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-Editora

Átomo
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Editora

Átomo

DIRETOR CER,L
lllilon Ma:alla Jr.
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cooRDENAÇÀO eDrroRrÂL i
ll:illian Í'. iÍigluon
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COORDENAÇÀO DE REVISÀO

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REVISÃO DE TEXTOS
Helena

Rbberto P.

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EDITORAÇÀO ELETRÔNICA'
Fabia Cy'ino
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Fahio Diego da
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Tatiane de Lima
lliarsten lv{azclla

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Dados lnternacionais de Catalog-ação na Publicação (CIP]

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(Câmara Brasileirt do Livro, SP,

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Brasil)

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Farias. Robson Fernandes de
Irrrrodução à quimica forense / Robson Fernandes
de Farias..- - Carnpinas, SP: Editora Âiomo, 2008.
2u ediçâo.

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Bibliografia

l. lívestigação criminal

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2. Química forense

I. TíruIc.
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cDD-363.25

06-9156

Índices parajcltálogo Sistemático

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Qurmica forênse: Investigaçao crirninal 363.ã5

ISBN 978-85-7

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CONSELHO EDITOR}AL
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Universidade Estadual de Campinas

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Apêndice

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APEN}ICE TV
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APE]T.DICE V
fstruturo níning do /gado paira/

de guímtro í0rerse.,......].......j..........,..131

APF,}ÍDTCE VT
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Rgíerânrios..--r-..............r.................r......r..............-...r...,.,...........................J

Bibliogrufi0 ..'.............€E........-...............r.....,....................1...........:.....J

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IN,T'EODUÇÃO À L EDrÇÂO

E com grande satisfação que trazemos

a

publico

essa segunda ediÇão, revista e ampliada, d,e Introdução

à Química Forense. A muito boa acolhida

dada

à

primeira edição, tanto por professores quanto por
alunos de graduação, e pelo publico em geral, nos
mostrou que aceftanros em nossa avaliação de que uma
obra do gênero estava faitando na literatura nacional.
Irios con gressos e dernais eventos dos quais
participamos descle o lançamento do livro em 2007,
pudemos constatar Q uts, principalmente junto ao
publico mais jovem, effi busca ainda de uma definição
no tocante aos rufilos profissionais, esse pequeno livro
tenha, possivelmente, despertaáo vocações.
A chamada ciência forehse, na qual a química
forense desempeúa um papel de especial destaque,
continua em franca expansão, com o desenvolvimento
e/ou adaptaçãc de técnicas e rnetbdoiogias para apiicaÇão
em análises de interesse forense. Nesse sentido, tanto nos
Iaboratorios forenses quanto nas:Unirrersidades, há ainda
muito a ser feito no tocante à pesquisa em química forense.
Nesse contexto, apresentarnos, na presente edição, alguns
clos resultados de pesquisa na análise forense de pêlos e

combustíveis (diesel e biodiesel) por termogravimetria.

A apresentação de metodos químicos clássicos de
análise foi - mantida e mesmo' ampliada na presenre
edição, effi função dos seguintes motivos: (a) cio ponto de
.'ista da formação do aluno de graduaÇão, ou mesmo-de

pos-graduação, esses rnetodos têm muito a contribuir,
tanto por nrostrarem o quanto há de química nos
compostos de interesse forense, quanto por seu custo
mais baixo e disponibilidade, (b) do ponto de vista da
utitrização P:elo profissional muitos desses metodos têm

ainda urn importante,papel

a desen:peúar, seja nas

anáiises preliminares quantitativas feitas en:l campo, ou
em }aboratorio, antes que metodologias qais sofrsticadas
e

dispendiosas venharn; a ser errrpregadas. ou ainda como

substitutivos dos metodos instrumentais, nos locais onde
eles ainda não estejam disponíveis. E conlpreensível a
fascinação exercida pplqs metodos instrurnentais, em
função de sua rapidE z de análise etc., mas não devemos
esquecer que, perceba-se ou não' em qualquer análise
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química uma etapa ciássica está sempre- envolvida
''ffiàparar e diluir soluções, por exemplo) de fbrma que o
quÍmico, em atividade cie perito ou não' não pode perder
o Côntato corl1 suas "raizes", sob pena rnesmo de perda de
competôncia.
=aij:
Acreditarnos que os acré.scimos efetr-rados nesta
segunda edição tenharn deixado o liwo mais cornpleto em
srul função de obra introdutori4 tornando-o, ainda, mais
aprofunriado, aproximando-o, assurl do perfil cie uma obra
também util para os graduandos e/ou profissionais da área

O autor
r.N.rtroDucÃo

Nas uhimas décadas, o uso do conheciinento
científico como ferramenta não apenas coadjuvante,
porern muitas vezes decisiva, na eiucidação de crir:res, tem

se intensificado. Assim, a chamada Ciência Forense,
estabeleceu-se de fonna definiriva. I{ela, a Química
Forcnse (QF) tem unl papel de gSande destaque.

Para

o químico proÍ"issional, é mais

urra

possibilidade de atuação., conlo perito. A polÍcia cir.,il de
todos os estados, bem como a policia fbderal, receberrl]
em seus quadros, grande número de perito,s. entre os
quals varlos qurmlcos.
A literatura especí ftca à química forense é, ern
comparação com as de outras áreas, relativamente
escassa, mesmo se considerando os livros editados em
outros países. No Brasil, textos que abordam temas que
envolr/em a QF são tan:bem reiativamente poucos,
vários dos quais foram utilizados como bibliografra de
apoio para a presente obra.
A ciência forense, incluindo-se aí a grande
.?.f

participação da Quírnica; atrai a curiosidade de
profissionais das mais variadas áreas, bern como do pubiico
em geral. Tal atração pode ser'atribuída basicamente a dois
fatores: primeiro, por tratar-se de uma clara aplicação da
ciência, e dos conhecimentos cientificos; e sesundo, por
apiicar estes coúecirnentos :cienríficos à resolução de
crimes, muitos dos quais trazem em seu seio misterios que
so a ciência forense tennina por ciesl'endar.
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Como fruto da expansão e da conscientização do
papel fundarnental da ciência forensc, â quantitlade de
programas de televisão do tipo documentários, ou séries
de frcção, nos quais a ciência (ou o cientista) forense é a
atração principal, aumentou.

No que diz respeito à atuação do químico forense,
esta pode acontecer, em alguns casos' erTr urTt laboratorio,
analisando arnostras coletadas por oufros. Contuclo, caso o

químico forense esteja afuando como perito em local de

crime! conhecin:enfos especializados na área

de

criminalística serão indispensáveis. A apresentação de tais
conhecimentos encontra-se fora do escopo da presente
obra, de fonna que apenas algumas informações básicas
referentes a este vasto rarno são apresentadas.

Por se utilizar das mais variadas técnicas
disponíveis, a química forense exige, de seu praticante,
se não conhecimentos aprofundados erl cada uma das
tecnicas disponíveis (o que e quase in:possível, visto a
grande variedade de tecnicas disponíveis), urna
constante arualização no tocante à evolução dos
metocos químicos e fisicos de análise, tendo em vista
que é preciso ter tal conhecimento a fim de avaliar qual
técnica poderá ser mais produtiva na abordagem de urn

problema prático específico. Assim, trâ presente obra
abordam-se especificamente os usos potenciais de
detenninadas técnicas de quírnica forepse, dei.xando-se
de lado os detalhados aspectos teóricos e práticos de
cada tecnica, para os quais o leitor deverá reportar-se
aos livros de análise instrumental ou à iirerarura
especítjca cie cada récnica. se assim o desejar.
Este pequeno livro introdutorio destina-se, assim,
não apenas aos quírnicos ou àqueles dedicados a prática de

al:guma ciência fbrtemente Iigada

à arividade

periciaUforense, mas a todos os que se sentem fascinados
pela química e pela química fbrense, em particular.

O trutor
-§omos suspeitos

Ce

cri:ue.perfeitq
rqrr s crines perfeitos
um

nào d.eixan sr:speito§,..

Engeuhei;ss do }lavaii
(Pra ser. sincero)

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trgÊrgp "t{,tF§,,j#l,Ê#êt

Como o proprio norne indic &, Ãquímica forense é
a utilização/aplicação dos coúecirnentos da ciência

. química aos problemas

d.e natureza forense, [Jma
definição fonnal poisível: E o rarto da química que se
ocupa da investigação forense no carnpo da química
especi alizada, a firn de atender aspectos de interesse

jrdiciárío

.

[Jnra vezque

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atividades em QF constituem-se, no
mais das vezes, na realização de análises, entendern alguns
autores, entre estes Suzanne Bell (Bell, 2006) que a química
as

forense é, ou pode ser defurida como, química analítica
aplicada.

)

[Jma vez que o químico forense não tem como
prever quais siruações especificamente irá encontrar em
um determinacio dia de trabalho, restringir seus
coúecimentos aos da química analítica é certamente um
erro de julgarnento. Por exernplo, uma vez que, com

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g:'ande. ircqüência. fiuicios ce origei:i bioiogica são os corpos cle
prova. conhecii'nentos solidos cle qr-:ímica orgânica. incluindo-se aí a

bioquinrica. são, cenarl'Jnte. fundantentais. Por outro lado, a fim de
aclequadanrente avaiiar o acerfo ou não da aplicaçào de determinacla
têcnica a detenninado sistema'probiema. conhecimenios básicos e
atualizacios de fisico-química tainbem são vitais.
/ Assim. o químico forense precisa ser un-re espccie de "superquirnico" pois de'u,e possuir nIo aoenas soiicios conhecimentos em
toelas as subáreas da quÍn:ice* mas ter a perspicácia Tecessária para

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decidir, effi detenninado momento, se as análises eferuadas são
suficientes para chegar a ume conch-lsão e, caso contrário, o que
ainda precisa ser feito.
De uma fonla mais cornpleta e apropriada, podemos
definir química forense como a aplicação dos conhecimentos da
ciência quírnica à atividade forense, com especial ênfase na
interdiscipl inari dade.
E impôrtante iembramos que a QF não está penas vinculada
a ocon'ências policiais, como assassinatos. En:trora esta seja a
prirneira associação que nos venl à mente quancio penselnos ent
quÍrnica forense, é, bont iernbrantos que a apiicaÇão dos
conhecilnentss da quírnica para subsidiar decisões de nafureza
judicial pode dar-se em oulras esferas em qllestões trabalhistas
iatividud.r perigosas ou insalubres), ou questões relativas ao
meio ambiente. Assinl, as possír,eis afuações do quínrico forense
podern oÇorrer nas rnais variadas esfuras, e não apenas no âmbito
dos crimes contra a vida. Entre as principais áreas de afuação do
químico forense podernos citar:
' Perícias poiiciais;
'

o Perícias trabaliristas;

. PerÍcias industriais (alimentos, medicamentos
I Perícias ambientais;
' Doping desportivo.

etc.);

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A utilização dos coúecimentos

científicos para a
provas de crimc iniciou-se, de ceiia forma? coirl
anáiisç de

o surgimenio cia civilização. Na antiga Roma, por
eremplo, erarn relativamente comuns os. casos de
enveneoâfllento de figuras proeminentes do mundo
polÍtico, resultando em conseqüente "experiência prática"
na investigaçãc dos indícios típicos de envenenarnento.

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Contudo, de um ponto de vista mais moderno, o emprego
dos conhecimentos científicos - incluindo-se os conhecimentos
quírnicos , na elucidação de crimes, pode ser (um tanto
artificialmente, é verdade) darado no final do século XVII.

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Eppis Srrtonii €;iilpsrri, .zlnrprcítoris
É pítrop;r tis.

§upriorcm €onírrrfu.

Já em 1700, em sua obra Ás doenÇos dos trabalhaclorest ,
Bernardino Ramazzintz (163 3-1714) nos dá uma clara visão dos

conhecimentos que então se possuía sobre as ações das
substâncias químicas na fisiologia humana, conhecimentos estes
que foram de grande valia na edificação da atual quíçrica forense.
Em 1840, M. J. B. Orfila3 (1787-1 853) um proeminenre
toxicologista e químico de grande habilidade, foi chamado para atuar,
como diríamos modemamente, como perito no caso de suspeita de
envenenamento (que culminou emmorte) de Charles LaFarge, porsua

l2.
3-

Uma traclução para o porruguês da obra de Ramazzini,já em sua 3n edição, foi
publicada em 2000 pela Fundacenrro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de sesuranÇa
e medicina do trabalho), São paulo.
Fundador da meriicina ocupacional.
Mateo José l3onsvgsgg's Orfila- §'{uitos historiarJores o consideram o pai da
to-xicoltrl i;1 !i't'rn..ü.
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rlirloDuçÃo E QuiNrce roreusa

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esposa lv{arie. Ao anaiisar amostras do corpo exumado, OrÍila
detectou a presença de arsênico, tendo demonstrado, apos anáiises,
que o mesmo não advinira do solo no qual o corpo fora enterrado. Um

caso típico, ponanto, de contribuição da química forense para a
resolução de um ceso policial,
Como destacada contribuição para a ciência forense, Orfila
deixou seu Tratçdo de Medicina Legal.

Orfi

?a

Ao descobú a ninidrina em 1910, Siegfried

Ruhemann
verificou que formarn-se compostos coloridos ao reagi-la, com
polipeptídios. proteínas e alfa-arninoácídos ( I 910). Conrudo, só a
partir dos anos 50, seu uso em química forense tornou-se difundido,
apos o trabaiho de Oden e von Hoffsten ( 1954) os quais reportaram o
uso da ninidrina como um reesente para a revelação de'impressões
digitais por reagir com os aminoácidos secretados pelas glândulas
sudoríp,alas. O processo para seu uso na revelação de impressões

digitais'latentes foi patenteado em 1955-
rllr

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legd.

Ce

OrfiTa

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No tosante à papiloscopia (ver Capítuio 5) urna obra de
fundamental imponância, foi o livro Finger Prinls, publicado em
I882, por Sir§rancis Galton4,

Ê

que se tomaria obra de referência

quanto a iderl'iificaçãc pCIr'impressões di gitais.

§ir. tr'rançis
Ga-?üon

4.

Sir Francis Galton (l822-l9l l) era primo de Charles Danvin. e. como esre. dedicado à
ciência. Gairon e,ra. en[re outras coisas, antrcrpoiogo, geneticism e esiaiísrico. ProÍicuo
pesquisaCor. Cahon prorir^ziria, ao Iongo de sua caireira, mais de 3,i0 rrabalhos: errr€
anigos e liwos. Tsndo dado contribuiçôes originais à estaristica trisica (criou, por
,,.. §xsntpio, os conceitos de regressãs e correiação), Calton foi ainda o primeiro a apiicá-la
'"i ao estudo do homem (diferençes entre os indir'íduos e hereditariEcia,:ie ria inteligôncia).
Foi ainda a criacior de uma metoiioiogia para ciassificação e identiirca:ãc C* ir.npr*ssôes
digitais, ditulgada no lirTa Finger Prints. A aplicação cias in:prcssões digiiais na
identificação de crirninsscs já hsvia sido iniciacie em 186C por 'illiar-r Fierschei e sua
Potencialiciade para a ciência forense já havia sido ciesracada em l E80 por Flenry Faulds,
mas foi Cahcn o prirneiro a colocar a idenrificaçâo por impressões ciigiiais em bases
realmente cie*dficas e confiáveis.
rji:polu;Ão * çu!ircr:"

i.oãt;s: Zi

Ir'luito einbora tenha 'surgido, como processo cienrííjc.
mccierno apenas no secuio XIX. a detiloscopia já era empiricamente
empregada pelos japoneses no secuio VII e pelos chineses
no
seculo XII.
Sua conÍiabilidadc no tocante a identificação humana venl
do fato gue desde o sexio más de sestação, ate a sua iestruição pe
la
putrefação do corpo, as cristas papiiares são, inyariayeimente,
as
mesmas Ilo inciii'íduo. AIenr cjisso. estatisticamente falando. não
há
ciois inrii'"'íduos com todos os desenhos digirais idênticos. il4esmo

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os gêmeos idênticos (univitellinos), que Jao geneticamenre urna
"cópia" um dc outro, não iôm iinpressões digitais idênticas,
visto
Llue' por se forrnarem "para íbra" cio corpo, elas estão sujeitas
a
alterações provocadas, por exemplo, pelo atrito do feto no líquido
aminiotico, o que detennina, para caria indirríduo, variaçOei
nos
seus elen:eirtos característicos.

i'-lo Brasii, utiliza-se o sistema datiioscópico proposio
ariginalmente por iuceiicir. crüaia. nâturalizacio argentinc, eie
eiaL'orou, effi 1891, u:11 sisterrlfi detiioscopico que i"i acei;o
na
Argei:tina e no Erasil eín 1905. Ern sru lirt'o Dactíicsr:oysiu
Comparada.pubiicacio em I893, 'ucetich descreve seu sistema
cie
classificação, que e baseacio em quairo padrõ,es (ver Apêndice VI)
de impressões digirais.

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EorcCxí - jeJÍÂtíxrEs DE

,r'Â.gr.Às

No Brasii, merece especial destaqlre o nome do piauiense
de
José Félix Alves pacheco (i S 7g_l 935), introdutor
cia dariloscopia
em nosso país- Tai ínffoduÇão deu-se em i 902, quando
Félix
convenceu o presidente Rodrigues Alves Ca
necessiciade da adoção
da datiloscopia nos sistemas de identificação civis
e criminais.

FeSix Pactreco

Do ponto de vista da evolução historica da ciência forense,

e,

por conseqüência , da quírnica forense, merece destaque
o nome de
Hans Gross (l 8'17- 1915), conhecido como fundador
da criminologia,
e também da criminalísticq terrno por ele utilizado.
Gross foi juú e

tamblmprofessor. em diverses universidades, e foi
urn dos primeiros
perceber a importância e aplicabilidade que

a

os coúecimentos

científicos podeiam ter na resolução de crimes.
Durante anos, estudou

Química, Física, Botânica, Zoolosia, lvÍicroscopia

e

FotografiE

adquirindo coúecimentos que seriam aplicados
à criminologia. tendo
publicado um manual dê criminologia cier:tifica (obra
publicada em
I893, com o tírulo Manual para Juízes cíe Instntção),ôu.
o tornaria

mundialmentecoúecido.

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rllrpoDuÇÃo.a quiNrce

rogE§ss 27

')-

t

Ha-ns

Gross

Em l0 de janeiro de 1910, como conseqüência dos esforços
Edmond Locard (1877 -1966) foi criado, em Lyon (França) o
de
Laboratorio de Polícia Técnica de Lyon, que era um laboratorio
cientÍfico de polÍcia, o primeiro do gênero no rnundo. Locard era
um homern de cultura extraordinária, e interessado nos mais
cliversos assuntcs,, tendo-se ciedicadc aos temas ligados à medicina
legal e coleta de indícios Ceixados por criminosos eui locais de
crime. O laboratorio de Lyon, instaiado, inicialmente, err dois
pequenos cômoci,Js no sotão cio Paiácio da Justiça, tinha a estrutura
organizacional que se pode verificar, atualmente, nos institutos
técnicos e científicos de polícia, contando com urna equipe de

cientistas e tecnicos dedicada ao uso do conhecimento na
elucidação de crimes. Locar tornar-se-ia conhecido como o
"sherlock Hohnes francês".

Edsoad, I+ocard
í'--

24

Ecsscü;

r:"liÂ:il=s i: ii.:i.rs

Foi de Locard a criação de um dos principios básicos da
ciência forense: todo contato Ceixa um ves'.ígio (esse snunciado
tornar-se-ia coirhecicio como o "princípio da troca" de Locard).
Produziu ainda um celebre Tratado de Crintinaiística, ern sete
volumes, tendo estabeiecido, em lç 18, os doze p,Jntos
ccincidentes para i.Jeniifi caçâo riatiloscopica.

/

O ano de i 93 7 ficaria n:arcaio na historia

ia

quí::-rica

ritÍf

Iorense pela introiução do lurninol iia investigacão de ,r',*nr*as de
sangue ern locais cie crirne. Essa substância e, ate }:oje. Iargamente
empregaCa na reveiação de 'Êsiígios de sengLI'3. r'isic que, na
reaçâo com este, foi::.ra ufi corxposio azul. fbsforcsc.nte. Itesiduos

n:ínirncs, deixaios mesrllo que o local tenha sico lar"aco. são
suficientes para promover a reacão. E para con'I o aiemão Walter
Specht, então no Instituto de Medicina Legal e Crin:inalística, da
Universidade de Jena. que a química forense tem esse grande
divida,.-A lurninescência da luminoljá havia sido descriia em 1928
pcr i{,O..{llrreci:t, &c cstuiai- a oxiciação do lirininci coni p*r,;rido
':.;':,,.

a

r

.

i"

/

.

tl

t

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r1 Ã.ar'

hidrctê'i:ic (.il,-:'eciit., I çiS)"
-.::..:- O químico ii:siês -Iai:'res lr4arsi: (179-4-1 S46) iru tambcn:
ume 1çliosa coi:iil:uiçà"., sir i836' ac ciesEnvoi..,'er uin mtltocio,
.r.-'li:
,
que hoje ieroa seu rlcire' Ilera a cietecÇão de arsinio (h{arsir, tr 836).
O metodc consiste, essei:ciaimente" eirr colocar-se um peiaço de
tecido ou uma amostra de sangue da i,Ítima do pretenso envenenarnsnio por arsênio em contalo com zinco e ácicic suifririco, sob
rje

aquecimento. Para que se tenha uina idéia da importância do teste

desenvolvido por h.{arsh, basta
lembranios que o envenenamento

criininoso por arsênio (originairneüte utilizaCo para combarer

roedores) havia se tornado uma
verdadeira "epidemia", a ponto
de o parlamento inglês aprovar,
,sÍn t 85 1, à charnada Lei do arsê,
nicol. que proibia a l'enda,dâ sui:s-

tância a ilisnores de J I anos.

,
c,2

§istena utiSiaado por.,l{arsh pam a deÊermi:sação de.arsênio
No ar. que.§e.r.espirao ' iH"'-

nos gfstos Eat.q básais
En- re-g3aq na:ada rn entos,
jn:ganxeatos, tribunâi§
I][3

v:itoria

do nnais for.te,
na derz':ota dos i$ai§

A

violêacia travestida
faa' seu

trottoirJ....

.

-

Pode-se defrnir criminalística como disciplina
que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação
dos indícios materiais extrínsecos relativos ao crime ou

à identidade do criminoso. IJma vez que o químico
forense lida, sempre, com os vestígios materiais
extrínsecos relativos ao crime, são apresentados no
presente capítulo alguns dos fundamentos básicos da
criminalística,,gue são do interesse do profissional. Para
uma abordagem mais profunda do tema, recornenda-se
a consulta de obras esp ecialízadas, algumas das quais
são apresentadas na bibliografta. Maiores infoÍmações

sobre os aspectos jurídicos da criminalí,stica estão
colocadas nos APêndices

S.

II

e IItr-

palaVra francesa que rignifica calçada, esteira, passeio. Na letra da
canção potlemos traduzir como caminho. A violência faz seu

camiúo.

34
1ó

EOBSOT*i

fipjjalinSs

EE

ii,xlê§

Locais de crime, vestigios e indÍcios
...

+

O local de crime pode ser definido como porção do espaço
compreendida ern um raio QEe, tendo por origem o ponto
no qual é

constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos
os lugares em
que aparente, necess áçia
iou presumivelmente, hajam sido

,

praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos
materiais,
pÍeliminares ou posteriores à consumação io delito,
e com ele
'diretamente relacionados. A investigação criminal inicia-se,
pois,
pelo exame do local do criüe, onde os vestígios são coletados.
Qualquer fato ou sinal que sejá detectado no Iocal ern que teúa sido
praticacio urn fato delituoso constitui um vestigio.
Caso verifique-se
(apos a1ális: int*rpretação) que tal vestígio rem
inequívoca retaçao

:

com o fato delituoso, bem corno com as pessoas a elà relacionados,
este vestí.-gio constifuir-s e*á, então, em um indício.
Do ponto de visi a daperícia, a coleta. acondicionamento
e
preservação dos vestigios e de fundarnental importância,
sobretudo quando se trata de vestígios que serão posreriomente
analisados em laboratorio. E fundamental assegurar que

aquilo que

'
,
-''

está sendo analisado tto laboratorio é, eferivamente,
o que foi
encontrado no local do crime, Para a embalagem
e arrn azenarnento dos vestígios coletados, por ****pfo, recipientes
especiais
e espeçíficot pui* cada tipo de vestÍgio devem
rá, utilizados. Eur

se tratando de material biologico, frascos descontaminados,,
devem ser empregados. Cada vestígio coletado deve
ser identificado e etiquetado.

O papel do perito

.

O Código deprocessopenal, no seu artigo 159, estabelece:
os
exames de corpo de derho

.i; :-,:''

oÍiciais.

'''

;

"

o o*

perícias seÉo feias por dois peritos

Tal deterrninação estabeleoe que as perícias serão realizadas
"§rü.a.i,:
e
elrlnadas,
*,a podendo em regime de co-responsabiiidade, po, dois peritos,
ser considerada c.omo não le-eal, poraniá, a pericia
lt.
-' - ) - r -' '-'v realizada

:-_
.

,

.i-:1.-...

por apenas um

profissional-
rlrtBopucÂo  ?uttrcÂ

qomlrs= Zg

cabe ao perito a identificaçao, coleta
eiou análise cios
vestígics presentes em Iocal de
crime, sendrr, portanto, de

fundamental

importância sua afuação, visto
gue, com freqüência,
a
presença ou ausência de uma
determinada prova material pode

ser a
diferença enffe resolver ou nâo
um .uio. prender ou não urn
criminoso' Maiores informações
sobre os aspectos jurídicos
vvL'r,

perícias estâo colocadas nos
Apêndices

II

e

ü.

J.trrLrru..'§

das

Principais provas em locais de
crime
Ente

as

principais provas que podem
ser enconfradas

em locais
de crime' enconfram-se manchas,
impressões e marcas, arrnas
(btanca§

ou de tbgo), insn:*mentos, peças
a.
cabelos,
documentos, venenos, pos, poeiras
e cfuizas. perceba que grande parte

*;*:iã,o*,

dessas provas constituem-se
ern substâncias

(ou grupos de
substâncias) químicas. Enüe as
manchas, por exemplo, destacam-se;
-'

'

l{anchas orgânicas: sangur. .rperrna,
rrr.r, ffi;;,
Manchas inorgânicas: cera, Ian:a,
f.r,rigem, rinta, porvora.

Em se Fatando de locais de morte
por envenenamento, faz-se

necessário:

a' observar se ha apresença

,
b'

de embalagens de venenos,
v^^'

'I
*.dicamentos e substâncias toxicas
dlr,";r;;
verificar a presença de eviciências
tais .o*o

cartas,

bilhetes etc-, eventualrnente deixadas
pelo suiciJa (o
chamado

c'

'.rirual de alÍvio,,);

confirmar, por meio ,de exames toxicologicos,

a
possível utili zação de substâncias
químicas para causar
a morte.

Em se ratando de locais

de morte por envenenamen
to, faz-r.
necessário; (a) obseryar se
há a presenÇa de embaiagens
de venenos,
.i'' Illêdicameltos
-o.r.m

e

substâncias

ii"*rrur, (b)

/erificar a
presença de evidências
tais como cartas, bilhetes etc.,
e'entualmente
deixadas pelo suicida (o
chamado "ritual de alívio,) e (c)

conÍirmar,
por meio de exame§ toxicológicos,
a Ptl§§I vel utilização de
possível
substancias
químicas para causar a morte.
30

BoBson rEBsagDEs DE F^âErrs

As substâncias químicas
na modelagem criminalística
Obter um molde de uma pegada ou de marcas de pneu
deixadas em local de crime pode ser muito útil, visto que esses são
vestígios passíveis'de serem apagados pela nature za (pela ação
dos ventos, chuva etc.), bem como pelo fato de que o mero registro
fotográfico destas evidências pode não ser suficiente para áelas
obter todas as informações possíveis (com um molde podemos
medir a profundidade dos sulcos,.deixados por um pneu, mas não
podemos f,azer isso utilizando apenas uma foto).
Do ponto.de vista criminalístico,

I

I

I

I

i

I
I

I
I
t
I

t

t

I
r

t

modelagem constitui uma
modalidade deleRrodução de determinados tipos de vestígios, com o
a

I

máximo de fidelidade, pelo emprego de diversos materiais

J

plastificáveis

t
fr

Para serem adequadas para a modelagem,forense, as
substâncias químicas de.vem ser do tipo plastificáveis. -Alguns
, exemplos: parafina, gesso, cera, silicone, argila, caolim (argila da

China), plastisol, godiva etc.

'
,

ParaÍina: reprodução de dentes, impressões de pneumáticos, solados de calçados, moedas etc.
Gesso (CaSO n.ZE2e)i impressões de pneurnáticos etc.

F

-t:

:

'Ê

'

Godiva: massa pkistica empre gafuna confecção dê moldes
de arcada dentina.

'

PlastisôI: mistura de resinas plásticas com plastificantes,
estabilizantes e pigmentos, utilizados para moldes em

:-

geral.

Ê
{É-

I

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8
t
-Exa Ana Paula agera e ]fatasfn
IIsa sa-Lto qiuixzê

e..=ia de.borracira

uuoutro#ffitrrffi
-Cabelo verd.e,
taüuagÊrr rro pescoço,
Un rosÊo rrovq
um corpo
A

feito pm pecado,

rrida é bela o paraj.so
um

coq»rilrida_

Capital rniçia

? 0{atasha)

ffErpraail{Erll.ro,s DE
E

QUI&ICA rotrsllsE

Farmacologia: estudo científico das' dpogas6, de
e como funcionam. De forrna mais
abrangente, podemos definir farmaÇ-,_ologia como o estudo
científico das drogas, de onde elas vêm, sua nafixeza, sua

onde elas vêm

composição química,
|

.t

a ação espefa du' ,

desejáveis e indesejáveis e seus usos.i

;

seus efeitos

A farmacologia subdivide-se em farmacodinâmica e farmacocinetica. A primeira llescreve os efeitos
6'

7

iL

==--_

-

Por sua vez, dragas podem ser definidas como suhsrâncias
gu1nicas
usadas para prevenir, diagnosticar e rratur doenças. De
forma mais
abrangente, podemos dizer que drogas são substáncias quimicas
que
ütfluenciam p:rocessos fisiotógicos ou mentais no organismo.
No tocante à ação das drogas, inctuindo-se entre.rtrrã,
medicamentos, é
preciso-levar-se em conta as possíveis interações entre
estes e os
alimentos, visto que a absorção de muitos medicamentos pode
ser afetada
pela concomitante ingestão de alimentos, uma üez que
fatores rais como
i onização, estab i I i cíade, solubi I idade
e tempo de trânsito i nr.sti
r p"ãJã
ser grandemente afetados por e§sa ingestão concomirânte.
",
&

72

noesoll r=ilaiiu=s

]: iisrÂs

fisiologicos que as cirogas têm em células ou orsanismos rtvos,
mostrando como as rirogas influenciam as funções corporais por
meio de mtrdanças bioquímicas nos fluidos e tecidos. A segunda
descreve a absorção, a distribuição, o metabolismo e a eliminação
(excreção) das
i
Toxicologia: a toricologia é uma aÍeaeqpecialindade elrudo

drogas

1-----

da faúacologia, pode ser definida como o estudo das toxinaç e dos
seus

antídotos.

:

Podem ser apontados três elementos báeicos da
toxicologia:

a-

i

A existência de uma substância química (agente) capaz
de produzir uma determinada resposta ern; um
organismo vivo;

b, A identificação do sistema (organismo) sobre o qual

a

c. A

necessidade de que a resposta (efeito) possa ser
considerada nociva ao sistema com o qual interage.

Nomes genericos das

d.rogas
:

Os nontes pelos quais as mais variadas drogas

são

comercializadas são nomes comerciais, que variarn de pais para
país e de fabricante para fabricante. Contudo, os nomes genericos,

que designam o princípio ativo de dada formulação, são
norrnalmente conhecidos internacionalmente. Assim, pode-se
dizer que as drogas possuem nomes genericos enquarto que os
medicamentos possuem nomes comerciais'
Embora não seja um farmacêutico, o químico forense deve

famili arizar-sr com os nomes genáricos das drogas mais
comumente utilizadas. Deve, ainda, estar fbmili anzadCI com os
possír'eis interações medicamento§as das drogas,
bem corno com SuaS mais freqüentes reações adverSs§:j' '
possíveis usos

e
,(

rlirBcluçÃo

a Qurxrcl ropelisa 33

ri
't

i

t

I

Toxicologia de alguns compostos orgânicos
CocaÍna
O uso de substâncias de origem vegetal para a cura de
doenças e para fins recreativos ou reiigiosos, provaveimente é
tão antigo quanto a propria humanidade.
Entre os grupos de substâncias de origem vegetal de grande
interesse para a química forense estão os alcalóides8. compostos
nttrogenados flannacologicamente ativos, sendo predominantemente encontrados nas angiospermas'. Constituem vasto grupo
de metabolitos com grande diversidade estn:tural.
Entre os alcaloides ilícitos, o mais conhecido sem duvida e
a cocaína (benzoilmetitecgonina), um alcatóide tropânicol0, que
constitui-se no principal alcalÓide contido na Erythroxytlttm coca
Lamarckt't, arbusto nativo em alguns países andinos, principal-,
mente, Peru, Bolívia e Colôrnbia,,
Como os demais alcaloides tropânicos, a cocaína, em doses
elevadas, tem comCI efeito principal a esuimulação, seguida de
depressão. Tal efeito explica o porquê dos viciados em cocaína
buscarem cada yezmais a droga, na tentativa de restabelecer o estado
av

eutonco.

Sornufa estrrrtural da eocaina.

8. A mu

9.
10.

da palavra e a mesÍrur de álcali {pase} e deriva do árabe al-quali, que era a
denorninaçâo wrigar pam da pianta da gual a soda (carbonato de sodio) foi originairnente
obtida. Uma Oenniçao tecnicamente rigorosa de aicalóides ê: substâncias orgânicas, de
origem narural, cíclicas..contendo um átomc de niuogen io sm estads Ce oxidaçãc negativo
e cuja distribuição e limitada entre os organismos vivos.
Angiosperrnas: planÍas com ílores e frutos pertencentes ao grupo cias cormofitas (Que
inciui a maioria das án'ores. arbustos e ert'as),

Os aicalóides nopânicos sâo aqueies que apresenullll em comum uma estrutura
bicíclica denominada tropano, 8-metil-8-azabicicio [3J.1 ] ocmno.

I I. O conteúdo de cocaína Ras foliras cie coca varia

cie 0,5 a

2,0

o/o.
34

EoBso.N raBNaNDEs DE

iÂel4s

O "efeito gangoffâ", euforia-depressão, ocasionado pela
droga foi refletivo na letra da canção Cocairre" de Eric Clapton:

If
If

you :,rrârlâ harg ouü you ve got to take her. oub cocaine.
you rârarula Cpt dorra, dopx on the grounü cocainq

Slre don

If

t

tie, she

you gpt

bad.

ldhen your.day
She don

If

t

don

t l:ie., she don t tiq

cocai:rer

newq'you riralura kick ther blues cmi:rq
done.aad you l€ruIa nln; cocainer

is

fie, she.don t lie,

your.thiqg is

she.don

t fie{ cocaiae.

gone.ano you rârarlna

ride.on; cocajreq

it' bach cocainec
t forgeü tlli.s fact,'you'*" t
Sre don t 3ie, she doa ü lie;she don t lie cocaine.
Sre don t ]ie, she don t liq she d.on t lie cocaineget

Don

O uso mais fieqüente da cocaína é por inalação, podendo,
em função disso,-provocar, em usuários contumazes, a perfirração
I
l

tt
I
i

i

i

I
I
1

I

do septo nasal. Se ingerida, é absorvida no trato intestinal,
podendo, contudo, em função de hidrolise, perder parte de sua
atividade. Em sua forma básica, a cocaínal3 pode, ainda, ser
inalada em cigarros ou cachimbos (pirolise; a form a âcída não se
presta para essa finalidade),
A maior pafie

cia

cocaina consumida e degradada no figado,

podendo, porern, certa quantidade, ser excretada inalterada, na
urina e na saliva (perceba-se Que, neste caso, uma análise da urina
ou da salivaconfirm aríao consumo da droga, podendo-se utilizar a
cromatografia gasosa, por exemplo).
Quando há a morte acidental do usuário, effi fut

i

Éo de um

consumo excessivo da droga (overdose)14, os resíduos da mesrna são

encontrados, principalmente, na urina e nos rins, e, etrn ordem
decrescente, no cérebro, no sangue, ro figado e ,u i biie, As
concentrações letais estão enffe 1,0 e 2,5 lrg cnt.3 (micrograma da
i

t2. Se você quiser se divertir, v'ocê tem que levá-la para sair / Cocaítta ./ Se vocé quiser
ficar para baixo, lá no chão / Cocaína .iEla nãa mente, ela não mente, ela não mente;
cocaína. / Se você tem mas notícias, se você quer afastar a tristeza / Cocaíia. / Quando
seu dia chega aofim e você quer correr i Cocaína. / Ela não mente, ela nãa mente, ela
não mente: cocaína. / Se sett bagutho acabou e vocé quer viaiar / Cocaína. / Não
esqueÇa esse ía!o. r,océ não pode pega-lo de volta / Cocaína. / EIa não mente, ela não

meite, elu ttti,t ,,t(ttl(: ('(t(.'oíila.
13. Pequenils pctiras cristalinls tla tbrmabásica da cocaina constinrem o chamado crack14. Entre_ üs pessoas famosas que-teriam morrido por conta de uma overdose de cocaína
estão â cantora EIis Regina.
rflrnoDuÇÀo e QuÍNrm

ronsHsr

35

droga por cm3 de sangue) ou, em termos práticos, algo em torno de
200 mg. Sabe-se ainda que o consumo de cocaína combinada ao
álcool aumenta o risco de morbidade e mortalidade.
Em usuárias grávidas, verifica-se que a cocaína pode ser

transferida, via placenta, da mãe para o feto, podendo seus
produtos de biotransformação ser detectados na urina e no
mecôniols dos recérn-nascidos. Sabe-se ainda que o sistema
nervoso dos filhos de mulheres que utilizaram a droga durante a
gravid ez tarnbém é afetado. Em animais. verificou-se que o feto
exibe também um quadro de taquicardia.
Do ponto de vista da química forense, é preciso ter em
mente que não apenas

a

presença da cocaína ern si, mas tarnbém de

seus produtos apos biotransformação devem ser investigados.
Assim, o éster metilecgonina, abenzoilecgonina, a ecgonina e a
norcocaínao resultantes da hidrolise das ligações ésteres e
N-des*eiilução, devern ser considerados. A N-des.metilação
ocorTe apos ingestão por via oral, s'endo mediada pelo sisteúa
Citocromo P-450.
Cerca de 80% a909/oda dose total consumida sera excretada na
forma de benzoilecgonina e metilecgonina, na urina. Sabe-se que a

máxima concentração de cocaína inalteraria na urina pode ser
detectada até duas horas apos o consumo (no caso da adminis;fação
nasal), devendo-se, caso 'suspeite-se que o'tempo decorrido apos o'',

consumo foi maior do que este, prestar especial afenso aos produtos

dâ biofransforyração. A beruoilecgonina, por sua ve1 pode ser
detecta da ate seis dias apos o consluno,. embora a maior quantidade
seja excretada em ate

2l horas.

i

Estricnina
A estricnina

é o principal alcaloide presente na nux-vômica,

que e a semente de uma árvore de origem indian4 a Strycchnos
rutx-vomica, ocorTendo tambem na Strycchnos lgnatiití, arbusto
originário das Filipinas.
15. Mecônio é um material fecal de cor esverdeada bem escura, produzida pelo feto e que
normalmente e expelido nas pnmeiras l2 horas após o nascimento.

I6. Nome vulgar: fava de Santo Inácio.
35

EüESCgf IEEI;Â}iDE§

D: s.Âtlfis

N

I'ornu-Iâ estr.uturaf da

estricnina

.

i.

Atua principalmente na medula espinhal, com o

envenenamento por esta substância sendo caracterizado por
acessos

convulsivos (choque gstricnínico; tetanismo rnuscuiar). Tais

convulsões são sirnetricffi, atingindo todos os músculos esqueléticos.
Boca cerradE canuaSo: do diafragma e dos rmlsculos abdominais,
corn consequente apnéial', ,ão, tarnbém, características tipicas.

UIna das características toxicoio-eicas rCa *roi.I;;;; sua
rapida absorção pelo tubo digestivo, ,.ndo rapidarnente
oxidada
(cerca cte 80o/o)-'no figado, e o restante eliininado
pela urina. Tal

excreção inicia-se poucos minutos apos a administração

e

cornplera-se em. aptraximadamente I0 horas. Depois
disso apenas
traço.s cia ciroga'poderâo ser encontrados.
i,.

Compostos enietamÍnicos
Osr compostos anfetamínicos são constituídos pela

anfetamina e seus cierivados (fentermina, desoxiefedrina
*t..;,
afuando cor-ro estimulantes do sistema nervoso central,'
sendo

uma das suas prinàipais características a eliminuiao
sonolência, mantendo o estado de vigilia por hoias a
fio,á.

Âaf eÊanina

CB e

Rz'eçirina)
'

I 7. Parada

18'

;;

ir; : .lll

respiratória.

No Brasil aincla hoje é comum o uso das larncisas "boiinha§" por
perte de
caminhoneiro§. mororistas de ônibus de linhas interestaduais .r*., q,Lnecessitam

dirigiç duranre a noite.
fftsonuçÃo a Qubtrca r,oaalysi

3Z

Produzem inicialmente euforia e bem-estar, b,em
como
aumento da capacidade fisica'' e intelectual. Contudo,
podem
provocar, tambem, irritação e inquietação, entre
outros efeitos

adversos. A maioria dos especialistas considera que
essas
drogas provocam, em verdade, apenas dependência
psÍquica,
visto não_serem obsen'ados sintomas fisicos caracr.rirti.tr
ã.
uma verdadeira síndrome de abstinência, caso seu
uso seja

suspenso.

A

anfetamina é rapidarnente absorVida apos

a

administração oral, distribuindo-se, preferencialrn.nt.,
no
cérebro, rins e pulrnões.
Os compostos resultantes de sua biotransformação (uma

das principais vias de sua biorransforrnação e
a hidroxilação do
anel aromático), bem corno a substância inalterada
são excretados

pela urina, sendo a excreção mercadamente ci.p*rrJ*" ,.jj
'volume e
do pH urinário. Tal fato'levâ a alreraçõ., ,ignificari*,
da conclntraÇão das formas inaherada e biotransfoi-mãa*

durante

o dta, vlsto que tanto o voiume quanto o pF{ urinário tambem
variam nesse períocio. Sabe-se airrda que u ánor*xia
ceusad- Or;

:::tu

compostos pode provocar uma cetose, com conseqüente
aci-

dificação da urina, o que aumen ta aexcreÇão rios mesmos.

Morfina

H-CH3

I'órmula estruüruaf, da nofi na

I9' Esta característica, sobrerudo, torna
esponivo.

as anfetaminas cirogas muito utilizadas
na doping

,
38

EoBsoI'I lsEIÍ^Àt{DEs DE

rABI}s

A rnorfura é um alcalóide presente no opie'o (c.rca de n

o/a),

tendo ação hipnoanalgesica. E facilmente absorvida pelas mucosas,
sendo lenta sua absorção pelo trato gastrintestinal, em função de seu
elevado pK. (9,85). A concentração de morfina liwe no plasma
sanguíneo apos ingestão oral e apen as Aa/o da observada quando da

administração intravenosa.
Apos absorção, a morfina tivre deixa rapidamente o sangue,
concenrrando-se em orgãos tais como rim, pulrnão, figado e baço.
Apos 48 horas sua presença (ou de seus metabolitos) ainda pode ser
detectada no sangue, sendo que sua concgntrgeã-q diminui
drasticamentr. nT nlleiras 1O horas {90% da excreção urinária
ocorre nas primeiras 24 horas). Por se acumular na bile, parte da

morfina (7-10 %) conzumida pode, em alguns casos, ser excretada
também pelas fezes. Uma dose de 200 mg costuma ser letal.
Para a morfna e hipnoanalgesicos em geml, a dependência
costuma caracterizar-se por intensa dependência psíquica (compulsão
.
para o consumo da droga) e forte toierancia (para obtenção dos efeitos
euforizantes iniciais, doses cada vez maiores são necessárias).
Uma caracteristica dos compostos opiários e a charnada

dependência cruzada, ou seja, o usuário que tenha desenvolvido
tolerância com relação a urn dos compostos, terá também com os
demais.

HeroÍna
cHscoo
N-CH3

cH

3coo

Fórnufa estrutural da her.oi na
2A.O opio é o suco leitoso (látex) que exsuda de cortes feitos no fnrto da Papaver
somniJbrum, L. Apos seco ao 'ar. forma-se uma ma§sa gomosa de cor marrom. E

utilizído, principuí*.nr., em países do Oriente Médio e da Asia. Sua maior produçâo
ilícira oco11e no chamado triâng,rlo do ouro: Birnrânia Laos e Tailândia, sendo

'

também prodtrzirlt) t'to Âttg;rnistâo e no Paquistão. Alérn da morírna, seus principais
constifirintcs tirrrn:.rcoloeicilnrcntc ativos sâo a narcotina ínoscapina) e a papaverina.
rNrEoDUÇÃo a

Qunlrcl roppilsn

39

A heroína (diacetilmorfina) é mais potente do que a motfrn4
provavelrnente pela sua maior lipossolubilidade conferida pela
presença. dos dois ,-$upos acetil. Alem disso, ao ser metabolizada
(biotransformada) no organisffio, a heroína produz substâncias que
são, elas proprias, ativas" Em função de sua menor polaridade (em
comparação com a morfina) acumula-se rnais facilmente no cerebro.
A heroína normalmente e consurnida por injeção intravenosa,
por inalação do po ou dos vapores dele resultant€s apos queima

(pirolise) em cigarros e cachimbos. No caso de ser fumada sua
concentração máxima no plasma aparece em l-5 minutos. Apos

chegar ao organismo é rapidamente biotransformada em
6-monoacetilmorfinã a, posterionrrente, em morfina. Ern usuários
a/ü,
contumazes costuma ser excretada como morfina liwe (4 a 6
morfina conjugada (50-60 %) e como 6-monoacetilmorÍina (A,4 a
0,7 o/o).Verif,rca-se ainda que é excretada no leite materno. Assim
como a morfina, sua dose letal costuma ser de 200 mg-

Ecstasy
H

N

3,llmeüiJ

e

n o dio

xim eta-nf

e

tanira

Denominado farmacologicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviado por MDMA, o ecstasy é uma
substância fortemente psiÕoativa. Duas outras substâncias
farmacologicamente e psicoativamente semelhante§ podem ser
encontradas no mercado ilegal como sendo a ecstasy. Uma delas é

conhecida popularmente como Eve

e

denominada

farmacologicamente por N-etil-3,4-rnetilenodioxianfetamina e a
outra é um metabolito ativo (produto da degradação do ecstas4tpelo
figado, mas que ainda possui atividade psicoativa) conhecido por
MDA ou 3,4-metilenodioxianfetamina.
O uso recreafivo surgiu em §7A nos EUA. Em 1977 foí
proibido no Reino Unido e em 1985 nos EUA. Ern 1988, um estudo
4O

pozso]; r'mil,aiill.§ Di r'Í.ErÍÉ

feito nos EUA mostrou que 3g%dos esrueiantes universirários tinham
feito uso do ecstü.g' no periodo de utn ano antes da pesquisa,
mostrando que o uso ilegal já estava disseminacio, da mesma forma
corno aconteceu na Europa ocidental. O uso do ecsÍas, concentra-se
nas boates, nos ambientes ctassificados como rove, em que há
aglomeração noturna. em espaÇos fechados, para dança com música

contínua, Como

o uso do

ecstast, está se tornando corrlum, as

pesquisas sobre ele estão aumentando.
r

'

Maconha
!

A,maconha e uma variedade de Cânhamo (Canna6ls sç1tivo
üdica) sendo suas folhas e Ílores utilizadas como narcoticos,
provocarido sensaÇões semelhantes às provocadas pelo ópio. O
canabidiol é qm dos princípios ativos presentes. na maconha. Qs
outros são o acido canabinoico, B, o mais efetivo princípio ativo
(do ponto de vista frsiologico). o tetral:iclrocanabinol.

O THC - (teu^aidracanaLrinoli ou Delta-9-reiraicirocanabinol
é o canabinoide mais ativo cios 60 presenies na planta, e e o
,
principal responsável pelo eÍbito psicoativo cia ccr; nnbis. Seu eftito
inicia-se ao fumar, com um retarcio maxirno entre 2A a30 minutos e
uma persistência de 2 a 3 horas. Se ingerido ou bebido, entre I e 2
horas e seu efeito ciura de 5 a 12 horas.
:r

direita, as foli:as d.a
&;r;aabis.xtirq &naabis iadiça e.*anabií sp
Da esquer.Ca pera a

Está presente em maior quantidade nas piantas fernininas.
As plantas machos sen/em apenas para fecundar as feminirlas.

Como curiosidade se as piantas femininas não cruzarem-se com
as mascuiinas, f,icam sem semente ou sinsemilia. Estas são as que
ITTTEODUIÀO Ê AUrl:ICÂ

FOPg].s:

4f

produzirão maior qúantidade de THC. Ponanto as mais potentes

Haxixe
Haxixe (do hebraico Hashish) é umaresina-extraída das folhas
e das inflorescências femininas de Cannubis sativa (macoúa), seu

preparo consiste na coleta dos brotos oleosos, com posterior
maceração desses até formarem bolas ou tabletes endurecidos de
aspecto verde-escuro. Os tabletes são misturados à maconha ou ao
tabaco e fumados na forma de cigarros. cachimbos etc. Tem maior

concenhação de THC do que a macoúa comum, portanto, seus
efeitos sobre o organismo humano sâo mais fortes.
O restante material da planta é conhecido como kif. O kif é

comprimido em blocos que são facilmente armazenados

e

transportados, sem que o THC que contêm se degrade dev'ido à
oxidação.

LSD
LSD - Abreüatura usada para denominar, em alemão, Liserg
Saure Dierh,lamid. Substância resultante ria reaçâo enre o ácido
lisergico e a dietilamina, sintetizad4 em 1938, por Albert Hoffinan.
Com apenas 30 pg da droga o usuário passa a ter violentas alucinações---1
que duranl em média, 2 horas. Fisicamente, provoca a dilatação
pupilas, vômitos e rubor facial.'Sendo uma iubstância inodora,
detecção por cães (como no caso da cocaína) não é possível, fator que

das
sua

facilita o seu tráfico.

Toxicologia de alguns compostos inorgânicos
Potássio
,

Estamos habituados a associar toricid.ade a elementos tais
como arsênio, rnercurio etc.. nlas não ao "inofensivo" potássio.

O potássio e o principal ion (K ; inrraceiuiar, exibindo

concentrações da ordem de 150 mEq por liuo, sendo QUe, no sansue,
*t

eOeSOií i:tNe.ryD?S DA f3§LrS

sua concentração normal varia eng.e 3,5 e 5,5 mEqll.
A ruzÁo
sodiorpotassio é mantida em t/10 denrro das celulas
e em 2B/t no
Iíquido exrracelular (LEC).

Do ponto de vista toxicológico, uma grande variaçào da
concentração de potássio produz a chamaAa triperpotassemia,
a

qual pode ser resultado de causas nafurais tais
como a ingestão
excessiva do nutriente, via alimentação, jejum prolongado,
insuficiência supra-renal etc., mas pode tambem ser proposital,

como em casos relatados pela imprensa de mortes
provocadis pela

adminiqtração,

vla injeções,n de solução de cloreto de potáisio,

ocasionando a morte do indiüíduo. Tal fato se explica
ao saberrnos
a hiperpotassemia pode causar anestesia, paialisia
muscular e
.Q:t
hipotensão arterial, podendo evoluir paÍaum quadro
de arritmia ou
mesmo parada cardíaca.
.,

Cromo
Como grande palte dos eiementos químicos, o cromo tem
uma
função saudável no organismo humano, sendo um
elernento essen.iotil
Portanto, sua mera presença no organismo não é
nociva. estando todo o
aspecto toxicologico ligado. evidentemente, à
sua concenhação.

Existe um filme bastante conhecido22 no qual a atrízJulia

Roberts intespreia uma

tu";i"ril;;;;critorio

de advoc acta,

o gual termina por assumir uma ação .oirtiru de um grupo
de
famílias que passaratn a sofrer de iodu u*u seri.
ã. aornças e
sintomas em funçãb;d. ,uu proximidade .o*;;ináurtria
que,
suspeita-se, tenha' contaminado a vizinhança com
cromo
hexavalente. No filme rerrata-se, então, ulgu*us
Ors possíveis
manifestações toxicólogicas do cromo
A absorção int'estinal do crorno é baixa, entre 0,5 e 2,0 o/o do
total ingerido, sendo o cromo (VI) absorvido mais
facilmente que o
croÍno (IID- Apos absorção, o Cr (VI) e rapidamente
reduzido à
Cr (III) que e a forma biologicamente ativa. Ao ligar-se
à transferrina
e taàbém à albumina (e possivelmente às globulinas), o
cromo
termina por circular por todo o organismo.
2l

'Lembremos-, por e.emplo. que o cromo tem um papel fundamental a desempenhar
na
ação hipoglicemiante da insulina e na no[nalização
clo merabolisrno das gorduras.
22. Erin Brockovich. A história é baseadà em fatos
reais-
rNrEoDUçÃo n quÍurc.*

ronnxse l+3

A toxicidade do elemento associa-se, geralmente, a ingestão
excessiva de C(V$ ou a exposiÇão, ocupacional, corno no caso de
soldadores e pessoas que trabalharn em curtumes. Enffe seus efeitos
tóxicos estão a irritação gasrointestinal, o choque cardiocirculatorio e
danos renais.

A ingestão de dicromato de potassio na proporção de 7,5 mg
por Kg de peso, pode provocar obito. Necrose do figado e dos rins
pode ser observada, effi tal caso.

Monoxido de carbono
O monoxido de carbono (CO) pode ser gerado, por exemplo,

na combustão incompleta do carvão e de combustíveis fosseis.
Sendo um antimetabólito do oxigênio, o monóxido de carüono

combina-se reversivelmente com a hemoglobina, formando a
- carboxiemoglobin4 diminuindo, assim, à capacidade de transporte de
.^.tlÍrt

oxigênio do sangue (a afrnidade do CO pela heryoglobina e de 200 a
250 maior do que a do Or)". AIem disso, a ligação das moléculas de
CO à molécula de hemoglobina aumenta a afinidade dos sítios
remanescentes pela rnolécula de oxigênio, fazendo com qu€ este seja
liberado com mais dificuldade, ou mesmo que não seja liberado,
dependendo de sua pressão parcial. Em função disso, advérn a asfixia

'

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de.eqrrilibrio na fornaçáo

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4.

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da carboriemoglobixa

23. Não poracaso, CO e CN são os dois ligantes mais tbnes na série especüoquímica-
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HCN e cianetos

i!

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O

ácicio cianídrico

(FIChl)

tambem denominado ácido
prussico e nirrilo formico - e os cianetos de sodio (NaCN) e potássio
(KCN) estão entre as substâncias mais empresadas para fins de
envenenamento ou suicídio. O ácido cianicirico foi utilizado nas duas
guerrls mundiais. sendo que, na segunda. foi largamente empregado
nás câmaras de gás pelos nazistas. O HCN pode ser obtido pela
reação do KCN corn o ácido sulfúrico. Possui um característico odor
.
de anrêndoas

amargas

r

:

O cianeto cie sodio e ainda mais toxico que o cianeto de
potássio, visto que, enl contato com o ácido clorícirico do suco
gástrico, este iibere ácido cianídrico no orsanismo.
;
O ion cianeto e rapidamente abson'ido apos adrninistração oral
ou parenteral (é tambem absorvido pela pele), sendo pafte excretada de
forma inalterada, peios 'pulmões, e a maior parte conveftida em
sulfoilcianeto, por ação enzimática (enzima rodanese).
A cieterminação quantiiativa da presenÇa do ion tiocianato
(SCli-) no piasrna sanguíneo ou na urina, pode ser utilizada para

avalia a exposição dc indivíduo ao cianeto, sendo maior

a

concentração ern ir:ciir,íduos fumantes. Na uriflâ, por exemplo, a
concentração nonnal de tiocianato varia de 1,0 a 4,0 mg d*-', para
não-fumantes, enquanto em fumantes essa concentração varia de
1,A

a 17,A mg dm-i.

A ação toxica do íon cianeto deve-se, ern grande parte, à sua
capacidade de inibir diversas enzimas, mediante r**iao com os
mefais que se constiruem em seis centros ativos. A citocromooxidasei por exemplo, tem elevaria aÍinidade peio íon cianet a'0,
sua combinação (reação) com ele inibe a respiraÇão celular.
Alern das intoxicações provocadas 1lor envenenamento, há
os casos de intoxicação crônica (cianidrismo proÍissional) que
pode ser verificado em trabalhadores envolvidos na fabricação-de
amônia ou com gaivanoplastia, por exernplo.
24. Devemos lernbrar que o cianeto, juntamenre com o monóxido de carbono. consdruem-se
nos mais fones }íeaniss Énconrraios em qrrímica inorganiir. no roceiirÉ à forr,racâo de
cornirlexos mgráiicos. ta! como iiusrado_peia chamsda sünr ssírücroquimica: I'< Br < S:-

<SC]i'<CI-qN: <F<uréia<Ot'l-<O-'<il3O<NCS'<nri:-idina.NIl.=.eiiienociiamina<

bipiriciina < fenatralina < NO:' < CFI:- < CnI{-.' < CI:- < CO. Àssin:r- seus composrc}s
fonaadcs com os merais cias enzimas são mais esuiveis cuÇ os composros enzimáticos,
implicancio na coordenação preferencial do íon cianeto.
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rlirgosuÇÀa

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QulírcÂ

roeEltsi 4S

Historia e química forense:
Napoleão morreu por envenenamento ?25
Apos a derrota na batalha de Waterloo, em l8 t 5. Napoleão
foi exilado na ilha de Santa Flelena, onde viveu por seis anos. De
It{apoleão resta ainda um vestigio material: cabelo. Foi feita uma
análise química dos Íios cie cabeio e, em 1960, foi levantada a
hipotese de que Napoleão não teria morrido de causas naturais, e
sim envenenado. Motivo da suspeita: a análise química relevou a
presença de uma quantidade anorrnalmente alta de arsênio no
cabelo de Napoleão.

O arsônio não é um dos ,chamados elementos essenciais
(elementos que fazem parte da constiruição química de r,ários
seres vivos, incluindo os seres humanos, como o zinco e o
magnésio, por exemplo), sendo apreciavelmente toxico.
Contudo, o arsênio, assim corno muitos outros eleme ntos
químicos, não é toxico quando na forma eiernentar (o eiemenro
mesmo, e não um de seus cornilostos). Porém. o oxicio cie arsênio,
de fónnula As:O: é bastante toxico, E unl composto solido,
branco, corn um& proprisciade bastante utii pera aqueies que

desejam envenenar alguem: e soiuvel em água, produzindo
soluções incolores. Assim, pode ser acrescentado ao chá, café,
refrigerante, cerueja etc. Alem de tudb e insípido (sem gosto).
Outra vantagem para o assassinato perfeito: é dificil de ser
detectado por análises quírnicas convencionais. o que torna dificil
a identificação da cause mortis (causa da morte) no caso de uma

autopsia. Poderíarnos chama.

o'otido de arsênio de o oxiCo

crime perfeito.

9'

Contudo, no inicio dos enos 90, uma oufra explicacão para o
alto teor de arsênio no cabelo cie Napoieão. que não o envenenamento
,criminoso, foi levantada: o envenenarnento por ansênio teria sido
acidental. Explica-se: o papel de parede cie uln dos aposentos de
Napoleão em verde, graças ao uso de um composto de amênio, o
arsenato de cobre. de farmula Cul{AsO+. Tratara-se de um pi-rrnento
aa

verde muito utiiizacio na ápoca cÍe ,){apoieão.
25. Extraído e adaprado de: R.F. de Farias. Para gosÍar ele ler a historia da çuítnicc, vol. 2,

Editora Átomo. Campinas, 2004.

I

,
l#,

EoBsolr.FEBlíÀilDEs DE FÂBrrs

O clima úmido da ilha de Santa Helena teria propiciado a
formação de mofo no papel de parede. Os microorganismos que

constituem o mofo (que nada mais é do que uma colônia de
fungos) teriam então convertido bioquimicamente o arsenato de

cobre no composto trimetil arsênio, (CH:):As,

o qual

é

altamente volátil. Ora. o trimetil arsênio é altamente tóxico, e
sendo também altamente volátil, seria facilmente inalado por
todos que estivessem na sala. IJma vez que Napoleão estava
sempre por lá, deve ter respirado uma quantidade maior do
composto do que qualquer outra pessoa.
Esta hipotese é corroborada pelo fato de que aqueles que
visitavam Napoleão com certa regularidade queixavam-se de
disúrbios gastrintestinais, além de ouffos sintomas característicos de
envenenatnento por arsênio. Reportavam ainda que sua saúde
costumava melhorar quando rcallzavam atividades ao ar liwe.

L
i
i
I

I
i
I

I
Introdução

,

Uma vez que a química forense constitui-se nu
aplicação dos coúecimentos da ciência quimica na coleta
e análise de. arnostras possivelmente associadas a prática
de crirnes e delitos, a QF, como a química em geral, exibiu,
desde o início, e, em especial, meados do seculo XX uma
gradual substiruição dos chamados metodos clássicos de
análise, pelos chamados métodos instrumentais. As
vantagens dos metodos instnrmentais sobre os cliissicos
são a maior exatidão e a possibilidade de análise com uma

menor porção de amostra. Por outro lado, dado seu custo
geralmente mais baixo. os métodos clássicos têm também
um importante papel a desempeúar.
Dada apropria natureza interdisciplínar da química
forense, e a multiplicidade de elementos gue, hipoteticaménte, são de fundamental importância para a elucidação

5
4s
tecnicas'e metodos classicos ou
instr:menrais de anáiise podem ser in-lportantes. Enke as técnicas mais
comumente empregadas em um iaboratorio de quÍmica forense estão:
de um crime, r,irtuahnente, todas

i

a-s

a. Espectrometria de massas; "'
b. Cromatografias em camada delgada;
c. Cromatografia em fase gasosa; '
d.' Cromatografia em fase líquida;
de raios X;

,

e. Difratometria

f.

Especroscopia de fluorescência,de raiosrX;
Microscopia eletrônica de varredura;

g.
h. Eletroforese;

i. Polarirnetria;
j Espectroscopia na região do infthvermelho;
l. Espectroscopia na região do ultravioleta-üsível;
;

n. Análise termogravirnétrica (TG)i
o. Caiorin'ietria exploratoria diferencial (DfA).

A utilizaçào-

etn um cieterminacio momenio, dos metodos

clássicos ou instnrirentais, dependerá, oL,viamente, de dois fatores
principais: aciequação cio método ao problema em questão e
dispcniUllidade dos recursos neffissários. Porern, modernalnente não
.- se concebe um laboratorio de química forense sem a presença de
al

guns equipamentositecnicas instrumentais.

Cromatografiasr
Enne

t

!r:^-

l-

'
-^as técnicas instrumentais de análise com largo uso na

química forense, destaca-se a cromatografia, em todas as suas
variantes, como a cromatografia gasosa e a cromatograÍia líquida
de alta eficiência. Seus usos são dos mais variados, desde Ít
identificação dos compostos contidos ern amostras e drogas26

ate a

a cocainii cosrumam ssr "batizadss" isi* e. aci,-rlteradas eolTl outras
subsúncias a irm d.: aumentar seu volume püit come:-ciaiizaeao. Substáncias como
talco c ai:íiido costilntam ser uliiizacias. Dr"Penrie*d* cio tipo e da quantidadc de
adulrcra,nre empregacic. * poiícia pocie atÉ nresmo tnierir de qual grupo criminoso a
droga renha proceciicio. No caso da eiroga ter sido dissoÍvida Para facilitar o tráfico
(çm *'iriskl', por exemplo) a tecnica crofilatográírca será tamb,em de grande valia.

26. Drogas como
rjir::ül.rli.ú

Â

';unircrr

?o!ilj§E 4Y

confirmação do uso de substânci;rs proibicias pclos atictas, nos
chamados testes anti-doping".

Um metodo clássico como a cromatografia em camada
delgada, pode ser muito util no laboratorio de quírnica forense,
corno na deterrninação de carbarnatos {'er Capítuio 9) , os quais
são os princípios ativos de diversos inseticicias comerciais, QUe,
por sua yez; são freqüentemente utilizacios em tentativas de

suicídio ou em homicídios por envenenamento. IIo Brasil, até o
final da clecada de I950' era celebre a co!-nbinação de guaraná corn
forn:icida2§ corlt a qual amantes infelizcs buscartaill a ntorte.
A cromatografia líquida de alta eficiôncia pode ser utilizada,
por exemplo, na separação (resoiuçào) Css forrnas enantionlúricas de

aminas de interesse forense. tais como anÍbtantina, efeclrina e
epineftina §oggle Jr,: Clarlq I986).
A chamada cromatografia ga.§osa por pirolise, PGC
(pyrolysis gas'cluomatography) pocie ser niuito util no estuCo de

fibras têxteis. A desvantasem é que sr trata de uma tectrica
destrutiva, e que so dsve scr utiiizad,a, ponantü. corno ulti,nro recurso
na identiÍicação de um elemento de rlrü1''4.

Espectroscopias
Entre as especrroscopias, as mais largarnente utilizadas são a

do ultra-r'ioleta visível GfV-Vis) e
espectroscopia na região do infravermelho (geralmente com
espectroscopia na região

transformada de Fourrier: FT-lR).

A espectroscopia

na região do infrar,érmelho colrl

Fourier pode ser empregada, por exemplo. para a
determinação quantiiativa de cocaína e heroína (Ravreby, 1987),
sendo possível obter bons resultados mesmo na presença das
transformada de

substâncias que costumam ser adicionadas pelos traírcantes. tais

A ressonância magnetie a nuciear (uara os diversos nucieos,
sendo os mais largamente analisados o 'H e o ''C), pode ser muito
ZT.paraum bonr exen:plo do usa da crcmatosraíla s3sos3, na detenninacâo de efedrina em
amosras cie urina. Ieia-se: P.R.. Üarctl, 5Í. 'ona;riiní. il,.L. Ce 1. jürceu, iie'r. Brus.
Cienc. Farm.. 200-i. í/. 35i.
28. Em 1958, o céiebre compositorAssis Yalente. auior dr sucessos comü Coi. Cai Ba!ão,
morreria ern uma praia carioca. apos ingerir esta fúnecre misrura.
,O

EoBscÉ'J rEENÀlíDEs DE .?ÂErÁs

util na confirmação da presença de l,4,butanodiol em amostras
suspeitas (ver topico sobre espectrometria cle massas).

54321
Espectr.o ae

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k

nMN do

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frLbutanodiol
l0

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t0C0

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:

Espectr.o

FIIB

da cocaÍ:ra

Microscopias
A microscopia (ou seria melhor dizermos, as microscopias:
óptica, eletrônica etc.) enconka larga utilização na ciência forense,
desde a microscopia óptica (tradicional ou com hn polarizada),
passando pelas microscopias de transmissão TEM (hansmission

electron microscopy), varredura SEM (scanning electrom
microscopy), e força atômica AFM (atomic force microscopy).
rilTEoDUÇÀo À

quixrca;'on=I{sa 57.

üicrografia
eleirônica
de.varr.edura
d.e.polens

de.gerânio

O uso da microscopia eletrônica de varredura (MEV ou
SEM, na sigia em inglês) tem se expandido. A r:til ização do MEV
tem duas vantagens: pennitir, evidentemente, a visualização
microscopica da amostras sob estudo e pennitir, adicionalmente,
a análise qualitariva e quantitativa dos elementos químicos que a
constituern, mediante o qso de uma sonda para a realizaçáo de
uma análise EDS (energy dispersive X-ray analysis). Em
balística, mais especii-rcamente na análise residográficâ, o uso do
MEV pode ser particularmente valioso.

IIn microsópio
eJeÊrouico

de-varr.edura.

.

Espectrornetria de massas
Como exemplo ilusrativo do uso de tecnicas instnrmentais na
identificação de amoskas suspeias, consideremos o L,4, butanodiol.
Este á{cool tomou-se atraente para algqns muiirios de dtogaS por ter
efeitos análogos aos do ácido gama-hidroxibutírico, q. qual produz
efeitos sedativos, além de sensação de euforia e alucina@.

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a.

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5Z

Eotssu'r;iplJ*l;sÊs Du FÂnrÂs

Em função da proibição3o da venda irrestrita do ácido
gama-hidroxibutírico, os usuários migraram para substâncias como
o 1,4-butanodiol, que e estruturalmente similar ao ácido e que, alem
disso, é convertido, metabolicarnente, nele, produzindo, então,
efeitos similares, ao ser ingerido.
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e algr:ns Ilr.oces,sos de.fr46meatação suttridos
Espeçtrp de,na,ssa do

'

29. Controlada nos Estados Unidos pelo DEA,(Drug enforceÍnent adminisradon),.
l
§;.

?

-

.*:e"

'.'

-.

-

r;I?solii;Ào

 Qu!.ircÂ

Polijjs: 53

Por ser um solr;ente largamente utilizado, o 1,4 butanodiol
pode ser adàrirido com facilidade, rffi produtos de procedência

duvidosa, vendidos muitas vezes pela internet e rofulados como
suplementos alimentares ou facilitadores do sono. Assim, termina
por ser adquirido disfarçadamente e utilizado para fins ilícitos.
Uma outra forma ilícita de preparar-se o produto para ser
consumido como droga e fracionando o álcool de grau industrial,
obtido em toneis,, e aditivando-o com corantes e flavorizantes,
ciando-lhe, assim, o aspecto de bebida de frutas. Logo, caso haja a
suspeita de que um determinado produto constitui uma tentativa
disfarçada de ,comercializar urrla droga, os métodos instrumentais
de análise podem ser muito eficientes. A título de ilustração,
mostra-se o espectro de massas do | ,4 -butanodiol. Com base nos

fr-agmenÍos obtidos na análise de um determinado produto,
podep-se-ia determinar a presença do diálcool.
I

Termogravimetria e calorirnefria
exploratoria diferencial
A

termogravirnetria (TG) e a caiorirnerria exploraioria
diferencial (DSC) podem ser empregacias, por exemplo, na
detenninação do grau de pureza de arnostras de ácido ascorbico

(vitamina C) empregadas na inclústria farmacêuticâ,
verificando-se que, mesmo para adições de pequenas quanticiacies
de excipientes (nos exemplos considerados tem-se uma n:isfura
binária de acido ascórbico e coscarmelose de sodio na proporção

500 mg para 5 *g, ou seja l% de aditivo ao ácido), como nos
exemplos ilustrativos apresentados, ambas as tecnicas permitem a
identificação da presenÇa de uma outra §ubstância, eH
comparação com amostras puras do ácido.
54

EoBsolJ FEEI-IaIIDEs DE

?Âtlls

1000
TemPerature (oC)

fG para: (d ácido a.scorbicq ft) coscaroelose de.sódio e.(c)
mistlrra bináxia: ácid.o a,scórbico/ coscarnelose.de sódio gOO ng/ 5n€).
Cunra.s

E
=

:C)
'o U)
í
I

;

400

100

i

500

TemPerature (oC)

Cur:ra,s D§C

para; (a) ácid.o a,scorbicq

Cb)

coscarmeJose.de.so*io e.(c)

ni,stura binásia: ácido ascorbico/ cascaÍneJose.de.sod:io §OO ug5 ug)'
..

A teimogravimetria na identificação de pêlos
A investigação

dos possíveis usos da termogravimetria em
análises de interesse forense tem sido rcalizada (Farias; Pinto,2008a,
2008b). A termogravimerria constirui-se em tecnica que pode ser
empregada na identificação forense, no tocante, especificamente,
rlíTEoDuÇAo A

qufirc.r

ioreliss 55

a análise de pêlos, sendo possível, diferenciar-se pêlos cie diferentes

partes do corpo (cabeça e pubis), considerando-se uma mesma
pessoa, ro caso do sexo feminino, mas não para o sexo masculino.
Por termoglavimerria pode-se ainda, com facilidade, diferenciar um
pêlo natural de um sintético. Alguns dos resultados obticios serão
aqui apresentados. Todas as curvas TG analisadas forarn obtidas em
equipamento Shima druTGA-50, em porta-amostras de platina, sob
atmosfera de nirogênio (50 cm3 min-') . com taxa de aquecimento
de lOoC min-I. As curvas foram obtidas na faixa de temperatura de t
ambiente a 800"C.

.-r

i"'
.,
'
.t-.ru-.-'*-..
:- . -r;ll--:

:'F.'it
'*3,'

tGA 50 -§hitradzu

'f

Pêlos naturais
Esnrdos recentes têm demonsnzdo que fatores tais como hábito

de vida, arnbiente ao qual o indivíduo eslá exposto (Chojnacka;
Gorecka; Górecki,, 20A6a; Masúawa; Tsujimura; NIarit4' 2006),
idade, sexo e ôor do cabelo (Chojnacka; Gorecka; Corecki, 2006b),
bem como as condições de saúde do indivíduo (Kazi et aL-,2A06)
podem exercer influências significativas na composição química dos
pêlos. Porouto lado,já foi demonstado que atermogavimetriapode
ser utilizada para a determinação, em nível molecular, de especies
heterogêneas, como no caso da determinação do numero de grupos

OH na superficie de sílica-gel Garias, 1998).

Assirn sendo, uma investigação que vise avaliar a
do uso da terrnogravimetria para análise forense,--

,potencialidade

',
56

.Eoesíii

:-li;lili:-i

D=

rnxrÀs

especificamente no tocailte a analise de pêlos. e Cigna de ser realizada.
essenciaimente. procurar responder se,
mediante o uso dessa técnica, pode-se:
a. Diferenciar um pêlo humano de pêlos de outras especies

Tal investigação deve,

anlmals:

b. Diferenciar

c.
d.

pêlos de humanos com diferentes idades

e

de sexos ciiferentes;
Diferenciar pêlos de humanos diferenres;

Diferenciar entre pêlos de diferentes partes,do corpo,

os

de um mesrno indir,íduo.

itio esrudo efetuado (Farias, 2008) foram analisadas, ao
todo, 20 amosras de pêlos. sendo 3 de animais (gato, cão e
cavalo). Os pêlos humanos foram coletados em I0 pessoas
diferentes, num total de I7 arnostras. Maiores detalhes sobre as
amostras anatrisadas são apresentaclos na Tabela L
Os resúltados obtidos encontram-se resumicJos na Tab

elal

e. as cuiTas mais represeniativas apresenradas,

Em todos os casos, a primeira perCa de massa sirua-se na faixa
cie 30
a 150 oC. Pode-se associar essa etape a cerda de rnoleculas
de água fisisson'icias ou quiirussorv"idas, Ê matória sebácea presente
nos pêlos, cie forma que, o que se verifica, não e ainda a degradação
oC

do pêlo propriamenrc dito. A quantidade de materia sebácea poderá
depender de fatores tais corno a região do co{pc onde o pêlo se

encontra (rnaior ou menor quanddade de glânduias sebáceas na
região). fuiaiisando-se os dados da Tab ela 2, verifÍca-se QBÊ, corTl
rclação a essa primeira perda de massa, neúuma tendência pc,de ser
efetivamente apontacia, embora, em media, os pêlos pubicos exibam
uma perda de rnassa maior do que os cabeios.

A segunda perda de massa, a qual inicia-ie em 250oC,
acontece, para todas as amostras analisadas, em duas etapas,
sendo QUe , na maior parte dos casos, a segunda etapa apresenta-se
pouco ciefinida, motivo peio qual, na Tab ela ? , o percenfual de
perda de massa é simplesmente calculado na faixa de 250-800"C,
como uma unica etepa. Uma notár'el exceÇão é e amostra 7 a qual
exibe, na faira enre 250-8ü0uC, ciuas etepas i. perda de rnassa
bem defrnicias.
tllfgCls;Àc

"À

ÇUIifCÀ FOEsIi-q:

57

Como pode ser constatado analisando-se as diferentes
curvas, e os dados delas provenientes, resumicios na Tabela 2,
verifica-se que todas as cun/as TC exibern as mesmas etapas
fundamentais de perda de massa. Tal fato não causa surpresa, se
lembrarrnos que - independentemente do fato d.e penencer ou não
a urn ser huütano, ou, no caso de humanos, indepencientemente da
idade da pessoa considerada, ou da região do corpo da qual foi

retirado -r o pêlo é constituído, do ponto de vista quírnico, de
queratina. ou queratinas, que são polipeptíeiios f,or-mados por
unidades de arninoácicios, com massa molar media da ordem de
10.000 g mol-1. Analisando-se, por exemplo. queratina.ç extra.ídas
de penas de frango (Moore et a1.,2006.; r,ei-ifica-se que c perÍli das
curvas TG obtidas são bastante similares aos do presente trabalho.
Avaliando-se as curvas TG para a pena e para a queratina
dela extraícla (Moore, 2006) constata-se clue os perfrs.das cun'as.
TG são similares aos obtidos para os pêlos analisados nCI presente
trabalho.
Comparancic-se as cura'as para a queratina e para a pena
(Moore, 2006) verifica-se que a prirncira etapa de percia de massa
e bem menos def,rnicia, pAra a qucratina, eili colnilaração com a
pena. Tal fato reforça a intelpretaçâo de que essa etapa associa-se
à perda de água e material sebáceo.
Uma hipotese para explicar as duas etapas bem definidas de
perda de rnassa referentes à queratina para a amostra7 , é a de que a
parte mais externa dos fios de cabelo, estaria com as moieculas ,Ce
queratina de menor massa molar, enquanto a parte mais interna
vrt.,

apresentaria moléculas de rnassa moiecuiar signifrcativamente
mais elevada. Tal fragmentaçâo das rnoleculas de queratina
presentes na pafic mais externa dos pêlos teria sido possivelmente

ocasionada pela ação de substâncias quírnicas presentes ern
produtos para cabelo, como shampoos e condicionadores.
Nas discussões a seguir, quanCo falar-se em perda de,

massa, frcarà subentendido que trata-se da perda de massa
referente à segunda etapa (degradacão cas queratinas).
As amostras 18, 19 e'Ü, peios de gato, cacholTo e Cavalo,

respectivamente, exibem percentuais de percia de massa
coillparáveis aos pêlos humanos (cabeio e pubis) de forma

QUe,
,§

mBsory riBIÍllÍDEs

DE

sÂrrás

com base apenas nos percentuais de perda de massa, verifica-se
não . ser possível diferenciar-se pêios humanos dos de outros
a.

anrmals.
Comparando-se o par de amostras I e 2, oriundos de uma
mesma mulher, com o par 7 e 8, de outra mulher, o par l0 e I l, de

uma terceira mulher, verifica-se que os pêlos pubicos deixam
menor resíduo (exibem maior perda de massa. poftanto) do que os
cabelos: percenfuais de perda de massa 64,50/0, 67,1 % e 67,8 o/o
para as .afostras 2, 8 e I l, respectivamente (pêlos pubicos) e
percenruais de 5 7 ,30/o,63, 7' o/o e 64,6 o/o, respectivamente, para as
amosffas 1 , 7 e l0 (cabelos). Logo, considerando-se uma mesma

§

múher, é possível diferenciar.-os cabelos dos pêlos púbicos.
Considerando-se o par de amostras g-l7,para u*à muhe r de 74
anos,

a

Ê
Ê

Ê
E

r

+gri{cq-se gue, nesse caso, é a mostra de cabelo que exibe

=
E

maior percãnfüal de perda de massa (70,6o/o),em relação aos pelos
plbicos {67 !4%). Contudo, pennanece válida a conclusão no
tocante à diferenciação entre os pelos pubicos e os cabelos. Se
essa inversão dos percentuais, no caso das mulheres, pode ser ou
não atribuída a faixa etária, e algo que não se pode aqui concluir,
exigindo novas análises

4
=.
a

=

t
í.

ã
+
=
iê

§
E
a.

?

Destaque-se, ainda, os valores percentuais bastante
proximos, obtidos para pêlos de uma mesma região do co{po, para
os pares 8-t I e 7-10. Por outro lado, comparando-se o par de
amostras 4-5 (homem de 32 ano.s), e 3-16
$omem de 72 anos),
.venÍrca-se eu€, para essas ampstras, os percenfuais de perda de
massa obtidos são bastante: proximos, não sendo possível
diferenciar os pêlos pubicos dgr caberos.
Destaque-se Qre, entfe as oito amostras de cabelo

É.

z:

#

&
e
rÉ
*i

§
*r
*,
{
E

D'
á
7

t

analisadas, a amostra I e aquela que exibe o menor percentual de
perda de massa (57,3%). Por ser esta a única amostra de cabelos
tingidos, pode-se supor que os produtos químicos utilizados no
processo de tingirnento tenham;afetado a composição química do
cabelo, provocando esse efeito. Assim, com base nos dados da

Tabelal,infere-se que um percentual de perdade massa abaixo de
60,A% possa ser associado a pêlos tingidos, podendo-se, assim,
avaliar se a cor do pêlo coletado e original ou não.

T

!r'-r.

-
rNrpoDrrÇÀo a quiNrca

ronrj,Iss

59

Comparando-se os percentuais de pcrch clc nrassa obtidas

para a degradação térmica de fios de cabelo masculinos:
amostra 3 (68,7 o/o), amostra 4 (68,7 o/a), amostra 6 (68,0 %) e
amostra 13 {69,6 ya), com as amostras de cabelos femininos:

amostra I (57,3o/o), amostraT (63,7 %) e amostra 10 (64,6 o/a),
verifica-se QUe, para os pêlos masculinos, os percentuais de perda
de massa são maiores, sendo possível então, diferenciar um
cabelo masculino de um feminirlo.
Para efeito de comparação,, analisou-se uma amostra de pêlo
da perna (amostra l5), verificando-se que o percentual de perda de
massa associado â degradação das queratinas assemelha-se aos
percentr:ais observados para cabelos e pêlos pubicos.

Como conclusão de caráter geral, verifica-se que a
termogravimetria, no tocante à identificação huryana mediante
análise de pêlos;pode §er eficiente como técnica auxiliar.
Considerando-se apenas os percentuais de perda de massa
r-

relacionadosàdegradação.térmicadasqueratinas:
' I. Não e possível diferenciar-se um pêlo humano de um

a

-+.
il|
t§
F

s
Ê

.a

E

;

#
&

tÊ

§:-

G
-Ê

f

É
+.

t'

,É:
a-l

?'
Éi

*
I

pêlo animal;
2. E possível diferenciar-se pêlos de diferentes partes do
.otpo (cabeça e pubis), considerando-se u*u mesma
pessoa, caso do sexo feminino, mas não parao sexo
'masculino;
3. E possível diferenciar-se pêlos oriundos de pessoas de
sexos diferentes, no caso de fios de cabelo: via de regra,

os cabelos masculinos exibem percenfual de perda de
massa na casa dos 69 Yo, com, os cabelos fernininos
exibindo perdas de massa da ordem de 64 %:
4. Não é possível diferenciar-se enffe pêlos de pessoas de
idades diferentes;
5. Percentuais de perda de rnassa abaixo de 60, A o/o,podem

ser associados a pêlos tingidos.
6t)

EcEsd;

==lj$ji=s

DE Frtarrts

t

)

Tabela I. Amostras de pêlos analisados por tennogravimetria.

Amostra

!..., .
Pfl'-'''"'
;

tXÍl
,Hj§', sexoÍ

Fumante3

,Àr E
líasculinoi F= Fenrinino
:B=Bnnco;CJCasrmho:L=LoiÍo;P=PÍeto

,§=Sim.N-Não
-õ=é;ú";;t,o"Ps=Fúbis
'Cubelo ringido.

r.

:

t:;#$'
rh,Tnosr,rÀo n Qu!.:rca

ioB=lJsa 61

Tabela 2. Sumário dos dados expt-rimcntais obtidos a panir das cur!'as
tcrrnogravimetricas. Para detalhes sobre cada arnostra, ver a Tabela l.
Amostra

olo

ml

U"C

5,0

30-150
250-800

57,3

30-1 50

4,3

250-800

64,5

30-1 50

^rt
arl

250.800

69,7

" 30-150

:

250-8Crü

7.0
68,7

;
30-1 50
250-800'

5,5
67,8

30-150
250-800

3,5
68,0

i

30-1 50
250-500
550-800

3,9
48,4

15,3

30-1 50

5,3'

250-800

67,1

30-150

10

11

12

13

14

15

16

17

í8
t9
2A

8,3

250'800:

67,4

30-1 50

250-800

4,5
64,6

30-150
250-800

67,8

,

7,6

30-150

'

250-800
30-1 50

5,3
69,6

250-800.

9,5
63,8

30-1 50
250-800

6,9
67,2

,

30-150
250-800

"

3-0-150

1A,2

250-900

,

30-150

.

250-800

30-í50

;
!

30-150

:

*

30-150;
25S-800

67,2
6,3

70,6

250-800

250-800

B,g
67,6

0,0
66,6
9,8
65,2
10,3
64,0

'

''
62

EoBsoJ{ ri:e}íaHoEs DE FÀEr}s

Homern, 32 anos, Cabelo.

TGA %

OrTGA mgimin
0.00

100.00

0.02

80.00

Weight

Loss

60.00

-1.125Íng
-68.6819â

0.04

40.00

200.00

400.00

600.00

800.00

Temp [C]

Cr:r.va.s

termogravimétrica CIG$

e.

derivada OfIG$ para a amostra 4.

Homem, 32 anos, Púbicos
DTTGA mglmin

0.02,
0.00
80.00
-0.02
We§hl Loss

60.00

{:085m9
-5.470%

-0.04

40.001--

{.087m9
-5.598*
Weighl

Loss

-0.06

-0.08

{.966mg
-62.1820/t

200.00

400.00

600.00

600.00

l
j

Temp ICJ

:

'1

Cur.va,s

ternograv:inétrica ffG§

I

e.

1

l

derivada CDfIG§ para a anos tra.5.

i

j

I

.t

I
j
I
I
I
I
I

I

I

I

!

a

!
I

I

I

I

-.)'

4
r- t
a t

I
$ItnonuÇÀo

TGA

À

Quiura roaailsa 63

ülulher, 25 anos, Cabelos

DrTGA m$min

9á

100.00

0,00
80.00

4,01

ltlaghtloss

60.00

{.0?6Írq
Werghl

-3.910?o

Loos

{.102m9

-0,02

-15 338%

40.00
-0,03

200.00
,

0.00

400.00

600.00

800.00

Temp [C]

Curra.s termogravimétrica

(IG§

e.

derivada Or'IG§ para a ano§tr'a?..

Homem, 72 anos, Cabelos
TGA %

100.00

{32

80.00

J

60.00

Wei$t

4,04

Loss {.lllmg
{-1n%

.,

-0.06
40.00

418
20.00
l,t'_

0^00

200.00 400.00 600.00
Temp ICI

Curyas teruograrrinétrica CIG$

e.

derivada (DrIG§ Para a anostraS-

800.00

i
64

eo=sG;

l=Bli*]il-

Dã

i'Âtr§

Pêlos sin téticos

No tocante à identificação de um fio sintético

em

comparação com o cabelo natural, as cun/as TG mostradas
seguir sâo bastante ilustrativas.
Mulher. 25 anos, Cabelos

DrTGA mglmin

0.00

-0.01
{Ctal:c
, r:âe.g
Ié
-í.

LOSS

{.692m9

-0.02

-61.896§;o

-0.03

-0,04
Weight

S.00

?ir3.üü

400.00

Loss

4.33ürng

6Ü0.00

-0.05
80C"t'0

Temp [CJ

C-ur:ras

TGA

ternogravimetrica ff Giü e, derivada (HGÂ)
parâ una amostra de.cabelo uatum.I
Pêlo sintético

Yo

DrTGA mglmin

100.00

0.00

80.00

-0.20

-0.40

6ü:00

-0.60

40.00

-0.80
20.00

0_0ü 100.00

20ü

00 3c0.00 400.00 5c0.00

600.cs

Temp [Cj

Cirr'ora*s

tamogra:rrimétrica OGÂ) e derivada OrfGA)
de.un

fio de.cabel,o sinteiico.
.

a
llltpc,lg.]ir.r

i

qsl.:ici.

=op;i{s; 65

â

Na primeira figura, rnostra-se urna curvii 'fG i)irr:r urrla
amostra de cabelo natural. A primeira perda de nrassa sit.ua-se na
faixa de 3OoC a I50'C. Pode-se associar essa etapa à perda de
moléculas de água fisissorvidas ou quimissorvidas, e matéria
sebácea presente nos pêlos, de forma que, o que se verifica, não e

ainda a degradação do pêlo propriâmenre dito. A segunda etapa de
parda de massa, na faixa de 250-800oC, associa-se à degradação
das nroleculas de queratina, ou queratinas, que são poiipeptídios

formados por unidades de aminoácidos, corn mass& molar rrledia
da ordem de I 0.000 g mol- I (todos os fios naturais, não
irnportando a parte clo co{po de onde tenham sido retirados,
exibem um perfil muito similar) Comparanrio-se a primeira figura
com a segunda, obticia para um fio sintetico (peruca) e notável a
diferença de perfil observado, com o fio sintético exibindo uma
única etapa,de percla de massa, que inicia-se ern 400 oC, com um
resíduo final de aprCIximadamente l}o/a. Logo, a distinçãcl entre
urn pêlo natural e um sintetico pode ser feita facilinente, pela
simples cornparação das cur,,as

A termogravimetria na perÍcia
de combustiveis: diesel,
oleos vegerais e biodiesel
Do ponto de vista da análise cio perroieo e seus Cerivacios, a
termogqavimetria pode ser convenicntemente empregada para a
detecção e quantificação da presenÇa de adulterantes na gasolina e no
oleo diesel. Alguns resultados obtidos, são rnosrrados u r.gui/0.

as sun'ês TC aprese nladas fbram o,btícias rrn equipamenro TCA-S6 da
Shimadzu,ernatrnosferadenitrogênio{50crn3min-l)emxacieaquecinrentotic I0"C

30. Todas

min-1. utilizando-se porta amosrras de plarina,
66

EoBso$ rEEl{ÀIíDEs DE r.âErás

IGA

Oleo diesel

%

DrTGA mgrmin

100.00

0.00
80.00

6ü.00
-0.50
40.00

20.00
-1.00
0.00
300.00

200.00

100.00

Temp [CJ

I
!
'i

,
!

I

!

:

:

Na fi sura anterior é mostrada a culva TG (e sua clerivada)
pera uma amostra de oleo diesel. Conforrne podemos notar, a
vapori zação inicia-se em cerca de 60"C, estendendo-se ate260oC.
Para efeito de cornparação. r,eja-se, a scguir, a curva obtida para
uma amostra de oleo diesei adulterado com oleo de soja.

Oleo diesel + Oleo de soia

TGA %

DrTGA mg/min

100.00

0.00
80.00
-0.20
60.00
-0.40

.10.00
Weignr

Wagnt

20,00

Loss

Loss

-10.264m9

-1.689m9
-i3.84CI:t

-0.60

.&I.1&íYr

-0,80

0.00

100.00 200.00

300.00

400.00

500.00

Temp ICJ

t

j

,
-rr:t-É',,,"

--

i
rlíTsoDIIÇÃo n o-uülrcl

fGA

o/o

Oleo diesel + Esteres metílicos do óieo de arroz 1:1

100.s0

roaal'lsp 67

(v/v)

DrTGA mgimin
0.00

-0.10

-0.20

-0.40

100.00
Temp ICJ

Confonne pode ser observado, a vaporizaçãa do diesel
inícia-se e completa-se na mesffra faixa de temperafura observada
para a amostra pura. A partir de 375oC. o qtre se observa é a
vapori zaçáo do oleo de soja, cujo percentuai de perda de massa
(aproximadamente l4o/o), foi justarnente o percenrual empregado
na misfura feita em laboratorio. Ou seja, foi não apenas possível
-i
]É.
É

É

$

*
§

*-.

+'

;

í.

f=
4

*

determinar a ocorrência de adulteração, mas, inclusive; seu
percenfual. Vale a pena lembrar QUe, ao menos na proporção
empregada, o óleo de soja não ocasiona neúuma variação
do ollo diesel, de forma que, ao
sensível quer na cor, quer n1

for

menos sensoriahnente, a adulteração não seria percebidaPara efeito de comparação, :âpfesenta-Se, em seguida, a
curva TG para uma mistura TG I :1 (v/v) de óleo diesel e biodiesel
(nesse caso, ésteres metílicos do oleo de arroz), ou seja, uma
i

biodiesel 850.
Conforne pode ser observado, neúuma diferença pode ser
notada entre essa curva e a obtida pam o óleo diesel, o que apenas
mostra QUÊ, conforrne desejado', o biodiesel comporta-se, tambem do
ponto de vista da aniúise termica, como o diesel de pefroleo. Logo,
pode-se saber, por temogravimetria, se o que foi adicionado ao diesel
foi biodiesel (p.dtido e até determinado pela legislação em vigor) ou
simplesmente um oleo vegetal (que seria, nesse casg, um adulterante.
sendó sua adição utna pratica fraudulênta).

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Papiloscopia

E'

B

No tocante à identificação humana, uln dos usos
mais freqüentes da química forense é na revelação (que
por sua vez, possibilita a identificação) de impressões
digitais, ê chamada papiloscopia.
Para frns de classificação, & pâpiloscopia está
subdividida em três áreas: datiloscopia, quiroscopia e

podoscopia, que se dedicam, respectivamente, às
impressões digitais, às impressões deixadas pelas
palmas das mãos e às impressões deixadas pelas paimas
dos pcs, sendo a datiloscopia a rnais impoltante das ffês,
por ter um papel mais decisivo na identificação de um
indivíduo. Não por acaso o registro da impressão digital

é efetuado quando da emissão das carleiras

cle

identidaCe, tei:cio havicio recenlemente apenas. uma
modiflrcação tecnologica nos institutos de identif,rcação:

E
H

H6
7

O

EoBsOlI -F-:pI{À}íDEs DE .?Â!IAs

a célebre almofada de tinta foi substiruída por urn pequeno
scanner que faz a varredura e registro eletrônico da impressão.
Do pontc de vista biologico/estatístico, a identificação
baseada na impressão digital baseia-se no fato de que atehoje,
,
ainda não foram encontradas duas pessoas com as impr.rrõ.,

digitais idênticas, muito embora, coxrr base nos principios

da

estatística e da logica indutiva, a não ocorrência de tal fato não
significa ser tal coincidência impossível.

A

composição química do suor das mãos (que termina

sendo responsávei pela, formação de impressões digiiais quando
tocamos um determinado objeto) e basicamente água (ggr/ú

e

lo/o

de materiais solidos, entre os quais aminoaãiaos e outros

compostos nitrogenados, ácidos
ÍIraxos, ácido lático, glicídiós e
Iipídios, alem de componentes inorgânicos tais como os ânions
cloreto, sulfato e fosfato e cátions metálicos como sódio, potássio
e ferro- Do ponto de vista da química forense, os compostos
orgânicos têm um importante papel na revelação de dada
impressão digital e. conseqüentemente, na identiÍicação de
detenninado indivíciuo.
Existem diversas tecnicas utilizadas para a revelação de
irnpressões digitais. Mencionaremos aqui algumas deias.
A
tecnica que será eÍbtivarnente ernpreguàu em dado caso, irá
depender do local onde a impressão teúa sido deixacia,
bem
como dos recursos disponíveis para o perito, Contudo, é preciso
discernimento por parte do profissional antes da revelação
da
impressão, visto que o uso da tecnica errada pode termin#
p;;
inutiliz alr a impressão deixada, perdendo-se, assim, importante
t-

elemento de

prova.

:

Muita embora as tecnicas rradicionais como a do po sejarn
Iargamente empregadas, metodorogias mais modernas
têm sido
desenvolvidas, tais como a detecção da impressão digital com
base
nos elementos químicos nela pre§entes, empregando-r. u chamada
microfluorescência de raios-X (rnicro-X-ray fluorescence, MXRF),
desenvolvida em 2005 por pesquisadores do Los Alamos National
Laboratory, nos Estados Unidos.

*.
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,

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G

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rlíTaoDuçÀo À Qujvrcl

ronelÍsa 7L

A tecnica do po
A técnica mais utilizada consiste na aplicação de uma fina
'camada
de po sobre o local onde, acredita-se, possa haver
impressões digitais. Uma vez que impressões tenham sido assim
t

.

!r

-

f

reveladas, segue-se a etapa do'decalque.
'Tal técnica baseia-se na aderência de um determinado po
sobre os diversos compostos químicos que compõem a impressão.

L:gações de hidrogênio e forças de van der Walls, são,
essencialmente, as responsáveis por estas interações.
Vale a pena lembrar que a técnica do po não é sensível

a

impressões digitais que não se.iam recentes, uma vez que o
principal composto responsável pela aderência do po e a agua, a
qual estará presente em quantidade cada vezmenor, à medida que
o tempo passa, sendo diminuída, portanto, sua concentração
relativa, ern comparação com as demais substâncias que
compõem a impressão. Assim, caso em função das circunstâncias

presuma-se que possíveis impressões digitais tenham sido
deixadas há muito ternpo, outras técnicas devem ser utilizadas.
, No tocante à composição química dos pos utilizados,
podemos mencionar:

a.

Pó de óxido de ferro: óxido de

. %) e negfo-de-fuTo" (ZS %);
b," Pó de dioxido de manganês:
o/o),

oxido de ferro (25 Yo), negro-de-fumo (25 %)
' e resina (5 %);
c. Po oxido de titânio: dioxido de titânio (60 yó),talco QA%)
(45

e caulims2 (20 %);

31. O chamado negro-de-fumo não é, em verdade, uma única substância- Tal denominaçãq
é urilizada para d'esignar um grupo de substâncias coloidais de cor negra, compostas
total ou principalmente, por carbonq usualmente como fuligem. São obtirlas pela
combustão de hídrocarbonetos, nomdÍImente metano e acetileno- Entre outros usos, é
empregado como pigmento para tinus e em resistores elérricos.
32-O caulim é uma argila com fórmula aproximada Al3Or.2SiO:.2H:O. E materia-prima
essencial na fabricaçâo de porcelana. Seus cristais, vistos ao microscopio eletrônico de
varredura. apresentarn-se como palhctas heiagonais. podcndo iambem existir sob a
forma de rubulos, quando passa a chamar-se haloisira.

1_-
72

§oBso:;

d.

-=giíglif:s

D? r'r,-Er/rs

Po carbonato de chumbo: carbonato de chumbo (90 ,/o),

goma arábica ( 15 or,r), alumínio ern po (3%)

e.

f.

e

negro-de-fumo (2 %).
Po fluorescente: antraceno finamente pulverizado.
Pos rnetáiicos (usualmente uma mistura de rnetais e
oxidos metálicos): po prateado (flocos ce alumínio, pos

de quanizo); po dourado (flocos de bronze, pos

de

quartzo).

g.

Pos magneticos (particulannente uteis .para revelaÇâo
de irnpressões em superficies como píástico e pele
humana).

Os exemplos (a) e (b) são exempios dos chamad.os "pós

. negros",

enquanto aos exemplos (c) e (d) são "pós brancos,,.
Os pÓs fluorescentes, como o exemplificado na Ietra "e",
requerem ,a utilizaÇão de uma fonte de luz ultravíoleta (para
excitar o.çpmposto fluorescente, o qual, ao decair, emiti raluzna

regiâo vi5ír'el cio espectro), sendo inciicados para superficies
multicoloridas. cie padrollagem confusa" nas quais os revelaciores
convencionais não dariam bons resultados.
A tecnica cio po tem como principais yantagens seu baixo
custo e sua simplicidade de aplicação. Conrudo, um a vezque os
compostos químicos que compõem os po§ podem interferir com
outros exames periciais (com a determinação da cornposição
-

quírnica de uma determinada tinta de escrita, por exemplo),
deve-se considerar todos os aspectos .envolvidos antes de sua
utilizaÇão. O tipo de pincel a ser empregado parq a aplicação do
pó, bem corno" é claro, a habilidade daquele que utiiizar a tecnica,
são tambem fatores decisivos para o seu emprego bem sucedido.

Fatores corno condições climáticas (rnaior ou menor
umidade do meio) podem também interferir no sucesso dessa
tecnica, de forma que cada perito deve avaliar qual o melhor po
para detenninadas condições climáticas sendo esra areabastante

àb-erta

a realização de experimentos, buscando-se sempre

enconrar pos que sejam atoxicos, de baixo custo e que fon:eçam
bons resultacios,

i
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§
t..
b.-..r'

f:
;
IljTpGlUlÀO n .igfil-1,i

fúEJiSI ?3

Vapor de iodo
É uma das tecnicas mais antigas, âo lado da do

po,

empregada há quase um seculo. Baseia-se na absorçâo do vapor de
iodo pelos con'rpostos goi'durosos do suor. Acreciitava-se que tal
fato ocorria em funÇâo da reação do iodo com gorduras insaruradas

contidas na inrpressãc digital. Contudc. acredita-se. arualmenre,
tratar-se, em rrerdade, de utn sinrples fenômeno de fisissorção.

Muito embora não sejam excretados pelas mãos,

os

compostos gordurosos coln os quais o vapor de iodo irá interagir
terminam por agregar-se ao suor das mãos - e comporern!
portaRto, as impressões digitais -, peio contato previo das mâos
com partes do corpo (tais como maçãs do rosto e couro cabeludo)
onde há a presença de giârrrluias sebáceas, com a conseclüente

Ao serem aquecidos (ou mesmo a iemperatura arnbiente,
dependendo do arnbientei os cristais de iodo sublimam. tendo-se
7

4

EoBsolI FEPNÀNDEs

DE 3-q-Eus

então iodo sob forma de vapor, que termina, por sua vez,aderindo
aos corxpostos gorCurosos da impressão digital. [Jma vez que o
vapor de iodo. bern como a impressão revelada por sua adsorção,
têrn uma coloração escura, o uso dessa tecnica deve lirnitar-se à
superficies claras, com as quais a impressão revelada possa exibir
uma boa relação de conrasle.

Embora simpies e de iácil utilizaÇão, o método do iodo, por
reagir apenas com os componentes gordurosos da impressão digital, não e sensível para impressões não recentes, visto que os com-

postos gordurosos destntegraln-se mais rápido que

os
aminoácidos. Alem disso, a irnpressão digitai assim revelada deve
ser rapidamente fotografada, uma yez guÊ, justarnente por ser

volátil, o vapor de iodo irá tambem desprender-se, depois

de

algum tempo, da impressão, tornando-a não visível, novamenteA fim de garantir a safuração da impressão com o vapor de
iodo, o ideal e colocar-se o objeto, em que suspeita-se haver uma
irnpressão, no interior de uma cuba, motivo pelo qual esse metodo
presta-se mais adequadamente para o uso em objetos de pequenas
dimensões. Caso não seja utilizado um t-txador, a tecnica tern
ainda a vanraseln de não interferir com outros possíveis procedimento§ para a reveiaçâo de impressões, visto que o vapor de iodo
será, porlco a pouco, eliminado da impressão, permitindo assim o
uso de uma outra técnica em sequência, se necesSário.

Uma vez revelada uma impressão ,digital, caberá ao
especialista determinar §e & mesma pertence ou não a
deterrninado indivíduo, podendo-se, modernamente, contar com
o auxílio de programas de computador para'tal.

Nitrato de prata
na reação do nitrato de prata com os
cloretos presentes nas impressões digitais, formando-se cloreto
de prata:

A tecnica baseia-se

Agr'[O, + Cf,-

+

[Jma vez.qu? os cloretos

AgCI

+

N.q-

,peTianecem

por relativamente

pouco tempo nas lmpressões, essa técnica não se mostra adequada na

.-t
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  • 4. rü Editora Átgmo CONSELHO EDITOR}AL ) Areo-l Aiuímico lniversidade Estadual de Campinas - UNICÀMP ,l Celio Fasquini Universidade Estadual de Campinas . - UNICAMP- FIávio Leite T & E Ànalítica Uniyersidade Estadual Paulista t .' Pedro Universidade Estadual de - UNESP
  • 5.
  • 6. SÜMABIO ln tro duç60 à ? In lro duçtí0......,.. e d$o 0.....,......--.-.-........---....,,.----. -.........-.-.. -- fiuímiro forense :noÍurgru e Capítufo -. - ro.-..-......-......-'....r.J l ..13 - I propdsiÍosrrjoo-ooio*or-----.---,rt,F-o-----------'-""-'-"'15 GapítuZo 2 0 u ím irs fo ren si t rtre ve rtisüriro--..----., -..-..'-,.-- ..r...r..r rD....-...af]........J 7 . :i, i': ('r
  • 7.
  • 8. ., ,...95 Popel de filtro "Swobs".......... Ànólises qui*1,0, -.í,,...r..,.,....r?.---.-.- --...".....95 ;;;t'*irrtit (rnátocios clússicos ou instrumentsis) do Anólise dos GSR por EÀA ou ltP GSR..-.-.-.'.....-..--'- .."'96 ..'---.-'-,--. .'.'-'.""96 AnúlisedosG5RpormétodosquírnicoscIóssicos...'.-..
  • 9. 1O Capítufo : flaíntrt Foreose en Pape/, ÍnÍas, Fihros e fi{eto/agr0fi0.....6......-.....*...105 Popel g tintos -.......*....'......-.r...r..r...........r........ô,..,..............tr.É........-.J 05 F.t fl0r05 ......r...........i......... ,....,.o....................,....o.........o......É.....J 06 Exgmgs químico-mgÍologróÍitos ,o8.......i.....e.,...........-...............b.......-108 . ,i Àpêndice.f Puô/koçoes n0 drel..............-....,........,................r..r..............r.....,.....-........J I I Apêndice.ff krertos do hgislnçlío pertn7nÍe........o..r..r.,.......r..........r.r.......r...r,.......,,..,..1 Apêndice I 3 flf G/ossdrio dg Íermos iurídk0s......i....r..o....o.........o.r.o.-.r.r........,......r.............1 Ig APEN}ICE TV DxdÍogo étko do perrt|.r1o......r.........r.........................-.,......r................,....12g APE]T.DICE V fstruturo níning do /gado paira/ de guímtro í0rerse.,......].......j..........,..131 APF,}ÍDTCE VT 0 sisleno doÍilos«ípiro de [ure|kh.............................................................1 33 Rgíerânrios..--r-..............r.................r......r..............-...r...,.,...........................J Bibliogrufi0 ..'.............€E........-...............r.....,....................1...........:.....J 37 38 t I I j I I I l. i I t. I f l .Êf-
  • 10. -..4 IN,T'EODUÇÃO À L EDrÇÂO E com grande satisfação que trazemos a publico essa segunda ediÇão, revista e ampliada, d,e Introdução à Química Forense. A muito boa acolhida dada à primeira edição, tanto por professores quanto por alunos de graduação, e pelo publico em geral, nos mostrou que aceftanros em nossa avaliação de que uma obra do gênero estava faitando na literatura nacional. Irios con gressos e dernais eventos dos quais participamos descle o lançamento do livro em 2007, pudemos constatar Q uts, principalmente junto ao publico mais jovem, effi busca ainda de uma definição no tocante aos rufilos profissionais, esse pequeno livro tenha, possivelmente, despertaáo vocações. A chamada ciência forehse, na qual a química forense desempeúa um papel de especial destaque, continua em franca expansão, com o desenvolvimento e/ou adaptaçãc de técnicas e rnetbdoiogias para apiicaÇão em análises de interesse forense. Nesse sentido, tanto nos Iaboratorios forenses quanto nas:Unirrersidades, há ainda muito a ser feito no tocante à pesquisa em química forense. Nesse contexto, apresentarnos, na presente edição, alguns clos resultados de pesquisa na análise forense de pêlos e combustíveis (diesel e biodiesel) por termogravimetria. A apresentação de metodos químicos clássicos de análise foi - mantida e mesmo' ampliada na presenre edição, effi função dos seguintes motivos: (a) cio ponto de
  • 11. .'ista da formação do aluno de graduaÇão, ou mesmo-de pos-graduação, esses rnetodos têm muito a contribuir, tanto por nrostrarem o quanto há de química nos compostos de interesse forense, quanto por seu custo mais baixo e disponibilidade, (b) do ponto de vista da utitrização P:elo profissional muitos desses metodos têm ainda urn importante,papel a desen:peúar, seja nas anáiises preliminares quantitativas feitas en:l campo, ou em }aboratorio, antes que metodologias qais sofrsticadas e dispendiosas venharn; a ser errrpregadas. ou ainda como substitutivos dos metodos instrumentais, nos locais onde eles ainda não estejam disponíveis. E conlpreensível a fascinação exercida pplqs metodos instrurnentais, em função de sua rapidE z de análise etc., mas não devemos esquecer que, perceba-se ou não' em qualquer análise í , t I ü ! ir I Í ! x I i química uma etapa ciássica está sempre- envolvida ''ffiàparar e diluir soluções, por exemplo) de fbrma que o quÍmico, em atividade cie perito ou não' não pode perder o Côntato corl1 suas "raizes", sob pena rnesmo de perda de competôncia. =aij: Acreditarnos que os acré.scimos efetr-rados nesta segunda edição tenharn deixado o liwo mais cornpleto em srul função de obra introdutori4 tornando-o, ainda, mais aprofunriado, aproximando-o, assurl do perfil cie uma obra também util para os graduandos e/ou profissionais da área O autor
  • 12. r.N.rtroDucÃo Nas uhimas décadas, o uso do conheciinento científico como ferramenta não apenas coadjuvante, porern muitas vezes decisiva, na eiucidação de crir:res, tem se intensificado. Assim, a chamada Ciência Forense, estabeleceu-se de fonna definiriva. I{ela, a Química Forcnse (QF) tem unl papel de gSande destaque. Para o químico proÍ"issional, é mais urra possibilidade de atuação., conlo perito. A polÍcia cir.,il de todos os estados, bem como a policia fbderal, receberrl] em seus quadros, grande número de perito,s. entre os quals varlos qurmlcos. A literatura especí ftca à química forense é, ern comparação com as de outras áreas, relativamente escassa, mesmo se considerando os livros editados em outros países. No Brasil, textos que abordam temas que envolr/em a QF são tan:bem reiativamente poucos, vários dos quais foram utilizados como bibliografra de apoio para a presente obra. A ciência forense, incluindo-se aí a grande .?.f participação da Quírnica; atrai a curiosidade de profissionais das mais variadas áreas, bern como do pubiico em geral. Tal atração pode ser'atribuída basicamente a dois fatores: primeiro, por tratar-se de uma clara aplicação da ciência, e dos conhecimentos cientificos; e sesundo, por apiicar estes coúecirnentos :cienríficos à resolução de crimes, muitos dos quais trazem em seu seio misterios que so a ciência forense tennina por ciesl'endar. : ti t: ] j l: I : ,
  • 13. Como fruto da expansão e da conscientização do papel fundarnental da ciência forensc, â quantitlade de programas de televisão do tipo documentários, ou séries de frcção, nos quais a ciência (ou o cientista) forense é a atração principal, aumentou. No que diz respeito à atuação do químico forense, esta pode acontecer, em alguns casos' erTr urTt laboratorio, analisando arnostras coletadas por oufros. Contuclo, caso o químico forense esteja afuando como perito em local de crime! conhecin:enfos especializados na área de criminalística serão indispensáveis. A apresentação de tais conhecimentos encontra-se fora do escopo da presente obra, de fonna que apenas algumas informações básicas referentes a este vasto rarno são apresentadas. Por se utilizar das mais variadas técnicas disponíveis, a química forense exige, de seu praticante, se não conhecimentos aprofundados erl cada uma das tecnicas disponíveis (o que e quase in:possível, visto a grande variedade de tecnicas disponíveis), urna constante arualização no tocante à evolução dos metocos químicos e fisicos de análise, tendo em vista que é preciso ter tal conhecimento a fim de avaliar qual técnica poderá ser mais produtiva na abordagem de urn problema prático específico. Assim, trâ presente obra abordam-se especificamente os usos potenciais de detenninadas técnicas de quírnica forepse, dei.xando-se de lado os detalhados aspectos teóricos e práticos de cada tecnica, para os quais o leitor deverá reportar-se aos livros de análise instrumental ou à iirerarura especítjca cie cada récnica. se assim o desejar. Este pequeno livro introdutorio destina-se, assim, não apenas aos quírnicos ou àqueles dedicados a prática de al:guma ciência fbrtemente Iigada à arividade periciaUforense, mas a todos os que se sentem fascinados pela química e pela química fbrense, em particular. O trutor
  • 14. -§omos suspeitos Ce cri:ue.perfeitq rqrr s crines perfeitos um nào d.eixan sr:speito§,.. Engeuhei;ss do }lavaii (Pra ser. sincero) .rr----*:-:-1jyç".idffi trgÊrgp "t{,tF§,,j#l,Ê#êt Como o proprio norne indic &, Ãquímica forense é a utilização/aplicação dos coúecirnentos da ciência . química aos problemas d.e natureza forense, [Jma definição fonnal poisível: E o rarto da química que se ocupa da investigação forense no carnpo da química especi alizada, a firn de atender aspectos de interesse jrdiciárío . [Jnra vezque i atividades em QF constituem-se, no mais das vezes, na realização de análises, entendern alguns autores, entre estes Suzanne Bell (Bell, 2006) que a química as forense é, ou pode ser defurida como, química analítica aplicada. ) [Jma vez que o químico forense não tem como prever quais siruações especificamente irá encontrar em um determinacio dia de trabalho, restringir seus coúecimentos aos da química analítica é certamente um erro de julgarnento. Por exernplo, uma vez que, com I
  • 15. g:'ande. ircqüência. fiuicios ce origei:i bioiogica são os corpos cle prova. conhecii'nentos solidos cle qr-:ímica orgânica. incluindo-se aí a bioquinrica. são, cenarl'Jnte. fundantentais. Por outro lado, a fim de aclequadanrente avaiiar o acerfo ou não da aplicaçào de determinacla têcnica a detenninado sistema'probiema. conhecimenios básicos e atualizacios de fisico-química tainbem são vitais. / Assim. o químico forense precisa ser un-re espccie de "superquirnico" pois de'u,e possuir nIo aoenas soiicios conhecimentos em toelas as subáreas da quÍn:ice* mas ter a perspicácia Tecessária para t B É B É § H É'1 ã:i Êt FI ET ãI BI §I §i t! 1t ti r decidir, effi detenninado momento, se as análises eferuadas são suficientes para chegar a ume conch-lsão e, caso contrário, o que ainda precisa ser feito. De uma fonla mais cornpleta e apropriada, podemos definir química forense como a aplicação dos conhecimentos da ciência quírnica à atividade forense, com especial ênfase na interdiscipl inari dade. E impôrtante iembramos que a QF não está penas vinculada a ocon'ências policiais, como assassinatos. En:trora esta seja a prirneira associação que nos venl à mente quancio penselnos ent quÍrnica forense, é, bont iernbrantos que a apiicaÇão dos conhecilnentss da quírnica para subsidiar decisões de nafureza judicial pode dar-se em oulras esferas em qllestões trabalhistas iatividud.r perigosas ou insalubres), ou questões relativas ao meio ambiente. Assinl, as possír,eis afuações do quínrico forense podern oÇorrer nas rnais variadas esfuras, e não apenas no âmbito dos crimes contra a vida. Entre as principais áreas de afuação do químico forense podernos citar: ' Perícias poiiciais; ' o Perícias trabaliristas; . PerÍcias industriais (alimentos, medicamentos I Perícias ambientais; ' Doping desportivo. etc.); '
  • 16. R lÉ;. AtF",. ,:-z t:- [:. §i:. h3. FctrnNsn EJ E;1 ffi Fl hi: m, B:i, rFE' ti;':f' ffi E& lÊ"* H 8Ê ffi E H H hÊ ffi F §s A utilização dos coúecimentos científicos para a provas de crimc iniciou-se, de ceiia forma? coirl anáiisç de o surgimenio cia civilização. Na antiga Roma, por eremplo, erarn relativamente comuns os. casos de enveneoâfllento de figuras proeminentes do mundo polÍtico, resultando em conseqüente "experiência prática" na investigaçãc dos indícios típicos de envenenarnento. Bernar*ino' .l}=n=.---l:r .a,f lállrtái-/&a.L-á, § ÉiÍ E-; tr H Eu E E
  • 17. J.ü EOBSOIí rAAIíl,rYOEs DE -?Âal{s Contudo, de um ponto de vista mais moderno, o emprego dos conhecimentos científicos - incluindo-se os conhecimentos quírnicos , na elucidação de crimes, pode ser (um tanto artificialmente, é verdade) darado no final do século XVII. Br J{r@§x{1,5 ã §c-}ÍJ€Erítl Biarihr rrr.rb iní ili.'tttta ; ; rt í in pmu;ino arrlti- [trtrcs TIJ e í Fnetic* J{lcüirirrc Subliti @r§inmir *Jrofrf foris, Êf trnfuril fltrissonrnr cottcfir. Stluítrifg tr'roatispício da primeira ediçáo do Iivro rie. §ernarri:ino Eame-ai$i .t €xrellnrriÍs. BB. €irrÍbrtrr ã§auJ -r.x€lí jfloD€tiãcoriJ,licls E. ^.ro j:3 arr Ítlrrtirra J+i.n€9,. Eppis Srrtonii €;iilpsrri, .zlnrprcítoris É pítrop;r tis. §upriorcm €onírrrfu. Já em 1700, em sua obra Ás doenÇos dos trabalhaclorest , Bernardino Ramazzintz (163 3-1714) nos dá uma clara visão dos conhecimentos que então se possuía sobre as ações das substâncias químicas na fisiologia humana, conhecimentos estes que foram de grande valia na edificação da atual quíçrica forense. Em 1840, M. J. B. Orfila3 (1787-1 853) um proeminenre toxicologista e químico de grande habilidade, foi chamado para atuar, como diríamos modemamente, como perito no caso de suspeita de envenenamento (que culminou emmorte) de Charles LaFarge, porsua l2. 3- Uma traclução para o porruguês da obra de Ramazzini,já em sua 3n edição, foi publicada em 2000 pela Fundacenrro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de sesuranÇa e medicina do trabalho), São paulo. Fundador da meriicina ocupacional. Mateo José l3onsvgsgg's Orfila- §'{uitos historiarJores o consideram o pai da to-xicoltrl i;1 !i't'rn..ü. : ; I I .ç :. i -ff*
  • 18. rlirloDuçÃo E QuiNrce roreusa 19 :itl';t*,, t '.' esposa lv{arie. Ao anaiisar amostras do corpo exumado, OrÍila detectou a presença de arsênico, tendo demonstrado, apos anáiises, que o mesmo não advinira do solo no qual o corpo fora enterrado. Um caso típico, ponanto, de contribuição da química forense para a resolução de um ceso policial, Como destacada contribuição para a ciência forense, Orfila deixou seu Tratçdo de Medicina Legal. Orfi ?a Ao descobú a ninidrina em 1910, Siegfried Ruhemann verificou que formarn-se compostos coloridos ao reagi-la, com polipeptídios. proteínas e alfa-arninoácídos ( I 910). Conrudo, só a partir dos anos 50, seu uso em química forense tornou-se difundido, apos o trabaiho de Oden e von Hoffsten ( 1954) os quais reportaram o uso da ninidrina como um reesente para a revelação de'impressões digitais por reagir com os aminoácidos secretados pelas glândulas sudoríp,alas. O processo para seu uso na revelação de impressões digitais'latentes foi patenteado em 1955-
  • 19. rllr li,l)I':CII: LIi(; l.E ,,. ori.r... j1:"':'' j-:;' =-::j:: -'::^::--_-.:_:-' -.:i"'-.'".:'.. I Iroe;ispício oo Trataao tLEi v :-! tarra."t.. a*l.,çr -' E :,. ce .lied.icin a legd. Ce OrfiTa : No tosante à papiloscopia (ver Capítuio 5) urna obra de fundamental imponância, foi o livro Finger Prinls, publicado em I882, por Sir§rancis Galton4, Ê que se tomaria obra de referência quanto a iderl'iificaçãc pCIr'impressões di gitais. §ir. tr'rançis Ga-?üon 4. Sir Francis Galton (l822-l9l l) era primo de Charles Danvin. e. como esre. dedicado à ciência. Gairon e,ra. en[re outras coisas, antrcrpoiogo, geneticism e esiaiísrico. ProÍicuo pesquisaCor. Cahon prorir^ziria, ao Iongo de sua caireira, mais de 3,i0 rrabalhos: errr€ anigos e liwos. Tsndo dado contribuiçôes originais à estaristica trisica (criou, por ,,.. §xsntpio, os conceitos de regressãs e correiação), Calton foi ainda o primeiro a apiicá-la '"i ao estudo do homem (diferençes entre os indir'íduos e hereditariEcia,:ie ria inteligôncia). Foi ainda a criacior de uma metoiioiogia para ciassificação e identiirca:ãc C* ir.npr*ssôes digitais, ditulgada no lirTa Finger Prints. A aplicação cias in:prcssões digiiais na identificação de crirninsscs já hsvia sido iniciacie em 186C por 'illiar-r Fierschei e sua Potencialiciade para a ciência forense já havia sido ciesracada em l E80 por Flenry Faulds, mas foi Cahcn o prirneiro a colocar a idenrificaçâo por impressões ciigiiais em bases realmente cie*dficas e confiáveis.
  • 20. rji:polu;Ão * çu!ircr:" i.oãt;s: Zi Ir'luito einbora tenha 'surgido, como processo cienrííjc. mccierno apenas no secuio XIX. a detiloscopia já era empiricamente empregada pelos japoneses no secuio VII e pelos chineses no seculo XII. Sua conÍiabilidadc no tocante a identificação humana venl do fato gue desde o sexio más de sestação, ate a sua iestruição pe la putrefação do corpo, as cristas papiiares são, inyariayeimente, as mesmas Ilo inciii'íduo. AIenr cjisso. estatisticamente falando. não há ciois inrii'"'íduos com todos os desenhos digirais idênticos. il4esmo I í i§ F * , .3. :: j: : r }. L Ê ç + Í a'. os gêmeos idênticos (univitellinos), que Jao geneticamenre urna "cópia" um dc outro, não iôm iinpressões digitais idênticas, visto Llue' por se forrnarem "para íbra" cio corpo, elas estão sujeitas a alterações provocadas, por exemplo, pelo atrito do feto no líquido aminiotico, o que detennina, para caria indirríduo, variaçOei nos seus elen:eirtos característicos. i'-lo Brasii, utiliza-se o sistema datiioscópico proposio ariginalmente por iuceiicir. crüaia. nâturalizacio argentinc, eie eiaL'orou, effi 1891, u:11 sisterrlfi detiioscopico que i"i acei;o na Argei:tina e no Erasil eín 1905. Ern sru lirt'o Dactíicsr:oysiu Comparada.pubiicacio em I893, 'ucetich descreve seu sistema cie classificação, que e baseacio em quairo padrõ,es (ver Apêndice VI) de impressões digirais. * :?. É ü D, I t l a I .t iua:: Vuce;ici: t I I { f! fr ,{ Á: r.i ,i< .T.i .i! sfi 9X # ,rai ffi. 1 i.E iH llfj *a; iÊJ
  • 21. 22 EorcCxí - jeJÍÂtíxrEs DE ,r'Â.gr.Às No Brasii, merece especial destaqlre o nome do piauiense de José Félix Alves pacheco (i S 7g_l 935), introdutor cia dariloscopia em nosso país- Tai ínffoduÇão deu-se em i 902, quando Félix convenceu o presidente Rodrigues Alves Ca necessiciade da adoção da datiloscopia nos sistemas de identificação civis e criminais. FeSix Pactreco Do ponto de vista da evolução historica da ciência forense, e, por conseqüência , da quírnica forense, merece destaque o nome de Hans Gross (l 8'17- 1915), conhecido como fundador da criminologia, e também da criminalísticq terrno por ele utilizado. Gross foi juú e tamblmprofessor. em diverses universidades, e foi urn dos primeiros perceber a importância e aplicabilidade que a os coúecimentos científicos podeiam ter na resolução de crimes. Durante anos, estudou Química, Física, Botânica, Zoolosia, lvÍicroscopia e FotografiE adquirindo coúecimentos que seriam aplicados à criminologia. tendo publicado um manual dê criminologia cier:tifica (obra publicada em I893, com o tírulo Manual para Juízes cíe Instntção),ôu. o tornaria mundialmentecoúecido. - " L .t i ,&.
  • 22. rllrpoDuÇÃo.a quiNrce rogE§ss 27 ')- t Ha-ns Gross Em l0 de janeiro de 1910, como conseqüência dos esforços Edmond Locard (1877 -1966) foi criado, em Lyon (França) o de Laboratorio de Polícia Técnica de Lyon, que era um laboratorio cientÍfico de polÍcia, o primeiro do gênero no rnundo. Locard era um homern de cultura extraordinária, e interessado nos mais cliversos assuntcs,, tendo-se ciedicadc aos temas ligados à medicina legal e coleta de indícios Ceixados por criminosos eui locais de crime. O laboratorio de Lyon, instaiado, inicialmente, err dois pequenos cômoci,Js no sotão cio Paiácio da Justiça, tinha a estrutura organizacional que se pode verificar, atualmente, nos institutos técnicos e científicos de polícia, contando com urna equipe de cientistas e tecnicos dedicada ao uso do conhecimento na elucidação de crimes. Locar tornar-se-ia conhecido como o "sherlock Hohnes francês". Edsoad, I+ocard
  • 23. í'-- 24 Ecsscü; r:"liÂ:il=s i: ii.:i.rs Foi de Locard a criação de um dos principios básicos da ciência forense: todo contato Ceixa um ves'.ígio (esse snunciado tornar-se-ia coirhecicio como o "princípio da troca" de Locard). Produziu ainda um celebre Tratado de Crintinaiística, ern sete volumes, tendo estabeiecido, em lç 18, os doze p,Jntos ccincidentes para i.Jeniifi caçâo riatiloscopica. / O ano de i 93 7 ficaria n:arcaio na historia ia quí::-rica ritÍf Iorense pela introiução do lurninol iia investigacão de ,r',*nr*as de sangue ern locais cie crirne. Essa substância e, ate }:oje. Iargamente empregaCa na reveiação de 'Êsiígios de sengLI'3. r'isic que, na reaçâo com este, foi::.ra ufi corxposio azul. fbsforcsc.nte. Itesiduos n:ínirncs, deixaios mesrllo que o local tenha sico lar"aco. são suficientes para promover a reacão. E para con'I o aiemão Walter Specht, então no Instituto de Medicina Legal e Crin:inalística, da Universidade de Jena. que a química forense tem esse grande divida,.-A lurninescência da luminoljá havia sido descriia em 1928 pcr i{,O..{llrreci:t, &c cstuiai- a oxiciação do lirininci coni p*r,;rido ':.;':,,. a r . i" / . tl t t r1 Ã.ar' hidrctê'i:ic (.il,-:'eciit., I çiS)" -.::..:- O químico ii:siês -Iai:'res lr4arsi: (179-4-1 S46) iru tambcn: ume 1çliosa coi:iil:uiçà"., sir i836' ac ciesEnvoi..,'er uin mtltocio, .r.-'li: , que hoje ieroa seu rlcire' Ilera a cietecÇão de arsinio (h{arsir, tr 836). O metodc consiste, essei:ciaimente" eirr colocar-se um peiaço de tecido ou uma amostra de sangue da i,Ítima do pretenso envenenarnsnio por arsênio em contalo com zinco e ácicic suifririco, sob rje aquecimento. Para que se tenha uina idéia da importância do teste desenvolvido por h.{arsh, basta lembranios que o envenenamento criininoso por arsênio (originairneüte utilizaCo para combarer roedores) havia se tornado uma verdadeira "epidemia", a ponto de o parlamento inglês aprovar, ,sÍn t 85 1, à charnada Lei do arsê, nicol. que proibia a l'enda,dâ sui:s- tância a ilisnores de J I anos. ,
  • 24. c,2 §istena utiSiaado por.,l{arsh pam a deÊermi:sação de.arsênio
  • 25. No ar. que.§e.r.espirao ' iH"'- nos gfstos Eat.q básais En- re-g3aq na:ada rn entos, jn:ganxeatos, tribunâi§ I][3 v:itoria do nnais for.te, na derz':ota dos i$ai§ A violêacia travestida faa' seu trottoirJ.... . - Pode-se defrnir criminalística como disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos indícios materiais extrínsecos relativos ao crime ou à identidade do criminoso. IJma vez que o químico forense lida, sempre, com os vestígios materiais extrínsecos relativos ao crime, são apresentados no presente capítulo alguns dos fundamentos básicos da criminalística,,gue são do interesse do profissional. Para uma abordagem mais profunda do tema, recornenda-se a consulta de obras esp ecialízadas, algumas das quais são apresentadas na bibliografta. Maiores infoÍmações sobre os aspectos jurídicos da criminalí,stica estão colocadas nos APêndices S. II e IItr- palaVra francesa que rignifica calçada, esteira, passeio. Na letra da canção potlemos traduzir como caminho. A violência faz seu camiúo. 34
  • 26. 1ó EOBSOT*i fipjjalinSs EE ii,xlê§ Locais de crime, vestigios e indÍcios ... + O local de crime pode ser definido como porção do espaço compreendida ern um raio QEe, tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em que aparente, necess áçia iou presumivelmente, hajam sido , praticados, pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, pÍeliminares ou posteriores à consumação io delito, e com ele 'diretamente relacionados. A investigação criminal inicia-se, pois, pelo exame do local do criüe, onde os vestígios são coletados. Qualquer fato ou sinal que sejá detectado no Iocal ern que teúa sido praticacio urn fato delituoso constitui um vestigio. Caso verifique-se (apos a1ális: int*rpretação) que tal vestígio rem inequívoca retaçao : com o fato delituoso, bem corno com as pessoas a elà relacionados, este vestí.-gio constifuir-s e*á, então, em um indício. Do ponto de visi a daperícia, a coleta. acondicionamento e preservação dos vestigios e de fundarnental importância, sobretudo quando se trata de vestígios que serão posreriomente analisados em laboratorio. E fundamental assegurar que aquilo que ' , -'' está sendo analisado tto laboratorio é, eferivamente, o que foi encontrado no local do crime, Para a embalagem e arrn azenarnento dos vestígios coletados, por ****pfo, recipientes especiais e espeçíficot pui* cada tipo de vestÍgio devem rá, utilizados. Eur se tratando de material biologico, frascos descontaminados,, devem ser empregados. Cada vestígio coletado deve ser identificado e etiquetado. O papel do perito . O Código deprocessopenal, no seu artigo 159, estabelece: os exames de corpo de derho .i; :-,:'' oÍiciais. ''' ; " o o* perícias seÉo feias por dois peritos Tal deterrninação estabeleoe que as perícias serão realizadas "§rü.a.i,: e elrlnadas, *,a podendo em regime de co-responsabiiidade, po, dois peritos, ser considerada c.omo não le-eal, poraniá, a pericia lt. -' - ) - r -' '-'v realizada :-_ . , .i-:1.-... por apenas um profissional-
  • 27. rlrtBopucÂo  ?uttrc qomlrs= Zg cabe ao perito a identificaçao, coleta eiou análise cios vestígics presentes em Iocal de crime, sendrr, portanto, de fundamental importância sua afuação, visto gue, com freqüência, a presença ou ausência de uma determinada prova material pode ser a diferença enffe resolver ou nâo um .uio. prender ou não urn criminoso' Maiores informações sobre os aspectos jurídicos vvL'r, perícias estâo colocadas nos Apêndices II e ü. J.trrLrru..'§ das Principais provas em locais de crime Ente as principais provas que podem ser enconfradas em locais de crime' enconfram-se manchas, impressões e marcas, arrnas (btanca§ ou de tbgo), insn:*mentos, peças a. cabelos, documentos, venenos, pos, poeiras e cfuizas. perceba que grande parte *;*:iã,o*, dessas provas constituem-se ern substâncias (ou grupos de substâncias) químicas. Enüe as manchas, por exemplo, destacam-se; -' ' l{anchas orgânicas: sangur. .rperrna, rrr.r, ffi;;, Manchas inorgânicas: cera, Ian:a, f.r,rigem, rinta, porvora. Em se Fatando de locais de morte por envenenamento, faz-se necessário: a' observar se ha apresença , b' de embalagens de venenos, v^^' 'I *.dicamentos e substâncias toxicas dlr,";r;; verificar a presença de eviciências tais .o*o cartas, bilhetes etc-, eventualrnente deixadas pelo suiciJa (o chamado c' '.rirual de alÍvio,,); confirmar, por meio ,de exames toxicologicos, a possível utili zação de substâncias químicas para causar a morte. Em se ratando de locais de morte por envenenamen to, faz-r. necessário; (a) obseryar se há a presenÇa de embaiagens de venenos, .i'' Illêdicameltos -o.r.m e substâncias ii"*rrur, (b) /erificar a presença de evidências tais como cartas, bilhetes etc., e'entualmente deixadas pelo suicida (o chamado "ritual de alívio,) e (c) conÍirmar, por meio de exame§ toxicológicos, a Ptl§§I vel utilização de possível substancias químicas para causar a morte.
  • 28. 30 BoBson rEBsagDEs DE F^âErrs As substâncias químicas na modelagem criminalística Obter um molde de uma pegada ou de marcas de pneu deixadas em local de crime pode ser muito útil, visto que esses são vestígios passíveis'de serem apagados pela nature za (pela ação dos ventos, chuva etc.), bem como pelo fato de que o mero registro fotográfico destas evidências pode não ser suficiente para áelas obter todas as informações possíveis (com um molde podemos medir a profundidade dos sulcos,.deixados por um pneu, mas não podemos f,azer isso utilizando apenas uma foto). Do ponto.de vista criminalístico, I I I I i I I I I t I t t I r t modelagem constitui uma modalidade deleRrodução de determinados tipos de vestígios, com o a I máximo de fidelidade, pelo emprego de diversos materiais J plastificáveis t fr Para serem adequadas para a modelagem,forense, as substâncias químicas de.vem ser do tipo plastificáveis. -Alguns , exemplos: parafina, gesso, cera, silicone, argila, caolim (argila da China), plastisol, godiva etc. ' , ParaÍina: reprodução de dentes, impressões de pneumáticos, solados de calçados, moedas etc. Gesso (CaSO n.ZE2e)i impressões de pneurnáticos etc. F -t: : 'Ê ' Godiva: massa pkistica empre gafuna confecção dê moldes de arcada dentina. ' PlastisôI: mistura de resinas plásticas com plastificantes, estabilizantes e pigmentos, utilizados para moldes em :- geral. Ê {É- I Ê E É E ã * t + i Í. !* É + ts * I:: ê r * $' E Í- §' ; â ,{t. & &, §.. a i. ,lh f E ê Ê. Ê I 't 8 t
  • 29. -Exa Ana Paula agera e ]fatasfn IIsa sa-Lto qiuixzê e..=ia de.borracira uuoutro#ffitrrffi -Cabelo verd.e, taüuagÊrr rro pescoço, Un rosÊo rrovq um corpo A feito pm pecado, rrida é bela o paraj.so um coq»rilrida_ Capital rniçia ? 0{atasha) ffErpraail{Erll.ro,s DE E QUI&ICA rotrsllsE Farmacologia: estudo científico das' dpogas6, de e como funcionam. De forrna mais abrangente, podemos definir farmaÇ-,_ologia como o estudo científico das drogas, de onde elas vêm, sua nafixeza, sua onde elas vêm composição química, | .t a ação espefa du' , desejáveis e indesejáveis e seus usos.i ; seus efeitos A farmacologia subdivide-se em farmacodinâmica e farmacocinetica. A primeira llescreve os efeitos 6' 7 iL ==--_ - Por sua vez, dragas podem ser definidas como suhsrâncias gu1nicas usadas para prevenir, diagnosticar e rratur doenças. De forma mais abrangente, podemos dizer que drogas são substáncias quimicas que ütfluenciam p:rocessos fisiotógicos ou mentais no organismo. No tocante à ação das drogas, inctuindo-se entre.rtrrã, medicamentos, é preciso-levar-se em conta as possíveis interações entre estes e os alimentos, visto que a absorção de muitos medicamentos pode ser afetada pela concomitante ingestão de alimentos, uma üez que fatores rais como i onização, estab i I i cíade, solubi I idade e tempo de trânsito i nr.sti r p"ãJã ser grandemente afetados por e§sa ingestão concomirânte. ",
  • 30. & 72 noesoll r=ilaiiu=s ]: iisrÂs fisiologicos que as cirogas têm em células ou orsanismos rtvos, mostrando como as rirogas influenciam as funções corporais por meio de mtrdanças bioquímicas nos fluidos e tecidos. A segunda descreve a absorção, a distribuição, o metabolismo e a eliminação (excreção) das i Toxicologia: a toricologia é uma aÍeaeqpecialindade elrudo drogas 1----- da faúacologia, pode ser definida como o estudo das toxinaç e dos seus antídotos. : Podem ser apontados três elementos báeicos da toxicologia: a- i A existência de uma substância química (agente) capaz de produzir uma determinada resposta ern; um organismo vivo; b, A identificação do sistema (organismo) sobre o qual a c. A necessidade de que a resposta (efeito) possa ser considerada nociva ao sistema com o qual interage. Nomes genericos das d.rogas : Os nontes pelos quais as mais variadas drogas são comercializadas são nomes comerciais, que variarn de pais para país e de fabricante para fabricante. Contudo, os nomes genericos, que designam o princípio ativo de dada formulação, são norrnalmente conhecidos internacionalmente. Assim, pode-se dizer que as drogas possuem nomes genericos enquarto que os medicamentos possuem nomes comerciais' Embora não seja um farmacêutico, o químico forense deve famili arizar-sr com os nomes genáricos das drogas mais comumente utilizadas. Deve, ainda, estar fbmili anzadCI com os possír'eis interações medicamento§as das drogas, bem corno com SuaS mais freqüentes reações adverSs§:j' ' possíveis usos e
  • 31. ,( rlirBcluçÃo a Qurxrcl ropelisa 33 ri 't i t I Toxicologia de alguns compostos orgânicos CocaÍna O uso de substâncias de origem vegetal para a cura de doenças e para fins recreativos ou reiigiosos, provaveimente é tão antigo quanto a propria humanidade. Entre os grupos de substâncias de origem vegetal de grande interesse para a química forense estão os alcalóides8. compostos nttrogenados flannacologicamente ativos, sendo predominantemente encontrados nas angiospermas'. Constituem vasto grupo de metabolitos com grande diversidade estn:tural. Entre os alcaloides ilícitos, o mais conhecido sem duvida e a cocaína (benzoilmetitecgonina), um alcatóide tropânicol0, que constitui-se no principal alcalÓide contido na Erythroxytlttm coca Lamarckt't, arbusto nativo em alguns países andinos, principal-, mente, Peru, Bolívia e Colôrnbia,, Como os demais alcaloides tropânicos, a cocaína, em doses elevadas, tem comCI efeito principal a esuimulação, seguida de depressão. Tal efeito explica o porquê dos viciados em cocaína buscarem cada yezmais a droga, na tentativa de restabelecer o estado av eutonco. Sornufa estrrrtural da eocaina. 8. A mu 9. 10. da palavra e a mesÍrur de álcali {pase} e deriva do árabe al-quali, que era a denorninaçâo wrigar pam da pianta da gual a soda (carbonato de sodio) foi originairnente obtida. Uma Oenniçao tecnicamente rigorosa de aicalóides ê: substâncias orgânicas, de origem narural, cíclicas..contendo um átomc de niuogen io sm estads Ce oxidaçãc negativo e cuja distribuição e limitada entre os organismos vivos. Angiosperrnas: planÍas com ílores e frutos pertencentes ao grupo cias cormofitas (Que inciui a maioria das án'ores. arbustos e ert'as), Os aicalóides nopânicos sâo aqueies que apresenullll em comum uma estrutura bicíclica denominada tropano, 8-metil-8-azabicicio [3J.1 ] ocmno. I I. O conteúdo de cocaína Ras foliras cie coca varia cie 0,5 a 2,0 o/o.
  • 32. 34 EoBso.N raBNaNDEs DE iÂel4s O "efeito gangoffâ", euforia-depressão, ocasionado pela droga foi refletivo na letra da canção Cocairre" de Eric Clapton: If If you :,rrârlâ harg ouü you ve got to take her. oub cocaine. you rârarula Cpt dorra, dopx on the grounü cocainq Slre don If t tie, she you gpt bad. ldhen your.day She don If t don t l:ie., she don t tiq cocai:rer newq'you riralura kick ther blues cmi:rq done.aad you l€ruIa nln; cocainer is fie, she.don t lie, your.thiqg is she.don t fie{ cocaiae. gone.ano you rârarlna ride.on; cocajreq it' bach cocainec t forgeü tlli.s fact,'you'*" t Sre don t 3ie, she doa ü lie;she don t lie cocaine. Sre don t ]ie, she don t liq she d.on t lie cocaineget Don O uso mais fieqüente da cocaína é por inalação, podendo, em função disso,-provocar, em usuários contumazes, a perfirração I l tt I i i i I I 1 I do septo nasal. Se ingerida, é absorvida no trato intestinal, podendo, contudo, em função de hidrolise, perder parte de sua atividade. Em sua forma básica, a cocaínal3 pode, ainda, ser inalada em cigarros ou cachimbos (pirolise; a form a âcída não se presta para essa finalidade), A maior pafie cia cocaina consumida e degradada no figado, podendo, porern, certa quantidade, ser excretada inalterada, na urina e na saliva (perceba-se Que, neste caso, uma análise da urina ou da salivaconfirm aríao consumo da droga, podendo-se utilizar a cromatografia gasosa, por exemplo). Quando há a morte acidental do usuário, effi fut i Éo de um consumo excessivo da droga (overdose)14, os resíduos da mesrna são encontrados, principalmente, na urina e nos rins, e, etrn ordem decrescente, no cérebro, no sangue, ro figado e ,u i biie, As concentrações letais estão enffe 1,0 e 2,5 lrg cnt.3 (micrograma da i t2. Se você quiser se divertir, v'ocê tem que levá-la para sair / Cocaítta ./ Se vocé quiser ficar para baixo, lá no chão / Cocaína .iEla nãa mente, ela não mente, ela não mente; cocaína. / Se você tem mas notícias, se você quer afastar a tristeza / Cocaíia. / Quando seu dia chega aofim e você quer correr i Cocaína. / Ela não mente, ela nãa mente, ela não mente: cocaína. / Se sett bagutho acabou e vocé quer viaiar / Cocaína. / Não esqueÇa esse ía!o. r,océ não pode pega-lo de volta / Cocaína. / EIa não mente, ela não meite, elu ttti,t ,,t(ttl(: ('(t(.'oíila. 13. Pequenils pctiras cristalinls tla tbrmabásica da cocaina constinrem o chamado crack14. Entre_ üs pessoas famosas que-teriam morrido por conta de uma overdose de cocaína estão â cantora EIis Regina.
  • 33. rflrnoDuÇÀo e QuÍNrm ronsHsr 35 droga por cm3 de sangue) ou, em termos práticos, algo em torno de 200 mg. Sabe-se ainda que o consumo de cocaína combinada ao álcool aumenta o risco de morbidade e mortalidade. Em usuárias grávidas, verifica-se que a cocaína pode ser transferida, via placenta, da mãe para o feto, podendo seus produtos de biotransformação ser detectados na urina e no mecôniols dos recérn-nascidos. Sabe-se ainda que o sistema nervoso dos filhos de mulheres que utilizaram a droga durante a gravid ez tarnbém é afetado. Em animais. verificou-se que o feto exibe também um quadro de taquicardia. Do ponto de vista da química forense, é preciso ter em mente que não apenas a presença da cocaína ern si, mas tarnbém de seus produtos apos biotransformação devem ser investigados. Assim, o éster metilecgonina, abenzoilecgonina, a ecgonina e a norcocaínao resultantes da hidrolise das ligações ésteres e N-des*eiilução, devern ser considerados. A N-des.metilação ocorTe apos ingestão por via oral, s'endo mediada pelo sisteúa Citocromo P-450. Cerca de 80% a909/oda dose total consumida sera excretada na forma de benzoilecgonina e metilecgonina, na urina. Sabe-se que a máxima concentração de cocaína inalteraria na urina pode ser detectada até duas horas apos o consumo (no caso da adminis;fação nasal), devendo-se, caso 'suspeite-se que o'tempo decorrido apos o'', consumo foi maior do que este, prestar especial afenso aos produtos dâ biofransforyração. A beruoilecgonina, por sua ve1 pode ser detecta da ate seis dias apos o consluno,. embora a maior quantidade seja excretada em ate 2l horas. i Estricnina A estricnina é o principal alcaloide presente na nux-vômica, que e a semente de uma árvore de origem indian4 a Strycchnos rutx-vomica, ocorTendo tambem na Strycchnos lgnatiití, arbusto originário das Filipinas. 15. Mecônio é um material fecal de cor esverdeada bem escura, produzida pelo feto e que normalmente e expelido nas pnmeiras l2 horas após o nascimento. I6. Nome vulgar: fava de Santo Inácio.
  • 34. 35 EüESCgf IEEI;Â}iDE§ D: s.Âtlfis N I'ornu-Iâ estr.uturaf da estricnina . i. Atua principalmente na medula espinhal, com o envenenamento por esta substância sendo caracterizado por acessos convulsivos (choque gstricnínico; tetanismo rnuscuiar). Tais convulsões são sirnetricffi, atingindo todos os músculos esqueléticos. Boca cerradE canuaSo: do diafragma e dos rmlsculos abdominais, corn consequente apnéial', ,ão, tarnbém, características tipicas. UIna das características toxicoio-eicas rCa *roi.I;;;; sua rapida absorção pelo tubo digestivo, ,.ndo rapidarnente oxidada (cerca cte 80o/o)-'no figado, e o restante eliininado pela urina. Tal excreção inicia-se poucos minutos apos a administração e cornplera-se em. aptraximadamente I0 horas. Depois disso apenas traço.s cia ciroga'poderâo ser encontrados. i,. Compostos enietamÍnicos Osr compostos anfetamínicos são constituídos pela anfetamina e seus cierivados (fentermina, desoxiefedrina *t..;, afuando cor-ro estimulantes do sistema nervoso central,' sendo uma das suas prinàipais características a eliminuiao sonolência, mantendo o estado de vigilia por hoias a fio,á. Âaf eÊanina CB e Rz'eçirina) ' I 7. Parada 18' ;; ir; : .lll respiratória. No Brasil aincla hoje é comum o uso das larncisas "boiinha§" por perte de caminhoneiro§. mororistas de ônibus de linhas interestaduais .r*., q,Lnecessitam dirigiç duranre a noite.
  • 35. fftsonuçÃo a Qubtrca r,oaalysi 3Z Produzem inicialmente euforia e bem-estar, b,em como aumento da capacidade fisica'' e intelectual. Contudo, podem provocar, tambem, irritação e inquietação, entre outros efeitos adversos. A maioria dos especialistas considera que essas drogas provocam, em verdade, apenas dependência psÍquica, visto não_serem obsen'ados sintomas fisicos caracr.rirti.tr ã. uma verdadeira síndrome de abstinência, caso seu uso seja suspenso. A anfetamina é rapidarnente absorVida apos a administração oral, distribuindo-se, preferencialrn.nt., no cérebro, rins e pulrnões. Os compostos resultantes de sua biotransformação (uma das principais vias de sua biorransforrnação e a hidroxilação do anel aromático), bem corno a substância inalterada são excretados pela urina, sendo a excreção mercadamente ci.p*rrJ*" ,.jj 'volume e do pH urinário. Tal fato'levâ a alreraçõ., ,ignificari*, da conclntraÇão das formas inaherada e biotransfoi-mãa* durante o dta, vlsto que tanto o voiume quanto o pF{ urinário tambem variam nesse períocio. Sabe-se airrda que u ánor*xia ceusad- Or; :::tu compostos pode provocar uma cetose, com conseqüente aci- dificação da urina, o que aumen ta aexcreÇão rios mesmos. Morfina H-CH3 I'órmula estruüruaf, da nofi na I9' Esta característica, sobrerudo, torna esponivo. as anfetaminas cirogas muito utilizadas na doping ,
  • 36. 38 EoBsoI'I lsEIÍ^Àt{DEs DE rABI}s A rnorfura é um alcalóide presente no opie'o (c.rca de n o/a), tendo ação hipnoanalgesica. E facilmente absorvida pelas mucosas, sendo lenta sua absorção pelo trato gastrintestinal, em função de seu elevado pK. (9,85). A concentração de morfina liwe no plasma sanguíneo apos ingestão oral e apen as Aa/o da observada quando da administração intravenosa. Apos absorção, a morfina tivre deixa rapidamente o sangue, concenrrando-se em orgãos tais como rim, pulrnão, figado e baço. Apos 48 horas sua presença (ou de seus metabolitos) ainda pode ser detectada no sangue, sendo que sua concgntrgeã-q diminui drasticamentr. nT nlleiras 1O horas {90% da excreção urinária ocorre nas primeiras 24 horas). Por se acumular na bile, parte da morfina (7-10 %) conzumida pode, em alguns casos, ser excretada também pelas fezes. Uma dose de 200 mg costuma ser letal. Para a morfna e hipnoanalgesicos em geml, a dependência costuma caracterizar-se por intensa dependência psíquica (compulsão . para o consumo da droga) e forte toierancia (para obtenção dos efeitos euforizantes iniciais, doses cada vez maiores são necessárias). Uma caracteristica dos compostos opiários e a charnada dependência cruzada, ou seja, o usuário que tenha desenvolvido tolerância com relação a urn dos compostos, terá também com os demais. HeroÍna cHscoo N-CH3 cH 3coo Fórnufa estrutural da her.oi na 2A.O opio é o suco leitoso (látex) que exsuda de cortes feitos no fnrto da Papaver somniJbrum, L. Apos seco ao 'ar. forma-se uma ma§sa gomosa de cor marrom. E utilizído, principuí*.nr., em países do Oriente Médio e da Asia. Sua maior produçâo ilícira oco11e no chamado triâng,rlo do ouro: Birnrânia Laos e Tailândia, sendo ' também prodtrzirlt) t'to Âttg;rnistâo e no Paquistão. Alérn da morírna, seus principais constifirintcs tirrrn:.rcoloeicilnrcntc ativos sâo a narcotina ínoscapina) e a papaverina.
  • 37. rNrEoDUÇÃo a Qunlrcl roppilsn 39 A heroína (diacetilmorfina) é mais potente do que a motfrn4 provavelrnente pela sua maior lipossolubilidade conferida pela presença. dos dois ,-$upos acetil. Alem disso, ao ser metabolizada (biotransformada) no organisffio, a heroína produz substâncias que são, elas proprias, ativas" Em função de sua menor polaridade (em comparação com a morfina) acumula-se rnais facilmente no cerebro. A heroína normalmente e consurnida por injeção intravenosa, por inalação do po ou dos vapores dele resultant€s apos queima (pirolise) em cigarros e cachimbos. No caso de ser fumada sua concentração máxima no plasma aparece em l-5 minutos. Apos chegar ao organismo é rapidamente biotransformada em 6-monoacetilmorfinã a, posterionrrente, em morfina. Ern usuários a/ü, contumazes costuma ser excretada como morfina liwe (4 a 6 morfina conjugada (50-60 %) e como 6-monoacetilmorÍina (A,4 a 0,7 o/o).Verif,rca-se ainda que é excretada no leite materno. Assim como a morfina, sua dose letal costuma ser de 200 mg- Ecstasy H N 3,llmeüiJ e n o dio xim eta-nf e tanira Denominado farmacologicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviado por MDMA, o ecstasy é uma substância fortemente psiÕoativa. Duas outras substâncias farmacologicamente e psicoativamente semelhante§ podem ser encontradas no mercado ilegal como sendo a ecstasy. Uma delas é conhecida popularmente como Eve e denominada farmacologicamente por N-etil-3,4-rnetilenodioxianfetamina e a outra é um metabolito ativo (produto da degradação do ecstas4tpelo figado, mas que ainda possui atividade psicoativa) conhecido por MDA ou 3,4-metilenodioxianfetamina. O uso recreafivo surgiu em §7A nos EUA. Em 1977 foí proibido no Reino Unido e em 1985 nos EUA. Ern 1988, um estudo
  • 38. 4O pozso]; r'mil,aiill.§ Di r'Í.ErÍÉ feito nos EUA mostrou que 3g%dos esrueiantes universirários tinham feito uso do ecstü.g' no periodo de utn ano antes da pesquisa, mostrando que o uso ilegal já estava disseminacio, da mesma forma corno aconteceu na Europa ocidental. O uso do ecsÍas, concentra-se nas boates, nos ambientes ctassificados como rove, em que há aglomeração noturna. em espaÇos fechados, para dança com música contínua, Como o uso do ecstast, está se tornando corrlum, as pesquisas sobre ele estão aumentando. r ' Maconha ! A,maconha e uma variedade de Cânhamo (Canna6ls sç1tivo üdica) sendo suas folhas e Ílores utilizadas como narcoticos, provocarido sensaÇões semelhantes às provocadas pelo ópio. O canabidiol é qm dos princípios ativos presentes. na maconha. Qs outros são o acido canabinoico, B, o mais efetivo princípio ativo (do ponto de vista frsiologico). o tetral:iclrocanabinol. O THC - (teu^aidracanaLrinoli ou Delta-9-reiraicirocanabinol é o canabinoide mais ativo cios 60 presenies na planta, e e o , principal responsável pelo eÍbito psicoativo cia ccr; nnbis. Seu eftito inicia-se ao fumar, com um retarcio maxirno entre 2A a30 minutos e uma persistência de 2 a 3 horas. Se ingerido ou bebido, entre I e 2 horas e seu efeito ciura de 5 a 12 horas. :r direita, as foli:as d.a &;r;aabis.xtirq &naabis iadiça e.*anabií sp Da esquer.Ca pera a Está presente em maior quantidade nas piantas fernininas. As plantas machos sen/em apenas para fecundar as feminirlas. Como curiosidade se as piantas femininas não cruzarem-se com as mascuiinas, f,icam sem semente ou sinsemilia. Estas são as que
  • 39. ITTTEODUIÀO Ê AUrl:ICÂ FOPg].s: 4f produzirão maior qúantidade de THC. Ponanto as mais potentes Haxixe Haxixe (do hebraico Hashish) é umaresina-extraída das folhas e das inflorescências femininas de Cannubis sativa (macoúa), seu preparo consiste na coleta dos brotos oleosos, com posterior maceração desses até formarem bolas ou tabletes endurecidos de aspecto verde-escuro. Os tabletes são misturados à maconha ou ao tabaco e fumados na forma de cigarros. cachimbos etc. Tem maior concenhação de THC do que a macoúa comum, portanto, seus efeitos sobre o organismo humano sâo mais fortes. O restante material da planta é conhecido como kif. O kif é comprimido em blocos que são facilmente armazenados e transportados, sem que o THC que contêm se degrade dev'ido à oxidação. LSD LSD - Abreüatura usada para denominar, em alemão, Liserg Saure Dierh,lamid. Substância resultante ria reaçâo enre o ácido lisergico e a dietilamina, sintetizad4 em 1938, por Albert Hoffinan. Com apenas 30 pg da droga o usuário passa a ter violentas alucinações---1 que duranl em média, 2 horas. Fisicamente, provoca a dilatação pupilas, vômitos e rubor facial.'Sendo uma iubstância inodora, detecção por cães (como no caso da cocaína) não é possível, fator que das sua facilita o seu tráfico. Toxicologia de alguns compostos inorgânicos Potássio , Estamos habituados a associar toricid.ade a elementos tais como arsênio, rnercurio etc.. nlas não ao "inofensivo" potássio. O potássio e o principal ion (K ; inrraceiuiar, exibindo concentrações da ordem de 150 mEq por liuo, sendo QUe, no sansue,
  • 40. *t eOeSOií i:tNe.ryD?S DA f3§LrS sua concentração normal varia eng.e 3,5 e 5,5 mEqll. A ruzÁo sodiorpotassio é mantida em t/10 denrro das celulas e em 2B/t no Iíquido exrracelular (LEC). Do ponto de vista toxicológico, uma grande variaçào da concentração de potássio produz a chamaAa triperpotassemia, a qual pode ser resultado de causas nafurais tais como a ingestão excessiva do nutriente, via alimentação, jejum prolongado, insuficiência supra-renal etc., mas pode tambem ser proposital, como em casos relatados pela imprensa de mortes provocadis pela adminiqtração, vla injeções,n de solução de cloreto de potáisio, ocasionando a morte do indiüíduo. Tal fato se explica ao saberrnos a hiperpotassemia pode causar anestesia, paialisia muscular e .Q:t hipotensão arterial, podendo evoluir paÍaum quadro de arritmia ou mesmo parada cardíaca. ., Cromo Como grande palte dos eiementos químicos, o cromo tem uma função saudável no organismo humano, sendo um elernento essen.iotil Portanto, sua mera presença no organismo não é nociva. estando todo o aspecto toxicologico ligado. evidentemente, à sua concenhação. Existe um filme bastante conhecido22 no qual a atrízJulia Roberts intespreia uma tu";i"ril;;;;critorio de advoc acta, o gual termina por assumir uma ação .oirtiru de um grupo de famílias que passaratn a sofrer de iodu u*u seri. ã. aornças e sintomas em funçãb;d. ,uu proximidade .o*;;ináurtria que, suspeita-se, tenha' contaminado a vizinhança com cromo hexavalente. No filme rerrata-se, então, ulgu*us Ors possíveis manifestações toxicólogicas do cromo A absorção int'estinal do crorno é baixa, entre 0,5 e 2,0 o/o do total ingerido, sendo o cromo (VI) absorvido mais facilmente que o croÍno (IID- Apos absorção, o Cr (VI) e rapidamente reduzido à Cr (III) que e a forma biologicamente ativa. Ao ligar-se à transferrina e taàbém à albumina (e possivelmente às globulinas), o cromo termina por circular por todo o organismo. 2l 'Lembremos-, por e.emplo. que o cromo tem um papel fundamental a desempenhar na ação hipoglicemiante da insulina e na no[nalização clo merabolisrno das gorduras. 22. Erin Brockovich. A história é baseadà em fatos reais-
  • 41. rNrEoDUçÃo n quÍurc.* ronnxse l+3 A toxicidade do elemento associa-se, geralmente, a ingestão excessiva de C(V$ ou a exposiÇão, ocupacional, corno no caso de soldadores e pessoas que trabalharn em curtumes. Enffe seus efeitos tóxicos estão a irritação gasrointestinal, o choque cardiocirculatorio e danos renais. A ingestão de dicromato de potassio na proporção de 7,5 mg por Kg de peso, pode provocar obito. Necrose do figado e dos rins pode ser observada, effi tal caso. Monoxido de carbono O monoxido de carbono (CO) pode ser gerado, por exemplo, na combustão incompleta do carvão e de combustíveis fosseis. Sendo um antimetabólito do oxigênio, o monóxido de carüono combina-se reversivelmente com a hemoglobina, formando a - carboxiemoglobin4 diminuindo, assim, à capacidade de transporte de .^.tlÍrt oxigênio do sangue (a afrnidade do CO pela heryoglobina e de 200 a 250 maior do que a do Or)". AIem disso, a ligação das moléculas de CO à molécula de hemoglobina aumenta a afinidade dos sítios remanescentes pela rnolécula de oxigênio, fazendo com qu€ este seja liberado com mais dificuldade, ou mesmo que não seja liberado, dependendo de sua pressão parcial. Em função disso, advérn a asfixia ' --- @ ,-rux ll *) co -!:rr -àr o2 Eeaçao de.eqrrilibrio na fornaçáo ' ti L_/ lA.ii , á tsN.r. Fa*2 F *'i "'N 4. Ç"ià da carboriemoglobixa 23. Não poracaso, CO e CN são os dois ligantes mais tbnes na série especüoquímica-
  • 42. 7,, I ' f i 44 Eg:sci; -:-iil,li::s D= i.ur.,'s T ã ,* ,t §- Ê HCN e cianetos i! § ].- O ácicio cianídrico (FIChl) tambem denominado ácido prussico e nirrilo formico - e os cianetos de sodio (NaCN) e potássio (KCN) estão entre as substâncias mais empresadas para fins de envenenamento ou suicídio. O ácido cianicirico foi utilizado nas duas guerrls mundiais. sendo que, na segunda. foi largamente empregado nás câmaras de gás pelos nazistas. O HCN pode ser obtido pela reação do KCN corn o ácido sulfúrico. Possui um característico odor . de anrêndoas amargas r : O cianeto cie sodio e ainda mais toxico que o cianeto de potássio, visto que, enl contato com o ácido clorícirico do suco gástrico, este iibere ácido cianídrico no orsanismo. ; O ion cianeto e rapidamente abson'ido apos adrninistração oral ou parenteral (é tambem absorvido pela pele), sendo pafte excretada de forma inalterada, peios 'pulmões, e a maior parte conveftida em sulfoilcianeto, por ação enzimática (enzima rodanese). A cieterminação quantiiativa da presenÇa do ion tiocianato (SCli-) no piasrna sanguíneo ou na urina, pode ser utilizada para avalia a exposição dc indivíduo ao cianeto, sendo maior a concentração ern ir:ciir,íduos fumantes. Na uriflâ, por exemplo, a concentração nonnal de tiocianato varia de 1,0 a 4,0 mg d*-', para não-fumantes, enquanto em fumantes essa concentração varia de 1,A a 17,A mg dm-i. A ação toxica do íon cianeto deve-se, ern grande parte, à sua capacidade de inibir diversas enzimas, mediante r**iao com os mefais que se constiruem em seis centros ativos. A citocromooxidasei por exemplo, tem elevaria aÍinidade peio íon cianet a'0, sua combinação (reação) com ele inibe a respiraÇão celular. Alern das intoxicações provocadas 1lor envenenamento, há os casos de intoxicação crônica (cianidrismo proÍissional) que pode ser verificado em trabalhadores envolvidos na fabricação-de amônia ou com gaivanoplastia, por exernplo. 24. Devemos lernbrar que o cianeto, juntamenre com o monóxido de carbono. consdruem-se nos mais fones }íeaniss Énconrraios em qrrímica inorganiir. no roceiirÉ à forr,racâo de cornirlexos mgráiicos. ta! como iiusrado_peia chamsda sünr ssírücroquimica: I'< Br < S:- <SC]i'<CI-qN: <F<uréia<Ot'l-<O-'<il3O<NCS'<nri:-idina.NIl.=.eiiienociiamina< bipiriciina < fenatralina < NO:' < CFI:- < CnI{-.' < CI:- < CO. Àssin:r- seus composrc}s fonaadcs com os merais cias enzimas são mais esuiveis cuÇ os composros enzimáticos, implicancio na coordenação preferencial do íon cianeto. I I G E 'Ê' í i' a É' ;,
  • 43. rlirgosuÇÀa r Qulírc roeEltsi 4S Historia e química forense: Napoleão morreu por envenenamento ?25 Apos a derrota na batalha de Waterloo, em l8 t 5. Napoleão foi exilado na ilha de Santa Flelena, onde viveu por seis anos. De It{apoleão resta ainda um vestigio material: cabelo. Foi feita uma análise química dos Íios cie cabeio e, em 1960, foi levantada a hipotese de que Napoleão não teria morrido de causas naturais, e sim envenenado. Motivo da suspeita: a análise química relevou a presença de uma quantidade anorrnalmente alta de arsênio no cabelo de Napoleão. O arsônio não é um dos ,chamados elementos essenciais (elementos que fazem parte da constiruição química de r,ários seres vivos, incluindo os seres humanos, como o zinco e o magnésio, por exemplo), sendo apreciavelmente toxico. Contudo, o arsênio, assim corno muitos outros eleme ntos químicos, não é toxico quando na forma eiernentar (o eiemenro mesmo, e não um de seus cornilostos). Porém. o oxicio cie arsênio, de fónnula As:O: é bastante toxico, E unl composto solido, branco, corn um& proprisciade bastante utii pera aqueies que desejam envenenar alguem: e soiuvel em água, produzindo soluções incolores. Assim, pode ser acrescentado ao chá, café, refrigerante, cerueja etc. Alem de tudb e insípido (sem gosto). Outra vantagem para o assassinato perfeito: é dificil de ser detectado por análises quírnicas convencionais. o que torna dificil a identificação da cause mortis (causa da morte) no caso de uma autopsia. Poderíarnos chama. o'otido de arsênio de o oxiCo crime perfeito. 9' Contudo, no inicio dos enos 90, uma oufra explicacão para o alto teor de arsênio no cabelo cie Napoieão. que não o envenenamento ,criminoso, foi levantada: o envenenarnento por ansênio teria sido acidental. Explica-se: o papel de parede cie uln dos aposentos de Napoleão em verde, graças ao uso de um composto de amênio, o arsenato de cobre. de farmula Cul{AsO+. Tratara-se de um pi-rrnento aa verde muito utiiizacio na ápoca cÍe ,){apoieão. 25. Extraído e adaprado de: R.F. de Farias. Para gosÍar ele ler a historia da çuítnicc, vol. 2, Editora Átomo. Campinas, 2004. I ,
  • 44. l#, EoBsolr.FEBlíÀilDEs DE FÂBrrs O clima úmido da ilha de Santa Helena teria propiciado a formação de mofo no papel de parede. Os microorganismos que constituem o mofo (que nada mais é do que uma colônia de fungos) teriam então convertido bioquimicamente o arsenato de cobre no composto trimetil arsênio, (CH:):As, o qual é altamente volátil. Ora. o trimetil arsênio é altamente tóxico, e sendo também altamente volátil, seria facilmente inalado por todos que estivessem na sala. IJma vez que Napoleão estava sempre por lá, deve ter respirado uma quantidade maior do composto do que qualquer outra pessoa. Esta hipotese é corroborada pelo fato de que aqueles que visitavam Napoleão com certa regularidade queixavam-se de disúrbios gastrintestinais, além de ouffos sintomas característicos de envenenatnento por arsênio. Reportavam ainda que sua saúde costumava melhorar quando rcallzavam atividades ao ar liwe. L i i I I i I I
  • 45. Introdução , Uma vez que a química forense constitui-se nu aplicação dos coúecimentos da ciência quimica na coleta e análise de. arnostras possivelmente associadas a prática de crirnes e delitos, a QF, como a química em geral, exibiu, desde o início, e, em especial, meados do seculo XX uma gradual substiruição dos chamados metodos clássicos de análise, pelos chamados métodos instrumentais. As vantagens dos metodos instnrmentais sobre os cliissicos são a maior exatidão e a possibilidade de análise com uma menor porção de amostra. Por outro lado, dado seu custo geralmente mais baixo. os métodos clássicos têm também um importante papel a desempeúar. Dada apropria natureza interdisciplínar da química forense, e a multiplicidade de elementos gue, hipoteticaménte, são de fundamental importância para a elucidação 5
  • 46. 4s tecnicas'e metodos classicos ou instr:menrais de anáiise podem ser in-lportantes. Enke as técnicas mais comumente empregadas em um iaboratorio de quÍmica forense estão: de um crime, r,irtuahnente, todas i a-s a. Espectrometria de massas; "' b. Cromatografias em camada delgada; c. Cromatografia em fase gasosa; ' d.' Cromatografia em fase líquida; de raios X; , e. Difratometria f. Especroscopia de fluorescência,de raiosrX; Microscopia eletrônica de varredura; g. h. Eletroforese; i. Polarirnetria; j Espectroscopia na região do infthvermelho; l. Espectroscopia na região do ultravioleta-üsível; ; n. Análise termogravirnétrica (TG)i o. Caiorin'ietria exploratoria diferencial (DfA). A utilizaçào- etn um cieterminacio momenio, dos metodos clássicos ou instnrirentais, dependerá, oL,viamente, de dois fatores principais: aciequação cio método ao problema em questão e dispcniUllidade dos recursos neffissários. Porern, modernalnente não .- se concebe um laboratorio de química forense sem a presença de al guns equipamentositecnicas instrumentais. Cromatografiasr Enne t !r:^- l- ' -^as técnicas instrumentais de análise com largo uso na química forense, destaca-se a cromatografia, em todas as suas variantes, como a cromatografia gasosa e a cromatograÍia líquida de alta eficiência. Seus usos são dos mais variados, desde Ít identificação dos compostos contidos ern amostras e drogas26 ate a a cocainii cosrumam ssr "batizadss" isi* e. aci,-rlteradas eolTl outras subsúncias a irm d.: aumentar seu volume püit come:-ciaiizaeao. Substáncias como talco c ai:íiido costilntam ser uliiizacias. Dr"Penrie*d* cio tipo e da quantidadc de adulrcra,nre empregacic. * poiícia pocie atÉ nresmo tnierir de qual grupo criminoso a droga renha proceciicio. No caso da eiroga ter sido dissoÍvida Para facilitar o tráfico (çm *'iriskl', por exemplo) a tecnica crofilatográírca será tamb,em de grande valia. 26. Drogas como
  • 47. rjir::ül.rli.ú Â ';unircrr ?o!ilj§E 4Y confirmação do uso de substânci;rs proibicias pclos atictas, nos chamados testes anti-doping". Um metodo clássico como a cromatografia em camada delgada, pode ser muito util no laboratorio de quírnica forense, corno na deterrninação de carbarnatos {'er Capítuio 9) , os quais são os princípios ativos de diversos inseticicias comerciais, QUe, por sua yez; são freqüentemente utilizacios em tentativas de suicídio ou em homicídios por envenenamento. IIo Brasil, até o final da clecada de I950' era celebre a co!-nbinação de guaraná corn forn:icida2§ corlt a qual amantes infelizcs buscartaill a ntorte. A cromatografia líquida de alta eficiôncia pode ser utilizada, por exemplo, na separação (resoiuçào) Css forrnas enantionlúricas de aminas de interesse forense. tais como anÍbtantina, efeclrina e epineftina §oggle Jr,: Clarlq I986). A chamada cromatografia ga.§osa por pirolise, PGC (pyrolysis gas'cluomatography) pocie ser niuito util no estuCo de fibras têxteis. A desvantasem é que sr trata de uma tectrica destrutiva, e que so dsve scr utiiizad,a, ponantü. corno ulti,nro recurso na identiÍicação de um elemento de rlrü1''4. Espectroscopias Entre as especrroscopias, as mais largarnente utilizadas são a do ultra-r'ioleta visível GfV-Vis) e espectroscopia na região do infravermelho (geralmente com espectroscopia na região transformada de Fourrier: FT-lR). A espectroscopia na região do infrar,érmelho colrl Fourier pode ser empregada, por exemplo. para a determinação quantiiativa de cocaína e heroína (Ravreby, 1987), sendo possível obter bons resultados mesmo na presença das transformada de substâncias que costumam ser adicionadas pelos traírcantes. tais A ressonância magnetie a nuciear (uara os diversos nucieos, sendo os mais largamente analisados o 'H e o ''C), pode ser muito ZT.paraum bonr exen:plo do usa da crcmatosraíla s3sos3, na detenninacâo de efedrina em amosras cie urina. Ieia-se: P.R.. Üarctl, 5Í. 'ona;riiní. il,.L. Ce 1. jürceu, iie'r. Brus. Cienc. Farm.. 200-i. í/. 35i. 28. Em 1958, o céiebre compositorAssis Yalente. auior dr sucessos comü Coi. Cai Ba!ão, morreria ern uma praia carioca. apos ingerir esta fúnecre misrura.
  • 48. ,O EoBscÉ'J rEENÀlíDEs DE .?ÂErÁs util na confirmação da presença de l,4,butanodiol em amostras suspeitas (ver topico sobre espectrometria cle massas). 54321 Espectr.o ae . k nMN do ': frLbutanodiol l0 tZ E .s ú, il, .E ?ri ,u {t l! ã40 (J o o- 10 rC00 ?000 :800 t5.l0 ,1{C{ tZ0C cM't t0C0 : : Espectr.o FIIB da cocaÍ:ra Microscopias A microscopia (ou seria melhor dizermos, as microscopias: óptica, eletrônica etc.) enconka larga utilização na ciência forense, desde a microscopia óptica (tradicional ou com hn polarizada), passando pelas microscopias de transmissão TEM (hansmission electron microscopy), varredura SEM (scanning electrom microscopy), e força atômica AFM (atomic force microscopy).
  • 49. rilTEoDUÇÀo À quixrca;'on=I{sa 57. üicrografia eleirônica de.varr.edura d.e.polens de.gerânio O uso da microscopia eletrônica de varredura (MEV ou SEM, na sigia em inglês) tem se expandido. A r:til ização do MEV tem duas vantagens: pennitir, evidentemente, a visualização microscopica da amostras sob estudo e pennitir, adicionalmente, a análise qualitariva e quantitativa dos elementos químicos que a constituern, mediante o qso de uma sonda para a realizaçáo de uma análise EDS (energy dispersive X-ray analysis). Em balística, mais especii-rcamente na análise residográficâ, o uso do MEV pode ser particularmente valioso. IIn microsópio eJeÊrouico de-varr.edura. . Espectrornetria de massas Como exemplo ilusrativo do uso de tecnicas instnrmentais na identificação de amoskas suspeias, consideremos o L,4, butanodiol. Este á{cool tomou-se atraente para algqns muiirios de dtogaS por ter efeitos análogos aos do ácido gama-hidroxibutírico, q. qual produz efeitos sedativos, além de sensação de euforia e alucina@. * t t a. : i ,' 3 I i Ê---- -..
  • 50. 5Z Eotssu'r;iplJ*l;sÊs Du FÂnrÂs Em função da proibição3o da venda irrestrita do ácido gama-hidroxibutírico, os usuários migraram para substâncias como o 1,4-butanodiol, que e estruturalmente similar ao ácido e que, alem disso, é convertido, metabolicarnente, nele, produzindo, então, efeitos similares, ao ser ingerido. q, r!ri.rhL:ç'1( HO^^:-- ./'v' + * ' CaltlsOg dr Hütt^ HO^, 'i/vu mÊ8! i/ I rvOE *^ súc 89 .t"i!' 90 --I. +. Hc* Â r vv'ox *ot'n'rA* - ["*r,*e', J s$ , -V '--.., ' C+HtoO: rut &Í ..ôc-cir: --:l!---- ralr'l? ÇII1sO1 Drr90 >. -jÍr-'lil .F -'j't. l, li wz7? L*) ,-*-.,..:.. .ll | lt r l*nttT? rrr,:71 ' + Cru ./-, tt''' I *tz7l r''i:' L4 butaaodiol'" -1"".':' e algr:ns Ilr.oces,sos de.fr46meatação suttridos Espeçtrp de,na,ssa do ' 29. Controlada nos Estados Unidos pelo DEA,(Drug enforceÍnent adminisradon),.
  • 51. l §;. ? - .*:e" '.' -. - r;I?solii;Ào  Qu!.irc Polijjs: 53 Por ser um solr;ente largamente utilizado, o 1,4 butanodiol pode ser adàrirido com facilidade, rffi produtos de procedência duvidosa, vendidos muitas vezes pela internet e rofulados como suplementos alimentares ou facilitadores do sono. Assim, termina por ser adquirido disfarçadamente e utilizado para fins ilícitos. Uma outra forma ilícita de preparar-se o produto para ser consumido como droga e fracionando o álcool de grau industrial, obtido em toneis,, e aditivando-o com corantes e flavorizantes, ciando-lhe, assim, o aspecto de bebida de frutas. Logo, caso haja a suspeita de que um determinado produto constitui uma tentativa disfarçada de ,comercializar urrla droga, os métodos instrumentais de análise podem ser muito eficientes. A título de ilustração, mostra-se o espectro de massas do | ,4 -butanodiol. Com base nos fr-agmenÍos obtidos na análise de um determinado produto, podep-se-ia determinar a presença do diálcool. I Termogravimetria e calorirnefria exploratoria diferencial A termogravirnetria (TG) e a caiorirnerria exploraioria diferencial (DSC) podem ser empregacias, por exemplo, na detenninação do grau de pureza de arnostras de ácido ascorbico (vitamina C) empregadas na inclústria farmacêuticâ, verificando-se que, mesmo para adições de pequenas quanticiacies de excipientes (nos exemplos considerados tem-se uma n:isfura binária de acido ascórbico e coscarmelose de sodio na proporção 500 mg para 5 *g, ou seja l% de aditivo ao ácido), como nos exemplos ilustrativos apresentados, ambas as tecnicas permitem a identificação da presenÇa de uma outra §ubstância, eH comparação com amostras puras do ácido.
  • 52. 54 EoBsolJ FEEI-IaIIDEs DE ?Âtlls 1000 TemPerature (oC) fG para: (d ácido a.scorbicq ft) coscaroelose de.sódio e.(c) mistlrra bináxia: ácid.o a,scórbico/ coscarnelose.de sódio gOO ng/ 5n€). Cunra.s E = :C) 'o U) í I ; 400 100 i 500 TemPerature (oC) Cur:ra,s D§C para; (a) ácid.o a,scorbicq Cb) coscarmeJose.de.so*io e.(c) ni,stura binásia: ácido ascorbico/ cascaÍneJose.de.sod:io §OO ug5 ug)' .. A teimogravimetria na identificação de pêlos A investigação dos possíveis usos da termogravimetria em análises de interesse forense tem sido rcalizada (Farias; Pinto,2008a, 2008b). A termogravimerria constirui-se em tecnica que pode ser empregada na identificação forense, no tocante, especificamente,
  • 53. rlíTEoDuÇAo A qufirc.r ioreliss 55 a análise de pêlos, sendo possível, diferenciar-se pêlos cie diferentes partes do corpo (cabeça e pubis), considerando-se uma mesma pessoa, ro caso do sexo feminino, mas não para o sexo masculino. Por termoglavimerria pode-se ainda, com facilidade, diferenciar um pêlo natural de um sintético. Alguns dos resultados obticios serão aqui apresentados. Todas as curvas TG analisadas forarn obtidas em equipamento Shima druTGA-50, em porta-amostras de platina, sob atmosfera de nirogênio (50 cm3 min-') . com taxa de aquecimento de lOoC min-I. As curvas foram obtidas na faixa de temperatura de t ambiente a 800"C. .-r i"' ., ' .t-.ru-.-'*-.. :- . -r;ll--: :'F.'it '*3,' tGA 50 -§hitradzu 'f Pêlos naturais Esnrdos recentes têm demonsnzdo que fatores tais como hábito de vida, arnbiente ao qual o indivíduo eslá exposto (Chojnacka; Gorecka; Górecki,, 20A6a; Masúawa; Tsujimura; NIarit4' 2006), idade, sexo e ôor do cabelo (Chojnacka; Gorecka; Corecki, 2006b), bem como as condições de saúde do indivíduo (Kazi et aL-,2A06) podem exercer influências significativas na composição química dos pêlos. Porouto lado,já foi demonstado que atermogavimetriapode ser utilizada para a determinação, em nível molecular, de especies heterogêneas, como no caso da determinação do numero de grupos OH na superficie de sílica-gel Garias, 1998). Assirn sendo, uma investigação que vise avaliar a do uso da terrnogravimetria para análise forense,-- ,potencialidade ',
  • 54. 56 .Eoesíii :-li;lili:-i D= rnxrÀs especificamente no tocailte a analise de pêlos. e Cigna de ser realizada. essenciaimente. procurar responder se, mediante o uso dessa técnica, pode-se: a. Diferenciar um pêlo humano de pêlos de outras especies Tal investigação deve, anlmals: b. Diferenciar c. d. pêlos de humanos com diferentes idades e de sexos ciiferentes; Diferenciar pêlos de humanos diferenres; Diferenciar entre pêlos de diferentes partes,do corpo, os de um mesrno indir,íduo. itio esrudo efetuado (Farias, 2008) foram analisadas, ao todo, 20 amosras de pêlos. sendo 3 de animais (gato, cão e cavalo). Os pêlos humanos foram coletados em I0 pessoas diferentes, num total de I7 arnostras. Maiores detalhes sobre as amostras anatrisadas são apresentaclos na Tabela L Os resúltados obtidos encontram-se resumicJos na Tab elal e. as cuiTas mais represeniativas apresenradas, Em todos os casos, a primeira perCa de massa sirua-se na faixa cie 30 a 150 oC. Pode-se associar essa etape a cerda de rnoleculas de água fisisson'icias ou quiirussorv"idas, Ê matória sebácea presente nos pêlos, cie forma que, o que se verifica, não e ainda a degradação oC do pêlo propriamenrc dito. A quantidade de materia sebácea poderá depender de fatores tais corno a região do co{pc onde o pêlo se encontra (rnaior ou menor quanddade de glânduias sebáceas na região). fuiaiisando-se os dados da Tab ela 2, verifÍca-se QBÊ, corTl rclação a essa primeira perda de massa, neúuma tendência pc,de ser efetivamente apontacia, embora, em media, os pêlos pubicos exibam uma perda de rnassa maior do que os cabeios. A segunda perda de massa, a qual inicia-ie em 250oC, acontece, para todas as amostras analisadas, em duas etapas, sendo QUe , na maior parte dos casos, a segunda etapa apresenta-se pouco ciefinida, motivo peio qual, na Tab ela ? , o percenfual de perda de massa é simplesmente calculado na faixa de 250-800"C, como uma unica etepa. Uma notár'el exceÇão é e amostra 7 a qual exibe, na faira enre 250-8ü0uC, ciuas etepas i. perda de rnassa bem defrnicias.
  • 55. tllfgCls;Àc "À ÇUIifCÀ FOEsIi-q: 57 Como pode ser constatado analisando-se as diferentes curvas, e os dados delas provenientes, resumicios na Tabela 2, verifica-se que todas as cun/as TC exibern as mesmas etapas fundamentais de perda de massa. Tal fato não causa surpresa, se lembrarrnos que - independentemente do fato d.e penencer ou não a urn ser huütano, ou, no caso de humanos, indepencientemente da idade da pessoa considerada, ou da região do corpo da qual foi retirado -r o pêlo é constituído, do ponto de vista quírnico, de queratina. ou queratinas, que são polipeptíeiios f,or-mados por unidades de arninoácicios, com massa molar media da ordem de 10.000 g mol-1. Analisando-se, por exemplo. queratina.ç extra.ídas de penas de frango (Moore et a1.,2006.; r,ei-ifica-se que c perÍli das curvas TG obtidas são bastante similares aos do presente trabalho. Avaliando-se as curvas TG para a pena e para a queratina dela extraícla (Moore, 2006) constata-se clue os perfrs.das cun'as. TG são similares aos obtidos para os pêlos analisados nCI presente trabalho. Comparancic-se as cura'as para a queratina e para a pena (Moore, 2006) verifica-se que a prirncira etapa de percia de massa e bem menos def,rnicia, pAra a qucratina, eili colnilaração com a pena. Tal fato reforça a intelpretaçâo de que essa etapa associa-se à perda de água e material sebáceo. Uma hipotese para explicar as duas etapas bem definidas de perda de rnassa referentes à queratina para a amostra7 , é a de que a parte mais externa dos fios de cabelo, estaria com as moieculas ,Ce queratina de menor massa molar, enquanto a parte mais interna vrt., apresentaria moléculas de rnassa moiecuiar signifrcativamente mais elevada. Tal fragmentaçâo das rnoleculas de queratina presentes na pafic mais externa dos pêlos teria sido possivelmente ocasionada pela ação de substâncias quírnicas presentes ern produtos para cabelo, como shampoos e condicionadores. Nas discussões a seguir, quanCo falar-se em perda de, massa, frcarà subentendido que trata-se da perda de massa referente à segunda etapa (degradacão cas queratinas). As amostras 18, 19 e'Ü, peios de gato, cacholTo e Cavalo, respectivamente, exibem percentuais de percia de massa coillparáveis aos pêlos humanos (cabeio e pubis) de forma QUe,
  • 56. ,§ mBsory riBIÍllÍDEs DE sÂrrás com base apenas nos percentuais de perda de massa, verifica-se não . ser possível diferenciar-se pêios humanos dos de outros a. anrmals. Comparando-se o par de amostras I e 2, oriundos de uma mesma mulher, com o par 7 e 8, de outra mulher, o par l0 e I l, de uma terceira mulher, verifica-se que os pêlos pubicos deixam menor resíduo (exibem maior perda de massa. poftanto) do que os cabelos: percenfuais de perda de massa 64,50/0, 67,1 % e 67,8 o/o para as .afostras 2, 8 e I l, respectivamente (pêlos pubicos) e percenruais de 5 7 ,30/o,63, 7' o/o e 64,6 o/o, respectivamente, para as amosffas 1 , 7 e l0 (cabelos). Logo, considerando-se uma mesma § múher, é possível diferenciar.-os cabelos dos pêlos púbicos. Considerando-se o par de amostras g-l7,para u*à muhe r de 74 anos, a Ê Ê Ê E r +gri{cq-se gue, nesse caso, é a mostra de cabelo que exibe = E maior percãnfüal de perda de massa (70,6o/o),em relação aos pelos plbicos {67 !4%). Contudo, pennanece válida a conclusão no tocante à diferenciação entre os pelos pubicos e os cabelos. Se essa inversão dos percentuais, no caso das mulheres, pode ser ou não atribuída a faixa etária, e algo que não se pode aqui concluir, exigindo novas análises 4 =. a = t í. ã + = iê § E a. ? Destaque-se, ainda, os valores percentuais bastante proximos, obtidos para pêlos de uma mesma região do co{po, para os pares 8-t I e 7-10. Por outro lado, comparando-se o par de amostras 4-5 (homem de 32 ano.s), e 3-16 $omem de 72 anos), .venÍrca-se eu€, para essas ampstras, os percenfuais de perda de massa obtidos são bastante: proximos, não sendo possível diferenciar os pêlos pubicos dgr caberos. Destaque-se Qre, entfe as oito amostras de cabelo É. z: # & e rÉ *i § *r *, { E D' á 7 t analisadas, a amostra I e aquela que exibe o menor percentual de perda de massa (57,3%). Por ser esta a única amostra de cabelos tingidos, pode-se supor que os produtos químicos utilizados no processo de tingirnento tenham;afetado a composição química do cabelo, provocando esse efeito. Assim, com base nos dados da Tabelal,infere-se que um percentual de perdade massa abaixo de 60,A% possa ser associado a pêlos tingidos, podendo-se, assim, avaliar se a cor do pêlo coletado e original ou não. T !r'-r. -
  • 57. rNrpoDrrÇÀo a quiNrca ronrj,Iss 59 Comparando-se os percentuais de pcrch clc nrassa obtidas para a degradação térmica de fios de cabelo masculinos: amostra 3 (68,7 o/o), amostra 4 (68,7 o/a), amostra 6 (68,0 %) e amostra 13 {69,6 ya), com as amostras de cabelos femininos: amostra I (57,3o/o), amostraT (63,7 %) e amostra 10 (64,6 o/a), verifica-se QUe, para os pêlos masculinos, os percentuais de perda de massa são maiores, sendo possível então, diferenciar um cabelo masculino de um feminirlo. Para efeito de comparação,, analisou-se uma amostra de pêlo da perna (amostra l5), verificando-se que o percentual de perda de massa associado â degradação das queratinas assemelha-se aos percentr:ais observados para cabelos e pêlos pubicos. Como conclusão de caráter geral, verifica-se que a termogravimetria, no tocante à identificação huryana mediante análise de pêlos;pode §er eficiente como técnica auxiliar. Considerando-se apenas os percentuais de perda de massa r- relacionadosàdegradação.térmicadasqueratinas: ' I. Não e possível diferenciar-se um pêlo humano de um a -+. il| t§ F s Ê .a E ; # & tÊ §:- G -Ê f É +. t' ,É: a-l ?' Éi * I pêlo animal; 2. E possível diferenciar-se pêlos de diferentes partes do .otpo (cabeça e pubis), considerando-se u*u mesma pessoa, caso do sexo feminino, mas não parao sexo 'masculino; 3. E possível diferenciar-se pêlos oriundos de pessoas de sexos diferentes, no caso de fios de cabelo: via de regra, os cabelos masculinos exibem percenfual de perda de massa na casa dos 69 Yo, com, os cabelos fernininos exibindo perdas de massa da ordem de 64 %: 4. Não é possível diferenciar-se enffe pêlos de pessoas de idades diferentes; 5. Percentuais de perda de rnassa abaixo de 60, A o/o,podem ser associados a pêlos tingidos.
  • 58. 6t) EcEsd; ==lj$ji=s DE Frtarrts t ) Tabela I. Amostras de pêlos analisados por tennogravimetria. Amostra !..., . Pfl'-'''"' ; tXÍl ,Hj§', sexoÍ Fumante3 ,Àr E líasculinoi F= Fenrinino :B=Bnnco;CJCasrmho:L=LoiÍo;P=PÍeto ,§=Sim.N-Não -õ=é;ú";;t,o"Ps=Fúbis 'Cubelo ringido. r. : t:;#$'
  • 59. rh,Tnosr,rÀo n Qu!.:rca ioB=lJsa 61 Tabela 2. Sumário dos dados expt-rimcntais obtidos a panir das cur!'as tcrrnogravimetricas. Para detalhes sobre cada arnostra, ver a Tabela l. Amostra olo ml U"C 5,0 30-150 250-800 57,3 30-1 50 4,3 250-800 64,5 30-1 50 ^rt arl 250.800 69,7 " 30-150 : 250-8Crü 7.0 68,7 ; 30-1 50 250-800' 5,5 67,8 30-150 250-800 3,5 68,0 i 30-1 50 250-500 550-800 3,9 48,4 15,3 30-1 50 5,3' 250-800 67,1 30-150 10 11 12 13 14 15 16 17 í8 t9 2A 8,3 250'800: 67,4 30-1 50 250-800 4,5 64,6 30-150 250-800 67,8 , 7,6 30-150 ' 250-800 30-1 50 5,3 69,6 250-800. 9,5 63,8 30-1 50 250-800 6,9 67,2 , 30-150 250-800 " 3-0-150 1A,2 250-900 , 30-150 . 250-800 30-í50 ; ! 30-150 : * 30-150; 25S-800 67,2 6,3 70,6 250-800 250-800 B,g 67,6 0,0 66,6 9,8 65,2 10,3 64,0 ' ''
  • 60. 62 EoBsoJ{ ri:e}íaHoEs DE FÀEr}s Homern, 32 anos, Cabelo. TGA % OrTGA mgimin 0.00 100.00 0.02 80.00 Weight Loss 60.00 -1.125Íng -68.6819â 0.04 40.00 200.00 400.00 600.00 800.00 Temp [C] Cr:r.va.s termogravimétrica CIG$ e. derivada OfIG$ para a amostra 4. Homem, 32 anos, Púbicos DTTGA mglmin 0.02, 0.00 80.00 -0.02 We§hl Loss 60.00 {:085m9 -5.470% -0.04 40.001-- {.087m9 -5.598* Weighl Loss -0.06 -0.08 {.966mg -62.1820/t 200.00 400.00 600.00 600.00 l j Temp ICJ : '1 Cur.va,s ternograv:inétrica ffG§ I e. 1 l derivada CDfIG§ para a anos tra.5. i j I .t I j I I I I I I I I ! a ! I I I I -.)' 4 r- t a t I
  • 61. $ItnonuÇÀo TGA À Quiura roaailsa 63 ülulher, 25 anos, Cabelos DrTGA m$min 9á 100.00 0,00 80.00 4,01 ltlaghtloss 60.00 {.0?6Írq Werghl -3.910?o Loos {.102m9 -0,02 -15 338% 40.00 -0,03 200.00 , 0.00 400.00 600.00 800.00 Temp [C] Curra.s termogravimétrica (IG§ e. derivada Or'IG§ para a ano§tr'a?.. Homem, 72 anos, Cabelos TGA % 100.00 {32 80.00 J 60.00 Wei$t 4,04 Loss {.lllmg {-1n% ., -0.06 40.00 418 20.00 l,t'_ 0^00 200.00 400.00 600.00 Temp ICI Curyas teruograrrinétrica CIG$ e. derivada (DrIG§ Para a anostraS- 800.00 i
  • 62. 64 eo=sG; l=Bli*]il- Dã i'Âtr§ Pêlos sin téticos No tocante à identificação de um fio sintético em comparação com o cabelo natural, as cun/as TG mostradas seguir sâo bastante ilustrativas. Mulher. 25 anos, Cabelos DrTGA mglmin 0.00 -0.01 {Ctal:c , r:âe.g Ié -í. LOSS {.692m9 -0.02 -61.896§;o -0.03 -0,04 Weight S.00 ?ir3.üü 400.00 Loss 4.33ürng 6Ü0.00 -0.05 80C"t'0 Temp [CJ C-ur:ras TGA ternogravimetrica ff Giü e, derivada (HGÂ) parâ una amostra de.cabelo uatum.I Pêlo sintético Yo DrTGA mglmin 100.00 0.00 80.00 -0.20 -0.40 6ü:00 -0.60 40.00 -0.80 20.00 0_0ü 100.00 20ü 00 3c0.00 400.00 5c0.00 600.cs Temp [Cj Cirr'ora*s tamogra:rrimétrica OGÂ) e derivada OrfGA) de.un fio de.cabel,o sinteiico. . a
  • 63. llltpc,lg.]ir.r i qsl.:ici. =op;i{s; 65 â Na primeira figura, rnostra-se urna curvii 'fG i)irr:r urrla amostra de cabelo natural. A primeira perda de nrassa sit.ua-se na faixa de 3OoC a I50'C. Pode-se associar essa etapa à perda de moléculas de água fisissorvidas ou quimissorvidas, e matéria sebácea presente nos pêlos, de forma que, o que se verifica, não e ainda a degradação do pêlo propriâmenre dito. A segunda etapa de parda de massa, na faixa de 250-800oC, associa-se à degradação das nroleculas de queratina, ou queratinas, que são poiipeptídios formados por unidades de aminoácidos, corn mass& molar rrledia da ordem de I 0.000 g mol- I (todos os fios naturais, não irnportando a parte clo co{po de onde tenham sido retirados, exibem um perfil muito similar) Comparanrio-se a primeira figura com a segunda, obticia para um fio sintetico (peruca) e notável a diferença de perfil observado, com o fio sintético exibindo uma única etapa,de percla de massa, que inicia-se ern 400 oC, com um resíduo final de aprCIximadamente l}o/a. Logo, a distinçãcl entre urn pêlo natural e um sintetico pode ser feita facilinente, pela simples cornparação das cur,,as A termogravimetria na perÍcia de combustiveis: diesel, oleos vegerais e biodiesel Do ponto de vista da análise cio perroieo e seus Cerivacios, a termogqavimetria pode ser convenicntemente empregada para a detecção e quantificação da presenÇa de adulterantes na gasolina e no oleo diesel. Alguns resultados obtidos, são rnosrrados u r.gui/0. as sun'ês TC aprese nladas fbram o,btícias rrn equipamenro TCA-S6 da Shimadzu,ernatrnosferadenitrogênio{50crn3min-l)emxacieaquecinrentotic I0"C 30. Todas min-1. utilizando-se porta amosrras de plarina,
  • 64. 66 EoBso$ rEEl{ÀIíDEs DE r.âErás IGA Oleo diesel % DrTGA mgrmin 100.00 0.00 80.00 6ü.00 -0.50 40.00 20.00 -1.00 0.00 300.00 200.00 100.00 Temp [CJ I ! 'i , ! I ! : : Na fi sura anterior é mostrada a culva TG (e sua clerivada) pera uma amostra de oleo diesel. Conforrne podemos notar, a vapori zação inicia-se em cerca de 60"C, estendendo-se ate260oC. Para efeito de cornparação. r,eja-se, a scguir, a curva obtida para uma amostra de oleo diesei adulterado com oleo de soja. Oleo diesel + Oleo de soia TGA % DrTGA mg/min 100.00 0.00 80.00 -0.20 60.00 -0.40 .10.00 Weignr Wagnt 20,00 Loss Loss -10.264m9 -1.689m9 -i3.84CI:t -0.60 .&I.1&íYr -0,80 0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 Temp ICJ t j , -rr:t-É',,," -- i
  • 65. rlíTsoDIIÇÃo n o-uülrcl fGA o/o Oleo diesel + Esteres metílicos do óieo de arroz 1:1 100.s0 roaal'lsp 67 (v/v) DrTGA mgimin 0.00 -0.10 -0.20 -0.40 100.00 Temp ICJ Confonne pode ser observado, a vaporizaçãa do diesel inícia-se e completa-se na mesffra faixa de temperafura observada para a amostra pura. A partir de 375oC. o qtre se observa é a vapori zaçáo do oleo de soja, cujo percentuai de perda de massa (aproximadamente l4o/o), foi justarnente o percenrual empregado na misfura feita em laboratorio. Ou seja, foi não apenas possível -i ]É. É É $ * § *-. +' ; í. f= 4 * determinar a ocorrência de adulteração, mas, inclusive; seu percenfual. Vale a pena lembrar QUe, ao menos na proporção empregada, o óleo de soja não ocasiona neúuma variação do ollo diesel, de forma que, ao sensível quer na cor, quer n1 for menos sensoriahnente, a adulteração não seria percebidaPara efeito de comparação, :âpfesenta-Se, em seguida, a curva TG para uma mistura TG I :1 (v/v) de óleo diesel e biodiesel (nesse caso, ésteres metílicos do oleo de arroz), ou seja, uma i biodiesel 850. Conforne pode ser observado, neúuma diferença pode ser notada entre essa curva e a obtida pam o óleo diesel, o que apenas mostra QUÊ, conforrne desejado', o biodiesel comporta-se, tambem do ponto de vista da aniúise termica, como o diesel de pefroleo. Logo, pode-se saber, por temogravimetria, se o que foi adicionado ao diesel foi biodiesel (p.dtido e até determinado pela legislação em vigor) ou simplesmente um oleo vegetal (que seria, nesse casg, um adulterante. sendó sua adição utna pratica fraudulênta). t:. : -.- _.,1...r--:#4*+
  • 66. A QUE{IüA F'OEEI'IS6 ]t4 rniltrrFrcAÇÃo HM{ÀNA E H ta § E. lci: V. t..- r:.. ft: s- *. &: Papiloscopia E' B No tocante à identificação humana, uln dos usos mais freqüentes da química forense é na revelação (que por sua vez, possibilita a identificação) de impressões digitais, ê chamada papiloscopia. Para frns de classificação, & pâpiloscopia está subdividida em três áreas: datiloscopia, quiroscopia e podoscopia, que se dedicam, respectivamente, às impressões digitais, às impressões deixadas pelas palmas das mãos e às impressões deixadas pelas paimas dos pcs, sendo a datiloscopia a rnais impoltante das ffês, por ter um papel mais decisivo na identificação de um indivíduo. Não por acaso o registro da impressão digital é efetuado quando da emissão das carleiras cle identidaCe, tei:cio havicio recenlemente apenas. uma modiflrcação tecnologica nos institutos de identif,rcação: E H H6
  • 67. 7 O EoBsOlI -F-:pI{À}íDEs DE .?Â!IAs a célebre almofada de tinta foi substiruída por urn pequeno scanner que faz a varredura e registro eletrônico da impressão. Do pontc de vista biologico/estatístico, a identificação baseada na impressão digital baseia-se no fato de que atehoje, , ainda não foram encontradas duas pessoas com as impr.rrõ., digitais idênticas, muito embora, coxrr base nos principios da estatística e da logica indutiva, a não ocorrência de tal fato não significa ser tal coincidência impossível. A composição química do suor das mãos (que termina sendo responsávei pela, formação de impressões digiiais quando tocamos um determinado objeto) e basicamente água (ggr/ú e lo/o de materiais solidos, entre os quais aminoaãiaos e outros compostos nitrogenados, ácidos ÍIraxos, ácido lático, glicídiós e Iipídios, alem de componentes inorgânicos tais como os ânions cloreto, sulfato e fosfato e cátions metálicos como sódio, potássio e ferro- Do ponto de vista da química forense, os compostos orgânicos têm um importante papel na revelação de dada impressão digital e. conseqüentemente, na identiÍicação de detenninado indivíciuo. Existem diversas tecnicas utilizadas para a revelação de irnpressões digitais. Mencionaremos aqui algumas deias. A tecnica que será eÍbtivarnente ernpreguàu em dado caso, irá depender do local onde a impressão teúa sido deixacia, bem como dos recursos disponíveis para o perito, Contudo, é preciso discernimento por parte do profissional antes da revelação da impressão, visto que o uso da tecnica errada pode termin# p;; inutiliz alr a impressão deixada, perdendo-se, assim, importante t- elemento de prova. : Muita embora as tecnicas rradicionais como a do po sejarn Iargamente empregadas, metodorogias mais modernas têm sido desenvolvidas, tais como a detecção da impressão digital com base nos elementos químicos nela pre§entes, empregando-r. u chamada microfluorescência de raios-X (rnicro-X-ray fluorescence, MXRF), desenvolvida em 2005 por pesquisadores do Los Alamos National Laboratory, nos Estados Unidos. *. q t r , Ê G G .&rÊ .*É I:..-
  • 68. rlíTaoDuçÀo À Qujvrcl ronelÍsa 7L A tecnica do po A técnica mais utilizada consiste na aplicação de uma fina 'camada de po sobre o local onde, acredita-se, possa haver impressões digitais. Uma vez que impressões tenham sido assim t . !r - f reveladas, segue-se a etapa do'decalque. 'Tal técnica baseia-se na aderência de um determinado po sobre os diversos compostos químicos que compõem a impressão. L:gações de hidrogênio e forças de van der Walls, são, essencialmente, as responsáveis por estas interações. Vale a pena lembrar que a técnica do po não é sensível a impressões digitais que não se.iam recentes, uma vez que o principal composto responsável pela aderência do po e a agua, a qual estará presente em quantidade cada vezmenor, à medida que o tempo passa, sendo diminuída, portanto, sua concentração relativa, ern comparação com as demais substâncias que compõem a impressão. Assim, caso em função das circunstâncias presuma-se que possíveis impressões digitais tenham sido deixadas há muito ternpo, outras técnicas devem ser utilizadas. , No tocante à composição química dos pos utilizados, podemos mencionar: a. Pó de óxido de ferro: óxido de . %) e negfo-de-fuTo" (ZS %); b," Pó de dioxido de manganês: o/o), oxido de ferro (25 Yo), negro-de-fumo (25 %) ' e resina (5 %); c. Po oxido de titânio: dioxido de titânio (60 yó),talco QA%) (45 e caulims2 (20 %); 31. O chamado negro-de-fumo não é, em verdade, uma única substância- Tal denominaçãq é urilizada para d'esignar um grupo de substâncias coloidais de cor negra, compostas total ou principalmente, por carbonq usualmente como fuligem. São obtirlas pela combustão de hídrocarbonetos, nomdÍImente metano e acetileno- Entre outros usos, é empregado como pigmento para tinus e em resistores elérricos. 32-O caulim é uma argila com fórmula aproximada Al3Or.2SiO:.2H:O. E materia-prima essencial na fabricaçâo de porcelana. Seus cristais, vistos ao microscopio eletrônico de varredura. apresentarn-se como palhctas heiagonais. podcndo iambem existir sob a forma de rubulos, quando passa a chamar-se haloisira. 1_-
  • 69. 72 §oBso:; d. -=giíglif:s D? r'r,-Er/rs Po carbonato de chumbo: carbonato de chumbo (90 ,/o), goma arábica ( 15 or,r), alumínio ern po (3%) e. f. e negro-de-fumo (2 %). Po fluorescente: antraceno finamente pulverizado. Pos rnetáiicos (usualmente uma mistura de rnetais e oxidos metálicos): po prateado (flocos ce alumínio, pos de quanizo); po dourado (flocos de bronze, pos de quartzo). g. Pos magneticos (particulannente uteis .para revelaÇâo de irnpressões em superficies como píástico e pele humana). Os exemplos (a) e (b) são exempios dos chamad.os "pós . negros", enquanto aos exemplos (c) e (d) são "pós brancos,,. Os pÓs fluorescentes, como o exemplificado na Ietra "e", requerem ,a utilizaÇão de uma fonte de luz ultravíoleta (para excitar o.çpmposto fluorescente, o qual, ao decair, emiti raluzna regiâo vi5ír'el cio espectro), sendo inciicados para superficies multicoloridas. cie padrollagem confusa" nas quais os revelaciores convencionais não dariam bons resultados. A tecnica cio po tem como principais yantagens seu baixo custo e sua simplicidade de aplicação. Conrudo, um a vezque os compostos químicos que compõem os po§ podem interferir com outros exames periciais (com a determinação da cornposição - quírnica de uma determinada tinta de escrita, por exemplo), deve-se considerar todos os aspectos .envolvidos antes de sua utilizaÇão. O tipo de pincel a ser empregado parq a aplicação do pó, bem corno" é claro, a habilidade daquele que utiiizar a tecnica, são tambem fatores decisivos para o seu emprego bem sucedido. Fatores corno condições climáticas (rnaior ou menor umidade do meio) podem também interferir no sucesso dessa tecnica, de forma que cada perito deve avaliar qual o melhor po para detenninadas condições climáticas sendo esra areabastante àb-erta a realização de experimentos, buscando-se sempre enconrar pos que sejam atoxicos, de baixo custo e que fon:eçam bons resultacios, i .f § t.. b.-..r' f: ;
  • 70. IljTpGlUlÀO n .igfil-1,i fúEJiSI ?3 Vapor de iodo É uma das tecnicas mais antigas, âo lado da do po, empregada há quase um seculo. Baseia-se na absorçâo do vapor de iodo pelos con'rpostos goi'durosos do suor. Acreciitava-se que tal fato ocorria em funÇâo da reação do iodo com gorduras insaruradas contidas na inrpressãc digital. Contudc. acredita-se. arualmenre, tratar-se, em rrerdade, de utn sinrples fenômeno de fisissorção. Muito embora não sejam excretados pelas mãos, os compostos gordurosos coln os quais o vapor de iodo irá interagir terminam por agregar-se ao suor das mãos - e comporern! portaRto, as impressões digitais -, peio contato previo das mâos com partes do corpo (tais como maçãs do rosto e couro cabeludo) onde há a presença de giârrrluias sebáceas, com a conseclüente Ao serem aquecidos (ou mesmo a iemperatura arnbiente, dependendo do arnbientei os cristais de iodo sublimam. tendo-se
  • 71. 7 4 EoBsolI FEPNÀNDEs DE 3-q-Eus então iodo sob forma de vapor, que termina, por sua vez,aderindo aos corxpostos gorCurosos da impressão digital. [Jma vez que o vapor de iodo. bern como a impressão revelada por sua adsorção, têrn uma coloração escura, o uso dessa tecnica deve lirnitar-se à superficies claras, com as quais a impressão revelada possa exibir uma boa relação de conrasle. Embora simpies e de iácil utilizaÇão, o método do iodo, por reagir apenas com os componentes gordurosos da impressão digital, não e sensível para impressões não recentes, visto que os com- postos gordurosos destntegraln-se mais rápido que os aminoácidos. Alem disso, a irnpressão digitai assim revelada deve ser rapidamente fotografada, uma yez guÊ, justarnente por ser volátil, o vapor de iodo irá tambem desprender-se, depois de algum tempo, da impressão, tornando-a não visível, novamenteA fim de garantir a safuração da impressão com o vapor de iodo, o ideal e colocar-se o objeto, em que suspeita-se haver uma irnpressão, no interior de uma cuba, motivo pelo qual esse metodo presta-se mais adequadamente para o uso em objetos de pequenas dimensões. Caso não seja utilizado um t-txador, a tecnica tern ainda a vanraseln de não interferir com outros possíveis procedimento§ para a reveiaçâo de impressões, visto que o vapor de iodo será, porlco a pouco, eliminado da impressão, permitindo assim o uso de uma outra técnica em sequência, se necesSário. Uma vez revelada uma impressão ,digital, caberá ao especialista determinar §e & mesma pertence ou não a deterrninado indivíduo, podendo-se, modernamente, contar com o auxílio de programas de computador para'tal. Nitrato de prata na reação do nitrato de prata com os cloretos presentes nas impressões digitais, formando-se cloreto de prata: A tecnica baseia-se Agr'[O, + Cf,- + [Jma vez.qu? os cloretos AgCI + N.q- ,peTianecem por relativamente pouco tempo nas lmpressões, essa técnica não se mostra adequada na .-t *;i