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Edição em 92 tópicos da versão preliminar integral do livro de Augusto de
Franco (2011), FLUZZ: Vida humana e convivência social nos novos mundos
altamente conectados do terceiro milênio




                            31
              (Corresponde ao segundo tópico do Capítulo 5,
                      intitulado Hifas por toda parte)




          A construção de “membranas sociais”

Deixar a interação pervadir um sistema não significa propriamente fazer,
mas – ao contrário – não-fazer: não-proibir, não-selecionar caminhos...

A derruição dos muros não esperará que os sacerdotes toquem as
trombetas em Jericó (se bem que na saga bíblica de Josué foi o grito em
uníssono do povo que derrubou as muralhas que trancavam a cidade). De
qualquer modo, não há mais tempo para aprender a construir verdadeiras
membranas. Na verdade, membranas não podem ser construídas, stricto
sensu, como um ato voluntário de alguém que segue uma planta, um
projeto, um esquema. As membranas são “construídas” pela interação
biológica, elas surgem em função da autopoese: da produção contínua da
vida por ela mesma.

No caso das membranas celulares (plasmalemas), sua estrutura e
funcionamento complexos dependem da dinâmica de rede, de redes dentro
de redes, com canais protéicos (proteínas de transporte – espécies de
atalhos entre clusters) que atravessam suas camadas, passando por
numerosos arranjos moleculares (3) até chegar, na interface com o
citoplasma, a um emaranhado de “hifas” composto por filamentos e
microtúbulos de citoesqueleto... tudo isso fluindo (imerso em fluido
extracelular). E tudo isso com a função de ser uma porta seletiva que a
célula usa para captar os elementos do meio exterior que são necessários
ao seu metabolismo e para liberar as substâncias que a célula produz e que
devem ser enviadas para o exterior (excreções que devem ser libertadas e
secreções que ativam várias funções de seus, por assim dizer, “stakeholders
externos”).

Esse produto de bilhões de anos de evolução biológica funciona, é claro,
como um sistema não-hierárquico, sem-administração, auto-organizado
para permitir o que chamamos de vida e não pode ser substituído por
cancelas corporativas que sigam protocolos alfandegários burros,
destinados a disciplinar a interação.

Seria inútil simular, nas organizações que voluntariamente construímos,
mecanismos semelhantes às membranas celulares. E nem seria o caso de
tentar fazê-lo, abusando do paralelo biológico. O que se deve captar aqui é
o padrão, não reproduzir o mecanismo ou simular o organismo. E o padrão
é o padrão de interação em rede.

“Membranas sociais”, seja o que forem (e como forem), serão sempre redes
(mais distribuídas do que centralizadas), interfaces. A única solução-fluzz
parece ser articular comunidades móveis (no ecossistema composto pelos
stakeholders da organização) e deixar a interação configurar tais interfaces,
esperando que elas cumpram funções equivalentes, no mundo social, às
que são desempenhadas pelas membranas celulares no mundo biológico.

Na verdade, ao estabelecer contornos, estabelece-se a estrutura e a
dinâmica do que está dentro dos contornos. Membranas são o que são (e
como são) porque os meios que elas conectam são o que são (e como são).
Mas tais meios são, eles próprios, constituídos pela interação, quer dizer,
não se constituem como tais antes da interação. A membrana é um sistema
complexo porque é, simultaneamente, uma interseção de conjuntos, uma
zona de transição entre um ser e os outros seres nos quais se insere (ou,



                                     2
mais genericamente, com os quais interage), uma forma de ligação ou uma
espécie de conjunção.

Ainda não sabemos muito sobre membranas e, sobretudo, sobre
“membranas sociais”. Algumas coisas, porém, já sabemos. Sabemos, por
exemplo, que deixar a interação pervadir um sistema não significa
propriamente fazer, mas – ao contrário – não-fazer: não-proibir, não-
selecionar caminhos (estabelecendo apenas alguns caminhos, proclamando-
os como válidos e exterminando todos os demais caminhos, decretando-os
inválidos); fundamentalmente, não gerar artificialmente escassez (4).

Sabemos também que as interfaces devem ser sociais stricto sensu e não
organizacionais (em termos das teorias da administração baseadas em
comando-e-controle). Ou seja, devem ser baseadas na livre conversação
entre pessoas e na sua espontânea clusterização e não na designação, ex
ante à interação, de caixinhas departamentais para alocar essas pessoas.
Simples assim? É, mas a conversação é algo bem mais complexo do que
parece. E os novos procedimentos e mecanismos, os novos processos de
netweaving e as novas tecnologias interativas que inventamos para
viabilizar e potencializar a conversação, alteram completamente o
multiverso das interações que chamamos de social.

“Membranas sociais” são interworlds. Ao constituí-las multiplicamos os
mundos, dando origem – se quisermos fazer uma comparação quantitativa
para efeitos ilustrativos – a bilhões de organizações (em vez de milhões que
existem atualmente). Uma mesma pessoa participará de muitas
organizações, comporá numerosas empresas, entidades, movimentos,
enfim, redes – pois tudo isso é válido, claro, na medida em que tudo for
rede. Para tanto, não será necessário fazer quase nada adicionalmente ao
que já se faz hoje. Bastará não proibir a conexão, não querer disciplinar a
interação.

Um bom exemplo, hoje, são as plataformas interativas digitais, chamadas
de “redes sociais”. A quantas “redes sociais’” alguém pertence (ou seja, em
quantas mídias sociais está registrado)? O número é grande e só tende a
crescer.

Os emaranhados se adensarão a tal ponto, as timelines ficarão tão
caudalosas, que as identidades organizacionais não se manterão por muito
tempo. Despencaremos da escala de décadas e anos (que é a vida média da
imensa maioria das organizações que ainda temos) para a escala de meses
e dias (ou, quem sabe, de horas e minutos).




                                     3
Não é bem como disse Andi Warhol (1968) – “no futuro todo mundo será
famoso por quinze minutos” – mas é parecido (5). Não é bem como ele
disse porque ninguém será muito famoso, no sentido de visto por todo
mundo, porque não haverá mais o mundo único forjado pelo broadcasting.
Mas é parecido porque no futuro (um conceito que também será
aposentado, de vez que não haverá mais um futuro único, um mesmo
futuro para todos), as organizações serão sempre transitórias, estarão
sempre fluindo para configurarem outras organizações e uma mesma
configuração não poderá perdurar por muito tempo.

É assim porque redes são móveis. Novamente as mídias sociais oferecem
uma boa imagem do que ocorre. Sites de relacionamento e plataformas
interativas nunca são as mesmas ao longo do tempo e a velocidade com
que mudam (em anos, dias ou horas) é função da sua interatividade. O
exemplo mais flagrante é o twiver (as centenas de milhões – que logo serão
bilhões, se considerarmos os sucedâneos do Twitter – de timelines fluindo
no twitter-river).

Onde e quando tudo isso vai acontecer? Vai acontecer nos Highly Connected
Worlds do terceiro milênio. Para aqueles mundos que já estão no terceiro
milênio.




                                    4
Notas

(3) Por exemplo, cabeças hidrofílicas com caudas hidrofóbicas em conjugação com
fosfolípidos, aglomerados de proteínas globulares, glicoproteínas, glicolipídios,
colesterol, proteínas extrínsecas etc.

(4) Cf. FRANCO, Augusto (2009). A lógica da abundância. Slideshare [2.172 views
em 23/01/2011]

<http://www.slideshare.net/augustodefranco/a-lgica-da-abundncia>

(5) WARHOL, Andi (1968). Cf. “15 minutes of fame” em

<http://en.wikipedia.org/wiki/15_minutes_of_fame>




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Fluzz pilulas 31

  • 1. Em pílulas Edição em 92 tópicos da versão preliminar integral do livro de Augusto de Franco (2011), FLUZZ: Vida humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio 31 (Corresponde ao segundo tópico do Capítulo 5, intitulado Hifas por toda parte) A construção de “membranas sociais” Deixar a interação pervadir um sistema não significa propriamente fazer, mas – ao contrário – não-fazer: não-proibir, não-selecionar caminhos... A derruição dos muros não esperará que os sacerdotes toquem as trombetas em Jericó (se bem que na saga bíblica de Josué foi o grito em uníssono do povo que derrubou as muralhas que trancavam a cidade). De qualquer modo, não há mais tempo para aprender a construir verdadeiras membranas. Na verdade, membranas não podem ser construídas, stricto sensu, como um ato voluntário de alguém que segue uma planta, um projeto, um esquema. As membranas são “construídas” pela interação
  • 2. biológica, elas surgem em função da autopoese: da produção contínua da vida por ela mesma. No caso das membranas celulares (plasmalemas), sua estrutura e funcionamento complexos dependem da dinâmica de rede, de redes dentro de redes, com canais protéicos (proteínas de transporte – espécies de atalhos entre clusters) que atravessam suas camadas, passando por numerosos arranjos moleculares (3) até chegar, na interface com o citoplasma, a um emaranhado de “hifas” composto por filamentos e microtúbulos de citoesqueleto... tudo isso fluindo (imerso em fluido extracelular). E tudo isso com a função de ser uma porta seletiva que a célula usa para captar os elementos do meio exterior que são necessários ao seu metabolismo e para liberar as substâncias que a célula produz e que devem ser enviadas para o exterior (excreções que devem ser libertadas e secreções que ativam várias funções de seus, por assim dizer, “stakeholders externos”). Esse produto de bilhões de anos de evolução biológica funciona, é claro, como um sistema não-hierárquico, sem-administração, auto-organizado para permitir o que chamamos de vida e não pode ser substituído por cancelas corporativas que sigam protocolos alfandegários burros, destinados a disciplinar a interação. Seria inútil simular, nas organizações que voluntariamente construímos, mecanismos semelhantes às membranas celulares. E nem seria o caso de tentar fazê-lo, abusando do paralelo biológico. O que se deve captar aqui é o padrão, não reproduzir o mecanismo ou simular o organismo. E o padrão é o padrão de interação em rede. “Membranas sociais”, seja o que forem (e como forem), serão sempre redes (mais distribuídas do que centralizadas), interfaces. A única solução-fluzz parece ser articular comunidades móveis (no ecossistema composto pelos stakeholders da organização) e deixar a interação configurar tais interfaces, esperando que elas cumpram funções equivalentes, no mundo social, às que são desempenhadas pelas membranas celulares no mundo biológico. Na verdade, ao estabelecer contornos, estabelece-se a estrutura e a dinâmica do que está dentro dos contornos. Membranas são o que são (e como são) porque os meios que elas conectam são o que são (e como são). Mas tais meios são, eles próprios, constituídos pela interação, quer dizer, não se constituem como tais antes da interação. A membrana é um sistema complexo porque é, simultaneamente, uma interseção de conjuntos, uma zona de transição entre um ser e os outros seres nos quais se insere (ou, 2
  • 3. mais genericamente, com os quais interage), uma forma de ligação ou uma espécie de conjunção. Ainda não sabemos muito sobre membranas e, sobretudo, sobre “membranas sociais”. Algumas coisas, porém, já sabemos. Sabemos, por exemplo, que deixar a interação pervadir um sistema não significa propriamente fazer, mas – ao contrário – não-fazer: não-proibir, não- selecionar caminhos (estabelecendo apenas alguns caminhos, proclamando- os como válidos e exterminando todos os demais caminhos, decretando-os inválidos); fundamentalmente, não gerar artificialmente escassez (4). Sabemos também que as interfaces devem ser sociais stricto sensu e não organizacionais (em termos das teorias da administração baseadas em comando-e-controle). Ou seja, devem ser baseadas na livre conversação entre pessoas e na sua espontânea clusterização e não na designação, ex ante à interação, de caixinhas departamentais para alocar essas pessoas. Simples assim? É, mas a conversação é algo bem mais complexo do que parece. E os novos procedimentos e mecanismos, os novos processos de netweaving e as novas tecnologias interativas que inventamos para viabilizar e potencializar a conversação, alteram completamente o multiverso das interações que chamamos de social. “Membranas sociais” são interworlds. Ao constituí-las multiplicamos os mundos, dando origem – se quisermos fazer uma comparação quantitativa para efeitos ilustrativos – a bilhões de organizações (em vez de milhões que existem atualmente). Uma mesma pessoa participará de muitas organizações, comporá numerosas empresas, entidades, movimentos, enfim, redes – pois tudo isso é válido, claro, na medida em que tudo for rede. Para tanto, não será necessário fazer quase nada adicionalmente ao que já se faz hoje. Bastará não proibir a conexão, não querer disciplinar a interação. Um bom exemplo, hoje, são as plataformas interativas digitais, chamadas de “redes sociais”. A quantas “redes sociais’” alguém pertence (ou seja, em quantas mídias sociais está registrado)? O número é grande e só tende a crescer. Os emaranhados se adensarão a tal ponto, as timelines ficarão tão caudalosas, que as identidades organizacionais não se manterão por muito tempo. Despencaremos da escala de décadas e anos (que é a vida média da imensa maioria das organizações que ainda temos) para a escala de meses e dias (ou, quem sabe, de horas e minutos). 3
  • 4. Não é bem como disse Andi Warhol (1968) – “no futuro todo mundo será famoso por quinze minutos” – mas é parecido (5). Não é bem como ele disse porque ninguém será muito famoso, no sentido de visto por todo mundo, porque não haverá mais o mundo único forjado pelo broadcasting. Mas é parecido porque no futuro (um conceito que também será aposentado, de vez que não haverá mais um futuro único, um mesmo futuro para todos), as organizações serão sempre transitórias, estarão sempre fluindo para configurarem outras organizações e uma mesma configuração não poderá perdurar por muito tempo. É assim porque redes são móveis. Novamente as mídias sociais oferecem uma boa imagem do que ocorre. Sites de relacionamento e plataformas interativas nunca são as mesmas ao longo do tempo e a velocidade com que mudam (em anos, dias ou horas) é função da sua interatividade. O exemplo mais flagrante é o twiver (as centenas de milhões – que logo serão bilhões, se considerarmos os sucedâneos do Twitter – de timelines fluindo no twitter-river). Onde e quando tudo isso vai acontecer? Vai acontecer nos Highly Connected Worlds do terceiro milênio. Para aqueles mundos que já estão no terceiro milênio. 4
  • 5. Notas (3) Por exemplo, cabeças hidrofílicas com caudas hidrofóbicas em conjugação com fosfolípidos, aglomerados de proteínas globulares, glicoproteínas, glicolipídios, colesterol, proteínas extrínsecas etc. (4) Cf. FRANCO, Augusto (2009). A lógica da abundância. Slideshare [2.172 views em 23/01/2011] <http://www.slideshare.net/augustodefranco/a-lgica-da-abundncia> (5) WARHOL, Andi (1968). Cf. “15 minutes of fame” em <http://en.wikipedia.org/wiki/15_minutes_of_fame> 5