisão domiciliária em Florença, Galileu peça ao Santo Ofício permissão para ir à missa em dias festivos? Como se explica que… 12
  • 13. “Tenho duas fontes de perpétuo conforto: primeiro, que nos meus escritos não se pode encontrar a mais ténue sombra de irreverência em relação à Santa Igreja; e segundo, o testemunho da minha própria consciência, que apenas eu e Deus no Céu conhecemos. E Ele sabe que nesta causa pela qual eu sofro, apesar de que muitos podem ter falado dela com mais erudição, ninguém, nem mesmo os antigos Padres, falou com mais piedade ou como maior zelo pela Igreja do que eu” Carta de Galileu a Nicolò Fabri di Peiresc, de 21 de Fevereiro de 1635. Obscurantista, a Igreja? 13 O caso Galileu: uma história mal contada?
  • 14. Obscurantista, a Igreja? Porque razão estava Giovanni Lembo, amigo de Galileu, em Lisboa, em 1614, no colégio jesuíta de Santo Antão, a ensinar na Aula da Esfera a construção de telescópios galileanos? Porque razão o Padre Jesuíta Manuel Dias divulgou na China, em 1614, as descobertas astronómicas de Galileu Galilei? Galileu, Sidereus Nuncius, Veneza, 1610 Manuel Dias, Tianwenlüe, Pequim, 1614 14 O caso Galileu: uma história mal contada?
  • 15. Obscurantista, a Igreja? Ou o oposto? «The Roman Catholic Church gave more financial and social support to the study of astronomy for over six centuries, from the recovery of ancient learning during the late Middle Ages into the Enlightenment, than any other, and, probably, all other, institutions (p. 3).» «During the sixteenth and seventeenth centuries the Catholic Church supported a great many cultivators of science. A systematic study of the niches they occupied, the infrastructure they moved through, and the roles they fulfilled does not exist. The courts and households of the big ecclesiastical patrons, the popes and cardinals, afforded many openings for the learned. The great orders, especially the Jesuits, supported some of their brethren as writers, mathematicians, architects and engineers” (pp. 21-22).» J. L. Heilbron, The Sun in the Church. Cathedrals as Solar Observatories (Harvard University Press, 1999) 15
  • 16. Obscurantista, a Igreja? Ou o oposto? «The single most important contributor to the support of the study of physics in the seventeenth century was the Catholic Church and, within it, the Society of Jesus» (p. 2) «O mais importante contribuidor para o apoio do estudo da física no séc. XVII foi a Igreja Católica e, nela, a Companhia de Jesus» (p. 2). J. L. Heilbron, Electricity in the 17th and 18th Centuries 16 16
  • 17. 17 1. Introdução 2. Obscurantista, a Igreja? 3. A dita guerra entre Igreja e Ciência 4. Cientistas e católicos 5. Conclusão Índice
  • 18. «A Teologia representada em Roma pelos Santos Padres, seus legítimos intérpretes, não só não se encontrou nunca, em tempo algum, de acordo com a ciência e com a razão do homem, mas esteve sempre em conflito, em contradição e em hostilidade com a razão e com a ciência.» Ramalho Ortigão, “As Farpas” – carta a Monsenhor Pinto de Campos Ramalho Ortigão (1836-1915) A dita guerra entre Igreja e Ciência 18
  • 19. A dita guerra entre Igreja e Ciência Os pioneiros da tese do conflito John William Draper (1811-1882) “History of the Conflict between Religion and Science” (1875) Cientista, médico e professor universitário (NYU) Presidente da American Chemical Society Fundador da NY University School of Medicine Obra escrita num tom anticatólico Andrew Dickinson White (1832-1918) “A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom“ (1896, 2 vols.) Fundador (com Ezra Cornell) e primeiro Presidente da Universidade Cornell (EUA) White pretendia combater a “teologia” e não a “religião”: a Ciência vista como purificadora da religião organizada 19
  • 20. A dita guerra entre Igreja e Ciência A história quase completa desta “guerra”… 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 1600: Giordano Bruno queimado em Roma pela Inquisição … mas por magia: ele não era cientista! 1633: Galileu condenado a prisão domiciliária Na sequência da publicação da sua obra Diálogo, por desobedecer a uma ordem que (presumidamente) lhe fora dada em 1616 pelo Cardeal Bellarmino 1720: John Toland lança o mito moderno de Hipátia Filósofa alexandrina do século V, assassinada em 415 1788/89: “History of the Decline and Fall of the Roman Empire”, vol. VI Edward Gibbon culpa os cristãos pela morte de Hipátia (p. 17) e pela destruição da Biblioteca de Alexandria (que já não existia na altura, p. 420) 2009: O mito de Hipátia chega às salas de cinema “Ágora” do realizador Alejandro Amenábar «Ao antigo saber científico dos pagãos seguiu-se a Idade das Trevas do cristianismo» 20 1980: “Cosmos” Carl Sagan ecoa Gibbon: culpa os cristãos pela morte de Hipátia e pelo fim da Biblioteca de Alexandria (p.365)
  • 21. Judeo-cristianismo: Cosmos estável, estruturado e inteligível, obra de um Deus racional e fiel Investigar a Natureza é “ler” a obra racional de Deus Criado à imagem e semelhança de Deus, o Homem é capaz de inteligir o Cosmos criado por Deus Distinção entre Criador e Criação: a Natureza tem as suas próprias “leis” definidas por Deus Deus valoriza a Criação e o Homem porque Deus Se fez Homem em Jesus Cristo Desaparece o Cosmos pagão: eterno e necessário (autossuficiente, auto-existente) Surge o Cosmos cristão: criado “ex nihilo” (do nada) e contingente (dependente de algo para existir) O Cosmos cristão podia não existir! Se existe… Porque é que existe? O que o fez existir? Cristianismo: o berço da Ciência  Porque razão a Ciência apenas prosperou no Ocidente cristão? Tu, porém, regulaste tudo com medida, número e peso. Livro da Sabedoria, c. 11, v. 20 21
  • 22. Palestra de Bento XVI na Aula Magna de Regensburg, 12 de Setembro de 2006: "Fé, Razão e Universidade": "E no entanto a razão moderna, própria das ciências naturais, com a sua dimensão platónica intrínseca traz consigo (...) uma questão que a transcende a ela juntamente com as suas possibilidades metódicas" "Ela própria tem simplesmente de aceitar a estrutura racional da matéria e a correspondência entre o nosso espírito e as estruturas racionais operativas na natureza como um dado de facto, sobre o qual se baseia o seu percurso metódico" "Mas a pergunta sobre o porquê deste dado de facto existe e deve ser confiada pelas ciências naturais a outros níveis e modos do pensar – à filosofia e à teologia" Cristianismo: o berço da Ciência  Quais são os pressupostos filosóficos e teológicos da Ciência moderna? 22 O trabalho do cientista pressupõe um Cosmos racional e inteligível!
  • 23. A eficácia da Matemática em Ciência: de onde vem? Eugene Wigner (1902-1995), físico e matemático ateu Prémio Nobel da Física (1963) The Unreasonable Effectiveness of Mathematics in the Natural Sciences (1960) «(…) fundamentalmente, não sabemos porque é que as nossas teorias funcionam tão bem. Por isso, a sua precisão pode não provar a sua verdade e consistência. (...) O milagre da apropriedade da linguagem da matemática à formulação das leis da física é um dom maravilhoso, que nós nem entendemos nem merecemos. Deveríamos estar agradecidos por ele, e esperar que se mantenha válido em pesquisas futuras (...)» 23 Cristianismo e Ciência: profundamente concordantes
  • 24. 24 1. Introdução 2. Obscurantista, a Igreja? 3. A dita guerra entre Igreja e Ciência 4. Cientistas e cristãos 5. Conclusão Índice
  • 25. Cientistas e cristãos Padre secular e professor na Universidade de Paris Jean Buridan (c.1295-1358) Nascido em Béthune, na Picardia, de origem humilde Desenvolveu a teoria do ímpeto: os corpos em movimento tendem a mantê-lo Lançou as bases para o trabalho de Newton na dinâmica dos corpos 25 Pioneiro, na Europa medieval, de Física não aristotélica Bolseiro no Colégio Lemoine em Paris, Mestre em Artes e Professor na Universidade de Paris «depois de abandonar o braço do lançador, o projéctil move-se graças a um ímpeto que lhe é dado pelo lançador, e este continuará a mover-se enquanto o ímpeto permanecer mais forte do que a resistência, e seria de infinita duração se não fosse diminuído ou corrompido por uma força contrária que lhe resistisse ou por algo inclinado a um movimento contrário» (QM XII.9: 73ra)
  • 26. Cientistas e cristãos Matemático, economista, físico, astrónomo, filósofo, musicólogo, teólogo Nicole Oresme, Bispo de Lisieux (c.1320-1382) Forte crítico das “manipulações monetárias” por parte do poder temporal Forte crítico da astrologia, e do seu uso por parte dos governantes Criador de um grande número de termos científicos em francês Demonstrou, séculos antes de Galileu, as leis do movimento uniforme Primeiro método de cálculo para potências irracionais Primeira teoria da propagação de ondas de som e luz por via energética “Tratado do aperfeiçoamento das espécies”: pai da Teoria dos Sistemas, propõe evolução biológica pela adaptação do indivíduo ao ambiente, cinco séculos antes de Lamark e Darwin 26
  • 27. Cientistas e cristãos Filósofo, matemático e inventor francês, natural de Clermont-Ferrand Entre 1642 e 1645, Pascal desenvolveu cerca de 50 protótipos de calculadora A “Pascaline” foi apresentada ao público em 1645: Pascal construiu cerca de 20 calculadoras, das quais sobreviveram apenas 9 Hidrostática: determinação da relação entre a altitude e a pressão atmosférica (lei de Pascal) Inventor: prensa hidráulica, seringa, roleta (forma primitiva) O nome de Pascal foi dado a uma unidade do sistema SI (pressão) e a uma linguagem de programação Pensées, a obra-prima de Pascal, não foi terminada: o título original: Apologia da religião cristã Blaise Pascal (1623-1662) 27 27
  • 28. Cientistas e cristãos Dinamarquês, natural de Copenhaga Niels Stensen (1638-1686) Anatomista, investigou o sistema muscular e o sistema nervoso Pioneiro em Geologia e Estratigrafia (fundou-a em 1669) Foi o primeiro a afirmar que os fósseis derivam de organismos vivos Converteu-se do luteranismo ao catolicismo em 1666 Em 1667 dissecou um tubarão Em 1677 foi ordenado Bispo Morreu em 1686 - Em 1987, o Papa João Paulo II proclamou-o Beato 28
  • 29. Sacerdote jesuíta, matemático, físico, astrónomo, filósofo, teólogo, poeta e diplomata, nascido em Dubrovnik (hoje Croácia) Em Setembro de 1725, abandona Dubrovnik e segue para Roma Inicia o noviciado jesuíta em 1731, em Sant’Andrea delle Frate, onde estuda Matemática e Física, revelando-se um aluno brilhante Em 1740 é nomeado professor de Matemática do colégio Em 1758 publica em Veneza a sua obra mais importante, Teoria da filosofia natural derivada da única lei de forças existente na Natureza, que contém as suas importantes teoria atómica (não rígida) e teoria de forças, ambas baseadas na física newtoniana É o fundador do Observatório Astronómico de Brera (Milão), em 1764 Em 1773, Clemente XIV extingue a Companhia de Jesus; nesse ano de incertezas, Bošković aceita a oferta de Luís XV para ir para Paris, como director de óptica militar na Marinha Real Em 1783 está de volta a Itália; passa dois anos em Bassano, e muda-se para Brera em 1786 Nos últimos anos da sua vida dedica-se por inteiro à óptica e à astronomia Cientistas e católicos Ruđer Bošković (1711-1787) 29
  • 30. Cientistas e católicos Matemática, linguista e filósofa italiana, nascida em Milão Maria Gaetana Agnesi (1718-1799) Aos 5 anos já falava francês Aos 9 anos, fez um discurso em latim sobre o direito das mulheres à educação Aos 13 anos era fluente em, Grego, Hebreu, Castelhano, Alemão, Latim Aos 20 anos, publica os ensaios Propositiones Philosophicae e pede ao pai para entrar num convento Com a recusa do pai, prossegue os estudos de Matemática e aos 30 anos, publica Instituzioni analitiche ad uso della gioventù italiana, um livro que usou como manual para instruir os irmãos Em 1750, Bento XIV nomeia-a lente de Matemática, Filosofia Natural e Física em Bolonha É a primeira mulher nomeada professora numa Universidade (mas não terá exercido o cargo) Após a morte do pai em 1752, dedica-se ao estudo da Teologia e da Patrística e a obras de caridade; em 1771, é nomeada directora do Pio Instituto Trivulzio, onde fica até morrer em 1799 30 30
  • 31. Cientistas e cristãos Ordenado sacerdote, e com estudos em Ciências Naturais Gregor Mendel (1822-1884) Mendel é o “pai” da Genética No mosteiro de Brno (Áustria), faz experiências de cruzamento de espécies usando ervilhas Formula as Leis da Hereditariedade (1866), sem no entanto usar ainda o termo “gene” O seu trabalho apenas foi descoberto pela comunidade científica em 1900 O neo-darwinismo é a síntese moderna da evolução darwiniana por selecção natural com a genética mendeliana 31
  • 32. Cientistas e cristãos Físico, matemático, filósofo de Ciência e professor de Física Pierre Duhem (1861-1916) 1872: perde uma irmã e um irmão devido a uma epidemia de difteria 1872-1882: prossegue os seus estudos no Colégio Stanislas, em Paris 1882: entra na École Normale Supérieure (Paris); foi o melhor aluno de Ciências em todos os anos 1884-1885: apresenta a Tese de Doutoramento: “Le potentiel thermodynamique et ses applications à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques” O painel de tendências anticlericais, Lippmann, Hermite e Picard, rejeita a Tese de um aluno brilhante, mas católico; para mais, Duhem refutara o Princípio do Trabalho Máximo, a “glória” de Marcelin Berthelot, figura eminente do meio científico, e de quem Lippmann era amigo 32 1890: casa-se com Adèle Chayet de quem tem a filha Hélène (1891) Berthelot usará a sua influência para lhe fechar as portas a uma carreira docente em Paris; em Outubro de 1887 obtém uma colocação de docente na Faculdade de Ciências de Lille Outubro de 1888: obtém o Doutoramento numa Tese sobre magnetismo por indução; o painel era composto por Bouty, Darboux e Poincaré 32
  • 33. Cientistas e cristãos Físico, matemático, filósofo de Ciência e professor de Física Pierre Duhem (1861-1916) 1892: a sua mulher morre ao dar à luz o seu segundo filho, que também morre Outubro de 1893: muda-se de Lille para Rennes; mantém a expectativa de ir para Paris Outubro de 1894: é recolocado em Bordéus, onde permanecerá até ao fim da sua carreira 1903: Durante as pesquisas para a sua obra sobre as origens da estática, descobre a ciência medieval, e a obra científica de autores como Buridan e Oresme (“doctores parisienses”) É o pioneiro na demonstração da continuidade entre ciência medieval e ciência moderna 33 1916: Com a sua morte, deixa a obra interrompida no décimo volume (incompleto) 1906-1913: Trabalha na sua obra em três volumes, “Études sur Léonard de Vinci”; o terceiro volume recebe o título “Les précurseurs parisiens de Galilée” 1914-1916: Trabalha na sua obra-prima (pensada para doze volumes), “Le Système du Monde” 33
  • 34. Cientistas e cristãos Georges Lemaître (1894-1966) Padre belga, astrónomo, físico e professor de Física Pioneiro na aplicação da Relatividade Geral à Cosmologia 1927: contesta o modelo estático de Einstein Defende um Universo em expansão e estima a “constante de Hubble”, dois anos antes do próprio 1931: apresenta a “Teoria do Átomo Primordial” e publica-a num artigo na “Nature” É o verdadeiro “pai” da teoria conhecida como “Big Bang” (expressão de Fred Hoyle - 1949) Um dos primeiros cientistas a trabalhar com computadores (1958, com o Burroughs E101) Lemaître distinguia o conceito teológico de Criação do conceito científico de “início dos tempos” Defensor da autonomia entre Ciência e Teologia (sem admitir contradição entre ambas) 34
  • 35. Cientistas e cristãos Padre beneditino húngaro, teólogo, filósofo, físico, professor de Física Stanley L. Jaki (1924-2009) Doutorado em Teologia (Instituto Pontifício de Sto. Anselmo, Roma, 1950) Doutorado em Física (Universidade de Fordham, EUA , 1957) Estudou com o Prémio Nobel da Física, Victor Hess Leccionou as Gifford Lectures, em Edimburgo, de 1974 a 1976 35 Prémio Templeton em 1987 Primeiro a tirar as consequências dos Teoremas da Incompletude de Gödel para a “teoria de tudo” Autor de uma explicação meteorológica para o milagre do Sol, em Fátima 35
  • 36. Cientistas e cristãos Donald Knuth (1938–) 36 Norte-americano, matemático e cientista de computadores 1963: Doutoramento em Matemática (Caltech) Nesse ano, torna-se professor assitente no Caltech e inicia a obra “The Art of Computer Programming” 1968: é editado o primeiro volume (de sete) da obra “The Art of Computer Programming” Nesse ano, torna-se professor na Universidade de Stanford 1992: abandona o cargo de professor para se dedicar à sua obra-prima A parte A do volume 4 já foi editada; o volume 5 está estimado para 2020 Knuth é luterano, e nos tempos livres dedica-se à actividade de organista
  • 37. Cientistas e cristãos Médico-geneticista norte-americano Francis Collins (1950–) Doutorado em Química, na Universidade de Yale (1974) Doutorado em Medicina, na Universidade da Carolina do Norte (1977) De 1993-2008, Director do National Center for Human Genome Research Liderou o Consórcio Internacional de Sequenciamento do Genoma Humano (concluído em 2003) 37 No decorrer da sua carreira médica, passou de ateu a cristão evangélico A 14 de Outubro de 2009, o Papa Bento XVI fê-lo membro da Pontifícia Academia das Ciências 37
  • 38. Cientistas e cristãos Matemático francês, natural de Antony Laurent Lafforgue (1966-) 2000: Director de Investigação no CNRS 2002: Recebe a Medalha Fields em Pequim 2003: Membro da Academia das Ciências de Paris Católico devoto, tem-se dedicado à causa da Educação Pública em França 38 «Tenho que afirmar publicamente o meu reconhecimento, a minha fidelidade e o meu amor filial à Igreja Católica, que nunca me fez senão o bem e que me deu em abundância o tesouro mais precioso, que jamais encontrei noutro lugar»
  • 39. 39 Resumo dos autores abordados(1) Séc. XIX-XX Pierre Duhem Séc. XX Stanley L. Jaki Séc. XIV Nicole Oresme Séc. XVIII Maria Gaetana Agnesi Séc. XX- XXI Laurent Lafforgue Séc. XVII Niels Stensen Séc. XIX Gregor Mendel Séc. XX-XXI Francis Collins Séc. XIII-XIV Jean Buridan Séc. XIV Nicole Oresme Séc. XIX-XX Georges Lemaître Séc. XIX-XX Pierre Duhem Áreas do saber científico Medicina, Anatomia, Genética Física , Química Matemática História da Ciência Cientistas e cristãos Ao longo dos tempos inúmeros cristãos contribuíram para a evolução da Ciência nas diversas áreas do saber científico. (1) Contribuições mais significativas
  • 40. 40 1. Introdução 2. Obscurantista, a Igreja? 3. A dita guerra entre Igreja e Ciência 4. Cientistas e cristãos 5. Conclusão Índice
  • 41. Conclusão Albert Einstein (1879-1955) Nunca encontrei uma expressão melhor do que “religiosa” para esta confiança na natureza racional da realidade e da sua peculiar acessibilidade à mente humana. Quando esta confiança falta, a ciência degenera num procedimento sem inspiração. O Diabo que se preocupe se os padres capitalizam isso. Não há remédio para isso [não há outra opção]. I have never found a better expression than “religious” for this trust in the rational nature of reality and of its peculiar accessibility to the human mind. Where this trust is lacking science degenerates into an uninspired procedure. Let the devil care if the priests make capital out of this. There is no remedy for that. Albert Einstein, Lettres a Maurice Solovine reproduits en facsimile et traduits en français (Paris :Gauthier-Vilars, 1956), pp. 102-103. 4141
  • 42. Conclusão Albert Einstein (1879-1955) É certo que uma convicção, semelhante a um sentimento religioso, acerca da racionalidade ou inteligibilidade do mundo se encontra por detrás de todos os trabalhos científicos de alto nível … Esta crença profunda, uma crença unida a um sentimento profundo, numa mente superior que se revela no mundo da experiência, representa a minha concepção de Deus. Certain it is that a conviction, akin to religious feeling, of the rationality or intelligibility of the world lies behind all scientific work of a higher order… This firm belief, a belief bound up with deep feeling, in a superior mind that reveals itself in the world of experience, represents my conception of God. Albert Einstein, Ideas and Opinions, trad. Sonja Bargmann (New York: Dell, 1973), p. 255. 4242
  • 43. Conclusão Albert Einstein (1879-1955) Todos os que estão seriamente empenhados na busca da ciência ficam convencidos que as leis da natureza manifestam a existência de um espírito muito superior ao dos homens, um [espírito] diante do qual nós com as nossas modestas capacidades nos devemos sentir humildes. Every one who is seriously engaged in the pursuit of science becomes convinced that the laws of nature manifest the existence of a spirit vastly superior to that of men, and one in the face of which we with our modest powers must feel humble. Albert Einstein. In: Max Jammer, Einstein and Religion (Princeton NJ: Princeton University Press, 1999), p. 93. 4343
  • 44. Conclusão O Ateu afirma: • O Universo é racional e compreensível pelos nossos intelectos racionais • Todavia, não foi criado por um Intelecto racional O Cristão afirma: • O Universo é racional e compreensível porque foi criado por uma entidade racional e inteligente • "Res naturalis inter duos intellectus constituta est" – São Tomás, De veritate (I,2). Paradoxo! O Ateu diz que o Universo racional provém da matéria / energia, que não é uma entidade inteligente O Cristão diz que o Universo racional provém de um ente racional e inteligente Explicação mais racional! 44
  • 45. Conclusão Para o diálogo entre Fé cristã e Ciência: • Respeito pelas verdades da Fé cristã • Respeito pelas verdades da Ciência O que deve ser evitado… • Falta de rigor científico, filosófico e teológico • Falta de confiança no trabalho dos cientistas • Falta de confiança no Magistério doutrinal da Igreja • A ideia impossível da “dupla verdade” Nenhuma verdade da Fé cristã contradiz uma verdade de Ciência (e vice-versa). 45
  • 46. Conclusão «A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.» Papa João Paulo II (encíclica Fides et Ratio, 1998) 46
  • 47. Bibliografia recomendada Thomas E. Woods, O que a Civilização Ocidental deve à Igreja Católica (Lisboa: Alêtheia, 2009) Francis S. Collins, A linguagem de Deus (Lisboa: Presença, 2007) Alister McGrath, O Deus de Dawkins (Lisboa: Alêtheia, 2008) Antony Flew, Deus existe (Lisboa: Alêtheia, 2010) Títulos em Português 47
  • 48. Bibliografia recomendada Edward Feser, The Last Superstition – A refutation of the new atheism (St. Augustine’s Press, 2010) Edward Feser, Aquinas – A begginner’s guide (Oneworld, 2009) David S. Oderberg, Real Essentialsm (Routledge, 2008) Alvin Plantinga Where the conflict really lies – Science, religion and naturalism (Oxford University Press, 2011) Títulos em Inglês - Filosofia 48
  • 49. Bibliografia recomendada James Hannam, God’s Philosophers (Icon Books, 2010) James Hannam, The Genesis of Science (Regnery, 2011) Stanley L. Jaki Bible and Science (Christendom Press, 2004) Stanley L. Jaki The Relevance of Physics (Scottish Academic Press, 1992) Títulos em Inglês – História da Ciência 49
  • 50. Bibliografia recomendada Duas obras importantes... Coord. William Lane Craig, J.P. Moreland Argumentos para a existência de Deus Argumentos para a imaterialidade da mente Anthony Rizzi Físico teórico, trabalha no LIGO O livro conjuga ciência com São Tomas de Aquino
  • 51. Bibliografia recomendada Edward Feser – Scholastic Metaphysics (31 de Maio de 2014)
  • 52. Bibliografia recomendada David O'Connor – Ancient and Medieval Philosophy (OpenCourseWare) ocw.nd.edu/philosophy/ancient-and-medieval-philosophy
  • 53. Peter Kreeft (1937-), filósofo católico norte-americano "Vinte argumentos para a existência de Deus" www.peterkreeft.com Bibliografia recomendada
  • 54. Filósofos aristotélico-tomistas • Edward Feser (Pasadena City College): http://edwardfeser.blogspot.pt/ • David Oderberg (Reading): http://www.davidsoderberg.co.uk/ • Gyula Klima (Fordham): http://faculty.fordham.edu/klima/ • Alexander Pruss (Baylor): http://alexanderpruss.blogspot.pt/ • Alfred Freddoso (Notre Dame): http://www3.nd.edu/~afreddos/ • Eleonore Stump (St. Louis): https://sites.google.com/site/stumpep/ • Joseph Kenny, O.P. (EUA, Nigéria, † 2013): http://www.dhspriory.org/kenny/ • Podcasts: – The Thomistic Institute (católico, tema: filosofia tomista) – Taylor Marshall (católico, temas: doutrina e vida espiritual) – The Catholic Laboratory (Ian Maxfield, católico, tema: cientistas católicos) – Unbelievable (Justin Brierley, evangélico, tema: debates e entrevistas) – Reasonable Faith e Defenders (William Lane Craig, evangélico, tema: apologética) – Veritas Forum (vários autores, tema: palestras e debates) Bibliografia recomendada
  • 55. Bibliografia recomendada Alan Aversa (Físico, Univ. Arizona) Homepage: http://www.u.arizona.edu/~aversa/ Aristotelismo-tomismo: http://www.u.arizona.edu/~aversa/scholastic/ Blogue: http://sententiaedeo.blogspot.pt/ Biblioteca virtual: http://garrigou.us.to/

Notas do Editor

  1. A inscrição em latim: "divinarum veritatum splendor, animo exceptus, ipsam juvat intelligentiam", é da encíclica de Leão XIII, Aeterni Patris  http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_04081879_aeterni-patris_en.html “O esplendor das verdades divinas, recebido na alma, ajuda a inteligência”
  2. Notas: A citação do Vaticano I vem da Sessão 3 (24 April 1870), que definiu a Constituição Dogmática da Fé Católica, do capítulo 3: The same holy mother church holds and teaches that God, the source and end of all things, can be known with certainty from the consideration of created things, by the natural power of human reason : ever since the creation of the world, his invisible nature has been clearly perceived in the things that have been made. [13] Vale muito a pela ler o Capítulo 3 dessa Constituição, que se intitula “Sobre Fé e Razão”: Chapter 4. On faith and reason The perpetual agreement of the catholic church has maintained and maintains this too: that there is a twofold order of knowledge, distinct not only as regards its source, but also as regards its object. With regard to the source, we know at the one level by natural reason, at the other level by divine faith. With regard to the object, besides those things to which natural reason can attain, there are proposed for our belief mysteries hidden in God which, unless they are divinely revealed, are incapable of being known. Wherefore, when the Apostle, who witnesses that God was known to the gentiles from created things [29] , comes to treat of the grace and truth which came by Jesus Christ [30] , he declares: We impart a secret and hidden wisdom of God, which God decreed before the ages for our glorification. None of the rulers of this age understood this. God has revealed it to us through the Spirit. For the Spirit searches everything, even the depths of God [31] . And the Only-begotten himself, in his confession to the Father, acknowledges that the Father has hidden these things from the wise and prudent and revealed them to the little ones [32] . Now reason, does indeed when it seeks persistently, piously and soberly, achieve by God's gift some understanding, and that most profitable, of the mysteries, whether by analogy from what it knows naturally, or from the connexion of these mysteries with one another and with the final end of humanity; but reason is never rendered capable of penetrating these mysteries in the way in which it penetrates those truths which form its proper object. For the divine mysteries, by their very nature, so far surpass the created understanding that, even when a revelation has been given and accepted by faith, they remain covered by the veil of that same faith and wrapped, as it were, in a certain obscurity, as long as in this mortal life we are away from the Lord, for we walk by faith, and not by sight [33] . Even though faith is above reason, there can never be any real disagreement between faith and reason, since it is the same God who reveals the mysteries and infuses faith, and who has endowed the human mind with the light of reason. God cannot deny himself, nor can truth ever be in opposition to truth. The appearance of this kind of specious contradiction is chiefly due to the fact that either the dogmas of faith are not understood and explained in accordance with the mind of the church, or unsound views are mistaken for the conclusions of reason. Therefore we define that every assertion contrary to the truth of enlightened faith is totally false [34] . Furthermore the church which, together with its apostolic office of teaching, has received the charge of preserving the deposit of faith, has by divine appointment the right and duty of condemning what wrongly passes for knowledge, lest anyone be led astray by philosophy and empty deceit [35] . Hence all faithful Christians are forbidden to defend as the legitimate conclusions of science those opinions which are known to be contrary to the doctrine of faith, particularly if they have been condemned by the church; and furthermore they are absolutely bound to hold them to be errors which wear the deceptive appearance of truth. Not only can faith and reason never be at odds with one another but they mutually support each other, for on the one hand right reason established the foundations of the faith and, illuminated by its light, develops the science of divine things; on the other hand, faith delivers reason from errors and protects it and furnishes it with knowledge of many kinds. Hence, so far is the church from hindering the development of human arts and studies, that in fact she assists and promotes them in many ways. For she is neither ignorant nor contemptuous of the advantages which derive from this source for human life, rather she acknowledges that those things flow from God, the lord of sciences, and, if they are properly used, lead to God by the help of his grace. Nor does the church forbid these studies to employ, each within its own area, its own proper principles and method: but while she admits this just freedom, she takes particular care that they do not become infected with errors by conflicting with divine teaching, or, by going beyond their proper limits, intrude upon what belongs to faith and engender confusion. For the doctrine of the faith which God has revealed is put forward not as some philosophical discovery capable of being perfected by human intelligence, but as a divine deposit committed to the spouse of Christ to be faithfully protected and infallibly promulgated. Hence, too,that meaning of the sacred dogmas is ever to be maintained which has once been declared by holy mother church, and there must never be any abandonment of this sense under the pretext or in the name of a more profound understanding. May understanding, knowledge and wisdom increase as ages and centuries roll along, and greatly and vigorously flourish, in each and all, in the individual and the whole church: but this only in its own proper kind, that is to say, in the same doctrine, the same sense, and the same understanding [36] . Fonte: http://www.papalencyclicals.net/Councils/ecum20.htm
  3. Este trio de autores é peça-chave na construção do mito moderno que é veiculado no Código Da Vinci. A obra do trio aparenta ter erudição, e os autores tentam passar a ideia de honestidade e de seriedade, com relativo sucesso. Recentemente, dois dos elementos do trio, os autores Baigent e Leigh, moveram um processo contra a Random House (Doubleday Books) pelo que consideram ser um plágio da obra de Dan Brown. Pode ser lido um artigo noticioso londrino sobre este processo nas folhas que vos foram distribuídas.
  4. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/John_William_Draper http://en.wikipedia.org/wiki/Andrew_Dickson_White http://en.wikipedia.org/wiki/Conflict_thesis Andrew Dickinson White “History of the Warfare…” : “aid…in the gradual and healthful dissolving of this mass of unreason, that the stream of ‘religion pure and undefiled’ may flow on broad and clear, a blessing to humanity.” Obras totalmente desacreditadas pelos Historiadores de Ciência No entanto, a influência do legado destes autores perdura até aos dias de hoje, sobretudo no pensamento popular Carl Sagan, Daniel Boorstin A tese do conflito vive também na propaganda de alguns neo-ateístas (p.ex. Richard Dawkins)
  5. São Cirilo, bispo de Alexandria, é culpabilizado (erro) Hipátia não foi morta por causa do seu trabalho científico, mas sim por razões políticas (conflito entre Orestes e Cirilo) David Bentley Hart (p. 47) recorre a Gibbon, que descreve a catarse social em jogo com a destruição dos templos pagãos, em particular do Serapeum (391 d.C.): «A estátua colossal de Serápis estava envolta na ruína do seu templo e religião. Um grande número de chapas de diferentes metais, juntas artificialmente, compunha a figura majestática da divindade, que tocava em ambos os lados as paredes do santuário. O aspecto de Serápis, a sua postura sentada, e o ceptro, que ele tinha na sua mão esquerda, eram extremamente similares às representações típicas de Júpiter. Ele distinguia-se de Júpiter pelo cesto colocado na sua cabeça, pelo emblemático monstro que ele tinha na sua mão direita, e pela cabeça e corpo de uma serpente bifurcada em três caudas, que estavam por sua vez terminadas por cabeças triplas de um cão, um leão e um lobo. Afirmava-se com convicção que se alguma mão ímpia se atrevesse a violar a majestade do deus, os céus e a terra regressariam instantaneamente ao caos original. Um soldado intrépido, animado pelo zelo, e armado com um machado de guerra pesado, subiu a escada; e até a multidão cristã esperava, com alguma ansiedade, o evento do combate. Ele desferiu um golpe vigoroso contra a bochecha de Serápis; a bochecha caiu no chão; o trovão manteve-se silencioso, e ambos os céus e a terra continuaram a manter a sua ordem e tranquilidade costumeiras. O soldado vitorioso repetiu os seus golpes: o gigantesco ídolo foi derrubado e partido em pedaços; e os membros de Serápis foram arrastados ignominiosamente pelas ruas de Alexandria. A sua carcaça desfigurada foi queimada no Anfiteatro, por entre os gritos da populaça; e várias pessoas atribuíram a sua conversão à descoberta da impotência da sua divindade titular.»  - Edward Gibbon, History Of The Decline And Fall Of The Roman Empire, cap. 28. Imagens de Serapis: Nouveau Larrouse Illustré, 1894: http://en.wikipedia.org/wiki/File:SerapisHellenistic.jpg http://www.donaldtyson.com/serapis.html
  6. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/File:God_the_Geometer.jpg Ver ainda Jeremias 31, v. 35 e ss.: 35 Assim fala o SENHOR, que estabelece o Sol para iluminar o dia; que manda à Lua e às estrelas que iluminem a noite; que agita o mar e as suas ondas rugem.  O seu nome é SENHOR do universo: 6 «Se algum dia deixarem de subsistir estas leis diante de mim, então também a linhagem de Israel deixará de ser diante de mim um povo» oráculo do SENHOR. 37 Isto diz o SENHOR: «Se se podem medir os céus nas alturas e perscrutar os fundamentos da terra em profundidade, então também Eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por causa de tudo o que fizeram» http://www.paroquias.org/biblia/?c=Jr+31
  7. Fontes: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20060912_university-regensburg_po.html
  8. http://en.wikipedia.org/wiki/Eugene_Wigner Foto: http://thespectrumofriemannium.files.wordpress.com/2013/04/wigner.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/The_Unreasonable_Effectiveness_of_Mathematics_in_the_Natural_Sciences https://dtrinkle.matse.illinois.edu/_media/unreasonable-effectiveness-cpam1960.pdf
  9. Fontes: http://plato.stanford.edu/entries/buridan/ http://en.wikipedia.org/wiki/Jean_Buridan “after leaving the arm of the thrower, the projectile would be moved by an impetus given to it by the thrower (…) and would continue to be moved as long as the impetus remained stronger than the resistance, and would be of infinite duration were it not diminished and corrupted by a contrary force resisting it or by something inclining it to a contrary motion” (QM XII.9: 73ra) Buridan, John: 1509, Subtilissimae Quaestiones super octo Physicorum libros Aristotelis, Paris. Rpr. 1964, as Kommentar zur Aristotelischen Physik, Minerva, Frankfurt a. M. [QM]
  10. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Nicole_Oresme
  11. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal Outras áreas de trabalho: teoria probabilística (correspondência com Pierre de Fermat), geometria projectiva http://en.wikipedia.org/wiki/File:Arts_et_Metiers_Pascaline_dsc03869.jpg Pascaline: http://en.wikipedia.org/wiki/Pascaline Lei de Pascal: http://en.wikipedia.org/wiki/Pascal%27s_law In the physical sciences, Pascal's law or the Principle of transmission of fluid-pressure states that "pressure exerted anywhere in a confined incompressible fluid is transmitted equally in all directions throughout the fluid such that the pressure ratio (initial difference) remains the same." Pensées: http://en.wikipedia.org/wiki/Pens%C3%A9es http://www.ub.uni-freiburg.de/referate/04/pascal/pensees.pdf
  12. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Nicolas_Steno
  13. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Ru%C4%91er_Bo%C5%A1kovi%C4%87 Observatório Astronómico de Brera, a mais antiga instituição científica de Milão: http://www.merate.mi.astro.it/ Sobre a teoria atómica de Boskovic, ver “Cohesion: a scientific history of intermolecular forces”, de John Shipley Rowlinson, pp. 49-51: http://books.google.com/books?id=HaKlJ5Zm51gC&pg=PA49&dq=roger+boscovich&lr=&sig=ACfU3U2KCg1QS4N5hw05fph6i_4SZHiEdA#v=onepage&q=roger%20boscovich&f=false Rowlinson refere o antagonismo existente entre Boskovic e Lagrange, Laplace e d’Alembert (pp. 50-51). Novo cargo de Boskovic em Paris, “Optique Militaire de la Marine Royale de France”: http://www.croatianhistory.net/etf/et111.html Foto de Tesla:http://en.wikipedia.org/wiki/File:Teslathinker.jpg Nikola Tesla, with Rudjer Boscovich's book "Theoria Philosophiae Naturalis", in front of the spiral coil of his high-voltage transformer at East Houston St., New York Tesla era natural da (hoje) Croácia, como Boskovic, filho de um padre ortodoxo da Igreja Ortodoxa Sérvia, e genro de outro padre ortodoxo. Apesar de não constar que fosse ateu, tendo mantido uma fé em Deus desde criança, Tesla tinha uma fé heterodoxa. Preocupante também a sua adesão entusiasta, durante os anos 30, às ideias eugenistas.
  14. Fontes: http://instructional1.calstatela.edu/sgray/Agnesi/Nun/Nun.html http://www.agnesscott.edu/lriddle/women/agnesi.htm http://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Maria_Gaetana_Agnesi http://en.wikipedia.org/wiki/Maria_Gaetana_Agnesi http://it.wikipedia.org/wiki/Maria_Gaetana_Agnesi Discurso em latim aos nove anos: "Oratio qua ostenditur artium liberalium studia femineo sexu neutiquam abhorrere" (impresso em Milão, 1727). Não é certo se terá sido freira… Fala-se da sua vontade em se tornar freira, mais especificamente Agustiniana. Todavia, isso colocá-la-ia em problemas com a extinção dessa ordem em 1782.
  15. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Gregor_Mendel http://en.wikipedia.org/wiki/Mendelian_genetics http://en.wikipedia.org/wiki/Neo-Darwinism
  16. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Pierre_Duhem http://www.archive.org/search.php?query=pierre%20duhem Le potentiel thermodynamique et ses applications à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques, Paris, A. Hermann, 1886 [lire en ligne] Des corps diamagnétique, 1889 (notice BNF no FRBNF30370599m) Cours de physique mathématique et de cristallographie de la Faculté des sciences de Lille. Hydrodynamique, élasticité, acoustique : I. Théorèmes généraux, corps fluides ; II. Les Fils et les membranes, les corps élastiques, l'acoustique, A. Hermann, 1891(notice BNF no FRBNF303706000) Leçons sur l'électricité et le magnétisme : I. Les Corps conducteurs à l'état permanent ; II. Les Aimants et les corps diélectriques ; III. Les Courants linéaires, Paris, Gauthier-Villars et fils, 1891 [lire en ligne](notice BNF no FRBNF30370608r) Introduction à la mécanique chimique, Paris, G. Carré, 1893 [lire en ligne] Sur les déformations permanentes et l'"hysteresis", Bruxelles, impr. de Hayez, 1894 [lire en ligne] Les Théories de la chaleur, 1895 Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Les mélanges doubles : statique chimique générale des systèmes hétérogènes, Paris, A. Hermann, 1897 [présentation en ligne] Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Faux équilibres et explosions, Paris, A. Hermann, 1898 (1re éd. 1897) [lire en ligne] Le Mixte et la combinaison chimique. Essai sur l'évolution d'une idée, 1902 L'Évolution de la mécanique, 1902 Les Origines de la statique, 1903 La Théorie physique. Son objet, sa structure, 1906 (réimp. Vrin, 2007). [3] Sauver les phénomènes. Essai sur la notion de théorie physique de Platon à Galilée. Sozein ta phainomena, Bibliothèque des Textes Philosophiques, Paris, Vrin, 2005 (publications précédentes : en 1908 aux éd. Hermann, en 1992 dans la collection "Mathesis" aux éditions Vrin), isbn 978-2711616084 Traité d'énergétique, 1911 Le Système du Monde. Histoire des Doctrines cosmologiques de Platon à Copernic, 10 vol., (1913—1959). Texte en ligne : volume I : La cosmologie hellénique (L'astronomie pythagoricienne, La cosmologie de Platon, Les sphères homocentriques, La physique d'Aristote, Les théories du temps, du lieu et du vide après Aristote ...)[4] volume II : La cosmologie hellénique, suite. L'astronomie latine au Moyen-Âge (Les dimensions du monde, Physiciens et astronomes...) [5] volume III : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [6] [7] volume IV : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [8] volume V : La crise de l'aristotélisme [9] volume VI : Le reflux de l'aristotélisme (Henri de Gand, Duns Scot, l'essentialisme, les deux vérités...) volume VII : La physique parisienne au XIV° siècle volume VIII : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (Le vide et le mouvement dans le vide, L'horreur du vide, le mouvement des projectiles, La chute accélérée des graves, L'astrologie chrétienne, Les adversaires de l'astrologie) [10] volume IX : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (La théorie des marées, L'équilibre de la terre et des mers, Les petits mouvements de la Terre et les origines de la géologie, La rotation de la Terre, La pluralité des mondes [11] volume X : La cosmologie du XV° siècle. Ecoles et universités au XV° siècle, Les Universités de l'Empire au XV° siècle (L'Université de Paris au XV° siècle, Nicolas de Cues, L'école astronomique de Vienne, La pensée italienne au XIV° siècle, Paul de Venise. Table générale des matières de l'ouvrage) [12] Études sur Léonard de Vinci, ceux qu'il a lus, ceux qui l'ont lu, 3 vol., Hermann, Paris (1906—1913) Première série : Ceux qu'il a lu et ceux qui l'ont lu, 1906 [13] Deuxième série [14] Troisième série : Les précurseurs parisiens de Galilée, 1913 [15]
  17. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Pierre_Duhem http://www.archive.org/search.php?query=pierre%20duhem Le potentiel thermodynamique et ses applications à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques, Paris, A. Hermann, 1886 [lire en ligne] Des corps diamagnétique, 1889 (notice BNF no FRBNF30370599m) Cours de physique mathématique et de cristallographie de la Faculté des sciences de Lille. Hydrodynamique, élasticité, acoustique : I. Théorèmes généraux, corps fluides ; II. Les Fils et les membranes, les corps élastiques, l'acoustique, A. Hermann, 1891(notice BNF no FRBNF303706000) Leçons sur l'électricité et le magnétisme : I. Les Corps conducteurs à l'état permanent ; II. Les Aimants et les corps diélectriques ; III. Les Courants linéaires, Paris, Gauthier-Villars et fils, 1891 [lire en ligne](notice BNF no FRBNF30370608r) Introduction à la mécanique chimique, Paris, G. Carré, 1893 [lire en ligne] Sur les déformations permanentes et l'"hysteresis", Bruxelles, impr. de Hayez, 1894 [lire en ligne] Les Théories de la chaleur, 1895 Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Les mélanges doubles : statique chimique générale des systèmes hétérogènes, Paris, A. Hermann, 1897 [présentation en ligne] Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Faux équilibres et explosions, Paris, A. Hermann, 1898 (1re éd. 1897) [lire en ligne] Le Mixte et la combinaison chimique. Essai sur l'évolution d'une idée, 1902 L'Évolution de la mécanique, 1902 Les Origines de la statique, 1903 La Théorie physique. Son objet, sa structure, 1906 (réimp. Vrin, 2007). [3] Sauver les phénomènes. Essai sur la notion de théorie physique de Platon à Galilée. Sozein ta phainomena, Bibliothèque des Textes Philosophiques, Paris, Vrin, 2005 (publications précédentes : en 1908 aux éd. Hermann, en 1992 dans la collection "Mathesis" aux éditions Vrin), isbn 978-2711616084 Traité d'énergétique, 1911 Le Système du Monde. Histoire des Doctrines cosmologiques de Platon à Copernic, 10 vol., (1913—1959). Texte en ligne : volume I : La cosmologie hellénique (L'astronomie pythagoricienne, La cosmologie de Platon, Les sphères homocentriques, La physique d'Aristote, Les théories du temps, du lieu et du vide après Aristote ...)[4] volume II : La cosmologie hellénique, suite. L'astronomie latine au Moyen-Âge (Les dimensions du monde, Physiciens et astronomes...) [5] volume III : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [6] [7] volume IV : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [8] volume V : La crise de l'aristotélisme [9] volume VI : Le reflux de l'aristotélisme (Henri de Gand, Duns Scot, l'essentialisme, les deux vérités...) volume VII : La physique parisienne au XIV° siècle volume VIII : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (Le vide et le mouvement dans le vide, L'horreur du vide, le mouvement des projectiles, La chute accélérée des graves, L'astrologie chrétienne, Les adversaires de l'astrologie) [10] volume IX : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (La théorie des marées, L'équilibre de la terre et des mers, Les petits mouvements de la Terre et les origines de la géologie, La rotation de la Terre, La pluralité des mondes [11] volume X : La cosmologie du XV° siècle. Ecoles et universités au XV° siècle, Les Universités de l'Empire au XV° siècle (L'Université de Paris au XV° siècle, Nicolas de Cues, L'école astronomique de Vienne, La pensée italienne au XIV° siècle, Paul de Venise. Table générale des matières de l'ouvrage) [12] Études sur Léonard de Vinci, ceux qu'il a lus, ceux qui l'ont lu, 3 vol., Hermann, Paris (1906—1913) Première série : Ceux qu'il a lu et ceux qui l'ont lu, 1906 [13] Deuxième série [14] Troisième série : Les précurseurs parisiens de Galilée, 1913 [15]
  18. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Georges_Lema%C3%AEtre
  19. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Stanley_Jaki http://www.sljaki.com/publications.html Artigo científico publicado com o Nobel Victor Hess: “A Study of the Distribution of Radon, Thoron, and Their Decay Products above and below the Ground.” Jointly with Victor F. Hess. Journal of Geophysical Research 63 (1958), pp. 373-390.
  20. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Donald_Knuth http://www-cs-faculty.stanford.edu/~uno/ The Art of Computer Programming: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Art_of_Computer_Programming http://www.amazon.com/Computer-Programming-Volumes-1-4A-Boxed/dp/0321751043/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1318630818&sr=8-1 http://en.wikipedia.org/wiki/TeX http://en.wikipedia.org/wiki/METAFONT Órgão: http://www-cs-faculty.stanford.edu/~uno/organ.html
  21. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Collins
  22. Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/Laurent_Lafforgue
  23. Fontes: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html
  24. Fonte: Quentin Smith, “The Metaphilosophy of Naturalism”: http://www.philoonline.org/library/smith_4_2.htm
  25. Fonte: Quentin Smith, “The Metaphilosophy of Naturalism”: http://www.philoonline.org/library/smith_4_2.htm