Este documento descreve a colelitíase ou calculose biliar, que é a presença de cálculos na vesícula biliar. Ele explica a anatomia e função da vesícula biliar, como os cálculos são formados, os sintomas comuns e o diagnóstico por ultrassom.
2. Anatomofisiologia da Vesícula Biliar
• A vesícula é uma pequena saculação que se
encontra junto ao fígado e sua função é
armazenar bile, um líquido amarelo esverdeado
espesso produzido pelo fígado . Após a
alimentação , a vesícula libera bile em grande
quantidade no intestino delgado para entrar em
contato com o alimento e continuar o processo
de digestão iniciado pelo estômago. A função
básica da bile é emulsificar as gorduras.
3.
4. • A bile é composta por três substâncias: o colesterol, os
sais biliares e lecitina. Juntos em quantidades
proporcionais mantêm a bile em estado líquido . Quando
o colesterol ou os sais biliares são produzidos em
excesso pelo fígado por alguma razão , há precipitação
desta substância formando pequenos grânulos. Estes
grânulos são o início dos cálculos.
5. • Há diferentes tipos e tamanhos de cálculos. Depende de
qual substância o cálculo é formado e há quanto tempo
ela está em formação. Portanto, poderemos ter muitas ou
apenas uma pedra; pedras pequenas como grãos de
areia ou grandes até o tamanho de um ovo de galinha.
• Cerca de 90% dos cálculos são formadas de colesterol. O
restante é composto de sais biliares (bilirrubina).
• A presença de cálculos no interior da vesícula provoca
processo inflamatório crônico com fibrose da parede
vesicular.
6. Sintomatologia
• Grande parte dos portadores de cálculos na vesícula são
assintomáticos.
• Se forem sintomáticos, os sintomas são:
• Dor (cólica biliar) é geralmente contínua;
• Localização: hipocôndrio direito e região epigástrica;
• Duração: mais de meia hora;
• Irradiação: região interescapular e ombro direito;
• O quadro álgico decorre da inflamação, espasmo ou
distensão da vesícula biliar ou do esfíncter de Oddi, ou
mesmo pela impactação de cálculo biliar no infundíbulo
da vesícula durante a sua contração.
7. • É frequente a presença de náuseas e vômitos. Muitas
vezes é confundida com dor de estômago, de rins ou até
mesmo de coluna vertebral;
• Dispepsia;
• Distensão abdominal;
• Intolerância a alimentos gordurosos;
• Azia;
• Flatulência;
• Borborigmos;
• Eructações;
• Geralmente não melhora com medicação caseira,
mudança de decúbito, evacuação ou com peristaltismo.
8. Incidência
• Mulheres entre 20 e 60 anos têm 3 x mais chance de ter
cálculos do que a população masculina;
• Mulheres multíparas;
• O risco aumenta com a idade e a obesidade.
9. Diagnóstico
• O primeiro exame a ser solicitado na suspeita de
Colelitíase é a Ultrassonografia. Além de visualizar os
sistemas biliares intra e extra-hepáticos (revelando
dilatações), ainda permite a observação do fígado e do
pâncreas.
10. Diagnósticos diferenciais
• Dentre os diagnósticos diferenciais, podem ser citados:
• Colecistite calculosa aguda;
• Colecistite calculosa crônica;
• Coledocolitíase (cálculo no ducto colédoco);
• Neoplasia da vesícula biliar;
• Úlcera péptica;
• Pancreatite;
• Refluxo gastroesofágico;
• Apendicite;
• Hepatite.