O documento resume o gênero teatral conhecido como melodrama. Aborda suas origens na ópera italiana do século XVII, seu desenvolvimento como gênero reconhecido na França no século XIX, e suas características como enredos sentimentais, personagens, temas, uso de apartes e monólogos. Também discute as variedades de melodrama na ópera, teatro, novelas e circo.
Melodrama: gênero teatral entre ópera, teatro e novela
1. MELODRAMA
ALEXANDRE CARMO |AMINE MARIA | CRISTINA ARAUJO | MARCUS VICAMP | RENATO BERTINI
Seminário | Turma Avançado – Profº Bhá Prince
Casa de Cultura Dinorah do Valle
2. ABORDAGEM
• Introdução
• Espetáculos e sua categorias
• Estrutura
• Características dos personagens
• Temas
• Apartes, Monólogos e Confidencias
• Melodrama Gótico
• Melodrama na Ópera
• Melodrama no Teatro
• Melodrama na Novela
• Melodrama no Circo
4. Iniciado no final do séc XVII nas
Óperas Italianas.
“Como um procedimento no qual a
fala e a música, em vez de andarem
juntas se alternam, quando uma
frase musical anuncia e prepara a
frase falada”.
Oficialmente reconhecido como
Gênero Teatral em 1800 com a obra
Coeline, de René-Charles Guilbert de
Pixérécourt Definindo um tipo
complexo de espetáculo cênico
iniciado após a Revolução Francesa.
Anonimous . Coeline – R.C. G. Pixérécourt
6. • “Este trabalho é resultado
de um contato sincero com
o artista ambulante. Fui lá
procurando a essência da
linguagem teatral brasileira.
E encontrei pessoas.
Procurando as ideias e
encontrei a vida. Não
dedico essa peça a eles
porque eles jamais a lerão. E
se a lessem não se
interessariam por montá-la.
E eles sabem o que fazem.”
(SOFFREDINI, 1979 – Folha de
São Paulo)
7. “Vem buscar-me que ainda sou
teu é uma reflexão. Essa pesquisa
não é popular, discute coisas que
interessam ao público normal de
teatro, ao público jovem. Esse
trabalho traz uma discussão
sobre a cultura, as linhas
rompidas com o teatro a partir
das experiências estrangeiras.
Não é que eu negue esse teatro
novo, mas retomo o fio anterior,
o teatro que ficou na periferia e
que é nosso (SOFFREDINI,
1979 –Folha de São Paulo).
9. Rússia -1927 -
Duas órfãs – Adolphe D’Ennery e Eugene Cormon (Adaptado e encenado no
Teatro de Arte de Moscou) – preparação de atores por Stanislavski – nome: A
Irmãs Gérard;
Ocupação Dramaturgo, Romancista
Nome
completo
Adolphe Philippe d'Ennery
Nascimento 17 de junho de 1811- Paris
Morte 25 de janeiro de1899 (87 anos)
Paris
Nacionalidade francês
10. Sergei Balukhatii (1892-1945)
• Paixão – motor melodramático (papel fundamental “expor as paixões que
constituem a força motiva da ação das personagens” )
• Vivência emocional destaca-se no enredo
• Surpresa – geralmente desagradável
• Forte relação emocional com a platéia
11. Organização Unidimensional e Linear
• (unidade de ação, o começo-meio-fim)
• Jogo do imprevisto (atores e platéia)
• Tramas: assassinato, o fado, sina de uma garota inocente, pessoa forçada a
cometer ações contrárias às de sua consciência
• Choques emocionais – platéia
• Inesperado (Segunda característica)
• Papel do acaso – elemento ameaçador
12. • Enredo – Reviravolta de uma situação comum (um encontro,
uma carta)
• Duplo final – aspecto restaurador promove o alivio da situação –
catarse para a platéia
• Inesperado, a surpresa e choque – parte do discurso e da vivência
melodramática, no palco e na platéia
• Drama – troca rápida de normas levam a um caminho – situação
finalizadora
• Melodrama – Trocas imediatas entre o feliz e infeliz – oscilações
alternadas até final duplo
13. Melodrama: Sociedade capitalista em modo
trágico
• O inesperado resolve ou aprofunda todos os conflitos e estabelece uma
dinâmica de ordem-desordem-ordem, acumulada
• Espectador fica na expectativa do destino da história
• Adiamento resolução – acaso como determinante da ordem em que se vive –
destino – incerteza
• Identidade com a platéia para que o público seja iludido ou envolvido na
representação
14. Psicose - Melodrama
A estrutura teatral, a
carpintaria é a mesma do
drama. Há apenas um
porém: no melodrama, o fluxo
da emoção se inverte, ou
seja, não parte apenas do palco
para a plateia, mas também
da plateia para o palco.
15. • Melodrama – mais cênico de todos os gêneros – foi escrito para ser efetivado no
palco e “composto para a cena”
• Elementos Estruturais – Funcionam para o espectador e não para o leitor essa
Consciência Cênica – possibilita uma estilização particular de seus efeitos
18. O mecanismo é eficiente que dispensa a encenação de acontecimentos que são importantes
para a compreensão da trama, mas retardariam a ação, se tivessem que ser mostrados
Ensejam o
desabafo
Ajudam a recordar
episódios
Introduzem
conselhos e
presságios
20. O melodrama não perde a plateia de vista, tem a necessidade de
manter o público cativo e continuamente alimenta tal relação.
Permite municiar o espectador em uma posição privilegiada, pois
podem controlar a angustia que o assalta ao verificar que o mal
prospera e que o herói corre os risco.
O conhecimento propicia ao público uma sensação de domínio sobre
os fatos e sobre os segredo.
Na utilização do aparte o rompimento da ilusão é muito explicito. O
recurso contradiz a convenção da quarta parede, que esta vinculado ao
gênero.
O melodrama monitora as respostas desejadas, coopera para
aprofundar a empatia com os heróis, especialmente porque estes
desempenham o papel de vitimas sem culpa.
22. GÓTICO – É adjetivo que se refere a tribo dos Godos, povo de cultura germânica.
23. O efeito “gótico” consiste na criação de uma atmosfera narrativa, que deve envolver o leitor na
história, para em seguida assusta-lo, mas de modo que lhe provoque prazer, é um dos mais
influentes modelos narrativos para as histórias de horror e terror que temos atualmente.
A partir da filosofia neoclássica, os autores góticos investiram na criação de imagens obscuras e
representações simbólicas.
O medo e o anseio pela morte foram temas centrais nessas narrativas. Alguns exemplos
recorrentes iniciais são:
abadias decandecentes
habitadas por clérigos
maléficos
castelos sinistros onde
aristocratas tirânicos
portas se fechem
misteriosamente
25. Marca o uso do termo gótico em
literatura pela primeira vez. Em cena
tem-se um elmo monstruoso, espadas
gigantes, uma mão invisível, calabouços
labirínticos, quadros fantasmagóricos e
toda a parafernália sobrenatural que
faria o sucesso dos romances góticos
subsequentes.
The Castle of Otranto (1764) Sir Horace Walpole
27. Nesta estética o autor apresentava como personagens:
espíritos que
retornavam de
outra dimensão
para exigir justiça
fantasmas
acontecimentos
sobrenaturais
heroína
necessitando ser
salva
Apresenta-se sempre uma linguagem do/para o povo, com pitadas de mistério, sentimentalismo, suspense, sofrimentos e
alegrias do cidadão comum, buscando comover o telespectador e delineando certos padrões morais e estéticos.
29. O melodrama na ópera teria surgido em 1774 como
forma de inserir o texto falado ou recitativo na
forma cantada. Ariadne auf Naxos (Ariadne em
Naxos / Ariadne auf Naxos texto de Brandes e
arranjos de Georg Anton Benda, 1774) seria uma
das primeiras tentativas desta relação musical.
O melodrama operístico alemão tem esta característica.
Rousseau define melodrama como um procedimento onde
a fala e a música, em vez de andarem juntas se alternam,
quando uma frase musical anuncia e prepara a frase falada.
31. Melodrama – espetáculo popular
Sec. XVII – proibição do teatro
popular
Teatro oficial para elite
Teatro de mímica exclusivo para o
povo
Consolidação da Ópera
França e Inglaterra
Sec. XVIII – Ressurgimento das
peças teatrais - espetáculo de feira
Temas – Contos, mistérios e relatos
de terror
Mudança radical de público
32. Após Revolução Francesa
Sec. XIX (1806) – Suspensão da proibição dos espetáculos nos
teatros;
Melodrama – Reflexo de uma consciência coletiva
Oficialmente o gênero melodramático surge em 1800
René-Charles Guilbert de Pixérécourt - obra - : ( Coeline) –
fundador do gênero
33. • Influência – teatro das feiras e
pantomima
• Sucesso de Público
• Representantes - Inglaterra: Thomas
Holcroft (1745 – 1809)
• Alemanha: August Friederich von
Kotzebue (1761 – 1819)
• EUA: Dion Boucicault ( 1822 – 1890)
• Interlocutor para novos estilos –
principal gênero teatral do século
Grandes influentes
35. Filmes mudos – Nas décadas de 10 e 20
Méliés – Famoso “ilusionista de barraca de feira”
Décadas de 30, 40 e 50 surgem os Filmes de aventura e ação
(séc. XX) – com influência do teatro popular e vaudeville
Segunda metade do sec. XX – Filmes femininos (a partir
da década de 50)
36. Origem das novelas
Melodrama Teatral
Romance Europeu (Séc. XIX)
Romance em folhetim, por jornal (Séc. XIX)
Romance em folhetim por entrega (fascículos)
Fita-em-série Norte-Americana
Rádio Novela
Histórias em quadrinhos
Fotonovela
38. Telenovela
• Novelas de rádio: Em busca da Felicidade –
1ª. a ser transmitida no país em 1941 – Rio
de Janeiro
• O Direito de Nascer – Principal radionovela
no país – (cubana)
O Astro ( Janete Clair, 1977)
39. Ídolo de pano – Telenovela perseguida por sua linha melodramática (1975, TV Tupi)
Fascinação ( 1998 – SBT)
Corazon Salvaje e La Mentira – Caridad Bravo Adams (escritora mexicana)
41. O melodrama apresentado no circo brasileiro é uma forma constante de manifestação
teatral circense que pode ocorrer entre as atrações do circo. De certa forma segue algo
do estilo do melodrama teatral do final do século XIX, desenhado em ações, com
conflitos polarizados, através de uma dramaturgia simples, baseada em conflitos
familiares, atuado de uma forma grandiosa ou exagerada, tendo em vista os padrões de
interpretação atuais que sublinham o natural.
42. OBRIGADO A
TODOS !!!
ASSISTAM AGORA A ENCENAÇÃO DA PEÇA
“VEM BUSCAR-ME QUE AINDA SOU TEU”
(Carlos Alberto Sufredini)