O documento discute (1) a expansão do mercado de shoppings centers para cidades menores impulsionada pela estabilidade econômica, (2) as oportunidades que isto cria para arquitetos e designers de interiores, e (3) os desafios de projetar lojas para shoppings centers levando em conta fatores como rentabilidade e experiência do cliente.
1. newsletter
Ano 6 - Setembro 2011 - N°29 - Publicação ABD - Associação Brasileira de Designers de Interiores
Constante expansão de mercado
atrai profissionais
Impulsionados pela estabilidade da economia, shopping centers se
espalham pelas cidades do interior e se consolidam como frente
de trabalho para Arquitetos e Designers de Interiores.
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| Entrevista | | Varejo | | Associados |
Fernando Jaeger revela Confira como valorizar a emoção Como deixar seu projeto mais
como atuar na profissão sem dos consumidores nesses sustentável e destacar essa
prejudicar a natureza. | pág 3 tipos de projetos. | pág 7 importância para o cliente? | pág 8
2. | Agenda ABD | | Conexão ABD |
Comemoração: Dia do Designer de Interiores
Outubro A ABD MG preparou algumas atividades para celebrar o dia do
Designer de Interiores. No dia 27 de outubro será feita uma visita
orientada a exposição “ROMA – A VIDA E OS IMPERADORES”, que
apresenta a história e vida dos imperadores e do povo de Roma,
Palestra ABD: Como projetar através da arte, arquitetura, conquistas e opulência do Império.
clínicas odontológicas Após a visita, todos os associados podem participar da palestra
04/10 – Curitiba “Arte e poder”. Ministrada por Paolo Liverani, da Universidade de
18/10 – Belo Horizonte Florença, que abordará a arte romana e sua função política durante
................................................. o período imperial.
Encontro ABD:
Coletivo MUDA e a transformação Design no Brasil é visto pelo mundo
de áreas antes abandonadas A Espasso, galeria em Nova York de Carlos Junqueira, é especializada
em espaços lúdicos e alegres em design brasileiro e realiza até o final de outubro uma exposição
04/10 – Rio de Janeiro dedicada à produção recente e aos modelos clássicos da marca Etel,
................................................. pela celebração das várias gerações do design nacional. O evento con-
Morar Mais Por Menos ta com a presença de Arthur Casas, Isay Weinfeld, Jorge Zalszupin,
Etel Carmona entre outros. Após a mostra, as peças mais importantes
06/10 a 15/11 – Curitiba
serão movidas para a coleção permanente da galeria, que pretende
26/10 a 04/12 – Brasília contar a história do design moderno brasileiro.
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Palestra: Rocco, Vidal +
Arquitetos: Arquitetando
19/10 – São Paulo
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Palestra: ABC Design Inspira
com Javier Mariscal
24/10 – Curitiba
26/10 – São Paulo
27/10 – Rio de Janeiro
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Conferência Façades Brazil A arte do design
25 e 26/10 – São Paulo
................................................. O Museu de Arte de Tel Aviv, em Israel, inaugura em novembro um
1º Design Fórum Inovação novo espaço: a galeria Herta & Paul Amir Building. Dedicado ao
A potencialização do seu negócio modernismo e em formato espiral, o projeto foi idealizado pelo ar-
quiteto norte americano Preston Scott Conhen que soube utilizar
26/10 – São Paulo
................................................. ao máximo o espaço com cerca de 19.000 m², mesmo sendo irregu-
lar. Painéis triangulares de concreto formam de maneira geométrica
Congresso Internacional de seis andares pivotantes, encobertos por um alto telhado de vidro e
Arquitetura e Design (CAD) um átrio central. Para a sua abertura, a galeria receberá uma ex-
27 e 28/10 – Porto Alegre posição do pintor e escultor Anselm Kiefer.
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Palestra: ABC Design na prática
com Javier Mariscal
28 e 29/10 – Rio de Janeiro
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3. | Entrevista |
Aumento do consumo x Design sustentável
Fernando Jaeger revela como não agredir o meio ambiente
A utilização de matérias primas renováveis e o reuso de itens
descartados no processo de fabricação são algumas formas
de contribuir para a preservação de recursos naturais. Confira
uma entrevista exclusiva com o designer Fernando Jaeger, re-
conhecido pelos traços limpos e enxutos, aliados a um modelo
artesanal de produção que prioriza o uso de diversos tipos de
madeiras de reflorestamento e outras técnicas de sustentabi-
lidade. Jaeger é formado em Desenho Industrial pela UFRJ e
já recebeu premiações importantes da área, como o “Prêmio
Planeta Casa 2008”, com a Poltrona Theo, a “Menção Ibama
Profissional” (2006), do Salão Design Movelsul, com a Pol-
trona Trama, o prêmio “Brasil Faz Design“ (2002), “Movesp/
Ibama” (1992) e o “Movesp Design” (1991).
Fernando Jaeger
Muita coisa mudou no cenário do design
brasileiro. Há pouco tempo o que vinha de
fora era mais valorizado. Quais foram suas as
maiores dificuldades no início da carreira? suas moradias com frequência. Temos também inúmeros
blogs, sites e revistas de decoração fomentando esse mercado.
As maiores dificuldades ainda são as mesmas: desenvolver
design e produzir no Brasil. Embora o design brasileiro seja Recentemente, você expôs algumas peças no
mais valorizado atualmente, não são todos os profissionais Museu Belas Artes, com o tema “Cor, materi-
que conseguem produzir em escala. Muitas vezes a produção alidade e sustentabilidade”. De que forma o
é artesanal, de poucas peças e a preços elevados. Em outros projeto de Design de Interiores pode ser eco-
casos, os produtos são industrializados no exterior. logicamente correto?
Qual o grau de importância em contextualizar Temos hoje que repensar vários conceitos, como por exem-
os profissionais de Design de Interiores em re- plo, não nos deixar levar por modismos. É muito comum se
lação às questões sociais e econômicas do Bra- eleger certos materiais e soluções que são usados em ex-
sil? Ao se deparar com questões como o cres- cesso e que cansam logo. O projeto logo fica “datado”, perde
cimento do poder aquisitivo da classe C, por valor rapidamente, e logo têm-se que reformar o ambiente,
exemplo, o que muda em um projeto de Design? gerando desperdício. Também é muito importante criarmos
ambientes agradáveis, com boa circulação, fazer uso de ven-
O crescimento da classe C já proporcionou reflexos no en- tilação e iluminação natural, e escolher materiais duráveis e
foque de várias redes de lojas de decoração, sem dúvida. não descartáveis.
Agora precisamos desenvolver um design de melhor quali-
dade para ela, o que não significa necessariamente produ- O Brasil possui recursos naturais diversificados.
tos caros, mas sim produtos bonitos, de boa qualidade e que Qual a melhor forma de utilizá-los em um pro-
cumpram bem sua função. jeto de design, sem agredir o meio ambiente?
Em sua opinião, a que se deve a crescente Pensando em projetar produtos que sejam duráveis, fazen-
procura pelo curso de Design de Interiores? do uso racional das matérias primas e evitando desperdí-
cios. Além disso, é preciso procurar utilizar matérias primas
Temos um boom imobiliário e pessoas valorizando mais o renováveis, como madeira de reflorestamento e de manejo
“morar bem”. Antigamente montava-se a casa uma vez, para sustentável, e economizar nos processos, gerando economia
toda a vida, mas hoje em dia as pessoas gostam de renovar de energia, água, combustível etc.
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4. | Mercado |
Um mercado em constante expansão
Shopping Centers se espalham pelo interior do Brasil
Com a indústria e varejo de shoppings em pleno cresci- Histórico
mento, graças à estabilidade da economia e à preferência
de lojistas e empreendedores em investir neste mercado, O primeiro shopping inaugurado no Brasil, em 1966, foi o
Arquitetos e Designers de Interiores têm novas frentes de Iguatemi em São Paulo. Desde então, esse setor invadiu
trabalho a agregar em suas carreiras. Fachadas, vitrines, capitais e cidades do interior e apresentou um crescimen-
quiosques, iluminação. São inúmeras as oportunidades de to impressionante em termos de Área Bruta Locável (ABL),
faturamento e empregos gerados (720 mil funcionários). O
um mercado que não para de crescer.
número de shoppings existentes no Brasil é de 416, totali-
zando uma ABL de 9.733.304 m². A participação desse setor
Até 2012, 56 novos shoppings devem ser inaugurados no
representa aproximadamente 18% do volume de vendas do
país, segundo a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping
mercado de varejo, indicador ainda baixo, se comparado aos
Centers). Desse número, 36 estarão em cidades com menos percentuais de 70%, nos Estados Unidos, e 35% na Europa.
de 1 milhão de habitantes, que se tornam atrativas diante da
falta de terrenos amplos e baratos nos grandes centros, e do Mais espaços, mais trabalho
crescimento de consumidores com o avanço da classe C. De
acordo com o censo realizado pelo Ibope a pedido da Alshop Os grandes centros de compras atraem tantas pessoas pela
(Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), até 2013 es- possibilidade de reunir, em um só local, tudo que eles pre-
tão previstos 16 novos empreendimentos em Bauru, Jundiaí, cisam. Lojas de roupas, jóias e calçados. Bancos, cinemas
São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Sorocaba e e restaurantes. O consumidor aproveita para fazer compras
enquanto passeia por corredores cada vez mais aconchegan-
Taubaté, contra nove unidades na capital paulista.
tes e arborizados.
De acordo com Virgínia Portugal (RJ) arquiteta com MBA em
Segundo Virgínia, para o sucesso do projeto é necessário que o
Gestão de Shopping Centers, é necessário ter experiência
cliente expresse muito bem o programa, as áreas necessárias
para atuar nesse setor. “Cada metro quadrado precisa ser para cada tipo de operação comercial e as etapas em que
rentabilizado, ao mesmo tempo o cliente do produto final pretende construir. “As diversas áreas: arquitetura, estrutu-
deve se sentir acolhido para retornar sempre. O projeto deve ra, instalações, iluminação, paisagismo, impermeabilização,
ser de forma que seu custo operacional seja compatível com tráfego, ambientação interna, precisam estar compatíveis
o valor de condomínio que os lojistas podem arcar”. ente si. Desta forma os profissionais devem se reportar fiel-
mente ao coordenador da equipe, procurando o conjunto”.
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5. O arquiteto Renan Medau (SP) tem em seu portfólio proje-
tos para lojas de shoppings, como por exemplo: Timberland
do Shopping Unicenter (Buenos Aires) e da Timberland do
Shopping Alto Las Condes (Santiago), além dos projetos das
lojas da marca Pólo Ralph Lauren. Com essa experiência,
ele descreve as etapas de realização desse tipo de projeto:
“Conhecimento das necessidades do cliente, elaboração de
estudos preliminares, aprovação do projeto pelo cliente e
pelo shopping, encaminhamento do projeto de arquitetura
para os projetos complementares de elétrica, ar condicio-
nado etc. Após esta etapa de projetos, vem a execução da
obra e o acompanhamento pelo arquiteto”.
Renan Medau - Loja Pólo Ralph Lauren do Shopping Jardim Sul
O arquiteto desenvolveu todos os projetos dessa franquia no Brasil
entre 1988 e 2001. O estilo adotado foi o inglês, com bastante uso
de madeira, materiais nobres no piso, como mármore italiano e
iluminação com luzes de tom quente, incandescentes e dicróicas.
Conforme Alessandra Souza (RJ), arquiteta, a principal eta-
pa é a concepção do projeto, quando se define o padrão do
empreendimento. Para isso o profissional deve estar atento
às inovações de mercado em vários aspectos, como ilumi-
nação e design. “Podemos apontar como um erro fatal a
concepção de uma loja sem o conhecimento profundo sobre
a funcionalidade exigida pelo tipo de negócio, ou mesmo
a idealização de um espaço sem respeitar os limites finan-
ceiros do cliente – o que pode gerar a execução incompleta
do projeto ou, até mesmo, torná-lo inviável”.
Alessandra Souza – Loja Versuz do Boulevard São Gonçalo Shopping
O arquiteto desenvolveu todos os projetos dessa franquia no Brasil
entre 1988 e 2001. O estilo adotado foi o inglês, com bastante uso
de madeira, materiais nobres no piso, como mármore italiano e
iluminação com luzes de tom quente, incandescentes e dicróicas.
O marketing das vitrines
Se os shopping centers são lugares de compras, as lojas
devem atrair consumidores para essa finalidade. De acordo
com o arquiteto Américo Parlato (SP), para elaborar o projeto
de uma loja é fundamental um conhecimento básico de mar-
keting e merchandising. “O projeto ajuda a expor e vender
um produto e a arquitetura tem um papel importante na fixa-
ção e valorização da marca. Uma questão fundamental é a
exposição dos produtos, portanto o design dos expositores
e a iluminação devem ser tratados de maneira muito cui-
dadosa, alinhados com a dinâmica de vendas. A exposição
da marca também deve ser tratada com o mesmo cuidado
com letreiros e luminosos atraentes e bem distribuídos”, diz.
Américo Parlato - Loja Éden do Shopping Anália Franco
A área de vendas conta com 100 m² e um mezanino de 33 m²,
que acomoda o estoque e uma área de atendimento para aplica-
ção de maquiagem. O design é clean para que as embalagens e
as imagens promocionais compusessem o visual com uma tex-
tura de cores impactante.
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6. Um caso de sucesso
Há 16 anos, Virgínia Portugal e seu escritório Viável Arquite-
tura, com sede no Rio de Janeiro, desenvolvem o projeto do
Shopping Center Uberaba. Quando o primeiro empreendedor
a procurou, ainda não tinha fechado as parcerias que viabi-
lizariam financeiramente a empreitada. Então, foi elaborado
o primeiro estudo para que ele convencesse os sócios a in-
vestirem. Com o grupo de investidores formado, em 1999 foi
inaugurada a primeira etapa com 19.000 m². Em 2005 foi
implantada a segunda etapa, com mais 7.000 m² e no final de
2011 será inaugurada a terceira etapa, que totalizará 37.000 Virgínia Portugal
m², com mais 14.000 m² de subsolo para estacionamento.
Segundo ela, os empreendedores consideram o projeto tão bem sucedido que não querem mexer em nada, contudo a ambienta-
ção deve ser renovada a cada cinco anos para que os clientes percebam as novidades e se sintam mais atraídos.
“Trabalhamos com o estilo contemporâneo que se adapte bem à localidade. Cada região tem sua cultura e influência arquitetônica
e, por isso, devemos analisá-la para que os futuros clientes se sintam confortáveis e familiarizados dentro do prédio”, completa.
1997
2005
2011
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7. | Varejo |
Arquitetura de Interiores no varejo:
valorizar a emoção dos consumidores
Sentar-se em um sofá para descobrir se é confortável ou não. que podem ser classificados como: iniciantes, experimenta-
Experimentar o toque de um tecido. Sentir o efeito de uma ilu- dores ou que buscam a convivência.
minação. Nada substitui o contato direto do consumidor com o
produto quando o assunto é decoração. Ambiente
Visitar uma loja é um programa. Nela, a exposição de produ-
A Internet será mais uma mídia para informação e seleção de tos e a interatividade com imagens permitem que os clientes
marcas. Mas, para decidir a compra, o consumidor vai querer
troquem experiências e recebam orientações.
ver, ouvir e sentir tudo sobre o produto desejado.
Quando um Arquiteto ou Designer de Interiores projeta uma loja, O vendedor agora é um consultor, um animador, um estimulador.
deve buscar proporcionar uma experiência estimuladora para
os consumidores. Uma loja com arquitetura ambiental adequa- A organização das lojas obedece a um perfil associado aos
da apresenta características bem definidas: comportamentos de compras dos clientes. As lojas de deco-
ração, por exemplo, podem ser divididas em três grandes gru-
a) Seus ambientes devem ser criativos e sugestivos. pos: tradicional, fashion e vanguarda. Esse posicionamento
determina muitos aspectos do projeto.
b) O projeto precisa facilitar a troca constante dos produtos expostos.
c) A tecnologia da informática está cada vez mais presente aju- Tradicional
dando a dar vida aos espaços imaginados pelos clientes. Uma • Produtos mais seriados
imagem do ambiente a ser decorado, muita imaginação e a • Variação mínima
ajuda de um consultor são elementos fundamentais. A infor- • Bom acabamento
mática permite visualizar as soluções. • Produtos com muito conforto
• Design clássico ou contemporâneo
Essa necessidade de experimentar transforma o processo de
decisão de compra que será ainda mais lento. Mas as pessoas
Fashion
querem investir tempo em pesquisar alternativas.
• Baixos volumes
O perfil da Loja de sucesso • Muita diferenciação
• Design atual e jovem
Objetivo • Forte apelo para o natural e o tecnológico
Proporcionar uma experiência agradável para seus visitantes,
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8. ABD Newsletter é uma publicação mensal da Associação Brasileira de Designers de Interiores para seus
associados. Al. Casa Branca, 652 - cjs 71 e 72 - São Paulo - SP - Cep 01408-000 - Tel/Fax: (11) 3064-6990.
Editado pela Ricardo Botelho Marketing S/C Ltda. Jornalista Responsável: Ricardo J. Botelho (Mtb 12.525).
Redação: Andressa Luz e Joyce Cristina. Direção de Arte: Felipe L.M. Lenzi.
| Associados |
Sustentabilidade: um desafio contemporâneo
Qual a importância de especificar produtos ecologicamente corretos
e conscientizar clientes para que isso se torne uma prática constante?
Um tema atual e bastante discutido. A sustentabilidade é o
conjunto de práticas que diminuem os impactos das atividades
prejudiciais ao meio ambiente. Segundo Marília Chamoun
(ABD-ES), essa tendência é irreversível. “Cada vez mais os
consumidores conscientes forçam as empresas a fabricarem
produtos adequados, em alguns países os consumidores até
mesmo boicotam produtos que degradam o meio ambiente”.
Algumas atitudes podem mudar um projeto de design e ade-
quá-lo a essas necessidades. De acordo com Priscila Iglesias
(ABD-SP), a preocupação com o meio ambiente é uma das
responsabilidades do Designer de Interiores. “O acesso que
temos às informações técnicas dos produtos, através dos for-
necedores e prestadores de serviços, nos permite especificar
materiais e acabamentos ecologicamente corretos”.
“É melhor mexer no projeto do que na obra”
Com essa declaração, Gabriella Saback e Ana Paula Munhoz
(ABD-GO) destacam a importância de pensar “verde” antes de o
projeto sair do papel, para evitar desperdícios no presente e no
futuro. “Buscamos fugir de modismos, de materiais que possam
fazer o cliente enjoar rápido do ambiente. Nossos projetos são
atemporais e sempre de fácil manutenção, para que não sejam
casas descartáveis e sim para a família durante toda vida”.
Aplicando o conceito
O profissional tem à disposição algumas formas de harmonizar o projeto com a natureza, tais como: uso de materiais re-
ciclados, de alta durabilidade e de empresas certificadas, energia solar, irrigação, aproveitamento da água da chuva e da
iluminação natural, lâmpadas de led, válvulas de descarga com fluxo duplo e tintas à base d’água – que deixam o ambiente
naturalmente mais claro. Mas, também é preciso especificar produtos de fácil manutenção e limpeza, para deixar o dia a dia
da casa sustentável. “De nada adianta ter essa atitude, se na hora da limpeza for preciso utilizar materiais agressivos em
dosagens absurdas”, dizem Gabriella e Ana Paula.
O conjunto de ações em prol do meio ambiente é vital para o
equilíbrio do planeta e “representa um verdadeiro dever cívi-
co e um real exercício de cidadania. A conscientização dos
nossos clientes é uma consequência necessária e natural
desta postura”, revela Alberto Sauro (ABD-SP).
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