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SEMINÁRIO SAÚDE DA MULHER
PIESC III
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO 1
Alunos:
 Auro Eduardo A. Gonçalves
 Hugo Henrique R. de Almeida
 Jordian Jorge Pinheiro
 Lais Anita da Rocha Lima
 Lidiany Oxenford da Silva
 Marcos Venancio A. Ferreira
 Mariana Souza Santana
 Mateus Kist Ibiapino
 Tassila Oliveira Nery de Freitas
Instrutora:
 Sheylla Portela
PIESC Nossa Sra da Vitória I
3
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
 Apesar de se realizar diagnóstico de gravidez, valorizar postura de que NÃO se
trata de um processo patológico, uma “doença”
 Se baseia na suspeita clínica, que pode ser confirmada por métodos
complementares
 Os complementos mais utilizados são os testes rápidos imunológicos anti-
βHCG, a dosagem do βHCG sérico e a ultrassonografia (não rotineiramente).
Diagnóstico de Gravidez
5
 Fração Beta da Gonadotrofina Coriônica Humana (βHCG):
 Fração β do hormônio primariamente produzido pelo trofoblasto, detectável no
sangue periférico a partir da segunda semana após a concepção
 As concentrações de βHCG aumentam exponencialmente com o decorrer da
gravidez, em especial no primeiro trimestre
 O βHCG pode ser detectado imunologicamente na urina (testes rápidos) ou
dosado no sangue periférico
 Para fins práticos, dosagem sérica abaixo de 5 mUI/ml é considerada negativa;
acima de 25mUI/ml é positiva e entre 5 e 25 mUI/ml é indefinida, devendo ser
repetida em 15 dias
Diagnóstico de Gravidez
6
 Sinais de presunção de gravidez:
 Atraso menstrual (> 15 dias)
 Fadiga
 Naúsea, vômito, pirose
 Polaciúria, nictúria
 Mudança no apetite
 Alterações nos seios: aumento do volume
das mamas, hipersensibilidade nos mamilos,
tubérculos de Montgomery, saída de colostro
 Alterações ginecológicas: coloração violácea
vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento
do volume abdominal
 Dor abdominal tipo cólica
 Cloasma gravídico
Diagnóstico de Gravidez
7
 Sinais de probabilidade de gravidez:
 Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume;
 Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização pode-se
observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais)
 Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono
dia após a fertilização.
Diagnóstico de Gravidez
8
 Sinais de certeza de gravidez:
 Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar
doppler fetal a partir de 12 semanas e pelo estetoscópio de Pinard a partir de 20
semanas
 Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas)
 Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal
com apenas 4 a 5 semanas gestacionais, e a atividade cardíaca é a primeira
manifestação do embrião com 6 semanas
Diagnóstico de Gravidez
9
Diagnóstico de Gravidez
10
Diagnóstico de Gravidez
11
MODIFICAÇÕES ORGÂNICAS NA GRAVIDEZ
 Ganho ponderal
 Em média, 12,5 Kg em toda a gestação
 Aumento ponderal:
-Útero e seu conteúdo (feto, placenta e
líquido amniótico)
-Crescimento das mamas;
-Volume sanguíneo e do líquido
extravascular;
-Alterações metabólicas responsáveis pelo
aumento da água celular;
-Deposição de proteínas e gorduras nos
tecidos maternos (reservas).
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
13
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
 Metabolismo hídrico
 Retenção de água
-em parte mediada pela osmolaridade plasmática
 Edema de MMII
-aumento de pressão venosa
-diminuição da pressão coloidosmótica intersticial
 Edema generalizado: aumento súbito do peso
corporal
-25 a 30% das gestantes
-exacerbação do processo fisiológico de retenção
de sódio
14
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
 Metabolismo proteico
 Aumento das necessidades proteicas: demandas
 Diminuição dos aminoácidos
 Aumento absoluto das proteínas totais
 Concentração de albumina circulante: diminuição
 Queda das gamaglobulinas: menor que a da albumina
 Teores de alfa e beta-globulinas: aumentam
ATENÇÃO!
A grávida, para manter o balanço nitrogenado positivo, requer um consumo de
25% de proteínas do total de nutrientes.
15
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
 Metabolismo dos carboidratos
 Estado potencialmente diabetogênico
 Leve hiperinsulinemia, hipoglicemia de jejum e
hiperglicemia pós-prandial
 Inicialmente na gestação:
-Metabolismo de glicose alterado: aumento de
estrogênio e progesterona (SECREÇÃO ENDÓGENA DE
INSULINA)
 Na segunda metade da gestação:
-Crescimento dos hormônios contrainsulínicos
(HORMÔNIO LACTOGÊNICO PLACENTÁRIO, CORTISOL):
*lipólise, resistência insulínica
16
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
 Metabolismo lipídico
 Concentrações de lipoproteínas, apolipoproteínas e lipídios totais: aumentadas
no plasma.
 Colesterol: aumenta em carca de 50%.
 Triglicérides: podem triplicar.
 LDL: concentração máxima em torno da 36ª semana.
-ação da progesterona sobre fígado da gestante
 HDL: concentração máxima por volta da 25ªsemana.
 Níveis plasmáticos de ácidos graxos e glicerol: diminuem na primeira metade da
gestação
OBS: Disponíveis no último trimestre e diminuem após parto.
17
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
 Metabolismo eletrolítico
 Retenção de sódio: aumento do líquido amniótico, da expansão do líquido
extracelular e do crescimento fetal
-Diminuem a excreção de sódio: aldosterona, sistema RAA, corticóides,
estrogênio
*Porém, sua excreção pode aumentar:
>Aumento da taxa de filtração glomerular; ação da progesterona;
presença do fator natriurético atrial; reduçã o da albumina, prostaglandinas e
dopamina.
 Níveis plasmáticos de Cálcio e Magnésio: diminuem
-Ambos são muito importantes na bioquímica da contração uterina
18
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
 Necessidades de Ferro estão aumentadas: aumento da massa eritrocitária
-Recomenda-se que toda gestante receba 30 a 60 mg/dia de ferro
elementar(sulfato ferroso):
*durante o 2º e 3º trimestres da gestação, durante toda a lactação, ou por
2 a 3 meses pós-parto nas não-lactentes.
 Diminuição do Iodo: TODA GRÁVIDA É CARENTE DE IODO!
-A gestante deve receber suplementação dietética ou medicamentosa:
funcionamento adequado da tireóide.
*A tireóide da grávida depura 2 vezes o volume sanguíneo habitual:
manter captação normal de iodo.
19
MODIFICAÇÕES
GASTROINTESTINAIS
 Deslocamento do estômago e intestinos pelo
útero(crescimento);
 Esvaziamento gástrico e trânsito intestinal tornam-se mais
lentos;
 Resultado final:
 Surgimento de constipação intestinal
 Aumento da incidência de hemorroidas
20
Progestero
na
Peptídeo
hormonal
MODIFICAÇÕES
GASTROINTESTINAIS
 Pirose ou refluxo de secreções ácidas para a porção
inferior do esôfago
 Diminuição do tônus e relaxamento do
esfíncter esofagiano inferior;
 Deslocamento do estômago;
 Aumento da pressão abdominal.
 Hiperemia e amolecimento gengival
 Sangramento gengivais após traumatismos
leves.
21
MODIFICAÇÕES
GASTROINTESTINAIS
 Atividade da fosfatase alcalina: DUPLICA
 Albumina Plasmática: REDUZIDA
 Relação Albumina/Globulina: ALTERADA
 Comprometimento da contração da vesícula biliar:
A progesterona: Inibição do músculo liso da vesícula
22
Estase
Aumento da
saturação de
colesterol
Cálculos
Biliares
MODIFICAÇÕES
ENDÓCRINAS
 Hipófise anterior aumenta 2 a 3 vezes, PRINCIPALMENTE PELA HIPERPLASIA das
células produtoras de prolactina(alfa);
 PROLACTINA ascende continuamente, atingindo 10 vezes o valor normal(máximo no
início do trabalho de perto)
 Níveis de prolactina circulante declinam após o parto, com o hormônio sendo liberado
em pulsos:
-Estímulo de sucção mamilar (amamentação).
OBS: A prolactina é fundamental para a lactação, mas não para a gravidez.
23
MODIFICAÇÕES
HEMODINÂMICAS
 Coração
 Síndrome Hipercinética: sistema cardiovascular da gestante.
 Alterações mais expressivas: DC e redistribuição de fluxos regionais.
Alterações menos expressivas: FC e PA.
 Frequência cardíaca materna: aumenta em 10-15 bpm
-importante para a manutenção do DC
 Evolução da gravidez: diafragma se eleva e desloca o coração para a esquerda
e para cima- ápice cardíaco é movido lateralmente.
24
MODIFICAÇÕES
HEMODINÂMICAS
 Débito Cardíaco
 Após 10-12 semanas, o DC aumenta e atinge seu pico máximo entre 20 e 24
semanas
 A partir desse período, se mantém constante até o término da gestação
 No final da gestação, o DC é maior em 2 situações:
-Paciente em decúbito lateral: na posição supina, o útero aumentado de
tamanho comprime a VCI e dificulta o retorno venoso.
-Durante o trabalho de parto e o puerpério: as metrossístoles e a redução
volumétrica experimentada pelo útero provocam auto-hemotransfusão e aumento
do retorno venoso
25
MODIFICAÇÕES
HEMODINÂMICAS
 Resistência Vascular Periférica(RVP)
 Redução: de modo mais acentuado no início do que no período do termo da
gestação.
 Um nível mínimo de RVP é alcançado até a 20ªsemana, com retorno gradual até
o termo .
-Entretanto, permanece 20% menor em comparação com níveis pré-
gestacionais.
 Fluxo Sanguíneo regional:
-Inalterado: cérebro, fígado e músculos
26
MODIFICAÇÕES
HEMODINÂMICAS
 Pressão Arterial (PA=DC X RVP)
 A PA sofre grande ação das mudanças hormonais, como a vasodilatação
periférica.
 Redução da PA: mais marcante no 2ºtrimestre:
-RVP. e desenvolvimento placentário
 Componente da PA mais alterado: PAD.
-PAS: diminuição menos acentuada
27
PAS: 3 A 4 mmHg
PAD: 10 A 15 mmHg
MODIFICAÇÕES
HEMODINÂMICAS
 Pressão Venosa
 Útero em crescimento comprime as veias pélvicas e a VCI:
-Dificulta o retorno venoso
-Aumento da pressão venosa nos MMII em aproximadamente 3 vezes
 Hipotensão Supina
 Influência da postura na dinâmica circulatória
 Síndrome de hipotensão supina
-Queda significativa do débito cardíaco (compressão da VCI pelo útero):
grávida permanece em decúbito dorsal por 4-5 minutos.
-Distúrbio é corrigido quando a gestante é posicionada em decúbito lateral.
28
Aspectos Gerais
 As adaptações do organismo materno ocorrem devido:
Presença do Concepto e seus
tecidos
Ação mecânica desencadeada pelo
útero gravídico
Sobrecarga hormonal
29
Aspectos Gerais
 Objetivo:
 Promover condições para um desenvolvimento fetal adequado e
em completo equilíbrio com o organismo materno
Algumas modificações podem agravar entidades pré-
existentes ou produzir sintomas que são incômodos
30
Modificações Cutâneas
 Alterações Atróficas – Estrias Gravídicas ou Víbices
 Aparecem em cerca de 50 a 90% das gestantes durante a
segunda metade da gravidez
 Reflete o estiramento das fibras colágenas, consequência da
diminuição da hidratação e estiramento da pele
 Durante o gestação são vermelhas, após o parto apresentam
aspectos brancacentos.
31
Modificações Cutâneas
 Alterações Vasculares
Eritema Palmar
 Encontrado em cerca de 70% das mulheres
 Desaparece após a gravidez
 Telangiectasia
 Aparecem como pequenas elevações vermelhas na pele
 Surgem em cerca de 60% em mulheres brancas e 10% em afro-
americanas
 A maioria desaparece após o parto
32
Modificações Cutâneas
 Alterações Pigmentares
 Desencadeadas por alterações hormonais que modificam
componentes regulatórios da ação dos melanócitos.
Linha Nigrans Cloasma
Gravídico
Hipersecreção das
Glândulas Sebáceas
33
Modificações nas Mamas
 Mastalgia
 Primeiros sinais clínicos da gestação
 Congestão das mamas que as tornam doloridas, túrgidas e com
aumento de volume
 Tubérculos de Montgomery
 Projeções secundárias areolares representadas por glândulas
mamárias acessórias e sebáceas hipertrofiadas
34
Modificações nas Mamas
 Rede Haller
 Aumento da vascularização venosa
 Sinal de Hunter
 A partir da 20ª semana de gestação
 Aumento da pigmentação dos mamilos tornando seus limites
imprecisos e origina a aréola secundária
35
Modificações do Aparelho Genital
 Corpo Uterino
 Hiperplasia e Hipertrofia
 Aumento da capacidade volumétrica – 500 –1000X
36
Modificações do Aparelho Genital
 Colo Uterino
 Amolecido e arroxeado – Sinal de Goodell
 Hiperplasia e hipertrofia das glândulas – ectopia
 Muco cervical viscoso e mais espesso - leucorreia
 Formação de tampão mucoso
37
Modificações do Aparelho Genital
 Ligamentos Redondo de Trompas
 Acompanham crescimento uterino
 Ligamento redondo: hipertrofiado e aumentado
 Ligamento redondo palpável = Sinal de Frommel
O ligamento redondo pode ser palpável e
doloroso até o fim da gestação
38
Modificações do Aparelho Genital
 Vagina
Hipertrofia da musculatura
lisa da vagina
+
Embebição Gravídica
+
Afrouxamento do tecido
conjuntivo
Perda da
Rugosidade
Violácea e pH ácido
39
Modificações do Aparelho Genital
 Vulva
 Também ocorre hiperplasia e hipertrofia, podendo os lábios
ficarem entreabertos
 Embebição gravídica – coloração arroxeada – Sinal de
Jacqueimer
 Varizes Vulvares
40
Modificações Osteoarticulares
 Deslocamento do Eixo
 Lordose Lombar
 Marcha Anserina
 Embebição Gravídica
 Relaxamento ligamentar
 Frouxidão das articulações
sacroilíacas, sacrococcígeas
e do pube
 Lombalgia e cervicalgia
41
Hipertrofia do sistema vascular
 do Retorno Venoso
Perdas sanguíneas no parto
Modificações Hemodinâmicas
42
Modificações Hemodinâmicas
Formas de compensação:
1. Aumento do volume plasmático:
HIPERVOLEMIA
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
43
Modificações Hemodinâmicas
2. Aumento do volume
de eritrócitos:
ATENÇÃO
• Queda do Ht.
• Queda na
concentração
total de
hemoglobina.
Anemia
fisiológica da
gestação
44
Modificações Hemodinâmicas
 Valores normais de Hb na gestação:
• ≥11 mg/dL
• ≥10 mg/dL (segundo trimestre)
 Aumento no volume sanguíneo admite perdas
de sangue durante o parto de até 1000 mL.
* Volume globular, hematócrito e hemoglobina
retornam aos valores normais cerca de 6
semanas após o parto!
45
Modificações Hemodinâmicas
3. Alterações leucocitárias
• Leucocitose
• monócitos, basófilos e eosinófilos
• Diminuição da quimiotaxia e aderência dos
leucócitos
• Supressão da imunidade humoral e celular
• Respostas cutâneas e de anticorpos reduzida
46
Modificações Hemodinâmicas
4. Plaquetas
5. Coagulação
• fibrinogênio
• de agentes pró-coagulantes
• da atividade dos fatores VII, VIII, X e o FVW
• da resistência dos anticoagulantes
endógenos
• do sistema fibrinolítico
• dos fatores XI e XIII
• diminuição da proteína S e do co-fator da
47
Modificações Urinárias
1. Rins:
• Aumento do peso e
tamanho.
• Aumento da
vascularização e
diminuição da resistência
vascular
• Diminuição de nutrientes
e redução da ureia e
creatinina
• Glicosúria
48
Modificações Urinárias
2. Ureteres
• Comprimidos pelo crescimento uterino.
• Redução da peristalse.
• Hidronefrose e dilatação do ureter.
3. Bexiga
• Elevação do trígono vesical e
diminuição do tônus vesical.
49
Modificações Urinárias
• Hipotonia e hipomotilidade da pelve renal,
ureteres e bexiga (prostaciclinas e
progesterona).
• Predisposição à ITU.
• Polaciúria (1° e 3° trimestre).
50
Modificações Respiratórias
 Alterações anatômicas:
• Aumento da caixa torácica
• Alargamento dos ângulos subcostais com
elevação do diafragma
• Aumento do volume corrente
• Prolongamento da expiração
 Consequências:
• Aumento da paO2
• Diminuição da paCO2
51
Modificações Respiratórias
 Dispneia fisiológica
 Vias aéreas
superiores
52
Modificações do equilíbrio
ácido-básico
Hiperventilação
Desvio do pH
para cima
Compensação
com queda do
bicarbonato
Alcalose
Respiratória
Compensada
53
Modificações do Equilíbrio
Ácido-Básico
Desvio da curva de dissociação da Hb para
esquerda
54
Modificações do Equilíbrio
Ácido-Básico
 Efeito Bohr:
O leve aumento do pH estimula também uma
elevação na síntese do 2,3 difosfoglicerato,
elemento que se une à hemoglobina e impede a
“ligação do O2”, acarretando um diminuição da
afinidade da hemácia materna pelo oxigênio.
55
FATORES DE RISCO NA GRAVIDEZ
Fatores de Risco na Gravidez
 Diz-se que uma gestação é de baixo risco quando nos quais a morbidade e a
mortalidade materna e perinatal são iguais ou menores do que as da população em
geral, o que representa 90% dos casos
 A gravidez é um estado de constante mudanças fisiológicas, de forma tal que o
risco da gravidez só pode ser determinado com certeza após o parto e puerpério, e
são necessárias reavaliações constantes
 Quadros que necessitem de maior densidade tecnológica ou atenção especializada
devem ser referenciados para o serviço de pré-natal de alto risco. Contudo, a
gestante ainda está vinculada à USF, e deve retornar para lá após o tratamento ou
intervenção
não há necessidade de se utilizar alta densidade tecnológica em saúde e
57
Fatores de Risco na Gravidez
 Fatores de risco individuais e socioeconômicos que permitem pré-natal na
atenção básica:
 Idade menor que 15 e maior que 35 anosd
 Risco ocupacional ergonômico, químico, biológico,epor esforço físico sou carga de
trabalho estafante
 Situação familiar insegura/ não-aceitação da gravidez
 Baixa escolaridade
 Altura menor que 1,45 metro
 IMC que indique baixo peso, sobrepeso ou obesidade
58
Fatores de Risco na Gravidez
 Fatores de risco de história obstétrica que permitem pré-natal na atenção
básica:
 Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado
 Macrossomia fetal
 Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas
 Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos
 Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos)
 Cirurgia uterina anterior
 Três ou mais cesarianas
 Fatores de risco da gestação atual que permitem pré-natal na atenção
básica:
 Ganho ponderal inadequado
 Infecção urinária
59
Fatores de Risco na Gravidez
 Fatores de história patológica que configuram gravidez de alto risco:
 Qualquer cardiopatia, endocrinopatia, doença neurológica, hematológica, autoimune
e psiquiátrica que requeira acompanhamento (depressão grave, psicose)
 HAS crônica e/ou caso o paciente faça uso de anti-hipertensivo ( PA> 140/90 mmHg
antes de 20 semanas de IG)
 Nefropatias, pneumopatias e ginecopatias graves
 Paciente portadora de doenças infecciosas (hepatites, AIDS, toxoplasmose)
 Tuberculose e hanseníase
 Alterações genéticas maternas
 Dependência de drogas lícitas ou ilícitas
 Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado
60
Fatores de Risco na Gravidez
 Fatores de história reprodutiva que configuram gravidez de alto risco:
 Morte intrauterina ou perinatal, principalmente se for de causa desconhecida
 História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico
e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome
Hellp, eclâmpsia, internação da mãe em UTI)
 Abortamento habitual
 Esterilidade/infertilidade
61
Fatores de Risco na Gravidez
 Fatores da gestação atual que configuram gravidez de alto risco:
 Adolescentes com fatores de risco psicossociais
 Restrição do crescimento intrauterino
 Polidrâmnio ou oligoidrâmnio
 Gemelaridade
 Malformações fetais ou arritmia fetal
 Distúrbios hipertensivos da gestação
 Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite
 Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso
 Diabetes mellitus gestacional
 Proteinúria
 Desnutrição severa/baixo peso materno e obesidade mórbida
 Pacientes com suspeita ou certeza de condição oncológica
62
Fatores de Risco na Gravidez
 Fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/emergência:
 Síndromes hemorrágicas e anemia grave (hemoglobina <8)
 Suspeita de pré-eclâmpsia/ eclâmpsia
 Crise hipertensiva
 Amniorrexe precoce: perda de líquido vaginal, podendo ser observada mediante
exame especular com manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal
 Isoimunização Rh
 Trabalho de parto prematuro (antes da 36º semana)
 Vômitos sem explicação no 3º trimestre e/ou refratários ao tratamento
 Restrição do crescimento uterino/ oligodrâmnio
 Suspeita de pielonefrite ou TVP
 Qualquer outra condição que necessite de investigação hospitalar
63
 BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério
da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, nº 32).
 BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada
– manual técnico/Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Série
Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 5)
 JÚNIOR, Alexandre Colares Bezerra et al. Pré-Natal de Baixo Risco. Revista do
Hospital Universitário, p. 66.
 GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier
Ed., 2006.
BIBLIOGRAFIA
64
OBRIGADO

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Pre natal de baixo risco parte 1 Uesc Medicina

  • 1. SEMINÁRIO SAÚDE DA MULHER PIESC III
  • 3. Alunos:  Auro Eduardo A. Gonçalves  Hugo Henrique R. de Almeida  Jordian Jorge Pinheiro  Lais Anita da Rocha Lima  Lidiany Oxenford da Silva  Marcos Venancio A. Ferreira  Mariana Souza Santana  Mateus Kist Ibiapino  Tassila Oliveira Nery de Freitas Instrutora:  Sheylla Portela PIESC Nossa Sra da Vitória I 3
  • 5.  Apesar de se realizar diagnóstico de gravidez, valorizar postura de que NÃO se trata de um processo patológico, uma “doença”  Se baseia na suspeita clínica, que pode ser confirmada por métodos complementares  Os complementos mais utilizados são os testes rápidos imunológicos anti- βHCG, a dosagem do βHCG sérico e a ultrassonografia (não rotineiramente). Diagnóstico de Gravidez 5
  • 6.  Fração Beta da Gonadotrofina Coriônica Humana (βHCG):  Fração β do hormônio primariamente produzido pelo trofoblasto, detectável no sangue periférico a partir da segunda semana após a concepção  As concentrações de βHCG aumentam exponencialmente com o decorrer da gravidez, em especial no primeiro trimestre  O βHCG pode ser detectado imunologicamente na urina (testes rápidos) ou dosado no sangue periférico  Para fins práticos, dosagem sérica abaixo de 5 mUI/ml é considerada negativa; acima de 25mUI/ml é positiva e entre 5 e 25 mUI/ml é indefinida, devendo ser repetida em 15 dias Diagnóstico de Gravidez 6
  • 7.  Sinais de presunção de gravidez:  Atraso menstrual (> 15 dias)  Fadiga  Naúsea, vômito, pirose  Polaciúria, nictúria  Mudança no apetite  Alterações nos seios: aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro  Alterações ginecológicas: coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal  Dor abdominal tipo cólica  Cloasma gravídico Diagnóstico de Gravidez 7
  • 8.  Sinais de probabilidade de gravidez:  Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume;  Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais)  Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização. Diagnóstico de Gravidez 8
  • 9.  Sinais de certeza de gravidez:  Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar doppler fetal a partir de 12 semanas e pelo estetoscópio de Pinard a partir de 20 semanas  Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas)  Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais, e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas Diagnóstico de Gravidez 9
  • 13.  Ganho ponderal  Em média, 12,5 Kg em toda a gestação  Aumento ponderal: -Útero e seu conteúdo (feto, placenta e líquido amniótico) -Crescimento das mamas; -Volume sanguíneo e do líquido extravascular; -Alterações metabólicas responsáveis pelo aumento da água celular; -Deposição de proteínas e gorduras nos tecidos maternos (reservas). MODIFICAÇÕES METABÓLICAS 13
  • 14. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS  Metabolismo hídrico  Retenção de água -em parte mediada pela osmolaridade plasmática  Edema de MMII -aumento de pressão venosa -diminuição da pressão coloidosmótica intersticial  Edema generalizado: aumento súbito do peso corporal -25 a 30% das gestantes -exacerbação do processo fisiológico de retenção de sódio 14
  • 15. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS  Metabolismo proteico  Aumento das necessidades proteicas: demandas  Diminuição dos aminoácidos  Aumento absoluto das proteínas totais  Concentração de albumina circulante: diminuição  Queda das gamaglobulinas: menor que a da albumina  Teores de alfa e beta-globulinas: aumentam ATENÇÃO! A grávida, para manter o balanço nitrogenado positivo, requer um consumo de 25% de proteínas do total de nutrientes. 15
  • 16. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS  Metabolismo dos carboidratos  Estado potencialmente diabetogênico  Leve hiperinsulinemia, hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós-prandial  Inicialmente na gestação: -Metabolismo de glicose alterado: aumento de estrogênio e progesterona (SECREÇÃO ENDÓGENA DE INSULINA)  Na segunda metade da gestação: -Crescimento dos hormônios contrainsulínicos (HORMÔNIO LACTOGÊNICO PLACENTÁRIO, CORTISOL): *lipólise, resistência insulínica 16
  • 17. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS  Metabolismo lipídico  Concentrações de lipoproteínas, apolipoproteínas e lipídios totais: aumentadas no plasma.  Colesterol: aumenta em carca de 50%.  Triglicérides: podem triplicar.  LDL: concentração máxima em torno da 36ª semana. -ação da progesterona sobre fígado da gestante  HDL: concentração máxima por volta da 25ªsemana.  Níveis plasmáticos de ácidos graxos e glicerol: diminuem na primeira metade da gestação OBS: Disponíveis no último trimestre e diminuem após parto. 17
  • 18. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS  Metabolismo eletrolítico  Retenção de sódio: aumento do líquido amniótico, da expansão do líquido extracelular e do crescimento fetal -Diminuem a excreção de sódio: aldosterona, sistema RAA, corticóides, estrogênio *Porém, sua excreção pode aumentar: >Aumento da taxa de filtração glomerular; ação da progesterona; presença do fator natriurético atrial; reduçã o da albumina, prostaglandinas e dopamina.  Níveis plasmáticos de Cálcio e Magnésio: diminuem -Ambos são muito importantes na bioquímica da contração uterina 18
  • 19. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS  Necessidades de Ferro estão aumentadas: aumento da massa eritrocitária -Recomenda-se que toda gestante receba 30 a 60 mg/dia de ferro elementar(sulfato ferroso): *durante o 2º e 3º trimestres da gestação, durante toda a lactação, ou por 2 a 3 meses pós-parto nas não-lactentes.  Diminuição do Iodo: TODA GRÁVIDA É CARENTE DE IODO! -A gestante deve receber suplementação dietética ou medicamentosa: funcionamento adequado da tireóide. *A tireóide da grávida depura 2 vezes o volume sanguíneo habitual: manter captação normal de iodo. 19
  • 20. MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS  Deslocamento do estômago e intestinos pelo útero(crescimento);  Esvaziamento gástrico e trânsito intestinal tornam-se mais lentos;  Resultado final:  Surgimento de constipação intestinal  Aumento da incidência de hemorroidas 20 Progestero na Peptídeo hormonal
  • 21. MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS  Pirose ou refluxo de secreções ácidas para a porção inferior do esôfago  Diminuição do tônus e relaxamento do esfíncter esofagiano inferior;  Deslocamento do estômago;  Aumento da pressão abdominal.  Hiperemia e amolecimento gengival  Sangramento gengivais após traumatismos leves. 21
  • 22. MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS  Atividade da fosfatase alcalina: DUPLICA  Albumina Plasmática: REDUZIDA  Relação Albumina/Globulina: ALTERADA  Comprometimento da contração da vesícula biliar: A progesterona: Inibição do músculo liso da vesícula 22 Estase Aumento da saturação de colesterol Cálculos Biliares
  • 23. MODIFICAÇÕES ENDÓCRINAS  Hipófise anterior aumenta 2 a 3 vezes, PRINCIPALMENTE PELA HIPERPLASIA das células produtoras de prolactina(alfa);  PROLACTINA ascende continuamente, atingindo 10 vezes o valor normal(máximo no início do trabalho de perto)  Níveis de prolactina circulante declinam após o parto, com o hormônio sendo liberado em pulsos: -Estímulo de sucção mamilar (amamentação). OBS: A prolactina é fundamental para a lactação, mas não para a gravidez. 23
  • 24. MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS  Coração  Síndrome Hipercinética: sistema cardiovascular da gestante.  Alterações mais expressivas: DC e redistribuição de fluxos regionais. Alterações menos expressivas: FC e PA.  Frequência cardíaca materna: aumenta em 10-15 bpm -importante para a manutenção do DC  Evolução da gravidez: diafragma se eleva e desloca o coração para a esquerda e para cima- ápice cardíaco é movido lateralmente. 24
  • 25. MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS  Débito Cardíaco  Após 10-12 semanas, o DC aumenta e atinge seu pico máximo entre 20 e 24 semanas  A partir desse período, se mantém constante até o término da gestação  No final da gestação, o DC é maior em 2 situações: -Paciente em decúbito lateral: na posição supina, o útero aumentado de tamanho comprime a VCI e dificulta o retorno venoso. -Durante o trabalho de parto e o puerpério: as metrossístoles e a redução volumétrica experimentada pelo útero provocam auto-hemotransfusão e aumento do retorno venoso 25
  • 26. MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS  Resistência Vascular Periférica(RVP)  Redução: de modo mais acentuado no início do que no período do termo da gestação.  Um nível mínimo de RVP é alcançado até a 20ªsemana, com retorno gradual até o termo . -Entretanto, permanece 20% menor em comparação com níveis pré- gestacionais.  Fluxo Sanguíneo regional: -Inalterado: cérebro, fígado e músculos 26
  • 27. MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS  Pressão Arterial (PA=DC X RVP)  A PA sofre grande ação das mudanças hormonais, como a vasodilatação periférica.  Redução da PA: mais marcante no 2ºtrimestre: -RVP. e desenvolvimento placentário  Componente da PA mais alterado: PAD. -PAS: diminuição menos acentuada 27 PAS: 3 A 4 mmHg PAD: 10 A 15 mmHg
  • 28. MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS  Pressão Venosa  Útero em crescimento comprime as veias pélvicas e a VCI: -Dificulta o retorno venoso -Aumento da pressão venosa nos MMII em aproximadamente 3 vezes  Hipotensão Supina  Influência da postura na dinâmica circulatória  Síndrome de hipotensão supina -Queda significativa do débito cardíaco (compressão da VCI pelo útero): grávida permanece em decúbito dorsal por 4-5 minutos. -Distúrbio é corrigido quando a gestante é posicionada em decúbito lateral. 28
  • 29. Aspectos Gerais  As adaptações do organismo materno ocorrem devido: Presença do Concepto e seus tecidos Ação mecânica desencadeada pelo útero gravídico Sobrecarga hormonal 29
  • 30. Aspectos Gerais  Objetivo:  Promover condições para um desenvolvimento fetal adequado e em completo equilíbrio com o organismo materno Algumas modificações podem agravar entidades pré- existentes ou produzir sintomas que são incômodos 30
  • 31. Modificações Cutâneas  Alterações Atróficas – Estrias Gravídicas ou Víbices  Aparecem em cerca de 50 a 90% das gestantes durante a segunda metade da gravidez  Reflete o estiramento das fibras colágenas, consequência da diminuição da hidratação e estiramento da pele  Durante o gestação são vermelhas, após o parto apresentam aspectos brancacentos. 31
  • 32. Modificações Cutâneas  Alterações Vasculares Eritema Palmar  Encontrado em cerca de 70% das mulheres  Desaparece após a gravidez  Telangiectasia  Aparecem como pequenas elevações vermelhas na pele  Surgem em cerca de 60% em mulheres brancas e 10% em afro- americanas  A maioria desaparece após o parto 32
  • 33. Modificações Cutâneas  Alterações Pigmentares  Desencadeadas por alterações hormonais que modificam componentes regulatórios da ação dos melanócitos. Linha Nigrans Cloasma Gravídico Hipersecreção das Glândulas Sebáceas 33
  • 34. Modificações nas Mamas  Mastalgia  Primeiros sinais clínicos da gestação  Congestão das mamas que as tornam doloridas, túrgidas e com aumento de volume  Tubérculos de Montgomery  Projeções secundárias areolares representadas por glândulas mamárias acessórias e sebáceas hipertrofiadas 34
  • 35. Modificações nas Mamas  Rede Haller  Aumento da vascularização venosa  Sinal de Hunter  A partir da 20ª semana de gestação  Aumento da pigmentação dos mamilos tornando seus limites imprecisos e origina a aréola secundária 35
  • 36. Modificações do Aparelho Genital  Corpo Uterino  Hiperplasia e Hipertrofia  Aumento da capacidade volumétrica – 500 –1000X 36
  • 37. Modificações do Aparelho Genital  Colo Uterino  Amolecido e arroxeado – Sinal de Goodell  Hiperplasia e hipertrofia das glândulas – ectopia  Muco cervical viscoso e mais espesso - leucorreia  Formação de tampão mucoso 37
  • 38. Modificações do Aparelho Genital  Ligamentos Redondo de Trompas  Acompanham crescimento uterino  Ligamento redondo: hipertrofiado e aumentado  Ligamento redondo palpável = Sinal de Frommel O ligamento redondo pode ser palpável e doloroso até o fim da gestação 38
  • 39. Modificações do Aparelho Genital  Vagina Hipertrofia da musculatura lisa da vagina + Embebição Gravídica + Afrouxamento do tecido conjuntivo Perda da Rugosidade Violácea e pH ácido 39
  • 40. Modificações do Aparelho Genital  Vulva  Também ocorre hiperplasia e hipertrofia, podendo os lábios ficarem entreabertos  Embebição gravídica – coloração arroxeada – Sinal de Jacqueimer  Varizes Vulvares 40
  • 41. Modificações Osteoarticulares  Deslocamento do Eixo  Lordose Lombar  Marcha Anserina  Embebição Gravídica  Relaxamento ligamentar  Frouxidão das articulações sacroilíacas, sacrococcígeas e do pube  Lombalgia e cervicalgia 41
  • 42. Hipertrofia do sistema vascular  do Retorno Venoso Perdas sanguíneas no parto Modificações Hemodinâmicas 42
  • 43. Modificações Hemodinâmicas Formas de compensação: 1. Aumento do volume plasmático: HIPERVOLEMIA Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona 43
  • 44. Modificações Hemodinâmicas 2. Aumento do volume de eritrócitos: ATENÇÃO • Queda do Ht. • Queda na concentração total de hemoglobina. Anemia fisiológica da gestação 44
  • 45. Modificações Hemodinâmicas  Valores normais de Hb na gestação: • ≥11 mg/dL • ≥10 mg/dL (segundo trimestre)  Aumento no volume sanguíneo admite perdas de sangue durante o parto de até 1000 mL. * Volume globular, hematócrito e hemoglobina retornam aos valores normais cerca de 6 semanas após o parto! 45
  • 46. Modificações Hemodinâmicas 3. Alterações leucocitárias • Leucocitose • monócitos, basófilos e eosinófilos • Diminuição da quimiotaxia e aderência dos leucócitos • Supressão da imunidade humoral e celular • Respostas cutâneas e de anticorpos reduzida 46
  • 47. Modificações Hemodinâmicas 4. Plaquetas 5. Coagulação • fibrinogênio • de agentes pró-coagulantes • da atividade dos fatores VII, VIII, X e o FVW • da resistência dos anticoagulantes endógenos • do sistema fibrinolítico • dos fatores XI e XIII • diminuição da proteína S e do co-fator da 47
  • 48. Modificações Urinárias 1. Rins: • Aumento do peso e tamanho. • Aumento da vascularização e diminuição da resistência vascular • Diminuição de nutrientes e redução da ureia e creatinina • Glicosúria 48
  • 49. Modificações Urinárias 2. Ureteres • Comprimidos pelo crescimento uterino. • Redução da peristalse. • Hidronefrose e dilatação do ureter. 3. Bexiga • Elevação do trígono vesical e diminuição do tônus vesical. 49
  • 50. Modificações Urinárias • Hipotonia e hipomotilidade da pelve renal, ureteres e bexiga (prostaciclinas e progesterona). • Predisposição à ITU. • Polaciúria (1° e 3° trimestre). 50
  • 51. Modificações Respiratórias  Alterações anatômicas: • Aumento da caixa torácica • Alargamento dos ângulos subcostais com elevação do diafragma • Aumento do volume corrente • Prolongamento da expiração  Consequências: • Aumento da paO2 • Diminuição da paCO2 51
  • 52. Modificações Respiratórias  Dispneia fisiológica  Vias aéreas superiores 52
  • 53. Modificações do equilíbrio ácido-básico Hiperventilação Desvio do pH para cima Compensação com queda do bicarbonato Alcalose Respiratória Compensada 53
  • 54. Modificações do Equilíbrio Ácido-Básico Desvio da curva de dissociação da Hb para esquerda 54
  • 55. Modificações do Equilíbrio Ácido-Básico  Efeito Bohr: O leve aumento do pH estimula também uma elevação na síntese do 2,3 difosfoglicerato, elemento que se une à hemoglobina e impede a “ligação do O2”, acarretando um diminuição da afinidade da hemácia materna pelo oxigênio. 55
  • 56. FATORES DE RISCO NA GRAVIDEZ
  • 57. Fatores de Risco na Gravidez  Diz-se que uma gestação é de baixo risco quando nos quais a morbidade e a mortalidade materna e perinatal são iguais ou menores do que as da população em geral, o que representa 90% dos casos  A gravidez é um estado de constante mudanças fisiológicas, de forma tal que o risco da gravidez só pode ser determinado com certeza após o parto e puerpério, e são necessárias reavaliações constantes  Quadros que necessitem de maior densidade tecnológica ou atenção especializada devem ser referenciados para o serviço de pré-natal de alto risco. Contudo, a gestante ainda está vinculada à USF, e deve retornar para lá após o tratamento ou intervenção não há necessidade de se utilizar alta densidade tecnológica em saúde e 57
  • 58. Fatores de Risco na Gravidez  Fatores de risco individuais e socioeconômicos que permitem pré-natal na atenção básica:  Idade menor que 15 e maior que 35 anosd  Risco ocupacional ergonômico, químico, biológico,epor esforço físico sou carga de trabalho estafante  Situação familiar insegura/ não-aceitação da gravidez  Baixa escolaridade  Altura menor que 1,45 metro  IMC que indique baixo peso, sobrepeso ou obesidade 58
  • 59. Fatores de Risco na Gravidez  Fatores de risco de história obstétrica que permitem pré-natal na atenção básica:  Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado  Macrossomia fetal  Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas  Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos  Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos)  Cirurgia uterina anterior  Três ou mais cesarianas  Fatores de risco da gestação atual que permitem pré-natal na atenção básica:  Ganho ponderal inadequado  Infecção urinária 59
  • 60. Fatores de Risco na Gravidez  Fatores de história patológica que configuram gravidez de alto risco:  Qualquer cardiopatia, endocrinopatia, doença neurológica, hematológica, autoimune e psiquiátrica que requeira acompanhamento (depressão grave, psicose)  HAS crônica e/ou caso o paciente faça uso de anti-hipertensivo ( PA> 140/90 mmHg antes de 20 semanas de IG)  Nefropatias, pneumopatias e ginecopatias graves  Paciente portadora de doenças infecciosas (hepatites, AIDS, toxoplasmose)  Tuberculose e hanseníase  Alterações genéticas maternas  Dependência de drogas lícitas ou ilícitas  Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado 60
  • 61. Fatores de Risco na Gravidez  Fatores de história reprodutiva que configuram gravidez de alto risco:  Morte intrauterina ou perinatal, principalmente se for de causa desconhecida  História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome Hellp, eclâmpsia, internação da mãe em UTI)  Abortamento habitual  Esterilidade/infertilidade 61
  • 62. Fatores de Risco na Gravidez  Fatores da gestação atual que configuram gravidez de alto risco:  Adolescentes com fatores de risco psicossociais  Restrição do crescimento intrauterino  Polidrâmnio ou oligoidrâmnio  Gemelaridade  Malformações fetais ou arritmia fetal  Distúrbios hipertensivos da gestação  Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite  Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso  Diabetes mellitus gestacional  Proteinúria  Desnutrição severa/baixo peso materno e obesidade mórbida  Pacientes com suspeita ou certeza de condição oncológica 62
  • 63. Fatores de Risco na Gravidez  Fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/emergência:  Síndromes hemorrágicas e anemia grave (hemoglobina <8)  Suspeita de pré-eclâmpsia/ eclâmpsia  Crise hipertensiva  Amniorrexe precoce: perda de líquido vaginal, podendo ser observada mediante exame especular com manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal  Isoimunização Rh  Trabalho de parto prematuro (antes da 36º semana)  Vômitos sem explicação no 3º trimestre e/ou refratários ao tratamento  Restrição do crescimento uterino/ oligodrâmnio  Suspeita de pielonefrite ou TVP  Qualquer outra condição que necessite de investigação hospitalar 63
  • 64.  BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, nº 32).  BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 5)  JÚNIOR, Alexandre Colares Bezerra et al. Pré-Natal de Baixo Risco. Revista do Hospital Universitário, p. 66.  GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006. BIBLIOGRAFIA 64