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 Eu e os Outros--------------------------------------------------------------------------------------2
 A Minha História Pessoal-------------------------------------------------------------------------9
 As Minhas Leituras-------------------------------------------------------------------------------16
 Nos Meus Tempos Livres------------------------------------------------------------------------21
 Projecto Pessoal-----------------------------------------------------------------------------------29
 Orçamento do Projecto---------------------------------------------------------------------------36
 Serviço de Reclamações---------------------------------------------------------------------------38
 Um Dia na Vida de Arlindo---------------------------------------------------------------------42
 Herança Cultural---------------------------------------------------------------------------------46
 Curriculum + Balanço Fina---------------------------------------------------------------------63
O meu nome é Arlindo, tenho 44 anos, vivo em Monte Real com a minha família, que é composta por mim, pelos meus filhos,
Alexandra
e João, a minha esposa, Sofia e o Snoopy, um Serra da Estrela, que também faz parte da família.
Física e psicologicamente penso ser uma pessoa normal, felizmente não tenho nenhum problema físico, sinto-me bem comigo
próprio e a não ser aquelas mazelas de uns arranhões de quando se anda a fazer bricolage ou, a jardinagem em casa ou no carro, que penso
serem coisas normais. Doenças só as do costume, como as dores de cabeça e pouco mais.
Sou uma pessoa que gosta de dar passeios em família e, com amigos, pelas nossas belíssimas praias e também pelas
paisagens rurais, ver e captar em fotografia tanto a própria paisagem, como os diversos animais no seu meio natural, as obras da natureza,
como os montes, os vales, as arribas, a floresta, a paisagem arquitectónica feita pela mão do Homem ao longo dos séculos da sua
existência.
Os meus gostos musicais são de ouvir várias vozes e sons, desde Pink Floyd a Madonna,
passando por Roling Stones , Genesis , GNR , José CID , Mafalda Veiga , Rui Veloso , entre outros . Agora o que não gosto mesmo é
de música clássica, mas por outro lado, que pode ser um pouco contraditório, gosto de ver uma boa ópera dentro do estilo “ O Lago dos
Cisnes “,
uma revista de teatro, não o teatro clássico, mas sim mesmo e só o de revista. A nível de cinema gosto de filmes policiais na base
de “Ágata Christie”, cinema futurista, cientifico, como a Trilogia da Guerra das Estrelas, “Mátrix”, o “Inspector Gadget”.Também gosto
banda desenhada, o “Tio Patinhas”, “O Pateta e companhia”, ou seja tenho gostos variados em várias áreas, da música ao cinema e à banda
desenhada.
Gosto de ler algumas revistas das quais sou assinante, como a “Super Interessante”,”Deco-proteste”, assim como outras que leio
não tão assiduamente, como revistas relacionadas com internet, telecomunicações, lazer. Também vejo alguma televisão, o telejornal
principalmente, séries dentro do estilo de “CSI”, “dr House”, “Donas de Casa Desesperadas” e documentários do Descovery, National
Geographic, canal História.
A minha cor preferida é o azul. Quanto aos sons, gosto de ouvir os pássaros cantar, irrita-me o latido dos cães, principalmente há
noite, que não deixam ninguém dormir.
Eu em relação ao meu dia a dia, gosto de comer bem, como bom Português que sou, mas muito esquisito, visto não ser adepto de
certos pratos e alimentos, como espinafres, favas, assim como salada russa e, principalmente peixes cozidos. Também não sou adepto nem
apreciador de mariscos, mas gosto de uma boa feijoada, ou uma costeleta de novilho grelhada, uma salada de atum. Sou apreciador de um
bom vinho (Alentejano), não tendo por hábito beber bebidas à base de álcool, bebo muito café e água. O que me tira mesmo o sono, pois
chego a levantar-me às quatro, cinco da manhã, é mesmo a formula 1, em directo na Tv. a partir do outro lado do Mundo, Japão, Austrália
e Malásia. Quanto ao nosso desporto rei, é coisa que realmente dispenso, a não ser os jogos amadores em que o meu filho participa,
porque os da primeira liga já não são que eram no passado. Existe agora muita coisa, entre elas os dinheiros, tanto dos jogadores que
recebem, como dos dirigentes, e as falcatruas que existem. Mas enfim, eu não vou, é raro ver, mas quem quer ir ou ver, eu também não
critico ou, por outro lado, apoio, visto para mim ser igual. Gosto também de ver uma prova de ciclismo, principalmente a volta à França
(Le Tour)
Os meus defeitos e virtudes, é um pouco complicado de transcrever para o papel, porque defeitos, como qualquer cidadão eu
também os tenho, e um deles é de ser um pouco teimoso, principalmente quando defendo as minhas ideias ou simplesmente a maneira
como eu as vejo, do meu ponto de vista. Também sou uma pessoa acessível para com os outros, principalmente os meus amigos mais
íntimos e mais chegados,
Pois eu sou um pouco tímido e para com pessoas com que eu não convivo no dia-a-dia e ainda sou mais, pois foi um hábito
adquirido de trabalhar em bares, cafés e discotecas, em que se ouve mais o cliente, do que a nós. Eu sempre trabalhei neste sector de
actividade, apesar de pelo meio ter tirado um curso, na altura patrocinado pela União Europeia, no sector dos moldes, curso esse de seis
meses, no subsector do controlo de qualidade. No final que no final do curso de vinte alunos só havia vaga para quatro, e eu, como outros,
viemos para casa. Foi uma experiencia gratificante pois aprendi, tal como os outros, muita coisa interessante, a nível dos metais,
principalmente do aço, o modo como é polido (polimento com pó de ouro e prata de vários calibres), pois consegue-se transformar um
pedaço de aço tosco em um espelho, assim como conseguir medir, tanto o seu peso exacto como a sua dureza e qualidade.
Devido há minha estadia em Fátima, onde morei dez anos, onde fiz na altura o ciclo preparatório, no Colégio de São Miguel,
cheguei há conclusão de que a religião não era para mim nem para levar a sério, pois eu, na altura das férias, para ter algum dinheiro extra
ia vender Santinhos, como se diz lá, numa loja de recordações. Tal era estranho, numa religião que apregoa tanta coisa e estava a vender o
seu próprio Deus e Santos, coisa que não se vê em mais nenhuma religião. Eu sou católico, porque como tradição nacional e que vem de
geração em geração, assim me calhou a mim, que por sua vez calhou também aos meus filhos.
Como já devem ter calculado, sou católico não praticante. Este é um assunto como a politica, muito controverso e com várias
interpretações, em que eu tenho a minha e os outros as deles. E, para mim, todas as religiões monoteístas vieram do mesmo sítio, ou seja,
através do povo Hebreu quando andava a deambular há procura da terra prometida. Para mim, estas religiões não dizem mais nem menos
que todas as outras, desde o Islão ao Budismo, pois todas elas falam no amor ao próximo, de ser-mos honestos com nós próprios e com os
outros, etc. Aqui tudo bem, o problema é depois as interpretações que os vários entendidos e teólogos lhes dão, à sua maneira quer locais,
regionais e até mesmo político-económico.
O que eu gostaria mesmo de saber e ter a certeza era se existem mais civilizações e povos para lá do nosso planeta. Pois se se criou
vida aqui na Terra, nada mais natural que a existência de vida noutro planeta, mais próximo ou para além do nosso sistema solar. Ou será,
o que eu não acredito, sermos os únicos no Universo? Também gostava de saber o que é feito, ou onde se “escondeu”, a mítica Atlântida.
Gostaria de ser um pássaro, pois eles possuem a qualidade de ver lá do alto e de se deslocarem de um lado para outro, com a
maior das facilidades. O que se avista das alturas é maravilhoso, é uma perspectiva muito mais abrangente, de avião dá para ver uma
ínfima parte, visto só ter-mos esta perspectiva quando o avião levanta e aterra.
Por outro lado, o que gostaria de ser, tanto física como profissionalmente, é algo que tanto os professores como os políticos
gostam de perguntar às crianças da primária, coisa que já não se aplica a mim, pois a vida que nós temos não é exactamente aquela com
que nós sonhámos enquanto crianças, mas sim outra devido a vários factores, como a realidade sócio-económica-cultural dos pais onde
vivemos, assim como as próprias ofertas de emprego. Nos dias de hoje, numa sociedade de consumo, tem-se de aproveitar as ofertas que
existem no mercado de trabalho e as escolhas, como todos sabemos, não são muitas, devido há globalização, aos mercados
internacionais, ao preço do petróleo e outras matérias-primas essenciais ao nosso desenvolvimento, que não param de subir. O nosso país
não tem recursos naturais importantes, por isso dependemos muito do comércio, serviços e turismo. A realidade é uma coisa e os sonhos
são outra e eu sou uma pessoa que tenho que viver com o que tenho ou o que posso ter, e a pensar no dia de amanhã. Porque eu sou
daquelas pessoas que se posso ter algo ou adquirir, tenho, se não posso, não tenho.
Isto funciona assim, porque tenho dois casos recentes na família que o demonstram.
O sonho da minha sobrinha era de tirar o curso de medicina, e acabou por ter de ficar em enfermagem, e só agora na segunda fase,
para a escola Superior de Enfermagem de Leiria. A minha filha, que frequenta o 11º ano teve de ficar na área geral, pois havia outras áreas,
pela simples razão de a área que ela gosta ser incompatível a nível profissional no nosso país. Queria ser arqueóloga na área da
Egiptologia, coisa que é impensável ser em Portugal. Agora só lhe resta tirar a nível escolar algo que tenha saída para o mercado de
trabalho. Mas, como ela sai ao pai, é teimosa, vai nas férias da Páscoa a França, ter com os primos e, ver quais são os requisitos para entrar
na Sourbonne, com a ajuda da prima que se licenciou em medicina por esta famosa universidade, pois como é sabido Arqueologia, só
mesmo em França, Reino Unido e Alemanha.
Pessoas significativas que fazem parte da minha vida, como é natural, são a minha família, em primeiro lugar: esposa, filhos; e
então vêm a seguir os familiares: pais, tios, irmãos, avós. Os amigos, com quem me relaciono bem. Em relação ao ensinamento, podemos
começar pela escola primária, que é onde todos nós damos os primeiros passos do conhecimento até, no meu caso ao secundário. Na vida
aprendemos muito uns com os outros, pois estamos todos os dias a aprender, ninguém nasce ensinado, mas no meu caso o que aprendi a
nível de cultura geral foi através da leitura, como atrás referi, de conversas com pessoas mais idosas e estou sempre a aprender coisas
novas, todos os dias, com os meus filhos.
A nível profissional fui aprendendo através do tempo com os colegas de trabalho, que tinham mais experiencia do que eu. Outras
coisas como manusear o computador, aprendi lendo revistas e folhetos da especialidade, conversando com amigos, alguns mais
experientes nesta matéria, assim como fazendo várias tentativas para tentar chegar a algum lado, como horas e horas de volta do
computador, fazendo e desfazendo, até ficar mais ou menos perfeito, coisas que só com o tempo é que se aprender. A ainda hoje existem
certas coisas que não consigo fazer, tanto no computador como na vida, e uma delas é dar sangue. Também existem coisas que posso fazer
sem ser da minha área profissional, como mudar velas do carro, uma lâmpada, tantas outras, mas também há aquelas que eu sei mas não
faço, por duas razões: uma é, por exemplo, fazer a muda de óleo ao carro, pois é das coisas em que se tem de ter condições ambientais
para guardar os óleos retirados; outra é, por exemplo fazer de pedreiro. Fazer uma barraca para o cão é uma coisa, fazer uma parede em
casa é outra, e nestes casos deve-se chamar um profissional nesta área. Isto é tudo coisa que como é óbvio, cada um deve estar no seu
lugar, ou seja, para que as coisas fiquem bem-feitas, terão de ser executadas por quem tenha mais experiencia na sua área de
conhecimento.
Para concluir, penso que está tudo dito, em relação a este item. Eu sei que, como me foi transmitido pessoalmente, assim como aos
meus colegas e está escrito nestas folhas que nos foram fornecidas, esta não é uma escola, mas sim um centro de formação,
(Reconhecimento de competência).
Mas, apesar disso, julgo que terá mais importância o desenvolvimento dos itens seguintes e, quanto a mim, deveria ter outros,
como, a História, Geografia, Ciências e não sendo uma escola, ter mais a ver com os conhecimentos adquiridos a nível profissional, ou até
mesmo aprofundar estes conhecimentos e aprendendo outros. Também penso que haja necessidade de se saber com quem estamos, de
onde somos, o que fazemos e quem somos.
Quero chegar com isto ao seguinte:
Falar, supérfluo ou abstractamente das pessoas com que nos tenhamos relacionado ou ainda mantermos essa relação, nada de
confuso; o que me faz alguma confusão, é o facto de (se estiver errado, as minhas sinceras desculpas) eu ao ler a folha disponibilizada por
vós, como o nosso primeiro trabalho curricular, ter ficado com a impressão (poderei estar errado), de quererem uma descrição, sobre nós e
os outros, mais aprofundada, que, para mim, a nível profissional não tem razão de ser, visto que se poderá sair da esfera profissional, para
a vida privada. Eu acredito no lema de não levar a vida privada para o trabalho.
Percurso Escolar:
Comecei na escola, em Monte Real, aos sete anos de idade, naquele tempo não havia o pré-escolar, onde fiz até à terceira classe.
O que me recordo deste período, são duas etapas distintas, Verão e Inverno: no Inverno, antes e no intervalo da manhã, fazia-se
uma fogueira, encontrava-se uma pedra redonda, embrulhava-se numa folha de jornal velho e atirava-se para dentro da fogueira, no fim de
bem quente, servia para aquecer as mãos. Era este sistema o nosso aquecimento.
No Verão, no fim das aulas, que geralmente eram só de manhã, íamos, isto a partir do mês de Maio, para o banho. O banho era ir-
mos quase todos para o rio Lis, para a Vala-Real ou o Colector, que também é uma vala, dar-mos uns mergulhos, e ainda levava-mos
alguns peixes e camaritas, que eram os camarões pequenos que só existiam nas valas e nos rios. Pois hoje, com a poluição que há,
acabaram-se os banhos, os peixes e a camarita.
Jogava-se à bola, os rapazes, as raparigas tinham as brincadeiras próprias. Nesta época e até próximo de 1972/73, os meninos
estavam separados das meninas, as raparigas não podiam ir para a escola de calças, assim como também as próprias professoras.
Havia os engraçadinhos, tal como existem hoje, os que não faziam os trabalhos de casa, os que davam erros, no ditado, nas contas,
que mandavam papelinhos uns aos outros, eu incluído, e o resultado era sempre o mesmo, reguadas atrás de reguadas, recados para casa,
para levarmos mais dos pais. Também havia os mais” burros”, assim lhes chamava a professora, em que o castigo era irem para o fundo da
sala, virados para a parede, com grandes orelhas de burro, feitas de cartão, em pé e calados até o final da aula.
A quarta classe, frequentei-a em Fátima, mais precisamente na Cova da Iria, nas Dominicanas (freiras) pois eram elas que tinham a
escola primária nesta localidade, visto a freguesia ser Fátima, a três quilómetros, onde havia a primária normal, ou seja pública. Aqui
como em Monte Real e nas outras escolas a nível nacional, umas mais regidas outras menos, como acontece ainda hoje, o ensino era um
pouco mais duro, mas aqui já existiam aquecedores nas salas de aula. As brincadeiras eram as mesmas, os intervalos também, raparigas
para um lado rapazes para outro. A diferença era de aqui as aulas começarem às nove e acabarem perto das dezoito horas. Portanto, tinha-
mos de almoçar na escola e, como sempre salas de refeição separadas, para rapazes e raparigas.
As recordações mais relevantes desta altura, são: foi aqui que vi pela primeira vez nevar, eram uns farrapozitos, mas era neve; foi a
partir daqui que comecei a ter descrença na religião. Uma escola de freiras, com terço de manhã, ave-maria ao almoço, padre-nosso no
final das aulas e, pelo meio, duas a três vezes por semana, missa no Santuário, para ouvir sempre as mesmas histórias. Lembro-me do
exame, escrito e oral, onde tinha-mos de saber, História de Portugal, Geografia, Matemática, Português, e não me recordo se haveriam
mais disciplinas, mas as duas primeiras, as que eu gostava mais, eram bem mais diferentes do que são hoje. Em relação há primeira, a
História era de Portugal Continental, Ultramarino e Arquipélagos; Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
Timor, Guiné-Bissau, Açores e Madeira. A segunda era saber-mos os nomes dos rios, sistemas montanhosos, cidades, linhas de caminhos-
de-ferro, mais importantes, distritos, regiões administrativas, fauna, flora e o nome das ilhas.
Passado esta fase, entrei para o ciclo, um colégio nos arredores de Fátima, num lugar chamado Moita Redonda, que hoje, tal como
outros lugares há volta, se encontram dentro da cidade. O Colégio é o de São Miguel, que penso, que seja administrado pelo Clero, como
era na altura, assim como os professores. Mas aqui as aulas de aulas já eram mistas. A minha passagem por este colégio, a nível de
recordações, são mais exteriores, que com o próprio colégio. Para além das histórias que os alunos internos, pois havia os internos e os
externos do qual eu fazia parte, contavam, desde a comida ser pouca, as restrições, de saírem dos próprios quartos, horários regidos para
toda e qualquer actividade fosse escolar ou de lazer. Diziam que era como estar num Seminário. Eu não passei por isto, pois como já
referi, era aluno externo. Sei que fiz neste colégio o ciclo preparatório, não sei já como, foram dois anos muito conturbados, tanto a nível
estudantil como da própria sociedade civil, foi a mudança de um estilo de regime para outro, mudanças essas que alteraram
significativamente os comportamentos, a maneira de se pensar e até de agir de muitas pessoas. Nestes dois anos, 1974/75, a nível escolar
todos os alunos, soubessem ou não, transitavam de ano.
Depois desta minha passagem por Fátima, regressei há terra que me viu nascer. Fui fazer na altura o sétimo e o oitavo anos na
escola da Vieira, que era perto e, algumas aulas eram dentro do recinto da Igreja, do nome da escola só sei que se chamava Escola
Secundária Padre… .
Aqui as coisas já foram mais calmas, mas como nunca fui um bom aluno nos estudos, as recordações, são as vividas no que é hoje
o jardim, o largo em frente há Igreja, onde jogava-mos há bola, e hás vezes há porrada. Hoje tanto o jardim como o recinto em frente há
Igreja estão bonitos, na altura era diferente pois eram em terra. As aulas de Educação Física, no campo da bola a caminho da praia.
Concluído o oitavo ano mudei de escola, fui para Leira para o Liceu, onde andei dois anos, um diurno outro nocturno, para fazer o
nono ano. Chumbei no primeiro ano lectivo, então pensei, como já estava farto de escola, ir trabalhar e estudar há noite. Resultado: estudar
há noite, era mentira. Como já tinha carta de condução e carro, como outros colegas de escola nocturna, passava-mos as noites na
vadiagem, cada dia levava um o carro e o Liceu ficava onde ainda hoje se encontra, e nós para o café, jogar Snooker, nas máquinas de
moedas, e foi assim que deixei de estudar, com o nono ano incompleto.
Percurso Profissional:
Comecei por volta dos onze anos: eu vou ver se consigo que me percebam, porque para quem não está familiarizado com o tema
Religioso, (Católico Romano) e Fátima, pode ser estranho. Como ia dizendo, eu aos fim-de-semana, feriados e dias 10/11/12 e 13 de cada
mês, principalmente nos meses de Maio a Outubro, em que eu trabalhava numa loja de venda de artigos religiosos, e ou no bar e
restaurante, conforme houvesse mais necessidade, devido ao afluxo de clientes. Quem já visitou ou passou por Fátima sabe, que o
comércio é composto por vários ramos, dentro do próprio estabelecimento, e que os Hotéis também têm o seu negócio de artigos
religiosos.
Depois da minha saída de Fátima, passei por trabalhar, isto já com quinze, dezasseis anos, na pensão, que os meus pais alugaram
em Monte Real, desde servir, por e levantar mesas ao bar.
Aos dezoito, dezanove, os meus pais acabaram com o negócio da pensão, e montaram um café. Onde, como nos outro trabalhos
anteriores, também trabalhava, quando vinha da escola e aos fim-de-semana, assim como nas férias escolares.
Neste percurso, entre os onze dezanove anos, fiz quase tudo o que havia para fazer na Indústria Hoteleira, Turismo e Similares; e
digo quase tudo porque, serviços de quartos, lavandaria, rouparia e afins, não me metia nisso.
Aqui aprendi algo que é muito importante na vida, que é a maneira de se estar, falar e comportar com as outras pessoas, desde
patrões, colegas de trabalho, clientes, distribuidores, portanto com todas as pessoas directa ou indirectamente ligadas a estes serviços. Ou
seja a Educação e a Cultura, a um nível geral, que aqui sim, se aprende mais do que na escola.
Por esta altura estaríamos nos princípios dos anos oitenta, foi quando saí da escola, e é a partir daqui que começo a ser renumerado
pelo meu trabalho.
Comecei por trabalhar numa Discoteca, em Monte Real, mesmo do outro lado da rua onde o meu pai tinha o café, que se chamava
e ainda hoje existe, mas com outro negócio,” Dancig Bar 58 “, há noite, como é obvio, no bar, passei poucos meses depois para Disco-
Jocker, ou seja a pessoa que põe a musica, fiquei neste ofício três anos, cansei-me de pôr musica, passei novamente para o bar, que era
onde me sentia melhor, tinha com quem falar e não estava fechado numa divisão com um vidro pela frente.
Passados seis e sete anos, com a abertura de outras discotecas, de maiores dimensões a nível de espaço físico, pois a meio dos anos
oitenta estava-mos no auge destas casas de diversão, os donos do “58” decidem vender a casa, que passou para outro ramo, que é aquele
que ainda hoje continua. Eu tive de me mudar para outro lado.
Fui trabalhar durante quatro meses, para uma fábrica de produtos hortícolas, congelados, “Monlis”, na Carreira, onde não recebia
mais do que vinte seis, vinte e sete contos por mês, que hoje não eram mais do que 130€.
1€ = 200$482
Sendo assim é uma questão de se dividir o nosso montante em escudos pela unidade monetária, neste caso o euro, e chega-se há
simples conclusão, de que dará exactamente, em relação ao montante de 26000$00, de cento e vinte e nove euros e sessenta e oito mil
setecentos e quarenta e cinco cêntimos. Mas esta conclusão tão acertada só é possível com a máquina de calcular.
Como ganhava pouco, consegui outro trabalho no ramo que tinha tido antes. Desta vez na Praia do Pedrógão, na Discoteca “ O
Casino “, onde fiquei por cerca de dois anos e meio. Mas aqui com outra função, a de “mais ou menos” de porteiro, da dita, visto que eu
não era realmente a pessoa que recebia os clientes à entrada, mas o que recebia os pagamentos, pelo consumo dos clientes. Hoje em dia a
estas pessoas que têm estas funções chamam-se caixas ou recepcionistas, no meu tempo era tudo Porteiro, fosse a abrir e fechar a porta
como a receber e fazer as contas ao final da noite, (madrugada).
Nesta casa como na primeira em que comecei a trabalhar há noite, os pagamentos até eram generosos para os anos oitenta, nada
menos do que cinco mil escudos por noite, hoje seriam há volta de vinte e cinco euros e, no Verão, trabalhava-se todas as noites. No
Inverno era mais aos fim-de-semana e vésperas de feriado, a semana da Páscoa, do Carnaval e a altura entre o Natal e a passagem de Ano.
Neste momento, depois de ter terminado a minha actividade como empresário em nome individual, estou desempregado.
Cursos/Acções de Formação:
Pequena introdução:
Nas minhas andanças de trabalho nocturno fiz pelo meio dois cursos; um de Barman e outro de controlo de qualidade na área dos
moldes.
Como estes cursos foram realizados por mim há mais de vinte anos, era eu ainda solteiro, são papeis, diplomas, que eu não sei se
vou poder mostrar, porque, quando casei ficou tudo em casa dos meus pais. Mas de qualquer forma vou expor, estes dois temas, e tentar
encontrar algo relacionado com este assunto.
O primeiro, em que foi mais para adquirir novos conhecimentos, na área em que estava a trabalhar.
Aprendi novos conceitos de apresentação final de vários cocktails e misturas, de bebidas, com e sem álcool, assim como
trabalhar correctamente com um shaker.
Dois exemplos:
Cinderela
¾ De Bourbon Whiskey
¼ De sumo de Limão
Gotas de Grenadine
Preparação: directamente no copo.
Gelo moído; acaba de se encher com Soda;
Decoração: 1 rodela de Limão; 1 Cereja
Strawberry Daiquiri
6/10 De Rum Branco
3/10 De licor de Morango
1cl de Lime Joice
3 Morangos
Preparação: bater no shaker e
pôr-se directamente no copo, com gelo.
Decoração: 1 Morango no bordo do copo
Em relação ao curso de Controlo de Qualidade de Moldes, também já feito há cerca de vinte anos, como já referi no item anterior
(Eu e os Outros História da Vida), aprendi a conhecer a dureza do aço, a sua qualidade, os materiais com que se molda o próprio aço e as
ferramentas com que se mede a sua área, peso e dureza. Agora neste momento só me lembro do nome da ferramenta de medir, que dá pelo
nome de Péclise. Havia outras que vendo sei o que é, mas sinceramente não me lembro dos nomes.
Este curso tirado na Marinha Grande, através do Fundo Social Europeu, consistiu de uma primeira fase de aprendizagem, teórica,
onde se tinha forçosamente de utilizar a máquina de calcular científica, visto as medidas para os moldes serem em milésimos de
milímetros. Depois desta fase teórica, feita numa sala, passa-mos para a fase prática, já numa fábrica que na altura foi a Aníbal Abrantes.
Curso este que no final, como não havia vagas nesta respectiva área, para todos, uns acabaram por ficar, em áreas compatíveis com
o curso e eu ainda fiquei três meses na secção do polimento, mas depois acabei por sair e estabelecer-me por conta própria na área da
restauração, o negócio de café, que já vinha do meu pai. Como o local não era meu, era alugado e, com as novas normas de higiene e
segurança no trabalho, não tinha condições de funcionamento, assim como estava fora de questão fazer obras, numa casa que não era
minha, e antiga, onde me ficaria muito oneroso fazer as obras, acabei por fechar o estabelecimento.
Obesidade infantil: atenção redobrada
A obesidade é um problema em que os adultos estão mais vulneráveis do que as crianças, mas estas, não se precavendo na sua
alimentação e modo de vida, estão a preocupar os profissionais da área da saúde pública. Sabe-se que este fenómeno da obesidade não é
recente, mas nas últimas décadas está a alastrar em grande número de adultos e principalmente em crianças. Um aumento significativo na
Europa, com mais ênfase na do Sul.
Esta doença tem como origem factores genéticos, que influenciam mas que só por si, não justificam este fenómeno. A relação entre
as calorias consumidas e gastas pelo organismo e o estado de sedentarismo é também importante.
No tempo dos nossos pais, este assunto não se punha, porque eles achavam que gordura era formosura. Hoje em dia é totalmente
deferente. É uma doença que não vigiada ou tratada poderá ter consequências gravosas. Tanto na própria saúde física, devido ao elevado
risco de sofrerem de várias doenças relacionadas, como diabetes e, quando adultos AVC; como na vida sentimental e mental, os problemas
relacionados que daqui poderão advir, como é o caso de suicídios, por simplesmente não se gostar do próprio corpo
Isto não tratado, ou não havendo aconselhamento nesta área a crianças, jovens e até mesmo aos adultos, poderá trazer efeitos
secundários, a nível económico e social. Os medicamentos e tratamentos não são baratos e, depois, poderá haver os problemas
profissionais daí resultantes, que poderão acabar no despedimento ou simplesmente em não ter condições físicas para continuar a
trabalhar.
Na minha opinião, o problema da obesidade é de cada um e de cada família.
Não creio que hoje em dia, salvo várias excepções, a causa da doença seja da responsabilidade de terceiros. Que é um assunto que
se deva estudar por parte da classe Médica e profissionais ligados à área da saúde pública, concertesa que sim.
Hoje em dia, com os conhecimentos, com os meios de comunicação social, a escola, não deveria haver tanto alarido. Todas as
pessoas sabem que tudo o que é exagerado faz mal.
As pessoas, sabem porque se fala muitas vezes da obesidade e abusam de uma alimentação menos saudável. Não se poderá culpar
terceiros, como sejam as casas que confeccionam o chamado fast-
food. Porque, penso eu, que há dois anos para cá, existe um organismo do estado chamado ASAE, que fás visitas surpresa a
estabelecimentos de produção e confecção de vários produtos, com mais destaque para a área da alimentação. É claro que a ASAE não
pode estar em todo o lado ao mesmo tempo, mas estes casos são a excepção à regra. Eu falo por mim e pela minha família, que
frequentamos estas casas, não assiduamente, como é lógico. Mas é sabido que muitas famílias, por ser prático, frequentam com mais
frequência.
O estado, através de vários Ministérios, está já há alguns anos para cá a começar a por ordem nas coisas que dizem respeito ao
consumidor. Coisas estas que há uns anos atrás era uma instituição privada (DECO), que através dos seus membros, comunicados,
conferências de imprensa e nas suas publicações mensais, estas dirigidas aos seus associados, falavam deste assunto, principalmente da
qualidade alimentar, não só da comida pré-cozinhada mas também dos congelados e, claro, do fast-food, como ainda hoje o faz.
Hoje a realidade é diferente, em relação ao passado. A alimentação, como as indústrias do ramo, tanto logo na recolha junto ao
produtor como na sua confecção final, estão mais controladas. Não quer dizer com isto que não haja excepções.
Também não estou aqui para defender ninguém, e muito menos as casas de fast-food e pré -cozinhado. Mas sim para constatar o
óbvio, que é a realidade da sociedade em que vivemos. Estamos numa sociedade de consumo, em que existem mecanismos de controlo, de
comunicação, de informação sobre tudo e mais alguma coisa. Nunca como hoje houve tantos esclarecimentos e informações sobre este
assunto. E, como também é óbvio, existe o inverso: a Anorexia.
A obesidade, nediez ou pincelasse (tecnicamente, do grego pimele = gordura e ose = processo mórbido) é o cúmulo excessivo e
patológico de gordura no organismo, acima de quinze por cento do peso considerado óptimo - o que se observa através da comparação
entre peso e altura.
Teoricamente, sempre que houver uma ingestão de calorias (através dos alimentos) maior do que o gasto energético, haverá a
cúmulo de calorias na forma de gordura. O corpo humano armazena estas calorias extras nas células do panículo adiposo.
A conversão em gordura desse excedente se verifica porque metabolicamente é o meio mais eficaz: a molécula de triacilglicerídeo
(designação bioquímica das gorduras) contêm mais que
o dobro de calorias no mesmo peso do que nas formas de carboidrato ou proteína: essa diferença chega à proporção de nove contra
quatro.
Dentre as várias causas prováveis para o desenvolvimento da obesidade estão, de um lado, as facilidades da vida moderna, como
elevadores, escadas rolantes, controles remotos e automóveis. O homem de hoje não precisa mais se esforçar fisicamente e isso diminui o
gasto de energia na forma de calorias. Por outro lado, a industrialização dos alimentos, ricos em carboidratos e gorduras polinsaturadas,
modificando o padrão alimentar, junto ao hábito de alimentação rápida (fast-food: hambúrgueres, frituras, chocolates, maioneses, etc.)
aumentou a oferta de alimentos extremamente calóricos na dieta.
O excesso de gordura repercute de forma negativa em todos os sistemas do organismo. A obesidade é uma causa determinante de
doenças graves como a diabetes, também são frequentes os problemas respiratórios, devido à pressão que o acumular de gordura no
abdómen exerce não só sobre a cavidade abdominal como sobre a caixa torácica, dificultando a respiração. Os ossos e os músculos,
principalmente os das costas, também são afectados pelo esforço adicional exigido para suportar o excesso de peso.
Além disso, a obesidade influi principalmente no funcionamento do sistema cardiovascular. Elevados níveis de gordura no sangue
se depositam nas artérias, dificultando a irrigação sanguínea, e tornam os vasos rígidos, o que eleva a pressão arterial. A obesidade
também causa intenso desgaste do coração, que trabalha mais do que o normal para impulsionar o sangue através de vasos sanguíneos
cada vez mais estreitos e rígidos. Outra complicação é as infecções cutâneas produzidas pelo suor e o atrito das dobras da pele.
O peso isolado não é um bom indicador de obesidade, já que isto vai depender também da sua relação com a altura do indivíduo
examinado. Para se determinar o grau de obesidade é utilizado um padrão, chamado IMC (Índice de Massa Corpórea)
O IMC é o resultado obtido quando se divide o peso (em quilos) pelo quadrado da altura (em metros). O seu resultado é dado em
"kg/m² ".
IMC = Peso / Altura².
O IMC normal vai de 18 a 24,9 kg/m². Abaixo de 18 é considerado muito magro, entre 25 e 29,9 é a faixa do sobrepeso.
De 30 a 34,9 é obesidade grau I, de 35 a 39,9 é obesidade grau II e acima de 40 é obesidade grau III ou obesidade mórbida. Acima
de 50 é chamado de super obesidade. Acima de 60 vem a super-super obesidade.
A obesidade caracteriza-se também como um problema de natureza estética e psicológica, além de ser um grande risco para a
saúde.
Segundo um estudo realizado pela OMS, cerca de 300 milhões de pessoas actualmente são obesas. Nauru, ilha no Pacífico
apresenta os maiores problemas de obesidade (80% de sua população sofre de obesidade, sendo que o país onde há mais subnutrição é a
Somália, onde 75,02% da população passa fome). Países com Barbados, EUA, Brasil também sofrem de sério problemas com uma
população acima do peso.
Os meus tempos livres na infância eram passados a jogar à bola, ao berlinde, e provavelmente outras brincadeiras que agora não me
recordo, como a maioria dos miúdos.
A partir da adolescência, além dos anteriores, os tempos livres eram passados no rio Lis, ao banho, de bicicleta na antiga pista de
MotoCross e nas termas em Monte Real. Davam-se passeios com os amigos de bicicleta à Praia da Vieira e à Lagoa da Ervideira e jogava
matraquilhos.
Nos meus tempos vividos em Fátima, os tempos livres eram passados a apanhar pássaros, tordos, com um alçapão que era composto por
quatro ripas perfazendo um quadrado ou rectângulo onde se amarrava rede tipo de pesca na sua superfície, um pau com um cordel
comprido e um buraco no chão, onde se introduzia uma lata com cerca de quinze centímetros de altura. O alçapão era posto a 45º, o pau
atado ao cordel para segurar o alçapão ficava a
cerca de 60º de inclinação e a ponta do cordel onde se ficava para o puxar quando entrava o Tordo a uns dez metros de distância. A
lata com água era o chamariz e assim nos entretínhamos. Por vezes faziam-se corridas de bicicleta até à Crus Alta, por carreiros, uns
quatro quilómetros, pois nunca os contei, onde se partiam forquetas, furavam-se pneus, as rodas às vezes ficava num oito, o nariz
esborrachado e de volta a casa o mais certo era levar uma sova dos pais.
Aos domingos via-se o programa do Vasco Granja, este senhor era o apresentador da RTP 1 que apresentava os desenhos
animados.
Lembro-me do Spyd Gonzales (o rato mais rápido do oeste), gostava de ver a série Norte Americana “ Bonanza “, as Touradas e o
Festival da Eurovisão. Isto, claro, na televisão.
Mais tarde passei a ver séries, como “ Espaço 1999”, e a trilogia da “Guerra das Estrelas”. Hoje vejo os jornais Televisivos,
programas informativos e de debate, como Prós e Contras, Quadratura do Circulo (SIC Noticias). Adoro ver os programas do Sr. José
Hermano Saraiva (A Alma E A Gente) entre outros, séries como CSI, Dr. House, Donas de Casa Desesperadas e um ou outro filme.
Dentro da programação das televisões Nacionais, detesto o chamado prime-time televisivo, muito simplesmente porque neste horário é só
novelas e já não as fazem como dantes, novelas como “Escrava Isaura”, “ Pantanal”, entre tantas outras de elevada qualidade. As
portuguesas, se assim se podem chamar, vista a maioria serem adaptações de má qualidade, não lhes dou importância, para ficar a vê-las.
Vi muitos filmes
do Bruce Lee, do Rambo e Roky, com o agora governador do estado Norte Americano da Califórnia, o Sr.
Arnold Schwarzenegger.
Gosto ainda de ver os grandes documentários, principalmente sobre o nosso Planeta, em todos os seus aspectos, as
civilizações, desde a pré-história aos nossos dias, a vida selvagem, o ambiente, as profundezas dos Oceanos, os vulcões entre tantos
outros, que podem ser vistos em detrimento das novelas, nos canais televisivos do cabo. Tais como o canal História, os vários Discovery
e uma infinidade de outros canais.
Música e rádio, continuam a ter importância, pois gosto muito de ouvir, sempre gostei. As minhas estações de rádio preferidas são
a RFM e a TSF; a primeira pela música a segunda pelos serviços informativos, noticiários, reportagens e entrevistas.
Na altura das rádios piratas ajudei e participei, como apresentador e entertainer num programa emitido de segunda a sexta das dez
ao meio dia, que dava pelo nome de “Pátio das Cantigas “. Depois de cerca de dois anos no ar, com nova grelha, este programa acabou,
por falta de disponibilidade da minha parte. Passei a ser responsável pela programação em geral, incluindo a parte mais técnica que era a
de gravar os discos pedidos. Esta rádio chamava-se “MTL”.
Fechadas as rádios piratas, por ordem governamentais, ainda conseguimos montar um estúdio, em Monte Real, associado à Rádio
Lis, mas por pouco tempo, visto que começara a haver convulsões internas na Rádio Lis que acabou por ser adquirida na altura pela Igreja
Universal do Reino de Deus. E foi assim que acabou a minha participação na rádio.
Aqui na rádio, aprendi, ou melhor dizendo, tive uma experiencia com as pessoas noutra perspectiva, diferente, da que estava
habituado a ter no café. Algumas pessoas, principalmente, as que se sentiam mais só, telefonavam para falar das suas vidas, do dia-a-dia,
pois assim não se sentiam sozinhas, havia sempre com quem se podia falar, comigo e com os
meus colegas na rádio. O contacto que tinha na rua com as pessoas que ouviam a nossa rádio, era proveitoso, visto, que no meu
caso, pediam-me que passasse esta ou aquela música, davam-me ideias para fazer outros tipos de programas. Ouvia as pessoas, sabia o que
elas pensavam de nós e o que queriam ouvir, e nas reuniões, apresentava estas ideias.
Durante este período da adolescência, fiz algumas viagens, umas com os meus pais, outras com os meus tios, principalmente ao
Alentejo e Algarve. Os meus tios são criadores e negociantes de gado, e iam muitas vezes lá para comprar, na altura, porcos, hoje
puseram-lhes um nome mais respeitável, chamam-lhes “suínos” , Gostava de ir , era diferente do que é hoje , principalmente o Algarve .Eu
conheci as praias Algarvias nessa altura e eram bem mais agradáveis do que são hoje. Por exemplo a praia da Quarteira, hoje cidade, eram
meia dúzia de casebres de pescadores. Fazia viagens também com os meus pais e às vezes com os meu tios a Espanha, isto é, a Salamanca
e Badajoz, era um passeio e compravam-se muitas coisas que eram e continuam a ser mais baratas do que cá. Mas para mim nessa época o
importante não era o arroz ou outra compra qualquer, mas sim os chocolates e outras guloseimas.
Mais tarde, por volta dos meus dezoito anos, fui com um primo e uns amigos que estavam cá com ele de férias, a França. Uma
viagem inesquecível, pois era a primeira vez que ia para tão longe sem a companhia dos meus pais ou tios, e lá fomos de carro,
atravessando o País, a Espanha e a França quase toda. O nosso destino em França era junto à fronteira Alemã. Mais precisamente, onde é a
sede do Parlamento Europeu., Estrasburgo. Inesquecível, porque nunca tinha visto tantos hectares de terra com milho, que eram bem à
vontade quilómetros seguidos de milho e mais milho, tanto em Espanha como em França. Vi paisagens que nunca tinha visto e em
Biarritz, à beira mar em finais de Setembro, fazia um frio de rachar, comi pela primeira vez croissants, coisa esquisita. Depois de
passarmos Paris, pelos túneis rodoviários, parámos para comer, junto à via rápida que liga Paris a Estrasburgo, perto de quinhentos
quilómetros de distância entre estas duas cidades. Uma roulotte na berma da estrada, ou seja, entre a estrada e uma terra de milho, até onde
a vista pode alcançar. Almoço, outra desilusão, salsichas com batatas fritas dentro do pão, com umas folhas de alface e rodelas de tomate.
Até aqui normal, o pior foi quando comecei a comer, que aquilo não tinha sabor nenhum para mim, mas para eles, que estavam
habituados, era normal e era bom. Chegados ao destino, vi o tal edifício da sede do Parlamento Europeu cheio de bandeiras à sua volta,
dos países que na altura faziam parte da CEE (Comunidade Económica Europeia).
Agora como na juventude gosto de continuar a viajar, tanto pelo nosso País como pelo estrangeiro. Estive em Paris por várias
vezes, pois tenho lá familiares, já estive em Frankfurt, conheço, mais ou menos bem a Galiza, assim como o sul de Espanha, Andaluzia, as
ilhas Baleares, no meio do mar, Mediterrâneo, entre o sul da Europa e o norte de África, a sul do Reino de Espanha e a norte do Reino de
Marrocos. Estive também na, sempre belíssima, cidade de Ceuta, outrora pertença do Reino de Portugal, hoje do Reino de Espanha,
devido aos acontecimentos da guerra da restauração da Independência nacional, que estava sobre o domínio do rei Castelhano Felipe II.
Estive, e costumo lá ir várias vezes, às ilhas Canárias, uma beleza natural no Atlântico, Que devido ao Tratado de Tordesilhas (a divisão
do mundo, ao meio, entre Portugal e Espanha, estas ilhas ficaram para os Espanhóis.
Na área dos trabalhos manuais, só o que fiz na escola, pois havia essa disciplina.
Bricolage e jardinagem faço em casa, tenho um jardim, que agora está sem erva própria, devido à falta de água, não posso regar,
devido a que o meu fornecimento de água é feito através da Câmara e acresce a conta do lixo, por m3
de água consumida. Este espaço, que
tem como destino ser jardim, tem uma área de 96 m2
.
Ou seja, L x L = 96
Colecções não faço, o mais parecido são guardar isqueiros, de variadíssimos aspectos, esferográficas, canetas e relógios. A não ser as que
tenho aqui em casa, como por exemplo a
“Enciclopédia Luso-Brasileira”,”O Corpo Humano”, “Portugal Passo a Passo”,” Portugal Património”, das edições do Circulo de
Leitores, “Historia de Portugal de José Mattoso”, “Alfa Estudante” das publicações Alfa, “Atlas National Geographic”,” Grande
Enciclopédia Universal” e muitos mais que abundam cá por casa, fora os livros juvenis e outros que se encontram nas estantes dos quartos
dos meus filhos e em cima do guarda-fatos do meu quarto.
Quanto à leitura, sou pouco dado a este tema, fora o que tinha de ler na escola e alguma vista de olhos sobre os anteriores, que às
vezes é preciso para se tirarem dúvidas. Leio o jornal diário e as revistas, de que já falei anteriormente. Outro tipo de leitura que li e de que
gostei, “Papillon” e “O Banco” do mesmo autor e na sua sequência, não me lembro do autor, mas lembro-me da história que deu mais tarde
um filme.
O filme passa-se nos anos 30 do século passado, contando a fascinante história verídica de Henri Charrière, interpretado por Steve
McQueen, um homem conhecido por Papillon por ter tatuada no peito uma grande borboleta. Apesar de se reclamar inocente da acusação
de assassinato, é condenado a prisão perpétua e enviado para cumprir a sentença na Guiana Francesa. Aí conhece Louis Dega, interpretação
de Dustin Hoffman, um famoso falsário de quem se torna amigo. Dega está preocupado com a sua segurança, uma vez que tem tido sucesso
material à custa de outros prisioneiros na sequência das suas falsificações. Assim, estabelece um acordo com Papillon: ajudá-lo nas
tentativas de fuga em troca de protecção. Papillon não perde tempo a planejar fugas, muitas das quais falham. Numa delas - que dá origem a
uma das melhores sequências do filme - consegue chegar juntamente com Dega a uma colónia de leprosos e depois a um acampamento
nativo. Quase conseguindo ser bem-sucedida, a fuga termina como consequência de uma traição e Papillon é reenviado para a prisão.
Como castigo, é enviado para a inexpugnável Ilha do Diabo, prisão de onde nunca ninguém tinha conseguido escapar. É também
avisado de que qualquer tentativa de fuga será punida com dois anos de permanência na solitária, passando a cinco anos se houver
reincidência. Todavia, isso não assusta Papillon, que planeja novamente fugir o que consegue através da Floresta tropical até à Venezuela,
país que na altura estava sob domínio Espanhol e como é sabido os Espanhóis e os Francesas, assim como outras Nações, não se davam
como nos nossos dias. Era o País (colónia) ideal para se ver livre da prisão e dos seus carrascos. O outro livro que saiu nas bancas depois
vem retratar os acontecimentos que levaram à sua prisão. O Sr. foi julgado, condenado, preso e mandado para o desterro, porque uns
amigos seus tinham assaltado um banco em Paris, e os juízes e jurados da época, tal como se passava em toda a Europa, acharam que ele
tinha participado, directa ou indirectamente, no assalto. Isto ao estilo dos tribunais da Inquisição. Portanto, fala-nos dos acontecimentos do
próprio julgamento, da sua ida e “estadia” dentro do barco, acompanhado por outros desterrados. Retrata-nos a sua angústia, dentro do
convés do navio, com as doenças dos seus colegas de infortúnio, sem poder, nem ter condições de os poder ajudar.
Um outro livro que li, tirando os de banda desenhada,” Tio Patinhas”, “Tintim”, do Belga Ergê, do “Luky & Luky” e outros mais,
foi um marcante de uma jovem francesa, Cristianne F.(os filhos da droga), que relatava a vida dela no submundo da droga, que a levou
mais tarde a entrar no da prostituição. Eu li este livro, que era de uma prima residente em França, e como tal li-o em Francês. (vi-o já
alguns anos, não muitos, na prateleira dos livros de um centro comercial, com tradução Portuguesa).
Li, também alguns livros interessantíssimos: “Ché Guevara”, “Código Da Vince”, “A Toupeira”, entre outros.
Só para dizer que passei por algumas, desde o Grupo Desportivo de Monte Real, como colaborador, desde o bar à marcação do
campo de futebol. Voluntariado e religião, foi numa fase da catequese e não fui dado muito a estes assuntos. Da política fiz algumas
coisas, desde a campanha da primeira AD, Com Adelino Amaro da Costa e Francisco Sá Carneiro, até às eleições presidenciais de 7 de
Dezembro de 1980, com o candidato General Soares Carneiro, logo após o trágico acontecimento que vitimou o Primeiro-ministro e o
Ministro da Defesa, três dias antes.
W.C
Arrumação
Loja de Decoração:
Planta do espaço:
15 cm
8 cm
5 cm
5 cm 3 cm
Escala 1: 200
Cálculo da área de cada divisão e área total:
Determinar as medidas reais do espaço:
Utilizando uma régua verifica-se que o comprimento mede 15 cm e a largura mede 8 cm.
Aplicando a Regra de Três Simples:
Desenho Realidade
1 → 200
15 → x
Então:
Portanto o comprimento do espaço mede 30m
Desenho Realidade
1 → 200
8 → x
Então
Portanto a largura do espaço mede 16m
A área do W.C?
L
A
A área da arrumação
A
A área da loja é:
Determinar a área do rectângulo:
A rectângulo
Área da loja = A RECTÂNGULO –A — A = 480-36-50=394
Determinando o perímetro:
Perímetro W.C = 6+6+6+6=24m
Para determinar o perímetro da arrumação temos que conhecer um dos lados do triângulo:
10
Aplicando o Teorema de Pitágoras determinamos a hipotenusa (H) da seguinte forma:
Portanto:
PERIMETRO DA ARRUMAÇÃO
Perímetro da loja:
Tendo em conta de que tenho um extracto bancário de 20000 € e um empréstimo de 30000 € e a aquisição da loja foi de
37000 €, fico com 13000 € para compras de materiais e decoração da respectiva loja:
Gôndola de parede modela rack coluna frontal e opcional base metálica - profundidade das prateleiras: 0,48 / 0,60 / 0,70 /
0,80m - e modulação de 1,00 e1,30m
Portanto irei precisar de 5 módulos destes para o lado do comprimento oposto à arrumação e W.C., para expor os artigos,
mais pequenos à venda.
Preciso de pelo menos 4 projectores para o tecto da loja.
Tenho de ter um escritório e que ao mesmo tempo me dê de atendimento ao cliente, que poderá ser dentro deste género.
Terei depois de comprar a mercadoria para ter na loja.
Contas por alto irão gastar só com o mobiliário perto de 2570,00 €.
Com o recheio da loja e possivelmente em outras compras de última hora, irei gastar mais alguns euros:
: para saber estes preços deveria de consultar diversa lojas e, ou, armazéns de venda destes materiais, que não se
encontram disponíveis na Net.
: procurar e escolher leva o seu tempo, que não é numa semana, mas, pelo menos um mês.
: tendo em conta que necessitei de um crédito junto de uma instituição bancária, são necessários vários documentos,
tais como por ex. facturas proforme, tanto dos materiais para decoração como do mobiliário e do respectivo recheio.
: outros gastos como licenças de funcionamento, vistoria passada pelos bombeiros contra incêndios e inundações e
possivelmente de ocupação de via pública entre outras.
: gastos com, instalações eléctricas de água e telefone, estas as mais essenciais
Despesas do mês de Julho Valor (em euros)
Crédito 666,33€
Empregados 450€
Fornecedores 1020€
Telefone 45€
Telemóvel 55€
Água 34€
Luz 98€
Total 2368,33€
Calcular a média dos gastos, por despesa, num mês:
Em média, gasta-se 338,33€, por despesa.
Calcular o IVA das despesas (água, luz telefone, …)
Loja de decoração:
Despesas do mês de Julho Valor (em euros)
Crédito 666,33 €
Empregados 450 €
Fornecedores 1.020 €
Telefone 45 €
Telemóvel 55 €
Água 34 €
Luz 98 €
Total 2.368,33 €
Média 338,33 €
Máxima 1.020,00 €
Mínima 34,00 €
I V A 232 X 21 % = 48,72
TOTAL
IVA 232 + 48,72 = 280,72€
I.V.A. Calculado sobre o valor dos serviços: telefone, telemóvel,
água e luz.
Calculemos o preço sem IVA
Preço 232€
232 48,72
O preço com 21% de IVA será 232 + 48,72 280,72€
0,21
Arlindo Manuel Morgado Oliveira
Rua de Santa Clara, 270
2425-054 Monte Real
Exmo. Sr.
Presidente da ANACOM
Av. José Malhoa, 12
1099-017 Lisboa
Carta registada com aviso de recepção
Monte Real, 16 de Abril de 2007
Assunto: serviço ADSL
Caro Presidente da ANACOM
Como é do seu conhecimento, o serviço ADSL, independentemente do ISP, tem o mesmo tarifário em
todo o País.
Sendo assim, como é que eu e outros cidadãos, para termos acesso à banda larga - tão apregoada,
desde os senhores ao governo – somos obrigados a ter outros serviços complementares, que só são
prestados por um operador de rede fixa (PT), ou seja, não existe concorrência.
Por outro lado, eu estou a pagar por um serviço desnecessário para mim, o aluguer de linha
telefónica, que a maioria dos Portugueses não paga.
Outro assunto é a qualidade da prestação do serviço, sabendo-se que nos grandes centros urbanos e
cidades as linhas de rede ADSL são de fibra óptica e na minha área de residência são de cobre, ou
seja, de pior qualidade.
Agradecendo que, pelo menos, se debrucem por este assunto, subscrevo-me:
Arlindo Oliveira
Os governos, este e os anteriores, pensaram, disseram e criaram a Autoridade da
Concorrência, com uma finalidade, que todos nós sabemos, haver concorrência em todos os
sectores da vida e sociedade civil.
Este pressuposto não é bem assim, nem tão pouco como o idealizaram. A haver
concorrência esta existe só nos grandes centros urbanos.
As pessoas que tal como eu, que vivem fora das cidades, sabem que não é assim. E
não é assim só com os serviços de internet, mas com o telefone, o transporte público, entre
outros serviços.
Pondo as coisas como elas realmente são, e não são só de agora, já vêm de trás, é o
seguinte:
• Inseriram-nos na UE, sem me perguntarem nada., noutros países houve referendo.
• Assinaram compromissos perante a UE de variadíssimos temas de real importância
para os cidadãos, sem os consultar.
Perante isto, não é demais pedir que os nossos políticos, não só os de governo, como
os do poder legislativo, que são os deputados por nós eleitos à Assembleia da República,
cumpram e façam cumprir os compromissos assumidos perante a UE à revelia do povo
Português e, principalmente, dos seus eleitores.
Eu sinto-me indignado com estas coisas.
O caso das Tecnologias de Informação, que o senhor Primeiro-Ministro, sempre que
sai de Lisboa pelo país, chamado por eles (políticos) de “real e profundo”, está sempre a falar.
Mas, por outro lado, esquece-se destes “simples” como o de a Banda Larga não chegar a todo
o País, como ele e outros apregoam.
No caso da Internet de banda larga, é inadmissível eu ter os mesmos custos que um
internauta de Leiria ou de outra cidade do país, e isto pela simples razão de na maioria das
cidades terem o serviço através de cabos de fibra óptica, caso seja de rede fixa ou de Tv. por
cabo e eu ter o serviço por cabos de cobre, de qualidade muito inferior, tanto na transmissão
de dados como de voz. Passa-se o mesmo com a Tv. cabo, em que eu tive mais custos iniciais,
visto ter de adquirir uma antena receptadora de sinal por satélite, respectivos cabos de ligação,
entre outras despesas. Outro exemplo, são as auto-estradas do interior, que são pagas por
todos os cidadãos que pagam impostos, enquanto nós aqui, no litoral, além dos impostos
temos de pagar as portagens.
Eu não vejo a diferença, chamada de interiorização, pois pelo que se vê quando se passa nessas auto-estradas sem portagens – scuts- e nas
zonas adjacentes, as pessoas que vivem nestas zonas, vivem de maneira igual aos outros portugueses.
Temos o caso das pontes com portagens em Lisboa e sem portagens no Porto. Será que as pessoas que fazem a travessia do Tejo sejam
mais ricas do que as que atravessam o Douro?
Concluindo, este é um país que por este andar vai continuar a distanciar-se dos seus parceiros europeus. Eu sou da opinião de que todos
temos de ter os mesmos direitos e deveres, e não é só por estar escrito na Constituição da República Portuguesa --
Artigo 12.º
(Princípio da universalidade)
1. Todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição.
2. As pessoas colectivas gozam dos direitos e estão sujeitas aos deveres compatíveis com a sua natureza.
Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em
razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação
económica, condição social ou orientação sexual.
--mas por uma questão de princípios morais e de justiça. Não é justo uns pagarem e outros não. Que haja diferenciação de preços por
várias razões, tudo bem. Eu, ao contrário do que muitas pessoas afirmam, penso que nós não somos todos iguais, caso contrário tínhamos todo o
mesmo saber, os mesmos gostos, etc.
9h e30` - Saída de casa para o local de trabalho:
Vou de carro para o meu estabelecimento (café), que fica a 1k e 300m do local onde habito.
Nesta altura já o café está aberto, tenho uma funcionária que o abre, vejo como estão a correr as coisas. Bebo um café, encho as arcas
frigoríficas com diversas bebidas, que estejam em falta, no fresco, como cervejas e sumos. Confirmo se há café em grão no moinho e a respectiva
moagem, se está a moer grosso ou fino, pois a moagem tem de ser vista sempre que se introduz um novo pacote de café em grão dentro do
moinho. Cada pacote traz um quilo e a calibragem, assim como a própria mistura do grão, variam de pacote para pacote e, por este motivo, tem de
ser visto. Verifico a qualidade do café na chávena e o seu sabor para saber se é preciso fazer uma limpeza mais profunda à máquina de café e
mudar o sal no depurador. Este depurador é um filtro cilíndrico, vertical, por onde passa a água antes de entrar directamente na máquina.
9h e 30´ - Vou buscar o jornal à papelaria, que fica a 850m, na mesma rua, venho de volta para o café. Chegado ao café, se tiver um
fornecedor, digo -lhe o que faz falta, faço contas com ele, pagamento de facturas, pois geralmente neste ramo trabalha-se com factura contra
factura, ou seja recebe-se uma encomenda, paga-se a anterior. Depois do fornecedor ir embora, dou uma vista de olhos ao jornal, e recebo um
distribuidor, que vem trazer grades de cerveja e de sumos, cada grade contém vinte e quatro garrafas, ajudo a funcionária a arrumá-las no
armazém. Entretanto noto que há falta de papel para a máquina registadora e outras miudezas, como sejam produtos de limpeza. Vou ao
armazém, para grossistas, abastecer-me do que me faz falta. Os armazéns são na zona de Leiria, ou seja a cerca de dezoito quilómetros de onde eu
tenho o estabelecimento, Monte Real. Com este andar de ir e vir é uma hora da tarde. Descarrego o carro com as compras, arrumam-se e a esta
hora já há mais que fazer, pois é hora dos cliente chegarem com mais frequência para tomar o seu café e digestivos depois de almoço e teremos de
ser pelo menos duas pessoas, para atendê-los
14h e 30´, 15h, - Chega outra funcionária, que vem substituir a anterior e eu vou almoçar ao restaurante que é do tio da minha esposa, onde
ela trabalha e orienta a sala. No restaurante almoço geralmente com o tio da minha esposa, genro deste, e mais alguns amigos que poderão ser
comuns, ou não. Aqui fico até perto das quatro horas da tarde, quando regresso ao café, depois de ter feito três quilómetros. No café vejo como
estão a correr as coisas e vou,
depois de ter posto os papéis em ordem (facturas, o “z*” da máquina registadora, recibos da água, luz, telefone, tv-cabo e renda do café),
ao gabinete de contabilidade, que fica na povoação de Outeiro da Fonte, freguesia de Carvide, que confina com a freguesia de Monte Real a oeste,
na qual eu resido, e onde se situa o estabelecimento comercial que eu exploro.
17h e 30`, 18h – A esta hora, na vinda do contabilista, passo por casa, pois é hora dos meus filhos chegarem a casa vindos do colégio, onde
estudam, a cerca de cinco quilómetros, em Amor, no Colégio Dinis de Melo. Por aqui fico, até jantar, dando um jeito ao jardim e em volta da casa,
pois há sempre lixo, principalmente folhas de árvores do terreno vizinho que estão sempre a cair, para o meu lado. Tenho uma barraca, com
pombos, em ferro e chapa de zinco, que tem de ser limpa de vez em quando. Ponho comida e água, aos pombos, e assim está passado o resto da
tarde. A barraca, como eu lhe chamo, tem 3 metros de comprimento por 2 de largura e 2,5 metros de altura. Tem 6 e 15
, para dezoito pombos que comem dois sacos de milho, de cinco quilos cada, por semana a 1.5 € o quilo, que perfaz 12€
por mês.
21h – Volto ao café e lá fico até perto das duas horas da madrugada, pois é a hora, geralmente, de encerrar. Isto depois de a funcionária ter
terminado o seu horário. Até encerrar, vai-se servindo os clientes, com café, cervejas, sumos e outras bebidas. Conversa-se com os clientes,
ouvem-se conversas, muitas das vezes, sem nexo. Por volta da meia-noite e meia, vou então fazer a mudança do sal à máquina do café, visto a
esta hora já haver pouco que fazer e este trabalho, no fim de se ter posto sal novo, levar cerca de cinquenta minutos a fazer a depuração, até a água
que sai da máquina ficar normal, ou seja, sem sabor a sal. Isto é feito num circuito fechado, unicamente para lavagem e lubrificação da própria
máquina de café. Como em outras máquinas industriais de lavar louça, por exemplo, o seu sistema de lavagem e manutenção é diferente daquelas
que nós temos em nossas casas. Findo isto, se houver clientes, pede-se a amabilidade para saírem. Fecho o café e vou para casa.
Isto de trabalhar com o público, clientes, nestas casas é complicado; porque há pessoas de todos os géneros e feitios em que nem sempre o
cliente tem razão e nós, que estamos atrás de um balcão, temos de ter um certo cuidado a falar, para não perdermos o cliente e, na maioria das
vezes (quando já estão com um “copo” a mais), para não armarem confusão, nem connosco nem com os outros.
2h, a m – Chegado a casa, tomo um duche, rápido e . . .
*“z” - As máquinas registadoras têm por norma dois rolos de papel, ou um duplo, que têm como função o seguinte:
- Fazer o registo das vendas.
- Rolo externo serve para se dar ao cliente, como prova da sua compra (ticket)
-Rolo interno serve para fazer o “z” que nos dá o total do dia e as respectivas somas dos vários produtos vendidos, assim como o
respectivo I. V. A., que por sua vez é enviado para a contabilidade, para o apuramento trimestral do I.V.A.
A cultura portuguesa é baseada num passado que remonta aos tempos pré-históricos das invasões dos Romanos e Mouros. Todos eles
deixaram as suas marcas, legando a Portugal uma rica herança cultural.
A cultura portuguesa tem carácter essencialmente expansivo, determinado em parte por uma situação geográfica que lhe conferiu a missão
de estreitar os laços entre os continentes e os homens. Este carácter expansivo tem raízes bem fundas no tempo, se quisermos lembrar a cultura
dolménica, que, segundo grandes autoridades, teve como centro de difusão o litoral português nortenho. Porém, a expansão portuguesa, ao
contrário da espanhola, é mais marítima e exploradora do que conquistadora. Desde muito cedo existem notícias de navegadores portugueses e,
entre as medidas de fomento comercial-marítimo, distingue-se a criação da bolsa de mercadores, que veio a ser a primeira companhia de seguros
marítimos mútuos (Companhia das Naus [século XIV]).
A força atractiva do Atlântico, esse grande mar povoado de tempestades e de mistérios, foi a alma da Nação e foi com ele que se escreveu a
história de Portugal.
A história de Portugal teve um período extraordinariamente glorioso, que definitivamente passou. Uma das nações mais pequenas da
Europa foi senhora de um dos maiores impérios de todos os tempos e teve a maior armada da época. Às vezes, o que foram virtudes numa época
podem ser defeitos noutra, e uma mutação de culturas pode alterar inteiramente os destinos às nações. O próprio temperamento português explica
muitas das feições da sua história, mas há causas exteriores que também nos dão a chave de culpas que lhe são injustamente atribuídas. Se o
carvão e o aço, que constituíram a base da última fase da civilização ocidental, existissem no nosso subsolo, é natural que tivéssemos
desempenhado um papel bem diferente daquele a que fomos obrigados. Mas um país que deu madeiras e pano para caravelas e foi farto de pão
para uma população de menos de 2 milhões de habitantes pode não ter riquezas nem abundância para alimentar uma população que cresce
vertiginosamente.
A mentalidade complexa que resulta da combinação de factores diferentes e, às vezes, opostos dá lugar a um estado de alma sui generis
que o Português denomina, a “saudade”. Esta saudade é um estranho sentimento de ansiedade que parece resultar da combinação de três tipos
mentais distintos: o lírico sonhador - mais aparentado com o temperamento céltico -, o fáustico, (o homem fáustico questiona-se e questiona o
mundo, não se apazigua a saberes, aliás o conhecimento torna-o exigente consigo e com os outros, arrastando-o para uma eterna procura), de tipo
germânico e o fatalístico de tipo oriental. Por isso, a saudade é umas vezes
um sentimento poético de fundo amoroso ou religioso. Outras vezes é a ânsia permanente da distância, de outros mundos, de outras vidas.
A saudade é então a força activa, a obstinação que leva à realização das maiores empresas. Porém, nas épocas de abatimento e de desgraça, a
saudade toma uma forma especial, em que o espírito se alimenta morbidamente das glórias passadas e cai no fatalismo de tipo oriental, que tem
como expressão magnífica o fado, canção citadina, cujo nome provém do étimo latino fatu (destino, fadário, fatalidade).
Uma das características mais importantes da saudade é precisamente essa fixidez da imaginação, que, por intensidade, se pode tornar em
ideia motora e conduzir à acção. A poesia medieval impressiona tanto pela imobilidade dos pequeninos quadros, que se repetem, que até houve
quem lhe procurasse uma origem oriental". Além disso, a literatura portuguesa manteve até hoje o carácter lírico. A vocação para o género épico e
dramático foi sempre menor, e até mesmo Os Lusíadas valem muito pelo seu fundo lírico. Os romances actuais são, da mesma maneira, falhos de
acção, parados. Mas na música repete-se exactamente o mesmo fenómeno. Em quase todos os compositores se verifica a imobilidade, o apego a
meia dúzia de desenhos musicais fixos, às sequências obstinadas. Falta-nos a animação própria dos Espanhóis e a predisposição para
encadeamento de movimentos, frequente noutros povos.
A nossa cultura não é um somatório das diferentes culturas regionais, mas uma integração destas, de que resultou uma coisa nova em que
elas estão contidas, embora transformadas por uma espécie de fenómeno de sublimação espiritual. Enquanto a cultura local tem carácter quase
ecológico e resulta do conflito entre a vontade do homem, o ambiente e a tradição, a cultura geral transpõe esse conflito para o plano espiritual,
porque o elemento ambiente natural é substituído pela história. Em Portugal muita gente julga os Espanhóis pelos centos de galegos que aí vivem
e trabalham. Contudo, esses espanhóis são quase todos da Galiza, uma das províncias que mais se afastam da personalidade-base espanhola. É
possível que tal erro de apreciação se repita noutros países em relação aos Portugueses. Os Brasileiros, os Americanos, os Franceses e os
Marroquinos devem ter dos Portugueses uma ideia que corresponde principalmente ao Minhoto, ou ao Transmontano, ou ao Beirão, ou ao
Açoriano, ou ao Algarvio, etc., e não ao Português-base.
A personalidade psicossocial do povo português é complexa e envolve antinomias profundas, que se podem talvez explicar pelas diferentes
tendências das populações que formaram o País. Da mesma maneira que Portugal representa o ponto de encontro natural das linhas de navegação
entre a Europa, a África e a América, a sua população é constituída pela fusão
de elementos étnicos do Norte e do Sul. Apesar da relativa homogeneidade da população actual, no Norte do País abundam elementos da
Europa Setentrional e Central (celtas e germanos), enquanto no Sul predominam os elementos do Sul da Europa e do Norte de África
(mediterrâneos e berberes).
A própria religião tem o mesmo cunho humano, acolhedor e tranquilo. Não se erguem nas aldeias portuguesas essas igrejas enormes e
solenes, tão características da paisagem espanhola, que na sua imponência apagam a nota humana. A igreja portuguesa, ora caiada e sorridente
entre ramadas, ora singela e sóbria na pureza do granito, é simplesmente a casa do Senhor. É sempre um templo acolhedor, habitado por santos
bons e humanos. Não se vêem os Cristos lívidos e torturados de Espanha. A sensibilidade portuguesa não suporta essa visão trágica e dolorosa.
A prova mais evidente deste sentimento humano e terreno da nossa religiosidade verifica-se na extraordinária expansão do estilo românico,
com o seu arco singelo bem apoiado na terra, e na falta de assimilação do estilo gótico. Nunca sentimos esse profundo arroubo místico, essa ânsia
de ascensão que caracteriza o gótico. O nosso espírito assimilou mal um estilo cuja expressão nos era estranha. Em todos os monumentos
arquitectónicos caracteristicamente portugueses perdura uma certa espessura dos pilares, uma nítida tendência para a profundidade e para a
horizontalidade, contrária à ânsia de verticalidade ascensional do gótico. O espírito português é avesso às grandes abstracções, às grandes ideias
que ultrapassam o sentido humano. A prova disso está na falta de grandes filósofos e de grandes místicos. Nem compartilha do racionalismo
mediterrâneo, da luminosidade greco-latina, nem da abstracção francesa, de grandes linhas puras, nem do arrebatamento místico espanhol. Em vez
das grandes catedrais góticas da França e da Espanha, ou dos templos clássicos da Renascença italiana, o Português acabou por criar um estilo
próprio, onde a sua religiosidade típica melhor se exprime: o manuelino.
Contudo, o Português não é fraco nem covarde. Detesta as soluções trágicas e não é vingativo, mas o seu temperamento brioso leva-o com
excessiva frequência a terríveis lutas sangrentas. Quando o ferem na sua sensibilidade e se sente ultrajado, ou perante um ponto de honra, é capaz
de reacções de extraordinária violência.
De facto, o Português tem um forte sentimento de individualismo, que se não deve confundir com o de personalidade. Enquanto a
personalidade anglo-saxónica ou germânica não colide geralmente com os interesses sociais e só preza a sua liberdade íntima, o Português
da mesma maneira que o Espanhol, tem uma forte ânsia de liberdade individual, que muitas vezes é anti-social. A tendência a opor-se a
tudo que se lhe não apresente com carácter humano obriga-o a lutar contra as leis ou organizações gerais. Detesta o impessoal e o abstracto e põe
acima de tudo as relações humanas. 0 Seu fundo humano torna-o extraordinariamente solidário com os vizinhos, e em poucas regiões da Europa
existirá ainda vivo, como em Portugal, o espírito comunitário e de auxílio mútuo.
Em todas as épocas se verifica o temperamento expansivo e dinâmico do Português. Sem ir à cultura dolménica, desde as épocas mais
remotas, nos tempos em que a actividade era a guerra, os Lusitanos foram a expressão mais acabada da luta permanente e sem tréguas, que se
prolongou pela Idade Média nas lutas da Reconquista contra os Mouros, para se transformar, finalmente, nas viagens de descobrimentos e de
colonização. É também sintomáticos os Portugueses terem participado em grande parte das guerras europeias, mesmo quando não tinham
interesses directamente ligados a tais conflitos. Até a série de revoluções fratricidas do século XIX e princípios do século XX provam o fundo de
permanente inquietação e actividade. Nas lutas da Reconquista não se procura só reaver o solo que os Muçulmanos tinham conquistado: lutava-se
por um ideal religioso e expulsava-se o inimigo da Fé. A grande empresa marítima visa, é certo, a descoberta do caminho da índia e os negócios
das especiarias, mas, além de se pretender dilatar o Império, pretende-se dilatar a Fé. A última ideia justificava a primeira, e não o inverso. Nunca
soubemos separar o sonho da realidade, ao contrário do Inglês, que procede friamente, orientado pelo seu sentido prático. A maior desgraça da
nossa história, a infeliz campanha de Alcácer Quibir, em que desapareceu D. Sebastião com a elite militar do seu tempo, não passou dum grande
sonho vivido, de trágicas consequências. Mas a história está cheia de curiosos episódios, como o do Magriço e o dos Doze de Inglaterra, que vão
defender em torneio umas damas ultrajadas por cavaleiros ingleses, a comprovar o fundo de sonhador activo do Português. Além disso, o desprezo
pelo interesse mesquinho e o gosto pela ostentação e pelo luxo nunca nos permitiram o aproveitamento eficaz das grandes fontes de riqueza
exploradas.
Este temperamento paradoxal explica os períodos de grande apogeu e de grande decadência da história portuguesa. Ao contrário do que
muitos disseram, o Português não degenerou; as virtudes e os defeitos mantiveram-se os mesmos através dos séculos, simplesmente as suas
reacções é que variam conforme as circunstâncias históricas. No momento em que o Português é chamado a desempenhar qualquer papel
importante, põe em jogo todas as suas qualidades de acção, abnegação, sacrifício e coragem e cumpre como poucos. Mas se o chamam a
desempenhar um papel medíocre, que não satisfaz a sua imaginação, esmorece e só caminha na medida em que a conservação da existência
o impele. Não sabe viver sem sonho e sem glória.
Foi no clima de exaltação dos descobrimentos marítimos que os elementos psíquicos díspares da população portuguesa se fundiram e
alcançaram as suas expressões mais elevadas. O Atlântico atraíra sempre com a sua magia um certo fundo sonhador e vago das populações
costeiras, enquanto as do interior se agarravam fortemente à solidez do solo conquistado. Nas cantigas de amigo perpassava já o perfume dos
ventos do mar, enquanto nas pequenas igrejas românicas, se exprimia a solidez rústica duma crença firmemente enraizada na terra. Mas o
Atlântico venceu. Os Portugueses lançam-se na grande aventura e desviam a civilização do Mediterrâneo para o Atlântico, mudando o curso à
história universal. Apesar de a população metropolitana ser insignificante, a Madeira e os Açores começam a ser colonizados em 1425 e 1439, isto
é, 6 e 12 anos logo após o seu descobrimento. Por fim descobre-se o caminho marítimo para a índia e toma-se posse oficial do Brasil. O profundo
sentimento da natureza, já patente na Lírica Medieval, robustece-se em contacto com os grandes horizontes abertos, com as tempestades e com os
mundos exóticos, povoados de animais e de gentes estranhas. Os Lusíadas, que entusiasmaram pelo seu enorme encanto ao descrever os
fenómenos marítimos, são o grande poema do mar. Sente-se nele o deslumbramento do poeta e de toda a geração que o precedeu.
Há no Português uma enorme capacidade de adaptação a todas as coisas, ideias e seres, sem que isso implique perda de carácter. Foi esta
faceta que lhe permitiu manter sempre a atitude de tolerância e que imprimiu à colonização portuguesa um carácter especial inconfundível:
assimilação por adaptação. O Português tem vivo sentimento da natureza e um fundo poético e contemplativo estático diferente do dos outros
povos latinos. Falta-lhe também a exuberância e a alegria espontânea e ruidosa dos povos mediterrâneos. É mais inibido que os outros meridionais
pelo grande sentimento do ridículo e medo da opinião alheia. É, como os Espanhóis, fortemente individualista, mas possui grande fundo de
solidariedade humana. O Português não tem muito humor, mas um forte espírito crítico e trocista e uma ironia pungente.
Nas épocas extraordinárias, quando acontecimentos históricos puseram à prova o valor do povo, ou lhe abriram perspectivas novas, que o
encheram de esperança, então brotaram por si, naturalmente, as melhores obras do seu génio. Porém, nos períodos de esbanjamento nasce
a apatia do espírito, a relutância contra a mediania, a crítica acerba contra o que não está àquela altura a que se aspira, ou cai-se na saudade
negativa, espécie de profunda melancolia.
O manuelino é, pela sua decoração, uma espécie de estilo barroco, contudo, no manuelino e, mais tarde, no nosso barroco falta por
completo o movimento musical que se verifica noutros países, sobretudo na Áustria e nos arredores alpinos. Se o movimento é uma das
características mais salientes do barroco, temos de ver que esse movimento toma entre nós uma feição especial que o afasta inteiramente dos pais
das valsas. É um movimento parado, uma espécie de imóvel. De facto, a actividade portuguesa é de tipo físico, embora seja determinada pela
imaginação, mas há qualquer coisa de estático na emoção portuguesa. O fundo contemplativo da alma lusitana compraz-se na repetição ou na
imobilidade da imagem.
O Português adapta-se a climas, a profissões, a culturas, a idiomas e a gentes de maneira verdadeiramente excepcional. 0 Português foi
sempre poliglota. Já os nossos clássicos escreveram quase todos em mais de uma língua, e mesmo as pessoas de pouca ilustração aprendem e
sabem com frequência falar um idioma estrangeiro. Mas a capacidade de adaptação é geral; podia ilustrar-se com inúmeros exemplos. É, porém,
curioso que o Português se adapta a outro ambiente cultural tão bem que parece ter sido assimilado; mas volta para Portugal e em pouco tempo já
não se distingue dos outros. Enquanto o Inglês fica sempre inglês em toda a parte, e o Alemão, quando deixa de o ser, dificilmente volta a tornar-se
alemão, o Português assimilou completamente o provérbio que diz: «Em Roma sê romano.» Mas só enquanto está em Roma.
O Português é um misto de sonhador e de homem de acção, ou, melhor, é um sonhador activo, a que não falta certo fundo prático e
realista'. A actividade portuguesa não tem raízes na vontade fria, mas alimenta-se da imaginação, do sonho, porque o Português é mais idealista,
emotivo e imaginativo do que homem de reflexão. Compartilha com o Espanhol o desprezo fidalgo pelo interesse mesquinho, pelo utilitarismo
puro e pelo conforto, assim como o gosto paradoxal pela ostentação de riqueza e pelo luxo. Mas não tem, como aquele, um forte ideal abstracto,
nem acentuada tendência mística. O Português é, sobretudo, profundamente humano, sensível, amoroso e bondoso, sem ser fraco. Não gosta de
fazer sofrer e evita conflitos, mas, ferido no seu orgulho, pode ser violento e cruel. A religiosidade apresenta o mesmo fundo humano peculiar ao
Português. Não tem o carácter abstracto, místico ou trágico próprio da espanhola, mas possui uma forte crença no milagre e nas soluções
milagrosas.
O sentimento amoroso é muito forte em todas as classes sociais e, fora o aspecto grosseiro, que se compraz em anedotas eróticas, são
inúmeros os exemplos de grande e profunda dedicação, acompanhada de gestos de verdadeiro sacrifício. Não só a história como a literatura nos
dão a prova irrefutável da permanência desta característica através dos tempos. O exemplo mais curioso foi a grande paixão de D. Pedro por D.
Inês de Castro, que nem a morte conseguiu extinguir e que ainda hoje serve de motivo poético e impressiona as sensibilidades. Na literatura basta
lembrar a poesia medieval, tão sentida e original, em que com frequência se canta o amor da mulher pelo homem. A lírica de Camões, esse grande
amoroso, dá-nos exemplos da mais bela e mais repassada emoção. As cartas de Soror Mariana Alcoforado, palpitantes de paixão, os sonetos de
Florbela Espanca, as poesias de João de Deus e muitos outros, sem esquecer a riquíssima poesia popular, particularmente impregnada de
sentimento amoroso, são outras tantas afirmações desta constante alma portuguesa.
Outra constante da cultura portuguesa é o profundo sentimento humano, que assenta no temperamento afectivo, amoroso e bondoso. Para o
Português o coração é a medida de todas as coisas.
Perante a grandeza e os mistérios da natureza, que os Portugueses vão a pouco e pouco descobrindo, nasce uma atitude especial, não
destituída dum certo fundo místico-naturalista. É então que surgem os Jerónimos como expressão arquitectónica máxima da religiosidade
portuguesa. A grande novidade era a decoração naturalista, inspirada em motivos do mar e na exuberância da vegetação exótica. O antigo
sentimento da natureza, que só encontra até então expressão poética, transporta-se agora para a forma plástica. Os templos enchem-se de
elementos da natureza, impregnados de sentido religioso, de evocações de mundos longínquos e estranhos e dos mistérios do mar. Era natural que
esse povo de marinheiros quisesse decorar os seus templos com as belezas do mundo recém-descoberto. Ainda hoje os pescadores rudes do Norte
de Portugal costumam levar como ex-votos ao santo da sua devoção miniaturas de navios ou quadros alegóricos de qualquer naufrágio ou perigo
de que escaparam. Porém, se na decoração há novidade arquitectónica, a sensibilidade portuguesa manteve-se presa ao atavismo românico, na
solidez das proporções e no arco redondo. A sua religiosidade rude e simples sentem confiança num templo fortemente apoiado na terra, onde
paira uma obscuridade doce que repousa o espírito.
Percorrendo a história, podemos facilmente verificar como estas características apontadas se repetem em diferentes épocas, explicando
certas acções e demonstrando a constância de alguns elementos fundamentais da cultura portuguesa.
Portugal nasce desta luta contra os Mouros. É uma guerra política e religiosa. Enquanto se reconquista o solo da Pátria expulsa-se o
inimigo da Fé. Atrás do conquistador vai logo o lavrador e constrói-se o templo. A espada que luta precisa de se apoiar no pão dos campos e na fé
em Deus. Em 1249 acabava a luta porque não havia mais terra a conquistar, tinha-se chegado ao extremo sul da faixa portuguesa. Nesta ocasião já
se tinha repovoado grande parte dos territórios e, além de muitas capelas românicas, já se erguiam as Sés de Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e
Évora. Era chegado o momento de ir mais além. Não no espaço, que não havia, mas na organização interna do País. Os reis que se seguem cuidam
das letras, da justiça, e promovem medidas de fomento agrícola e de alcance marítimo. Em 1290 fundam-se os Estudos Gerais, o embrião da
Universidade portuguesa. Nos fins do século XIII Portugal já exportava cereais. Parecia que tinham terminado as lutas e inquietações e que ia
começar a vida próspera, pacífica e apagada dum pequeno povo à beira-mar. Mas não; os vizinhos Espanhóis começavam a cobiçar Portugal.
Surgem novamente lutas e incertezas, que terminam pela vitória decisiva dos portugueses em 1385, no campo de Aljubarrota. Esta afirmação da
força nacional parece ter despertado novas energias, e surge a ideia de ir contra o antigo inimigo de tantos séculos. Portugal já possuía então
embarcações que lhe permitiam uma expedição militar ao Norte de África e, em 1415, os Portugueses conquistam Ceuta aos Mouros. Era o
começo da fase de expansão marítima. Em 1418-19 descobre-se a ilha da Madeira, a seguir os Açores, depois vai-se explorando a costa africana
com o propósito de chegar à índia pelo mar, ao mesmo tempo que se mandam exploradores por terra. Desde então, até aos nossos dias, toda a
cultura portuguesa está impregnada de influências marítimas e ultramarinas.
Portugal, porém, apresenta uma curiosa particularidade de unificação. Embora a origem da Nação se deva também à política, à vontade
dum príncipe, que naturalmente se aproveitou de certas aspirações de independência latentes nas populações de Entre Douro e Minho, a unificação
e a permanência da Nação deve-se ao mar. Foi a grande força atractiva do Atlântico que amontoou no litoral a maior densidade da população
portuguesa do Norte, criando como que um vácuo para o interior. Desde Caminha a Lisboa estabeleceram-se inúmeras amarras que defenderam
Portugal da força centrípeta de Castela. Mas foi sobretudo o estuário do Tejo, esse forte abraço do mar com a terra, que definitivamente presidiu
aos destinos de Portugal. Não houve o domínio duma região sobre outras, antes se encontraram todas
num ponto natural de convergência. É por isso que, ao contrário de Berlim ou de Madrid, capitais no centro das regiões dominadoras,
Lisboa, na foz do Tejo, está mais apoiada no mar do que na terra. Além disso, Lisboa pode dizer-se formada por habitantes oriundos de todas as
províncias do País, quase que sem predomínio de qualquer delas. A este facto deve Portugal certa homogeneidade cultural permanente. Contudo,
não devemos esquecer que, a par da cultura nacional, existem ainda hoje regiões naturais muito definidas, com culturas próprias bem
caracterizadas, fruto, não só de condições ambientais diferentes, como de ascendência culturais e possivelmente étnicas diversas.
Se a situação geográfica contribuiu indiscutivelmente para o carácter expansivo da cultura portuguesa, ela só não basta para explicar tudo.
Além dela, temos de considerar a feição psíquica portuguesa e a maneira como esta actuou perante as circunstâncias.
Situado no extremo sudoeste da Europa, a poucos passos da África, o País estava destinado a ser ponto de passagem e de encontro das mais
variadas raças, umas vindas dos confins do Mediterrâneo, como os Fenícios, que lhe demandaram os portos, como os Normandos, que lhe
invadiram as costas. Mas as influências destes foram superficiais e só se fizeram sentir no litoral. Foram mais importantes as invasões celtas,
sobretudo a partir do século VI a. C. Estes povos, senhores da técnica do ferro e da superioridade militar e económica que daquela derivava,
acabaram por se fundir com a raça autóctone. Os Lusitanos, que resultaram desta fusão, eram um povo rude, sóbrio e espantosamente resistente e
aguerrido. Era tal o amor da independência que os Romanos, quando quiseram conquistar a Península Ibérica, viram fracassar umas atrás das
outras as tentativas para os dominar. Só ao fim de mais de um século, com a vinda de Augusto à Península, foi possível a subjugação deste povo,
considerado um dos mais indómitos daquele tempo. Viriato ficou na história como um dos grandes heróis lusitanos e as suas campanhas chegaram
a atingir o Norte de África. Mas o Império Romano acabou por dominar inteiramente e, durante uns séculos, reinou a paz romana. Quando os
povos germânicos, aproveitando-se da fraqueza do velho império, começam a invadi-lo em bandos sucessivos, modifica-se novamente a estrutura
étnica e cultural das populações que correspondem ao Portugal actual. Logo nos começos do século V os Suevos distribuem terras entre si e se
fixam na actual província de Entre Douro e Minho. Estes povos, saídos poucos anos antes do coração da Baviera, trouxeram com as mulheres e os
filhos os usos e costumes e as técnicas agrárias do seu país. A pouco e pouco fundem-se também com as populações anteriores, formando um
reino que tinha Braga por capital. O reino dos Suevos não pode resistir às investidas dos Visigodos, seus irmãos de sangue, mas mais práticos nas
artes da guerra e da
política. Os Visigodos acabam por se assenhorear de toda a Península, durante o século VI, formando um grande reino cristão. Porém, logo
nos princípios do século VIII, os Árabes, movidos por um vivo impulso religioso, lançam-se na Península e conquistam-na com rapidez
vertiginosa. Todavia, à medida que ganham em extensão, vão perdendo em ímpeto e, ao fim de alguns anos, o núcleo de resistência cristã,
formado nas Astúrias, começa a repelir o inimigo. Vão-se assim formando novos reinos cristãos, entre os quais Portugal.
As sete maravilhas de Portugal, na minha opinião, são:
Marcos Miliários de Geira;
Situados ao longo da antiga via romana da Geira, percorrendo as freguesias de Balança, Chorense, Vilar, Chamoin, Covide e Campo do
Gerês. Concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga.
Classificados conjuntamente Monumento Nacional por Decreto de 16-06-1910. A via romana de Bracara Augusta a Asturica Augusta
(Braga-Astorga), ou Via Nova do Itinerário Antonino, foi traçada na segunda metade do século I d. C. sob os reinados dos imperadores Tito e
Domiciano.
Na idade média a estrada passou a ser conhecida por Geira (sinonimo de corveia), em virtude das prestações em trabalho que as populações
vizinhas tinham de dar para se efectuar a sua manutenção. Ao longo desta antiga via, ainda se conservam 44 marcos. A maior concentração destes
marcos encontra-se ao longo da margem esquerda do rio Homem.
Estes marcos tiveram a sua importância para as comunicações, desde a sede do império, Roma, e a Lusitânia, a província mais ocidental,
desse mesmo império, assim como para o nosso futuro como Nação.
“Donde a terra se acaba e o mar começa”- CANTO VIII, de:
Marcos Milíarios
Rio Homem
Ruínas de Conímbriga:
Os romanos não foram os primeiros habitantes da Península, como se sabe, mas foram eles os primeiros a criar estruturas que
consideramos modernas: cidades com serviços comunitários, ligadas por estradas.
Também trouxeram a cultura e a língua, os preceitos comerciais, as termas e o ócio. Na área que agora corresponde a Portugal existiram
várias cidades romanas bastante desenvolvidas. A província da Lusitânia, criada por Augusto na época do nosso ano zero, ficava situada na franja
do império. Nunca tinha havido nada de parecido por estas partes, nem em termos de estabilidade nem como requinte de civilização. Conímbriga
já existia antes do império, provavelmente antes dos Celtas. Mas foi com as conquistas de Brutus, general romano
no século II a.C., que se tornou o ponto de passagem natural, entre Sellium (Tomar) e Bracara (Braga) e assim começou a prosperar.
A importância, destas ruínas, para mim, prende-se com terem sido o começo da nossa civilização e da cultura, secular, que deveríamos
preservar com mais afinco e orgulho, de sermos portugueses.
Templo romano de Évora:
Pela sua localização, a sua imponência arquitectónica e beleza mas, que até hoje ignoramos completamente a quem o templo teria sido
dedicado. Apenas sabemos que vem do século II d. C.
Castelo de Leiria:
Ao consolidar o seu governo a partir de 1128, o jovem D. Afonso Henriques (1112-1185), planeou alargar os seus domínios, então
limitados a norte pelo rio Minho a sudoeste pela serra da Estrela e a sul pelo rio Mondego. Para esse fim, a partir de 1130, invadiu por diversas
vezes o território vizinho da Galiza a norte, ao mesmo tempo em que se mantinha atento à fronteira sul, constantemente atacada pelos
muçulmanos.
Para defesa do limite sul, estrategicamente fez erguer, de raiz, um novo castelo entre Coimbra e Santarém (1135), no alto de uma elevação
rochosa, um pouco ao sul da confluência do rio Lis com o rio Lena,
a cuja guarnição, sob o comando de D. Paio Guterres, foi confiada a defesa
da nova fronteira que ali tentava firmar. À povoação que também iniciava, e que
passaria a designar o respectivo castelo, chamou de Leiria.
*(Montes Hermínios, ao tempo de Viriato e da ocupação Romana)
A importância que o castelo de Leiria teve foi de defesa dos territórios a norte e a conquista de novos territórios a sul.
Universidade de Coimbra:
A Universidade de Coimbra remonta ao século seguinte ao da própria fundação da nação portuguesa, dado que a Universidade foi criada
no século XIII, em 1290, mais especificamente a 1 de Março, quando foi assinado em Leiria, por D. Dinis, o documento “Scientiae thesaurus
mirabilis”, que institui a própria Universidade e pede ao Papa a confirmação.
A bula do Papa Nicolau IV, datada de 9 de Agosto de 1290, reconheceu o Estudo Geral, com as faculdades de Artes, Direito Canónico,
Direito Civil e Medicina.
A Universidade foi instalada em Coimbra, no Paço Real da Alcáçova, em 1308.
A importância deste monumento é a que ainda hoje tem,
de dar educação e conhecimento nas várias áreas de frequência
de estudo do ensino superior.
Torre de Belém:
A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu
outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar
hoje à terra firme.
A Torre de Belém foi construída na era das Descobertas em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Vicente.
Para melhorar a defesa de Lisboa, o rei João II desenhou um plano que consistia na formação de uma defesa constituída por três fortalezas
junto do estuário do Tejo. Formava um triângulo, sendo que em cada ângulo se construiria uma fortaleza: o baluarte de Cascais no lado direito da
costa, a de S. Sebastião da Caparica no lado esquerdo e a Torre de Belém na água (já mandada construir por D. Manuel I).
Este monumento está repleto de decoração Manuelina que simboliza o poder do rei: estando embutidos no edifício nós, esferas armilares,
cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
Fortaleza de Sagres:
A Fortaleza de Sagres, também designada como Forte de Sagres, situa-se no sudoeste do Algarve, no promontório de Sagres.
No ano de 1443, a 27 de Outubro, o Infante D. Henrique recebe de seu irmão, o regente D. Pedro, uma carta de doação do cabo de
Trasfalmenar e uma légua de termo (Sagres e a sua região envolvente). Com efeito, o Infante, sendo conhecedor, das contingências à navegação
provocadas pelos fortes ventos dominantes na região de Sagres, cedo se apercebeu da necessidade que as embarcações que dobravam o cabo
sentiam em permanecer abrigadas nas baías e enseadas de Sagres. Esta permanência poderia arrastar-se por longos períodos, enquanto se esperava
por ventos favoráveis à navegação. Deste modo, o Infante defendia a necessidade de se providenciar algum apoio a estes navegantes que, durante
a sua espera, viam-se privados de mantimentos e de assistência religiosa.
Esta fortaleza, que propositadamente deixei para o fim, por para mim ser, dentro deste conjunto arquitectónico, não o mais espectacular,
nem o mais vistoso, mas pelo significado histórico que teve, não menosprezando os outros.
Foi daqui, que o Infante D. Henrique, deu azo à sua imaginação e pôs em prática os seu conhecimentos, de marinheiro, homem de Ciência
e Tecnologia.
Não é todos os dias, naquela época, que com instrumentos arcaicos, um Homem pôs um Pais, à beira mar plantado, de reduzidas
dimensões geográficas e populacionais, à conquista de novos Mundos. Foi daqui que se começou a desenhar a grande Epopeia dos
Descobrimentos Portugueses. Sabe-se pelos manuais escolares, enciclopédias e registos Históricos, devidamente documentados, que foi a
partir desta fortaleza, heroicamente comandada, pelo
Infante, (mas que poderia ter sido outro o local escolhido, mas foi este, e sendo assim teremos de o assumir como tal), que
os nossos futuros marinheiros, partiram.
Primeiro, Ceuta depois Tânger até à Índia, mas passando antes desta ultima, por vários locais, que o poeta Camões,
também define no seu grande Épico, que são “ Os Lusíadas”. Como sendo o cabo Bojador, na costa do Saara Ocidental, perto da
latitude 27º Norte. A primeira passagem pelo Bojador deve-se a Gil Eanes em 1434. O desaparecimento de embarcações que
anteriormente o tinham tentado contornar levou ao mito da existência de monstros marinhos e da intransmissibilidade do
Bojador, e o Cabo das Tormentas, mais tarde chamado de Boa Esperança, é um cabo situado no extremo sul do continente
Africano. Foi dobrado pela primeira vez em 1487 pelo navegador português Bartolomeu Dias. Contam as crónicas da época
que, como foi avistado depois de vários dias em que os marinheiros sofreram violentas tempestades (tormentas), Bartolomeu
Dias lhe pôs o nome de Cabo das Tormentas, mas o rei João II mudou-lhe o nome porque, ao ser dobrado, mostrou a ligação
entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico e prometia a tão desejada chegada à Índia. Chamou-lhe, por isso, Cabo da Boa
Esperança - o topónimo que se perpetuou.
E tantos outros cabos, assim como os cinco continentes.
Como devem ter reparado, não mencionei os Mosteiros e as Igrejas, porque foram edificados, não pela causa, mas sim, pelo resultado
dessa mesma causa. Exemplo disso é o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Mosteiro da Batalha), que foi mandado edificar por D. João I, em
virtude da grandiosa vitória (do general D. Nuno Alvares Pereira o Santo Condestável), no campo de batalha, frente aos Castelhanos, no que
ficou conhecido por Batalha de Aljubarrota.
Fontes de pesquisa: História de Portugal do Circulo de Leitores, Portugal Passo a Passo de EDICLUB e em www.wikipedia.org
MODELO EUROPEU DE
CURRICULUM VITAE
INFORMAÇÃO PESSOAL
Nome Arlindo Manuel Morgado Oliveira
Morada Rua de Santa Clara 270, 2425-054 Monte Real - Portugal
Telefone 244612986
Telemóvel 966896200 / 911939286
Correio electrónico arlimor@leirianet.pt
Nacionalidade Portuguesa
Data de nascimento 19/06/1962
Formação Escolar 3º ano do curso geral dos Liceus , incompleto, no ano lectivo
de 1980/1981
EXPERIÊNCIA
PROFISSIONAL• Data 27 de Março de 1986 a 30 de Maio 2006
• Nome e endereço Café D. Dinis, Rua de Leiria nº55, 2425-039 Monte Real
• Tipo de empresa Cafés, Bares, Cervejarias, Casas de Chá, Pastelarias e Confeitarias
• Função Barman
• Principais actividades e responsabilidades
• Data
• Nome e endereço
• Tipo de empresa
• Função
• Principais actividades e responsabilidades
• Data
• Nome e endereço
• Tipo de empresa
• Funções
• Principais actividades e
Gerente / Proprietário
1984 a 1986
Discoteca “O Casino”, Praia do Pedrógão, Coimbrão - Leiria
Estabelecimento de Diversão Nocturna
Recepcionista
Responsável pela entrada dos clientes e pela contabilidade no final do encerramento da Discoteca
1981 a 1984
Discoteca “Dancig Bar 58”, Rua de Leiria nº58, 2425-039 Monte Real
Estabelecimento de Diversão Nocturna
Barman e Disck-jokey
Servir ao balcão e pôr música para os clientes ouvirem e dançarem
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Apresentação1 (5)

  • 1.
  • 2.  Eu e os Outros--------------------------------------------------------------------------------------2  A Minha História Pessoal-------------------------------------------------------------------------9  As Minhas Leituras-------------------------------------------------------------------------------16  Nos Meus Tempos Livres------------------------------------------------------------------------21  Projecto Pessoal-----------------------------------------------------------------------------------29  Orçamento do Projecto---------------------------------------------------------------------------36  Serviço de Reclamações---------------------------------------------------------------------------38  Um Dia na Vida de Arlindo---------------------------------------------------------------------42  Herança Cultural---------------------------------------------------------------------------------46  Curriculum + Balanço Fina---------------------------------------------------------------------63
  • 3.
  • 4. O meu nome é Arlindo, tenho 44 anos, vivo em Monte Real com a minha família, que é composta por mim, pelos meus filhos, Alexandra e João, a minha esposa, Sofia e o Snoopy, um Serra da Estrela, que também faz parte da família. Física e psicologicamente penso ser uma pessoa normal, felizmente não tenho nenhum problema físico, sinto-me bem comigo próprio e a não ser aquelas mazelas de uns arranhões de quando se anda a fazer bricolage ou, a jardinagem em casa ou no carro, que penso serem coisas normais. Doenças só as do costume, como as dores de cabeça e pouco mais. Sou uma pessoa que gosta de dar passeios em família e, com amigos, pelas nossas belíssimas praias e também pelas paisagens rurais, ver e captar em fotografia tanto a própria paisagem, como os diversos animais no seu meio natural, as obras da natureza, como os montes, os vales, as arribas, a floresta, a paisagem arquitectónica feita pela mão do Homem ao longo dos séculos da sua existência. Os meus gostos musicais são de ouvir várias vozes e sons, desde Pink Floyd a Madonna, passando por Roling Stones , Genesis , GNR , José CID , Mafalda Veiga , Rui Veloso , entre outros . Agora o que não gosto mesmo é de música clássica, mas por outro lado, que pode ser um pouco contraditório, gosto de ver uma boa ópera dentro do estilo “ O Lago dos Cisnes “,
  • 5. uma revista de teatro, não o teatro clássico, mas sim mesmo e só o de revista. A nível de cinema gosto de filmes policiais na base de “Ágata Christie”, cinema futurista, cientifico, como a Trilogia da Guerra das Estrelas, “Mátrix”, o “Inspector Gadget”.Também gosto banda desenhada, o “Tio Patinhas”, “O Pateta e companhia”, ou seja tenho gostos variados em várias áreas, da música ao cinema e à banda desenhada. Gosto de ler algumas revistas das quais sou assinante, como a “Super Interessante”,”Deco-proteste”, assim como outras que leio não tão assiduamente, como revistas relacionadas com internet, telecomunicações, lazer. Também vejo alguma televisão, o telejornal principalmente, séries dentro do estilo de “CSI”, “dr House”, “Donas de Casa Desesperadas” e documentários do Descovery, National Geographic, canal História. A minha cor preferida é o azul. Quanto aos sons, gosto de ouvir os pássaros cantar, irrita-me o latido dos cães, principalmente há noite, que não deixam ninguém dormir. Eu em relação ao meu dia a dia, gosto de comer bem, como bom Português que sou, mas muito esquisito, visto não ser adepto de certos pratos e alimentos, como espinafres, favas, assim como salada russa e, principalmente peixes cozidos. Também não sou adepto nem apreciador de mariscos, mas gosto de uma boa feijoada, ou uma costeleta de novilho grelhada, uma salada de atum. Sou apreciador de um bom vinho (Alentejano), não tendo por hábito beber bebidas à base de álcool, bebo muito café e água. O que me tira mesmo o sono, pois chego a levantar-me às quatro, cinco da manhã, é mesmo a formula 1, em directo na Tv. a partir do outro lado do Mundo, Japão, Austrália e Malásia. Quanto ao nosso desporto rei, é coisa que realmente dispenso, a não ser os jogos amadores em que o meu filho participa, porque os da primeira liga já não são que eram no passado. Existe agora muita coisa, entre elas os dinheiros, tanto dos jogadores que recebem, como dos dirigentes, e as falcatruas que existem. Mas enfim, eu não vou, é raro ver, mas quem quer ir ou ver, eu também não critico ou, por outro lado, apoio, visto para mim ser igual. Gosto também de ver uma prova de ciclismo, principalmente a volta à França (Le Tour)
  • 6. Os meus defeitos e virtudes, é um pouco complicado de transcrever para o papel, porque defeitos, como qualquer cidadão eu também os tenho, e um deles é de ser um pouco teimoso, principalmente quando defendo as minhas ideias ou simplesmente a maneira como eu as vejo, do meu ponto de vista. Também sou uma pessoa acessível para com os outros, principalmente os meus amigos mais íntimos e mais chegados, Pois eu sou um pouco tímido e para com pessoas com que eu não convivo no dia-a-dia e ainda sou mais, pois foi um hábito adquirido de trabalhar em bares, cafés e discotecas, em que se ouve mais o cliente, do que a nós. Eu sempre trabalhei neste sector de actividade, apesar de pelo meio ter tirado um curso, na altura patrocinado pela União Europeia, no sector dos moldes, curso esse de seis meses, no subsector do controlo de qualidade. No final que no final do curso de vinte alunos só havia vaga para quatro, e eu, como outros, viemos para casa. Foi uma experiencia gratificante pois aprendi, tal como os outros, muita coisa interessante, a nível dos metais, principalmente do aço, o modo como é polido (polimento com pó de ouro e prata de vários calibres), pois consegue-se transformar um pedaço de aço tosco em um espelho, assim como conseguir medir, tanto o seu peso exacto como a sua dureza e qualidade. Devido há minha estadia em Fátima, onde morei dez anos, onde fiz na altura o ciclo preparatório, no Colégio de São Miguel, cheguei há conclusão de que a religião não era para mim nem para levar a sério, pois eu, na altura das férias, para ter algum dinheiro extra ia vender Santinhos, como se diz lá, numa loja de recordações. Tal era estranho, numa religião que apregoa tanta coisa e estava a vender o seu próprio Deus e Santos, coisa que não se vê em mais nenhuma religião. Eu sou católico, porque como tradição nacional e que vem de geração em geração, assim me calhou a mim, que por sua vez calhou também aos meus filhos. Como já devem ter calculado, sou católico não praticante. Este é um assunto como a politica, muito controverso e com várias interpretações, em que eu tenho a minha e os outros as deles. E, para mim, todas as religiões monoteístas vieram do mesmo sítio, ou seja, através do povo Hebreu quando andava a deambular há procura da terra prometida. Para mim, estas religiões não dizem mais nem menos que todas as outras, desde o Islão ao Budismo, pois todas elas falam no amor ao próximo, de ser-mos honestos com nós próprios e com os outros, etc. Aqui tudo bem, o problema é depois as interpretações que os vários entendidos e teólogos lhes dão, à sua maneira quer locais, regionais e até mesmo político-económico.
  • 7. O que eu gostaria mesmo de saber e ter a certeza era se existem mais civilizações e povos para lá do nosso planeta. Pois se se criou vida aqui na Terra, nada mais natural que a existência de vida noutro planeta, mais próximo ou para além do nosso sistema solar. Ou será, o que eu não acredito, sermos os únicos no Universo? Também gostava de saber o que é feito, ou onde se “escondeu”, a mítica Atlântida. Gostaria de ser um pássaro, pois eles possuem a qualidade de ver lá do alto e de se deslocarem de um lado para outro, com a maior das facilidades. O que se avista das alturas é maravilhoso, é uma perspectiva muito mais abrangente, de avião dá para ver uma ínfima parte, visto só ter-mos esta perspectiva quando o avião levanta e aterra. Por outro lado, o que gostaria de ser, tanto física como profissionalmente, é algo que tanto os professores como os políticos gostam de perguntar às crianças da primária, coisa que já não se aplica a mim, pois a vida que nós temos não é exactamente aquela com que nós sonhámos enquanto crianças, mas sim outra devido a vários factores, como a realidade sócio-económica-cultural dos pais onde vivemos, assim como as próprias ofertas de emprego. Nos dias de hoje, numa sociedade de consumo, tem-se de aproveitar as ofertas que existem no mercado de trabalho e as escolhas, como todos sabemos, não são muitas, devido há globalização, aos mercados internacionais, ao preço do petróleo e outras matérias-primas essenciais ao nosso desenvolvimento, que não param de subir. O nosso país não tem recursos naturais importantes, por isso dependemos muito do comércio, serviços e turismo. A realidade é uma coisa e os sonhos são outra e eu sou uma pessoa que tenho que viver com o que tenho ou o que posso ter, e a pensar no dia de amanhã. Porque eu sou daquelas pessoas que se posso ter algo ou adquirir, tenho, se não posso, não tenho.
  • 8. Isto funciona assim, porque tenho dois casos recentes na família que o demonstram. O sonho da minha sobrinha era de tirar o curso de medicina, e acabou por ter de ficar em enfermagem, e só agora na segunda fase, para a escola Superior de Enfermagem de Leiria. A minha filha, que frequenta o 11º ano teve de ficar na área geral, pois havia outras áreas, pela simples razão de a área que ela gosta ser incompatível a nível profissional no nosso país. Queria ser arqueóloga na área da Egiptologia, coisa que é impensável ser em Portugal. Agora só lhe resta tirar a nível escolar algo que tenha saída para o mercado de trabalho. Mas, como ela sai ao pai, é teimosa, vai nas férias da Páscoa a França, ter com os primos e, ver quais são os requisitos para entrar na Sourbonne, com a ajuda da prima que se licenciou em medicina por esta famosa universidade, pois como é sabido Arqueologia, só mesmo em França, Reino Unido e Alemanha. Pessoas significativas que fazem parte da minha vida, como é natural, são a minha família, em primeiro lugar: esposa, filhos; e então vêm a seguir os familiares: pais, tios, irmãos, avós. Os amigos, com quem me relaciono bem. Em relação ao ensinamento, podemos começar pela escola primária, que é onde todos nós damos os primeiros passos do conhecimento até, no meu caso ao secundário. Na vida aprendemos muito uns com os outros, pois estamos todos os dias a aprender, ninguém nasce ensinado, mas no meu caso o que aprendi a nível de cultura geral foi através da leitura, como atrás referi, de conversas com pessoas mais idosas e estou sempre a aprender coisas novas, todos os dias, com os meus filhos. A nível profissional fui aprendendo através do tempo com os colegas de trabalho, que tinham mais experiencia do que eu. Outras coisas como manusear o computador, aprendi lendo revistas e folhetos da especialidade, conversando com amigos, alguns mais experientes nesta matéria, assim como fazendo várias tentativas para tentar chegar a algum lado, como horas e horas de volta do computador, fazendo e desfazendo, até ficar mais ou menos perfeito, coisas que só com o tempo é que se aprender. A ainda hoje existem certas coisas que não consigo fazer, tanto no computador como na vida, e uma delas é dar sangue. Também existem coisas que posso fazer sem ser da minha área profissional, como mudar velas do carro, uma lâmpada, tantas outras, mas também há aquelas que eu sei mas não faço, por duas razões: uma é, por exemplo, fazer a muda de óleo ao carro, pois é das coisas em que se tem de ter condições ambientais para guardar os óleos retirados; outra é, por exemplo fazer de pedreiro. Fazer uma barraca para o cão é uma coisa, fazer uma parede em casa é outra, e nestes casos deve-se chamar um profissional nesta área. Isto é tudo coisa que como é óbvio, cada um deve estar no seu lugar, ou seja, para que as coisas fiquem bem-feitas, terão de ser executadas por quem tenha mais experiencia na sua área de conhecimento.
  • 9. Para concluir, penso que está tudo dito, em relação a este item. Eu sei que, como me foi transmitido pessoalmente, assim como aos meus colegas e está escrito nestas folhas que nos foram fornecidas, esta não é uma escola, mas sim um centro de formação, (Reconhecimento de competência). Mas, apesar disso, julgo que terá mais importância o desenvolvimento dos itens seguintes e, quanto a mim, deveria ter outros, como, a História, Geografia, Ciências e não sendo uma escola, ter mais a ver com os conhecimentos adquiridos a nível profissional, ou até mesmo aprofundar estes conhecimentos e aprendendo outros. Também penso que haja necessidade de se saber com quem estamos, de onde somos, o que fazemos e quem somos. Quero chegar com isto ao seguinte: Falar, supérfluo ou abstractamente das pessoas com que nos tenhamos relacionado ou ainda mantermos essa relação, nada de confuso; o que me faz alguma confusão, é o facto de (se estiver errado, as minhas sinceras desculpas) eu ao ler a folha disponibilizada por vós, como o nosso primeiro trabalho curricular, ter ficado com a impressão (poderei estar errado), de quererem uma descrição, sobre nós e os outros, mais aprofundada, que, para mim, a nível profissional não tem razão de ser, visto que se poderá sair da esfera profissional, para a vida privada. Eu acredito no lema de não levar a vida privada para o trabalho.
  • 10.
  • 11. Percurso Escolar: Comecei na escola, em Monte Real, aos sete anos de idade, naquele tempo não havia o pré-escolar, onde fiz até à terceira classe. O que me recordo deste período, são duas etapas distintas, Verão e Inverno: no Inverno, antes e no intervalo da manhã, fazia-se uma fogueira, encontrava-se uma pedra redonda, embrulhava-se numa folha de jornal velho e atirava-se para dentro da fogueira, no fim de bem quente, servia para aquecer as mãos. Era este sistema o nosso aquecimento. No Verão, no fim das aulas, que geralmente eram só de manhã, íamos, isto a partir do mês de Maio, para o banho. O banho era ir- mos quase todos para o rio Lis, para a Vala-Real ou o Colector, que também é uma vala, dar-mos uns mergulhos, e ainda levava-mos alguns peixes e camaritas, que eram os camarões pequenos que só existiam nas valas e nos rios. Pois hoje, com a poluição que há, acabaram-se os banhos, os peixes e a camarita. Jogava-se à bola, os rapazes, as raparigas tinham as brincadeiras próprias. Nesta época e até próximo de 1972/73, os meninos estavam separados das meninas, as raparigas não podiam ir para a escola de calças, assim como também as próprias professoras. Havia os engraçadinhos, tal como existem hoje, os que não faziam os trabalhos de casa, os que davam erros, no ditado, nas contas, que mandavam papelinhos uns aos outros, eu incluído, e o resultado era sempre o mesmo, reguadas atrás de reguadas, recados para casa, para levarmos mais dos pais. Também havia os mais” burros”, assim lhes chamava a professora, em que o castigo era irem para o fundo da sala, virados para a parede, com grandes orelhas de burro, feitas de cartão, em pé e calados até o final da aula. A quarta classe, frequentei-a em Fátima, mais precisamente na Cova da Iria, nas Dominicanas (freiras) pois eram elas que tinham a escola primária nesta localidade, visto a freguesia ser Fátima, a três quilómetros, onde havia a primária normal, ou seja pública. Aqui como em Monte Real e nas outras escolas a nível nacional, umas mais regidas outras menos, como acontece ainda hoje, o ensino era um pouco mais duro, mas aqui já existiam aquecedores nas salas de aula. As brincadeiras eram as mesmas, os intervalos também, raparigas para um lado rapazes para outro. A diferença era de aqui as aulas começarem às nove e acabarem perto das dezoito horas. Portanto, tinha- mos de almoçar na escola e, como sempre salas de refeição separadas, para rapazes e raparigas. As recordações mais relevantes desta altura, são: foi aqui que vi pela primeira vez nevar, eram uns farrapozitos, mas era neve; foi a partir daqui que comecei a ter descrença na religião. Uma escola de freiras, com terço de manhã, ave-maria ao almoço, padre-nosso no final das aulas e, pelo meio, duas a três vezes por semana, missa no Santuário, para ouvir sempre as mesmas histórias. Lembro-me do exame, escrito e oral, onde tinha-mos de saber, História de Portugal, Geografia, Matemática, Português, e não me recordo se haveriam mais disciplinas, mas as duas primeiras, as que eu gostava mais, eram bem mais diferentes do que são hoje. Em relação há primeira, a História era de Portugal Continental, Ultramarino e Arquipélagos; Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor, Guiné-Bissau, Açores e Madeira. A segunda era saber-mos os nomes dos rios, sistemas montanhosos, cidades, linhas de caminhos- de-ferro, mais importantes, distritos, regiões administrativas, fauna, flora e o nome das ilhas.
  • 12. Passado esta fase, entrei para o ciclo, um colégio nos arredores de Fátima, num lugar chamado Moita Redonda, que hoje, tal como outros lugares há volta, se encontram dentro da cidade. O Colégio é o de São Miguel, que penso, que seja administrado pelo Clero, como era na altura, assim como os professores. Mas aqui as aulas de aulas já eram mistas. A minha passagem por este colégio, a nível de recordações, são mais exteriores, que com o próprio colégio. Para além das histórias que os alunos internos, pois havia os internos e os externos do qual eu fazia parte, contavam, desde a comida ser pouca, as restrições, de saírem dos próprios quartos, horários regidos para toda e qualquer actividade fosse escolar ou de lazer. Diziam que era como estar num Seminário. Eu não passei por isto, pois como já referi, era aluno externo. Sei que fiz neste colégio o ciclo preparatório, não sei já como, foram dois anos muito conturbados, tanto a nível estudantil como da própria sociedade civil, foi a mudança de um estilo de regime para outro, mudanças essas que alteraram significativamente os comportamentos, a maneira de se pensar e até de agir de muitas pessoas. Nestes dois anos, 1974/75, a nível escolar todos os alunos, soubessem ou não, transitavam de ano. Depois desta minha passagem por Fátima, regressei há terra que me viu nascer. Fui fazer na altura o sétimo e o oitavo anos na escola da Vieira, que era perto e, algumas aulas eram dentro do recinto da Igreja, do nome da escola só sei que se chamava Escola Secundária Padre… . Aqui as coisas já foram mais calmas, mas como nunca fui um bom aluno nos estudos, as recordações, são as vividas no que é hoje o jardim, o largo em frente há Igreja, onde jogava-mos há bola, e hás vezes há porrada. Hoje tanto o jardim como o recinto em frente há Igreja estão bonitos, na altura era diferente pois eram em terra. As aulas de Educação Física, no campo da bola a caminho da praia. Concluído o oitavo ano mudei de escola, fui para Leira para o Liceu, onde andei dois anos, um diurno outro nocturno, para fazer o nono ano. Chumbei no primeiro ano lectivo, então pensei, como já estava farto de escola, ir trabalhar e estudar há noite. Resultado: estudar há noite, era mentira. Como já tinha carta de condução e carro, como outros colegas de escola nocturna, passava-mos as noites na vadiagem, cada dia levava um o carro e o Liceu ficava onde ainda hoje se encontra, e nós para o café, jogar Snooker, nas máquinas de moedas, e foi assim que deixei de estudar, com o nono ano incompleto. Percurso Profissional: Comecei por volta dos onze anos: eu vou ver se consigo que me percebam, porque para quem não está familiarizado com o tema Religioso, (Católico Romano) e Fátima, pode ser estranho. Como ia dizendo, eu aos fim-de-semana, feriados e dias 10/11/12 e 13 de cada mês, principalmente nos meses de Maio a Outubro, em que eu trabalhava numa loja de venda de artigos religiosos, e ou no bar e restaurante, conforme houvesse mais necessidade, devido ao afluxo de clientes. Quem já visitou ou passou por Fátima sabe, que o comércio é composto por vários ramos, dentro do próprio estabelecimento, e que os Hotéis também têm o seu negócio de artigos religiosos. Depois da minha saída de Fátima, passei por trabalhar, isto já com quinze, dezasseis anos, na pensão, que os meus pais alugaram em Monte Real, desde servir, por e levantar mesas ao bar. Aos dezoito, dezanove, os meus pais acabaram com o negócio da pensão, e montaram um café. Onde, como nos outro trabalhos anteriores, também trabalhava, quando vinha da escola e aos fim-de-semana, assim como nas férias escolares. Neste percurso, entre os onze dezanove anos, fiz quase tudo o que havia para fazer na Indústria Hoteleira, Turismo e Similares; e digo quase tudo porque, serviços de quartos, lavandaria, rouparia e afins, não me metia nisso. Aqui aprendi algo que é muito importante na vida, que é a maneira de se estar, falar e comportar com as outras pessoas, desde patrões, colegas de trabalho, clientes, distribuidores, portanto com todas as pessoas directa ou indirectamente ligadas a estes serviços. Ou seja a Educação e a Cultura, a um nível geral, que aqui sim, se aprende mais do que na escola.
  • 13. Por esta altura estaríamos nos princípios dos anos oitenta, foi quando saí da escola, e é a partir daqui que começo a ser renumerado pelo meu trabalho. Comecei por trabalhar numa Discoteca, em Monte Real, mesmo do outro lado da rua onde o meu pai tinha o café, que se chamava e ainda hoje existe, mas com outro negócio,” Dancig Bar 58 “, há noite, como é obvio, no bar, passei poucos meses depois para Disco- Jocker, ou seja a pessoa que põe a musica, fiquei neste ofício três anos, cansei-me de pôr musica, passei novamente para o bar, que era onde me sentia melhor, tinha com quem falar e não estava fechado numa divisão com um vidro pela frente. Passados seis e sete anos, com a abertura de outras discotecas, de maiores dimensões a nível de espaço físico, pois a meio dos anos oitenta estava-mos no auge destas casas de diversão, os donos do “58” decidem vender a casa, que passou para outro ramo, que é aquele que ainda hoje continua. Eu tive de me mudar para outro lado. Fui trabalhar durante quatro meses, para uma fábrica de produtos hortícolas, congelados, “Monlis”, na Carreira, onde não recebia mais do que vinte seis, vinte e sete contos por mês, que hoje não eram mais do que 130€. 1€ = 200$482 Sendo assim é uma questão de se dividir o nosso montante em escudos pela unidade monetária, neste caso o euro, e chega-se há simples conclusão, de que dará exactamente, em relação ao montante de 26000$00, de cento e vinte e nove euros e sessenta e oito mil setecentos e quarenta e cinco cêntimos. Mas esta conclusão tão acertada só é possível com a máquina de calcular.
  • 14. Como ganhava pouco, consegui outro trabalho no ramo que tinha tido antes. Desta vez na Praia do Pedrógão, na Discoteca “ O Casino “, onde fiquei por cerca de dois anos e meio. Mas aqui com outra função, a de “mais ou menos” de porteiro, da dita, visto que eu não era realmente a pessoa que recebia os clientes à entrada, mas o que recebia os pagamentos, pelo consumo dos clientes. Hoje em dia a estas pessoas que têm estas funções chamam-se caixas ou recepcionistas, no meu tempo era tudo Porteiro, fosse a abrir e fechar a porta como a receber e fazer as contas ao final da noite, (madrugada). Nesta casa como na primeira em que comecei a trabalhar há noite, os pagamentos até eram generosos para os anos oitenta, nada menos do que cinco mil escudos por noite, hoje seriam há volta de vinte e cinco euros e, no Verão, trabalhava-se todas as noites. No Inverno era mais aos fim-de-semana e vésperas de feriado, a semana da Páscoa, do Carnaval e a altura entre o Natal e a passagem de Ano. Neste momento, depois de ter terminado a minha actividade como empresário em nome individual, estou desempregado. Cursos/Acções de Formação: Pequena introdução: Nas minhas andanças de trabalho nocturno fiz pelo meio dois cursos; um de Barman e outro de controlo de qualidade na área dos moldes. Como estes cursos foram realizados por mim há mais de vinte anos, era eu ainda solteiro, são papeis, diplomas, que eu não sei se vou poder mostrar, porque, quando casei ficou tudo em casa dos meus pais. Mas de qualquer forma vou expor, estes dois temas, e tentar encontrar algo relacionado com este assunto.
  • 15. O primeiro, em que foi mais para adquirir novos conhecimentos, na área em que estava a trabalhar. Aprendi novos conceitos de apresentação final de vários cocktails e misturas, de bebidas, com e sem álcool, assim como trabalhar correctamente com um shaker. Dois exemplos: Cinderela ¾ De Bourbon Whiskey ¼ De sumo de Limão Gotas de Grenadine Preparação: directamente no copo. Gelo moído; acaba de se encher com Soda; Decoração: 1 rodela de Limão; 1 Cereja
  • 16. Strawberry Daiquiri 6/10 De Rum Branco 3/10 De licor de Morango 1cl de Lime Joice 3 Morangos Preparação: bater no shaker e pôr-se directamente no copo, com gelo. Decoração: 1 Morango no bordo do copo
  • 17. Em relação ao curso de Controlo de Qualidade de Moldes, também já feito há cerca de vinte anos, como já referi no item anterior (Eu e os Outros História da Vida), aprendi a conhecer a dureza do aço, a sua qualidade, os materiais com que se molda o próprio aço e as ferramentas com que se mede a sua área, peso e dureza. Agora neste momento só me lembro do nome da ferramenta de medir, que dá pelo nome de Péclise. Havia outras que vendo sei o que é, mas sinceramente não me lembro dos nomes. Este curso tirado na Marinha Grande, através do Fundo Social Europeu, consistiu de uma primeira fase de aprendizagem, teórica, onde se tinha forçosamente de utilizar a máquina de calcular científica, visto as medidas para os moldes serem em milésimos de milímetros. Depois desta fase teórica, feita numa sala, passa-mos para a fase prática, já numa fábrica que na altura foi a Aníbal Abrantes. Curso este que no final, como não havia vagas nesta respectiva área, para todos, uns acabaram por ficar, em áreas compatíveis com o curso e eu ainda fiquei três meses na secção do polimento, mas depois acabei por sair e estabelecer-me por conta própria na área da restauração, o negócio de café, que já vinha do meu pai. Como o local não era meu, era alugado e, com as novas normas de higiene e segurança no trabalho, não tinha condições de funcionamento, assim como estava fora de questão fazer obras, numa casa que não era minha, e antiga, onde me ficaria muito oneroso fazer as obras, acabei por fechar o estabelecimento.
  • 18.
  • 19. Obesidade infantil: atenção redobrada A obesidade é um problema em que os adultos estão mais vulneráveis do que as crianças, mas estas, não se precavendo na sua alimentação e modo de vida, estão a preocupar os profissionais da área da saúde pública. Sabe-se que este fenómeno da obesidade não é recente, mas nas últimas décadas está a alastrar em grande número de adultos e principalmente em crianças. Um aumento significativo na Europa, com mais ênfase na do Sul. Esta doença tem como origem factores genéticos, que influenciam mas que só por si, não justificam este fenómeno. A relação entre as calorias consumidas e gastas pelo organismo e o estado de sedentarismo é também importante. No tempo dos nossos pais, este assunto não se punha, porque eles achavam que gordura era formosura. Hoje em dia é totalmente deferente. É uma doença que não vigiada ou tratada poderá ter consequências gravosas. Tanto na própria saúde física, devido ao elevado risco de sofrerem de várias doenças relacionadas, como diabetes e, quando adultos AVC; como na vida sentimental e mental, os problemas relacionados que daqui poderão advir, como é o caso de suicídios, por simplesmente não se gostar do próprio corpo Isto não tratado, ou não havendo aconselhamento nesta área a crianças, jovens e até mesmo aos adultos, poderá trazer efeitos secundários, a nível económico e social. Os medicamentos e tratamentos não são baratos e, depois, poderá haver os problemas profissionais daí resultantes, que poderão acabar no despedimento ou simplesmente em não ter condições físicas para continuar a trabalhar. Na minha opinião, o problema da obesidade é de cada um e de cada família. Não creio que hoje em dia, salvo várias excepções, a causa da doença seja da responsabilidade de terceiros. Que é um assunto que se deva estudar por parte da classe Médica e profissionais ligados à área da saúde pública, concertesa que sim. Hoje em dia, com os conhecimentos, com os meios de comunicação social, a escola, não deveria haver tanto alarido. Todas as pessoas sabem que tudo o que é exagerado faz mal. As pessoas, sabem porque se fala muitas vezes da obesidade e abusam de uma alimentação menos saudável. Não se poderá culpar terceiros, como sejam as casas que confeccionam o chamado fast-
  • 20. food. Porque, penso eu, que há dois anos para cá, existe um organismo do estado chamado ASAE, que fás visitas surpresa a estabelecimentos de produção e confecção de vários produtos, com mais destaque para a área da alimentação. É claro que a ASAE não pode estar em todo o lado ao mesmo tempo, mas estes casos são a excepção à regra. Eu falo por mim e pela minha família, que frequentamos estas casas, não assiduamente, como é lógico. Mas é sabido que muitas famílias, por ser prático, frequentam com mais frequência. O estado, através de vários Ministérios, está já há alguns anos para cá a começar a por ordem nas coisas que dizem respeito ao consumidor. Coisas estas que há uns anos atrás era uma instituição privada (DECO), que através dos seus membros, comunicados, conferências de imprensa e nas suas publicações mensais, estas dirigidas aos seus associados, falavam deste assunto, principalmente da qualidade alimentar, não só da comida pré-cozinhada mas também dos congelados e, claro, do fast-food, como ainda hoje o faz. Hoje a realidade é diferente, em relação ao passado. A alimentação, como as indústrias do ramo, tanto logo na recolha junto ao produtor como na sua confecção final, estão mais controladas. Não quer dizer com isto que não haja excepções. Também não estou aqui para defender ninguém, e muito menos as casas de fast-food e pré -cozinhado. Mas sim para constatar o óbvio, que é a realidade da sociedade em que vivemos. Estamos numa sociedade de consumo, em que existem mecanismos de controlo, de comunicação, de informação sobre tudo e mais alguma coisa. Nunca como hoje houve tantos esclarecimentos e informações sobre este assunto. E, como também é óbvio, existe o inverso: a Anorexia. A obesidade, nediez ou pincelasse (tecnicamente, do grego pimele = gordura e ose = processo mórbido) é o cúmulo excessivo e patológico de gordura no organismo, acima de quinze por cento do peso considerado óptimo - o que se observa através da comparação entre peso e altura. Teoricamente, sempre que houver uma ingestão de calorias (através dos alimentos) maior do que o gasto energético, haverá a cúmulo de calorias na forma de gordura. O corpo humano armazena estas calorias extras nas células do panículo adiposo. A conversão em gordura desse excedente se verifica porque metabolicamente é o meio mais eficaz: a molécula de triacilglicerídeo (designação bioquímica das gorduras) contêm mais que
  • 21. o dobro de calorias no mesmo peso do que nas formas de carboidrato ou proteína: essa diferença chega à proporção de nove contra quatro. Dentre as várias causas prováveis para o desenvolvimento da obesidade estão, de um lado, as facilidades da vida moderna, como elevadores, escadas rolantes, controles remotos e automóveis. O homem de hoje não precisa mais se esforçar fisicamente e isso diminui o gasto de energia na forma de calorias. Por outro lado, a industrialização dos alimentos, ricos em carboidratos e gorduras polinsaturadas, modificando o padrão alimentar, junto ao hábito de alimentação rápida (fast-food: hambúrgueres, frituras, chocolates, maioneses, etc.) aumentou a oferta de alimentos extremamente calóricos na dieta. O excesso de gordura repercute de forma negativa em todos os sistemas do organismo. A obesidade é uma causa determinante de doenças graves como a diabetes, também são frequentes os problemas respiratórios, devido à pressão que o acumular de gordura no abdómen exerce não só sobre a cavidade abdominal como sobre a caixa torácica, dificultando a respiração. Os ossos e os músculos, principalmente os das costas, também são afectados pelo esforço adicional exigido para suportar o excesso de peso. Além disso, a obesidade influi principalmente no funcionamento do sistema cardiovascular. Elevados níveis de gordura no sangue se depositam nas artérias, dificultando a irrigação sanguínea, e tornam os vasos rígidos, o que eleva a pressão arterial. A obesidade também causa intenso desgaste do coração, que trabalha mais do que o normal para impulsionar o sangue através de vasos sanguíneos cada vez mais estreitos e rígidos. Outra complicação é as infecções cutâneas produzidas pelo suor e o atrito das dobras da pele. O peso isolado não é um bom indicador de obesidade, já que isto vai depender também da sua relação com a altura do indivíduo examinado. Para se determinar o grau de obesidade é utilizado um padrão, chamado IMC (Índice de Massa Corpórea) O IMC é o resultado obtido quando se divide o peso (em quilos) pelo quadrado da altura (em metros). O seu resultado é dado em "kg/m² ". IMC = Peso / Altura². O IMC normal vai de 18 a 24,9 kg/m². Abaixo de 18 é considerado muito magro, entre 25 e 29,9 é a faixa do sobrepeso.
  • 22. De 30 a 34,9 é obesidade grau I, de 35 a 39,9 é obesidade grau II e acima de 40 é obesidade grau III ou obesidade mórbida. Acima de 50 é chamado de super obesidade. Acima de 60 vem a super-super obesidade. A obesidade caracteriza-se também como um problema de natureza estética e psicológica, além de ser um grande risco para a saúde. Segundo um estudo realizado pela OMS, cerca de 300 milhões de pessoas actualmente são obesas. Nauru, ilha no Pacífico apresenta os maiores problemas de obesidade (80% de sua população sofre de obesidade, sendo que o país onde há mais subnutrição é a Somália, onde 75,02% da população passa fome). Países com Barbados, EUA, Brasil também sofrem de sério problemas com uma população acima do peso.
  • 23.
  • 24. Os meus tempos livres na infância eram passados a jogar à bola, ao berlinde, e provavelmente outras brincadeiras que agora não me recordo, como a maioria dos miúdos. A partir da adolescência, além dos anteriores, os tempos livres eram passados no rio Lis, ao banho, de bicicleta na antiga pista de MotoCross e nas termas em Monte Real. Davam-se passeios com os amigos de bicicleta à Praia da Vieira e à Lagoa da Ervideira e jogava matraquilhos. Nos meus tempos vividos em Fátima, os tempos livres eram passados a apanhar pássaros, tordos, com um alçapão que era composto por quatro ripas perfazendo um quadrado ou rectângulo onde se amarrava rede tipo de pesca na sua superfície, um pau com um cordel comprido e um buraco no chão, onde se introduzia uma lata com cerca de quinze centímetros de altura. O alçapão era posto a 45º, o pau atado ao cordel para segurar o alçapão ficava a
  • 25. cerca de 60º de inclinação e a ponta do cordel onde se ficava para o puxar quando entrava o Tordo a uns dez metros de distância. A lata com água era o chamariz e assim nos entretínhamos. Por vezes faziam-se corridas de bicicleta até à Crus Alta, por carreiros, uns quatro quilómetros, pois nunca os contei, onde se partiam forquetas, furavam-se pneus, as rodas às vezes ficava num oito, o nariz esborrachado e de volta a casa o mais certo era levar uma sova dos pais. Aos domingos via-se o programa do Vasco Granja, este senhor era o apresentador da RTP 1 que apresentava os desenhos animados. Lembro-me do Spyd Gonzales (o rato mais rápido do oeste), gostava de ver a série Norte Americana “ Bonanza “, as Touradas e o Festival da Eurovisão. Isto, claro, na televisão. Mais tarde passei a ver séries, como “ Espaço 1999”, e a trilogia da “Guerra das Estrelas”. Hoje vejo os jornais Televisivos, programas informativos e de debate, como Prós e Contras, Quadratura do Circulo (SIC Noticias). Adoro ver os programas do Sr. José Hermano Saraiva (A Alma E A Gente) entre outros, séries como CSI, Dr. House, Donas de Casa Desesperadas e um ou outro filme. Dentro da programação das televisões Nacionais, detesto o chamado prime-time televisivo, muito simplesmente porque neste horário é só novelas e já não as fazem como dantes, novelas como “Escrava Isaura”, “ Pantanal”, entre tantas outras de elevada qualidade. As portuguesas, se assim se podem chamar, vista a maioria serem adaptações de má qualidade, não lhes dou importância, para ficar a vê-las. Vi muitos filmes
  • 26. do Bruce Lee, do Rambo e Roky, com o agora governador do estado Norte Americano da Califórnia, o Sr. Arnold Schwarzenegger. Gosto ainda de ver os grandes documentários, principalmente sobre o nosso Planeta, em todos os seus aspectos, as civilizações, desde a pré-história aos nossos dias, a vida selvagem, o ambiente, as profundezas dos Oceanos, os vulcões entre tantos outros, que podem ser vistos em detrimento das novelas, nos canais televisivos do cabo. Tais como o canal História, os vários Discovery e uma infinidade de outros canais. Música e rádio, continuam a ter importância, pois gosto muito de ouvir, sempre gostei. As minhas estações de rádio preferidas são a RFM e a TSF; a primeira pela música a segunda pelos serviços informativos, noticiários, reportagens e entrevistas. Na altura das rádios piratas ajudei e participei, como apresentador e entertainer num programa emitido de segunda a sexta das dez ao meio dia, que dava pelo nome de “Pátio das Cantigas “. Depois de cerca de dois anos no ar, com nova grelha, este programa acabou, por falta de disponibilidade da minha parte. Passei a ser responsável pela programação em geral, incluindo a parte mais técnica que era a de gravar os discos pedidos. Esta rádio chamava-se “MTL”. Fechadas as rádios piratas, por ordem governamentais, ainda conseguimos montar um estúdio, em Monte Real, associado à Rádio Lis, mas por pouco tempo, visto que começara a haver convulsões internas na Rádio Lis que acabou por ser adquirida na altura pela Igreja Universal do Reino de Deus. E foi assim que acabou a minha participação na rádio. Aqui na rádio, aprendi, ou melhor dizendo, tive uma experiencia com as pessoas noutra perspectiva, diferente, da que estava habituado a ter no café. Algumas pessoas, principalmente, as que se sentiam mais só, telefonavam para falar das suas vidas, do dia-a-dia, pois assim não se sentiam sozinhas, havia sempre com quem se podia falar, comigo e com os
  • 27. meus colegas na rádio. O contacto que tinha na rua com as pessoas que ouviam a nossa rádio, era proveitoso, visto, que no meu caso, pediam-me que passasse esta ou aquela música, davam-me ideias para fazer outros tipos de programas. Ouvia as pessoas, sabia o que elas pensavam de nós e o que queriam ouvir, e nas reuniões, apresentava estas ideias. Durante este período da adolescência, fiz algumas viagens, umas com os meus pais, outras com os meus tios, principalmente ao Alentejo e Algarve. Os meus tios são criadores e negociantes de gado, e iam muitas vezes lá para comprar, na altura, porcos, hoje puseram-lhes um nome mais respeitável, chamam-lhes “suínos” , Gostava de ir , era diferente do que é hoje , principalmente o Algarve .Eu conheci as praias Algarvias nessa altura e eram bem mais agradáveis do que são hoje. Por exemplo a praia da Quarteira, hoje cidade, eram meia dúzia de casebres de pescadores. Fazia viagens também com os meus pais e às vezes com os meu tios a Espanha, isto é, a Salamanca e Badajoz, era um passeio e compravam-se muitas coisas que eram e continuam a ser mais baratas do que cá. Mas para mim nessa época o importante não era o arroz ou outra compra qualquer, mas sim os chocolates e outras guloseimas. Mais tarde, por volta dos meus dezoito anos, fui com um primo e uns amigos que estavam cá com ele de férias, a França. Uma viagem inesquecível, pois era a primeira vez que ia para tão longe sem a companhia dos meus pais ou tios, e lá fomos de carro, atravessando o País, a Espanha e a França quase toda. O nosso destino em França era junto à fronteira Alemã. Mais precisamente, onde é a sede do Parlamento Europeu., Estrasburgo. Inesquecível, porque nunca tinha visto tantos hectares de terra com milho, que eram bem à vontade quilómetros seguidos de milho e mais milho, tanto em Espanha como em França. Vi paisagens que nunca tinha visto e em Biarritz, à beira mar em finais de Setembro, fazia um frio de rachar, comi pela primeira vez croissants, coisa esquisita. Depois de passarmos Paris, pelos túneis rodoviários, parámos para comer, junto à via rápida que liga Paris a Estrasburgo, perto de quinhentos quilómetros de distância entre estas duas cidades. Uma roulotte na berma da estrada, ou seja, entre a estrada e uma terra de milho, até onde a vista pode alcançar. Almoço, outra desilusão, salsichas com batatas fritas dentro do pão, com umas folhas de alface e rodelas de tomate. Até aqui normal, o pior foi quando comecei a comer, que aquilo não tinha sabor nenhum para mim, mas para eles, que estavam habituados, era normal e era bom. Chegados ao destino, vi o tal edifício da sede do Parlamento Europeu cheio de bandeiras à sua volta, dos países que na altura faziam parte da CEE (Comunidade Económica Europeia).
  • 28. Agora como na juventude gosto de continuar a viajar, tanto pelo nosso País como pelo estrangeiro. Estive em Paris por várias vezes, pois tenho lá familiares, já estive em Frankfurt, conheço, mais ou menos bem a Galiza, assim como o sul de Espanha, Andaluzia, as ilhas Baleares, no meio do mar, Mediterrâneo, entre o sul da Europa e o norte de África, a sul do Reino de Espanha e a norte do Reino de Marrocos. Estive também na, sempre belíssima, cidade de Ceuta, outrora pertença do Reino de Portugal, hoje do Reino de Espanha, devido aos acontecimentos da guerra da restauração da Independência nacional, que estava sobre o domínio do rei Castelhano Felipe II. Estive, e costumo lá ir várias vezes, às ilhas Canárias, uma beleza natural no Atlântico, Que devido ao Tratado de Tordesilhas (a divisão do mundo, ao meio, entre Portugal e Espanha, estas ilhas ficaram para os Espanhóis. Na área dos trabalhos manuais, só o que fiz na escola, pois havia essa disciplina. Bricolage e jardinagem faço em casa, tenho um jardim, que agora está sem erva própria, devido à falta de água, não posso regar, devido a que o meu fornecimento de água é feito através da Câmara e acresce a conta do lixo, por m3 de água consumida. Este espaço, que tem como destino ser jardim, tem uma área de 96 m2 . Ou seja, L x L = 96 Colecções não faço, o mais parecido são guardar isqueiros, de variadíssimos aspectos, esferográficas, canetas e relógios. A não ser as que tenho aqui em casa, como por exemplo a
  • 29. “Enciclopédia Luso-Brasileira”,”O Corpo Humano”, “Portugal Passo a Passo”,” Portugal Património”, das edições do Circulo de Leitores, “Historia de Portugal de José Mattoso”, “Alfa Estudante” das publicações Alfa, “Atlas National Geographic”,” Grande Enciclopédia Universal” e muitos mais que abundam cá por casa, fora os livros juvenis e outros que se encontram nas estantes dos quartos dos meus filhos e em cima do guarda-fatos do meu quarto. Quanto à leitura, sou pouco dado a este tema, fora o que tinha de ler na escola e alguma vista de olhos sobre os anteriores, que às vezes é preciso para se tirarem dúvidas. Leio o jornal diário e as revistas, de que já falei anteriormente. Outro tipo de leitura que li e de que gostei, “Papillon” e “O Banco” do mesmo autor e na sua sequência, não me lembro do autor, mas lembro-me da história que deu mais tarde um filme. O filme passa-se nos anos 30 do século passado, contando a fascinante história verídica de Henri Charrière, interpretado por Steve McQueen, um homem conhecido por Papillon por ter tatuada no peito uma grande borboleta. Apesar de se reclamar inocente da acusação de assassinato, é condenado a prisão perpétua e enviado para cumprir a sentença na Guiana Francesa. Aí conhece Louis Dega, interpretação de Dustin Hoffman, um famoso falsário de quem se torna amigo. Dega está preocupado com a sua segurança, uma vez que tem tido sucesso material à custa de outros prisioneiros na sequência das suas falsificações. Assim, estabelece um acordo com Papillon: ajudá-lo nas tentativas de fuga em troca de protecção. Papillon não perde tempo a planejar fugas, muitas das quais falham. Numa delas - que dá origem a uma das melhores sequências do filme - consegue chegar juntamente com Dega a uma colónia de leprosos e depois a um acampamento nativo. Quase conseguindo ser bem-sucedida, a fuga termina como consequência de uma traição e Papillon é reenviado para a prisão. Como castigo, é enviado para a inexpugnável Ilha do Diabo, prisão de onde nunca ninguém tinha conseguido escapar. É também avisado de que qualquer tentativa de fuga será punida com dois anos de permanência na solitária, passando a cinco anos se houver reincidência. Todavia, isso não assusta Papillon, que planeja novamente fugir o que consegue através da Floresta tropical até à Venezuela, país que na altura estava sob domínio Espanhol e como é sabido os Espanhóis e os Francesas, assim como outras Nações, não se davam como nos nossos dias. Era o País (colónia) ideal para se ver livre da prisão e dos seus carrascos. O outro livro que saiu nas bancas depois vem retratar os acontecimentos que levaram à sua prisão. O Sr. foi julgado, condenado, preso e mandado para o desterro, porque uns amigos seus tinham assaltado um banco em Paris, e os juízes e jurados da época, tal como se passava em toda a Europa, acharam que ele tinha participado, directa ou indirectamente, no assalto. Isto ao estilo dos tribunais da Inquisição. Portanto, fala-nos dos acontecimentos do próprio julgamento, da sua ida e “estadia” dentro do barco, acompanhado por outros desterrados. Retrata-nos a sua angústia, dentro do convés do navio, com as doenças dos seus colegas de infortúnio, sem poder, nem ter condições de os poder ajudar.
  • 30. Um outro livro que li, tirando os de banda desenhada,” Tio Patinhas”, “Tintim”, do Belga Ergê, do “Luky & Luky” e outros mais, foi um marcante de uma jovem francesa, Cristianne F.(os filhos da droga), que relatava a vida dela no submundo da droga, que a levou mais tarde a entrar no da prostituição. Eu li este livro, que era de uma prima residente em França, e como tal li-o em Francês. (vi-o já alguns anos, não muitos, na prateleira dos livros de um centro comercial, com tradução Portuguesa). Li, também alguns livros interessantíssimos: “Ché Guevara”, “Código Da Vince”, “A Toupeira”, entre outros. Só para dizer que passei por algumas, desde o Grupo Desportivo de Monte Real, como colaborador, desde o bar à marcação do campo de futebol. Voluntariado e religião, foi numa fase da catequese e não fui dado muito a estes assuntos. Da política fiz algumas coisas, desde a campanha da primeira AD, Com Adelino Amaro da Costa e Francisco Sá Carneiro, até às eleições presidenciais de 7 de Dezembro de 1980, com o candidato General Soares Carneiro, logo após o trágico acontecimento que vitimou o Primeiro-ministro e o Ministro da Defesa, três dias antes.
  • 31.
  • 32. W.C Arrumação Loja de Decoração: Planta do espaço: 15 cm 8 cm 5 cm 5 cm 3 cm Escala 1: 200
  • 33. Cálculo da área de cada divisão e área total: Determinar as medidas reais do espaço: Utilizando uma régua verifica-se que o comprimento mede 15 cm e a largura mede 8 cm. Aplicando a Regra de Três Simples: Desenho Realidade 1 → 200 15 → x Então: Portanto o comprimento do espaço mede 30m Desenho Realidade 1 → 200 8 → x Então
  • 34. Portanto a largura do espaço mede 16m A área do W.C? L A A área da arrumação A A área da loja é: Determinar a área do rectângulo: A rectângulo Área da loja = A RECTÂNGULO –A — A = 480-36-50=394 Determinando o perímetro:
  • 35. Perímetro W.C = 6+6+6+6=24m Para determinar o perímetro da arrumação temos que conhecer um dos lados do triângulo: 10 Aplicando o Teorema de Pitágoras determinamos a hipotenusa (H) da seguinte forma: Portanto: PERIMETRO DA ARRUMAÇÃO Perímetro da loja: Tendo em conta de que tenho um extracto bancário de 20000 € e um empréstimo de 30000 € e a aquisição da loja foi de 37000 €, fico com 13000 € para compras de materiais e decoração da respectiva loja: Gôndola de parede modela rack coluna frontal e opcional base metálica - profundidade das prateleiras: 0,48 / 0,60 / 0,70 / 0,80m - e modulação de 1,00 e1,30m
  • 36. Portanto irei precisar de 5 módulos destes para o lado do comprimento oposto à arrumação e W.C., para expor os artigos, mais pequenos à venda. Preciso de pelo menos 4 projectores para o tecto da loja. Tenho de ter um escritório e que ao mesmo tempo me dê de atendimento ao cliente, que poderá ser dentro deste género. Terei depois de comprar a mercadoria para ter na loja. Contas por alto irão gastar só com o mobiliário perto de 2570,00 €.
  • 37. Com o recheio da loja e possivelmente em outras compras de última hora, irei gastar mais alguns euros: : para saber estes preços deveria de consultar diversa lojas e, ou, armazéns de venda destes materiais, que não se encontram disponíveis na Net. : procurar e escolher leva o seu tempo, que não é numa semana, mas, pelo menos um mês. : tendo em conta que necessitei de um crédito junto de uma instituição bancária, são necessários vários documentos, tais como por ex. facturas proforme, tanto dos materiais para decoração como do mobiliário e do respectivo recheio. : outros gastos como licenças de funcionamento, vistoria passada pelos bombeiros contra incêndios e inundações e possivelmente de ocupação de via pública entre outras. : gastos com, instalações eléctricas de água e telefone, estas as mais essenciais
  • 38. Despesas do mês de Julho Valor (em euros) Crédito 666,33€ Empregados 450€ Fornecedores 1020€ Telefone 45€ Telemóvel 55€ Água 34€ Luz 98€ Total 2368,33€ Calcular a média dos gastos, por despesa, num mês: Em média, gasta-se 338,33€, por despesa. Calcular o IVA das despesas (água, luz telefone, …)
  • 39. Loja de decoração: Despesas do mês de Julho Valor (em euros) Crédito 666,33 € Empregados 450 € Fornecedores 1.020 € Telefone 45 € Telemóvel 55 € Água 34 € Luz 98 € Total 2.368,33 € Média 338,33 € Máxima 1.020,00 € Mínima 34,00 € I V A 232 X 21 % = 48,72 TOTAL IVA 232 + 48,72 = 280,72€ I.V.A. Calculado sobre o valor dos serviços: telefone, telemóvel, água e luz. Calculemos o preço sem IVA Preço 232€ 232 48,72 O preço com 21% de IVA será 232 + 48,72 280,72€ 0,21
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  • 42.
  • 43. Arlindo Manuel Morgado Oliveira Rua de Santa Clara, 270 2425-054 Monte Real Exmo. Sr. Presidente da ANACOM Av. José Malhoa, 12 1099-017 Lisboa Carta registada com aviso de recepção Monte Real, 16 de Abril de 2007 Assunto: serviço ADSL Caro Presidente da ANACOM Como é do seu conhecimento, o serviço ADSL, independentemente do ISP, tem o mesmo tarifário em todo o País. Sendo assim, como é que eu e outros cidadãos, para termos acesso à banda larga - tão apregoada, desde os senhores ao governo – somos obrigados a ter outros serviços complementares, que só são prestados por um operador de rede fixa (PT), ou seja, não existe concorrência. Por outro lado, eu estou a pagar por um serviço desnecessário para mim, o aluguer de linha telefónica, que a maioria dos Portugueses não paga. Outro assunto é a qualidade da prestação do serviço, sabendo-se que nos grandes centros urbanos e cidades as linhas de rede ADSL são de fibra óptica e na minha área de residência são de cobre, ou seja, de pior qualidade. Agradecendo que, pelo menos, se debrucem por este assunto, subscrevo-me: Arlindo Oliveira
  • 44. Os governos, este e os anteriores, pensaram, disseram e criaram a Autoridade da Concorrência, com uma finalidade, que todos nós sabemos, haver concorrência em todos os sectores da vida e sociedade civil. Este pressuposto não é bem assim, nem tão pouco como o idealizaram. A haver concorrência esta existe só nos grandes centros urbanos. As pessoas que tal como eu, que vivem fora das cidades, sabem que não é assim. E não é assim só com os serviços de internet, mas com o telefone, o transporte público, entre outros serviços. Pondo as coisas como elas realmente são, e não são só de agora, já vêm de trás, é o seguinte: • Inseriram-nos na UE, sem me perguntarem nada., noutros países houve referendo. • Assinaram compromissos perante a UE de variadíssimos temas de real importância para os cidadãos, sem os consultar. Perante isto, não é demais pedir que os nossos políticos, não só os de governo, como os do poder legislativo, que são os deputados por nós eleitos à Assembleia da República, cumpram e façam cumprir os compromissos assumidos perante a UE à revelia do povo Português e, principalmente, dos seus eleitores. Eu sinto-me indignado com estas coisas. O caso das Tecnologias de Informação, que o senhor Primeiro-Ministro, sempre que sai de Lisboa pelo país, chamado por eles (políticos) de “real e profundo”, está sempre a falar. Mas, por outro lado, esquece-se destes “simples” como o de a Banda Larga não chegar a todo o País, como ele e outros apregoam. No caso da Internet de banda larga, é inadmissível eu ter os mesmos custos que um internauta de Leiria ou de outra cidade do país, e isto pela simples razão de na maioria das cidades terem o serviço através de cabos de fibra óptica, caso seja de rede fixa ou de Tv. por cabo e eu ter o serviço por cabos de cobre, de qualidade muito inferior, tanto na transmissão de dados como de voz. Passa-se o mesmo com a Tv. cabo, em que eu tive mais custos iniciais, visto ter de adquirir uma antena receptadora de sinal por satélite, respectivos cabos de ligação, entre outras despesas. Outro exemplo, são as auto-estradas do interior, que são pagas por todos os cidadãos que pagam impostos, enquanto nós aqui, no litoral, além dos impostos temos de pagar as portagens.
  • 45. Eu não vejo a diferença, chamada de interiorização, pois pelo que se vê quando se passa nessas auto-estradas sem portagens – scuts- e nas zonas adjacentes, as pessoas que vivem nestas zonas, vivem de maneira igual aos outros portugueses. Temos o caso das pontes com portagens em Lisboa e sem portagens no Porto. Será que as pessoas que fazem a travessia do Tejo sejam mais ricas do que as que atravessam o Douro? Concluindo, este é um país que por este andar vai continuar a distanciar-se dos seus parceiros europeus. Eu sou da opinião de que todos temos de ter os mesmos direitos e deveres, e não é só por estar escrito na Constituição da República Portuguesa -- Artigo 12.º (Princípio da universalidade) 1. Todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição. 2. As pessoas colectivas gozam dos direitos e estão sujeitas aos deveres compatíveis com a sua natureza. Artigo 13.º (Princípio da igualdade) 1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. 2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual. --mas por uma questão de princípios morais e de justiça. Não é justo uns pagarem e outros não. Que haja diferenciação de preços por várias razões, tudo bem. Eu, ao contrário do que muitas pessoas afirmam, penso que nós não somos todos iguais, caso contrário tínhamos todo o mesmo saber, os mesmos gostos, etc.
  • 46.
  • 47. 9h e30` - Saída de casa para o local de trabalho: Vou de carro para o meu estabelecimento (café), que fica a 1k e 300m do local onde habito. Nesta altura já o café está aberto, tenho uma funcionária que o abre, vejo como estão a correr as coisas. Bebo um café, encho as arcas frigoríficas com diversas bebidas, que estejam em falta, no fresco, como cervejas e sumos. Confirmo se há café em grão no moinho e a respectiva moagem, se está a moer grosso ou fino, pois a moagem tem de ser vista sempre que se introduz um novo pacote de café em grão dentro do moinho. Cada pacote traz um quilo e a calibragem, assim como a própria mistura do grão, variam de pacote para pacote e, por este motivo, tem de ser visto. Verifico a qualidade do café na chávena e o seu sabor para saber se é preciso fazer uma limpeza mais profunda à máquina de café e mudar o sal no depurador. Este depurador é um filtro cilíndrico, vertical, por onde passa a água antes de entrar directamente na máquina. 9h e 30´ - Vou buscar o jornal à papelaria, que fica a 850m, na mesma rua, venho de volta para o café. Chegado ao café, se tiver um fornecedor, digo -lhe o que faz falta, faço contas com ele, pagamento de facturas, pois geralmente neste ramo trabalha-se com factura contra factura, ou seja recebe-se uma encomenda, paga-se a anterior. Depois do fornecedor ir embora, dou uma vista de olhos ao jornal, e recebo um distribuidor, que vem trazer grades de cerveja e de sumos, cada grade contém vinte e quatro garrafas, ajudo a funcionária a arrumá-las no armazém. Entretanto noto que há falta de papel para a máquina registadora e outras miudezas, como sejam produtos de limpeza. Vou ao armazém, para grossistas, abastecer-me do que me faz falta. Os armazéns são na zona de Leiria, ou seja a cerca de dezoito quilómetros de onde eu tenho o estabelecimento, Monte Real. Com este andar de ir e vir é uma hora da tarde. Descarrego o carro com as compras, arrumam-se e a esta hora já há mais que fazer, pois é hora dos cliente chegarem com mais frequência para tomar o seu café e digestivos depois de almoço e teremos de ser pelo menos duas pessoas, para atendê-los 14h e 30´, 15h, - Chega outra funcionária, que vem substituir a anterior e eu vou almoçar ao restaurante que é do tio da minha esposa, onde ela trabalha e orienta a sala. No restaurante almoço geralmente com o tio da minha esposa, genro deste, e mais alguns amigos que poderão ser comuns, ou não. Aqui fico até perto das quatro horas da tarde, quando regresso ao café, depois de ter feito três quilómetros. No café vejo como estão a correr as coisas e vou,
  • 48. depois de ter posto os papéis em ordem (facturas, o “z*” da máquina registadora, recibos da água, luz, telefone, tv-cabo e renda do café), ao gabinete de contabilidade, que fica na povoação de Outeiro da Fonte, freguesia de Carvide, que confina com a freguesia de Monte Real a oeste, na qual eu resido, e onde se situa o estabelecimento comercial que eu exploro. 17h e 30`, 18h – A esta hora, na vinda do contabilista, passo por casa, pois é hora dos meus filhos chegarem a casa vindos do colégio, onde estudam, a cerca de cinco quilómetros, em Amor, no Colégio Dinis de Melo. Por aqui fico, até jantar, dando um jeito ao jardim e em volta da casa, pois há sempre lixo, principalmente folhas de árvores do terreno vizinho que estão sempre a cair, para o meu lado. Tenho uma barraca, com pombos, em ferro e chapa de zinco, que tem de ser limpa de vez em quando. Ponho comida e água, aos pombos, e assim está passado o resto da tarde. A barraca, como eu lhe chamo, tem 3 metros de comprimento por 2 de largura e 2,5 metros de altura. Tem 6 e 15 , para dezoito pombos que comem dois sacos de milho, de cinco quilos cada, por semana a 1.5 € o quilo, que perfaz 12€ por mês. 21h – Volto ao café e lá fico até perto das duas horas da madrugada, pois é a hora, geralmente, de encerrar. Isto depois de a funcionária ter terminado o seu horário. Até encerrar, vai-se servindo os clientes, com café, cervejas, sumos e outras bebidas. Conversa-se com os clientes, ouvem-se conversas, muitas das vezes, sem nexo. Por volta da meia-noite e meia, vou então fazer a mudança do sal à máquina do café, visto a esta hora já haver pouco que fazer e este trabalho, no fim de se ter posto sal novo, levar cerca de cinquenta minutos a fazer a depuração, até a água que sai da máquina ficar normal, ou seja, sem sabor a sal. Isto é feito num circuito fechado, unicamente para lavagem e lubrificação da própria máquina de café. Como em outras máquinas industriais de lavar louça, por exemplo, o seu sistema de lavagem e manutenção é diferente daquelas que nós temos em nossas casas. Findo isto, se houver clientes, pede-se a amabilidade para saírem. Fecho o café e vou para casa. Isto de trabalhar com o público, clientes, nestas casas é complicado; porque há pessoas de todos os géneros e feitios em que nem sempre o cliente tem razão e nós, que estamos atrás de um balcão, temos de ter um certo cuidado a falar, para não perdermos o cliente e, na maioria das vezes (quando já estão com um “copo” a mais), para não armarem confusão, nem connosco nem com os outros. 2h, a m – Chegado a casa, tomo um duche, rápido e . . .
  • 49. *“z” - As máquinas registadoras têm por norma dois rolos de papel, ou um duplo, que têm como função o seguinte: - Fazer o registo das vendas. - Rolo externo serve para se dar ao cliente, como prova da sua compra (ticket) -Rolo interno serve para fazer o “z” que nos dá o total do dia e as respectivas somas dos vários produtos vendidos, assim como o respectivo I. V. A., que por sua vez é enviado para a contabilidade, para o apuramento trimestral do I.V.A.
  • 50.
  • 51. A cultura portuguesa é baseada num passado que remonta aos tempos pré-históricos das invasões dos Romanos e Mouros. Todos eles deixaram as suas marcas, legando a Portugal uma rica herança cultural. A cultura portuguesa tem carácter essencialmente expansivo, determinado em parte por uma situação geográfica que lhe conferiu a missão de estreitar os laços entre os continentes e os homens. Este carácter expansivo tem raízes bem fundas no tempo, se quisermos lembrar a cultura dolménica, que, segundo grandes autoridades, teve como centro de difusão o litoral português nortenho. Porém, a expansão portuguesa, ao contrário da espanhola, é mais marítima e exploradora do que conquistadora. Desde muito cedo existem notícias de navegadores portugueses e, entre as medidas de fomento comercial-marítimo, distingue-se a criação da bolsa de mercadores, que veio a ser a primeira companhia de seguros marítimos mútuos (Companhia das Naus [século XIV]). A força atractiva do Atlântico, esse grande mar povoado de tempestades e de mistérios, foi a alma da Nação e foi com ele que se escreveu a história de Portugal. A história de Portugal teve um período extraordinariamente glorioso, que definitivamente passou. Uma das nações mais pequenas da Europa foi senhora de um dos maiores impérios de todos os tempos e teve a maior armada da época. Às vezes, o que foram virtudes numa época podem ser defeitos noutra, e uma mutação de culturas pode alterar inteiramente os destinos às nações. O próprio temperamento português explica muitas das feições da sua história, mas há causas exteriores que também nos dão a chave de culpas que lhe são injustamente atribuídas. Se o carvão e o aço, que constituíram a base da última fase da civilização ocidental, existissem no nosso subsolo, é natural que tivéssemos desempenhado um papel bem diferente daquele a que fomos obrigados. Mas um país que deu madeiras e pano para caravelas e foi farto de pão para uma população de menos de 2 milhões de habitantes pode não ter riquezas nem abundância para alimentar uma população que cresce vertiginosamente. A mentalidade complexa que resulta da combinação de factores diferentes e, às vezes, opostos dá lugar a um estado de alma sui generis que o Português denomina, a “saudade”. Esta saudade é um estranho sentimento de ansiedade que parece resultar da combinação de três tipos mentais distintos: o lírico sonhador - mais aparentado com o temperamento céltico -, o fáustico, (o homem fáustico questiona-se e questiona o mundo, não se apazigua a saberes, aliás o conhecimento torna-o exigente consigo e com os outros, arrastando-o para uma eterna procura), de tipo germânico e o fatalístico de tipo oriental. Por isso, a saudade é umas vezes
  • 52. um sentimento poético de fundo amoroso ou religioso. Outras vezes é a ânsia permanente da distância, de outros mundos, de outras vidas. A saudade é então a força activa, a obstinação que leva à realização das maiores empresas. Porém, nas épocas de abatimento e de desgraça, a saudade toma uma forma especial, em que o espírito se alimenta morbidamente das glórias passadas e cai no fatalismo de tipo oriental, que tem como expressão magnífica o fado, canção citadina, cujo nome provém do étimo latino fatu (destino, fadário, fatalidade). Uma das características mais importantes da saudade é precisamente essa fixidez da imaginação, que, por intensidade, se pode tornar em ideia motora e conduzir à acção. A poesia medieval impressiona tanto pela imobilidade dos pequeninos quadros, que se repetem, que até houve quem lhe procurasse uma origem oriental". Além disso, a literatura portuguesa manteve até hoje o carácter lírico. A vocação para o género épico e dramático foi sempre menor, e até mesmo Os Lusíadas valem muito pelo seu fundo lírico. Os romances actuais são, da mesma maneira, falhos de acção, parados. Mas na música repete-se exactamente o mesmo fenómeno. Em quase todos os compositores se verifica a imobilidade, o apego a meia dúzia de desenhos musicais fixos, às sequências obstinadas. Falta-nos a animação própria dos Espanhóis e a predisposição para encadeamento de movimentos, frequente noutros povos. A nossa cultura não é um somatório das diferentes culturas regionais, mas uma integração destas, de que resultou uma coisa nova em que elas estão contidas, embora transformadas por uma espécie de fenómeno de sublimação espiritual. Enquanto a cultura local tem carácter quase ecológico e resulta do conflito entre a vontade do homem, o ambiente e a tradição, a cultura geral transpõe esse conflito para o plano espiritual, porque o elemento ambiente natural é substituído pela história. Em Portugal muita gente julga os Espanhóis pelos centos de galegos que aí vivem e trabalham. Contudo, esses espanhóis são quase todos da Galiza, uma das províncias que mais se afastam da personalidade-base espanhola. É possível que tal erro de apreciação se repita noutros países em relação aos Portugueses. Os Brasileiros, os Americanos, os Franceses e os Marroquinos devem ter dos Portugueses uma ideia que corresponde principalmente ao Minhoto, ou ao Transmontano, ou ao Beirão, ou ao Açoriano, ou ao Algarvio, etc., e não ao Português-base. A personalidade psicossocial do povo português é complexa e envolve antinomias profundas, que se podem talvez explicar pelas diferentes tendências das populações que formaram o País. Da mesma maneira que Portugal representa o ponto de encontro natural das linhas de navegação entre a Europa, a África e a América, a sua população é constituída pela fusão
  • 53. de elementos étnicos do Norte e do Sul. Apesar da relativa homogeneidade da população actual, no Norte do País abundam elementos da Europa Setentrional e Central (celtas e germanos), enquanto no Sul predominam os elementos do Sul da Europa e do Norte de África (mediterrâneos e berberes). A própria religião tem o mesmo cunho humano, acolhedor e tranquilo. Não se erguem nas aldeias portuguesas essas igrejas enormes e solenes, tão características da paisagem espanhola, que na sua imponência apagam a nota humana. A igreja portuguesa, ora caiada e sorridente entre ramadas, ora singela e sóbria na pureza do granito, é simplesmente a casa do Senhor. É sempre um templo acolhedor, habitado por santos bons e humanos. Não se vêem os Cristos lívidos e torturados de Espanha. A sensibilidade portuguesa não suporta essa visão trágica e dolorosa. A prova mais evidente deste sentimento humano e terreno da nossa religiosidade verifica-se na extraordinária expansão do estilo românico, com o seu arco singelo bem apoiado na terra, e na falta de assimilação do estilo gótico. Nunca sentimos esse profundo arroubo místico, essa ânsia de ascensão que caracteriza o gótico. O nosso espírito assimilou mal um estilo cuja expressão nos era estranha. Em todos os monumentos arquitectónicos caracteristicamente portugueses perdura uma certa espessura dos pilares, uma nítida tendência para a profundidade e para a horizontalidade, contrária à ânsia de verticalidade ascensional do gótico. O espírito português é avesso às grandes abstracções, às grandes ideias que ultrapassam o sentido humano. A prova disso está na falta de grandes filósofos e de grandes místicos. Nem compartilha do racionalismo mediterrâneo, da luminosidade greco-latina, nem da abstracção francesa, de grandes linhas puras, nem do arrebatamento místico espanhol. Em vez das grandes catedrais góticas da França e da Espanha, ou dos templos clássicos da Renascença italiana, o Português acabou por criar um estilo próprio, onde a sua religiosidade típica melhor se exprime: o manuelino. Contudo, o Português não é fraco nem covarde. Detesta as soluções trágicas e não é vingativo, mas o seu temperamento brioso leva-o com excessiva frequência a terríveis lutas sangrentas. Quando o ferem na sua sensibilidade e se sente ultrajado, ou perante um ponto de honra, é capaz de reacções de extraordinária violência. De facto, o Português tem um forte sentimento de individualismo, que se não deve confundir com o de personalidade. Enquanto a personalidade anglo-saxónica ou germânica não colide geralmente com os interesses sociais e só preza a sua liberdade íntima, o Português
  • 54. da mesma maneira que o Espanhol, tem uma forte ânsia de liberdade individual, que muitas vezes é anti-social. A tendência a opor-se a tudo que se lhe não apresente com carácter humano obriga-o a lutar contra as leis ou organizações gerais. Detesta o impessoal e o abstracto e põe acima de tudo as relações humanas. 0 Seu fundo humano torna-o extraordinariamente solidário com os vizinhos, e em poucas regiões da Europa existirá ainda vivo, como em Portugal, o espírito comunitário e de auxílio mútuo. Em todas as épocas se verifica o temperamento expansivo e dinâmico do Português. Sem ir à cultura dolménica, desde as épocas mais remotas, nos tempos em que a actividade era a guerra, os Lusitanos foram a expressão mais acabada da luta permanente e sem tréguas, que se prolongou pela Idade Média nas lutas da Reconquista contra os Mouros, para se transformar, finalmente, nas viagens de descobrimentos e de colonização. É também sintomáticos os Portugueses terem participado em grande parte das guerras europeias, mesmo quando não tinham interesses directamente ligados a tais conflitos. Até a série de revoluções fratricidas do século XIX e princípios do século XX provam o fundo de permanente inquietação e actividade. Nas lutas da Reconquista não se procura só reaver o solo que os Muçulmanos tinham conquistado: lutava-se por um ideal religioso e expulsava-se o inimigo da Fé. A grande empresa marítima visa, é certo, a descoberta do caminho da índia e os negócios das especiarias, mas, além de se pretender dilatar o Império, pretende-se dilatar a Fé. A última ideia justificava a primeira, e não o inverso. Nunca soubemos separar o sonho da realidade, ao contrário do Inglês, que procede friamente, orientado pelo seu sentido prático. A maior desgraça da nossa história, a infeliz campanha de Alcácer Quibir, em que desapareceu D. Sebastião com a elite militar do seu tempo, não passou dum grande sonho vivido, de trágicas consequências. Mas a história está cheia de curiosos episódios, como o do Magriço e o dos Doze de Inglaterra, que vão defender em torneio umas damas ultrajadas por cavaleiros ingleses, a comprovar o fundo de sonhador activo do Português. Além disso, o desprezo pelo interesse mesquinho e o gosto pela ostentação e pelo luxo nunca nos permitiram o aproveitamento eficaz das grandes fontes de riqueza exploradas. Este temperamento paradoxal explica os períodos de grande apogeu e de grande decadência da história portuguesa. Ao contrário do que muitos disseram, o Português não degenerou; as virtudes e os defeitos mantiveram-se os mesmos através dos séculos, simplesmente as suas reacções é que variam conforme as circunstâncias históricas. No momento em que o Português é chamado a desempenhar qualquer papel importante, põe em jogo todas as suas qualidades de acção, abnegação, sacrifício e coragem e cumpre como poucos. Mas se o chamam a
  • 55. desempenhar um papel medíocre, que não satisfaz a sua imaginação, esmorece e só caminha na medida em que a conservação da existência o impele. Não sabe viver sem sonho e sem glória. Foi no clima de exaltação dos descobrimentos marítimos que os elementos psíquicos díspares da população portuguesa se fundiram e alcançaram as suas expressões mais elevadas. O Atlântico atraíra sempre com a sua magia um certo fundo sonhador e vago das populações costeiras, enquanto as do interior se agarravam fortemente à solidez do solo conquistado. Nas cantigas de amigo perpassava já o perfume dos ventos do mar, enquanto nas pequenas igrejas românicas, se exprimia a solidez rústica duma crença firmemente enraizada na terra. Mas o Atlântico venceu. Os Portugueses lançam-se na grande aventura e desviam a civilização do Mediterrâneo para o Atlântico, mudando o curso à história universal. Apesar de a população metropolitana ser insignificante, a Madeira e os Açores começam a ser colonizados em 1425 e 1439, isto é, 6 e 12 anos logo após o seu descobrimento. Por fim descobre-se o caminho marítimo para a índia e toma-se posse oficial do Brasil. O profundo sentimento da natureza, já patente na Lírica Medieval, robustece-se em contacto com os grandes horizontes abertos, com as tempestades e com os mundos exóticos, povoados de animais e de gentes estranhas. Os Lusíadas, que entusiasmaram pelo seu enorme encanto ao descrever os fenómenos marítimos, são o grande poema do mar. Sente-se nele o deslumbramento do poeta e de toda a geração que o precedeu. Há no Português uma enorme capacidade de adaptação a todas as coisas, ideias e seres, sem que isso implique perda de carácter. Foi esta faceta que lhe permitiu manter sempre a atitude de tolerância e que imprimiu à colonização portuguesa um carácter especial inconfundível: assimilação por adaptação. O Português tem vivo sentimento da natureza e um fundo poético e contemplativo estático diferente do dos outros povos latinos. Falta-lhe também a exuberância e a alegria espontânea e ruidosa dos povos mediterrâneos. É mais inibido que os outros meridionais pelo grande sentimento do ridículo e medo da opinião alheia. É, como os Espanhóis, fortemente individualista, mas possui grande fundo de solidariedade humana. O Português não tem muito humor, mas um forte espírito crítico e trocista e uma ironia pungente. Nas épocas extraordinárias, quando acontecimentos históricos puseram à prova o valor do povo, ou lhe abriram perspectivas novas, que o encheram de esperança, então brotaram por si, naturalmente, as melhores obras do seu génio. Porém, nos períodos de esbanjamento nasce
  • 56. a apatia do espírito, a relutância contra a mediania, a crítica acerba contra o que não está àquela altura a que se aspira, ou cai-se na saudade negativa, espécie de profunda melancolia. O manuelino é, pela sua decoração, uma espécie de estilo barroco, contudo, no manuelino e, mais tarde, no nosso barroco falta por completo o movimento musical que se verifica noutros países, sobretudo na Áustria e nos arredores alpinos. Se o movimento é uma das características mais salientes do barroco, temos de ver que esse movimento toma entre nós uma feição especial que o afasta inteiramente dos pais das valsas. É um movimento parado, uma espécie de imóvel. De facto, a actividade portuguesa é de tipo físico, embora seja determinada pela imaginação, mas há qualquer coisa de estático na emoção portuguesa. O fundo contemplativo da alma lusitana compraz-se na repetição ou na imobilidade da imagem. O Português adapta-se a climas, a profissões, a culturas, a idiomas e a gentes de maneira verdadeiramente excepcional. 0 Português foi sempre poliglota. Já os nossos clássicos escreveram quase todos em mais de uma língua, e mesmo as pessoas de pouca ilustração aprendem e sabem com frequência falar um idioma estrangeiro. Mas a capacidade de adaptação é geral; podia ilustrar-se com inúmeros exemplos. É, porém, curioso que o Português se adapta a outro ambiente cultural tão bem que parece ter sido assimilado; mas volta para Portugal e em pouco tempo já não se distingue dos outros. Enquanto o Inglês fica sempre inglês em toda a parte, e o Alemão, quando deixa de o ser, dificilmente volta a tornar-se alemão, o Português assimilou completamente o provérbio que diz: «Em Roma sê romano.» Mas só enquanto está em Roma. O Português é um misto de sonhador e de homem de acção, ou, melhor, é um sonhador activo, a que não falta certo fundo prático e realista'. A actividade portuguesa não tem raízes na vontade fria, mas alimenta-se da imaginação, do sonho, porque o Português é mais idealista, emotivo e imaginativo do que homem de reflexão. Compartilha com o Espanhol o desprezo fidalgo pelo interesse mesquinho, pelo utilitarismo puro e pelo conforto, assim como o gosto paradoxal pela ostentação de riqueza e pelo luxo. Mas não tem, como aquele, um forte ideal abstracto, nem acentuada tendência mística. O Português é, sobretudo, profundamente humano, sensível, amoroso e bondoso, sem ser fraco. Não gosta de fazer sofrer e evita conflitos, mas, ferido no seu orgulho, pode ser violento e cruel. A religiosidade apresenta o mesmo fundo humano peculiar ao Português. Não tem o carácter abstracto, místico ou trágico próprio da espanhola, mas possui uma forte crença no milagre e nas soluções milagrosas.
  • 57. O sentimento amoroso é muito forte em todas as classes sociais e, fora o aspecto grosseiro, que se compraz em anedotas eróticas, são inúmeros os exemplos de grande e profunda dedicação, acompanhada de gestos de verdadeiro sacrifício. Não só a história como a literatura nos dão a prova irrefutável da permanência desta característica através dos tempos. O exemplo mais curioso foi a grande paixão de D. Pedro por D. Inês de Castro, que nem a morte conseguiu extinguir e que ainda hoje serve de motivo poético e impressiona as sensibilidades. Na literatura basta lembrar a poesia medieval, tão sentida e original, em que com frequência se canta o amor da mulher pelo homem. A lírica de Camões, esse grande amoroso, dá-nos exemplos da mais bela e mais repassada emoção. As cartas de Soror Mariana Alcoforado, palpitantes de paixão, os sonetos de Florbela Espanca, as poesias de João de Deus e muitos outros, sem esquecer a riquíssima poesia popular, particularmente impregnada de sentimento amoroso, são outras tantas afirmações desta constante alma portuguesa. Outra constante da cultura portuguesa é o profundo sentimento humano, que assenta no temperamento afectivo, amoroso e bondoso. Para o Português o coração é a medida de todas as coisas. Perante a grandeza e os mistérios da natureza, que os Portugueses vão a pouco e pouco descobrindo, nasce uma atitude especial, não destituída dum certo fundo místico-naturalista. É então que surgem os Jerónimos como expressão arquitectónica máxima da religiosidade portuguesa. A grande novidade era a decoração naturalista, inspirada em motivos do mar e na exuberância da vegetação exótica. O antigo sentimento da natureza, que só encontra até então expressão poética, transporta-se agora para a forma plástica. Os templos enchem-se de elementos da natureza, impregnados de sentido religioso, de evocações de mundos longínquos e estranhos e dos mistérios do mar. Era natural que esse povo de marinheiros quisesse decorar os seus templos com as belezas do mundo recém-descoberto. Ainda hoje os pescadores rudes do Norte de Portugal costumam levar como ex-votos ao santo da sua devoção miniaturas de navios ou quadros alegóricos de qualquer naufrágio ou perigo de que escaparam. Porém, se na decoração há novidade arquitectónica, a sensibilidade portuguesa manteve-se presa ao atavismo românico, na solidez das proporções e no arco redondo. A sua religiosidade rude e simples sentem confiança num templo fortemente apoiado na terra, onde paira uma obscuridade doce que repousa o espírito.
  • 58. Percorrendo a história, podemos facilmente verificar como estas características apontadas se repetem em diferentes épocas, explicando certas acções e demonstrando a constância de alguns elementos fundamentais da cultura portuguesa. Portugal nasce desta luta contra os Mouros. É uma guerra política e religiosa. Enquanto se reconquista o solo da Pátria expulsa-se o inimigo da Fé. Atrás do conquistador vai logo o lavrador e constrói-se o templo. A espada que luta precisa de se apoiar no pão dos campos e na fé em Deus. Em 1249 acabava a luta porque não havia mais terra a conquistar, tinha-se chegado ao extremo sul da faixa portuguesa. Nesta ocasião já se tinha repovoado grande parte dos territórios e, além de muitas capelas românicas, já se erguiam as Sés de Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e Évora. Era chegado o momento de ir mais além. Não no espaço, que não havia, mas na organização interna do País. Os reis que se seguem cuidam das letras, da justiça, e promovem medidas de fomento agrícola e de alcance marítimo. Em 1290 fundam-se os Estudos Gerais, o embrião da Universidade portuguesa. Nos fins do século XIII Portugal já exportava cereais. Parecia que tinham terminado as lutas e inquietações e que ia começar a vida próspera, pacífica e apagada dum pequeno povo à beira-mar. Mas não; os vizinhos Espanhóis começavam a cobiçar Portugal. Surgem novamente lutas e incertezas, que terminam pela vitória decisiva dos portugueses em 1385, no campo de Aljubarrota. Esta afirmação da força nacional parece ter despertado novas energias, e surge a ideia de ir contra o antigo inimigo de tantos séculos. Portugal já possuía então embarcações que lhe permitiam uma expedição militar ao Norte de África e, em 1415, os Portugueses conquistam Ceuta aos Mouros. Era o começo da fase de expansão marítima. Em 1418-19 descobre-se a ilha da Madeira, a seguir os Açores, depois vai-se explorando a costa africana com o propósito de chegar à índia pelo mar, ao mesmo tempo que se mandam exploradores por terra. Desde então, até aos nossos dias, toda a cultura portuguesa está impregnada de influências marítimas e ultramarinas. Portugal, porém, apresenta uma curiosa particularidade de unificação. Embora a origem da Nação se deva também à política, à vontade dum príncipe, que naturalmente se aproveitou de certas aspirações de independência latentes nas populações de Entre Douro e Minho, a unificação e a permanência da Nação deve-se ao mar. Foi a grande força atractiva do Atlântico que amontoou no litoral a maior densidade da população portuguesa do Norte, criando como que um vácuo para o interior. Desde Caminha a Lisboa estabeleceram-se inúmeras amarras que defenderam Portugal da força centrípeta de Castela. Mas foi sobretudo o estuário do Tejo, esse forte abraço do mar com a terra, que definitivamente presidiu aos destinos de Portugal. Não houve o domínio duma região sobre outras, antes se encontraram todas
  • 59. num ponto natural de convergência. É por isso que, ao contrário de Berlim ou de Madrid, capitais no centro das regiões dominadoras, Lisboa, na foz do Tejo, está mais apoiada no mar do que na terra. Além disso, Lisboa pode dizer-se formada por habitantes oriundos de todas as províncias do País, quase que sem predomínio de qualquer delas. A este facto deve Portugal certa homogeneidade cultural permanente. Contudo, não devemos esquecer que, a par da cultura nacional, existem ainda hoje regiões naturais muito definidas, com culturas próprias bem caracterizadas, fruto, não só de condições ambientais diferentes, como de ascendência culturais e possivelmente étnicas diversas. Se a situação geográfica contribuiu indiscutivelmente para o carácter expansivo da cultura portuguesa, ela só não basta para explicar tudo. Além dela, temos de considerar a feição psíquica portuguesa e a maneira como esta actuou perante as circunstâncias. Situado no extremo sudoeste da Europa, a poucos passos da África, o País estava destinado a ser ponto de passagem e de encontro das mais variadas raças, umas vindas dos confins do Mediterrâneo, como os Fenícios, que lhe demandaram os portos, como os Normandos, que lhe invadiram as costas. Mas as influências destes foram superficiais e só se fizeram sentir no litoral. Foram mais importantes as invasões celtas, sobretudo a partir do século VI a. C. Estes povos, senhores da técnica do ferro e da superioridade militar e económica que daquela derivava, acabaram por se fundir com a raça autóctone. Os Lusitanos, que resultaram desta fusão, eram um povo rude, sóbrio e espantosamente resistente e aguerrido. Era tal o amor da independência que os Romanos, quando quiseram conquistar a Península Ibérica, viram fracassar umas atrás das outras as tentativas para os dominar. Só ao fim de mais de um século, com a vinda de Augusto à Península, foi possível a subjugação deste povo, considerado um dos mais indómitos daquele tempo. Viriato ficou na história como um dos grandes heróis lusitanos e as suas campanhas chegaram a atingir o Norte de África. Mas o Império Romano acabou por dominar inteiramente e, durante uns séculos, reinou a paz romana. Quando os povos germânicos, aproveitando-se da fraqueza do velho império, começam a invadi-lo em bandos sucessivos, modifica-se novamente a estrutura étnica e cultural das populações que correspondem ao Portugal actual. Logo nos começos do século V os Suevos distribuem terras entre si e se fixam na actual província de Entre Douro e Minho. Estes povos, saídos poucos anos antes do coração da Baviera, trouxeram com as mulheres e os filhos os usos e costumes e as técnicas agrárias do seu país. A pouco e pouco fundem-se também com as populações anteriores, formando um reino que tinha Braga por capital. O reino dos Suevos não pode resistir às investidas dos Visigodos, seus irmãos de sangue, mas mais práticos nas artes da guerra e da
  • 60. política. Os Visigodos acabam por se assenhorear de toda a Península, durante o século VI, formando um grande reino cristão. Porém, logo nos princípios do século VIII, os Árabes, movidos por um vivo impulso religioso, lançam-se na Península e conquistam-na com rapidez vertiginosa. Todavia, à medida que ganham em extensão, vão perdendo em ímpeto e, ao fim de alguns anos, o núcleo de resistência cristã, formado nas Astúrias, começa a repelir o inimigo. Vão-se assim formando novos reinos cristãos, entre os quais Portugal. As sete maravilhas de Portugal, na minha opinião, são: Marcos Miliários de Geira; Situados ao longo da antiga via romana da Geira, percorrendo as freguesias de Balança, Chorense, Vilar, Chamoin, Covide e Campo do Gerês. Concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga. Classificados conjuntamente Monumento Nacional por Decreto de 16-06-1910. A via romana de Bracara Augusta a Asturica Augusta (Braga-Astorga), ou Via Nova do Itinerário Antonino, foi traçada na segunda metade do século I d. C. sob os reinados dos imperadores Tito e Domiciano. Na idade média a estrada passou a ser conhecida por Geira (sinonimo de corveia), em virtude das prestações em trabalho que as populações vizinhas tinham de dar para se efectuar a sua manutenção. Ao longo desta antiga via, ainda se conservam 44 marcos. A maior concentração destes marcos encontra-se ao longo da margem esquerda do rio Homem. Estes marcos tiveram a sua importância para as comunicações, desde a sede do império, Roma, e a Lusitânia, a província mais ocidental, desse mesmo império, assim como para o nosso futuro como Nação. “Donde a terra se acaba e o mar começa”- CANTO VIII, de:
  • 61. Marcos Milíarios Rio Homem Ruínas de Conímbriga: Os romanos não foram os primeiros habitantes da Península, como se sabe, mas foram eles os primeiros a criar estruturas que consideramos modernas: cidades com serviços comunitários, ligadas por estradas. Também trouxeram a cultura e a língua, os preceitos comerciais, as termas e o ócio. Na área que agora corresponde a Portugal existiram várias cidades romanas bastante desenvolvidas. A província da Lusitânia, criada por Augusto na época do nosso ano zero, ficava situada na franja do império. Nunca tinha havido nada de parecido por estas partes, nem em termos de estabilidade nem como requinte de civilização. Conímbriga já existia antes do império, provavelmente antes dos Celtas. Mas foi com as conquistas de Brutus, general romano
  • 62. no século II a.C., que se tornou o ponto de passagem natural, entre Sellium (Tomar) e Bracara (Braga) e assim começou a prosperar. A importância, destas ruínas, para mim, prende-se com terem sido o começo da nossa civilização e da cultura, secular, que deveríamos preservar com mais afinco e orgulho, de sermos portugueses. Templo romano de Évora: Pela sua localização, a sua imponência arquitectónica e beleza mas, que até hoje ignoramos completamente a quem o templo teria sido dedicado. Apenas sabemos que vem do século II d. C. Castelo de Leiria: Ao consolidar o seu governo a partir de 1128, o jovem D. Afonso Henriques (1112-1185), planeou alargar os seus domínios, então limitados a norte pelo rio Minho a sudoeste pela serra da Estrela e a sul pelo rio Mondego. Para esse fim, a partir de 1130, invadiu por diversas vezes o território vizinho da Galiza a norte, ao mesmo tempo em que se mantinha atento à fronteira sul, constantemente atacada pelos muçulmanos. Para defesa do limite sul, estrategicamente fez erguer, de raiz, um novo castelo entre Coimbra e Santarém (1135), no alto de uma elevação rochosa, um pouco ao sul da confluência do rio Lis com o rio Lena,
  • 63. a cuja guarnição, sob o comando de D. Paio Guterres, foi confiada a defesa da nova fronteira que ali tentava firmar. À povoação que também iniciava, e que passaria a designar o respectivo castelo, chamou de Leiria. *(Montes Hermínios, ao tempo de Viriato e da ocupação Romana) A importância que o castelo de Leiria teve foi de defesa dos territórios a norte e a conquista de novos territórios a sul. Universidade de Coimbra: A Universidade de Coimbra remonta ao século seguinte ao da própria fundação da nação portuguesa, dado que a Universidade foi criada no século XIII, em 1290, mais especificamente a 1 de Março, quando foi assinado em Leiria, por D. Dinis, o documento “Scientiae thesaurus mirabilis”, que institui a própria Universidade e pede ao Papa a confirmação. A bula do Papa Nicolau IV, datada de 9 de Agosto de 1290, reconheceu o Estudo Geral, com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina. A Universidade foi instalada em Coimbra, no Paço Real da Alcáçova, em 1308. A importância deste monumento é a que ainda hoje tem, de dar educação e conhecimento nas várias áreas de frequência de estudo do ensino superior.
  • 64. Torre de Belém: A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme. A Torre de Belém foi construída na era das Descobertas em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Vicente. Para melhorar a defesa de Lisboa, o rei João II desenhou um plano que consistia na formação de uma defesa constituída por três fortalezas junto do estuário do Tejo. Formava um triângulo, sendo que em cada ângulo se construiria uma fortaleza: o baluarte de Cascais no lado direito da costa, a de S. Sebastião da Caparica no lado esquerdo e a Torre de Belém na água (já mandada construir por D. Manuel I). Este monumento está repleto de decoração Manuelina que simboliza o poder do rei: estando embutidos no edifício nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
  • 65. Fortaleza de Sagres: A Fortaleza de Sagres, também designada como Forte de Sagres, situa-se no sudoeste do Algarve, no promontório de Sagres. No ano de 1443, a 27 de Outubro, o Infante D. Henrique recebe de seu irmão, o regente D. Pedro, uma carta de doação do cabo de Trasfalmenar e uma légua de termo (Sagres e a sua região envolvente). Com efeito, o Infante, sendo conhecedor, das contingências à navegação provocadas pelos fortes ventos dominantes na região de Sagres, cedo se apercebeu da necessidade que as embarcações que dobravam o cabo sentiam em permanecer abrigadas nas baías e enseadas de Sagres. Esta permanência poderia arrastar-se por longos períodos, enquanto se esperava por ventos favoráveis à navegação. Deste modo, o Infante defendia a necessidade de se providenciar algum apoio a estes navegantes que, durante a sua espera, viam-se privados de mantimentos e de assistência religiosa. Esta fortaleza, que propositadamente deixei para o fim, por para mim ser, dentro deste conjunto arquitectónico, não o mais espectacular, nem o mais vistoso, mas pelo significado histórico que teve, não menosprezando os outros. Foi daqui, que o Infante D. Henrique, deu azo à sua imaginação e pôs em prática os seu conhecimentos, de marinheiro, homem de Ciência e Tecnologia. Não é todos os dias, naquela época, que com instrumentos arcaicos, um Homem pôs um Pais, à beira mar plantado, de reduzidas dimensões geográficas e populacionais, à conquista de novos Mundos. Foi daqui que se começou a desenhar a grande Epopeia dos Descobrimentos Portugueses. Sabe-se pelos manuais escolares, enciclopédias e registos Históricos, devidamente documentados, que foi a partir desta fortaleza, heroicamente comandada, pelo
  • 66. Infante, (mas que poderia ter sido outro o local escolhido, mas foi este, e sendo assim teremos de o assumir como tal), que os nossos futuros marinheiros, partiram. Primeiro, Ceuta depois Tânger até à Índia, mas passando antes desta ultima, por vários locais, que o poeta Camões, também define no seu grande Épico, que são “ Os Lusíadas”. Como sendo o cabo Bojador, na costa do Saara Ocidental, perto da latitude 27º Norte. A primeira passagem pelo Bojador deve-se a Gil Eanes em 1434. O desaparecimento de embarcações que anteriormente o tinham tentado contornar levou ao mito da existência de monstros marinhos e da intransmissibilidade do Bojador, e o Cabo das Tormentas, mais tarde chamado de Boa Esperança, é um cabo situado no extremo sul do continente Africano. Foi dobrado pela primeira vez em 1487 pelo navegador português Bartolomeu Dias. Contam as crónicas da época que, como foi avistado depois de vários dias em que os marinheiros sofreram violentas tempestades (tormentas), Bartolomeu Dias lhe pôs o nome de Cabo das Tormentas, mas o rei João II mudou-lhe o nome porque, ao ser dobrado, mostrou a ligação entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico e prometia a tão desejada chegada à Índia. Chamou-lhe, por isso, Cabo da Boa Esperança - o topónimo que se perpetuou. E tantos outros cabos, assim como os cinco continentes. Como devem ter reparado, não mencionei os Mosteiros e as Igrejas, porque foram edificados, não pela causa, mas sim, pelo resultado dessa mesma causa. Exemplo disso é o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Mosteiro da Batalha), que foi mandado edificar por D. João I, em virtude da grandiosa vitória (do general D. Nuno Alvares Pereira o Santo Condestável), no campo de batalha, frente aos Castelhanos, no que ficou conhecido por Batalha de Aljubarrota. Fontes de pesquisa: História de Portugal do Circulo de Leitores, Portugal Passo a Passo de EDICLUB e em www.wikipedia.org
  • 67.
  • 68. MODELO EUROPEU DE CURRICULUM VITAE INFORMAÇÃO PESSOAL Nome Arlindo Manuel Morgado Oliveira Morada Rua de Santa Clara 270, 2425-054 Monte Real - Portugal Telefone 244612986 Telemóvel 966896200 / 911939286 Correio electrónico arlimor@leirianet.pt Nacionalidade Portuguesa Data de nascimento 19/06/1962 Formação Escolar 3º ano do curso geral dos Liceus , incompleto, no ano lectivo de 1980/1981 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL• Data 27 de Março de 1986 a 30 de Maio 2006 • Nome e endereço Café D. Dinis, Rua de Leiria nº55, 2425-039 Monte Real • Tipo de empresa Cafés, Bares, Cervejarias, Casas de Chá, Pastelarias e Confeitarias • Função Barman • Principais actividades e responsabilidades • Data • Nome e endereço • Tipo de empresa • Função • Principais actividades e responsabilidades • Data • Nome e endereço • Tipo de empresa • Funções • Principais actividades e Gerente / Proprietário 1984 a 1986 Discoteca “O Casino”, Praia do Pedrógão, Coimbrão - Leiria Estabelecimento de Diversão Nocturna Recepcionista Responsável pela entrada dos clientes e pela contabilidade no final do encerramento da Discoteca 1981 a 1984 Discoteca “Dancig Bar 58”, Rua de Leiria nº58, 2425-039 Monte Real Estabelecimento de Diversão Nocturna Barman e Disck-jokey Servir ao balcão e pôr música para os clientes ouvirem e dançarem