SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Baixar para ler offline
1




                  LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA1


                                                                   Amilton Benedito Peletti2


         Este texto é resultado de uma pesquisa monográfica intitulada “Reflexões
Sobre o Ensino de História: Da Ditadura Militar ao Livro Didático da Cidade de
Cascavel”, sendo que utilizamos como recorte para o artigo apenas o terceiro capítulo.
         Inicialmente destacamos que na realização deste trabalho utilizamos uma
significativa gama de autores, os quais foram citados, parafraseados ou interpretados.
Esperamos que essa reflexão possa instigar novas discussões e, conseqüentemente,
novas práticas no que se refere ao ensino de história nas escolas.
         Ao abordarmos a questão do livro didático faz-se necessário, em primeiro
lugar, levar em conta a condição de mercadoria deste produto, que contém tanto
elementos da sua materialidade, ou seja, das leis de mercado, como também do seu uso,
portanto, da Educação.


                         A análise do manual escolar de História e de disciplinas correlatas é
                         hoje uma das linhas de pesquisas que tem muitos seguidores no país.
                         Do texto de Estudos Sociais evolui-se para o de História,
                         identificando suas mazelas, os interesses explícitos ou aparentes, as
                         ausências e presenças constantes, analisando-se, assim, a qualidade de
                         seu texto e desvendando, sobretudo os compromissos e as vinculações
                         do discurso histórico na escola, destronando, de uma vez por todas, a
                         concepção da neutralidade da escola e da imparcialidade/objetividade
                         do historiador (NADAI, 1992/3, p. 150).




1
  Este artigo é parte da Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de
Especialista no Curso de Pós-Graduação “latu sensu” Fundamentos da Educação, do Colegiado de
Pedagogia, Campus de Cascavel, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, sob orientação do
Professor Dr. Alexandre Felipe Fiuza no ano de 2007.
2
  Mestrando em Educação pela UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
(UNIOESTE), Especialista em Fundamentos da Educação pela UNIOESTE, Especialista em História do
Brasil pela UNIVERSIDADE PARANAENSE (UNIPAR), Graduado em História pela UNIPAR,
Professor da Rede Pública Municipal de Cascavel e Membro do GEPPES. ambepe@bol.com.br.
2

           No campo da Educação, entender o livro didático na sua completitude justifica-
se, principalmente, em função do papel que este adquire no contexto escolar, pois os
livros didáticos estabelecem grande parte das condições materiais para o ensino e a
aprendizagem nas salas de aula.


                               O livro didático tem sido, no dia a dia das escolas, especialmente, em
                               conseqüência das precárias condições de trabalho impostas ao
                               professor, um instrumento quase definidor do mesmo. Controlar o
                               livro didático tem representado controlar o próprio currículo
                               (SAPELLI, 2005, p. 7).

           Além disso, a postura do Banco Mundial de valorizar investimentos na
aquisição de livros ocorre, de acordo com Torres apud Sapelli (2005), principalmente
pelo fato de os textos escolares – “na maioria dos países em desenvolvimento” –
constituírem-se em si mesmos o currículo efetivo e, também, por tratar-se de um insumo
de baixo custo e alta incidência sobre a qualidade da educação e o rendimento escolar.
           Em países como o Brasil, nos quais as condições precárias da educação fazem
com que ele acabe determinando conteúdos e decidindo estratégias de ensino, diz-se
ainda que o livro didático é instrumento importante de ensino e aprendizagem formal
que, apesar de não ser o único, pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado
resultante das atividades escolares. Consideramos que são três as instâncias
fundamentais nesse processo: a área comercial das grandes editoras; o Estado,
especificamente as políticas públicas para o livro didático3 e a escola (CASSIANO,
2004).
            Para Bittencourt (2004), o livro didático tem despertado interesse de muitos
pesquisadores nas últimas décadas. Depois de ter sido desconsiderado por bibliógrafos,
educadores e intelectuais de vários setores, entendido como produção menor enquanto
produto cultural, o livro didático começou a ser analisado sob várias perspectivas,
destacando-se os aspectos educativos e seu papel na configuração da escola
contemporânea. O livro didático é um objeto cultural contraditório que gera intensas
polêmicas e críticas de muitos setores, mas tem sido sempre considerado como um
instrumento fundamental no processo de escolarização. O livro didático provoca debates

3
  No Brasil, as políticas públicas para o livro didático são representadas pelo PNLD (Programa Nacional do Livro
Didático). Este programa foi criado em 1985, tendo como objetivo a aquisição e distribuição universal e gratuita de
livros didáticos para os alunos da rede pública do ensino fundamental, sendo que a política de planejamento, compra,
avaliação e distribuição do livro escolar é centralizada no governo federal. Realiza-se por meio do FNDE (Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação), autarquia federal vinculada ao MEC (Ministério da Educação) e
responsável pela captação de recursos para o financiamento de programas voltados ao ensino fundamental.
3

no interior da escola, entre educadores, alunos e suas famílias, assim como em
encontros acadêmicos, em artigos de jornais, envolvendo autores, editores, autoridades
políticas, intelectuais de diversas procedências. As discussões em torno do livro estão
vinculadas ainda à sua importância econômica para um vasto setor ligado à produção de
livros e também ao papel do Estado como agente de controle e como consumidor dessa
produção. No caso brasileiro, os investimentos realizados pelas políticas públicas nos
últimos anos transformaram o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD) no maior
programa de livro didático do mundo.
        É, portanto, por meio de pesquisas e reflexões sobre o livro didático que
podemos identificar a importância e as relações contraditórias desse instrumento de
comunicação, de produção e transmissão de conhecimento, integrante da "tradição
escolar". Para Bittencourt (2004), o livro didático assume ou pode assumir funções
diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e
utilizado nas diferentes situações escolares. Por ser um objeto de "múltiplas facetas", o
livro didático é pesquisado enquanto produto cultural; como mercadoria ligada ao
mundo editorial e dentro da lógica de mercado capitalista; como suporte de
conhecimentos e de métodos de ensino das diversas disciplinas e matérias escolares; e,
ainda, como veículo de valores, ideológicos ou culturais.
        As análises de caráter ideológico iniciaram-se na década de 1960, época em
que se privilegia a denúncia do caráter ideológico dos textos e do conteúdo dos livros
escolares. Esta abordagem ocupava e ainda ocupa um lugar de destaque nas pesquisas
nacionais onde o enfoque sobre as ideologias subjacentes aos manuais ainda permanece.
No entanto, nos últimos anos houve mudanças de abordagens, pois foram ganhando
destaque análises acrescidas de outras temáticas, como por exemplo, relações entre as
políticas públicas e a produção didática, evidenciando o papel do Estado na
normatização e no controle da produção.
        A partir dos anos 1980, muitos dos problemas relacionados ao conteúdo ou ao
processo de produção e uso do livro didático por professores e alunos passaram a ser
analisados em uma perspectiva histórica, constituindo-se tais análises em uma das
vertentes mais importantes desse campo de investigação. Os objetivos centrais de tais
análises são o de situar o processo de mudanças e permanências do livro didático – tanto
como objeto cultural fabricado quanto pelo seu conteúdo e práticas pedagógicas –,
considerando sua inserção hoje, quando se introduzem, em escala crescente, novas
tecnologias educacionais, as quais chegam a colocar em xeque a própria permanência
4

do livro como suporte preferencial de comunicação de saberes escolares
(BITTENCOURT, 2004).
        Percebemos que o livro didático tem contribuído para a formação de uma
identidade nacional na escola, com a sacralização de certos acontecimentos históricos e
personagens tanto por meio das narrativas dos textos didáticos como por meio das
ilustrações. Exemplo disso são as pinturas ou ilustrações representando: Tiradentes, D.
Pedro I, Princesa Isabel, Independência do Brasil, a primeira missa, a Batalha de
Guararapes, pintadas por artistas que receberam todo o apoio do governo imperial,
como Pedro Américo, Vítor Meireles, considerados pintores oficiais da Monarquia.
        Portanto, a formação de uma identidade nacional e do conceito de nação é um
processo ideológico que na escola passa necessariamente pela conservação de uma
memória nacional e pela formação de uma consciência política. As propostas
educacionais do Estado não discutem no processo educativo que a formação da
identidade nacional e da nação são construções sociais em que o povo é sujeito
(ZAMBONI, 2003).
        Para tanto, o Estado impulsionou a indústria cultural, sendo que, no caso do
ensino, houve uma adoção em massa de livros didáticos, assumindo, em muitos casos,
reiteramos, a forma de currículo.


                       O livro didático torna-se uma das mercadorias mais vendidas no
                       campo da indústria editorial. Daí a preocupação do Estado e das
                       editoras em publicar os livros que estivessem em perfeita sintonia com
                       os programas curriculares de História, Geografia e demais disciplinas.
                       Uma outra novidade, visando à aceitação maior do livro didático, foi o
                       lançamento dos manuais dos professores, pela Editora Ática, em
                       meados dos anos 60. Estes manuais, além de trazerem a resolução de
                       todos os exercícios propostos, forneciam (e alguns ainda o fazem) os
                       planejamentos anuais e bimestrais prontos para o professor
                       (FONSECA, 1994, p. 139).


        A grande produção editorial no Brasil, principalmente de livros didáticos, não
significou a democratização do saber, pelo contrário, o consumo em massa de livros
didáticos de História, não contribuiu para a compreensão crítica da História entre os
alunos, pois este material tornou-se um “veículo” de difusão de uma história que
reproduzia a memória oficial, por sua vez excludente.


                       O projeto de simplificação no nível de difusão implica tornar
                       definitiva, institucionalizada e legitimada pela sociedade a memória
5

                        de um projeto de poder vitorioso. Não é por outro motivo que a
                        história do livro didático é, basicamente, a História Política
                        Institucional. “Os grandes fatos que marcaram a vida da sociedade”
                        são consumidos e consagrados como a História. Entretanto, estas
                        representações transmitidas simplificadamente trazem consigo a
                        marca da exclusão. O processo de excluir inicia-se no social, onde
                        “alguns atos” são escolhidos e “outros” não, de acordo com os
                        critérios políticos. Na academia o trabalho do historiador pode tanto
                        excluir, como recuperar, resgatar excluídos. Através do livro didático,
                        os excluídos não aparecem. Perdem o direito à história (VESENTINI
                        apud FONSECA, 1994, p. 142).


        A indústria cultural tornou-se um dos agentes que definem qual história ensinar
e como ensiná-la na escola, contribuindo para um ensino descolado do social ou um
ensino comprometido com outras experiências históricas.
        Os livros didáticos não são apenas instrumentos pedagógicos: são também
produtos de grupos sociais que procuram, por intermédio deles, perpetuar suas
identidades,   seus   valores,   suas    tradições,   suas    culturas   (CHOPPIN        apud
BITTENCOURT, 2002, p. 69). Ainda para a mesma autora, o livro didático tem sido
objeto de avaliações contraditórias, pois existem professores que os abominam
culpando-os pelo fracasso escolar e outros que se calam diante dos livros e o vêem
como um auxílio positivo nas aulas. No entanto, para a autora, o livro didático continua
sendo o referencial dos professores. Diz, ainda, que é preciso entender o livro como
uma mercadoria e que como tal está subordinado a lógica do mercado, pois para ela:


                        O livro didático é, antes de tudo, uma mercadoria, um produto do
                        mundo da edição que obedece à evolução das técnicas de fabricação e
                        comercialização pertencentes à lógica do mercado. Como mercadoria
                        ele sofre interferências variadas em seu processo de fabricação e
                        comercialização. Em sua construção interferem vários personagens,
                        iniciando pela figura do editor, passando pelo autor e pelos técnicos
                        especializados dos processos gráficos, como programadores visuais,
                        ilustradores. É importante destacar que o livro didático como objeto
                        da indústria cultural impõe uma forma de leitura organizada por
                        profissionais e não exatamente pelo autor. (BITTENCOURT, 2002, p.
                        71).


        O livro didático é um sistematizador de determinadas propostas, diz não apenas
o que fazer, mas como fazer, realizando uma transposição didática do saber acadêmico
para o saber escolar, selecionando textos, ilustrações e conceitos, torna-se, portanto, um
instrumento pedagógico (BITTENCOURT, 2002, p. 73). Entretanto, para a mesma autora,
o livro didático é limitado e condicionado por razões econômicas, ideológicas e
6

técnicas. A linguagem que produz deve ser acessível ao público infantil ou juvenil e isso
tem conduzido a simplificações que limitam sua ação na formação intelectual mais
autônoma dos alunos. Autores e editores ao simplificarem questões complexas impedem
que os textos dos livros provoquem reflexões ou possíveis discordâncias por parte dos
leitores. Sua tendência é de ser um objeto padronizado, com pouco espaço para textos
originais, condicionando formatos e linguagens, com interferências múltiplas em seu
processo de elaboração associadas à lógica da mercantilização e das formas de
consumo.
        A História Política que predominou no ensino de História até recentemente foi
responsável pela configuração nestes livros de uma galeria de personagens da vida
administrativa do país. Houve o cuidado de se pesquisar os possíveis retratos de
personagens que ficaram famosos posteriormente, para serem apresentados aos jovens
estudantes. É o caso, por exemplo, de Tomé de Souza e de Pedro Álvares Cabral. O
“descobridor” e o primeiro “chefe político” ou “governador-geral”, ou seja, biografar
chefes políticos fazendo uma galeria de pessoas ilustres.
        Nessa perspectiva, o conhecimento histórico de outras sociedades definiu uma
memória utilizada para rememorar e glorificar o passado de grupos dominantes. Para
desmistificar isso é necessário a introdução de outros elementos históricos e, também,
mostrar que essa visão é uma construção histórica e que constitui apenas uma parte da
realidade passada que foi criada.
        Bittencourt (2002), ressalta a importância de se considerar o livro como um
documento, de ser analisado como um objeto produzido em determinado momento
histórico, e passível de incorporar investigações históricas. Outro fator importante é o
papel do professor no sentido de mediar uma reflexão sobre as imagens que são postas
diante dos olhos dos alunos por meio do livro didático, compreendendo que aquelas
imagens representam algo, tem um sentido, um significado.
        Para Araújo (1999), o livro didático é um instrumento essencial nas aulas de
história e, por isso mesmo, considerado hoje por muitos estudiosos como sendo um dos
problemas crônicos do ensino fundamental e médio por serem os principais
veiculadores de conhecimentos sistematizados. Isso torna emergente uma reflexão sobre
a relação entre conhecimento historiográfico produzido na academia e o saber
sistematizado do livro didático e, conseqüentemente, das aulas de História. Sendo que:
7

                          É a partir dos finais dos anos 70 que ocorrerão mudanças
                          significativas no espaço acadêmico e na indústria cultural brasileira.
                          Até então a história ensinada no Brasil seguia os guias curriculares
                          cujos princípios norteadores estavam definidos pela Lei 5.692/71 e
                          cujas características principais eram a simplificação e a exclusão das
                          lutas sociais [...] Nos anos 80 constata-se o estreitamento das relações
                          entre academia e o mercado editorial brasileiro, entretanto,
                          observamos que embora mudanças e avanços tenham ocorrido, ainda
                          são marcantes as lacunas e descompassos entre os novos paradigmas
                          historiográficos e o que se vincula enquanto conteúdo dos manuais
                          didáticos de História. O livro didático continua com um forte caráter
                          alienador, já que se constitui em canal de transmissão e manutenção
                          de mitos e estereótipos que povoam a história ensinada (ARAÚJO,
                          1999, p. 237).


         O que pode ser observado nestes manuais é que na relação dos principais fatos,
se expressa uma história factual, personalista, exaltação dos grandes feitos políticos,
sendo que o motor da história são as ações dos grupos dominantes, e não a luta de
classes. O uruguaio Eduardo Galeano, em sua obra “As veias abertas da América
Latina”, expõe o outro lado da moeda, ou seja, a história que não é abordada pelos
vencedores e pelo livro didático.


                          A veneração pelo passado sempre me pareceu reacionária. A direita
                          escolhe o passado porque prefere os mortos; mundo quieto, tempo
                          quieto. Os poderosos, que legitimam seus privilégios pela herança,
                          cultivam a nostalgia. Estuda-se história como se visita um museu; e
                          esta coleção de múmias é uma fraude. Mentem-nos no passado como
                          mentem no presente: mascaram a realidade. Obriga-se o oprimido a
                          fazer sua, uma memória fabricada pelo opressor: estranha, dissecada,
                          estéril. Assim, ele se resignará a viver uma vida que não é sua, como
                          se fosse a única possível (GALEANO, 2002, p. 286).


         O que percebemos é uma continuidade da história tradicional, apesar de
inúmeras pesquisas e do movimento dos educadores e historiadores no sentido de
explicitar a crítica a esse tipo de história.
         Essa é uma visão que tem por objetivo a manutenção dos valores sociais
expressos pela sociedade capitalista, transmitida por meio de um discurso “competente”,
ou seja, veiculada através do livro didático que reforça mitos e estereótipos burgueses
como se fossem universais e imutáveis, destituindo a história de suas contradições.
Segundo Bittencourt apud Gasparello (1999), as intervenções das autoridades do Estado
brasileiro em relação ao uso do livro escolar configuram um amplo quadro de ações
bem definidas e articuladas, que vão desde as normas para a confecção do livro didático,
8

definindo quem poderia ser o autor, seu conteúdo e com que fins, até os critérios para a
adoção do livro escolar e de suas práticas na escola por alunos e professores. O livro
escolar exigia, portanto, uma legislação que normatizava, restringia, censurava e
proibia, seguida de determinações pedagógicas sobre o melhor método.
           Segundo Costa (1999, p. 286), essas posturas emergiram da análise da
literatura que vem explicitando as contradições e lacunas no ensino de História,
especialmente na década de 80, questionando a concepção única e acabada de História,
tradicional, fragmentada, linear e distante da realidade do aluno. Ainda hoje de 1ª a 4ª
séries ensina-se noções vagas de tempo, datas comemorativas, origem étnica do povo
brasileiro e costumes como se essa diversidade não trouxesse consigo contradições e
conflitos.
           Sousa (1999), ao falar do livro didático nos diz que:


                              Sem dúvida alguma, o livro didático tem exercido papéis
                              contraditórios num país como o nosso, onde a maioria da população
                              não tem acesso à leitura, à escrita, ao acervo cultural. Diante desta
                              realidade, o livro didático, através do lobby das editoras4, se impõe
                              nas escolas, nas salas de aula, no cotidiano do professor, em muitos
                              casos, como único recurso didático e como única forma da
                              acessibilidade a um saber mais elaborado. E, o problema se complica
                              ainda mais, quando se trata do ensino da História Local, onde a
                              produção é mais escassa [...] (p. 620).


           Esse papel contraditório do livro didático segundo Bittencourt apud Sousa
(1999, p. 621) deve-se ao fato de o livro didático ser limitado e condicionado por razões
econômicas, ideológicas e técnicas. Além disso, como afirmamos anteriormente, a
linguagem nele expressa deve ser acessível ao público infantil e juvenil e isso tem
conduzido a simplificações que limitam a sua ação na formação intelectual mais
autônoma dos alunos. Mas ao mesmo tempo os textos que auxiliam, ou podem auxiliar,
o domínio da leitura e escrita em todos os níveis da escolarização, serve para ampliar
informações, veiculando e divulgando, com uma linguagem mais acessível, o saber
científico.
           É necessário que, durante as aulas ao utilizar o livro didático e outros
documentos, os educadores assim como os historiadores, se preocupem, na escola, com
a formação de uma consciência social e política dos educandos, fornecendo elementos
para que pensem historicamente. Isso significa pensar a nação como um espaço social
4
 A expressão disso também pode ser aferida nos contatos das editoras com os professores ao oferecerem “brindes”,
como livros ou coleções.
9

de inclusão de todas as camadas sociais e não olharem os movimentos sociais e
políticos das massas como ações direcionadas à ingovernabilidade.
           O conhecimento histórico construído em sala de aula pode algumas vezes estar
centrado na cronologia, na informação de fatos descontextualizados para a vida dos
alunos, sem nenhuma vinculação com o momento presente, mas o conhecimento
histórico e a perpetuação das memórias nacionais, acontece tanto no interior do
ambiente escolar como fora dele e com diferentes linguagens: está presente nas
exposições, nos museus, nos arquivos, nos meios de comunicação (cinema, jornais,
televisão, Internet). Cada uma destas formas de ensinar a história implica uma
metodologia própria e recursos a serem utilizados. Em cada um deles o historiador está
formando a consciência histórica (ZAMBONI, 2003).
           Para Schimidt; Garcia (2005) é importante que a aula seja um espaço de
compartilhamento de experiências individuais e coletivas, de relação dos sujeitos com
os diferentes saberes envolvidos na produção do saber escolar, orientações e discussões
sobre as condições, finalidades e objetivos do ensino de história e envolve questões
como "para que serve ensinar a história?", "por que trabalhar história na escola?" e
"qual significado tem a história para alunos e professores?".
           Portanto, é de fundamental importância uma abordagem que entenda a história
como o estudo da experiência humana no tempo, e que permita entender que a história
estuda a vida de todos os homens e mulheres, com a preocupação de recuperar o sentido
de experiências individuais e coletivas. Este pode ser um dos principais critérios para a
seleção de conteúdos e sua organização em temas a serem ensinados com o objetivo de
contribuir para a formação de consciências individuais e coletivas numa perspectiva
crítica.


                         Torna necessário que professores e alunos busquem a renovação dos
                         conteúdos, a construção de problematizações históricas, a apreensão
                         de várias histórias lidas a partir de distintos sujeitos históricos, das
                         histórias silenciadas, histórias que não tiveram acesso à História.
                         Assim, busca-se recuperar a vivência pessoal e coletiva de alunos e
                         professores e vê-los como participantes da realidade histórica, a qual
                         deve ser analisada e retrabalhada, com o objetivo de convertê-la em
                         conhecimento histórico, em autoconhecimento, uma vez que, desta
                         maneira, os sujeitos podem inserir-se a partir de um pertencimento,
                         numa ordem de vivências múltiplas e contrapostas na unidade e
                         diversidade do real (SCHMIDT; GARCIA, 2005).
10

         Ao abordar a questão da seleção de conteúdos, Schmidt; Garcia (2005),
apontam alguns critérios que devem ser levados em consideração:


                        A relevância do conhecimento histórico, ou seja, do saber a ser
                        ensinado, encontrado nos indícios documentais e na experiência
                        cultural de alunos e professores, em confronto com outras fontes de
                        conhecimento histórico como, por exemplo, os manuais didáticos; a
                        forma do saber ensinado, ou seja, a ação dos professores em aulas de
                        história, com o apoio dos materiais de ensino produzidos com os
                        alunos; a natureza do saber aprendido, isto é, um tipo novo de relação
                        que os alunos estabeleceram com o conhecimento histórico,
                        compreendendo-o como algo que é diferente do simples acúmulo de
                        informações.


         Com relação aos livros paradidáticos e didáticos, eles entram na sala de aula
como objetos, cuja intenção é apresentar um conhecimento já organizado, fechado. Têm
um status especial, foram produzidos para a sala de aula. Portanto, cada um deles tem
uma forma particular de organização. Os textos são curtos, bem divididos e com uma
linguagem especial. São colocados na sala de aula como sujeitos que intermediam a
relação de conhecimento entre o professor e o aluno. Muitos apresentam uma parte
introdutória com orientações de como usá-los e explorá-los. As imagens são postas ao
lado dos textos, muito mais como meras ilustrações do que como outro texto a
complementar o principal (ZAMBONI, 1998).
         Consideramos que a essência do conhecimento histórico são as ações humanas
repletas de contradições traduzidas no fato histórico, sendo de extrema importância que
não haja distanciamento entre a fala dos professores, o texto do livro didático e o
universo cultural dos alunos, pois o ensino de história pressupõe um “diálogo” entre
esses elementos para que os alunos possam ampliar a compreensão do conhecimento
histórico, o que os levará a pensar historicamente podendo então, fazer a distinção entre
o que é histórico e o que é ficcional.
         Entendemos que não esgotamos a discussão e a reflexão sobre a estreita relação
do livro didático com o ensino de história, no entanto, algumas considerações podem ser
feitas, pois esperamos ter demonstrado que os apontamentos aqui feitos não são
novidades, apenas um resgate daquilo que ao longo das últimas décadas permeou as
discussões sobre este tema e a história ensinada nas escolas do Ensino Fundamental e
Médio.
11

         É importante considerar o fato de o livro didático ainda ser o principal, quando
não o único, material utilizado nas aulas de história, embora muitas vezes o professor
tenha disponível para pesquisa uma diversidade de materiais tais como: jornais, revistas,
livros paradidáticos, imagens/gravuras, entre outros. Isso acaba, de forma geral, por
influenciar de tal maneira que o livro didático é visto por muitos como sendo o próprio
currículo escolar.


Referências Bibliográficas


ABUD, Kátia. Currículo de história e políticas públicas: os programas de história do
Brasil na escola secundária. In: BITTENCOURT, Circe (org.)
        . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002.
(Repensando o Ensino).

ANDRADE, João Maria Valença de. O conceito de cultura e a apreensão da
historicidade na 4ª série. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa
(orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro
Ventos, 1999.

ARAÚJO, Fátima Maria Leitão. A(s) história(s) produzida(s) nos livros didáticos. In:
SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro:
perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999.

BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In:
KARNAL. Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 2
ed. - São Paulo: Contexto, 2004.

_____
       . (2002). O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto.
(Repensando o Ensino).

_____. Livros didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe (org.)
        . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002.
(Repensando o Ensino).

_____. Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de história. In:
BITTENCOURT, Circe (org.)
       . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002.
(Repensando o Ensino).

CABRINI, Conceição... (et al.). O ensino de história: revisão urgente. 5 ed. São Paulo:
Brasiliense, 1994.

CADERNOS CEDES 18. O cotidiano do livro didático. São Paulo: Cortez, 1987.
12

CALLAI, Helena Copetti e ZARTH, Paulo Afonso. O estudo do município e o ensino
de história e geografia. Ijuí: UNIJUÍ Ed., 1988. (Coleção ensino de 1° grau; 22).

CERRI, Luis Fernando (Org.). Ensino de história e educação: olhares em
convergência. Ponta Grossa: UEPG,2007.

CHAUÍ, Marilena de Souza. O que é ideologia. 2 ed. rev. e ampl. – São Paulo:
Brasiliense, 2001.
COSTA, Ângela Maria Soares da. Prática pedagógica: o uso do livro didático no ensino
de história. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III
encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999.

DAVIES, Nicholas. As camadas populares nos livros de história do Brasil. In:
PINSKY, Jaime (org.). O ensino de história e a criação do fato. 3 ed. - São Paulo:
Contexto, 1991. (Coleção Repensando o Ensino)

DUTRA, Soraia Freitas. As crianças e o desenvolvimento da temporalidade histórica.
In: NETO, José Miguel Arias (Org.). Dez anos de pesquisas em ensino de história.
Londrina: Atrito Art, 2005.

FIUZA, Alexandre Felipe, GONÇALVES, Regina Célia e outros. Uma história de
areia. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1998.

FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. 2 ed. – Campinas, SP:
Papirus, 1994. (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico).

FUCKNER, Cleusa Maria. O ensino de história nas séries iniciais: exemplos de
produção interdisciplinar. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene
Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro
Ventos, 1999.

GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. 41 ed. – Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2002.

GASPARELLO, Arlete Medeiros. A produção de um saber escolar: a história e o livro
didático. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III
encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999.

GUIA DO LIVRO DIDÁTICO 2007: História: séries / anos iniciais do ensino
fundamental / Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, 2006.

HOBSBAWN, Eric J. Sobre história. Tradução Cid Knipel Moreira. – São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.

JANOTTI, Maria de Lourdes Mônaco. História, política e ensino. In: BITTENCOURT,
Circe (org.)
        . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002.
(Repensando o Ensino).
13

KARNAL. Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 2
ed. - São Paulo: Contexto, 2004.

MARX, K & ENGELS, F. A Ideologia Alemã. 5 ed. São Paulo: Hucitec, 1986.

NADAI, Elza. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectiva. In: Revista
brasileira de história. SP, v. 13, n. 25/26, p. 143-162; set. 92 / ago. 93.

NETO, José Miguel Arias (Org.). Dez anos de pesquisas em ensino de história.
Londrina: Atrito Art, 2005.
OLIVEIRA, Sandra Regina. Educação histórica e a sala de aula: o processo de
aprendizagem em alunos das séries iniciais no Ensino Fundamental. Campinas, SP:
FE/UNICAMP, 2006. (Tese de doutorado).

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública
do Estado do Paraná. Curitiba, 1990.

PINSKY, Jaime (org.). O ensino de história e a criação do fato. 3 ed. - São Paulo:
Contexto, 1991. (Coleção Repensando o Ensino)

SAPELLI, Marlene Lucia Siebert (org.). Livro didático: a serviço de quem? Cascavel:
ASSOESTE, 2005.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro:
perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999.

_____. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. In:
BITTENCOURT, Circe (org.)
       . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002.
(Repensando o Ensino).

SOUSA, Manoel Alves de. A história local, o ensino de história e o livro didático:
dimensão e limite. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa
(orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro
Ventos, 1999.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Apresentação. Educ. Pesqui., São Paulo, v.
30,     n.     3,   2004.    Disponível  em:   <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1517-97022004000300007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
11 Ago 2006.

CASSIANO, Célia Cristina de Figueiredo. Aspectos políticos e econômicos da
circulação do livro didático de História e suas implicações curriculares. História.,
Franca, v. 23, n. 1-2, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0101-90742004000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
11 Ago 2006.
14

FERNANDES, Antonia Terra de Calazans. Livros didáticos em dimensões materiais
e simbólicas. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 30, n. 3, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
97022004000300011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 Jun 2006.

LAVILLE, Christian. A guerra das narrativas: debates e ilusões em torno do ensino
de História. Rev. bras. Hist., São Paulo, v. 19, n. 38, 1999. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
01881999000200006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006.

MUNAKATA, Kazumi. Dois manuais de história para professores: histórias de sua
produção. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 30, n. 3, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
97022004000300010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006.

RODRIGUES, Elaine. Reformando o ensino de História: lições de continuidade.
História.,   Franca,       v.    23,     n.      1-2,   2004.  Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
90742004000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos; GARCIA, Tânia Maria F. Braga. A
formação da consciência histórica de alunos e professores e o cotidiano em aulas de
história. Cad. CEDES., Campinas, v. 25, n. 67, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
32622005000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 Jun 2006.

ZAMBONI, Ernesta. Projeto pedagógico dos parâmetros curriculares nacionais:
identidade nacional e consciência histórica. Cad. CEDES., Campinas, v. 23, n. 61,
2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
32622003006100007&lng=en&nrm=iso>. Access on: 15 Jun 2006.

ZAMBONI, Ernesta. Representações e linguagens no ensino de história. Rev. bras.
Hist.,    São    Paulo,       v.   18,     n.     36,   1998.  Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
01881998000200005&lng=en&nrm=iso>. Access on: 11 Aug 2006.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ensino de historia e questões de gênero nos livros didáticos
Ensino de historia e questões de gênero nos livros didáticosEnsino de historia e questões de gênero nos livros didáticos
Ensino de historia e questões de gênero nos livros didáticosGustavo Assis de Azevedo
 
História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...
História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...
História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...Gustavo Araújo
 
Valor actual da be fundamentação
Valor actual da be fundamentaçãoValor actual da be fundamentação
Valor actual da be fundamentaçãoesperancasantos
 
Currículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º ano
Currículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º anoCurrículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º ano
Currículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º anotecnicossme
 
A produção de dossiês para a história da educação
A produção de dossiês para a história da educaçãoA produção de dossiês para a história da educação
A produção de dossiês para a história da educaçãoViegas Fernandes da Costa
 
Currículo referência língua estragenria moderna 6º ao 9º ano
Currículo referência  língua estragenria moderna 6º ao 9º anoCurrículo referência  língua estragenria moderna 6º ao 9º ano
Currículo referência língua estragenria moderna 6º ao 9º anotecnicossme
 
Apostila de física
Apostila de físicaApostila de física
Apostila de físicajaguar1960
 
A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...
A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...
A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...Marilia Pires
 
As práticas cotidianas de alfabetização
As práticas cotidianas de alfabetizaçãoAs práticas cotidianas de alfabetização
As práticas cotidianas de alfabetizaçãoPactoAracatuba
 
HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...
HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...
HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...Gustavo Araújo
 
Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...
Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...
Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...Rafael Barros
 
Texto cartilha de alfabetização dia 05 de setembro
Texto cartilha de alfabetização   dia 05 de setembroTexto cartilha de alfabetização   dia 05 de setembro
Texto cartilha de alfabetização dia 05 de setembroProfesonline
 

Mais procurados (19)

Ensino de historia e questões de gênero nos livros didáticos
Ensino de historia e questões de gênero nos livros didáticosEnsino de historia e questões de gênero nos livros didáticos
Ensino de historia e questões de gênero nos livros didáticos
 
História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...
História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...
História e imagem a iconografia em impressos didáticos destinados a alfabetiz...
 
Valor actual da be fundamentação
Valor actual da be fundamentaçãoValor actual da be fundamentação
Valor actual da be fundamentação
 
Currículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º ano
Currículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º anoCurrículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º ano
Currículo referência lingua portuguesa 6º ao 9º ano
 
Literatura e ensino de história
Literatura e ensino de históriaLiteratura e ensino de história
Literatura e ensino de história
 
A produção de dossiês para a história da educação
A produção de dossiês para a história da educaçãoA produção de dossiês para a história da educação
A produção de dossiês para a história da educação
 
1103 4532-1-pb
1103 4532-1-pb1103 4532-1-pb
1103 4532-1-pb
 
Currículo referência língua estragenria moderna 6º ao 9º ano
Currículo referência  língua estragenria moderna 6º ao 9º anoCurrículo referência  língua estragenria moderna 6º ao 9º ano
Currículo referência língua estragenria moderna 6º ao 9º ano
 
Alf mortattihisttextalfbbr (2)
Alf mortattihisttextalfbbr (2)Alf mortattihisttextalfbbr (2)
Alf mortattihisttextalfbbr (2)
 
Fisica
FisicaFisica
Fisica
 
Apostila de física
Apostila de físicaApostila de física
Apostila de física
 
Inf historia 2
Inf historia 2Inf historia 2
Inf historia 2
 
A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...
A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...
A funcionalidade da biblioteca no contexto escolar – resgatando o prazer da l...
 
As práticas cotidianas de alfabetização
As práticas cotidianas de alfabetizaçãoAs práticas cotidianas de alfabetização
As práticas cotidianas de alfabetização
 
Literatura multicultual
Literatura multicultualLiteratura multicultual
Literatura multicultual
 
HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...
HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...
HISTÓRIA, MEMÓRIA E ICONOGRAFIA NAS CARTILHAS DE ALFABETIZAÇÃO / HISTORY , ME...
 
Monografia Mª Clara Pedagogia 2012
Monografia Mª Clara Pedagogia 2012Monografia Mª Clara Pedagogia 2012
Monografia Mª Clara Pedagogia 2012
 
Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...
Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...
Sociologia no Ensino Médio: uma reflexão sobre a construção do planejamento d...
 
Texto cartilha de alfabetização dia 05 de setembro
Texto cartilha de alfabetização   dia 05 de setembroTexto cartilha de alfabetização   dia 05 de setembro
Texto cartilha de alfabetização dia 05 de setembro
 

Semelhante a O papel do livro didático na formação da identidade nacional

1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf
1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf
1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdfLucianaBCorra
 
Dois manuais de história para professores histórias de sua produção
Dois manuais de história para professores  histórias de sua produçãoDois manuais de história para professores  histórias de sua produção
Dois manuais de história para professores histórias de sua produçãoDafianaCarlos
 
ManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdf
ManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdfManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdf
ManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdfRuiNunes91
 
A história na educação básica selva
A história na educação básica selvaA história na educação básica selva
A história na educação básica selvaCélia Barros
 
Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...
Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...
Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...Sérgio Gonçalves
 
Trabalho charge simposio geografia - uespi 2014 - dez
Trabalho charge   simposio geografia - uespi 2014 - dezTrabalho charge   simposio geografia - uespi 2014 - dez
Trabalho charge simposio geografia - uespi 2014 - dezAndré Alencar
 
O BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPE
O BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPEO BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPE
O BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPEPedagogiapibid
 
paper completo José Carlos.doc
paper completo José Carlos.docpaper completo José Carlos.doc
paper completo José Carlos.docArislaneOliveira2
 
Artigo conedu aceito ( BEATRIZ)
Artigo conedu aceito  ( BEATRIZ)Artigo conedu aceito  ( BEATRIZ)
Artigo conedu aceito ( BEATRIZ)PIBIDSolondeLucena
 
Síntese do texto por uma história prazerosa e consequente
Síntese do texto por uma história prazerosa e consequenteSíntese do texto por uma história prazerosa e consequente
Síntese do texto por uma história prazerosa e consequenteFrancisco Jardilino Maciel
 
Espaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições EscolaresEspaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições EscolaresMarianaBauer
 
2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...
2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...
2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...Martha Lucía Salamanca Solis
 
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramentoFundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramentoSusanne Messias
 
A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA
A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA
A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA Ócio do Ofício
 
Livros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_final
Livros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_finalLivros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_final
Livros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_finalRosimeire Borges
 
Histórias e ensino de história
Histórias e ensino de históriaHistórias e ensino de história
Histórias e ensino de históriaNatália Barros
 
Apresentação araucária ieda 2
Apresentação araucária ieda 2Apresentação araucária ieda 2
Apresentação araucária ieda 2Educação Smed
 
1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb
1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb
1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_sebGeuza Livramento
 

Semelhante a O papel do livro didático na formação da identidade nacional (20)

Temas transversais
Temas transversaisTemas transversais
Temas transversais
 
1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf
1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf
1113-Texto do Artigo-3403-1-10-20121112.pdf
 
Dois manuais de história para professores histórias de sua produção
Dois manuais de história para professores  histórias de sua produçãoDois manuais de história para professores  histórias de sua produção
Dois manuais de história para professores histórias de sua produção
 
ManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdf
ManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdfManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdf
ManuaisDeDidaticaDaHistoria-5843919.pdf
 
Vol2 historia
Vol2 historiaVol2 historia
Vol2 historia
 
A história na educação básica selva
A história na educação básica selvaA história na educação básica selva
A história na educação básica selva
 
Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...
Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...
Abordagem%20de%20uma%20institui%c3%a7%c3%a3o%20escolar%20a%20partir%20de%20um...
 
Trabalho charge simposio geografia - uespi 2014 - dez
Trabalho charge   simposio geografia - uespi 2014 - dezTrabalho charge   simposio geografia - uespi 2014 - dez
Trabalho charge simposio geografia - uespi 2014 - dez
 
O BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPE
O BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPEO BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPE
O BELO E O FEIO: INTERPRETAÇÕES INFANTIS SOBRE A RUA SERGIPE
 
paper completo José Carlos.doc
paper completo José Carlos.docpaper completo José Carlos.doc
paper completo José Carlos.doc
 
Artigo conedu aceito ( BEATRIZ)
Artigo conedu aceito  ( BEATRIZ)Artigo conedu aceito  ( BEATRIZ)
Artigo conedu aceito ( BEATRIZ)
 
Síntese do texto por uma história prazerosa e consequente
Síntese do texto por uma história prazerosa e consequenteSíntese do texto por uma história prazerosa e consequente
Síntese do texto por uma história prazerosa e consequente
 
Espaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições EscolaresEspaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições Escolares
 
2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...
2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...
2 las relaciones entre los estudios lingüísticos e la enseñanza de lengua mat...
 
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramentoFundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
 
A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA
A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA
A DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE HISTÓRIA
 
Livros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_final
Livros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_finalLivros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_final
Livros didáticos 1967_juliana_chiarini_ana paula_final
 
Histórias e ensino de história
Histórias e ensino de históriaHistórias e ensino de história
Histórias e ensino de história
 
Apresentação araucária ieda 2
Apresentação araucária ieda 2Apresentação araucária ieda 2
Apresentação araucária ieda 2
 
1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb
1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb
1.1 artigo mec_proposta_curricular_maria_carmem_seb
 

Mais de amiltonp

JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdfJOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdfamiltonp
 
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁHISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁamiltonp
 
Historia do parana e regiao oeste
Historia do parana e regiao oesteHistoria do parana e regiao oeste
Historia do parana e regiao oesteamiltonp
 
HISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁ
HISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁHISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁ
HISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁamiltonp
 
CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPUCONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPUamiltonp
 
A MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULAA MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULAamiltonp
 
Historia de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PRHistoria de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PRamiltonp
 
História e geografia cascavel
História e geografia   cascavelHistória e geografia   cascavel
História e geografia cascavelamiltonp
 
TEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIATEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIAamiltonp
 
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...amiltonp
 
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATOQUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATOamiltonp
 
PROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISAPROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISAamiltonp
 
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990amiltonp
 
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADEBRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADEamiltonp
 
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARXMANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARXamiltonp
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIAamiltonp
 
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOSESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOSamiltonp
 
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...amiltonp
 
Neoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - SavianiNeoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - Savianiamiltonp
 

Mais de amiltonp (19)

JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdfJOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
JOGO CAMINHO DAS TROPAS.pdf
 
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁHISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
HISTÓRIA - CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA NO PARANÁ
 
Historia do parana e regiao oeste
Historia do parana e regiao oesteHistoria do parana e regiao oeste
Historia do parana e regiao oeste
 
HISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁ
HISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁHISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁ
HISTÓRIA DAS REGIÕES DO PARANÁ
 
CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPUCONSTRUÇÃO DE ITAIPU
CONSTRUÇÃO DE ITAIPU
 
A MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULAA MÚSICA NA SALA DE AULA
A MÚSICA NA SALA DE AULA
 
Historia de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PRHistoria de Cascavel - PR
Historia de Cascavel - PR
 
História e geografia cascavel
História e geografia   cascavelHistória e geografia   cascavel
História e geografia cascavel
 
TEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIATEMPO E HISTÓRIA
TEMPO E HISTÓRIA
 
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DA DITADURA MILITAR AO LIVRO DIDÁTICO D...
 
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATOQUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
QUAL O PAPEL DE UM SINDICATO
 
PROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISAPROJETO DE PESQUISA
PROJETO DE PESQUISA
 
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
O ESTADO LIBERAL E A POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DA DÉCADA DE 1990
 
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADEBRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
BRASIL: ECONOMIA E SOCIEDADE NA CONTEMPORANEIDADE
 
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARXMANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS – TRABALHO ALIENADO KARL MARX
 
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIALIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA
 
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOSESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
ESCOLA PÚBLICA E SEUS DETERMINANTES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E ECONÔMICOS
 
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
AS REFORMAS DO ESTADO E DA EDUCAÇÃO BÁSICA IMPLEMENTADAS NO BRASIL NA DÉCADA ...
 
Neoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - SavianiNeoprodutivismo e suas variantes - Saviani
Neoprodutivismo e suas variantes - Saviani
 

Último

Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxacaciocarmo1
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?MrciaRocha48
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 

Último (20)

Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 

O papel do livro didático na formação da identidade nacional

  • 1. 1 LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE HISTÓRIA1 Amilton Benedito Peletti2 Este texto é resultado de uma pesquisa monográfica intitulada “Reflexões Sobre o Ensino de História: Da Ditadura Militar ao Livro Didático da Cidade de Cascavel”, sendo que utilizamos como recorte para o artigo apenas o terceiro capítulo. Inicialmente destacamos que na realização deste trabalho utilizamos uma significativa gama de autores, os quais foram citados, parafraseados ou interpretados. Esperamos que essa reflexão possa instigar novas discussões e, conseqüentemente, novas práticas no que se refere ao ensino de história nas escolas. Ao abordarmos a questão do livro didático faz-se necessário, em primeiro lugar, levar em conta a condição de mercadoria deste produto, que contém tanto elementos da sua materialidade, ou seja, das leis de mercado, como também do seu uso, portanto, da Educação. A análise do manual escolar de História e de disciplinas correlatas é hoje uma das linhas de pesquisas que tem muitos seguidores no país. Do texto de Estudos Sociais evolui-se para o de História, identificando suas mazelas, os interesses explícitos ou aparentes, as ausências e presenças constantes, analisando-se, assim, a qualidade de seu texto e desvendando, sobretudo os compromissos e as vinculações do discurso histórico na escola, destronando, de uma vez por todas, a concepção da neutralidade da escola e da imparcialidade/objetividade do historiador (NADAI, 1992/3, p. 150). 1 Este artigo é parte da Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista no Curso de Pós-Graduação “latu sensu” Fundamentos da Educação, do Colegiado de Pedagogia, Campus de Cascavel, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, sob orientação do Professor Dr. Alexandre Felipe Fiuza no ano de 2007. 2 Mestrando em Educação pela UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE), Especialista em Fundamentos da Educação pela UNIOESTE, Especialista em História do Brasil pela UNIVERSIDADE PARANAENSE (UNIPAR), Graduado em História pela UNIPAR, Professor da Rede Pública Municipal de Cascavel e Membro do GEPPES. ambepe@bol.com.br.
  • 2. 2 No campo da Educação, entender o livro didático na sua completitude justifica- se, principalmente, em função do papel que este adquire no contexto escolar, pois os livros didáticos estabelecem grande parte das condições materiais para o ensino e a aprendizagem nas salas de aula. O livro didático tem sido, no dia a dia das escolas, especialmente, em conseqüência das precárias condições de trabalho impostas ao professor, um instrumento quase definidor do mesmo. Controlar o livro didático tem representado controlar o próprio currículo (SAPELLI, 2005, p. 7). Além disso, a postura do Banco Mundial de valorizar investimentos na aquisição de livros ocorre, de acordo com Torres apud Sapelli (2005), principalmente pelo fato de os textos escolares – “na maioria dos países em desenvolvimento” – constituírem-se em si mesmos o currículo efetivo e, também, por tratar-se de um insumo de baixo custo e alta incidência sobre a qualidade da educação e o rendimento escolar. Em países como o Brasil, nos quais as condições precárias da educação fazem com que ele acabe determinando conteúdos e decidindo estratégias de ensino, diz-se ainda que o livro didático é instrumento importante de ensino e aprendizagem formal que, apesar de não ser o único, pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares. Consideramos que são três as instâncias fundamentais nesse processo: a área comercial das grandes editoras; o Estado, especificamente as políticas públicas para o livro didático3 e a escola (CASSIANO, 2004). Para Bittencourt (2004), o livro didático tem despertado interesse de muitos pesquisadores nas últimas décadas. Depois de ter sido desconsiderado por bibliógrafos, educadores e intelectuais de vários setores, entendido como produção menor enquanto produto cultural, o livro didático começou a ser analisado sob várias perspectivas, destacando-se os aspectos educativos e seu papel na configuração da escola contemporânea. O livro didático é um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no processo de escolarização. O livro didático provoca debates 3 No Brasil, as políticas públicas para o livro didático são representadas pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). Este programa foi criado em 1985, tendo como objetivo a aquisição e distribuição universal e gratuita de livros didáticos para os alunos da rede pública do ensino fundamental, sendo que a política de planejamento, compra, avaliação e distribuição do livro escolar é centralizada no governo federal. Realiza-se por meio do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), autarquia federal vinculada ao MEC (Ministério da Educação) e responsável pela captação de recursos para o financiamento de programas voltados ao ensino fundamental.
  • 3. 3 no interior da escola, entre educadores, alunos e suas famílias, assim como em encontros acadêmicos, em artigos de jornais, envolvendo autores, editores, autoridades políticas, intelectuais de diversas procedências. As discussões em torno do livro estão vinculadas ainda à sua importância econômica para um vasto setor ligado à produção de livros e também ao papel do Estado como agente de controle e como consumidor dessa produção. No caso brasileiro, os investimentos realizados pelas políticas públicas nos últimos anos transformaram o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD) no maior programa de livro didático do mundo. É, portanto, por meio de pesquisas e reflexões sobre o livro didático que podemos identificar a importância e as relações contraditórias desse instrumento de comunicação, de produção e transmissão de conhecimento, integrante da "tradição escolar". Para Bittencourt (2004), o livro didático assume ou pode assumir funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. Por ser um objeto de "múltiplas facetas", o livro didático é pesquisado enquanto produto cultural; como mercadoria ligada ao mundo editorial e dentro da lógica de mercado capitalista; como suporte de conhecimentos e de métodos de ensino das diversas disciplinas e matérias escolares; e, ainda, como veículo de valores, ideológicos ou culturais. As análises de caráter ideológico iniciaram-se na década de 1960, época em que se privilegia a denúncia do caráter ideológico dos textos e do conteúdo dos livros escolares. Esta abordagem ocupava e ainda ocupa um lugar de destaque nas pesquisas nacionais onde o enfoque sobre as ideologias subjacentes aos manuais ainda permanece. No entanto, nos últimos anos houve mudanças de abordagens, pois foram ganhando destaque análises acrescidas de outras temáticas, como por exemplo, relações entre as políticas públicas e a produção didática, evidenciando o papel do Estado na normatização e no controle da produção. A partir dos anos 1980, muitos dos problemas relacionados ao conteúdo ou ao processo de produção e uso do livro didático por professores e alunos passaram a ser analisados em uma perspectiva histórica, constituindo-se tais análises em uma das vertentes mais importantes desse campo de investigação. Os objetivos centrais de tais análises são o de situar o processo de mudanças e permanências do livro didático – tanto como objeto cultural fabricado quanto pelo seu conteúdo e práticas pedagógicas –, considerando sua inserção hoje, quando se introduzem, em escala crescente, novas tecnologias educacionais, as quais chegam a colocar em xeque a própria permanência
  • 4. 4 do livro como suporte preferencial de comunicação de saberes escolares (BITTENCOURT, 2004). Percebemos que o livro didático tem contribuído para a formação de uma identidade nacional na escola, com a sacralização de certos acontecimentos históricos e personagens tanto por meio das narrativas dos textos didáticos como por meio das ilustrações. Exemplo disso são as pinturas ou ilustrações representando: Tiradentes, D. Pedro I, Princesa Isabel, Independência do Brasil, a primeira missa, a Batalha de Guararapes, pintadas por artistas que receberam todo o apoio do governo imperial, como Pedro Américo, Vítor Meireles, considerados pintores oficiais da Monarquia. Portanto, a formação de uma identidade nacional e do conceito de nação é um processo ideológico que na escola passa necessariamente pela conservação de uma memória nacional e pela formação de uma consciência política. As propostas educacionais do Estado não discutem no processo educativo que a formação da identidade nacional e da nação são construções sociais em que o povo é sujeito (ZAMBONI, 2003). Para tanto, o Estado impulsionou a indústria cultural, sendo que, no caso do ensino, houve uma adoção em massa de livros didáticos, assumindo, em muitos casos, reiteramos, a forma de currículo. O livro didático torna-se uma das mercadorias mais vendidas no campo da indústria editorial. Daí a preocupação do Estado e das editoras em publicar os livros que estivessem em perfeita sintonia com os programas curriculares de História, Geografia e demais disciplinas. Uma outra novidade, visando à aceitação maior do livro didático, foi o lançamento dos manuais dos professores, pela Editora Ática, em meados dos anos 60. Estes manuais, além de trazerem a resolução de todos os exercícios propostos, forneciam (e alguns ainda o fazem) os planejamentos anuais e bimestrais prontos para o professor (FONSECA, 1994, p. 139). A grande produção editorial no Brasil, principalmente de livros didáticos, não significou a democratização do saber, pelo contrário, o consumo em massa de livros didáticos de História, não contribuiu para a compreensão crítica da História entre os alunos, pois este material tornou-se um “veículo” de difusão de uma história que reproduzia a memória oficial, por sua vez excludente. O projeto de simplificação no nível de difusão implica tornar definitiva, institucionalizada e legitimada pela sociedade a memória
  • 5. 5 de um projeto de poder vitorioso. Não é por outro motivo que a história do livro didático é, basicamente, a História Política Institucional. “Os grandes fatos que marcaram a vida da sociedade” são consumidos e consagrados como a História. Entretanto, estas representações transmitidas simplificadamente trazem consigo a marca da exclusão. O processo de excluir inicia-se no social, onde “alguns atos” são escolhidos e “outros” não, de acordo com os critérios políticos. Na academia o trabalho do historiador pode tanto excluir, como recuperar, resgatar excluídos. Através do livro didático, os excluídos não aparecem. Perdem o direito à história (VESENTINI apud FONSECA, 1994, p. 142). A indústria cultural tornou-se um dos agentes que definem qual história ensinar e como ensiná-la na escola, contribuindo para um ensino descolado do social ou um ensino comprometido com outras experiências históricas. Os livros didáticos não são apenas instrumentos pedagógicos: são também produtos de grupos sociais que procuram, por intermédio deles, perpetuar suas identidades, seus valores, suas tradições, suas culturas (CHOPPIN apud BITTENCOURT, 2002, p. 69). Ainda para a mesma autora, o livro didático tem sido objeto de avaliações contraditórias, pois existem professores que os abominam culpando-os pelo fracasso escolar e outros que se calam diante dos livros e o vêem como um auxílio positivo nas aulas. No entanto, para a autora, o livro didático continua sendo o referencial dos professores. Diz, ainda, que é preciso entender o livro como uma mercadoria e que como tal está subordinado a lógica do mercado, pois para ela: O livro didático é, antes de tudo, uma mercadoria, um produto do mundo da edição que obedece à evolução das técnicas de fabricação e comercialização pertencentes à lógica do mercado. Como mercadoria ele sofre interferências variadas em seu processo de fabricação e comercialização. Em sua construção interferem vários personagens, iniciando pela figura do editor, passando pelo autor e pelos técnicos especializados dos processos gráficos, como programadores visuais, ilustradores. É importante destacar que o livro didático como objeto da indústria cultural impõe uma forma de leitura organizada por profissionais e não exatamente pelo autor. (BITTENCOURT, 2002, p. 71). O livro didático é um sistematizador de determinadas propostas, diz não apenas o que fazer, mas como fazer, realizando uma transposição didática do saber acadêmico para o saber escolar, selecionando textos, ilustrações e conceitos, torna-se, portanto, um instrumento pedagógico (BITTENCOURT, 2002, p. 73). Entretanto, para a mesma autora, o livro didático é limitado e condicionado por razões econômicas, ideológicas e
  • 6. 6 técnicas. A linguagem que produz deve ser acessível ao público infantil ou juvenil e isso tem conduzido a simplificações que limitam sua ação na formação intelectual mais autônoma dos alunos. Autores e editores ao simplificarem questões complexas impedem que os textos dos livros provoquem reflexões ou possíveis discordâncias por parte dos leitores. Sua tendência é de ser um objeto padronizado, com pouco espaço para textos originais, condicionando formatos e linguagens, com interferências múltiplas em seu processo de elaboração associadas à lógica da mercantilização e das formas de consumo. A História Política que predominou no ensino de História até recentemente foi responsável pela configuração nestes livros de uma galeria de personagens da vida administrativa do país. Houve o cuidado de se pesquisar os possíveis retratos de personagens que ficaram famosos posteriormente, para serem apresentados aos jovens estudantes. É o caso, por exemplo, de Tomé de Souza e de Pedro Álvares Cabral. O “descobridor” e o primeiro “chefe político” ou “governador-geral”, ou seja, biografar chefes políticos fazendo uma galeria de pessoas ilustres. Nessa perspectiva, o conhecimento histórico de outras sociedades definiu uma memória utilizada para rememorar e glorificar o passado de grupos dominantes. Para desmistificar isso é necessário a introdução de outros elementos históricos e, também, mostrar que essa visão é uma construção histórica e que constitui apenas uma parte da realidade passada que foi criada. Bittencourt (2002), ressalta a importância de se considerar o livro como um documento, de ser analisado como um objeto produzido em determinado momento histórico, e passível de incorporar investigações históricas. Outro fator importante é o papel do professor no sentido de mediar uma reflexão sobre as imagens que são postas diante dos olhos dos alunos por meio do livro didático, compreendendo que aquelas imagens representam algo, tem um sentido, um significado. Para Araújo (1999), o livro didático é um instrumento essencial nas aulas de história e, por isso mesmo, considerado hoje por muitos estudiosos como sendo um dos problemas crônicos do ensino fundamental e médio por serem os principais veiculadores de conhecimentos sistematizados. Isso torna emergente uma reflexão sobre a relação entre conhecimento historiográfico produzido na academia e o saber sistematizado do livro didático e, conseqüentemente, das aulas de História. Sendo que:
  • 7. 7 É a partir dos finais dos anos 70 que ocorrerão mudanças significativas no espaço acadêmico e na indústria cultural brasileira. Até então a história ensinada no Brasil seguia os guias curriculares cujos princípios norteadores estavam definidos pela Lei 5.692/71 e cujas características principais eram a simplificação e a exclusão das lutas sociais [...] Nos anos 80 constata-se o estreitamento das relações entre academia e o mercado editorial brasileiro, entretanto, observamos que embora mudanças e avanços tenham ocorrido, ainda são marcantes as lacunas e descompassos entre os novos paradigmas historiográficos e o que se vincula enquanto conteúdo dos manuais didáticos de História. O livro didático continua com um forte caráter alienador, já que se constitui em canal de transmissão e manutenção de mitos e estereótipos que povoam a história ensinada (ARAÚJO, 1999, p. 237). O que pode ser observado nestes manuais é que na relação dos principais fatos, se expressa uma história factual, personalista, exaltação dos grandes feitos políticos, sendo que o motor da história são as ações dos grupos dominantes, e não a luta de classes. O uruguaio Eduardo Galeano, em sua obra “As veias abertas da América Latina”, expõe o outro lado da moeda, ou seja, a história que não é abordada pelos vencedores e pelo livro didático. A veneração pelo passado sempre me pareceu reacionária. A direita escolhe o passado porque prefere os mortos; mundo quieto, tempo quieto. Os poderosos, que legitimam seus privilégios pela herança, cultivam a nostalgia. Estuda-se história como se visita um museu; e esta coleção de múmias é uma fraude. Mentem-nos no passado como mentem no presente: mascaram a realidade. Obriga-se o oprimido a fazer sua, uma memória fabricada pelo opressor: estranha, dissecada, estéril. Assim, ele se resignará a viver uma vida que não é sua, como se fosse a única possível (GALEANO, 2002, p. 286). O que percebemos é uma continuidade da história tradicional, apesar de inúmeras pesquisas e do movimento dos educadores e historiadores no sentido de explicitar a crítica a esse tipo de história. Essa é uma visão que tem por objetivo a manutenção dos valores sociais expressos pela sociedade capitalista, transmitida por meio de um discurso “competente”, ou seja, veiculada através do livro didático que reforça mitos e estereótipos burgueses como se fossem universais e imutáveis, destituindo a história de suas contradições. Segundo Bittencourt apud Gasparello (1999), as intervenções das autoridades do Estado brasileiro em relação ao uso do livro escolar configuram um amplo quadro de ações bem definidas e articuladas, que vão desde as normas para a confecção do livro didático,
  • 8. 8 definindo quem poderia ser o autor, seu conteúdo e com que fins, até os critérios para a adoção do livro escolar e de suas práticas na escola por alunos e professores. O livro escolar exigia, portanto, uma legislação que normatizava, restringia, censurava e proibia, seguida de determinações pedagógicas sobre o melhor método. Segundo Costa (1999, p. 286), essas posturas emergiram da análise da literatura que vem explicitando as contradições e lacunas no ensino de História, especialmente na década de 80, questionando a concepção única e acabada de História, tradicional, fragmentada, linear e distante da realidade do aluno. Ainda hoje de 1ª a 4ª séries ensina-se noções vagas de tempo, datas comemorativas, origem étnica do povo brasileiro e costumes como se essa diversidade não trouxesse consigo contradições e conflitos. Sousa (1999), ao falar do livro didático nos diz que: Sem dúvida alguma, o livro didático tem exercido papéis contraditórios num país como o nosso, onde a maioria da população não tem acesso à leitura, à escrita, ao acervo cultural. Diante desta realidade, o livro didático, através do lobby das editoras4, se impõe nas escolas, nas salas de aula, no cotidiano do professor, em muitos casos, como único recurso didático e como única forma da acessibilidade a um saber mais elaborado. E, o problema se complica ainda mais, quando se trata do ensino da História Local, onde a produção é mais escassa [...] (p. 620). Esse papel contraditório do livro didático segundo Bittencourt apud Sousa (1999, p. 621) deve-se ao fato de o livro didático ser limitado e condicionado por razões econômicas, ideológicas e técnicas. Além disso, como afirmamos anteriormente, a linguagem nele expressa deve ser acessível ao público infantil e juvenil e isso tem conduzido a simplificações que limitam a sua ação na formação intelectual mais autônoma dos alunos. Mas ao mesmo tempo os textos que auxiliam, ou podem auxiliar, o domínio da leitura e escrita em todos os níveis da escolarização, serve para ampliar informações, veiculando e divulgando, com uma linguagem mais acessível, o saber científico. É necessário que, durante as aulas ao utilizar o livro didático e outros documentos, os educadores assim como os historiadores, se preocupem, na escola, com a formação de uma consciência social e política dos educandos, fornecendo elementos para que pensem historicamente. Isso significa pensar a nação como um espaço social 4 A expressão disso também pode ser aferida nos contatos das editoras com os professores ao oferecerem “brindes”, como livros ou coleções.
  • 9. 9 de inclusão de todas as camadas sociais e não olharem os movimentos sociais e políticos das massas como ações direcionadas à ingovernabilidade. O conhecimento histórico construído em sala de aula pode algumas vezes estar centrado na cronologia, na informação de fatos descontextualizados para a vida dos alunos, sem nenhuma vinculação com o momento presente, mas o conhecimento histórico e a perpetuação das memórias nacionais, acontece tanto no interior do ambiente escolar como fora dele e com diferentes linguagens: está presente nas exposições, nos museus, nos arquivos, nos meios de comunicação (cinema, jornais, televisão, Internet). Cada uma destas formas de ensinar a história implica uma metodologia própria e recursos a serem utilizados. Em cada um deles o historiador está formando a consciência histórica (ZAMBONI, 2003). Para Schimidt; Garcia (2005) é importante que a aula seja um espaço de compartilhamento de experiências individuais e coletivas, de relação dos sujeitos com os diferentes saberes envolvidos na produção do saber escolar, orientações e discussões sobre as condições, finalidades e objetivos do ensino de história e envolve questões como "para que serve ensinar a história?", "por que trabalhar história na escola?" e "qual significado tem a história para alunos e professores?". Portanto, é de fundamental importância uma abordagem que entenda a história como o estudo da experiência humana no tempo, e que permita entender que a história estuda a vida de todos os homens e mulheres, com a preocupação de recuperar o sentido de experiências individuais e coletivas. Este pode ser um dos principais critérios para a seleção de conteúdos e sua organização em temas a serem ensinados com o objetivo de contribuir para a formação de consciências individuais e coletivas numa perspectiva crítica. Torna necessário que professores e alunos busquem a renovação dos conteúdos, a construção de problematizações históricas, a apreensão de várias histórias lidas a partir de distintos sujeitos históricos, das histórias silenciadas, histórias que não tiveram acesso à História. Assim, busca-se recuperar a vivência pessoal e coletiva de alunos e professores e vê-los como participantes da realidade histórica, a qual deve ser analisada e retrabalhada, com o objetivo de convertê-la em conhecimento histórico, em autoconhecimento, uma vez que, desta maneira, os sujeitos podem inserir-se a partir de um pertencimento, numa ordem de vivências múltiplas e contrapostas na unidade e diversidade do real (SCHMIDT; GARCIA, 2005).
  • 10. 10 Ao abordar a questão da seleção de conteúdos, Schmidt; Garcia (2005), apontam alguns critérios que devem ser levados em consideração: A relevância do conhecimento histórico, ou seja, do saber a ser ensinado, encontrado nos indícios documentais e na experiência cultural de alunos e professores, em confronto com outras fontes de conhecimento histórico como, por exemplo, os manuais didáticos; a forma do saber ensinado, ou seja, a ação dos professores em aulas de história, com o apoio dos materiais de ensino produzidos com os alunos; a natureza do saber aprendido, isto é, um tipo novo de relação que os alunos estabeleceram com o conhecimento histórico, compreendendo-o como algo que é diferente do simples acúmulo de informações. Com relação aos livros paradidáticos e didáticos, eles entram na sala de aula como objetos, cuja intenção é apresentar um conhecimento já organizado, fechado. Têm um status especial, foram produzidos para a sala de aula. Portanto, cada um deles tem uma forma particular de organização. Os textos são curtos, bem divididos e com uma linguagem especial. São colocados na sala de aula como sujeitos que intermediam a relação de conhecimento entre o professor e o aluno. Muitos apresentam uma parte introdutória com orientações de como usá-los e explorá-los. As imagens são postas ao lado dos textos, muito mais como meras ilustrações do que como outro texto a complementar o principal (ZAMBONI, 1998). Consideramos que a essência do conhecimento histórico são as ações humanas repletas de contradições traduzidas no fato histórico, sendo de extrema importância que não haja distanciamento entre a fala dos professores, o texto do livro didático e o universo cultural dos alunos, pois o ensino de história pressupõe um “diálogo” entre esses elementos para que os alunos possam ampliar a compreensão do conhecimento histórico, o que os levará a pensar historicamente podendo então, fazer a distinção entre o que é histórico e o que é ficcional. Entendemos que não esgotamos a discussão e a reflexão sobre a estreita relação do livro didático com o ensino de história, no entanto, algumas considerações podem ser feitas, pois esperamos ter demonstrado que os apontamentos aqui feitos não são novidades, apenas um resgate daquilo que ao longo das últimas décadas permeou as discussões sobre este tema e a história ensinada nas escolas do Ensino Fundamental e Médio.
  • 11. 11 É importante considerar o fato de o livro didático ainda ser o principal, quando não o único, material utilizado nas aulas de história, embora muitas vezes o professor tenha disponível para pesquisa uma diversidade de materiais tais como: jornais, revistas, livros paradidáticos, imagens/gravuras, entre outros. Isso acaba, de forma geral, por influenciar de tal maneira que o livro didático é visto por muitos como sendo o próprio currículo escolar. Referências Bibliográficas ABUD, Kátia. Currículo de história e políticas públicas: os programas de história do Brasil na escola secundária. In: BITTENCOURT, Circe (org.) . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002. (Repensando o Ensino). ANDRADE, João Maria Valença de. O conceito de cultura e a apreensão da historicidade na 4ª série. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. ARAÚJO, Fátima Maria Leitão. A(s) história(s) produzida(s) nos livros didáticos. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. BITTENCOURT, Circe. Identidade nacional e ensino de história do Brasil. In: KARNAL. Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 2 ed. - São Paulo: Contexto, 2004. _____ . (2002). O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto. (Repensando o Ensino). _____. Livros didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe (org.) . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002. (Repensando o Ensino). _____. Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de história. In: BITTENCOURT, Circe (org.) . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002. (Repensando o Ensino). CABRINI, Conceição... (et al.). O ensino de história: revisão urgente. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. CADERNOS CEDES 18. O cotidiano do livro didático. São Paulo: Cortez, 1987.
  • 12. 12 CALLAI, Helena Copetti e ZARTH, Paulo Afonso. O estudo do município e o ensino de história e geografia. Ijuí: UNIJUÍ Ed., 1988. (Coleção ensino de 1° grau; 22). CERRI, Luis Fernando (Org.). Ensino de história e educação: olhares em convergência. Ponta Grossa: UEPG,2007. CHAUÍ, Marilena de Souza. O que é ideologia. 2 ed. rev. e ampl. – São Paulo: Brasiliense, 2001. COSTA, Ângela Maria Soares da. Prática pedagógica: o uso do livro didático no ensino de história. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. DAVIES, Nicholas. As camadas populares nos livros de história do Brasil. In: PINSKY, Jaime (org.). O ensino de história e a criação do fato. 3 ed. - São Paulo: Contexto, 1991. (Coleção Repensando o Ensino) DUTRA, Soraia Freitas. As crianças e o desenvolvimento da temporalidade histórica. In: NETO, José Miguel Arias (Org.). Dez anos de pesquisas em ensino de história. Londrina: Atrito Art, 2005. FIUZA, Alexandre Felipe, GONÇALVES, Regina Célia e outros. Uma história de areia. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1998. FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. 2 ed. – Campinas, SP: Papirus, 1994. (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico). FUCKNER, Cleusa Maria. O ensino de história nas séries iniciais: exemplos de produção interdisciplinar. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. 41 ed. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. GASPARELLO, Arlete Medeiros. A produção de um saber escolar: a história e o livro didático. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. GUIA DO LIVRO DIDÁTICO 2007: História: séries / anos iniciais do ensino fundamental / Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, 2006. HOBSBAWN, Eric J. Sobre história. Tradução Cid Knipel Moreira. – São Paulo: Companhia das Letras, 1998. JANOTTI, Maria de Lourdes Mônaco. História, política e ensino. In: BITTENCOURT, Circe (org.) . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002. (Repensando o Ensino).
  • 13. 13 KARNAL. Leandro (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 2 ed. - São Paulo: Contexto, 2004. MARX, K & ENGELS, F. A Ideologia Alemã. 5 ed. São Paulo: Hucitec, 1986. NADAI, Elza. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectiva. In: Revista brasileira de história. SP, v. 13, n. 25/26, p. 143-162; set. 92 / ago. 93. NETO, José Miguel Arias (Org.). Dez anos de pesquisas em ensino de história. Londrina: Atrito Art, 2005. OLIVEIRA, Sandra Regina. Educação histórica e a sala de aula: o processo de aprendizagem em alunos das séries iniciais no Ensino Fundamental. Campinas, SP: FE/UNICAMP, 2006. (Tese de doutorado). PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba, 1990. PINSKY, Jaime (org.). O ensino de história e a criação do fato. 3 ed. - São Paulo: Contexto, 1991. (Coleção Repensando o Ensino) SAPELLI, Marlene Lucia Siebert (org.). Livro didático: a serviço de quem? Cascavel: ASSOESTE, 2005. SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. _____. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (org.) . O saber histórico na sala de aula. 7. ed. – São Paulo: Contexto, 2002. (Repensando o Ensino). SOUSA, Manoel Alves de. A história local, o ensino de história e o livro didático: dimensão e limite. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CANELLI, Marlene Rosa (orgs.). III encontro: perspectivas do ensino de história – Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. DOCUMENTOS ELETRÔNICOS BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Apresentação. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 30, n. 3, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1517-97022004000300007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006. CASSIANO, Célia Cristina de Figueiredo. Aspectos políticos e econômicos da circulação do livro didático de História e suas implicações curriculares. História., Franca, v. 23, n. 1-2, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0101-90742004000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006.
  • 14. 14 FERNANDES, Antonia Terra de Calazans. Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicas. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 30, n. 3, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 97022004000300011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 Jun 2006. LAVILLE, Christian. A guerra das narrativas: debates e ilusões em torno do ensino de História. Rev. bras. Hist., São Paulo, v. 19, n. 38, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 01881999000200006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006. MUNAKATA, Kazumi. Dois manuais de história para professores: histórias de sua produção. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 30, n. 3, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 97022004000300010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006. RODRIGUES, Elaine. Reformando o ensino de História: lições de continuidade. História., Franca, v. 23, n. 1-2, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 90742004000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 Ago 2006. SCHMIDT, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos; GARCIA, Tânia Maria F. Braga. A formação da consciência histórica de alunos e professores e o cotidiano em aulas de história. Cad. CEDES., Campinas, v. 25, n. 67, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 32622005000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 Jun 2006. ZAMBONI, Ernesta. Projeto pedagógico dos parâmetros curriculares nacionais: identidade nacional e consciência histórica. Cad. CEDES., Campinas, v. 23, n. 61, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 32622003006100007&lng=en&nrm=iso>. Access on: 15 Jun 2006. ZAMBONI, Ernesta. Representações e linguagens no ensino de história. Rev. bras. Hist., São Paulo, v. 18, n. 36, 1998. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 01881998000200005&lng=en&nrm=iso>. Access on: 11 Aug 2006.