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Figuras de
Linguagem
Figuras ligadas ao
aspecto sonoro
Recursos sonoros:
 Figuras de linguagem que investem no
nível fonético.
 Aparecem na poesia e na prosa e, é claro,
na música.
 O aluno deve perceber a implicação
semântica do uso desses recursos.
Aliteração:
 É a repetição de um fonema consonantal:
Ex:
“Leve véus velam nuvem vãs, a lua.”
(Fernando Pessoa)
Assonância:
 É a repetição de um fonema vocálico
(reiteração de vogal).
Ex:
“Desejo de ser eu mesmo de meu ser me
deu.” (Fernando Pessoa)
Assonância:
lá?
ah!
Sabiá...
papá...
maná...
Sofá...
sinhá...
cá?
bah! (J. P. Paes)
Paronomásia:
 Consiste no emprego de palavras
semelhantes na grafia e/ou no som, mas
diferentes ou opostos no sentido.
 Todo trocadilho se vale de paronomásia.
 Muito usada na publicidade.
Ex: “Deve ser legal ser negão no Senegal”
(Chico César)
Paronomásia:
Sobre o sentar-/estar-no-mundo
(A Fanor Cumplido Jr.)
1 Onde quer que certos homens se sentem
2 sentam poltrona, qualquer o assento.
3 sentam poltrona: ou tábua-de-latrina,
4 assento além de anatômico, ecumênico,
5 exemplo único de concepção universal,
6 onde cabe qualquer homem e a contento.
Paronomásia:
1 Onde quer que certos homens se sentem
2 sentam bancos ferrenhos de colégio;
3 por afetuoso e diplomado o estofado,
4 os ferem nós debaixo, senão pregos,
5 e mesmo a tábua-de-latrina lhes nega
6 o abaulado amigo, as curvas de afeto.
7 A vida toda, se sentam mal sentados,
8 e mesmo de pé algum assento os fere:
9 eles levam em si os nós-senão-pregos,
10 nas nádegas da alma, em efes e erres.
(J.C. de Melo Neto, A educação pela pedra, 1968)
Onomatopéia:
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Cloc cloc cloc
Saparia no brejo?
Não, são os quatro cãezinhos policiais
bebendo água.
(Manuel Bandeira)
Onomatopéia:
“A língua do nhem
Havia uma velhinha
Que andava aborrecida
Pois dava a sua vida
Para falar com alguém
E estava sempre em casa
A boa velhinha
Resmungando sozinha:
Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..."
(Cecília Meireles)
Onomatopéia:
 “ Não obstante expediente universal e
permanente, a onomatopéia tornou-se moda
durante a hegemonia do Simbolismo, a ponto
de atribuir-se a cada vogal uma carga sonora,
correspondente a um instrumento:
 A – orgão E – harpa
 I – violino O – metais
 U – flauta”
(Maussad Moisés, Dicionário de termos literários)
ATENÇÃO:
 Em certos textos, a aliteração e a
assonância criam efeitos onomatopaicos,
ou seja, as consoantes são utilizadas para
reproduzir certos sons:
“Em tempo de tormenta e vento esquivo,
De tempestade escura e triste pranto”
(Camões, Os lusíadas)
Compreendendo os
recursos sonoros:
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
(Cruz e Sousa)
Compreendendo os
recursos sonoros:
[...] Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
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Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações [...]
 (Buarque, Chico e Hime, Francis, Vai passar)
Compreendendo os
recursos sonoros:
A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda (Manuel Bandeira)
Compreendendo os
recursos sonoros:
Rio na sombra O frio
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frio. do longo rio.
Rio Tão longe,
sombrio. tão bom,
tão frio
O longo som o claro som
do rio do rio
frio. sombrio!
(Cecília Meireles)
Compreendendo os
recursos sonoros:
 “Ao final do processo de reciclagem, aquele lixo de
lata vira lata de luxo, embalando as bebidas que
todo mundo gosta, das marcas que todo mundo
pode confiar.”
 “Um jornal era isso, o sobressalto da novidade e a
garantia de que a nossa rotina continuava.
Simultaneamente um espalhafato – um espalha
fatos – e um repetidor das nossas confortáveis
banalidades municipais.” (L. F. Veríssimo, O
Estado de S. Paulo)
Compreendendo os
recursos sonoros:
Cigarra
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
O ar. E brilha. E passa
(Guilherme de Almeida)
ATENÇÃO:
 O uso de tais recursos em situação
imprópria pode ser defeito de estilo.
ECO: Dissonância produzida pela ocorrência
de terminações iguais ou semelhantes.
Ex: “O Biodiesel promete e o Brasil investe”
(dissertação de aluno)
ECO:
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“A constante presença do declarante torna-o
participante e principal integrante do grupo
de meliantes.”
“Geralmente, ninguém mostra claramente o
que é intimamente”
“Foi ao casamento sem o meu consentimento”
CACÓFATO:
 Trata-se do mau som resultante da junção
de duas ou mais palavras.
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  • 2. Recursos sonoros:  Figuras de linguagem que investem no nível fonético.  Aparecem na poesia e na prosa e, é claro, na música.  O aluno deve perceber a implicação semântica do uso desses recursos.
  • 3. Aliteração:  É a repetição de um fonema consonantal: Ex: “Leve véus velam nuvem vãs, a lua.” (Fernando Pessoa)
  • 4. Assonância:  É a repetição de um fonema vocálico (reiteração de vogal). Ex: “Desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu.” (Fernando Pessoa)
  • 6. Paronomásia:  Consiste no emprego de palavras semelhantes na grafia e/ou no som, mas diferentes ou opostos no sentido.  Todo trocadilho se vale de paronomásia.  Muito usada na publicidade. Ex: “Deve ser legal ser negão no Senegal” (Chico César)
  • 7. Paronomásia: Sobre o sentar-/estar-no-mundo (A Fanor Cumplido Jr.) 1 Onde quer que certos homens se sentem 2 sentam poltrona, qualquer o assento. 3 sentam poltrona: ou tábua-de-latrina, 4 assento além de anatômico, ecumênico, 5 exemplo único de concepção universal, 6 onde cabe qualquer homem e a contento.
  • 8. Paronomásia: 1 Onde quer que certos homens se sentem 2 sentam bancos ferrenhos de colégio; 3 por afetuoso e diplomado o estofado, 4 os ferem nós debaixo, senão pregos, 5 e mesmo a tábua-de-latrina lhes nega 6 o abaulado amigo, as curvas de afeto. 7 A vida toda, se sentam mal sentados, 8 e mesmo de pé algum assento os fere: 9 eles levam em si os nós-senão-pregos, 10 nas nádegas da alma, em efes e erres. (J.C. de Melo Neto, A educação pela pedra, 1968)
  • 9. Onomatopéia:  Consiste no emprego de palavras que reproduzem sons da natureza, de animais, de objetos. Ex: Vozes na noite Cloc cloc cloc Saparia no brejo? Não, são os quatro cãezinhos policiais bebendo água. (Manuel Bandeira)
  • 10. Onomatopéia: “A língua do nhem Havia uma velhinha Que andava aborrecida Pois dava a sua vida Para falar com alguém E estava sempre em casa A boa velhinha Resmungando sozinha: Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles)
  • 11. Onomatopéia:  “ Não obstante expediente universal e permanente, a onomatopéia tornou-se moda durante a hegemonia do Simbolismo, a ponto de atribuir-se a cada vogal uma carga sonora, correspondente a um instrumento:  A – orgão E – harpa  I – violino O – metais  U – flauta” (Maussad Moisés, Dicionário de termos literários)
  • 12. ATENÇÃO:  Em certos textos, a aliteração e a assonância criam efeitos onomatopaicos, ou seja, as consoantes são utilizadas para reproduzir certos sons: “Em tempo de tormenta e vento esquivo, De tempestade escura e triste pranto” (Camões, Os lusíadas)
  • 13. Compreendendo os recursos sonoros: “Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)
  • 14. Compreendendo os recursos sonoros: [...] Num tempo Página infeliz da nossa história Passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia A nossa pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações [...]  (Buarque, Chico e Hime, Francis, Vai passar)
  • 15. Compreendendo os recursos sonoros: A onda a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda (Manuel Bandeira)
  • 16. Compreendendo os recursos sonoros: Rio na sombra O frio Som bom frio. do longo rio. Rio Tão longe, sombrio. tão bom, tão frio O longo som o claro som do rio do rio frio. sombrio! (Cecília Meireles)
  • 17. Compreendendo os recursos sonoros:  “Ao final do processo de reciclagem, aquele lixo de lata vira lata de luxo, embalando as bebidas que todo mundo gosta, das marcas que todo mundo pode confiar.”  “Um jornal era isso, o sobressalto da novidade e a garantia de que a nossa rotina continuava. Simultaneamente um espalhafato – um espalha fatos – e um repetidor das nossas confortáveis banalidades municipais.” (L. F. Veríssimo, O Estado de S. Paulo)
  • 18. Compreendendo os recursos sonoros: Cigarra Diamante. Vidraça. Arisca, áspera asa risca O ar. E brilha. E passa (Guilherme de Almeida)
  • 19. ATENÇÃO:  O uso de tais recursos em situação imprópria pode ser defeito de estilo. ECO: Dissonância produzida pela ocorrência de terminações iguais ou semelhantes. Ex: “O Biodiesel promete e o Brasil investe” (dissertação de aluno)
  • 20. ECO: Ex: “A constante presença do declarante torna-o participante e principal integrante do grupo de meliantes.” “Geralmente, ninguém mostra claramente o que é intimamente” “Foi ao casamento sem o meu consentimento”
  • 21. CACÓFATO:  Trata-se do mau som resultante da junção de duas ou mais palavras. Ex: “Nunca gasta além do necessário” “O estudantes cantaram nosso hino” “Acho linda a boca dela”
  • 22. Hiato:  É o efeito dissonante produzido por uma seqüência ininterrupta de vogais. Ex: “Ou eu o ouço, ou não saberei o que dizer.”