2. Hanseníase
Agente Etíológico
• Doença infecciosa crônica causada por
Mycobacterium leprae
• G. Hansen (1873) identificou o agente
• Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR)
• Parasita intracelular obrigatório
• Geralmente invade as células de Schwann,
macrófagos e células do sistema
reticuloendotelial
• O bacilo permanece viável até 36 hs no
meio ambiente ou 9 dias à temperatura de
36o
C e 77% de umidade média
• Longo período de incubação (2 - 7 anos)
• Alta infectividade / baixa patogenicidade
3. Hanseníase - Infecção
O homem única fonte de infecção.
A infecção com M. leprae envolve:
Transmissão para um hospedeiro
Entrada em um hospedeiro
Multiplicação em um hospedeiro
O contato é principalmente pelas vias aéreas
superiores.
A multiplicação se faz por divisão binária a
cada 12 a 21 dias.
Atinge pessoas de todas as idades, ambos os
sexos, e raramente em crianças.
Condições sócio-econômicas desfavoráveis.
9. Classificação
Operacional
Manchas na pele com perda de sensibilidade
HANSENÍASE
até 5 lesões defesa eficaz PB
mais que 5 lesões defesa ineficaz MB
baciloscopia positiva MB
11. Diagnóstico Clínico
1) SINAIS E SINTOMAS DERMATOLÓGICOS:
lesões de pele com alteração de sensibilidade
Mácula
Placa
Infiltração
Nódulo
2) SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS:
lesões nos nervos periféricos
trigêmeo, facial, ulnar, mediano, radial, fibular, tibial
Dor e espessamento dos nervos periféricos
Perda de sensibilidade - olhos, mãos, pés
Perda de força muscular - pálpebras, membros superiores e inferiores
13. Diagnóstico Clínico
Exame de toda superfície corporal
Teste de sensibilidade térmica = tubo
ensaio
Teste de sensibilidade tátil =
algodão, caneta, monofilamento
Teste de sensibilidade dolorosa =
agulha
Exame de troncos nervosos periféricos
14. Hanseníase
Diagnóstico
laboratorialO M. leprae apresenta-se sob forma de bastonete,
reto ou ligeiramente encurvado de 1,5 a 8 mc
Cora-se vermelho pela fuccina ácida e não se
descora pela lavagem no álcool e ácido
Os bacilos pode se apresentar isolados ou em
globias.
Coleta de material - esfregaços em 4 sítios
Freqüência dos exames
Fixação - Coloração
Leitura da baciloscopia - índice baciloscópico IB
15. Hanseníase - Nervos
Acometidos
DEFORMIDADES
Face: triquíase, ectropio,
lagoftalmo, úlcera de
córnea
Mãos:garras, amiotrofias,
úlceras, reabsorção de
falanges, mão caída
Pés:garra dos artelhos,
úlceras tróficas, reabsorção,
pé de charchot
16. Hanseníase - Forma
Clínica
INDETERMINADAHANSENÍASE PAUCIBACILAR
• INDETERMINADA (HI)
Áreas de hipo ou anestesia
Manchas hipocrômicas e/ou
eritêmato-hipocrômicas
Pode apresentar diminuição de
sudorese
Pode haver rarefação de pelos
Baciloscopia negativa
17.
18.
19.
20. Hanseníase - Forma
Clínica
TUBERCULÓIDEHANSENÍASE PAUCIBACILAR
• TUBERCULOIDE (HT)
Áreas de hipo ou anestesia
Placas eritematosas e/ou eritêmato-
hipocrômicas
Placas bem definidas
Comprometimento de nervo
Baciloscopia negativa
21.
22.
23.
24. Hanseníase - Forma
Clínica
DIMORFAHANSENÍASE MULTIBACILAR
• DIMORFA (HD)
Lesões pré-foveolares (eritematosas,
planas com o centro claro)
Lesões foveolares (eritêmato-
pigmentares, de tonalidade
ferruginosa ou pardacenta)
Alteração de sensibilidade
Baciloscopia:
positiva
negativa
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31. Hanseníase - Forma
Clínica
VIRCHOWIANAHANSENÍASE MULTIBACILAR
• VIRCHOWIANA (HV)
Eritema e infiltração difusas
Placas eritematosas, infiltradas e
de bordas mal definidas
Tubérculos e nódulos
Madarose
Lesões nas mucosas
Baciloscopia:
positiva (bacilos abundantes e
globias )
41. Hanseníase - Tratamento
PQTMETAS:
1. Eliminar o M. leprae do indivíduo cura
2. Interromper a cadeia de transmissão
3. Prevenir incapacidades
ASPECTOS IMPORTANTES:
1. Esclarecer sobre a doença, o tratamento,
efeitos colaterais das drogas e complicações
2. Atenção à saúde geral do paciente
3. Prevenção e reabilitação das incapacidades físicas
4. Redução do estigma
45. Efeitos Colaterais da
PQT
Rifampicina: hepatotoxicidade, síndrome pseudo gripal,
coloração de secreções naturais, cefaléia, fadiga
Clofazimina: pigmentação da pele, xerodermia,
deposição em alças intestinal
Dapsona: anemia leve, leucopenia, anemia hemolítica,
metahemoglobinemia, dermatite esfoliativa, sintomas
gastrointestinais, hepatotoxicidade
46. Reações Hansênicas
Mudança repentina na atividade da doença
Secundárias a mudança no estado imunológico do paciente
Principal causa de danos neurais e incapacidades
Geralmente secundárias ao início da PQT
Podem ocorrer espontaneamente
Fator mais importante associado gravidez/parto
Outros fatores: infecção intercorrente
anemia
stress mental/físico
cirurgias
Necessitam de pronta intervenção
47. Reações Hansênicas
SINAIS E SINTOMAS:
antigas lesões que se tornam avermelhadas e/ou
aumentam de tamanho
Aparecimento de nódulos avermelhados e dolorosos
os nervos periféricos tornam-se dolorosos e espessados
sinais de dano neural, como perda de sensibilidade e
fraqueza muscular
febre e mal-estar
edema nas mãos e pés
48. Reações Hansênicas
TIPO 1
(reversa)
TIPO 2
(eritema nodoso)
Formas clínicas
mais envolvidas
BB, BT, BL
Pode ocorrer em T
LL, BL
início 6 primeiros meses PQT Tardio
causa
Alterações (↑) da
imunidade celular
Sd. Imune-complexo por
precipitação de complexo
antígeno-anticorpo
Clínica
Sinais de inflamação
aguda em lesões pre-
existentes; novas lesões
podem aparecer
As lesões pré-existentes
não mostram agravamento
Aparecimento súbito de
nódulos ou placas
Manifestações
sistêmicas nenhuma Febre, calafrios, artrite, etc
Achados associados
Espessamento de troncos
neurais, com dor e calor
Edema de mãos/pés
Danos neurais súbitos
Edema de mãos/pés
Dano neural + insidioso
Irite, epistaxe, orquite, dor
muscular, proteinúria
50. Tratamento da Reação
tipo I ou Reação
ReversaPREDNISONA: 1 a 2 mg/kg, em dose única diária
Obs: Neurite, Ulceração das lesões, Proximidade de
troncos nervosos, Localização na face
• é preciso retirar o corticóide lentamente
• desmame bem programado a intervalos fixos
• reavaliar clinicamente a cada redução da dose anterior
e reprogramar o desmame mais lentamente
• acompanhar efeitos colaterais do medicamento
• na neurite, imobilizar o membro
52. Tratamento do Eritema
Nodoso
TALIDOMIDA: 100 a 400 mg/ dia, ( portaria 354 -MS)
PREDNISONA: 1 a 2 mg/ kg, em dose única diária
• mulheres idade fértil
• associação neurite, orquite, comprometimento ocular
(iridociclite, episclerite)
PREDNISONA + CLOFAZIMINA:
• redução mais rápida corticóide
• dose máxima de clofazimina (400mg dia)
PENTOXIFILINA:400 mg 8 x 8hs
• desmame de 2 a 3 meses dependendo da evolução
53. Reações Hansênicas
O que funciona:
• Diagnóstico correto da reação
• Escolha adequada da droga
• Orientação adequada ao paciente
• Relação equipe - paciente
• Desmame bem programado
• Acompanhamento rigoroso
• Profissionais comprometidos
55. Vigilância dos Contatos
• Exame
dermatoneurológico das
pessoas que residam ou
tenham residido nos
últimos 5 anos
• aplicação do BCG em
duas doses com intervalo
mínimo de 6 meses