2. Com as novas ideologias políticas,
econômicas e sociais, influência das
revoluções francesas e industrial, surgiu um
“novo modo de pensar” no séc. XVIII, esse era
o pensamento liberal que a emoção
predomina sobre a razão.
3. O Romantismo, designa uma tendência geral
da vida e da arte. O comportamento
romântico caracteriza-se pelo sonho, pelo
devaneio, por uma atitude emotiva,
subjetiva, diante das coisas.
4. O pensamento romântico vai muito além do
que podemos ver; procura desvendar o que
estamos sentindo. O Romantismo não conta,
faz de conta, idealiza um universo melhor,
defendendo a idéia da expressão do eu-lírico,
onde prevalece o tom melancólico, falando
de solidão e nostalgia.
5. Portugal, é reflexo dos dois acontecimentos
que marcaram e mudaram a face da Europa
na segunda metade do século XVIII: a
Revolução Francesa e a Revolução Industrial,
responsáveis pela abolição da monarquias
aristocratas e pela introdução da burguesia
que então, dominara a vida política,
econômica e social da época.
6. A luta pelo trono em Portugal, se dá com
veemência, gerando conturbação e
desordem interna na nação. Com isso,
AlmeidaGarrett acaba por exilar-se na
Inglaterra, onde entra em contato com a
Obra de Lord Byron e Scott. Ao mesmo
tempo, por estar presenciando o
Romantismo inglês, envolve-se com o teatro
deWilliam Shakespeare (Hamlet).
7. O Romantismo foi encarado como uma nova
maneira de se expressar, enfrentar os
problemas da vida e do pensamento.
8. Esta escola, repudiava os clássicos, opondo-
se às regras e modelos, procurando a total
liberdade de criação, além de defender a
"impureza" dos gêneros literários.
9. Com o domínio burguês, ocorre a
profissionalização do escritor, que recebe uma
remuneração para produzir a obra, enquanto o
público paga para consumi-la. O escritor
romântico projetava-se para dentro de si, tendo
como fonte o eu-lírico, do qual fluía um diverso
conteúdo sentimentalista e, muitas vezes,
melancólico da vida, do amor e, às vezes,
exageradamente, da própria morte. A
introversão era característica essencialmente
romântica.
10. A natureza, assim como a mulher são
importantes pontos desse momento. O homem,
idealizava a mulher como uma deusa, coisa
divina e, com isso, retornava ao passado, no
trovadorismo, onde as "madames" eram tão
sonhadas e desejadas, mesmo que fossem
inatingíveis. Ao procurar a mulher de seus
sonhos e, então, frustrar-se por não encontrá-la
ou, muitas vezes, por encontrá-la e perdê-la, o
romântico entrava em constante devaneio.
11. Para amenizar a situação, ao escrever
despojava todos os seus anseios fugindo da
realidade para isso usava o escapismo, onde,
tinha a natureza como confidente.Outra
forma de escapismo utilizada, era o
escapismo pela obscuridade, onde buscavam
o bem-estar nos ambientes fúnebres e
obscuros. Essas frustrações tidas por amores
ou simples desilusões com a vida,
provocaram muitos suicídios.
12. Como toda tendência nova, o Romantismo
não veio implantar-se totalmente nos
primeiros momentos em Portugal.
Inicialmente, buscava-se gradativamente,
apagar os modelos clássicos que ainda
permeavam o meio sócio-econômico. Os
escritores dessa época, eram românticos em
espírito, ideal e ação política e literária, mas
ainda clássicos em muitos aspectos.
13. Almeida Garrett - Na poesia, assimilou os
moldes clássicos e morreu sem tornar-se
romântico autêntico, pois carecia do
egocentrismo tão almejado pelos
românticos, deixando sua fantasia no teatro e
na prosa de ficção. Escreveu Camões (1825),
Dona Branca (1826), Folhas Caídas (1853),
Viagens na minha terra (1846), dentre outras.
14.
15. Alexandre Herculano - Na ficção de Alexandre
Herculano, prevalece o caráter histórico dos enredos,
voltados para a Idade Média, enfocando as origens de
Portugal como nação. Além disso, ocorrem muitos
temas de caráter religioso. Quanto à sua obra não-
ficcional, os críticos consideram que renovou a
historiografia, uma vez que se baseia não mais em
ações individuais, mas no conflito de classes sociais
para explicar a dinâmica da história.
Sua obras principais são: A harpa do crente (1838),
Eurico, o presbítero (1844), dentre outras.
16.
17. Neste momento, desfazem-se os enlaces
arcádicos que ainda envolviam os escritores
da época. Aqui, notamos com plena
facilidade o domínio da estética e da
ideologia romântica. Os escritores tomam
atitudes extremas, transformando-se em
românticos descabelados, caindo fatalmente
no exagero, tendenciando temas soturnos e
fúnebres, tudo expresso numa linguagem
fácil e comunicativa.
18. Soares de Passos - Soares de Passos
constitui a encarnação perfeita do "mal-do-
século".Vivendo na própria carne os
devaneios de que se nutria a fértil imaginação
de tuberculoso, sua vida e sua obra espelham
claramente o prazer romântico do escapismo
das responsabilidades sociais da época,
acabando por cair em extremo pessimismo,
um incrível desalento derrotista
19.
20. Acontece aqui, um tardio florescimento
literário que corresponde ao terceiro
momento do Romantismo, em fusão dos
remanescentes do Ultra-Romantismo. Esse
período é marcado pela presença de poetas,
como João de Deus,Tomás Ribeiro, Bulhão
Pato, Xavier de Novais, Pinheiro Chagas e
Júlio Dinis, que purificam até o extremo as
características românticas.
21. Tomás Ribeiro mistura a influência de Castilho e
deVictor Hugo, o que explica o caráter entre
passadista e progressista da sua poesia.
Bulhão Pato começa ultra-romântico e evolui,
através duma sátira às vezes cortante, para
atitudes realistas e parnasianas.
Faustino Xavier de Novais dirigiu uma folha
literária. Satirizou o Ultra-Romantismo.
Manuel Pinheiro Chagas cultivou a poesia de
Castilho, que motivou a Questão Coimbrã; a
historiografia e a crítica literária.
22. Compreendemos que o Romantismo, não
passou de uma forma de repudiar as regras
que contornavam e preenchiam o campo
literário da época que, juntamente com a
ideologia vigente, traziam um enorme
descontentamento. Este momento em que a
literatura presenciava, talvez fosse, o marco
principal para a definitiva liberdade de
expressão do pensamento, que viria se firma,
tardiamente com o Modernismo.