Este capítulo discute variações do método formal de usabilidade, incluindo testes com populações específicas como idosos e deficientes, testes com protótipos de baixa e alta fidelidade, técnicas como roteiros flexíveis e descoberta mútua, testes remotos e em locais de uso real, e questionários de auto-relato.
1. Teste de usabilidade
Capítulo 13 - Variações
do Método Básico
Grupo: Juliana Franchin, Victor Montalvão e Vitor Amorim
2. Resumo
Esse capítulo aborda variações do método formal de
usabilidade, dividindo as variáveis por tópicos e
explicando as particularidades das suas etapas de
avaliação, dando dicas de como implementá-las.
Esses tópicos são respectivamente: Quem, O que,
Como, Onde e Auto-relato.
3. Quem | Testando com populações especiais
Pessoas com deficiência
É necessário prever um tempo extra para conseguir recrutar um número
significativo do perfil desejado para fazer o teste, no entanto a divulgação do
teste para o grupo de que fazem parte ajuda bastante nessa tarefa, pois são
receptivos para participar de testes assim. É recomendado o contato por e-mail
(e não por telefone). No teste, é preciso prever um tempo maior antes, durante
e após as tarefas, além de possíveis intervalos ao longo do processo. Preveja
a possibilidade de comportar e arcar com as despesas de um ajudante, eles
podem ajudar muito no resultado do teste.
Idosos
A melhor forma de abordagem é pessoal, pois são desconfiados. Verifique o
nível de familiaridade com a tecnologia para evitar um recrutamento em vão. O
agendamento e confirmação devem ser feitos preferencialmente pelo telefone.
É preciso que o processo seja bem explicado, seja previsto um tempo maior
antes, durante e depois das sessões. Dê intervalos ao longo do processo, evite
jargões, dê dicas se necessário e educadamente interrompa histórias.
CONTINUA
4. Crianças
A abordagem pessoal também é recomendada. A colaboração dos pais é
essencial. Deve-se consultar a legislação de proteção de privacidade da
criança (como por exemplo não se pode pegar dados das crianças por sites e
não se pode pagá-las para fazer o teste). A técnica de descoberta mútua pode
ajudar nesse caso, por isso marcar com duas ou mais crianças pode tornar a
tarefa mais interessante. Relembre-as sobre as sessões e marque extras, pois
há muitos cancelamentos. A atenção é limitada e as respostas francas.
5. O Que | Protótipos versus produtos reais
Papel ou outros protótipos de baixa fidelidade
Desenhado em papel com poucas ou nenhuma funcionalidade mecânica. Ideal
para ser pensado em uma fase embrionária do projeto, inclusive para testar
conceitos e promover resultados ágeis, eficientes, com baixo custo,
descartáveis, além de serem bem aceito pelos usuários. O procedimento é o
mesmo de qualquer outro teste, sendo necessária a ajuda de uma pessoa para
fazer o papel do sistema e "responder" às ações do usuário. É aconselhável
priorizar protótipos de telas estratégicas e melhorias observadas podem ser
feitas rapidamente entre um teste de usuário e outro.
Protótipos clicáveis ou usáveis
É mais próximo do real, mas ainda descartável. Nem todas as áreas
funcionarão e caso uma área inativa seja clicada, fica a cargo do moderador
explicar o que aconteceria em uma situação real de uso e avaliar se o desvio
representa uma falha da análise de modelo mental da tarefa. Uma interface
muito fiel ao modelo real estimula um uso mais realista por parte do usuário
mas pode dificultar o desapego de uma ideia por parte do time.
6. Como | Técnicas para testes monitorados
Roteiro flexível
A utilização de roteiros flexíveis consiste na adaptação dos cenários e das
tarefas a um contexto real de uso do participante, tornando a experiência mais
realista e significativa para o usuário.
Com isso é possível identificar padrões de comportamento e modelos de
pensamento de acordo com o perfil que está realizando o teste no momento.
Revelação gradual ou Instigação graduada
Esta é uma tecnica que utiliza sugestões aos usuários durante a realização
dos testes para auxiliá-los quando precisam. Esta técnica, auxilia na coleta de
feedback dos participantes para compreender em que local da interface as
instruções ou mensagens devem ser adicionadas, a eficiência de seu conteúdo
ou se é necessário a inclusão de mais material de apoio.
7. Descoberta mútua
Esta técnica utiliza dois participantes em simultâneo durante um teste de
usabilidade, onde são convidados a conversarem entre sí e discutirem sobre
como solucionar os problemas encontrados.
O ato dos participantes conversarem entre si oferece uma alternativa para um
moderador que levou um participante para pensar em voz alta. Alguns
profissionais acreditam que essa troca entre pares é mais natural e, portanto,
mais confiável, do que a típica relação moderador-participante.
Teste alpha ou beta com clientes preferenciais
Os testes alphas ou betas são são feito durante a fase de desenvolvimento do
produto, e para isso é possível contar com a opinião de clientes para agregar
insumos e identificar pontos fortes a serem trabalhados. Em muitos casos os
clientes podem até mesmo utilizarem produtos concorrentes, ajudando a
identificar pontos de destaque em relação ao produto concorrente.
8. Testes de jogabilidade
Testes de jogos devem tentar sempre serem feitos em ambientes mais
próximos do real possível e que possibilitem serem observados antes, durante
e depois. A dinâmica deve ser mais informal e caso tenha muito participantes
poderá ser algo parecido com m grupo de foco.
A dificuldade em seguir um roteiro, devido ao dinâmismo das tarefas, poderá
ser investigado os pontos mais estimulantes e de maiores frustrações.
9. Onde | Testando fora de um laboratório
Teste remoto
São realizados para testar interfaces de sites, aplicações web e softwares
quando o moderador e o participante estão em lugares diferentes. O teste
geralmente é aplicado com a utilização de telefone e computador conectado à
internet.
Com o teste remoto é possível aumentar a amostra de participantes de
diferentes regiões, a um custo muito baixo. Pelo fato de moderador e
participante não estarem fisicamente no mesmo ambiente, não é possível
observar as reações físicas do participante, somente o que for verbalizado
através do Think Aloud e ver o que acontece na tela do usuário. Se for
realmente necessário, a sessão pode ser filmada.
O moderador deve certificar-se de que todo o equipamento do participante está
configurado da forma correta, seja enviando previamente um manual de como
fazê-lo ou ajudá-lo a configurar o que for necessário.
10. Onde | Testando fora de um laboratório
Teste automatizado
Os testes não são moderados por humanos. Para sua realização, é utilizado
um sistema de coleta de dados onde em momentos específicos são solicitadas
respostas (sim ou não e multipla escolha) do participante. São utilizados para
testar sites e sistemas web, via browser.
Devido ao valor muito alto da licença para aplicá-lo, o teste automatizado é
utilizado para reunir centenas/milhares de resultados, onde os dados
quantitativos são os mais importantes. Não é indicado realizar apenas esta
ténica ou como substituta ao teste de usabilidade padrão.
A aplicação de um teste piloto é considerado até mais importante que nas
demais técnicas, pois as perguntas e tarefas devem ser completamente claras.
Caso o participante não entenda a pergunta ou tarefa, ele poderá pulá-la.
Tomar cuidado com a utilização de tempo para as tarefas pois poderão se
tornar uma sobrecarga para o seu cumprimento.
11. Onde | Testando fora de um laboratório
Teste em casa ou outros locais
A ideia é conduzir o teste no ambiente onde o participante utiliza o produto.
Dessa forma a observação se torna muito mais realista e possibilita entender
os fatores físicos e sociais que o influenciam no uso do produto.
A sessão deve ser projetada da mesma forma que um teste de usabilidade em
laboratório. A equipe deve ser composta por um moderador que irá interagir
com o participante e um observador que irá operar os equipamentos de áudio
e vídeo.
Surpresas que podem acontecer no local: Animais de estimação violentos (ou
fedorentos), crianças barulhentas e colegas de trabalho que atrapalham o
tempo inteiro.
12. Auto-relato | Inspeção / Estudos em diário
São questionários que devem ser respondidos pelo usuário em fases, ao longo
do cumprimento de uma série tarefas, ou ao final de todas elas, no intuito de
recolher impressões imediatas sobre diferentes versões ou experiência de uso.
Esses questionários devem ser breves e podem ser campos livres ou ítens
previamente estabelecidos a serem marcados. Devem ainda extrair a
informação de cada etapa sem comprometer o fluxo de navegação do restante
do processo e assim formar, ao final, uma espécie de diário de uso, ideal para
a análise de estudos mais longos.