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Alfabetizar Letrando: trabalhando algumas concepções
Sistema de Escrita
Um sistema de escrita é uma maneira estruturada e organizada com base em
determinados princípios para representação da fala. Há sistemas de escrita que:
• Representam o significado das palavras (Sistema Ideográfico)
• Representam os sons da língua, sua “pauta sonora” (Sistema Fonográfico)
Nosso sistema de escrita (chamado de “alfabético” ou “alfabético-ortográfico”)
representa “sons” ou fonemas, em geral cada “letra” correspondendo a um “som” e
vice-versa.
Concepção de Alfabetização
Historicamente, o conceito de alfabetização foi embasado nos Métodos Sintéticos
(Alfabético, Silábico, Fônico) e Analíticos (Palavração, Sentenciação, Historieta), que
foram criados em virtude da urgência de facilitar as habilidades de aprender a ler e
escrever. A concepção de alfabetização subjacente aos métodos assinala para aquisição
de um CÓDIGO fundado meramente na relação entre fonemas e grafemas.
Em linhas gerais, aprender o sistema alfabético significa, na leitura, desenvolver a
capacidade de DECODIFICAR os SINAIS GRÁFICOS (LETRAS/GRAFEMAS), transformando-os
em SONS/FONEMAS, e, na escrita, desenvolver a capacidade de CODIFICAR os SONS da
língua, transformando-os em SINAIS GRÁFICOS (LETRAS). Este período ficou marcado
como Metodização da Leitura e da Escrita.
A partir dos anos 1980, o conceito de ALFABETIZAÇÃO foi ampliado com as contribuições
dos estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a PSICOGÊNESE DA LÍNGUA
ESCRITA. De acordo com esses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se
reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas e fonemas (a decodificação e a
codificação), mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a criança,
desde seus primeiros contatos com a escrita, construiria e reconstruiria hipóteses sobre
a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida como um SISTEMA DE
REPRESENTAÇÃO.
Na metade dos anos 80, surge no discurso de especialistas das Ciências Linguísticas e da
Educação o termo LETRAMENTO, uma tradução da palavra da língua inglesa literacy.
Este termo busca ampliar o conceito de ALFABETIZAÇÃO, chamando a atenção não
apenas para o domínio da tecnologia do ler e do escrever (codificar e decodificar), mas
também para os usos dessas habilidades em práticas sociais em que escrever e ler são
necessários.
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Dessa forma, o termo LETRAMENTO é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a
ler e escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas
sociais, é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como
consequência de ter-se apropriado da língua escrita e de ter-se inserido num mundo
organizado diferentemente: a cultura escrita.
Nos dias que correm, a concepção de alfabetização se fundamenta no ALFABETIZAR
LETRANDO, que não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar; trata-se de
alfabetizar letrando, que são duas ações distintas, mas não inseparáveis, que assegura
aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras
do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Em outras palavras,
ALFABETIZAR LETRANDO significa ensinar/aprender a ler e a escrever em contato com as
práticas de leitura e escrita que circulam socialmente.
Em síntese, entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que
contempla, de maneira articulada e simultânea, a alfabetização e o letramento.
Concepção de Língua
A LÍNGUA é um sistema que tem como centro a interação verbal, que se faz através de
textos ou discursos, falados ou escritos. Isso significa que esse sistema depende da
interlocução (inter+locução = ação linguística entre sujeitos).
Uma proposta de ensino de língua deve valorizar o uso da língua em diferentes situações
ou contextos sociais, com sua diversidade de funções e sua variedade de estilos e modos
de falar. Neste sentido, é importante privilegiar o uso e a reflexão dos alunos sobre as
diferentes possibilidades de emprego da língua; como também o desenvolvimento de
capacidades necessárias às práticas de leitura, escrita, fala e escuta em situações
públicas.
Os Eixos Necessários à Aquisição da Língua Escrita
O desenvolvimento das capacidades linguísticas de ler e escrever, falar e ouvir com
compreensão, em situações diferentes das familiares, não acontece espontaneamente.
Elas precisam ser ensinadas sistematicamente e isso ocorre, principalmente, nos anos
iniciais da Educação Fundamental.
As capacidades selecionadas estão organizadas em torno dos eixos mais relevantes para
a apropriação da língua escrita:
(1) compreensão e valorização da cultura escrita;
(2) Apropriação do sistema de escrita;
(3) Leitura;
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(4) Produção de textos escritos;
(5) Desenvolvimento da oralidade.
(1) Compreensão e Valorização da Cultura Escrita
A cultura escrita diz respeito às ações, valores, procedimentos e instrumentos que
constituem o mundo letrado. Esse processo possibilita aos alunos compreenderem os
usos sociais da escrita. A compreensão geral do mundo da escrita é tanto um fator que
favorece o progresso da alfabetização dos alunos como uma consequência da
aprendizagem da língua escrita na escola.
Habilidades:
• Conhecer, utilizar e valorizar os modos de manifestação e circulação da escrita na
sociedade.
• Conhecer os usos e funções da escrita.
• Conhecer usos da escrita na cultura escolar.
• Desenvolver as capacidades necessárias para o uso da escrita.
- Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar.
- Desenvolver capacidades específicas para escrever.
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(I) Introduzir: levando os alunos a se familiarizarem com conteúdos e
conhecimentos.
(T) Trabalhar: sistematicamente, para favorecer o desenvolvimento pelos
alunos.
(C) Consolidar: procurar consolidar no processo de aprendizagem dos alunos,
sedimentando os avanços em seus conhecimentos e capacidades.
(R) Retomar: eventualmente, quando se tratar de conceitos ou capacidades
já dominados ou consolidados em período anterior.
Conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita na
sociedade.
A maioria das crianças brasileiras – sobretudo as que são atendidas pelas redes públicas
de ensino – tem acesso mais restrito à escrita, desconhece muitas de suas manifestações
e utilidades. Por isso é importante que a escola, pela mediação do professor ou da
professora, proporcione aos alunos o contato com diferentes gêneros e suportes de
textos escritos.
Gêneros de textos são as diferentes “espécies” de texto, escritos ou falados,
que circulam na sociedade, reconhecidos com facilidade pelas pessoas. Por
exemplo: bilhete, romance, poema, sermão, conversa de telefone, contrato
de aluguel, notícia de jornal, piada, reportagem, letra de música,
regulamento, entre outros.
Os suportes referem-se à base material que permite a circulação desses
gêneros, com características físicas diferenciadas. Por exemplo: o jornal, o
livro, o dicionário, a placa, o catálogo, a agenda e outros.
O contato com esses diferentes textos poderá proporcionar aos alunos vivência e
conhecimento:
• Dos espaços de circulação dos textos (no meio doméstico, urbano e escolar,
entre outros);
• Dos espaços institucionais de manutenção, preservação, distribuição e venda
de material escrito (bibliotecas, livrarias, bancas, etc.);
• Das formas de aquisição e acesso aos textos (compra, empréstimo e troca de
livros, revistas, cadernos de receita, etc.);
• Dos diversos suportes da escrita (cartazes, outdoors, livros, revistas, folhetos
publicitários, murais escolares, livros escolares, etc.);
• Dos instrumentos e tecnologias utilizados para o registro escrito (lápis,
caneta, cadernos, máquinas de escrever, computadores, etc.).
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Conhecer os usos e funções sociais da escrita
No dia-a-dia dos cidadãos, as práticas de leitura e escrita estão presentes em todos os
espaços, a todo momento, cumprindo diferentes funções.
• Escritas públicas que funcionam como documentos: a carteira de identidade, o
cheque, as contas a pagar.
• Escritas que servem como formas de divulgação de informações: o letreiro dos
ônibus, os rótulos dos produtos, os avisos, as bulas de remédio, os manuais de
instrução.
• Escritas que permitem o registro de compromissos assumidos entre as pessoas: os
contratos, o caderno de fiado.
• Escritas que viabilizam a comunicação à distância: os jornais, as revistas, a
televisão.
• Escritas que regulam a convivência sócia: as leis, os regimentos, as propostas
curriculares oficiais.
• Escritas que possibilitam a preservação e a socialização da ciência, da filosofia,
da religião, dos bens culturais: os livros, as enciclopédicas, a Bíblia.
• Escritas que possibilitam organizar o cotidiano, nos entender, registrar e
rememorar vivências: agendas, listas de compras, diários, cadernos de receita.
• Escritas que possibilitam incrementar as trocas, a comunicação, a convivência:
bilhetes, cartas de amor, e-mails.
O professor pode desenvolver atividades que possibilitem aos alunos:
• Trazer para a sala de aula e disponibilizar, para observação e manuseio pelos
alunos, muitos textos, pertencentes a gêneros diversificados, presentes em
diferentes suportes.
• Orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos prévios
do aluno, possibilitando a ele deduções e descobertas, explicitando informações
desconhecidas.
• Ler livros, jornais e revistas e conversar sobre a leitura;
• Reconhecer e classificar, pelo formato, diversos suportes da escrita, tais como
livros, revistas, jornais, folhetos;
• Identificar as finalidades e funções da leitura de alguns textos a partir do exame
de seus suportes;
• Relacionar o suporte às possibilidades de significação do texto.
Conhecer os usos da escrita na cultura escolar
Algumas perguntas podem sugerir exemplos de atividades e possibilidades de exploração
sistemática, em sala de aula, das especificidades dos suportes e instrumentos de escrita
usuais na escola:
• Nos livros e nos cadernos, como se faz a sequenciação do texto nas páginas
(frente e verso, página da esquerda e página da direita, numeração)?
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• Como se dispõe o escrito na página (margens, parágrafos, espaçamento entre as
partes, títulos, cabeçalhos)?
• Como se relacionam o escrito e as ilustrações?
• Como se sabe o nome de um livro e quem o escreveu? Qual a sua editora e sua
data de publicação?
• Como se faz para localizar, no livro didático ou no livro de histórias, uma
informação desejada? Como se consulta o índice, o sumário?
• Como a sequenciação do texto, sua disposição na página, sua relação com as
imagens e ilustrações funcionam no computador?
• Qual a melhor maneira de dispor um texto num cartaz? Que tipo de letra e que
recursos gráficos deve-se usar (lápis de escrever? Lápis de cor? Caneta
hidrográfica? Tinta guache?)?
• Como se lê uma história em quadrinhos?
Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar
Há algumas aprendizagens que os alunos precisam desenvolver logo que entram na
escola:
• Saber manusear os livros didáticos e de literatura infantil;
• Usar de maneira adequada os cadernos;
• Saber segurar e manipular o lápis de escrever, os lápis de colorir, a borracha, a
régua, o apontador, a caneta;
• Sentar corretamente na carteira para ler e escrever;
• Cuidar dos materiais escolares,
• Lidar com a tela, o mouse e o teclado do computador.
Desenvolver capacidades específicas para escrever
Escrever envolve trabalho cognitivo ou mental, raciocínio e planejamento. Mas o ato de
escrever é, também, uma atividade motora, seja traçando letras na superfície de um
papel, seja digitando num teclado de computador. As atividades motoras precisam ser
aprendidas e, na maioria das vezes, treinadas. O uso do material escolar de escrita –
lápis, caneta, borracha, corretivo, régua, teclado de computador – inclui, além das
capacidades cognitivas, uma habilidade motora específica, que exige conhecimento e
treinamento.
(2) Apropriação do Sistema de Escrita
Conhecimentos que o aluno precisa adquirir para compreender as regras que orientam a
leitura e a escrita no Sistema Alfabético, bem como a ortografia da Língua Portuguesa.
Habilidades:
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• Compreender a diferença entre a escrita alfabética e outras formas gráficas: letra
e desenhos, letras e rabiscos, letras e números, letras e símbolos gráficos como
setas, asteriscos, sinais matemáticos.
• Dominar convenções gráficas, compreendendo a orientação e o alinhamento da
escrita (se orienta de cima para baixo e da direita para esquerda), a função dos
espaços em branco e dos sinais de pontuação.
• Reconhecer unidades fonológicas como rimas, sílabas, terminações de palavras.
• Identificar as letras do alfabeto, compreendendo a sua categorização gráfica e
funcional, utilizando diferentes tipos de letras (forma e cursiva, maiúscula e
minúscula) tanto na leitura quanto na escrita.
• Compreender a natureza alfabética do sistema de escrita (cujo princípio básico é
o de que cada som é representado por uma letra, ou melhor, cada fonema por um
grafema).
• Dominar as relações fonema/grafema, compreendendo as regularidades e
irregularidades ortográficas.
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(I) Introduzir: levando os alunos a se familiarizarem com conteúdos e
conhecimentos.
(T) Trabalhar: sistematicamente, para favorecer o desenvolvimento pelos
alunos.
(C) Consolidar: procurar consolidar no processo de aprendizagem dos alunos,
sedimentando os avanços em seus conhecimentos e capacidades.
(R) Retomar: eventualmente, quando se tratar de conceitos ou capacidades
já dominados ou consolidados em período anterior.
Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de
representação)
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Um aspecto fundamental para os momentos iniciais da alfabetização é que o aluno faça
a diferenciação entre as formas escritas e outras formas gráficas de expressão. Esse
também não é um saber óbvio e que “já vem pronto” e, por isso, precisa ser trabalhado
em sala de aula, em situações que levem as crianças a distinguir entre:
(I) letras e desenhos;
(II) letras e rabiscos;
(III) letras e números;
(IV) letras e símbolos gráficos como setas, asteriscos, sinais matemáticos, etc.
Esse tipo de conhecimento pode ser abordado, por exemplo, através:
• Da exploração, em livros, revistas e outros impressos,
• Das diferenças gráficas entre o texto escrito e o desenho, entre a escrita
alfabética e os ícones e sinais, muito usados atualmente, mas que não
representam a pauta sonora.
• Levantamento de hipóteses sobre a presença dos símbolos que representam os
números em calendário, listas telefônicas, folhetos com preços de mercadorias,
etc.
Dominar convenções gráficas
Dois tipos básicos de convenção gráfica no sistema de escrita do português precisam ser
compreendidos pelos alunos logo no início do aprendizado:
(I) nossa escrita se orienta de cima para baixo e da esquerda para a direita;
(II) há convenções para indicar a delimitação de palavras (espaços em branco) e frases
(pontuação).
Compreender a função de segmentação dos espaços em branco e da pontuação de
final de frase
No começo do processo de alfabetização, um bom procedimento, já utilizado nas
práticas escolares é:
• Ler em voz alta para as crianças, apontando cada palavra lida e os sinais de
pontuação no final das frases.
• Fazer a leitura oral em sala de aula, solicitar que eles próprios identifiquem os
diferentes marcadores de espaço (espaçamentos entre as palavras, pontuação,
parágrafos).
Dominar as relações entre grafemas e fonemas, dominar a ortografia.
Alguns exemplos de atividades propícias para esse aprendizado são as que se baseiam na
decomposição e composição de palavras em sílabas. Separar em sílabas palavras faladas
e observar de que maneira essa separação se configura na escrita ajuda os alunos na
identificação e percepção da representação gráfica dos fonemas. Outras atividades
importantes são as que pedem a identificação e comparação da quantidade, da variação
e da posição das letras na escrita de determinadas palavras: bingo, texto com lacunas,
colocação de palavras em ordem alfabética, confronto entre a escrita produzida pelo
aluno e a escrita padrão.
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Nessa fase, as situações de produção de textos criadas em sala de aula podem
oportunizar o surgimento de diferentes questões dos alunos sobre a forma correta de
grafar algumas palavras, que devem ser respondidas prontamente pelo professor ou pela
professora.
Mas, à medida que os alunos vão aprendendo a escrever com certa fluência, torna-se
necessário organizar de maneira sistemática o estudo de algumas regras ortográficas.
Para esse aprendizado, são muito úteis as discussões coletivas da adequação ortográfica
de textos produzidos pelos alunos, bem como a orientação do trabalho de autocorreção,
a partir do estabelecimento de critérios compatíveis com o desenvolvimento já
alcançado pelas crianças e os avanços que o professor ou a professora pretende
desencadear.
Dominar regularidades ortográficas
As relações entre grafemas e fonemas, na maior parte dos casos, não são biunívocas (isto
é, não há um só grafema para representar determinado fonema, o qual, por sua vez, só
pode ser representado por aquele grafema) e, além disso, elas envolvem diferentes
graus de dificuldade.
Grafemas cujo valor não depende do contexto
Esse é o caso dos grafemas considerados os mais fáceis para o aluno aprender, pois a
cada grafema corresponde apenas um fonema. São exemplos desse caso as letras P, B,
T, D, F, V e também grupos de letras, como o dígrafo NH, que representa sempre o
mesmo fonema e é a única possibilidade de grafar esse fonema em português. Deve-se
chamar a atenção para o fato de que os valores desses grafemas não são pronunciados
isoladamente, seus sons são definidos sempre a partir do apoio da vogal que os segue.
Grafemas cujo valor é dependente do contexto
a) Considerando as consoantes – Esses casos oferecem mais dificuldades para o aluno,
porque ele terá que optar por um único grafema para representar determinado fonema,
mas, em princípio, haveria mais de uma possibilidade. Trata-se das situações
particulares em que, na leitura, deve-se definir o valor sonoro da letra sempre
considerando a sua posição na sílaba ou na palavra ou as letras que vêm antes e/ou
depois. Enquadram-se nesse grupo os grafemas C, G, H, L, M, N, R, S, X, Z.
(3) Leitura
É uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo
leitor, tanto no ato da leitura, como no que antecede e no que decorre dela.
Habilidades:
• Desenvolvimento das capacidades relativas ao sistema de escrita especificamente
necessárias à leitura.
• Desenvolvimento das capacidades de decifração.
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- Saber decodificar palavras e textos escritos.
- Saber ler reconhecendo globalmente as palavras.
(4) Produção de Textos
Habilidades
• Compreender e valorizar o uso da escrita com diferentes funções, em diferentes
gêneros.
• Produzir de textos escritos de gêneros diversos, adequados aos objetivos, ao
destinatário e ao contexto de circulação:
- Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções
gráficas apropriadas.
- Planejar a escrita do texto considerando o tema central e seus
desdobramentos.
- Usar a variedade linguística apropriada à situação de produção e de circulação,
fazendo escolhas adequadas quanto ao vocabulário e à gramática.
- Revisar e reelaborar a própria escrita, segundo critérios adequados aos
objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação previsto.
(5) Desenvolvimento da Oralidade
Habilidades
• Participar das interações cotidianas em sala de aula:
- Escutar com atenção e compreensão.
- Responder às questões propostas pelo professor.
- Expor opiniões nos debates com os colegas e com o professor.
• Respeitar à diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas,
professores e funcionários da escola, bem como por pessoas da comunidade
extraescolar.
• Usar a língua falada em diferentes situações escolares, buscando empregar a
variedade linguística adequada.
• Planejar a fala em situações formais.
• Realizar tarefas cujo desenvolvimento dependa de escuta atenta e compreensão.
Fonte de Pesquisa
PRÓ-LETRAMENTO. Programa de Formação Continuada de Professores das Séries Iniciais
do Ensino Fundamental (Pró-Letramento). Alfabetização e Linguagem, fascículo 1.
Secretária de educação Básica (SEB). 2005.
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Situação Didática
1) Organizar grupos de no máximo cinco alunos, com diferentes
hipóteses de escrita: I. pré-silábico + silábico sem valor sonoro; II. silábico com
valor sonoro + silábico-alfabético; III. silábico-alfabético + alfabético; IV. Alfabético
inicial + alfabético avançado.
2) Anunciar que vai ler um texto.
Perguntar: Qual o tipo de texto que vamos ler? Irá falar de que? Para que serve?
Onde pode ser encontrado? Quem é o autor? Quem são as personagens? Registrar
as respostas na lousa para confrontar posteriormente com o texto real.
Objetivo: prever o que está por vir com base em informações ou inferências
(estratégias de antecipação).
3) Dizer que o texto é uma fábula.
Perguntar: Quem sabe o que é uma fábula? Do que fala? Para que serve? Onde a
encontramos? Quem é o autor? Têm personagens? Quem sabe contar uma?
Objetivo: possibilitar a expressão de idéias, hipóteses, inferências e conhecimentos
prévios sobre o gênero textual.
4) Escrever o título da fábula na lousa ou na cartolina em letra bastão.
Perguntar: O que está escrito? Qual a primeira letra? Se os alunos não conseguirem
ler, fazer a leitura do título do texto. O que podemos esperar de um texto com esse
título? Têm personagens? Como eles são? Quem é o autor?
Objetivo: com base no titulo, levar os alunos a fazerem suposições sobre o texto
(estratégia de inferência).
5) Escrever na lousa ou na cartolina a fábula em letras bastão.
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6) Distribuir cópias xerocopiadas ou mimeografadas do texto para os
alunos. Possibilitar que todos leiam, até os não alfabéticos.
7) Fazer a leitura do texto, pausadamente e com entonação adequada,
apontando as palavras uma a uma. A turma acompanha e repete várias vezes,
até que os alunos a aprendam de cor.
8) Repetir a leitura do texto, ora pela turma toda, ora por um grupo, ora
por um único aluno.
9) Possibilitar a troca de idéias com a turma sobre o que compreenderam da
leitura. Busca de relações entre o texto e os conhecimentos e experiências dos
alunos.
10) Fazer a interpretação oral do texto.
Perguntar: Qual o título da fábula? De que fala? Quais os nomes das personagens?
Como eles são? Qual a moral da história?
11) Apontar para os aspectos formais da escrita como sistema de
representação:
Perguntar: A fábula foi escrita com desenhos, números ou letras? Explicar que foi
escrita com letras: vogais e consoantes.
Objetivo: compreender a diferença entre a escrita alfabética e outras formas
gráficas.
Perguntar: Como a fábula foi escrita? Mostrar que foi escrita com letras
(maiúsculas), de cima para baixo e da direita para esquerda.
Objetivo: compreender e dominar as convenções gráficas - orientação e
alinhamento da escrita.
Perguntar: As palavras estão grudadinhas umas nas outras ou separadas? Solicitar
que pintem, em seus textos, os espaços entre as palavras. Em seguida, explique a
função dos espaços em branco.
Objetivo: compreender e dominar as convenções gráficas – espaços em branco no
texto.
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Perguntar: Além das letras, das palavras e dos espaços em brancos, o que mais
encontramos no texto? Falar dos sinais de pontuação e suas funções no texto.
Depois, pedir para encontrá-los e circular.
Objetivo: compreender e dominar as convenções gráficas – sinais de pontuação.
Perguntar: Quais as palavras que têm sons finais semelhantes (rima)? Solicitar que
encontrem no texto as palavras que rimam e circulem.
Objetivo: reconhecer a unidade fonológica: rimas.
12) Trabalhando com palavras
Perguntar: Qual a palavra que mais se repete no texto? Quantas vezes se repetem?
Solicitar que encontrem e circulem/pintem as palavras repetidas no texto, palavras
que comecem/terminem com a mesma letra/sílaba.
- Quem quer escrever a palavra na lousa?
13) Fazer oralmente a análise linguística da palavra.
Perguntar: quantas letras têm a palavra? Qual a primeira? Qual a última? Quais
são vogais? Quais são consoantes? Quantas sílabas? Qual a primeira? Qual a
última? Quantas letras têm na primeira frase? Quantas palavras têm na primeira
frase? Quantos espaços em branco? Quantos sinais?
Observação: o alfabeto deve está exposto na sala, sendo as consoantes de uma cor
e as vogais, de outra. Ou um cartaz com todo o alfabeto, outro só com as vogais, e
outro com as consoantes, para que os alunos consultem quando for necessário.
14) Desenhe os personagens da fábula.
15) Escreva, do seu jeito, sobre a personagem que você mais gostou.
16) Invente um nome bem bonito para a personagem que você
desenhou.
TRABALHANDO COM LETRAS, PALAVRAS E FRASES
Análise linguística das palavras do texto.
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Escolher cinco palavras do texto e fazer uma lista. Primeiro, os alunos escreverão
nos seus cadernos, do jeito que souber, as palavras que o professor ditar. Em
seguida, fazer a correção coletiva.
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DU + RA = DURA BO + CA = BOCA

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  • 2. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire
  • 3. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Alfabetizar Letrando: trabalhando algumas concepções Sistema de Escrita Um sistema de escrita é uma maneira estruturada e organizada com base em determinados princípios para representação da fala. Há sistemas de escrita que: • Representam o significado das palavras (Sistema Ideográfico) • Representam os sons da língua, sua “pauta sonora” (Sistema Fonográfico) Nosso sistema de escrita (chamado de “alfabético” ou “alfabético-ortográfico”) representa “sons” ou fonemas, em geral cada “letra” correspondendo a um “som” e vice-versa. Concepção de Alfabetização Historicamente, o conceito de alfabetização foi embasado nos Métodos Sintéticos (Alfabético, Silábico, Fônico) e Analíticos (Palavração, Sentenciação, Historieta), que foram criados em virtude da urgência de facilitar as habilidades de aprender a ler e escrever. A concepção de alfabetização subjacente aos métodos assinala para aquisição de um CÓDIGO fundado meramente na relação entre fonemas e grafemas. Em linhas gerais, aprender o sistema alfabético significa, na leitura, desenvolver a capacidade de DECODIFICAR os SINAIS GRÁFICOS (LETRAS/GRAFEMAS), transformando-os em SONS/FONEMAS, e, na escrita, desenvolver a capacidade de CODIFICAR os SONS da língua, transformando-os em SINAIS GRÁFICOS (LETRAS). Este período ficou marcado como Metodização da Leitura e da Escrita. A partir dos anos 1980, o conceito de ALFABETIZAÇÃO foi ampliado com as contribuições dos estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA. De acordo com esses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas e fonemas (a decodificação e a codificação), mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a criança, desde seus primeiros contatos com a escrita, construiria e reconstruiria hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida como um SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO. Na metade dos anos 80, surge no discurso de especialistas das Ciências Linguísticas e da Educação o termo LETRAMENTO, uma tradução da palavra da língua inglesa literacy. Este termo busca ampliar o conceito de ALFABETIZAÇÃO, chamando a atenção não apenas para o domínio da tecnologia do ler e do escrever (codificar e decodificar), mas também para os usos dessas habilidades em práticas sociais em que escrever e ler são necessários.
  • 4. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Dessa forma, o termo LETRAMENTO é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas sociais, é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da língua escrita e de ter-se inserido num mundo organizado diferentemente: a cultura escrita. Nos dias que correm, a concepção de alfabetização se fundamenta no ALFABETIZAR LETRANDO, que não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar; trata-se de alfabetizar letrando, que são duas ações distintas, mas não inseparáveis, que assegura aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Em outras palavras, ALFABETIZAR LETRANDO significa ensinar/aprender a ler e a escrever em contato com as práticas de leitura e escrita que circulam socialmente. Em síntese, entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla, de maneira articulada e simultânea, a alfabetização e o letramento. Concepção de Língua A LÍNGUA é um sistema que tem como centro a interação verbal, que se faz através de textos ou discursos, falados ou escritos. Isso significa que esse sistema depende da interlocução (inter+locução = ação linguística entre sujeitos). Uma proposta de ensino de língua deve valorizar o uso da língua em diferentes situações ou contextos sociais, com sua diversidade de funções e sua variedade de estilos e modos de falar. Neste sentido, é importante privilegiar o uso e a reflexão dos alunos sobre as diferentes possibilidades de emprego da língua; como também o desenvolvimento de capacidades necessárias às práticas de leitura, escrita, fala e escuta em situações públicas. Os Eixos Necessários à Aquisição da Língua Escrita O desenvolvimento das capacidades linguísticas de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, em situações diferentes das familiares, não acontece espontaneamente. Elas precisam ser ensinadas sistematicamente e isso ocorre, principalmente, nos anos iniciais da Educação Fundamental. As capacidades selecionadas estão organizadas em torno dos eixos mais relevantes para a apropriação da língua escrita: (1) compreensão e valorização da cultura escrita; (2) Apropriação do sistema de escrita; (3) Leitura;
  • 5. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire (4) Produção de textos escritos; (5) Desenvolvimento da oralidade. (1) Compreensão e Valorização da Cultura Escrita A cultura escrita diz respeito às ações, valores, procedimentos e instrumentos que constituem o mundo letrado. Esse processo possibilita aos alunos compreenderem os usos sociais da escrita. A compreensão geral do mundo da escrita é tanto um fator que favorece o progresso da alfabetização dos alunos como uma consequência da aprendizagem da língua escrita na escola. Habilidades: • Conhecer, utilizar e valorizar os modos de manifestação e circulação da escrita na sociedade. • Conhecer os usos e funções da escrita. • Conhecer usos da escrita na cultura escolar. • Desenvolver as capacidades necessárias para o uso da escrita. - Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar. - Desenvolver capacidades específicas para escrever.
  • 6. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire (I) Introduzir: levando os alunos a se familiarizarem com conteúdos e conhecimentos. (T) Trabalhar: sistematicamente, para favorecer o desenvolvimento pelos alunos. (C) Consolidar: procurar consolidar no processo de aprendizagem dos alunos, sedimentando os avanços em seus conhecimentos e capacidades. (R) Retomar: eventualmente, quando se tratar de conceitos ou capacidades já dominados ou consolidados em período anterior. Conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita na sociedade. A maioria das crianças brasileiras – sobretudo as que são atendidas pelas redes públicas de ensino – tem acesso mais restrito à escrita, desconhece muitas de suas manifestações e utilidades. Por isso é importante que a escola, pela mediação do professor ou da professora, proporcione aos alunos o contato com diferentes gêneros e suportes de textos escritos. Gêneros de textos são as diferentes “espécies” de texto, escritos ou falados, que circulam na sociedade, reconhecidos com facilidade pelas pessoas. Por exemplo: bilhete, romance, poema, sermão, conversa de telefone, contrato de aluguel, notícia de jornal, piada, reportagem, letra de música, regulamento, entre outros. Os suportes referem-se à base material que permite a circulação desses gêneros, com características físicas diferenciadas. Por exemplo: o jornal, o livro, o dicionário, a placa, o catálogo, a agenda e outros. O contato com esses diferentes textos poderá proporcionar aos alunos vivência e conhecimento: • Dos espaços de circulação dos textos (no meio doméstico, urbano e escolar, entre outros); • Dos espaços institucionais de manutenção, preservação, distribuição e venda de material escrito (bibliotecas, livrarias, bancas, etc.); • Das formas de aquisição e acesso aos textos (compra, empréstimo e troca de livros, revistas, cadernos de receita, etc.); • Dos diversos suportes da escrita (cartazes, outdoors, livros, revistas, folhetos publicitários, murais escolares, livros escolares, etc.); • Dos instrumentos e tecnologias utilizados para o registro escrito (lápis, caneta, cadernos, máquinas de escrever, computadores, etc.).
  • 7. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Conhecer os usos e funções sociais da escrita No dia-a-dia dos cidadãos, as práticas de leitura e escrita estão presentes em todos os espaços, a todo momento, cumprindo diferentes funções. • Escritas públicas que funcionam como documentos: a carteira de identidade, o cheque, as contas a pagar. • Escritas que servem como formas de divulgação de informações: o letreiro dos ônibus, os rótulos dos produtos, os avisos, as bulas de remédio, os manuais de instrução. • Escritas que permitem o registro de compromissos assumidos entre as pessoas: os contratos, o caderno de fiado. • Escritas que viabilizam a comunicação à distância: os jornais, as revistas, a televisão. • Escritas que regulam a convivência sócia: as leis, os regimentos, as propostas curriculares oficiais. • Escritas que possibilitam a preservação e a socialização da ciência, da filosofia, da religião, dos bens culturais: os livros, as enciclopédicas, a Bíblia. • Escritas que possibilitam organizar o cotidiano, nos entender, registrar e rememorar vivências: agendas, listas de compras, diários, cadernos de receita. • Escritas que possibilitam incrementar as trocas, a comunicação, a convivência: bilhetes, cartas de amor, e-mails. O professor pode desenvolver atividades que possibilitem aos alunos: • Trazer para a sala de aula e disponibilizar, para observação e manuseio pelos alunos, muitos textos, pertencentes a gêneros diversificados, presentes em diferentes suportes. • Orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, possibilitando a ele deduções e descobertas, explicitando informações desconhecidas. • Ler livros, jornais e revistas e conversar sobre a leitura; • Reconhecer e classificar, pelo formato, diversos suportes da escrita, tais como livros, revistas, jornais, folhetos; • Identificar as finalidades e funções da leitura de alguns textos a partir do exame de seus suportes; • Relacionar o suporte às possibilidades de significação do texto. Conhecer os usos da escrita na cultura escolar Algumas perguntas podem sugerir exemplos de atividades e possibilidades de exploração sistemática, em sala de aula, das especificidades dos suportes e instrumentos de escrita usuais na escola: • Nos livros e nos cadernos, como se faz a sequenciação do texto nas páginas (frente e verso, página da esquerda e página da direita, numeração)?
  • 8. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire • Como se dispõe o escrito na página (margens, parágrafos, espaçamento entre as partes, títulos, cabeçalhos)? • Como se relacionam o escrito e as ilustrações? • Como se sabe o nome de um livro e quem o escreveu? Qual a sua editora e sua data de publicação? • Como se faz para localizar, no livro didático ou no livro de histórias, uma informação desejada? Como se consulta o índice, o sumário? • Como a sequenciação do texto, sua disposição na página, sua relação com as imagens e ilustrações funcionam no computador? • Qual a melhor maneira de dispor um texto num cartaz? Que tipo de letra e que recursos gráficos deve-se usar (lápis de escrever? Lápis de cor? Caneta hidrográfica? Tinta guache?)? • Como se lê uma história em quadrinhos? Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar Há algumas aprendizagens que os alunos precisam desenvolver logo que entram na escola: • Saber manusear os livros didáticos e de literatura infantil; • Usar de maneira adequada os cadernos; • Saber segurar e manipular o lápis de escrever, os lápis de colorir, a borracha, a régua, o apontador, a caneta; • Sentar corretamente na carteira para ler e escrever; • Cuidar dos materiais escolares, • Lidar com a tela, o mouse e o teclado do computador. Desenvolver capacidades específicas para escrever Escrever envolve trabalho cognitivo ou mental, raciocínio e planejamento. Mas o ato de escrever é, também, uma atividade motora, seja traçando letras na superfície de um papel, seja digitando num teclado de computador. As atividades motoras precisam ser aprendidas e, na maioria das vezes, treinadas. O uso do material escolar de escrita – lápis, caneta, borracha, corretivo, régua, teclado de computador – inclui, além das capacidades cognitivas, uma habilidade motora específica, que exige conhecimento e treinamento. (2) Apropriação do Sistema de Escrita Conhecimentos que o aluno precisa adquirir para compreender as regras que orientam a leitura e a escrita no Sistema Alfabético, bem como a ortografia da Língua Portuguesa. Habilidades:
  • 9. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire • Compreender a diferença entre a escrita alfabética e outras formas gráficas: letra e desenhos, letras e rabiscos, letras e números, letras e símbolos gráficos como setas, asteriscos, sinais matemáticos. • Dominar convenções gráficas, compreendendo a orientação e o alinhamento da escrita (se orienta de cima para baixo e da direita para esquerda), a função dos espaços em branco e dos sinais de pontuação. • Reconhecer unidades fonológicas como rimas, sílabas, terminações de palavras. • Identificar as letras do alfabeto, compreendendo a sua categorização gráfica e funcional, utilizando diferentes tipos de letras (forma e cursiva, maiúscula e minúscula) tanto na leitura quanto na escrita. • Compreender a natureza alfabética do sistema de escrita (cujo princípio básico é o de que cada som é representado por uma letra, ou melhor, cada fonema por um grafema). • Dominar as relações fonema/grafema, compreendendo as regularidades e irregularidades ortográficas.
  • 10. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire (I) Introduzir: levando os alunos a se familiarizarem com conteúdos e conhecimentos. (T) Trabalhar: sistematicamente, para favorecer o desenvolvimento pelos alunos. (C) Consolidar: procurar consolidar no processo de aprendizagem dos alunos, sedimentando os avanços em seus conhecimentos e capacidades. (R) Retomar: eventualmente, quando se tratar de conceitos ou capacidades já dominados ou consolidados em período anterior. Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação)
  • 11. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Um aspecto fundamental para os momentos iniciais da alfabetização é que o aluno faça a diferenciação entre as formas escritas e outras formas gráficas de expressão. Esse também não é um saber óbvio e que “já vem pronto” e, por isso, precisa ser trabalhado em sala de aula, em situações que levem as crianças a distinguir entre: (I) letras e desenhos; (II) letras e rabiscos; (III) letras e números; (IV) letras e símbolos gráficos como setas, asteriscos, sinais matemáticos, etc. Esse tipo de conhecimento pode ser abordado, por exemplo, através: • Da exploração, em livros, revistas e outros impressos, • Das diferenças gráficas entre o texto escrito e o desenho, entre a escrita alfabética e os ícones e sinais, muito usados atualmente, mas que não representam a pauta sonora. • Levantamento de hipóteses sobre a presença dos símbolos que representam os números em calendário, listas telefônicas, folhetos com preços de mercadorias, etc. Dominar convenções gráficas Dois tipos básicos de convenção gráfica no sistema de escrita do português precisam ser compreendidos pelos alunos logo no início do aprendizado: (I) nossa escrita se orienta de cima para baixo e da esquerda para a direita; (II) há convenções para indicar a delimitação de palavras (espaços em branco) e frases (pontuação). Compreender a função de segmentação dos espaços em branco e da pontuação de final de frase No começo do processo de alfabetização, um bom procedimento, já utilizado nas práticas escolares é: • Ler em voz alta para as crianças, apontando cada palavra lida e os sinais de pontuação no final das frases. • Fazer a leitura oral em sala de aula, solicitar que eles próprios identifiquem os diferentes marcadores de espaço (espaçamentos entre as palavras, pontuação, parágrafos). Dominar as relações entre grafemas e fonemas, dominar a ortografia. Alguns exemplos de atividades propícias para esse aprendizado são as que se baseiam na decomposição e composição de palavras em sílabas. Separar em sílabas palavras faladas e observar de que maneira essa separação se configura na escrita ajuda os alunos na identificação e percepção da representação gráfica dos fonemas. Outras atividades importantes são as que pedem a identificação e comparação da quantidade, da variação e da posição das letras na escrita de determinadas palavras: bingo, texto com lacunas, colocação de palavras em ordem alfabética, confronto entre a escrita produzida pelo aluno e a escrita padrão.
  • 12. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Nessa fase, as situações de produção de textos criadas em sala de aula podem oportunizar o surgimento de diferentes questões dos alunos sobre a forma correta de grafar algumas palavras, que devem ser respondidas prontamente pelo professor ou pela professora. Mas, à medida que os alunos vão aprendendo a escrever com certa fluência, torna-se necessário organizar de maneira sistemática o estudo de algumas regras ortográficas. Para esse aprendizado, são muito úteis as discussões coletivas da adequação ortográfica de textos produzidos pelos alunos, bem como a orientação do trabalho de autocorreção, a partir do estabelecimento de critérios compatíveis com o desenvolvimento já alcançado pelas crianças e os avanços que o professor ou a professora pretende desencadear. Dominar regularidades ortográficas As relações entre grafemas e fonemas, na maior parte dos casos, não são biunívocas (isto é, não há um só grafema para representar determinado fonema, o qual, por sua vez, só pode ser representado por aquele grafema) e, além disso, elas envolvem diferentes graus de dificuldade. Grafemas cujo valor não depende do contexto Esse é o caso dos grafemas considerados os mais fáceis para o aluno aprender, pois a cada grafema corresponde apenas um fonema. São exemplos desse caso as letras P, B, T, D, F, V e também grupos de letras, como o dígrafo NH, que representa sempre o mesmo fonema e é a única possibilidade de grafar esse fonema em português. Deve-se chamar a atenção para o fato de que os valores desses grafemas não são pronunciados isoladamente, seus sons são definidos sempre a partir do apoio da vogal que os segue. Grafemas cujo valor é dependente do contexto a) Considerando as consoantes – Esses casos oferecem mais dificuldades para o aluno, porque ele terá que optar por um único grafema para representar determinado fonema, mas, em princípio, haveria mais de uma possibilidade. Trata-se das situações particulares em que, na leitura, deve-se definir o valor sonoro da letra sempre considerando a sua posição na sílaba ou na palavra ou as letras que vêm antes e/ou depois. Enquadram-se nesse grupo os grafemas C, G, H, L, M, N, R, S, X, Z. (3) Leitura É uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo leitor, tanto no ato da leitura, como no que antecede e no que decorre dela. Habilidades: • Desenvolvimento das capacidades relativas ao sistema de escrita especificamente necessárias à leitura. • Desenvolvimento das capacidades de decifração.
  • 13. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire - Saber decodificar palavras e textos escritos. - Saber ler reconhecendo globalmente as palavras. (4) Produção de Textos Habilidades • Compreender e valorizar o uso da escrita com diferentes funções, em diferentes gêneros. • Produzir de textos escritos de gêneros diversos, adequados aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação: - Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções gráficas apropriadas. - Planejar a escrita do texto considerando o tema central e seus desdobramentos. - Usar a variedade linguística apropriada à situação de produção e de circulação, fazendo escolhas adequadas quanto ao vocabulário e à gramática. - Revisar e reelaborar a própria escrita, segundo critérios adequados aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação previsto. (5) Desenvolvimento da Oralidade Habilidades • Participar das interações cotidianas em sala de aula: - Escutar com atenção e compreensão. - Responder às questões propostas pelo professor. - Expor opiniões nos debates com os colegas e com o professor. • Respeitar à diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas, professores e funcionários da escola, bem como por pessoas da comunidade extraescolar. • Usar a língua falada em diferentes situações escolares, buscando empregar a variedade linguística adequada. • Planejar a fala em situações formais. • Realizar tarefas cujo desenvolvimento dependa de escuta atenta e compreensão. Fonte de Pesquisa PRÓ-LETRAMENTO. Programa de Formação Continuada de Professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental (Pró-Letramento). Alfabetização e Linguagem, fascículo 1. Secretária de educação Básica (SEB). 2005.
  • 14. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Situação Didática 1) Organizar grupos de no máximo cinco alunos, com diferentes hipóteses de escrita: I. pré-silábico + silábico sem valor sonoro; II. silábico com valor sonoro + silábico-alfabético; III. silábico-alfabético + alfabético; IV. Alfabético inicial + alfabético avançado. 2) Anunciar que vai ler um texto. Perguntar: Qual o tipo de texto que vamos ler? Irá falar de que? Para que serve? Onde pode ser encontrado? Quem é o autor? Quem são as personagens? Registrar as respostas na lousa para confrontar posteriormente com o texto real. Objetivo: prever o que está por vir com base em informações ou inferências (estratégias de antecipação). 3) Dizer que o texto é uma fábula. Perguntar: Quem sabe o que é uma fábula? Do que fala? Para que serve? Onde a encontramos? Quem é o autor? Têm personagens? Quem sabe contar uma? Objetivo: possibilitar a expressão de idéias, hipóteses, inferências e conhecimentos prévios sobre o gênero textual. 4) Escrever o título da fábula na lousa ou na cartolina em letra bastão. Perguntar: O que está escrito? Qual a primeira letra? Se os alunos não conseguirem ler, fazer a leitura do título do texto. O que podemos esperar de um texto com esse título? Têm personagens? Como eles são? Quem é o autor? Objetivo: com base no titulo, levar os alunos a fazerem suposições sobre o texto (estratégia de inferência). 5) Escrever na lousa ou na cartolina a fábula em letras bastão.
  • 15. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire 6) Distribuir cópias xerocopiadas ou mimeografadas do texto para os alunos. Possibilitar que todos leiam, até os não alfabéticos. 7) Fazer a leitura do texto, pausadamente e com entonação adequada, apontando as palavras uma a uma. A turma acompanha e repete várias vezes, até que os alunos a aprendam de cor. 8) Repetir a leitura do texto, ora pela turma toda, ora por um grupo, ora por um único aluno. 9) Possibilitar a troca de idéias com a turma sobre o que compreenderam da leitura. Busca de relações entre o texto e os conhecimentos e experiências dos alunos. 10) Fazer a interpretação oral do texto. Perguntar: Qual o título da fábula? De que fala? Quais os nomes das personagens? Como eles são? Qual a moral da história? 11) Apontar para os aspectos formais da escrita como sistema de representação: Perguntar: A fábula foi escrita com desenhos, números ou letras? Explicar que foi escrita com letras: vogais e consoantes. Objetivo: compreender a diferença entre a escrita alfabética e outras formas gráficas. Perguntar: Como a fábula foi escrita? Mostrar que foi escrita com letras (maiúsculas), de cima para baixo e da direita para esquerda. Objetivo: compreender e dominar as convenções gráficas - orientação e alinhamento da escrita. Perguntar: As palavras estão grudadinhas umas nas outras ou separadas? Solicitar que pintem, em seus textos, os espaços entre as palavras. Em seguida, explique a função dos espaços em branco. Objetivo: compreender e dominar as convenções gráficas – espaços em branco no texto.
  • 16. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Perguntar: Além das letras, das palavras e dos espaços em brancos, o que mais encontramos no texto? Falar dos sinais de pontuação e suas funções no texto. Depois, pedir para encontrá-los e circular. Objetivo: compreender e dominar as convenções gráficas – sinais de pontuação. Perguntar: Quais as palavras que têm sons finais semelhantes (rima)? Solicitar que encontrem no texto as palavras que rimam e circulem. Objetivo: reconhecer a unidade fonológica: rimas. 12) Trabalhando com palavras Perguntar: Qual a palavra que mais se repete no texto? Quantas vezes se repetem? Solicitar que encontrem e circulem/pintem as palavras repetidas no texto, palavras que comecem/terminem com a mesma letra/sílaba. - Quem quer escrever a palavra na lousa? 13) Fazer oralmente a análise linguística da palavra. Perguntar: quantas letras têm a palavra? Qual a primeira? Qual a última? Quais são vogais? Quais são consoantes? Quantas sílabas? Qual a primeira? Qual a última? Quantas letras têm na primeira frase? Quantas palavras têm na primeira frase? Quantos espaços em branco? Quantos sinais? Observação: o alfabeto deve está exposto na sala, sendo as consoantes de uma cor e as vogais, de outra. Ou um cartaz com todo o alfabeto, outro só com as vogais, e outro com as consoantes, para que os alunos consultem quando for necessário. 14) Desenhe os personagens da fábula. 15) Escreva, do seu jeito, sobre a personagem que você mais gostou. 16) Invente um nome bem bonito para a personagem que você desenhou. TRABALHANDO COM LETRAS, PALAVRAS E FRASES Análise linguística das palavras do texto.
  • 17. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire Escolher cinco palavras do texto e fazer uma lista. Primeiro, os alunos escreverão nos seus cadernos, do jeito que souber, as palavras que o professor ditar. Em seguida, fazer a correção coletiva.
  • 18. Projeto ALFATEC - Formação Continuada de Docentes Alfabetizadores Mediada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação Curso UPCA Curso UPCA: Uso Pedagógico do Computador na Alfabetização Angela Freire DU + RA = DURA BO + CA = BOCA