4) Por fim, discorra sobre como a inovação pode representar uma estratégia co...
Bicentenário de mp breve análise da obra
1. Mansfield Park – Breve Resumo
Adriana Sales Zardini
Mansfield Park é um trabalho da fase
mais madura da escritora inglesa Jane Austen,
escrito quando ela tinha entre trinta e seis e trinta
e nove anos. Existem muitas semelhanças e
diferenças entre este livro e os outros escritos
por Jane. Aparentemente, trata-se de uma
maneira de escrever um romance diferente. A
própria autora em uma carta para sua irmã
Cassandra, escreveu em 1813, que o tema do livro
pretendia ser ‘algo diferente’, sobre ordenação, o
qual aparentava ser pouco promissor. Porém, Jane
provavelmente sentiu-se no dever de escrever algo
relacionado à conduta e à moral, uma vez que havia
escrito muito sobre ironia. Em Mansfield Park, Jane
deixa um pouco de lado a ironia (característica de
suas obras) e abordar assuntos de cunho filosófico
como a virtude e a depravação moral. Ao tratar de
assuntos mais sérios, o traço peculiar de Jane, a
ironia, permanece ao descrever os personagens
Mrs. Norris, Sir Thomas Bertram e os irmãos
Crawford.
Neste livro, a heroína difere-se de outras
construídas por Austen. Em Mansfield Park, Fanny
não é uma lente pela qual a ação é vista, como
Elizabeth, Emma e Elinor.
Existem passagens importantes no livro,
onde Fanny nem sequer aparece ou tem idéia do
que está acontecendo, bem como análises a
respeito dos motivos e das emoções de outras
personagens além de Fanny. Primeiramente, Austen
mostra uma Fanny menos heróica que as outras
criadas até então criadas, porque nos descreve uma
pseudo heróina jovem, fraca e indefesa, matendo-a
sempre jovem e dependente. Apesar de heroína,
Fanny depende da atitude de Mary Crawford e se
esta aceitará ou não o status de ser esposa de um
pastor – Edmund Bertram.
Maio - 2014
Bicentenário de Mansfield Park
Breve análise da obra - Adriana Sales Zardini
Ao citar este trabalho, siga as instruções abaixo:
Zardini, Adriana Sales. Mansfield Park, breve análise da obra. JASBRA: Belo Horizonte,
2010. Disponível online: www.janeaustenbrasil.com.br
2. Diferentemente das outras heroínas, que
apresentam certa rebeldia, Fanny é uma figura,
porém marcante, que possui um julgamento
confiável para uma pessoa tão jovem. Fanny não
sofre as desilusões de Elizabeth, Emma ou
Catherine Morland, e não pode ser guiada por seus
erros do passado como Anne Elliot. Como Elinor, a
opinião de Fanny é confiável. Seu julgamento é
importante para todo o livro, é um guia confiável
pelo qual a história muda de foco e os eventos se
alternam.
Os dois personagens principais, Edmund –
um dos heróis mais ofuscado do cânone
austeniano, e Fanny – educada, serena e
aparentemente boa demais, são apresentados
francamente, sem nenhuma contradição.
As paisagens e os cenários, nesta obra,
parecem ser mais importantes que em outras, com
exceção de Persuasão. É claro que não podemos
nos esquecer que nos outros livros, os
personagens também tiveram experiências
marcantes ao ar livre. Mas no caso de Mansfield
Park, o cenário não é apenas um pano de fundo
para o desenrolar das cenas, é parte integrante da
ação.
Austen, em Mansfield Park nos presenteia
com uma obra que na verdade possui material
para mais de um romance. Para W. A. Craik
(estudioso das obras de Austen), Mansfield Park
foi baseado em temperamentos, emoções e
valores morais, lembrando-nos de Persuasão
devido ao cenário e ao tom sério, diferentemente
de Orgulho e Preconceito que apresentou um
desenrolar sem grandes surpresas. Mas só pode
ser fortemente comparado à Emma, devido à
organização de seus personagens, vários estilos
de discurso, palavras e ações significantes, além
de seus diversos sub-enredos.
continuação
Após a publicação de Mansfield Park, Jane
Austen inicia algo nunca havia feito: coletar e
escrever as opiniões de seus leitores, tal material
são documentos fascinantes, que nos contam um
pouco mais sobre Jane e seu público, denotando o
quanto os leitores eram importantes para ela.
Todos esses fatos sobre os livros e a vida da
escritora nos fazem vislumbrar o quanto Jane Austen
era talentosa ao abordar temas simples e universais
do cotidiano, tornando-os a base de sua obra.
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