O documento descreve a descoberta de um fungo da Amazônia, Penicillium excelsum, encontrado em castanhas-do-pará pela pesquisadora Marta Hiromi Taniwaki. O fungo tem potencial para ser usado no desenvolvimento de antimicóticos e é estudado junto com outros fungos e suas toxinas em alimentos por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos. O laboratório conduz pesquisas para garantir a segurança e qualidade de alimentos.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Fungo de castanhas pode originar antimicótico
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (134) quarta-feira, 20 de julho de 2016
Descoberto recentemente,
organismo pertence ao
ambiente amazônico,
região na qual quase não
há registro da presença
dessas espécies descritas
na literatura científica
ma pesquisa realizada com amos-
tras de castanha-do-pará no Insti-
tuto de Tecnologia de Alimentos
(Ital), de Campinas, detectou a pre-
sença do fungo Penicillium excel-
sum, que revela potencial para ser
utilizado na fabricação de antimicó-
ticos – medicamentos de combate a
infecções causadas por alguns mi-
cro-organismos. O fungo pertence
ao mesmo gênero que originou a
penicilina, descoberta em 1928 pelo
médico escocês Alexander Fleming,
até hoje considerada uma das subs-
tâncias mais importantes na preser-
vação de vidas.
SERVIÇO
• O artigo da pesquisadora Marta Hiromi
Taniwaki sobre o fungo Peniccillium
excelsum foi publicado na revista
científica Plos one e pode ser conferido
no link http://bit.ly/29xX5rS
• Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital)
Av. Brasil, 2.880 – Campinas
Telefone (19) 3743-1737
Site www.ital.sp.gov.br
O laboratório de microbiologia do
Centro de Ciência e Qualidade de Alimen-
tos, do Ital, onde a pesquisadora Marta
Hiromi Taniwaki trabalha, é uma verda-
deira escola onde são ensinadas técnicas
de qualidade de alimentos. Atualmente,
jovens vindas de cursos de ciências bioló-
gicas, ciências farmacêuticas e engenharia
de alimentos fazem estágio, mestrado e
doutorado no local. Além de Marta, há
mais uma pesquisadora do Ital, a enge-
nheira de alimentos Beatriz Iamanaka.
A bióloga Adriana Raquel da Silva
faz mestrado no laboratório. Ela pes-
quisa a presença de toxinas de fun-
gos na pimenta-preta. “Espero con-
cluir meu trabalho no ano que vem”,
diz Adriana. A química Raquel Facco
Stefanello vai defender seu doutora-
do com a pesquisa sobre como fazer
panetone com fermento natural e “sem
conservantes” para prevenir o cresci-
mento de fungos no alimento.
Raquel veio de Santa Maria (RS) e
quer chegar à formula de um panetone
que tenha pelo menos seis meses de vali-
dade. A biomédica Aline Katsurayama
pretende concluir seu mestrado no ano
que vem. Seu foco de estudo é a presença
de microtoxinas e fungos no arroz.
Educação emite
certificados digitais
Professores da rede estadual de en-
sino que participaram de cursos na Escola
de Formação e Aperfeiçoamento dos
Professores (Efap) podem obter seus cer-
tificados de forma digital. Basta seguir os
seguintes passos: entrar no site da Efap
(http://goo.gl/n9yJeh); na primeira pá-
gina, acessar a aba Central de Serviços;
escolher o link da opção Histórico de
Participações; após digitar login e senha,
entrar na área exclusiva de participante.
Nesse espaço, vão estar disponíveis todos
os cursos com aproveitamento e frequên-
cia, além do resultado final na qualidade
de Aprovado ou Reprovado.
Os aprovados poderão visualizar e
imprimir o certificado, que possui um
código de validação para ser consul-
tado a qualquer momento. Mais infor-
mações estão disponíveis na intranet da
Educação: http://www.intranet.educa-
cao.sp.gov.br/.
12º Encontro USP Escola,
até sexta-feira, dia 22
O Instituto de Física da Univer-
sidade de São Paulo (IF-USP) realiza
até sexta-feira, 22, em várias unidades
do Câmpus do Butantã, o 12º Encontro
USP Escola, evento direcionado à atua-
lização e à formação de professores.
Segundo a coordenadora, docente do
instituto Vera Bohomoletz Henriques,
a realização do evento, que sempre
ocorre nas férias, objetiva oferecer mais
oportunidades para os professores par-
ticiparem de debates e se capacitar.
“Nas avaliações de encontros anterio-
res, os docentes apontaram a neces-
sidade de ampliar a oferta de cursos.
Uma das preocupações da coordenação
foi articular, com a direção do Instituto
de Física, parcerias para que houvesse
maior oferta”, informa.
Por isso, além do IF-USP, partici-
pam dessa edição o Instituto de Química,
o Instituto de Ciências Biomédicas, a
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, o Museu de Arte Contem-
porânea e o Instituto de Geociências. O
encontro prossegue com palestras varia-
das, entre as quais Direitos humanos nas
escolas e Práticas inovadoras na sala de
aula, assim como cursos e oficinas sobre
cinema de animação, literatura de cor-
del, desenho, robótica como instrumento
educacional e ensino de inglês. A progra-
mação completa está disponível em
http://portal.if.usp.br/extensao.
156 vagas para pessoas
com deficiência física
O programa Emprega São Paulo/
Mais Emprego, agência de intermedia-
ção gratuita de mão de obra gerenciada
pela Secretaria do Emprego e Relações
do Trabalho (Sert), em parceria com
o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), oferece, nesta semana, 156 vagas
de trabalho para pessoas com deficiência
e reabilitados pelo INSS nas regiões de
Franca e Marília.
O candidato deve acessar https://
goo.gl/UHE9v, criar login e senha e, em
seguida, informar os dados solicitados.
Outra opção é comparecer a um Posto de
Atendimento ao Trabalhador (PAT) com
RG, CPF, PIS e carteira de trabalho. O
cadastramento do empregador também
poderá ser feito no site do programa ou
no PAT. Para oferecer vagas no sistema,
a empresa deve apresentar CNPJ, razão
social, endereço e o nome do solicitante.
Fungo de castanhas
pode originar antimicótico
O trabalho é conduzido pela
bióloga e pesquisadora científica
Marta Hiromi Taniwaki, no labo-
ratório de microbiologia do Cen-
tro de Ciência e Qualidade de Ali-
mentos do Ital, entidade vinculada
à Secretaria Estadual de Agricul-
tura e Abastecimento.
Marta trabalha na identifica-
ção de fungos e substâncias cha-
madas toxinas da castanha; essa
espécie de Penicillium não havia
sido descrita até então. Existem no
mundo aproximadamente 350 espé-
cies de Peniccillium conhecidas. A
que foi descoberta por Fleming é a
Notatum. Marta publicou seus estu-
dos, em inglês, na revista científica
internacional Plos one, em dezem-
bro último (ver serviço). “Mas con-
tinuo fazendo minhas pesquisas com
as castanhas”, ressalva.
O fungo recém-descoberto, informa
a pesquisadora, está presente em todo o
ecossistema das castanheiras na região
Amazônica, para onde a bióloga fez inúme-
ras viagens em busca das sementes e para
saber como são colhidas. “Conheci também
as pessoas que trabalham no ramo, ainda
de maneira extrativista.”
SeuestudorecebeuoapoiodoPrograma
dePesquisasemCaracterização,Conservação
e Uso Sustentável da Biodiversidade do
Estado de São Paulo (Biota), da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq),doMinistériodaCiência,Tecnologia,
Inovação e Comunicação (MCTIC).
Abelhas – Além das castanhas, o
Penicillium também é encontrado nas
folhas da castanheira, cascas da semente,
nas flores e no solo próximo da árvore, que
pode atingir até 60 metros de altura e viver
por quase 500 anos. A produção de casta-
nhas tem início após 12 anos do plantio.
“Encontramos o fungo até mesmo nas abe-
lhas que polinizam a flor da planta e tam-
bém nas formigas que vivem na árvore”,
observa a pesquisadora.
A formação das substâncias, chama-
das toxinas, pelos fungos nas castanhas, se
deve às condições de umidade na floresta
e ao tempo de estocagem até as sementes
atingirem um nível seguro de umidade.
Castanhas que são logo secas à temperatu-
ra de 60ºC e mantidas em estoques apro-
priados apresentam menos fungos e menor
possibilidade de conter toxinas.
Marta observa que os fungos perten-
centes ao ecossistema amazônico são pouco
descritos na literatura científica mundial.
Ela calcula que somente 5% desses micro-
-organismos foram estudados até agora,
sobretudo por pesquisadores estrangeiros.
Referência – O Ital realiza ativida-
des de pesquisa, desenvolvimento, assis-
tência tecnológica, inovação e difusão do
conhecimento nas áreas de embalagem e
de transformação, conservação e seguran-
ça de alimentos e bebidas. Nos seus cen-
tros de tecnologia e pesquisa, destacam-se
os estudos de carnes, cereais e chocolates,
laticínios, frutas e hortaliças e o desenvol-
vimento de novas embalagens. Fundado em
1963, o instituto é referência no seu setor de
atuação e recebe visitas de pesquisadores
do mundo todo.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
U
Ensino de técnicas de qualidade de alimentos
FOTOS:PAULOCESARDASILVA
Estudo no laboratório do Ital é conduzido pela bióloga e pesquisadora Marta Hiromi Taniwaki
Raquel – Prevenção de fungos em alimentos Aline – Estuda microtoxinas e fungos no arroz
Castanhas – Presença do Penicillium excelsum
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quarta-feira, 20 de julho de 2016 às 03:48:09.