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Número 14 – Fevereiro de 2006

                    NOTA TÉCNICA




DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA
           ENTENDER
  A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA
DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA ENTENDER
              A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA



1. O que é dívida pública?

       Dívida pública é a dívida contraída pelo governo com entidades ou pessoas da
sociedade para:

        •   financiar parte de seus gastos que não são cobertos com a arrecadação de
            impostos; ou

        •   alcançar alguns objetivos de gestão econômica, tais como controlar o nível
            de atividade, o crédito e o consumo ou, ainda, para captar dólares no
            exterior.

        A dívida pública se subdivide em dívida interna e dívida externa. Os principais
credores do setor público são, normalmente, bancos públicos e privados que operam no
país, investidores privados, instituições financeiras internacionais e governos de outros
países.

       O governo tem três formas de financiar seus gastos: arrecadar impostos, emitir
moeda ou vender títulos (papéis) da dívida pública com promessa de resgate futuro
acrescido de juros. Muitos governos se utilizam, ainda, do expediente de atrasar o
pagamento de dívidas com fornecedores e de negociar seu pagamento com deságio
(desconto sobre o valor da dívida).

        A emissão de moeda é uma forma utilizada freqüentemente pelos governos para
financiar parte de seus gastos. Mas deve ser usada com cautela, uma vez que pode se
transformar em inflação, caso a economia esteja operando próxima ao pleno emprego
dos fatores de produção e se essa emissão de moeda não guardar alguma relação com o
crescimento da oferta de bens e serviços (por meio de utilização de capacidade ociosa,
novos investimentos, importação).



2. Qual o montante e a composição atual da dívida pública brasileira?

       Para um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,941 trilhão (previsão para 2005), a
dívida pública líquida atingiu R$ 1,002 trilhão (Banco Central do Brasil, Boletim
Mensal de Janeiro/2006).



Nota Técnica – Dívida Pública                                                          2
Parte expressiva dessa dívida refere-se à dívida em títulos públicos. Em
dezembro de 2000, 22,3% dos títulos eram indexados pelo câmbio, percentual esse que
diminuiu para 5,2% em dezembro de 2004 e para 3,1% em outubro de 2005. A
composição da dívida pública federal interna em títulos, de acordo com tipo de
indexador, teve a seguinte distribuição entre 2000 e 2005:

                                      TABELA 1
            Distribuição dos títulos da dívida pública federal em títulos,
                                por tipo de indexador
          Brasil – Dezembro de 2000, dezembro de 2004 e outubro de 2005
                                                                               (em %)
                Tipo de indexador           Dezembro de          Dezembro Outubro de
                                               2000               de 2004    2005
              Câmbio                                22,3                5,2        3,1
              TR                                     4,7                3,1        3,1
              IGP-M                                  1,6                9,9        8,2
              Over-Selic                            52,2               57,1       56,4
              Pré-fixado                            14,8               19,7       23,6
              IGP-DI                                 4,4                1,8        1,2
              IPCA                                    ---               3,1        4,4
              TOTAL                               100,0               100,0      100,0
              Total – R$ milhões                510.698             810.264   937.339
            Fonte: Banco Central do Brasil – Relatório Anual 2004 e Boletim Mensal Janeiro de 2006
            Elaboração: DIEESE



        Já a dívida externa brasileira (pública e privada) teve o seguinte comportamento
nos últimos anos:

                                     TABELA 2
          Evolução da dívida externa brasileira e relação dívida/exportação
                                Brasil – 2000 a 2005
                    Ano                      Valor                          Relação
                                           (em US$)                    dívida/exportação
             Dez/2000                     216,9 bilhões                        3,9
             Dez/2001                     209,9 bilhões                        3,6
             Dez/2002                     210,7 bilhões                        3,5
             Dez/2003                     214,9 bilhões                        2,9
             Dez/2004                     201,4 bilhões                        2,1
             Jun/2005                     191,3 bilhões                        1,6
            Fonte: BACEN – Relatório Anual 2004 e Boletim Mensal Janeiro de2006 e Ipeadata
            Elaboração: DIEESE



       No caso da dívida externa, um parâmetro importante consiste na relação
dívida/exportações, uma vez que essa dívida tem que ser paga em moeda estrangeira,
que o país obtém através de saldos comerciais com o exterior ou através de novos
empréstimos em moeda forte. Dada a redução do valor da dívida externa e o
crescimento expressivo das exportações brasileiras nos últimos anos, a relação dívida
externa sobre exportações caiu acentuadamente, de 3,9 para 1,6, demonstrando que
aumentou a capacidade de o país saldar sua dívida externa.


Nota Técnica – Dívida Pública                                                                        3
De acordo com o Relatório Anual 2004 do Banco Central, da dívida externa total
registrada em dezembro de 2004 (que equivale a 92,1% da dívida externa total), 67,6%
ou US$ 125,3 bilhões são de responsabilidade do setor público. Os outros 32,4% ou
US$ 60,1 bilhões são do setor privado.

       Da dívida externa total, 52,2% vencem até 2007. O prazo médio da dívida
externa registrada passou de 5,8 anos, em dezembro de 2003, para 6,2 anos, em
dezembro de 2004. Mesmo assim, o prazo médio de vencimento é muito estreito.



3. Existe algum limite “aceitável” ou, ao contrário, “perigoso” para a
   dívida pública?

        Os credores da dívida pública preocupam-se com a capacidade que, segundo
estimam, o Estado tem para arcar com seus compromissos. Uma das formas de se
avaliar o risco da dívida pública é compará-la com o Produto Interno Bruto (PIB), que é
o total de bens e serviços produzidos no país num determinado ano. É a chamada
relação dívida / PIB. Essa avaliação, porém, não se restringe à comparação dos valores
da dívida e do PIB. Há uma avaliação global da economia do país analisado. Por isso, é
possível que países desenvolvidos (como Japão, Itália e EUA, para ficar em apenas três)
venham tendo uma elevada relação dívida/PIB sem que, contudo, sejam considerados
insolventes. Tudo depende da capacidade que o país revele de saldar seus compromissos
nos prazos em que foram contraídos e da credibilidade de que o país goze entre os
investidores.

       A relação dívida/PIB é limitada quanto à capacidade de indicar a solvência de
um país, por não levar em conta a taxa de juros, os prazos da dívida e outros indicadores
de solvência, tais como o comportamento da arrecadação.

       No entanto, para um país como o Brasil, uma relação dívida / PIB próxima de
50%, como a que existe hoje, é considerada alta. Principalmente porque o perfil da
dívida é muito concentrado no curto prazo.



4. Como a dívida tem evoluído nos últimos 10 anos?

       A dívida líquida do setor público brasileiro, como porcentagem do PIB, teve um
comportamento explosivo nos últimos 10 anos, desde a implantação do Plano Real,
saltando de 32,5% em 1994 para mais de 57% em 2002:




Nota Técnica – Dívida Pública                                                          4
TABELA 3
                 Evolução da dívida líquida como porcentagem do PIB
                                  Brasil – 1994-2005
                                Ano                Dívida líquida / PIB (1)
                                1994                       32,5%
                                1995                       31,1%
                                1996                       30,1%
                                1997                       33,4%
                                1998                       37,8%
                                1999                       50,4%
                                2000                       49,6%
                                2001                       52,0%
                                2002                       57,3%
                                2003                       56,6%
                                2004                       54,9%
                                2005(2)                    51,2%
                                Fonte: Ipeadata (acesso em 14/02/2006).
                                Nota: 1) Médias mensais de comprometimento.
                                      2) Dado preliminar para 2005.



        O crescimento da relação dívida / PIB após o Plano Real ocorreu em dois
momentos: até o final de 1998 e a partir de 1999. Entre 1996 e 1998, o governo insistiu
na política de valorização do real frente ao dólar, como mecanismo de combate à
inflação. Como conseqüência, ocorreram déficits crescentes na balança comercial
(exportações menos importações). Para fazer frente a esses déficits, o governo se
endividou em dólares, montando uma armadilha para si próprio (e para o país), caso
viesse a ser forçado a abandonar tal política cambial, desvalorizando o real. Ao longo do
ano de 1998, já vinha ocorrendo uma grande especulação contra a possibilidade de
sustentação do real valorizado, mas o governo insistia naquela política, visando a
reeleição em outubro de 1998. Assim, grande parte da dívida interna passou a ser
reajustada de acordo com a variação do dólar. A abrupta e acentuada desvalorização
cambial de janeiro de 1999 fez com que a dívida do setor público desse um grande salto.
Outro fator de aumento na relação dívida / PIB foi o reconhecimento de dívidas até
então não contabilizadas (os chamados “esqueletos”, tais como o Fundo de
Compensação da Variação Salarial do Sistema Financeiro da Habitação).

        Já nos últimos três anos, desde 2002, a relação reduziu-se, trazendo o indicador
para, aproximadamente, 50% do PIB hoje. Parte desse decréscimo deveu-se ao aumento
do PIB e parte à valorização do real frente ao dólar, que reduziu o custo da parcela da
dívida indexada à moeda americana.



5. Quem são os credores da dívida pública brasileira?

        Inicialmente e, em maior grau, os bancos que atuam no mercado financeiro
brasileiro e que têm suas carteiras compostas em boa medida por títulos públicos. São



Nota Técnica – Dívida Pública                                                          5
também credores os investidores, de modo geral, tais como os detentores de aplicações
em fundos de investimento, caso em que os bancos funcionam como intermediários.
Portanto, tanto empresas quanto pessoas físicas que têm aplicações financeiras
ancoradas em títulos da dívida pública são credoras do Estado. São ainda credores os
organismos financeiros internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional, o
Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Também bancos
estrangeiros e fundos de pensão, nacionais e internacionais, são detentores de títulos da
dívida pública brasileira.



6. Para onde foram e para onde vão os recursos captados por meio do
   endividamento público?

        É muito comum a idéia de que os recursos captados pelo Estado tenham sido
dragados pelos esquemas de corrupção. Não é bem assim. Grande parte desses recursos
é aplicada em obras públicas e na própria rolagem da dívida, ou seja, é dinheiro pedido
por empréstimo para pagar os títulos em vencimento ou mesmo os juros. Isso não quer
dizer que todo o gasto efetuado seja justificável. O Brasil é pródigo em obras
inacabadas ou superfaturadas, mazelas que absorvem recursos que poderiam ser
aplicados para outros fins.

       Nos anos seguintes à implantação do Plano Real, parte dos recursos obtidos com
empréstimos externos foi destinada à sustentação de déficits na Balança Comercial. Ou
seja, naquele período, em última instância, os empréstimos serviram para cobrir o
consumo de bens importados.



7. O que é superávit primário? Déficit primário? Déficit nominal?
   Necessidade de financiamento do setor público?

        O Orçamento da União, assim como dos estados e dos municípios, é dividido em
receitas e despesas. E as receitas e despesas se subdividem em operacionais e
financeiras. Quando as despesas operacionais superam as receitas operacionais, surge o
déficit primário. O contrário é o superávit primário.

       O déficit total inclui, além do resultado operacional, os gastos com juros,
amortizações e a correção da dívida pública. É também chamado de déficit nominal.

       Quando o país já tem um comprometimento elevado com a dívida pública, os
organismos internacionais (como o FMI) exigem que todo o setor público (União -



Nota Técnica – Dívida Pública                                                          6
incluindo a Previdência -, estados, municípios e estatais) gere superávits primários
elevados, para fazer face aos compromissos da dívida pública.

       O déficit nominal ou total corresponde à necessidade de financiamento do setor
público.

         Os dados mais recentes para o Brasil mostram os seguintes resultados:

                                   TABELA 4
         Necessidade de financiamento do setor público e superávit primário
                                  Brasil - 2005
Indicador                                                       Valor (em R$ milhões)     % do PIB
Gasto com juros em 2005                                                        - 157.145         8,13%
Superávit primário em 2005                                                      + 93.505         4,84%
Total do déficit nominal em 2005                                                 - 63.641        3,29%
Fonte: Banco Central do Brasil – acesso ao site em 14/02/2006
Elaboração: DIEESE



        Note-se que, embora o esforço fiscal tenha sido muito grande em 2005, ele ainda
foi insuficiente para cobrir os gastos com juros.



8. Qual o montante gasto com o serviço da dívida pública em relação
   aos gastos com saúde e educação do Governo Federal?

        Quando se analisa a proposta para 2006, nota-se que o valor global do
Orçamento efetivo da União, descontado o montante referente à mera rolagem da
dívida, é de R$ 842,1 bilhões. Excetuando-se o valor correspondente ao Orçamento das
Estatais (R$ 41,7 bilhões), o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social fica no total em
R$ 800,4 bilhões.

       A proposta orçamentária para 2006 ainda depende de aprovação pelo Congresso
Nacional, mas a intenção de distribuição das despesas do governo está definida como
mostra a Tabela 5.


                                 TABELA 5
  Evolução das despesas do orçamento fiscal e da Seguridade Social para 2006
                                Brasil - 2006
                        Itens                               Valor previsto para 2006           %
                                                                (em R$ milhões)
Orçamento Fiscal e da Seguridade da União                          800.425,75                100,00
Despesas com juros e encargos da dívida                            179.525,23                 22,43
Saúde                                                               39.843,93                  4,98
Educação                                                            17.281,40                  2,16
Fonte: Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) – site acessado em 24/11/2005
Elaboração: DIEESE
Obs.; * Exceto refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal




Nota Técnica – Dívida Pública                                                                         7
Como se vê, a proposta orçamentária para 2006 prevê um gasto com juros e
encargos da dívida pública 4,5 vezes o gasto com Saúde e 10,4 vezes o gasto com
Educação. Pela proposta, os encargos da dívida consumirão 22,4% de todo o Orçamento
Fiscal e da Seguridade Social da União. Cabe lembrar que Estados e Municípios
também participam dos gastos com Educação e Saúde.



9. Qual a relação entre taxa de juros e dívida pública?

        A taxa de juros tem sido utilizada pelo governo como instrumento de combate à
inflação. A idéia é que com juros altos, há um desestímulo ao consumo que acabaria
acarretando num ritmo menor de elevação dos preços. O problema é que, ao se elevarem
os juros básicos da economia (a chamada taxa Selic), ocorre impacto imediato e
expressivo sobre a dívida pública, boa parte dela indexada a esta taxa.

       Outro efeito é que, ao reduzirem a atividade econômica, as altas taxas de juros
acabam tendo uma conseqüência indesejável de redução da arrecadação de impostos,
agravando, ao final, o problema do déficit público. As altas taxas de juros têm um efeito
triplamente negativo: aumentam os gastos (financeiros) do governo; reduzem o
crescimento do PIB; e reduzem a arrecadação de impostos.



10.     Qual a relação entre a dívida pública e a economia?

        A dívida pública é um dos principais fundamentos de uma economia. Se usada
adequadamente, pode significar uma alavanca para o desenvolvimento, um instrumento
para o governo financiar seus gastos e investimentos. Quando descontrolada, acaba
funcionando como um freio ao desenvolvimento, pela necessidade de geração contínua
de grandes superávits primários, que comprometem a capacidade de gastos e de
investimento do governo. Os investimentos em obras públicas e as políticas sociais
tendem a ser reduzidos. Além disso, os juros elevados significam a drenagem de
recursos de um setor da sociedade (empresas e indivíduos que pagam impostos) para
outro setor (os credores da dívida), agravando o problema da concentração de renda no
país. É a situação atual.

       Um indicador relevante (embora não suficiente) para analisar a evolução da
dívida pública é a relação dívida / PIB. Essa relação pode crescer seja porque o PIB
cresce a uma taxa menor do que a dívida, seja porque o governo não obtém superávits
primários suficientes para estabilizá-la. Quando essa relação cresce, a percepção dos
detentores do título da incapacidade do governo em pagar a dívida faz com que eles
tendam a se proteger, migrando suas aplicações para outros ativos, como, por exemplo,


Nota Técnica – Dívida Pública                                                          8
o dólar, forçando uma desvalorização do real. E essa elevação da cotação do dólar pode
trazer impactos para a inflação, uma vez que aumenta o preço dos produtos importados
e exportáveis (como os de combustíveis, aço, commodities agrícolas etc.) e tende a
contaminar os índices de preços que indexam as tarifas de serviços públicos (como o
das telecomunicações).

        Concretamente, na gestão atual da economia, o governo tem se pautado por uma
prática de elevação da taxa de juros com o objetivo de segurar a inflação. Esta alta taxa
de juros, ao incidir sobre um estoque elevado de dívida indexada à Selic, tende a elevar
a dívida pública. Para tentar diminuir esse impacto, o governo se propõe a gerar
elevados superávits primários, sacrificando gastos sociais e investimentos.




Nota Técnica – Dívida Pública                                                          9
DIEESE
Direção Executiva
Carlos Andreu Ortiz – Presidente
STI. Metalúrgicas de São Paulo
João Vicente Silva Cayres – Vice-presidente
Sind. Metalúrgicos do ABC
Antonio Sabóia B. Junior – Secretário
SEE. Bancários de São Paulo
Carlos Eli Scopim – Diretor
STI. Metalúrgicas de Osasco
Alberto Soares da Silva – Diretor
STI. Energia Elétrica de Campinas
Zenaide Honório – Diretora
APEOESP
Pedro Celso Rosa – Diretor
STI. Metalúrgicas de Curitiba
Paulo de Tarso G. B. Costa – Diretor
Sind. Energia Elétrica da Bahia
Levi da Hora – Diretor
STI. Energia Elétrica de São Paulo
Carlos Donizeti França de Oliveira – Diretor
Femaco – FE em Asseio e Conservação
do Estado de São Paulo
Mara Luzia Feltes – Diretora
SEE. Assessoria Perícias e Porto Alegre
Célio Ferreira Malta – Diretor
STI. Metalúrgicas de Guarulhos
Eduardo Alves Pacheco – Diretor
CNTT/CUT

Direção técnica
Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico
Ademir Figueiredo – coordenador de desenvolvimento e estudos
Nelson Karam – coordenador de relações sindicais

Equipe técnica responsável
Carlindo Rodrigues de Oliveira
Frederico Luiz Barbosa de Melo

Equipe técnica de crítica
Cornélia Nogueira Porto
Diego Rossi
Liliane Resende
Luís Moura Ferreira
Max Leno de Almeida
Murilo Barella
Nelson Karam
Patrícia Costa
Iara Heger (Revisão)

Consultor técnico
Frederico Gonzaga Jayme Jr.
(Professor da FACE/UFMG)




Nota Técnica – Dívida Pública                                  10

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Dívida Pública Brasileira: 10 Perguntas e Respostas

  • 1. Número 14 – Fevereiro de 2006 NOTA TÉCNICA DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA ENTENDER A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA
  • 2. DEZ PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA ENTENDER A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA 1. O que é dívida pública? Dívida pública é a dívida contraída pelo governo com entidades ou pessoas da sociedade para: • financiar parte de seus gastos que não são cobertos com a arrecadação de impostos; ou • alcançar alguns objetivos de gestão econômica, tais como controlar o nível de atividade, o crédito e o consumo ou, ainda, para captar dólares no exterior. A dívida pública se subdivide em dívida interna e dívida externa. Os principais credores do setor público são, normalmente, bancos públicos e privados que operam no país, investidores privados, instituições financeiras internacionais e governos de outros países. O governo tem três formas de financiar seus gastos: arrecadar impostos, emitir moeda ou vender títulos (papéis) da dívida pública com promessa de resgate futuro acrescido de juros. Muitos governos se utilizam, ainda, do expediente de atrasar o pagamento de dívidas com fornecedores e de negociar seu pagamento com deságio (desconto sobre o valor da dívida). A emissão de moeda é uma forma utilizada freqüentemente pelos governos para financiar parte de seus gastos. Mas deve ser usada com cautela, uma vez que pode se transformar em inflação, caso a economia esteja operando próxima ao pleno emprego dos fatores de produção e se essa emissão de moeda não guardar alguma relação com o crescimento da oferta de bens e serviços (por meio de utilização de capacidade ociosa, novos investimentos, importação). 2. Qual o montante e a composição atual da dívida pública brasileira? Para um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,941 trilhão (previsão para 2005), a dívida pública líquida atingiu R$ 1,002 trilhão (Banco Central do Brasil, Boletim Mensal de Janeiro/2006). Nota Técnica – Dívida Pública 2
  • 3. Parte expressiva dessa dívida refere-se à dívida em títulos públicos. Em dezembro de 2000, 22,3% dos títulos eram indexados pelo câmbio, percentual esse que diminuiu para 5,2% em dezembro de 2004 e para 3,1% em outubro de 2005. A composição da dívida pública federal interna em títulos, de acordo com tipo de indexador, teve a seguinte distribuição entre 2000 e 2005: TABELA 1 Distribuição dos títulos da dívida pública federal em títulos, por tipo de indexador Brasil – Dezembro de 2000, dezembro de 2004 e outubro de 2005 (em %) Tipo de indexador Dezembro de Dezembro Outubro de 2000 de 2004 2005 Câmbio 22,3 5,2 3,1 TR 4,7 3,1 3,1 IGP-M 1,6 9,9 8,2 Over-Selic 52,2 57,1 56,4 Pré-fixado 14,8 19,7 23,6 IGP-DI 4,4 1,8 1,2 IPCA --- 3,1 4,4 TOTAL 100,0 100,0 100,0 Total – R$ milhões 510.698 810.264 937.339 Fonte: Banco Central do Brasil – Relatório Anual 2004 e Boletim Mensal Janeiro de 2006 Elaboração: DIEESE Já a dívida externa brasileira (pública e privada) teve o seguinte comportamento nos últimos anos: TABELA 2 Evolução da dívida externa brasileira e relação dívida/exportação Brasil – 2000 a 2005 Ano Valor Relação (em US$) dívida/exportação Dez/2000 216,9 bilhões 3,9 Dez/2001 209,9 bilhões 3,6 Dez/2002 210,7 bilhões 3,5 Dez/2003 214,9 bilhões 2,9 Dez/2004 201,4 bilhões 2,1 Jun/2005 191,3 bilhões 1,6 Fonte: BACEN – Relatório Anual 2004 e Boletim Mensal Janeiro de2006 e Ipeadata Elaboração: DIEESE No caso da dívida externa, um parâmetro importante consiste na relação dívida/exportações, uma vez que essa dívida tem que ser paga em moeda estrangeira, que o país obtém através de saldos comerciais com o exterior ou através de novos empréstimos em moeda forte. Dada a redução do valor da dívida externa e o crescimento expressivo das exportações brasileiras nos últimos anos, a relação dívida externa sobre exportações caiu acentuadamente, de 3,9 para 1,6, demonstrando que aumentou a capacidade de o país saldar sua dívida externa. Nota Técnica – Dívida Pública 3
  • 4. De acordo com o Relatório Anual 2004 do Banco Central, da dívida externa total registrada em dezembro de 2004 (que equivale a 92,1% da dívida externa total), 67,6% ou US$ 125,3 bilhões são de responsabilidade do setor público. Os outros 32,4% ou US$ 60,1 bilhões são do setor privado. Da dívida externa total, 52,2% vencem até 2007. O prazo médio da dívida externa registrada passou de 5,8 anos, em dezembro de 2003, para 6,2 anos, em dezembro de 2004. Mesmo assim, o prazo médio de vencimento é muito estreito. 3. Existe algum limite “aceitável” ou, ao contrário, “perigoso” para a dívida pública? Os credores da dívida pública preocupam-se com a capacidade que, segundo estimam, o Estado tem para arcar com seus compromissos. Uma das formas de se avaliar o risco da dívida pública é compará-la com o Produto Interno Bruto (PIB), que é o total de bens e serviços produzidos no país num determinado ano. É a chamada relação dívida / PIB. Essa avaliação, porém, não se restringe à comparação dos valores da dívida e do PIB. Há uma avaliação global da economia do país analisado. Por isso, é possível que países desenvolvidos (como Japão, Itália e EUA, para ficar em apenas três) venham tendo uma elevada relação dívida/PIB sem que, contudo, sejam considerados insolventes. Tudo depende da capacidade que o país revele de saldar seus compromissos nos prazos em que foram contraídos e da credibilidade de que o país goze entre os investidores. A relação dívida/PIB é limitada quanto à capacidade de indicar a solvência de um país, por não levar em conta a taxa de juros, os prazos da dívida e outros indicadores de solvência, tais como o comportamento da arrecadação. No entanto, para um país como o Brasil, uma relação dívida / PIB próxima de 50%, como a que existe hoje, é considerada alta. Principalmente porque o perfil da dívida é muito concentrado no curto prazo. 4. Como a dívida tem evoluído nos últimos 10 anos? A dívida líquida do setor público brasileiro, como porcentagem do PIB, teve um comportamento explosivo nos últimos 10 anos, desde a implantação do Plano Real, saltando de 32,5% em 1994 para mais de 57% em 2002: Nota Técnica – Dívida Pública 4
  • 5. TABELA 3 Evolução da dívida líquida como porcentagem do PIB Brasil – 1994-2005 Ano Dívida líquida / PIB (1) 1994 32,5% 1995 31,1% 1996 30,1% 1997 33,4% 1998 37,8% 1999 50,4% 2000 49,6% 2001 52,0% 2002 57,3% 2003 56,6% 2004 54,9% 2005(2) 51,2% Fonte: Ipeadata (acesso em 14/02/2006). Nota: 1) Médias mensais de comprometimento. 2) Dado preliminar para 2005. O crescimento da relação dívida / PIB após o Plano Real ocorreu em dois momentos: até o final de 1998 e a partir de 1999. Entre 1996 e 1998, o governo insistiu na política de valorização do real frente ao dólar, como mecanismo de combate à inflação. Como conseqüência, ocorreram déficits crescentes na balança comercial (exportações menos importações). Para fazer frente a esses déficits, o governo se endividou em dólares, montando uma armadilha para si próprio (e para o país), caso viesse a ser forçado a abandonar tal política cambial, desvalorizando o real. Ao longo do ano de 1998, já vinha ocorrendo uma grande especulação contra a possibilidade de sustentação do real valorizado, mas o governo insistia naquela política, visando a reeleição em outubro de 1998. Assim, grande parte da dívida interna passou a ser reajustada de acordo com a variação do dólar. A abrupta e acentuada desvalorização cambial de janeiro de 1999 fez com que a dívida do setor público desse um grande salto. Outro fator de aumento na relação dívida / PIB foi o reconhecimento de dívidas até então não contabilizadas (os chamados “esqueletos”, tais como o Fundo de Compensação da Variação Salarial do Sistema Financeiro da Habitação). Já nos últimos três anos, desde 2002, a relação reduziu-se, trazendo o indicador para, aproximadamente, 50% do PIB hoje. Parte desse decréscimo deveu-se ao aumento do PIB e parte à valorização do real frente ao dólar, que reduziu o custo da parcela da dívida indexada à moeda americana. 5. Quem são os credores da dívida pública brasileira? Inicialmente e, em maior grau, os bancos que atuam no mercado financeiro brasileiro e que têm suas carteiras compostas em boa medida por títulos públicos. São Nota Técnica – Dívida Pública 5
  • 6. também credores os investidores, de modo geral, tais como os detentores de aplicações em fundos de investimento, caso em que os bancos funcionam como intermediários. Portanto, tanto empresas quanto pessoas físicas que têm aplicações financeiras ancoradas em títulos da dívida pública são credoras do Estado. São ainda credores os organismos financeiros internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Também bancos estrangeiros e fundos de pensão, nacionais e internacionais, são detentores de títulos da dívida pública brasileira. 6. Para onde foram e para onde vão os recursos captados por meio do endividamento público? É muito comum a idéia de que os recursos captados pelo Estado tenham sido dragados pelos esquemas de corrupção. Não é bem assim. Grande parte desses recursos é aplicada em obras públicas e na própria rolagem da dívida, ou seja, é dinheiro pedido por empréstimo para pagar os títulos em vencimento ou mesmo os juros. Isso não quer dizer que todo o gasto efetuado seja justificável. O Brasil é pródigo em obras inacabadas ou superfaturadas, mazelas que absorvem recursos que poderiam ser aplicados para outros fins. Nos anos seguintes à implantação do Plano Real, parte dos recursos obtidos com empréstimos externos foi destinada à sustentação de déficits na Balança Comercial. Ou seja, naquele período, em última instância, os empréstimos serviram para cobrir o consumo de bens importados. 7. O que é superávit primário? Déficit primário? Déficit nominal? Necessidade de financiamento do setor público? O Orçamento da União, assim como dos estados e dos municípios, é dividido em receitas e despesas. E as receitas e despesas se subdividem em operacionais e financeiras. Quando as despesas operacionais superam as receitas operacionais, surge o déficit primário. O contrário é o superávit primário. O déficit total inclui, além do resultado operacional, os gastos com juros, amortizações e a correção da dívida pública. É também chamado de déficit nominal. Quando o país já tem um comprometimento elevado com a dívida pública, os organismos internacionais (como o FMI) exigem que todo o setor público (União - Nota Técnica – Dívida Pública 6
  • 7. incluindo a Previdência -, estados, municípios e estatais) gere superávits primários elevados, para fazer face aos compromissos da dívida pública. O déficit nominal ou total corresponde à necessidade de financiamento do setor público. Os dados mais recentes para o Brasil mostram os seguintes resultados: TABELA 4 Necessidade de financiamento do setor público e superávit primário Brasil - 2005 Indicador Valor (em R$ milhões) % do PIB Gasto com juros em 2005 - 157.145 8,13% Superávit primário em 2005 + 93.505 4,84% Total do déficit nominal em 2005 - 63.641 3,29% Fonte: Banco Central do Brasil – acesso ao site em 14/02/2006 Elaboração: DIEESE Note-se que, embora o esforço fiscal tenha sido muito grande em 2005, ele ainda foi insuficiente para cobrir os gastos com juros. 8. Qual o montante gasto com o serviço da dívida pública em relação aos gastos com saúde e educação do Governo Federal? Quando se analisa a proposta para 2006, nota-se que o valor global do Orçamento efetivo da União, descontado o montante referente à mera rolagem da dívida, é de R$ 842,1 bilhões. Excetuando-se o valor correspondente ao Orçamento das Estatais (R$ 41,7 bilhões), o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social fica no total em R$ 800,4 bilhões. A proposta orçamentária para 2006 ainda depende de aprovação pelo Congresso Nacional, mas a intenção de distribuição das despesas do governo está definida como mostra a Tabela 5. TABELA 5 Evolução das despesas do orçamento fiscal e da Seguridade Social para 2006 Brasil - 2006 Itens Valor previsto para 2006 % (em R$ milhões) Orçamento Fiscal e da Seguridade da União 800.425,75 100,00 Despesas com juros e encargos da dívida 179.525,23 22,43 Saúde 39.843,93 4,98 Educação 17.281,40 2,16 Fonte: Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) – site acessado em 24/11/2005 Elaboração: DIEESE Obs.; * Exceto refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal Nota Técnica – Dívida Pública 7
  • 8. Como se vê, a proposta orçamentária para 2006 prevê um gasto com juros e encargos da dívida pública 4,5 vezes o gasto com Saúde e 10,4 vezes o gasto com Educação. Pela proposta, os encargos da dívida consumirão 22,4% de todo o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União. Cabe lembrar que Estados e Municípios também participam dos gastos com Educação e Saúde. 9. Qual a relação entre taxa de juros e dívida pública? A taxa de juros tem sido utilizada pelo governo como instrumento de combate à inflação. A idéia é que com juros altos, há um desestímulo ao consumo que acabaria acarretando num ritmo menor de elevação dos preços. O problema é que, ao se elevarem os juros básicos da economia (a chamada taxa Selic), ocorre impacto imediato e expressivo sobre a dívida pública, boa parte dela indexada a esta taxa. Outro efeito é que, ao reduzirem a atividade econômica, as altas taxas de juros acabam tendo uma conseqüência indesejável de redução da arrecadação de impostos, agravando, ao final, o problema do déficit público. As altas taxas de juros têm um efeito triplamente negativo: aumentam os gastos (financeiros) do governo; reduzem o crescimento do PIB; e reduzem a arrecadação de impostos. 10. Qual a relação entre a dívida pública e a economia? A dívida pública é um dos principais fundamentos de uma economia. Se usada adequadamente, pode significar uma alavanca para o desenvolvimento, um instrumento para o governo financiar seus gastos e investimentos. Quando descontrolada, acaba funcionando como um freio ao desenvolvimento, pela necessidade de geração contínua de grandes superávits primários, que comprometem a capacidade de gastos e de investimento do governo. Os investimentos em obras públicas e as políticas sociais tendem a ser reduzidos. Além disso, os juros elevados significam a drenagem de recursos de um setor da sociedade (empresas e indivíduos que pagam impostos) para outro setor (os credores da dívida), agravando o problema da concentração de renda no país. É a situação atual. Um indicador relevante (embora não suficiente) para analisar a evolução da dívida pública é a relação dívida / PIB. Essa relação pode crescer seja porque o PIB cresce a uma taxa menor do que a dívida, seja porque o governo não obtém superávits primários suficientes para estabilizá-la. Quando essa relação cresce, a percepção dos detentores do título da incapacidade do governo em pagar a dívida faz com que eles tendam a se proteger, migrando suas aplicações para outros ativos, como, por exemplo, Nota Técnica – Dívida Pública 8
  • 9. o dólar, forçando uma desvalorização do real. E essa elevação da cotação do dólar pode trazer impactos para a inflação, uma vez que aumenta o preço dos produtos importados e exportáveis (como os de combustíveis, aço, commodities agrícolas etc.) e tende a contaminar os índices de preços que indexam as tarifas de serviços públicos (como o das telecomunicações). Concretamente, na gestão atual da economia, o governo tem se pautado por uma prática de elevação da taxa de juros com o objetivo de segurar a inflação. Esta alta taxa de juros, ao incidir sobre um estoque elevado de dívida indexada à Selic, tende a elevar a dívida pública. Para tentar diminuir esse impacto, o governo se propõe a gerar elevados superávits primários, sacrificando gastos sociais e investimentos. Nota Técnica – Dívida Pública 9
  • 10. DIEESE Direção Executiva Carlos Andreu Ortiz – Presidente STI. Metalúrgicas de São Paulo João Vicente Silva Cayres – Vice-presidente Sind. Metalúrgicos do ABC Antonio Sabóia B. Junior – Secretário SEE. Bancários de São Paulo Carlos Eli Scopim – Diretor STI. Metalúrgicas de Osasco Alberto Soares da Silva – Diretor STI. Energia Elétrica de Campinas Zenaide Honório – Diretora APEOESP Pedro Celso Rosa – Diretor STI. Metalúrgicas de Curitiba Paulo de Tarso G. B. Costa – Diretor Sind. Energia Elétrica da Bahia Levi da Hora – Diretor STI. Energia Elétrica de São Paulo Carlos Donizeti França de Oliveira – Diretor Femaco – FE em Asseio e Conservação do Estado de São Paulo Mara Luzia Feltes – Diretora SEE. Assessoria Perícias e Porto Alegre Célio Ferreira Malta – Diretor STI. Metalúrgicas de Guarulhos Eduardo Alves Pacheco – Diretor CNTT/CUT Direção técnica Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico Ademir Figueiredo – coordenador de desenvolvimento e estudos Nelson Karam – coordenador de relações sindicais Equipe técnica responsável Carlindo Rodrigues de Oliveira Frederico Luiz Barbosa de Melo Equipe técnica de crítica Cornélia Nogueira Porto Diego Rossi Liliane Resende Luís Moura Ferreira Max Leno de Almeida Murilo Barella Nelson Karam Patrícia Costa Iara Heger (Revisão) Consultor técnico Frederico Gonzaga Jayme Jr. (Professor da FACE/UFMG) Nota Técnica – Dívida Pública 10