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CONTABILIDADE
GERAL
CONTABILIDADE

GERAL
IMES
Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C Ltda.

Presidente ♦
Vice-Presidente ♦
Superintendente Administrativo e Financeiro ♦
Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦

Gervásio Meneses de Oliveira
William Oliveira
Samuel Soares
Germano Tabacof

Superintendente de Desenvolvimento e>>
Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva

FTC - EAD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
Diretor Geral
Diretor Acadêmico
Diretor de Desenvolvimento e Inovações
Diretor Comercial
Diretor de Tecnologia
Diretor Administrativo e Financeiro
Gerente Acadêmico
Gerente de Ensino
Gerente de Suporte Tecnológico
Coord. de Telecomunicações e Hardware
Coord. de Produção de Material Didático

♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦
♦

Reinaldo de Oliveira Borba
Marcelo Nery
Roberto Frederico Merhy
Mário Fraga
Jean Carlo Nerone
André Portnoi
Ronaldo Costa
Jane Freire
Luis Carlos Nogueira Abbehusen
Osmane Chaves
João Jacomel

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:

♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Supervisão ♦ Jean Carlo Bacelar, Leonardo Santos Suzart,
Wanderley Costa dos Santos e Fábio Viana Sales
Coordenação de Curso ♦ Maria Valesca Silva
Autor (a) ♦ Lorena Pinho e Maria Alice Porto
♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos
Márcio Magno Ribeiro de Melo
Equipe ♦ André Pimenta, Antonio França Filho, Amanda
Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Cláuder Frederico,
Francisco França Júnior, Herminio Filho, Israel Dantas,
Ives Araújo, John Casais, Márcio Serafim,
Mariucha Silveira Ponte, e Ruberval da Fonseca.
Editoração ♦ Francisco Françã de Sousa Junior
Ilustração ♦ Banco de Imagens
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
copyright © FTC EAD
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É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito,
da FTC EAD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância.
www.ftc.br/ead
Sumário
A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

7

AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS

7

ESTRUTURA EMPRESARIAL NO BRASIL: CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES

7

OPERAÇÕES MERCANTIS: COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS

12

FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS DE MERCADORIAS

16

IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS EMPRESAS COMERCIAIS

23

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER

27

28

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS MISTAS

28

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS

31

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA

36

COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS

38

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

40

APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

41

DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS

CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES

41

41

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS E DEDUÇÕES DAS DESPESAS OPERACIONAIS NAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS
45
CONCILIAÇÃO E ASPECTOS ANALÍTICOS DAS DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS

52

RESULTADO DO EXERCÍCIO: APURAÇÃO SEGUNDO O REGIME DE CAIXA E O REGIME DE COMPETÊNCIA
53

3
ATIVIDADE COMPLEMENTAR

56

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA

58

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE: ASPECTOS TEÓRICOS

58

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE: ASPECTOS PRÁTICOS

62

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ASPECTOS GERAIS DA LEI Nº 6.404/76

65

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: CONTEÚDO E ESTRUTURA

71

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

75

GLOSSÁRIO

77

REFERÊNCIAS

79
Apresentação da Disciplina
Caro(a) aluno(a),

A necessidade comunicação entre os povos fez surgir a linguagem falada e
escrita. No mundo dos negócios não é diferente. Para que as operações comerciais
se aprimorassem foi surgindo e se refinando as formas de registro e controle dos
bens, direitos e obrigações das empresas.
A Contabilidade é uma ciência que estuda as variações do patrimônio da
entidade, fornecendo informações para diversos usuários, através de relatórios e
demonstrações, tendo como objeto de estudo o Patrimônio.
Nesta disciplina aprenderemos um pouco mais sobre a Contabilidade,
inclusive a forma com as empresas podem ser constituídas e a escrituração das
suas operações de compras e vendas de mercadorias, além dos principais fatos
que as modificam!
Assim, o prazer de iniciar mais um estudo sobre a Contabilidade deve ser
imensurável. Você, com os conhecimentos adquiridos na disciplina Introdução à
Contabilidade, já possui uma maior intimidade com as terminologias usadas por
esta ciência, agora, com a disciplina Contabilidade Geral, vamos aprender um
pouco mais?!
Lorena Pinho e Maria Alice Porto

5
A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES
COM MERCADORIAS
AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE
COMPRAS E VENDAS
ESTRUTURA EMPRESARIAL NO BRASIL: CONSTITUIÇÃO DE
SOCIEDADES
Uma das funções do profissional da área contábil é a constituição jurídica da entidade.
Para tanto devemos conhecer as várias formas como a entidade pode ser constituída.
O Código Civil Brasileiro (LEI Nº 10.406, DE 10 DE
JANEIRO DE 2002), dispõe sobre os tipos de sociedades.
As sociedades são pessoas jurídicas de direito privado
com fim econômico, ou seja, trata-se de um ente coletivo
que reúne pessoas que celebram um contrato no qual
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens e
serviços, para o exercício de atividade econômica e a
partilhar entre si os resultados (art. 981, CC/2002).
Você sabe quantos tipos de sociedades as empresas podem ser constituídas
juridicamente??? Pois é, neste tópico, com o avançar do estudo iremos descobrir!!!!
As sociedades são divididas em sociedades empresariais e sociedades simples, que
adquirirão personalidade jurídica com a sua inscrição. A sociedade simples é disciplinada
nos artigos 997 a 1.038 do CC/2002 e é aquela que possui finalidade civil, distinguindo-se
daquela denominada de empresarial.
A Sociedade Simples constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que,
além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
• nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas
naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
• denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
• capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer
espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
• a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
• as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
• as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;
• a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
• se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, e, se este não fixar
outra data, terminam quando, liquidada a sociedade, e se extinguirem as responsabilidades
sociais. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento
dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social. Quando, por lei ou pelo
contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações
serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
7
A Sociedade Empresarial pode constituir-se nos seguintes tipos, nos
termos do Código Civil de 2002:
Contabilidade

Geral

• Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044);
• Sociedade em comandita simples (art. 1.045 a 1.051);
• Sociedade limitada (art. 1.052 a 1.087);
• Sociedade anônima (art. 1.088 a Lei nº 6.404/76);
• Sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092).

Vamos conhecer mais detalhes
sobre estes tipos de sociedades?

Sociedades em Nome Coletivo
Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo,
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, ressaltando
que, sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo,
ou por unânime convenção posterior, limitar entre si à responsabilidade de cada um.
O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no item anterior, a firma
social. A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, sendo o uso da
firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
Sociedade em Comandita Simples
Na sociedade em comandita simples o contrato deve discriminar os comanditados e
os comanditários e tomam parte os sócios de duas categorias:
• os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais; e
• os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
O art. 1.047 do CC/2002 estabelece que, sem prejuízo da faculdade de participar
das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário
praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às
responsabilidades de sócio comanditado, salientando que pode o comanditário ser constituído
procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.

8
Sociedade Limitada
Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. O capital
social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. A
quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que
se observará o disposto no artigo seguinte.
Em relação à administração, este tipo de sociedade é administrado por uma ou mais
pessoas designadas no contrato social ou em ato separado. A administração atribuída
no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente
adquiram essa qualidade. Se o contrato permitir administradores não sócios, a designação
deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização. Ao término de cada exercício
social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de
resultado econômico.
O Código Civil também explicita normas sobre o Conselho Fiscal, a deliberações dos
sócios, o aumento e/ou redução do capital, resolução da sociedade em relação a sócios
minoritários e a dissolução, nos artigos 1.052 ao 1.087.
Sociedade em Comandita por Ações
A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se
pelas normas relativas à sociedade anônima, e opera sob firma ou denominação. Somente
o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária
e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Se houver mais de um diretor, serão
solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. Os diretores serão
nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão
ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do
capital social. O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável
pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.
A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto
essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital
social, criar debêntures, ou partes beneficiárias.
Sociedade Cooperativa
A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no Código Civil, ressalvada a
legislação especial. São características da sociedade cooperativa:
• variabilidade, ou dispensa do capital social;
• concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da
sociedade, sem limitação de número máximo;
• limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá
tomar;
• intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda
que por herança;
• quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios
presentes à reunião, e não no capital social representado;
• direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade,
e qualquer que seja o valor de sua participação;
• distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo

9
sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado;
• indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em
caso de dissolução da sociedade.
Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser
Contabilidade limitada ou ilimitada. É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o
Geral sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado
nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas
operações; e é ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária
e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Sociedade Anônima
Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada
sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.
Na sociedade anônima a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de
emissão das ações subscritas ou adquiridas. Esta sociedade rege-se por lei especial (Lei
nº 6.404/76), aplicando, nos casos omissos, as disposições do Código Civil.
Este tópico abordou os aspectos gerais sobre a sociedade anônima, visto que
este assunto é muito amplo, recomenda-se, para maior absorção, uma leitura na Lei nº
6.404/76.
Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei,
à ordem pública e aos bons costumes. Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil
e se rege pelas leis e usos do comércio. O estatuto social definirá o objeto de modo preciso
e completo.
A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões
“companhia” ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente, mas
vedada à utilização da primeira ao final.
As companhias podem ser:
• Aberta
• Fechada
• Sociedade de capital autorizado
• Sociedade de economia mista
No que se refere à constituição da companhia, depende do cumprimento dos seguintes
requisitos preliminares:
• subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide
o capital social fixado no estatuto;
• realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no
mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em
dinheiro (não se aplica às companhias para as quais
a lei exige realização inicial de parte maior do capital
social);
• depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro
estabelecimento bancário autorizado pela Comissão
de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado
em dinheiro.
Dentre as obrigações da sociedade anônima
destacam-se: realização de assembléia geral, ata
de convocação e publicação das demonstrações
financeiras.
Vocês perceberam as várias formas que uma sociedade
pode ser constituída???

10
Pois é, agora, com a sociedade juridicamente formada vamos conhecer algumas
operações mercantis realizadas por elas? Vamos lá então!!!
SITUAÇÃO PRÁTICA: Constituição de uma sociedade, composta por dois sócios, a
Cia Exemplo S/A.
No exemplo a seguir, vamos considerar que a subscrição do capital social foi feita
em móveis e em dinheiro, sendo que um dos sócios ficou restando integralizar a parcela do
capital correspondente a R$1.000,00.

Capital
Subscrito

Capital
Integralizado

Capital a
Integralizar

Percentual de
Participação

A

R$ 7.000,00

R$4.000,00
(Móveis)
R$2.000,00
(Dinheiro)

R$1.000,00

70%

B

R$ 3.000,00

R$3.000,00
(Dinheiro)

R$0,00

30%

TOTAL

R$10.000,00

R$9.000,00

R$1.000,00

100%

Sócio

Contabilização em Razonetes (conta T)
(1) Pela subscrição de R$10.000,00

(2) Pela Integralização de R$9.000,00, sendo R$4.000,00 em móveis e R$5.000,00
em moeda corrente.

11
Contabilidade

Geral

Observe que a parcela restante, a ser integralizada pelo sócio B, ficou
evidenciada na conta retificadora do patrimônio líquido “Capital a Integralizar”.
Quando da integralização, o lançamento será idêntico, seja em moeda corrente
ou em bens e direitos.
Apresentação no Balanço Patrimonial

OPERAÇÕES MERCANTIS: COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS
As operações mercantis correspondem à prática do comércio - a compra e venda por meio da qual se efetiva uma transferência de mercadorias. Originalmente o comércio
se deu com a troca de mercadorias e com a criação da moeda, a troca desta mercadoria
por dinheiro.

Sabemos que a Contabilidade tem como propósito controlar o patrimônio da entidade,
e para isto utiliza várias técnicas de escrituração. Nas compras e nas vendas de mercadorias
isto não é diferente. Que tal descobrirmos agora quais são as técnicas mais comuns utilizadas
para registras tais fatos?!!!!
Para começarmos vamos considerar que a constituição da empresa Compra Certa, em
que os sócios integralizaram, em moeda corrente, o valor de R$ 100.000,00, correspondente
ao capital social.

12
Vamos analisar
este lançamento?
Qual foi a origem do recurso?
Qual foi a aplicação do recurso?
Quais contas vamos movimentar?

Só para relembrar...
Débito
Crédito

Aplicação de recursos
Origem de recursos

Lado esquerdo
Lado direito

A origem do recurso foi a conta capital social e a aplicação do recurso foi a conta
caixa, uma vez que a integralização do capital foi em moeda corrente.
Agora eu pergunto: como ficaria este lançamento em razonetes (conta “T”)?
Vejamos:
1º Situação: integralização do capital social, em moeda corrente, o valor de R$
100.000,00.

Pronto, com a empresa constituída, na seqüência veremos as movimentações
relacionadas as compras e vendas de mercadorias.
Compra de Mercadorias
Uma determinada empresa de revenda de mercadorias necessita constantemente
comprar mercadorias para o estoque e vender estas mercadorias para obter lucros, não é?!
Então vamos considerar que a empresa Compra Certa adquiriu 50 itens de determinada

13
Contabilidade

Geral

mercadoria pelo valor de R$ 25.000,00, com pagamento para 60 dias.
Observem que cada item custou R$ 500,00.
Nesta situação a origem do recurso foi a conta Fornecedores e a
aplicação do recurso foi a conta Estoque de Mercadorias, certo?
Vejamos:
2º Situação: Compra de mercadorias pelo valor de R$ 25.000,00, com
pagamento para 60 dias (a prazo).

3º Situação: Nova aquisição de 64 itens de uma mercadoria a vista, no valor de R$
32.000,00 (observem que cada item custou R$ 500,00).

Observem que, nestes exemplos, utilizamos apenas lançamentos simples para melhor
entendermos como funciona o registro da compra de mercadorias, nos próximos tópicos
iremos aumentar o grau de complexidade destes lançamentos com a inclusão de alguns fatos
que alteram estes lançamentos, com a incidência de tributos, as devoluções, bem como os
abatimentos adquiridos. Estes são os primeiros passos!!!
Vendas de Mercadorias
As empresas precisam de receitas para poder operar e uma das principais alternativas
para obter estas receitas é através das vendas de mercadorias. Estas vendas representam
o retorno dos investimentos ou custos incorridos inicialmente.
Contabilmente, na venda de mercadoria ocorre a realização da receita quando se
entrega dos bens, obtendo-se em troca um pagamento (retorno financeiro) que poderá ser
obtido à vista (Caixa) ou a prazo (Clientes ou Duplicatas a Receber). Nas operações de vendas
de mercadorias são movimentadas as contas de resultados, denominadas de receitas.
Vale destacar que as compras de mercadorias são feitas por um determinado valor, e
no momento da venda esta mercadoria sofre um acréscimo, assim o valor pago inicialmente
é chamado de Custo da Mercadoria, ok?
Para escriturar a operação de venda de mercadorias devemos seguir os seguintes
passos:
1º - registrar a receita de venda;
2º - efetuar a baixa das mercadorias que estavam no estoque, seguida do
reconhecimento do Custo da Mercadoria Vendida (CMV).
Vejamos como ficaria esta movimentação na prática:
A empresa Compra Certa possuía em seu estoque o valor total de R$ 57.000,00 em
mercadorias, equivalentes a 114 itens (conforme apresentado na 3ª situação). Foi realizada
uma venda, a vista, de 30 itens de mercadorias existentes no meu estoque, sendo que
cada item foi vendido por R$ 800,00, conseguindo com esta operação uma receita de R$
24.000,00.

14
Vamos ver com podemos
escriturar esta movimentação?
4ª Situação: venda a vista de 30 itens de mercadorias do estoque por R$ 24.000,00,
com um custo de R$ 15.000,00 (30 itens x R$ 500,00 - custo unitário).

Observem que as contas movimentadas nestas operações foram:
• Lançamento a) Caixa (a débito) e Receita de Vendas (a crédito);
• Lançamento b) Custo da Mercadoria Vendida (a débito) e Estoque de Mercadorias
(a crédito).
5ª Situação: venda a prazo de 40 itens de mercadorias do estoque por R$ 32.000,00,
com um custo de R$ 20.000,00 (40 itens x R$ 500,00 - custo unitário).

Observem que as contas movimentadas nestas operações foram:
• Lançamento a) Clientes / Duplicatas a Receber (a débito) e Receita de Vendas (a
crédito);
• Lançamento b) Custo da Mercadoria Vendida (a débito) e Estoque de Mercadorias
(a crédito).
Vale destacar que, nestas situações, foram utilizados apenas lançamentos de simples
vendas para melhor compreendermos o funcionamento desta operação. Nos tópicos a seguir,
iremos acrescentar algumas novas situações a estes lançamentos com a inclusão de alguns
fatos que alteram as vendas das mercadorias.

15
FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS DE
MERCADORIAS
No tópico anterior citamos algumas observações em relação ao custo da
mercadoria, no entanto é neste item que vamos dispor sobre alguns aspectos
Geral
que podem modificar o valor do custo das mercadorias adquiridas e vendidas
e/ou promover novos lançamentos, como os:
• Fretes
• Seguros
• Devoluções
• Descontos
• Abatimentos

Contabilidade

E então?!
Vamos conhecer e praticar estas novas operações?!
Vamos la!!
Fretes e Seguros
Em algumas operações podem ocorrer alterações nos custos das mercadorias, em
virtude da realização de outros gastos para fazer com que a mercadoria chegue em segurança
ao destinatário. Estes gastos podem ser decorrentes de seguros pagos para evitar a perda
da mercadoria por roubo, acidente, ou qualquer outro tipo de sinistro, bem como aqueles
referentes a fretes pagos pelo transporte da mercadoria até o seu estabelecimento. Estes
valores são partes integrantes do custo das mercadorias e quando estes são oferecidos por
terceiros (transportadores) – e não pelo fornecedor – tais valores não estarão inclusos na
nota fiscal de compra e por este motivo a empresa compradora, que arcar com este custo,
deve agregá-lo ao valor do produto.
Assim, os fretes e seguros sobre compras correspondem às importâncias pagas pela
empresa compradora das mercadorias, diretamente ao fornecedor ou a uma terceira empresa
que promoveu o transporte das mercadorias, desde o estabelecimento do fornecedor até a
sede da empresa.

São duas as possibilidades de contratação do frete:
• FOB (Frete Free Board) quando o valor do mesmo e demais custos acessórios ficam
por conta do remetente;

16
• CIF (Cost, Insurance and Freight) – fretes e demais custos acessórios serão pagos
por conta destinatário.
Deste modo, quando o frete ou o seguro for pago pela empresa adquirente das
mercadorias, então, o valor do frete ou do seguro, passa a compor o preço das mercadorias,
pois para elas o frete será um custo a mais.
Vamos ver na
prática contábil como
estes registros podem ser feitos?
Frete na Compra de mercadorias
Considerando que a empresa Compra Certa realizou uma compra a vista de
mercadorias no valor de R$17.500,00, cujo frete cobrado foi de R$ 500,00 pago no ato.
1ª Situação: compra de 35 itens de mercadorias a vista no valor de R$ 17.500,00,
com cobrança de frete no valor de R$ 500,00.

No final do período o frete será incorporado ao custo da mercadoria.

Frete na Venda de mercadorias
Nas vendas, o frete concedido pela empresa vendedora passa a ser uma despesa
com vendas para a empresa que vendeu as mercadorias.
2ª Situação: Venda à vista de toda mercadoria adquirida anteriormente (35 itens), por
um preço total de R$ 28.000,00, sendo que o frete pago pelo vendedor foi o valor equivalente
a R$ 300,00.
Nesta operação será necessário:
• Registrar a receita de venda;
• Baixar as mercadorias que estavam no estoque para vender, seguida do
reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV);
• Registro do frete pago no transporte das mercadorias.

17
Contabilidade

Geral
Baixa do estoque o valor correspondente a última compra realizada (no valor
de R$ 17.500,00) para vender, seguida do reconhecimento do custo da mercadoria vendida
(CMV):

Registro do frete (R$ 300,00) pago no transporte das mercadorias:
Deve-se observar que as empresas não são obrigadas a fornecer fretes, logo, para
aquelas que os concedem, tornam-se despesas com vendas.
Devoluções
Em muitas situações podem ocorrer as devoluções de compras ou de vendas de
mercadorias, como por exemplo, quando for constatado que as referidas mercadorias
sofreram avarias no transportes, por não corresponderem ao pedido, etc. Estas devoluções
podem ser totais ou parciais.
Devoluções de Compras
As devoluções de compras consistem na devolução total ou parcial das mercadorias
adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra. Ao efetuarmos a
devolução, deveremos ajustar o valor das mercadorias no estoque, pois este fato ira reduzir
a quantidade e o valor destas unidades.
Vamos ver
na prática?
3ª Situação: compra, a prazo, de mercadorias no valor total de R$ 5.000,00 (10 itens),
seguida da devolução de R$ 1.000 (2 itens). Para lançarmos contabilmente esta operação
será necessário:
• Registrar a aquisição;
• Registrar a devolução;
• Transferir os valores para a conta de estoque, no momento da apuração do
resultado.

18
Na devolução da compra:

Na apuração, transferir os valores para a conta de estoque:
Alguns de vocês devem estar se perguntando: porque o lançamento contábil da
devolução de compra não foi lançado diretamente na conta Estoque de Mercadorias?
Neste caso o resultado final seria o mesmo, pois teríamos os mesmos valores, no entanto,
a contabilidade deve fornecer aos seus usuários o máximo de informações e de forma
detalhada. Se não tivéssemos aberto a conta Devolução de Compras, como poderíamos
saber, ao final de um período, se tivemos devoluções e os seus valores correspondentes?
Já aprendemos como registrar a devolução de compras, que tal
exercitarmos um pouco a devolução de vendas?
Devoluções de Vendas
Estas devoluções consistem no retorno total ou parcial das mercadorias vendidas,
tendo em vista fatos desconhecidos no momento da venda. Ao efetuarmos a devolução,
deveremos ajustar o valor das mercadorias no estoque, pois este fato irá aumentar a
quantidade e o valor das unidades existentes.
4ª Situação: Venda a prazo de 15 itens (custo de cada itens R$ 500,00) de mercadorias
existentes no estoque, no valor total de $ 12.000,00 (preço de venda de cada item R$ 800,00),
seguida da devolução de R$ 4.000,00, correspondente a 5 itens do estoque.

19
Registro de Venda

Contabilidade

Geral

Pelo reconhecimento do custo da mercadoria

Pela devolução da venda

Devolução

Pelo retorno das mercadorias no estoque

Observem que nas devoluções de vendas não podemos esquecer de devolver as
mercadorias na contas de estoques, no entanto, este valor deve ser o de custo da mercadoria
e não o preço de venda. Na 4ª Situação, o custo unitário da mercadoria foi de R$ 500,00 e
o preço unitário de venda R$ 800,00, assim o valor a ser devolvido (ou estorno da saída) é
o de R$ 2.500,00, referente a devolução de 5 itens.
A conta de devolução de vendas é redutora da conta Receita de Vendas e será
demonstrada na Demonstração do Resultado do Exercício como deduções da receita.
Abatimentos e Descontos Incondicionais
Neste tópico vamos tratar dos abatimentos e descontos incondicionais, também conhecidos
como descontos comerciais, que são fatos que irão afetar o preço de compra ou venda.
No caso dos abatimentos, estes estão vinculados a eventos posteriores a emissão
do documento fiscal ou da transação comercial, enquanto que os descontos incondicionais
estão vinculados ao momento da transação mercantil, no ato da emissão do documento
fiscal. Ambos são deduções ocorridas no preço da mercadoria.

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Atenção!!!!!
Os descontos incondicionais não são computados na
base de cálculo dos impostos que incidirão nas operações
mercantis. Em relação aos abatimentos, se forem dados
no ato da transação, terão o mesmo tratamento destes
descontos.
Descontos comerciais nas compras
Geralmente os descontos comerciais nas compras não são contabilizados, efetuandose o registro da compra pelo seu valor líquido, pois, certamente a Nota Fiscal foi emitida
pelo valor líquido.
Vamos ver como podemos lançar tal registro?!
Vamos considerar que a conta “Fornecedores” possua um saldo de R$ 29.000 e
Estoque de Mercado , um saldo de R$ 16.500.
5ª Situação: Compra a prazo de 15 itens de mercadorias para revenda no valor de
R$ 7.500,00 com desconto concedido no ato da compra no valor de R$ 500,00.
Como o desconto foi dado no ato, trata-se de um desconto comercial. Como dito
anteriormente, certamente a Nota Fiscal foi emitida pelo valor líquido de R$ 7.000,00, tendo
o desconto sido destacado no corpo do documento. Logo contabilizaremos da seguinte
forma:

No entanto, se for do interesse do usuário contabilizar o desconto, então teremos os
seguintes lançamentos:

Abatimentos nas compras
Os abatimentos nas compras, por estarem vinculados a eventos posteriores à transação
comercial, como por exemplo, mercadorias que chegam com defeito ao local de destino, se

21
Contabilidade

Geral

confundem com os descontos financeiros, mas não são a mesma coisa. Ao ser
concedido um abatimento, este irá afetar o valor das mercadorias nos estoques.
6ª Situação: aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 5.000,00.
Algumas destas mercadorias chegaram com defeito na empresa Compra
Certa, para se evitar devoluções, foi concedido um abatimento na operação
no valor de R$ 200,00.

Contabilização da compra conforme a Nota Fiscal

Contabilização do abatimento conforme boleto pago pela empresa.

Note que o valor do estoque ficou alterado por ocasião do abatimento: de R$ 5.000,00
passou para R$ 4.800,00, por isso dissemos que os abatimentos afetam o preço de custo.
Descontos comerciais nas vendas
Nos descontos comerciais concedidos nas vendas, geralmente a Nota Fiscal é faturada pelo
seu valor líquido, assim, dá-se o mesmo procedimento com os descontos comerciais das compras,
ou seja, não são contabilizados, efetuando-se o registro da venda pelo seu valor líquido.
7ª Situação: venda de 7 itens de mercadorias por R$ 5.600,00. No ato desta transação,
o vendedor concedeu um desconto de 10% ($ 560,00) ao seu cliente, sendo a Nota Fiscal
emitida com valor líquido de R$ 5.040,00. Assim a contabilização ficaria:

No entanto, por questões de controle gerencial, o desconto poderá ser evidenciado
na transação:

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Abatimentos nas vendas
Na situações em que ocorrem os abatimentos sobre vendas, também se confundem
com os descontos financeiros, mas não o são. Os abatimentos nas vendas não irão afetar o
preço de custo da mercadoria nem o preço de venda diretamente, pois deverá ser registrado
em conta específica de Abatimento sobre Venda. Este procedimento se da ate mesmo para
fins de controle no setor de vendas da empresa.
8ª Situação: venda de 8 itens mercadorias a prazo no valor total de $ 6.400,00. Como
algumas mercadorias chegaram com defeito ao destinatário, para evitar devoluções, foi concedido
um abatimento na operação no valor de R$ 400,00. Vejamos como ficariam estes lançamentos:

Como os abatimentos são concedidos geralmente após a transação comercial, em
se tratando dos aspectos fiscais, vistos logo adiante, então estes terão o mesmo tratamento
de um desconto financeiro.

IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS EMPRESAS
COMERCIAIS
O Código tributário Nacional (LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966) estabelece
que o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Os impostos incidentes sobre operações com mercadorias são proporcionais ao
preço de compra e venda destas mercadorias e estão presentes em praticamente todas as
transações comerciais.

23
Contabilidade

Geral

Os impostos incidentes sobre vendas são despesas que ajustam o
valor da Receita Bruta para apuração da Receita Líquida. Os impostos mais
comuns para os estabelecimentos comerciais e os que trabalharemos neste
tópico, são:
TRIBUTOS

Vale destacar que alguns impostos são recuperáveis, ou seja, quando compramos
uma determinada mercadoria o imposto que pagamos na compra pode ser recuperada na
venda. Isto ocorre porque o imposto não é cumulativo. Desta forma alguns impostos podem
ser recuperáveis (não cumulativos) e não recuperáveis (cumulativos). A seguir veremos na
prática como isto ocorre.
Empresas Comerciais
As empresas comerciais, são aquelas que compram e vendem mercadorias, são
contribuintes apenas do ICMS, PIS e COFINS. Nas aquisições de mercadorias para revenda,
haverá incidência destes tributos e os mesmos afetarão o preço de custo, pois os referidos
impostos são recuperáveis. Logo, quando do registro do preço de custo das mercadorias
nas fichas de estoques, estes já deverão estar deduzidos do ICMS, PIS e COFINS, sendo
os mesmos registrados como direito no Ativo Circulante / Impostos a Recuperar.
Vale ressaltar que na Nota Fiscal da compra, terá o destaque apenas do ICMS, sendo
que o PIS e a COFINS deverão ser calculados à parte e devidamente contabilizados. Este
procedimento se dá por conta do Regime Não-Cumulativo do PIS e COFINS, pois se a
empresa estiver sujeita ao Regime Cumulativo, então teria direito apenas à recuperação
do ICMS.
Atenção!!! Para saber que regime aplicar na apuração do custo da mercadoria, é
necessário que se tenha uma informação prévia desde o início do exercício.
1ª Situação: compra à prazo de 20 unidades de mercadorias para revenda, no valor
unitário de R$ 500,00, com incidência de ICMS (17%), e direito de PIS (1,65%) e COFINS
(7,6%).

Anteriormente comentamos que os impostos serão deduzidos do preço de custo
para registro nos estoques, então, o valor do custo das mercadorias será o valor total das
mercadorias menos o valor do ICMS, PIS e COFINS, totalizando o valor de R$ 7.375,00, e
na contabilização teremos:

24
Nesta operação a mercadoria foi comprada pelo valor de R$ 10.000,00, no entanto o
seu custo foi de R$ 7.375,00, tendo em vista que os valores dos impostos serão recuperados
na venda.
Quando as mercadorias forem vendidas, os saldos das contas de impostos a recuperar
serão transferidos para as respectivas contas de impostos a pagar, no passivo circulante.
2ª Situação: agora a empresa Compra Certa revendeu todas as mercadorias adquiridas
anteriormente (20 unidades), pelo valor total de $16.000,00, à vista. Esta venda representa
para a empresa uma receita, sobre a qual incidirão o ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS
(7,6%).

Para contabilizar esta venda, seguiremos três passos:
• Registro da receita de venda (lançamento “a”);
• Baixa das mercadorias do estoque e reconhecimento do custo da mercadoria vendida
(CMV) (lançamento “b”);
• Registro da obrigação de pagamento dos impostos e, respectivas deduções da
receita de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”).
Registro da receita de venda(lançamento “a”):

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Baixa das mercadorias do estoque e reconhecimento do custo da
mercadoria vendida (CMV) (lançamento “b”):
Contabilidade

Geral

Registro da obrigação de pagamento dos impostos e, respectivas deduções da receita
de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”).

Depois de realizadas as operações de compras e vendas no mês, iremos fazer a
compensação dos direitos e obrigações dos impostos. Neste momento, devemos analisar
os saldos das contas a Recolher e a Recuperar para verificar se neste temos impostos a
pagar ou não. Para fazer esta análise é preciso verificar se o total de impostos a recolher
(impostos nas vendas) é superior aos impostos a recuperar (impostos nas compras).
Vamos estudar
as contas a Recolher
e Recuperar do ICMS?
Na 1ª Situação, temos um ICMS a Recuperar de R$ 1.700,00, proveniente das
compras; na 2ª Situação o valor do ICMS a Recolher é R$ 2.720,00, em virtude das vendas.
Assim, fazendo a compensação entre as contas, neste mês teremos um ICMS a pagar, pois
o valor a recolher é superior ao que temos a recuperar. O valor do ICMS a Recolher será de
R$ 1.020,00 (R$ 2.720,00 – R$ 1.700,00).
Esta mesma análise se aplica aos impostos não-cumulativos.

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Vejamos a contabilização destas compensações:

Observe que as contas do Ativo (a Recuperar) estão com saldo zero, pois os valores
foram transferidos para as contas do Passivo (a Recolher) resultando em redução dos valores
dos impostos a pagar. Estas são as compensações dos impostos a Recolher e a Recuperar.
Se em algum mês a valor das contas a Recuperar for superior às contas a Recolher, os saldos
das contas do passivo a Recolher serão transferidos para as contas do Ativo, a Recuperar,
não sendo devido o pagamento de impostos neste mês.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
As Sociedades Empresariais, no Brasil, podem ser constituídas de que forma?
Quais são as características de cada uma?
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Como seriam os lançamentos contábeis referentes a uma compra de mercadorias
no dia 06/04 pelo valor de R$ 50.000,00, com pagamento para 60 dias (a prazo) e
posteriormente uma venda de todas as mercadorias adquiridas no dia 06/04 pelo valor de
R$ 95.000,00?
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Contabilidade

Geral

Cite cinco fatos que alteram as compras e vendas de mercadorias
e exemplifique.
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Diante de uma operação compra à prazo de 15 unidades de mercadorias para
revenda, no valor unitário de R$ 150,00, com incidência de ICMS (17%), e direito de PIS
(1,65%) e COFINS (7,6%), como este fato poderia ser contabilizado?
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– Em continuidade a questão anterior, vamos agora considerar que a mesma
empresa revendeu todas as mercadorias adquiridas anteriormente (15 unidades), pelo valor
total de R$5.250,00, à vista. Esta venda representa para a empresa uma receita, sobre a
qual incidirão o ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS (7,6%). Como ficaria a contabilização
desta operação em razonetes?
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INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER
SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS MISTAS
Vimos no bloco anterior que as operações mercantis, operações de compras e
vendas, envolvem uma série de lançamentos. Podemos observar que existem as compras de
mercadorias e que estas são adquiridas por um valor e revendidas por outro. Constatamos
também que os estoque de mercadorias devem ser controlados. Para completar este assunto
abordaremos agora o sistema de inventário.
O sistema de inventário é utilizado quando não há um controle contínuo das
mercadorias existentes em estoque. Periodicamente, será realizado um levantamento físico
das mercadorias, com a finalidade de apurar o estoque final, tendo em vista necessidade
de apresentação deste valor no Balanço Patrimonial.
Por este critério, o custo das mercadorias vendidas é apurado por dedução.

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Devemos considerar:
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final
Se quisermos encontrar o Custo da Mercadoria Vendida, basta identificar i valor do
Estoque Inicial e somar o valor das Compras realizadas, posteriormente subtraindo o valor
do Estoque Final. Ou seja:
CMV = EI + C – EF
Desta forma, para encontra Custo da Mercadoria Vendida basta subtrair o estoque
final (apurado a partir do levantamento físico) do valor total das mercadorias disponíveis
para venda (estoque inicial + compras).
A partir de sua adoção, as empresas passam a elaborar o inventário físico das
mercadorias somente no final de um período, assim, o resultado operacional bruto (RCM)
só será conhecido no final desse período. Vale ressaltar que no momento da contagem
física do estoque, deve ser atribuído a este, como valor unitário das mercadorias, o custo
das últimas entradas.
Contabilização
Na contabilização das operações do estoque pelo inventário periódico, utilizaremos
o método Conta Mista para a escrituração. A escrituração por Contas Desdobradas está
explicada no AVA.
A conta mista consiste na adoção de uma só conta para o registro de todas as operações
que envolvem mercadorias, normalmente, essa conta é denominada Mercadoria.

1ª Situação: uma determinada empresa deseja saber o valor do Custo da Mercadoria
Vendida e o seu Resultado com Mercadorias. De acordo com os dados abaixo, vamos
encontra estes valores?
Podemos afirmar, por dedução, que o custo da mercadoria vendida foi de:

29
Contabilidade

Geral

Sabemos que: CMV = EI + C - EF
Então:
CMV = 23.000,00 + 104.500,00 – 22.500,00
CMV = 105.000,00
Note que o Estoque Inicial (EI) tem o mesmo valor do estoque final do período
anterior.
O Resultado com Mercadorias (RCM) é o resultado do total de vendas subtraído o
valor dos Custos da Mercadoria Vendida, ou seja:
RCM = V – CMV
Vamos ver com este
registro é feito na prática?
Sabemos que o Estoque Inicial (EI) é de R$ 23.000,00, então o saldo (S) da conta de
Estoque de Mercadorias será assim contabilizado:

Efetuaremos na própria conta de Estoque de Mercadorias, que já está com um saldo,
o registro das compras (a prazo) do período = R$ 104.500,00.

As vendas à vista no período, forma no valor de R$ 150.000,00. Serão, assim
registradas no Caixa.

Realizada a venda, vamos partir para a apuração do Custo da Mercadoria Vendida.

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Para tanto, não podemos esquecer do levantamento físico do estoque final, cujo valor
apurado foi de R$ 22.500,00.
Lembra da Fórmula?

CMV = EI + C – EF
CMV = $23.000,00 + $104.500,00 - $22.500,00
CMV = $105.000,00

Apurando o RCM (Resultado Com Mercadorias), temos:
RCM = V – CMV
RCM = R$ 150.000,00 –R$ 105.000,00 = R$ 45.000,00
Vejamos:

Para apurar o Resultado com Mercadoria basta encerrar o saldo das contas Receita
de venda e CMV com a conta RCM.
Este é o Sistema de Inventário Periódico. Agora que já conhecemos este sistema
vamos estudar o Sistema de Inventário Permanente?
Vamos lá!!!!

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS
O inventário permanente, diferente do sistema de inventario periódico, pois consiste em
controlar permanentemente os estoques de mercadorias efetuando os respectivos registros
a cada compra ou devolução e a cada venda ou devolução. Dessa forma, como os estoques
de mercadorias são mantidos atualizados constantemente, as empresas podem apurar o
resultado da conta Mercadorias no momento em que desejarem.
Através deste sistema é realizado um controle contínuo de entradas e saídas de

31
Contabilidade

Geral

mercadorias do estoque. O movimento de entradas e saídas serão controlado
com o auxílio de Fichas de Estoque, as quais discriminarão, nas colunas de
Entradas, Sidas e Saldos as seguintes informações:
• a Quantidade (quant.)
• o Valor Unitário (Vl. Unit.)
• o Total

Uma das grandes vantagens deste método é que sempre estará atualizado o saldo
do estoque, pois ela é constantemente alimentada!
Vamos conhecer o modelo
da ficha de estoque para ficarmos
mais familiarizados com o assunto?

Uma informação relevante sobre o inventário permanente é que existem três critérios
de avaliação do custo das mercadorias, que se diferenciam basicamente em função de
características que servem como atributos para variar o estoque: fornecedores, preço e
qualidade. Os critérios para avaliação são denominados de:
• PEPS ou FIFO
• UEPS ou LIFO
• Média Ponderada Móvel

32
Neste tópico trabalharemos os dois primeiros critérios de avaliação de estoque, o
PEPS ou FIFO e o UEPS ou LIFO, ok? O critério da Média Ponderada Móvel será trabalhada
no próximo tópico.
Vamos exercitar um pouco?

Com a finalidade de compararmos os três critérios, usaremos o mesmo exemplo para
evidenciarmos as movimentações e registros nas respectivas fichas.

Observem existiram dois lotes de compras e em ambos os casos os preços de
aquisição foram diferentes. Agora eu pergunto: no momento da venda, devo dar baixa no
meu estoque considerando que valor?
a) devo dar baixa na mercadoria de valor unitário de R$ 50,00, pois foi a primeira que
entrou no estoque?
b) devo dar baixa na mercadoria de valor unitário de R$ 40,00, pois foi a última que
entrou no estoque?
c) devo fazer uma média ponderada para identificar o valor que atribuirei para dar
baixa na mercadoria vendida?

33
As três alternativas estão corretas, pois estes são os três critérios que
podemos adotar. É claro que temos que fazer a opção por um único critério,
não podendo usar os três ao mesmo tempo.
Contabilidade

Geral

Vamos conhecer mais
detalhes sobre o PEPS e o UEPS?

Atenção!!!!
Na ficha de estoque controlamos apenas os valores ao preço de custo, logo, o preço
de venda não deve ser registrado nessas fichas. As mercadorias serão baixadas nas fichas
pelo valor de custo.
PEPS OU FIFO
PEPS ou FIFO é uma expressão inglesa que significa (Primeiro que Entra, Primeiro
que Sai) ou FIFO (First In, First Out). Este critério estabelece que quando ocorrer a venda
da mercadoria será dado baixa de acordo com preço de custo das primeiras mercadorias
adquiridas ou fabricadas.
O passo a passo para preenchimento da ficha de estoque:
• Para iniciar os lançamentos dos fatos contábeis na ficha de estoque, devemos levar
em consideração a ordem cronológica (as datas em que primeiro ocorreram os eventos);
• Devemos inserir o saldo inicial (quando houver);
• Os lançamentos devem ser individualizados, ou seja, a quantidade de produtos e
seus respectivos preços devem ser mantidos;
• Sempre que existir uma nova operação os saldo anterior deve ser resgatado (quando
necessário ajustado);
• Depois de concluído todos os registros, finaliza-se o preenchimento através da
soma.
Registrando os fatos propostos

34
Analisando a ficha de estoque podemos extrair as seguintes informações:
• Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, inicialmente as 02 unidades com
valor de R$ 40,00 cada (pois foi a primeira que entrou), em seguida as 10 unidades com valor
de R$ 50,00 (pois foi a próxima que entrou no estoque) e por fim as 08 unidades que faltavam
para completar a quantidade total da venda (20 itens), com o valor de R$ 30,00, cada. Observe
que a ordem de saída da mercadoria foi seguida, pois no momento da baixa proveniente da
venda, os primeiros elementos que saíram foram os que primeiro entraram.
• O valor total das compras foi de R$ 950,00 (total da última coluna das entradas).
• O CMV do período foi de R$ 820,00 (total da última coluna das saídas).
• O saldo final do estoque é de R$ 210,00 (último valor registrado na última coluna
dos Saldos).
UEPS ou LIFO
Ao contrário do PEPS, no UEPS (Último que entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last
In, First Out) significa que a última mercadoria que entra no estoque, no momento da venda
será a primeira a sair.
Continuemos o registro com o nosso mesmo exemplo:

Analisando mais uma vez a ficha de estoque podemos extrair as seguintes
informações:
• Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, inicialmente as 15 unidades com
valor de R$ 30,00 cada (pois foi a última que entrou), em seguida as 05 unidades restantes
para completar a quantidade total da venda (20 itens) com valor de R$ 50,00, cada (pois foi a
penúltima que entrou no estoque). Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida
no momento da baixa proveniente da venda, foi dada primeiro na última que entrou.
• O valor total das compras foi de $950,00 (total da última coluna das entradas);
• O CMV do período foi de $700,00 (total da última coluna das saídas);
• O saldo final do estoque é de $180,00 (último valor registrado na última coluna dos
Saldos).

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Contabilidade

Geral

Atenção!!!
O único critério de avaliação de estoque do sistema de inventário
permanente que não é permitida pela legislação do Imposto de Renda é o
UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai)
Para saber como contabilizar em razonetes (conta “T”) as operações
das ficas de estoques, consulte o AVA!!!

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA
Vimos nos tópico anterior que existem três critérios de avaliação dos estoques:
• PEPS ou FIFO
• UEPS ou LIFO
• Média Ponderada Móvel
Podemos perceber, no método do PEPS e UEPS que a diferença entres eles esta na
ordem de baixa das mercadorias no momento da venda. No PEPS a primeira baixa deve
ser na primeira mercadoria que entrou no estoque, pois o primeiro que entra é o primeiro
que sai (com seu respectivo valor de aquisição). No UEPS, a última mercadoria que entra é
a primeira que sai, com seu respectivo valor de compra. E no critério da Média Ponderada?
Quais valores serão dados baixa primeiro?
Este critério chama-se média ponderada, pois, o valor médio de cada unidade em
estoque altera-se pela compra de outras unidades por um preço diferente. Assim, o saldo
será calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades existentes.
• Para iniciar os lançamentos dos fatos contábeis na ficha de estoque, devemos levar
em consideração a ordem cronológica (as data em que primeiro ocorreram os eventos);
• Devemos inserir o saldo inicial (quando houver);
• Os lançamentos devem ser individualizados, e a cada novo lançamento deve-se
retirar a média entre o preço dos produtos no estoque com a nova aquisição, ou seja,
teremos apenas um único preço na coluna de saldo equivalente ao total da quantidade de
produtos;
• Sempre que existir uma nova operação os saldo anterior deve ser resgatado e
retirada a nova média.
Depois de concluído todos os registros, finaliza-se o preenchimento através da soma.

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Analisando a ficha de estoque pela média ponderada móvel, podemos extrair as
seguintes informações:
• Primeira compra foi feita no valor de R$ 500,00, representando 50 unidades.
Observem que já tínhamos um saldo de 02 unidades no valor de R$ 80,00, cada uma valendo
R$ 40,00. Para chegarmos ao valor de R$ 48,33 a unidade, tiramos a média ponderada,
ou seja, somamos o valor de R$ 80,00 + R$ 500,00 (referente ao valor pago pelo total de
produtos) e encontramos um saldo total de R$ 580,00. Em seguida dividimos este valor pelo
total de mercadorias, assim teremos, R$ 580,00 ÷ 12 = R$ 48,33, que será o novo valor
unitário por mercadoria. Ok?
• Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, o valor proveniente da média
ponderada.
• Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida no momento da baixa
proveniente da venda, foi dada primeiro na última que entrou.
• O valor total das compras foi de $950,00 (total da última coluna das entradas).
• O CMV do período foi de $763,00 (total da última coluna das saídas).
• O saldo final do estoque é de $267,00 (último valor registrado na última coluna dos
Saldos).
Vamos agora analisar as diferenças entre os três critérios utilizados para avaliação
de estoque?

Em síntese temos no quadro abaixo as principais diferenças entres os critérios:

• O método PEPS apresenta o CMV menor. Fato comum em situação inflacionária,
pois as mercadorias vendidas são baixadas com base nos preços mais antigos e, portanto,
na maioria das vezes menores. Em contrapartida, o valor de estoque final é o maior, vez
que as mercadorias que ficam geralmente possuem preço mais elevado.
• O método UEPS é exatamente o contrário. A baixa é feita de acordo com as últimas
aquisições. Em situações inflacionárias, a tendência é que as últimas mercadorias adquiridas
tenham preços de custo mais caros causando assim, o CMV mais elevado e o valor final
do estoque menor.

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• A Média Ponderável Móvel, logicamente, apresentou valores
intermediários, vez os preços de custos é a razão entre o custo total e a
quantidade existente, encontrando, portanto, o preço de custo médio.
Contabilidade

Geral

Para saber como contabilizar em razonetes (conta “T”) as
operações das ficas de estoques, consulte o AVA!!!

COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS
Podemos perceber nas operações realizadas até aqui que existem algumas formas de
efetuar os pagamentos das compras e vendas, podendo ser a vista ou a prazo. Geralmente
as organizações vendem suas mercadorias ou prestam serviços concedendo um prazo para
pagamento, mediante emissão de duplicatas, além da Nota Fiscal.
As duplicatas são títulos de créditos decorrentes das operações mercantis, que
garantem ao vendedor o direito de recebimento de seus clientes. Após a emissão das
duplicatas, o cliente se compromete ao efetivo pagamento, o que poderá fazê-lo por meio
de uma cobrança simples.
No procedimento de cobrança simples de duplicatas, a empresa contrata os serviços
de uma instituição financeira e, mediante Borderô encaminha os títulos para a cobrança
simples. O borderô é um documento no qual serão relacionados e anexados os títulos ora
enviados para cobrança. Os clientes aos quais foram emitidos os títulos procederão com a
quitação junto à instituição financeira. Vale ressaltar que a empresa transfere a posse dos
títulos para a Instituição Financeira, mas não a propriedade.
Vamos praticar um pouco?!
1ª Situação: vamos considerar que a empresa tinha na conta de Duplicatas a Receber
um valor de R$ 1.500,00 e efetuou uma operação de desconto simples de duplicatas, na
qual, mediante emissão de borderô, foram encaminhadas 05 duplicatas (o saldo total da
conta) para o Banco País Legal que cobrou comissão de 10% sobre o total dos títulos:

Para realizar esta contabilização seguiremos o passo a passo a seguir:
• Pela remessa dos títulos à instituição financeira;
• Pelo registro da despesa financeira (comissão);
• Pela quitação efetuada pelos clientes;
• Pela baixa das contas de compensação.
Pela remessa dos títulos à instituição financeira
Diante da definição apresentada a empresa transfere a posse do título, mas não a
propriedade, por isto, o envio das duplicatas mediante borderô deverá ser evidenciado em
contas de compensação.

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Pelo registro da despesa financeira (comissão)
As instituições financeiras cobram taxas pelos serviços que oferecem, tais como,
manutenção de conta, abertura de crédito, comissões, dentre outras. Para a empresa que
contrata estes serviços, o valor das taxas é contabilizado como despesa financeira. Assim,
o valor da comissão é: 1.500,00 x 10% = 150,00

Pela quitação efetuada pelos clientes
No vencimento dos títulos os clientes se dirigiram à respectiva instituição financeira e
procederam com a liquidação do título. O valor pago foi creditado em conta corrente bancária
da empresa, por este fato, daremos baixa nas contas que registram tal direito no Ativo.

Pela baixa das contas de compensação
E por fim, já que os títulos foram devidamente quitados e devolvidos para a empresa
pela instituição financeira, só nos resta agora dar baixa nas contas que evidenciaram a
circulação destes títulos.

Perceberam como é simples realizar estes lançamentos? Pois é, basta prestar atenção
e fazer o passo a passo!!

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Contabilidade

Geral

No Sistema de Inventário Periódico, como podemos encontrar o
Custo da Mercadoria Vendida?
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2.

Quais são os critérios utilizados pelo Sistema de Inventário Permanente?
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3.

Quais são as particularidades de cada critério de avaliação de estoque utilizado
pelo Sistema de Inventário Permanente?
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4.

Como devemos fazer encontrar o valor unitário, na coluna do saldo, das
mercadorias escrituradas na ficha de estoque, através do Sistema de Inventário Permanente,
pelo critério da Média Ponderada?
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5.

Considerando que uma empresa tinha na conta de Duplicatas a Receber um
valor de R$ 3.000,00 e efetuando uma operação de desconto simples de duplicatas, na qual,
mediante emissão de borderô, foi encaminhada 01 duplicata (o saldo total da conta) para o
Banco que cobrou comissão de 15% sobre o total dos títulos. Como podemos contabilizar
tal operação?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

40
APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE
RESULTADOS
CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES
Despesas Antecipadas
Conceito
Conforme já visto anteriormente, sabemos que despesas representam todos os bens
ou serviços consumidos de forma direta ou indireta com o objetivo de se obter receita. As
despesas reduzem o Patrimônio Líquido e possuem a característica de representar um
sacrifício financeiro no processo de obtenção de receitas.
Não obstante, existem despesas que não se configuram no resultado do exercício.
São despesas que, apesar de já terem sido pagas, não foram decorrentes no período
corrente. São configuradas como despesas antecipadas ou despesas do exercício seguinte,
por se caracterizarem em despesas que apesar de pagas em certo exercício, possuem por
competência no exercício seguinte, pois, apenas neste referido exercício esta despesa será,
realmente formalizada.
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade conceitua deste modo, as
despesas antecipadas:
São aplicações em gastos que tenham realização
no curso do período subseqüente à data do balanço
patrimonial. (Resolução CFC n° 847, de 16-06-99).
Atenção!
No que se refere à Conta de Seguros, registra-se o valor do prêmio de seguro
a ser pago, debitado em conta de despesa diferida. Todos os meses credita-se
nessa conta, a débito da conta de despesa pelo valor correspondente à parcela do
prêmio referente ao mês. Veja que o prêmio ainda não foi pago; apenas registrouse a obrigação de pagá-lo. Todavia, a parte do seguro já efetuada é considerada
como despesa. (FRANCO, 2006).
Vejamos um exemplo para solidificar o conhecimento:
A organização BETA resolveu que iria antecipar o pagamento do aluguel do imóvel
onde funciona, em dezembro de 2007, que venceria em janeiro de 2008, no valor de R$
9.000.
Lembrando que, embora o pagamento ter sido feito em 2007, o aluguel é da
competência de 2008. Portanto, no exercício social de 2007, esta despesa antecipada de
2008, não será configurada como despesa, na conta de resultado, mas um direito registrado
no Ativo Circulante.

41
Contabilização deste fato contábil:
a) Em dezembro de 2007 registra-se pelo total dos pagamentos
efetuados.
Contabilidade

Geral
Razonete:

b) Em janeiro de 2007 são apropriadas as despesas já formalizadas no período.

Razonete:

Partindo para mais um exemplo para fixar:
Houve a contratação de seguro por uma organização pelo prazo de um ano, para
sua sede durante o período de 01 de maio 2007 a 30 de abril de 2008. O prêmio pago foi
no valor de $ 18.000, no dia 15 de abril de 2007.
Sabemos que a segurada não se materializa em despesas no momento do pagamento
do seguro de sua sede. Assim, vamos à maneira certa de contabilização, em 15 de janeiro
de 2008:

Razonetes:

42
Desta maneira, quando do encerramento do exercício, em 31 de dezembro de 2007
a organização Beta reconhecerá a parcela da despesa de seguros da sua sede incorrida,
que será proporcional ao tempo decorrido, à razão de $ 1.500 por mês.

Razonetes:

No encerramento do exercício em que o seguro foi contratado, 31 de dezembro de
2007, a conta Despesas de Seguros será encerrada contra a conta Apuração de Resultado
do Exercício (ARE).
Assim, a conta Seguros a Vencer surgirá no ativo com o saldo remanescente no valor
de $ 6.000,00 que é a despesa de seguros proporcional aos meses de janeiro a abril do
exercício social correspondente ao ano de 2007.
Portanto, entendemos que as despesas pagas antecipadamente são aquelas
consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício, cujo fato gerador, ocorrerá
no exercício seguinte, à data de encerramento do balanço. O pagamento de despesas
antecipadas pode também, referir-se a despesas em que o fato gerador ocorrerá em mais de
um exercício. Consoante a isto, os lançamentos deverão ser feitos nas contas do Realizável
a Longo Prazo.
Deste modo, as despesas antecipadas devem ser registradas no plano de contas
deste modo:

43
Contabilidade

Geral
Fique atento!
Se uma Despesa Antecipada em que o término
das parcelas ocorra apenas no próximo exercício social
seguinte (15 parcelas), deverá ser dividida entre as contas
do Ativo Circulante - Despesas Antecipadas (12 parcelas)
e Realizável a Longo Prazo - Despesas Antecipadas (03
parcelas).

Receitas Antecipadas
Como sabemos, o conceito de Receita inclui somente a entrada bruta dos benefícios
econômicos recebidos e a receber pela empresa em transações por conta própria.
As Receitas antecipadas constituem-se em uma obrigação para terceiros, seja
pela venda de um determinando bem ou pela prestação de um serviço. Assim, os valores
recebidos como receitas antecipadas por produtos ou serviços não irão para o resultado do
exercício, mas devem ser incluídos em exercícios futuros - denominados como resultado
de exercícios futuros pela legislação vigente - e serão demonstrados com a dedução dos
valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentro do respectivo grupo
do ativo ou do passivo.
Exemplificando!!!
Uma determinada empresa de fabricação de aeronaves fechou contrato para venda
de seus produtos – aviões - na importância de $ 100.000. Os custos totais de fabricação
foram de 50%. No contrato, foi celebrado que a empresa compradora faria uma entrada de
50% do total, sendo que o restante seria pago em uma parcela na no ato da entrega.
Observe que a venda foi para uma futura entrega. Assim, a empresa vai produzir o
bem no próximo exercício seguinte.
Ano 0
Passivo - OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS
Receitas Antecipadas $ 50.000 (50% do valor)
DRE
- como não incorreu custo, não há registro da receita.
Ano 1
Passivo
Receitas Antecipadas $ 0
DRE
Receita Operacional Bruta 100.000
(-)CPV
(50.000)

44
Classificação das Despesas e Receitas Operacionais e Deduções
das Despesas Operacionais nas Entidades sem fins Lucrativos
Despesas Operacionais
As despesas operacionais possuem relação direta com o negócio da organização.
Como exemplo, temos uma organização industrial que fabrica tintas. Os salários dos
funcionários que trabalham na produção das tintas, são considerados despesas operacionais,
bem como o aluguel da fábrica, a luz da fábrica, são despesas operacionais, pois sem eles,
a fábrica pararia de produzir.
São consideradas despesas operacionais para fins de demonstração do resultado
do exercício:
A. Deduções de vendas, abatimentos e impostos;
B. Custo dos produtos vendidos (indústria) / custo das mercadorias vendidas
(comércio);
C. Despesas operacionais.
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS OPERACIONAIS
• Despesas com vendas;
• Despesas financeiras;
• Despesas gerais e administrativas;
• Outras despesas operacionais.
Despesas Operacionais são aquelas realizadas tendo em vista
a geração de receitas e são diretamente relacionadas com a natureza
do negócio da organização.
Destaque!!!
O art. 187 da Lei 6.404/76 estabelece, para que se possa
chegar ao lucro operacional a dedução das:
“despesas com vendas, despesas financeiras, deduzidas
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras
operacionais”.
Assim sendo, é proposto no Plano de Contas:
DESPESAS OPERACIONAIS
A. DE VENDAS
B. ADMINISTRATIVAS
C. RESULTADOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
D. OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas de Vendas
São todas as despesas que se relacionam diretamente com as vendas de mercadorias
e serviços da organização.
Exemplificando:
• DESPESAS COM O PESSOAL: devem ser contabilizadas no mês a que se referem,
ainda que pagas depois, registrando-se o passivo correspondente;
• COMISSÕES DE VENDAS: abarca todas as despesas com comissões devidas

45
sobre vendas. Estas despesas devem ser contabilizadas no mesmo período
das respectivas vendas;
• OCUPAÇÃO: despesas com ocupação física de imóveis e instalações,
tais como: alugueis, condomínios (imóveis de terceiros);
Contabilidade
• UTILIDADES E SERVIÇOS: abrande gás contas de água e esgoto,
Geral energia elétrica, telefone, correios, reprodução (xerox), seguros, etc.
• PROPAGANDA E PUBLICIDADE: especial para campanhas vinculadas
à promoção de vendas de produtos;
• DESPESAS GERAIS: são despesas dispostas da seguinte maneira no Plano de
Contas:
Viagens e representação
Material de escritório
Materiais auxiliares e consumo
Higiene e limpeza
Copa, cozinha e refeitório
Conduções e lanches
Revistas e publicações
Donativos e contribuições
Legais e judiciais
Serviços profissionais e contratados
Auditoria
Consultoria
Recrutamento e seleção
Segurança e vigilância
Treinamento de pessoal
• TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES: são despesas de:
Imposto sobre propriedade territorial e rural (IPTR)
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA)
Contribuição sindical
Contribuições para o PIS/PAPEP e COFINS (exceto sobre o faturamento)
Destaca-se que os valores recuperáveis dessas contribuições relativos às despesas
do exercício, podem ser contabilizadas de diferentes modos. Aqui destacaremos três:
contabilização da despesa pelo seu valor liquido, utilizando-se a conta de
“impostos e contribuições a recuperar” para registrar o valor que poderá ser compensado;
contabilização da despesa pelo seu valor total e, simultaneamente,
estornando-se da despesa, contra “impostos e contribuições a recuperar”, o valor que será
compensado;
contabilização da despesa onde serão lançados os valores que poderão
ser compensados com os valores a pagar, seno a contrapartida na conta de “impostos e
contribuições a recuperar”.
• PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA: o valor registrado é
apenas a diferença entre o saldo anterior da provisão e o novo saldo.
Analiticamente, temos a seguinte composição das Despesas Operacionais de
Vendas:
Despesas com o Pessoal
a) Salários e Ordenados

46
Nesta conta são registrados os salários brutos, contendo as horas extras,
bem como outros adicionais.
b) Gratificações
Abrangem todas as gratificações concedidas pela empresa, mas que
não incorporam o salário normal nem as horas extras.
c) Férias
São os salários e ordenados equivalentes ao período de férias dos
empregado. No período de competência, esta despesa deve ser reconhecida
e registrada como encargo adicional registrado nos onze meses anteriores a
que o empregado trabalhou.
d) Plano Complementar de Aposentadoria e Pensão
Esta despesa deverá ser registrada pelo regime de competência em
função do qual o custo estimado dos benefícios a serem proporcionados
futuramente no período em que os serviços do beneficiário do plano são
prestados à organização.
e) Décimo-terceiro salário
A sua contabilização é baseada no tempo decorrido, seno o valor total
apropriado proporcionalmente aos doze meses do ano.
f) Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
Abarca a parte do encargo social sobre a folha de pagamento, mas
que representa ônus para a organização, já que o recolhimento total efetuado
para o INSS abrange também a parte do funcionário, deduzida na folha de
pagamento.
g) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS
Consiste no encargo da organização relativo ao Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço para o trabalhador, sendo que seu registro é efetuado no
próprio mês de competência da folha de pagamento.
h) Indenizações
As indenizações são devidas àqueles empregados relativamente ao
tempo de serviço anterior ao Fundo de Garantia e esporadicamente a não
optantes. São pagas na demissão sem justa causa ou em negociações com
funcionários. A sua contabilização é feita quando ocorre efetivamente esta
despesa.
i) Assistência Médica e Social, Seguros, etc.
Estas despesas deverão ser reconhecidas pelo regime de competência,
tanto para as organizações que prestam assistência médica ou social aos seus
funcionários, quanto pelas organizações que contratam este tipo de assistência
para seus funcionários.
Despesas administrativas
As despesas administrativas correlacionam-se diretamente com a
administração da organização.
Note que:
As despesas Administrativas representam os gastos, pagos
ou incorridos, para direção ou gestão da empresa, e constituemse de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases do
negócio ou objeto social (Manual de Contabilidade das Sociedades
Por Ações, 2007).

47
Exemplificado:
• DESPESAS COM O PESSOAL: assim como as Despesas de Vendas,
as despesas com o pessoal administrativo devem ser contabilizadas no
mês a que se referem, ainda que pagas depois, registrando-se o passivo
Contabilidade
correspondente;
Geral
• OCUPAÇÃO: do mesmo modo que as Despesas de Vendas, as
Despesas Administrativas com ocupação física de imóveis e instalações, tais
como: aluguéis, condomínios (imóveis de terceiros);
• UTILIDADES E SERVIÇOS: da mesma maneira que nas Despesas com Vendas, as
despesas com utilidades e serviços administrativos abrandem gás contas de água e esgoto,
energia elétrica, telefone, correios, reprodução (xerox), seguros, etc.
• HONORÁRIOS: estas contas são separadas em:
Diretoria
Conselho de Administração
Conselho Fiscal
Serão apresentadas na Demonstração de Resultado, o somatório destas contas em
apenas um subtítulo específico.
• DESPESAS GERAIS: são despesas comuns às Despesas de Vendas também
dispostas da seguinte maneira no Plano de Contas:
Viagens e representação
Material de escritório
Materiais auxiliares e consumo
Higiene e limpeza
Copa, cozinha e refeitório
Conduções e lanches
Revistas e publicações
Donativos e contribuições
Legais e judiciais
Serviços profissionais e contratados
- Auditoria
- Consultoria
- Recrutamento e seleção
- Segurança e vigilância
- Treinamento de pessoal
• DESPESAS COM PROVISÕES: consiste em outra Despesa Administrativa, comum
às Despesas de Vendas. O valor registrado é apenas a diferença entre o saldo anterior da
provisão e o novo saldo.
Despesas financeiras
Quando da Demonstração do Resultado do Exercício, tal conta será
demonstrada com o valor líquido. Trata-se de conta individual, todavia, e, na conta
de resultado é considerada como débito (GOUVEIA, 2001).
As despesas financeiras representam o custo das operações de empréstimos
e financiamento.
Estas despesas comportam:
• Despesas de juros: referentes a empréstimos, financiamentos
desconto de títulos e outras operações;
• Descontos concedidos: descontos concedidos a clientes por
pagamentos antecipados de duplicatas e outros títulos;

48
• Comissões e despesas bancárias: despesas cobradas pelos bancos
e outras instituições financeiras nas operações de desconto, de concessão
de crédito, comissões em repasses, etc.
Note que:
Apenas os juros serão incluídos nas Despesas Financeiras.
Não serão incluídas as atualizações monetárias ou variações
cambiais de empréstimos as quais são registradas separadamente
nas Variações Monetárias (Manual das Sociedades pos Ações,
2007).
Receitas Operacionais
Receita é a entrada monetária que ocorre em uma Entidade, normalmente em
forma de dinheiro ou de créditos que representam direitos. Nas empresas privadas a
Receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou serviços.
Então, entendemos que:
Receitas são entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma de
bens ou direitos que sempre provocam aumento da situação líquida. (http://www.
portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm)
Receita de uma companhia é o dinheiro que ela recebe ou
tem direito a receber, decorrente de suas operações (GOUVEIA,
2001).
Em se tratando de Receitas Operacionais, podemos dizer que são aquelas decorrentes
das atividades principais ou acessórias desenvolvidas pela empresa, classificando-se em:
• Receita da Atividade Técnica ou Principal: trata da atividade principal da empresa.
Neste caso estão as vendas de produtos, mercadorias ou serviços;
• Receita Acessória ou Complementar: proveniente da receita da atividade principal;
Representa rendimentos complementares. Esse grupo de Receitas é denominado de “Outras
Receitas Operacionais”, e são compostos pelas Receitas Financeiras (juros, aluguéis,
rendimentos)
De uma outra forma, afirmamos que as Receitas Operacionais são provenientes do
objeto de exploração da empresa, destacando-se:
- Receitas Brutas;
- Receitas Líquidas;
- Receitas Financeiras.
Receitas Brutas
A Receita Bruta se configura no produto da venda de bens e serviços. É a
receita total proveniente das atividades-fim da empresa.
Conceito Tributário de Receita Bruta das Vendas e Serviços
“A Receita Bruta de bens e serviços compreende o produto da venda de
bens nas operações de conta própria e do preço dos serviços prestados. Integra a
Receita Bruta o resultado auferido nas operações de conta alheia (comissões pela
intermediação de negócios”. (http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html)

49
Atenção

Contabilidade

Geral

Exclusões da Receita Bruta
“Exclui-se do conceito da receita bruta, para fins tributários,
o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos
bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário”.
(http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html)

Para fins tributários no Brasil, a Receita Bruta tem diferentes composições.
Para o Simples Nacional, o produto da venda de bens s serviços nas operações de
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta
alheia (comissões recebidas), não incluídas as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos. Para a legislação do PIS e COFINS, a receita bruta é o
total de receitas contabilizadas, independentemente de advirem do faturamento, o que
motivou muitas empresas a questionarem este conceito na justiça, visando redução
de contribuições a pagar.
Você sabia que.....
Se a empresa mantiver mais de um estabelecimento, a
apuração da Receita Bruta Anual será o somatório da receita
de todos os estabelecimentos. (http://www.receita.pb.gov.br/
Informativos/paraibasim/Cartilha_pbsim.doc)

Receitas Líquidas
Compreende-se Receita Líquida a Receita Bruta com deduções. É calculada
pela diferença aritmética entre o valor das vendas e os impostos sobre vendas. (http://
portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0871/mm/m0082772.html).
Para efeito de cálculo da Receita Líquida de vendas e serviços é a receita bruta
diminuída (RIR/1999, art. 280):
• Das devoluções e vendas canceladas;
• Dos descontos concedidos incondicionalmente;
• Dos impostos e contribuições incidentes sobre vendas.
Exemplo de Receita Bruta de Vendas:
Receita Bruta de Vendas = 200.000,00
(-) Devoluções de Vendas= 2.000,00
(-) Descontos Comerciais = 800,00
(-) Impostos incidentes sobre vendas = 80.000,00
(=) Receita Líquida = 117.200,00
Da Receita Líquida, podem ser feitas ainda as seguintes deduções:
(=) Receita Líquida = 117.200,00

50
(-) Custos = 25.000,00
(=) Lucro bruto = 92.200,00
(-) Despesas = 15.000,00
(=) Lucro líquido= 77.200,00
Outras Despesas e Receitas Operacionais
- Outras Despesas Operacionais
As Outras Despesas Operacionais possuem diferentes naturezas e são
agrupadas em subgrupo das Despesas Operacionais, embora se enquadrem no
contexto operacional do negocio da empresa.
Exemplos de Outras Despesas Operacionais:
• Resultados (prejuízos) decorrentes de participações em sociedades controladas
e coligadas: são registradas como prejuízos resultantes de investimentos em outras
companhias de caráter não especulativo.
• Depreciações: depreciação é calculada sobre ativo representado por
empreendimento próprio da pessoa jurídica, do qual serão extraídos apenas os frutos.
Nesta hipótese, o custo de aquisição ou formação (excluído o solo) é depreciado em
tantos anos quantos forem os de produção dos frutos;
• Amortizações: seu cálculo é efetuado sobre ativo representado por aquisição de
direitos de exploração, por prazo determinado, sobre empreendimento de propriedade
de terceiros. Neste caso, o custo de aquisição desses direitos é amortizado ao longo
do período de duração do contrato;
• Exaustões: A exaustão é calculada sobre ativo representado por floresta
própria. Neste caso o custo de aquisição ou formação (excluído o solo) será objeto de
exaustão na medida e na proporção em que os recursos forem sendo exauridos. No
caso da floresta ou o vegetal plantado proporcionar à pessoa jurídica a possibilidade
de um 2º, ou mesmo um 3º corte, o custo de aquisição ou de formação deverá
ser recuperado através da exaustão calculada em função do volume extraído em
cada período, confrontado com a produção total esperada, englobando os diversos
cortes;
• Despesas tributárias que não tenham relações diretas com as receitas de
vendas.

Atenção!!!
Se algumas destas Outras Despesas Operacionais possuírem
relevância de valor, haverá necessidade de destaque, pelo título,
a sua natureza.

51
Contabilidade

Geral

- Outras Receitas Operacionais
Outras Receitas Operacionais são representadas por atividades
assessórias ao objeto da organização, por não possuírem relação direta à
concretização dos objetivos da empresa. São de natureza secundária em
relação aos objetivos sociais.

Exemplificando:
• Resultados (lucros) decorrentes de participações em sociedades controladas e
coligadas pelo método da equivalência patrimonial: acréscimos na conta dos investimentos
avaliados pela equivalência patrimonial, oriundos de lucros nas coligadas e controladas;
• Dividendos: receitas originadas de outros investimentos não avaliados pelo método
patrimonial;
• Juros: oriundos de operações financeiras, em função de liquidez financeira originada
pela venda de bens ou serviços;
• Aluguéis: recebimento de aluguéis.

CONCILIAÇÃO E ASPECTOS ANALÍTICOS DAS DESPESAS E
RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
Receitas Não Operacionais
- Conceituação
As Receitas Não Operacionais são todas as receitas decorrentes de operações não
incluídas nas atividades principais e acessórias da empresa, tais como:
• Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente;
• Ganhos na baixa de investimentos;
• Royalties.

Despesas Não Operacionais
- Conceituação
Conforme explicado anteriormente, as despesas operacionais são todas as despesas
realizadas objetivando a geração de receitas e diretamente relacionadas com a natureza
específica dos negócios de uma empresa. De modo análogo, as Despesas Não Operacionais
são aquelas não relacionadas diretamente com a natureza específica dos negócios de uma
empresa (GOUVEIA, 2001).
Vejamos os tipos mais comuns de Despesas Não Operacionais:
• Perda na alienação de bens de uso;
• Perdas na baixa de investimentos;
• Multas;
• Perdas com sinistros.

52
Você sabia que.......
O Resultado Não Operacional decorre principalmente de
ganhos ou perdas de capital em função de venda ou baixa de ativos
permanentes, bem como de receitas ou despesas não relacionadas
com os objetivos operacionais da companhia.

RESULTADO DO EXERCÍCIO: APURAÇÃO SEGUNDO O REGIME DE
CAIXA E O REGIME DE COMPETÊNCIA
No final de cada exercício social, as organizações realizam a apuração do Resultado
do Exercício, com a confrontação entre as despesas e as Receitas. A apuração do exercício
social das organizações conferem em vários procedimentos, como: elaboração de Balancete
de Verificação do Razão,elaboração dos Inventários, conciliações dos saldos das Contas,
apuração do Resultado Bruto, apuração do Resultado Líquido,
Provisões, Participações, Reservas e Dividendos e as
Demonstrações Contábeis.
Enceramento das Contas de Receita e
Despesa
O lucro ou o prejuízo de um exercício
social é mensurado a partir dos cálculos das
Contas de Receita e Despesas. São cálculos
periódicos, que permitem a obtenção do
Resultado Líquido da empresa. Para que se
proceda este cálculo, as contas de Receita
e Despesas devem estar com seus saldos
no início de cada período. Assim, ao final de
cada período, as contas devem ser encerradas
através dos lançamentos de encerramento. O
encerramento das contas de Receita ocorre com a
transferência - débito - de seus saldos credores para
crédito da conta de Resultado. As contas de Despesa são
encerradas através da transferência - crédito – de seus saldos
devedores para débito da conta de Resultado.
Desta maneira, podemos dizer que a conta de Resultado recebe via transferência
a débito o valor dos saldos das contas da Despesa e a crédito os saldos das contas de
Receita.
Portanto,
A conta Resultado é uma conta intermediaria na apuração do lucro/prejuízo
de cada exercício social.

Resultado
O Resultado advém da atividade econômica da companhia e esta, na produção de
bens ou serviços, incorre em custo, que é o consumo de outros bens ou serviços. Como
sabemos, a companhia tem por objetivo o lucro, que é o resultado positivo das atividades

53
Contabilidade

Geral

desenvolvidas. A recuperação do custo ocorre por meio das receitas obtidas.
Portanto, o resultado apenas será efetivado, se ocorrer a recuperação do
custo, pois, em alguns casos, a empresa pode chegar a auferir resultado
desfavorável, ou seja, prejuízo.
É importante entender que o resultado não se confunde com o dinheiro,
porém representa-se pelo aumento do patrimônio líquido, como conseqüência
de variações nos vários elementos que compõem o patrimônio.
Desse modo...

O Resultado é a variação aumentativa ou diminutiva, do Patrimônio Líquido,
concebida da atividade econômica da organização.
Regime de Caixa e Regime de Competência
As empresas possuem um fluxo contínuo de produção de bens e serviços que se
iniciam em um determinado período, mas que acabarão em outro. Existem, também, bens
e serviços que são adquiridos em um exercício, porém pagos e consumidos no próximo
exercício. Da mesma forma, há recebimentos já efetuados, que se referem a receitas de
outros períodos.
Assim sendo, deve-se procurar dar atenção aos fatores a seguir:
• Nem todos os pagamentos são custos, assim como nem todos os recebimentos
são receitas;
• Nas empresas sem fins lucrativos, nem todos os pagamentos pode ser considerados
despesas de determinado exercício financeiro e nem todos os recebimentos devem ser
considerados receita desse mesmo exercício;
• Os valores patrimoniais devem ser ajustados ao final de cada período e suas
variações deverão ser registradas; as contas de resultados devem ser regularizadas no
sentido de apurar as que realmente se configuram em variações do patrimônio líquido no
exercício.
Assim, o procedimento correto de apropriação das despesas e receitas, deve-se
considerar os Regimes Contábeis existentes, que são: o Regime de Caixa e o Regime de
Competência.
Regime de Caixa
Regime contábil pelo qual, na apuração do resultado, somente os pagamentos e
recebimentos efetuados são considerados. Apenas as entidades sem fins lucrativos podem
proceder à apuração do resultado por este regime.
Regime de Competência
Na apuração do Resultado do Exercício devem ser consideradas as despesas
incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham sido ou não pagas ou
recebidas. Desse Regime decorre o Princípio das Competências de Exercícios. Conforme

54
este regime, não importa se as Despesas ou Receitas (pagas ou recebidas) passaram pelo
Caixa – o que importa é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores.
Exemplificado...
No exercício de 2007 a companhia ALFA:
a) Pagou, em dinheiro, salários e encargos relativos ao exercício de 2006, no valor
de ........................................................................................................ $3.000;
b) Pagou, em cheques, despesas de salários e encargos incorridos de janeiro a
novembro de 2007, no valor de .................................................................. $35.000;
c) Salários e encargos referentes a dezembro de 2007 serão pagos em janeiro de
2008, no valor de ................................................................................ $ 4.000;
d) Em janeiro de 2007, foram recebidos aluguéis de 2006, no valor de ....$ 700;
e) No exercício de 2007 foi recebido, em dinheiro, valores correspondentes a aluguéis
dos meses de janeiro a novembro de 2007 no valor de .................... $ 4.000;
f) Será recebido o aluguel de dezembro de 2007 em janeiro de 2008 no valor de .....
............................................................................................................ $ 600;
g) Foi recebido valor para quitação de duplicata no valor de ......................$ 300;
h) Foram feitos pagamentos em dinheiro no exercício de 2007, referentes a impostos
e contribuições referentes aos meses de janeiro a novembro deste exercício no valor de ...
............................................................................................................. $10.000;
i) Em janeiro de 2008 serão recolhidos impostos e contribuições referentes a dezembro
de 2007 no valor de .............................................................................$ 1.500;
j) Foram prestados serviços durante o exercício de 2007 e recebidos a vista no valor
de .........................................................................................................$ 57.000;
l) Foram prestados serviços em dezembro de 2007 para recebimento em 2008 no
valor de ................................................................................................$ 13.000;
m) Contratado seguro em 31 de agosto de 2007, pelo prazo de uma ano a partir de
01 de setembro. Prêmio pago em 31 de agosto de 2007 em cheque, no valor de.................
..............................................................................................................$ 4.000;
n) Foi paga, em dinheiro, duplicata no valor de............................................................
..............................................................................................................$ 900;

55
Apuração do Resultado do Exercício Pelo Regime de Caixa:
Resultado do Exercício

Contabilidade

Geral

Apuração do Resultado do Exercício Pelo Regime de Competência:
Resultado do Exercício

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Conceitue Despesas Antecipadas.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Exemplifique as Despesas de Vendas
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Em que se constituem as Receitas Antecipadas? Justifique e exemplifique.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

56
Qual a característica relativa aos Juros nas Despesas Financeiras?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Discorra sobre as características dos Regimes de Competência e Regime de
Caixa.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Como são classificadas as Despesas Operacionais?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
O que são as Receitas Brutas?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Fale sobre as Despesas Não Operacionais
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Discorra sobre Amortização e Depreciação.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

57
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
DRE E DVA
Contabilidade

Geral

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DRE: Aspectos Teóricos

As receitas e despesas de uma companhia representam, respectivamente, acréscimo
e diminuição de seu patrimônio líquido. Essas receitas e despesas estão inseridas nas contas
de resultado, e a cada final de exercício essas contas são encerradas para que se possa
ter conhecimento do resultado do exercício de modo preciso e acurado, possibilitando a
compreensão por parte dos gestores das empresas para fins de tomadas de decisão.
O artigo de nº 176 da Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações institui que as
empresas elaborem baseadas na escrituração contábil, as Demonstrações Financeiras que
irão representar de forma clara a situação do Patrimônio.
Em conformidade com a Lei 11.638/07, que alterou e revogou alguns dispositivos
da Lei 6.404/76, as Demonstrações Financeiras a serem apresentadas ao final de cada
exercício são:
• O Balanço Patrimonial;
• A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
• A Demonstração do Resultado do Exercício;
• A Demonstração dos Fluxos de Caixa, e;
• Se companhia aberta, a Demonstração do Valor Adicionado.

Novidade!
A Lei 11.638/07 faculta para as companhias fechadas
com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais) a elaboração e
publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Demonstração do Resultado do Exercício D.R.E
Segundo a Resolução CFC n.º 686/90, a
Demonstração do Resultado do Exercício - D.R.E, “é a
demonstração contábil destinada a evidenciar a composição
do resultado formado num determinado período de operações
da Entidade. A demonstração do resultado, observado o
princípio de competência, evidenciará a formação dos vários
níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e
os correspondentes custos e despesas”.
Assim sendo, a Demonstração do Resultado do
Exercício se constitui em um resumo, elaborado de forma
ordenada, das receitas e despesas da companhia em
determinado período.
O modo de apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício é na forma
vertical, ou seja, subtraindo-se das receitas, as despesas e indicando-se o resultado, que

58
poderá ser lucro ou prejuízo. O objetivo da empresa é sempre o lucro, portanto, a DRE
proporciona detalhes que permitem tomadas de decisão pelos gestores das organizações.
Então, podemos dizer que a DRE é uma ferramenta contábil gerencial.
A DRE abrangerá as receitas e os ganhos do período, não importando o seu
recebimento, os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes
a esses ganhos e receitas.
A Resolução CFC n.º 686/90, determina que a DRE evidenciará as receitas advindas
das atividades-fins da empresa, os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos,
as devoluções e os cancelamentos, os custos dos produtos ou mercadorias vendidos ou
dos serviços prestados. Evidenciará também o resultado bruto do período, os ganhos e
perdas decorrentes das operações da empresa, as despesas administrativas, com vendas,
financeiras e outras. As receitas financeiras, o resultado operacional, as receitas e despesas
e os ganhos e perdas não decorrentes das atividades-fins da empresa, o resultado antes das
participações e dos impostos,.as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado,
as participações no resultado e o resultado líquido do período.
Modelo da DRE
Segue, abaixo, o modelo da DRE, para apuração do Resultado do Exercício.
Vamos praticar
um pouco?
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E):

O resultado do exercício de uma companhia pode ser lucro ou prejuízo. Entretanto,
é comum a substituição da nomenclatura RESULTADO por LUCRO, ainda que não esteja
correta. Muitos autores consideram que as organizações buscam o lucro e que o prejuízo

59
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  • 3. IMES Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C Ltda. Presidente ♦ Vice-Presidente ♦ Superintendente Administrativo e Financeiro ♦ Superintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão ♦ Gervásio Meneses de Oliveira William Oliveira Samuel Soares Germano Tabacof Superintendente de Desenvolvimento e>> Planejamento Acadêmico ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva FTC - EAD Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância Diretor Geral Diretor Acadêmico Diretor de Desenvolvimento e Inovações Diretor Comercial Diretor de Tecnologia Diretor Administrativo e Financeiro Gerente Acadêmico Gerente de Ensino Gerente de Suporte Tecnológico Coord. de Telecomunicações e Hardware Coord. de Produção de Material Didático ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ Reinaldo de Oliveira Borba Marcelo Nery Roberto Frederico Merhy Mário Fraga Jean Carlo Nerone André Portnoi Ronaldo Costa Jane Freire Luis Carlos Nogueira Abbehusen Osmane Chaves João Jacomel EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: ♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦ Gerente de Ensino ♦ Jane Freire Supervisão ♦ Jean Carlo Bacelar, Leonardo Santos Suzart, Wanderley Costa dos Santos e Fábio Viana Sales Coordenação de Curso ♦ Maria Valesca Silva Autor (a) ♦ Lorena Pinho e Maria Alice Porto ♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦ Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos Márcio Magno Ribeiro de Melo Equipe ♦ André Pimenta, Antonio França Filho, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Cláuder Frederico, Francisco França Júnior, Herminio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais, Márcio Serafim, Mariucha Silveira Ponte, e Ruberval da Fonseca. Editoração ♦ Francisco Françã de Sousa Junior Ilustração ♦ Banco de Imagens Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource copyright © FTC EAD Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da FTC EAD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância. www.ftc.br/ead
  • 4. Sumário A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 7 AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS 7 ESTRUTURA EMPRESARIAL NO BRASIL: CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES 7 OPERAÇÕES MERCANTIS: COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS 12 FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS DE MERCADORIAS 16 IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS EMPRESAS COMERCIAIS 23 ATIVIDADE COMPLEMENTAR INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER 27 28 SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS MISTAS 28 SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS 31 SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA 36 COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS 38 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 40 APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 41 DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES 41 41 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS E DEDUÇÕES DAS DESPESAS OPERACIONAIS NAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS 45 CONCILIAÇÃO E ASPECTOS ANALÍTICOS DAS DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 52 RESULTADO DO EXERCÍCIO: APURAÇÃO SEGUNDO O REGIME DE CAIXA E O REGIME DE COMPETÊNCIA 53 3
  • 5. ATIVIDADE COMPLEMENTAR 56 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA 58 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE: ASPECTOS TEÓRICOS 58 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE: ASPECTOS PRÁTICOS 62 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ASPECTOS GERAIS DA LEI Nº 6.404/76 65 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: CONTEÚDO E ESTRUTURA 71 ATIVIDADE COMPLEMENTAR 75 GLOSSÁRIO 77 REFERÊNCIAS 79
  • 6. Apresentação da Disciplina Caro(a) aluno(a), A necessidade comunicação entre os povos fez surgir a linguagem falada e escrita. No mundo dos negócios não é diferente. Para que as operações comerciais se aprimorassem foi surgindo e se refinando as formas de registro e controle dos bens, direitos e obrigações das empresas. A Contabilidade é uma ciência que estuda as variações do patrimônio da entidade, fornecendo informações para diversos usuários, através de relatórios e demonstrações, tendo como objeto de estudo o Patrimônio. Nesta disciplina aprenderemos um pouco mais sobre a Contabilidade, inclusive a forma com as empresas podem ser constituídas e a escrituração das suas operações de compras e vendas de mercadorias, além dos principais fatos que as modificam! Assim, o prazer de iniciar mais um estudo sobre a Contabilidade deve ser imensurável. Você, com os conhecimentos adquiridos na disciplina Introdução à Contabilidade, já possui uma maior intimidade com as terminologias usadas por esta ciência, agora, com a disciplina Contabilidade Geral, vamos aprender um pouco mais?! Lorena Pinho e Maria Alice Porto 5
  • 7. A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS ESTRUTURA EMPRESARIAL NO BRASIL: CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES Uma das funções do profissional da área contábil é a constituição jurídica da entidade. Para tanto devemos conhecer as várias formas como a entidade pode ser constituída. O Código Civil Brasileiro (LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002), dispõe sobre os tipos de sociedades. As sociedades são pessoas jurídicas de direito privado com fim econômico, ou seja, trata-se de um ente coletivo que reúne pessoas que celebram um contrato no qual reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens e serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilhar entre si os resultados (art. 981, CC/2002). Você sabe quantos tipos de sociedades as empresas podem ser constituídas juridicamente??? Pois é, neste tópico, com o avançar do estudo iremos descobrir!!!! As sociedades são divididas em sociedades empresariais e sociedades simples, que adquirirão personalidade jurídica com a sua inscrição. A sociedade simples é disciplinada nos artigos 997 a 1.038 do CC/2002 e é aquela que possui finalidade civil, distinguindo-se daquela denominada de empresarial. A Sociedade Simples constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: • nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; • denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; • capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; • a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; • as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; • as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; • a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; • se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, e, se este não fixar outra data, terminam quando, liquidada a sociedade, e se extinguirem as responsabilidades sociais. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. 7
  • 8. A Sociedade Empresarial pode constituir-se nos seguintes tipos, nos termos do Código Civil de 2002: Contabilidade Geral • Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044); • Sociedade em comandita simples (art. 1.045 a 1.051); • Sociedade limitada (art. 1.052 a 1.087); • Sociedade anônima (art. 1.088 a Lei nº 6.404/76); • Sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092). Vamos conhecer mais detalhes sobre estes tipos de sociedades? Sociedades em Nome Coletivo Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, ressaltando que, sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si à responsabilidade de cada um. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no item anterior, a firma social. A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. Sociedade em Comandita Simples Na sociedade em comandita simples o contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários e tomam parte os sócios de duas categorias: • os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e • os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. O art. 1.047 do CC/2002 estabelece que, sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado, salientando que pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. 8
  • 9. Sociedade Limitada Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte. Em relação à administração, este tipo de sociedade é administrado por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade. Se o contrato permitir administradores não sócios, a designação deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico. O Código Civil também explicita normas sobre o Conselho Fiscal, a deliberações dos sócios, o aumento e/ou redução do capital, resolução da sociedade em relação a sócios minoritários e a dissolução, nos artigos 1.052 ao 1.087. Sociedade em Comandita por Ações A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, e opera sob firma ou denominação. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social. O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias. Sociedade Cooperativa A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no Código Civil, ressalvada a legislação especial. São características da sociedade cooperativa: • variabilidade, ou dispensa do capital social; • concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; • limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; • intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; • quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; • direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; • distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo 9
  • 10. sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; • indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser Contabilidade limitada ou ilimitada. É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o Geral sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações; e é ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Sociedade Anônima Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Na sociedade anônima a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Esta sociedade rege-se por lei especial (Lei nº 6.404/76), aplicando, nos casos omissos, as disposições do Código Civil. Este tópico abordou os aspectos gerais sobre a sociedade anônima, visto que este assunto é muito amplo, recomenda-se, para maior absorção, uma leitura na Lei nº 6.404/76. Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo. A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente, mas vedada à utilização da primeira ao final. As companhias podem ser: • Aberta • Fechada • Sociedade de capital autorizado • Sociedade de economia mista No que se refere à constituição da companhia, depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: • subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; • realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro (não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social); • depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. Dentre as obrigações da sociedade anônima destacam-se: realização de assembléia geral, ata de convocação e publicação das demonstrações financeiras. Vocês perceberam as várias formas que uma sociedade pode ser constituída??? 10
  • 11. Pois é, agora, com a sociedade juridicamente formada vamos conhecer algumas operações mercantis realizadas por elas? Vamos lá então!!! SITUAÇÃO PRÁTICA: Constituição de uma sociedade, composta por dois sócios, a Cia Exemplo S/A. No exemplo a seguir, vamos considerar que a subscrição do capital social foi feita em móveis e em dinheiro, sendo que um dos sócios ficou restando integralizar a parcela do capital correspondente a R$1.000,00. Capital Subscrito Capital Integralizado Capital a Integralizar Percentual de Participação A R$ 7.000,00 R$4.000,00 (Móveis) R$2.000,00 (Dinheiro) R$1.000,00 70% B R$ 3.000,00 R$3.000,00 (Dinheiro) R$0,00 30% TOTAL R$10.000,00 R$9.000,00 R$1.000,00 100% Sócio Contabilização em Razonetes (conta T) (1) Pela subscrição de R$10.000,00 (2) Pela Integralização de R$9.000,00, sendo R$4.000,00 em móveis e R$5.000,00 em moeda corrente. 11
  • 12. Contabilidade Geral Observe que a parcela restante, a ser integralizada pelo sócio B, ficou evidenciada na conta retificadora do patrimônio líquido “Capital a Integralizar”. Quando da integralização, o lançamento será idêntico, seja em moeda corrente ou em bens e direitos. Apresentação no Balanço Patrimonial OPERAÇÕES MERCANTIS: COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS As operações mercantis correspondem à prática do comércio - a compra e venda por meio da qual se efetiva uma transferência de mercadorias. Originalmente o comércio se deu com a troca de mercadorias e com a criação da moeda, a troca desta mercadoria por dinheiro. Sabemos que a Contabilidade tem como propósito controlar o patrimônio da entidade, e para isto utiliza várias técnicas de escrituração. Nas compras e nas vendas de mercadorias isto não é diferente. Que tal descobrirmos agora quais são as técnicas mais comuns utilizadas para registras tais fatos?!!!! Para começarmos vamos considerar que a constituição da empresa Compra Certa, em que os sócios integralizaram, em moeda corrente, o valor de R$ 100.000,00, correspondente ao capital social. 12
  • 13. Vamos analisar este lançamento? Qual foi a origem do recurso? Qual foi a aplicação do recurso? Quais contas vamos movimentar? Só para relembrar... Débito Crédito Aplicação de recursos Origem de recursos Lado esquerdo Lado direito A origem do recurso foi a conta capital social e a aplicação do recurso foi a conta caixa, uma vez que a integralização do capital foi em moeda corrente. Agora eu pergunto: como ficaria este lançamento em razonetes (conta “T”)? Vejamos: 1º Situação: integralização do capital social, em moeda corrente, o valor de R$ 100.000,00. Pronto, com a empresa constituída, na seqüência veremos as movimentações relacionadas as compras e vendas de mercadorias. Compra de Mercadorias Uma determinada empresa de revenda de mercadorias necessita constantemente comprar mercadorias para o estoque e vender estas mercadorias para obter lucros, não é?! Então vamos considerar que a empresa Compra Certa adquiriu 50 itens de determinada 13
  • 14. Contabilidade Geral mercadoria pelo valor de R$ 25.000,00, com pagamento para 60 dias. Observem que cada item custou R$ 500,00. Nesta situação a origem do recurso foi a conta Fornecedores e a aplicação do recurso foi a conta Estoque de Mercadorias, certo? Vejamos: 2º Situação: Compra de mercadorias pelo valor de R$ 25.000,00, com pagamento para 60 dias (a prazo). 3º Situação: Nova aquisição de 64 itens de uma mercadoria a vista, no valor de R$ 32.000,00 (observem que cada item custou R$ 500,00). Observem que, nestes exemplos, utilizamos apenas lançamentos simples para melhor entendermos como funciona o registro da compra de mercadorias, nos próximos tópicos iremos aumentar o grau de complexidade destes lançamentos com a inclusão de alguns fatos que alteram estes lançamentos, com a incidência de tributos, as devoluções, bem como os abatimentos adquiridos. Estes são os primeiros passos!!! Vendas de Mercadorias As empresas precisam de receitas para poder operar e uma das principais alternativas para obter estas receitas é através das vendas de mercadorias. Estas vendas representam o retorno dos investimentos ou custos incorridos inicialmente. Contabilmente, na venda de mercadoria ocorre a realização da receita quando se entrega dos bens, obtendo-se em troca um pagamento (retorno financeiro) que poderá ser obtido à vista (Caixa) ou a prazo (Clientes ou Duplicatas a Receber). Nas operações de vendas de mercadorias são movimentadas as contas de resultados, denominadas de receitas. Vale destacar que as compras de mercadorias são feitas por um determinado valor, e no momento da venda esta mercadoria sofre um acréscimo, assim o valor pago inicialmente é chamado de Custo da Mercadoria, ok? Para escriturar a operação de venda de mercadorias devemos seguir os seguintes passos: 1º - registrar a receita de venda; 2º - efetuar a baixa das mercadorias que estavam no estoque, seguida do reconhecimento do Custo da Mercadoria Vendida (CMV). Vejamos como ficaria esta movimentação na prática: A empresa Compra Certa possuía em seu estoque o valor total de R$ 57.000,00 em mercadorias, equivalentes a 114 itens (conforme apresentado na 3ª situação). Foi realizada uma venda, a vista, de 30 itens de mercadorias existentes no meu estoque, sendo que cada item foi vendido por R$ 800,00, conseguindo com esta operação uma receita de R$ 24.000,00. 14
  • 15. Vamos ver com podemos escriturar esta movimentação? 4ª Situação: venda a vista de 30 itens de mercadorias do estoque por R$ 24.000,00, com um custo de R$ 15.000,00 (30 itens x R$ 500,00 - custo unitário). Observem que as contas movimentadas nestas operações foram: • Lançamento a) Caixa (a débito) e Receita de Vendas (a crédito); • Lançamento b) Custo da Mercadoria Vendida (a débito) e Estoque de Mercadorias (a crédito). 5ª Situação: venda a prazo de 40 itens de mercadorias do estoque por R$ 32.000,00, com um custo de R$ 20.000,00 (40 itens x R$ 500,00 - custo unitário). Observem que as contas movimentadas nestas operações foram: • Lançamento a) Clientes / Duplicatas a Receber (a débito) e Receita de Vendas (a crédito); • Lançamento b) Custo da Mercadoria Vendida (a débito) e Estoque de Mercadorias (a crédito). Vale destacar que, nestas situações, foram utilizados apenas lançamentos de simples vendas para melhor compreendermos o funcionamento desta operação. Nos tópicos a seguir, iremos acrescentar algumas novas situações a estes lançamentos com a inclusão de alguns fatos que alteram as vendas das mercadorias. 15
  • 16. FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS DE MERCADORIAS No tópico anterior citamos algumas observações em relação ao custo da mercadoria, no entanto é neste item que vamos dispor sobre alguns aspectos Geral que podem modificar o valor do custo das mercadorias adquiridas e vendidas e/ou promover novos lançamentos, como os: • Fretes • Seguros • Devoluções • Descontos • Abatimentos Contabilidade E então?! Vamos conhecer e praticar estas novas operações?! Vamos la!! Fretes e Seguros Em algumas operações podem ocorrer alterações nos custos das mercadorias, em virtude da realização de outros gastos para fazer com que a mercadoria chegue em segurança ao destinatário. Estes gastos podem ser decorrentes de seguros pagos para evitar a perda da mercadoria por roubo, acidente, ou qualquer outro tipo de sinistro, bem como aqueles referentes a fretes pagos pelo transporte da mercadoria até o seu estabelecimento. Estes valores são partes integrantes do custo das mercadorias e quando estes são oferecidos por terceiros (transportadores) – e não pelo fornecedor – tais valores não estarão inclusos na nota fiscal de compra e por este motivo a empresa compradora, que arcar com este custo, deve agregá-lo ao valor do produto. Assim, os fretes e seguros sobre compras correspondem às importâncias pagas pela empresa compradora das mercadorias, diretamente ao fornecedor ou a uma terceira empresa que promoveu o transporte das mercadorias, desde o estabelecimento do fornecedor até a sede da empresa. São duas as possibilidades de contratação do frete: • FOB (Frete Free Board) quando o valor do mesmo e demais custos acessórios ficam por conta do remetente; 16
  • 17. • CIF (Cost, Insurance and Freight) – fretes e demais custos acessórios serão pagos por conta destinatário. Deste modo, quando o frete ou o seguro for pago pela empresa adquirente das mercadorias, então, o valor do frete ou do seguro, passa a compor o preço das mercadorias, pois para elas o frete será um custo a mais. Vamos ver na prática contábil como estes registros podem ser feitos? Frete na Compra de mercadorias Considerando que a empresa Compra Certa realizou uma compra a vista de mercadorias no valor de R$17.500,00, cujo frete cobrado foi de R$ 500,00 pago no ato. 1ª Situação: compra de 35 itens de mercadorias a vista no valor de R$ 17.500,00, com cobrança de frete no valor de R$ 500,00. No final do período o frete será incorporado ao custo da mercadoria. Frete na Venda de mercadorias Nas vendas, o frete concedido pela empresa vendedora passa a ser uma despesa com vendas para a empresa que vendeu as mercadorias. 2ª Situação: Venda à vista de toda mercadoria adquirida anteriormente (35 itens), por um preço total de R$ 28.000,00, sendo que o frete pago pelo vendedor foi o valor equivalente a R$ 300,00. Nesta operação será necessário: • Registrar a receita de venda; • Baixar as mercadorias que estavam no estoque para vender, seguida do reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV); • Registro do frete pago no transporte das mercadorias. 17
  • 18. Contabilidade Geral Baixa do estoque o valor correspondente a última compra realizada (no valor de R$ 17.500,00) para vender, seguida do reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV): Registro do frete (R$ 300,00) pago no transporte das mercadorias: Deve-se observar que as empresas não são obrigadas a fornecer fretes, logo, para aquelas que os concedem, tornam-se despesas com vendas. Devoluções Em muitas situações podem ocorrer as devoluções de compras ou de vendas de mercadorias, como por exemplo, quando for constatado que as referidas mercadorias sofreram avarias no transportes, por não corresponderem ao pedido, etc. Estas devoluções podem ser totais ou parciais. Devoluções de Compras As devoluções de compras consistem na devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra. Ao efetuarmos a devolução, deveremos ajustar o valor das mercadorias no estoque, pois este fato ira reduzir a quantidade e o valor destas unidades. Vamos ver na prática? 3ª Situação: compra, a prazo, de mercadorias no valor total de R$ 5.000,00 (10 itens), seguida da devolução de R$ 1.000 (2 itens). Para lançarmos contabilmente esta operação será necessário: • Registrar a aquisição; • Registrar a devolução; • Transferir os valores para a conta de estoque, no momento da apuração do resultado. 18
  • 19. Na devolução da compra: Na apuração, transferir os valores para a conta de estoque: Alguns de vocês devem estar se perguntando: porque o lançamento contábil da devolução de compra não foi lançado diretamente na conta Estoque de Mercadorias? Neste caso o resultado final seria o mesmo, pois teríamos os mesmos valores, no entanto, a contabilidade deve fornecer aos seus usuários o máximo de informações e de forma detalhada. Se não tivéssemos aberto a conta Devolução de Compras, como poderíamos saber, ao final de um período, se tivemos devoluções e os seus valores correspondentes? Já aprendemos como registrar a devolução de compras, que tal exercitarmos um pouco a devolução de vendas? Devoluções de Vendas Estas devoluções consistem no retorno total ou parcial das mercadorias vendidas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da venda. Ao efetuarmos a devolução, deveremos ajustar o valor das mercadorias no estoque, pois este fato irá aumentar a quantidade e o valor das unidades existentes. 4ª Situação: Venda a prazo de 15 itens (custo de cada itens R$ 500,00) de mercadorias existentes no estoque, no valor total de $ 12.000,00 (preço de venda de cada item R$ 800,00), seguida da devolução de R$ 4.000,00, correspondente a 5 itens do estoque. 19
  • 20. Registro de Venda Contabilidade Geral Pelo reconhecimento do custo da mercadoria Pela devolução da venda Devolução Pelo retorno das mercadorias no estoque Observem que nas devoluções de vendas não podemos esquecer de devolver as mercadorias na contas de estoques, no entanto, este valor deve ser o de custo da mercadoria e não o preço de venda. Na 4ª Situação, o custo unitário da mercadoria foi de R$ 500,00 e o preço unitário de venda R$ 800,00, assim o valor a ser devolvido (ou estorno da saída) é o de R$ 2.500,00, referente a devolução de 5 itens. A conta de devolução de vendas é redutora da conta Receita de Vendas e será demonstrada na Demonstração do Resultado do Exercício como deduções da receita. Abatimentos e Descontos Incondicionais Neste tópico vamos tratar dos abatimentos e descontos incondicionais, também conhecidos como descontos comerciais, que são fatos que irão afetar o preço de compra ou venda. No caso dos abatimentos, estes estão vinculados a eventos posteriores a emissão do documento fiscal ou da transação comercial, enquanto que os descontos incondicionais estão vinculados ao momento da transação mercantil, no ato da emissão do documento fiscal. Ambos são deduções ocorridas no preço da mercadoria. 20
  • 21. Atenção!!!!! Os descontos incondicionais não são computados na base de cálculo dos impostos que incidirão nas operações mercantis. Em relação aos abatimentos, se forem dados no ato da transação, terão o mesmo tratamento destes descontos. Descontos comerciais nas compras Geralmente os descontos comerciais nas compras não são contabilizados, efetuandose o registro da compra pelo seu valor líquido, pois, certamente a Nota Fiscal foi emitida pelo valor líquido. Vamos ver como podemos lançar tal registro?! Vamos considerar que a conta “Fornecedores” possua um saldo de R$ 29.000 e Estoque de Mercado , um saldo de R$ 16.500. 5ª Situação: Compra a prazo de 15 itens de mercadorias para revenda no valor de R$ 7.500,00 com desconto concedido no ato da compra no valor de R$ 500,00. Como o desconto foi dado no ato, trata-se de um desconto comercial. Como dito anteriormente, certamente a Nota Fiscal foi emitida pelo valor líquido de R$ 7.000,00, tendo o desconto sido destacado no corpo do documento. Logo contabilizaremos da seguinte forma: No entanto, se for do interesse do usuário contabilizar o desconto, então teremos os seguintes lançamentos: Abatimentos nas compras Os abatimentos nas compras, por estarem vinculados a eventos posteriores à transação comercial, como por exemplo, mercadorias que chegam com defeito ao local de destino, se 21
  • 22. Contabilidade Geral confundem com os descontos financeiros, mas não são a mesma coisa. Ao ser concedido um abatimento, este irá afetar o valor das mercadorias nos estoques. 6ª Situação: aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 5.000,00. Algumas destas mercadorias chegaram com defeito na empresa Compra Certa, para se evitar devoluções, foi concedido um abatimento na operação no valor de R$ 200,00. Contabilização da compra conforme a Nota Fiscal Contabilização do abatimento conforme boleto pago pela empresa. Note que o valor do estoque ficou alterado por ocasião do abatimento: de R$ 5.000,00 passou para R$ 4.800,00, por isso dissemos que os abatimentos afetam o preço de custo. Descontos comerciais nas vendas Nos descontos comerciais concedidos nas vendas, geralmente a Nota Fiscal é faturada pelo seu valor líquido, assim, dá-se o mesmo procedimento com os descontos comerciais das compras, ou seja, não são contabilizados, efetuando-se o registro da venda pelo seu valor líquido. 7ª Situação: venda de 7 itens de mercadorias por R$ 5.600,00. No ato desta transação, o vendedor concedeu um desconto de 10% ($ 560,00) ao seu cliente, sendo a Nota Fiscal emitida com valor líquido de R$ 5.040,00. Assim a contabilização ficaria: No entanto, por questões de controle gerencial, o desconto poderá ser evidenciado na transação: 22
  • 23. Abatimentos nas vendas Na situações em que ocorrem os abatimentos sobre vendas, também se confundem com os descontos financeiros, mas não o são. Os abatimentos nas vendas não irão afetar o preço de custo da mercadoria nem o preço de venda diretamente, pois deverá ser registrado em conta específica de Abatimento sobre Venda. Este procedimento se da ate mesmo para fins de controle no setor de vendas da empresa. 8ª Situação: venda de 8 itens mercadorias a prazo no valor total de $ 6.400,00. Como algumas mercadorias chegaram com defeito ao destinatário, para evitar devoluções, foi concedido um abatimento na operação no valor de R$ 400,00. Vejamos como ficariam estes lançamentos: Como os abatimentos são concedidos geralmente após a transação comercial, em se tratando dos aspectos fiscais, vistos logo adiante, então estes terão o mesmo tratamento de um desconto financeiro. IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS EMPRESAS COMERCIAIS O Código tributário Nacional (LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966) estabelece que o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Os impostos incidentes sobre operações com mercadorias são proporcionais ao preço de compra e venda destas mercadorias e estão presentes em praticamente todas as transações comerciais. 23
  • 24. Contabilidade Geral Os impostos incidentes sobre vendas são despesas que ajustam o valor da Receita Bruta para apuração da Receita Líquida. Os impostos mais comuns para os estabelecimentos comerciais e os que trabalharemos neste tópico, são: TRIBUTOS Vale destacar que alguns impostos são recuperáveis, ou seja, quando compramos uma determinada mercadoria o imposto que pagamos na compra pode ser recuperada na venda. Isto ocorre porque o imposto não é cumulativo. Desta forma alguns impostos podem ser recuperáveis (não cumulativos) e não recuperáveis (cumulativos). A seguir veremos na prática como isto ocorre. Empresas Comerciais As empresas comerciais, são aquelas que compram e vendem mercadorias, são contribuintes apenas do ICMS, PIS e COFINS. Nas aquisições de mercadorias para revenda, haverá incidência destes tributos e os mesmos afetarão o preço de custo, pois os referidos impostos são recuperáveis. Logo, quando do registro do preço de custo das mercadorias nas fichas de estoques, estes já deverão estar deduzidos do ICMS, PIS e COFINS, sendo os mesmos registrados como direito no Ativo Circulante / Impostos a Recuperar. Vale ressaltar que na Nota Fiscal da compra, terá o destaque apenas do ICMS, sendo que o PIS e a COFINS deverão ser calculados à parte e devidamente contabilizados. Este procedimento se dá por conta do Regime Não-Cumulativo do PIS e COFINS, pois se a empresa estiver sujeita ao Regime Cumulativo, então teria direito apenas à recuperação do ICMS. Atenção!!! Para saber que regime aplicar na apuração do custo da mercadoria, é necessário que se tenha uma informação prévia desde o início do exercício. 1ª Situação: compra à prazo de 20 unidades de mercadorias para revenda, no valor unitário de R$ 500,00, com incidência de ICMS (17%), e direito de PIS (1,65%) e COFINS (7,6%). Anteriormente comentamos que os impostos serão deduzidos do preço de custo para registro nos estoques, então, o valor do custo das mercadorias será o valor total das mercadorias menos o valor do ICMS, PIS e COFINS, totalizando o valor de R$ 7.375,00, e na contabilização teremos: 24
  • 25. Nesta operação a mercadoria foi comprada pelo valor de R$ 10.000,00, no entanto o seu custo foi de R$ 7.375,00, tendo em vista que os valores dos impostos serão recuperados na venda. Quando as mercadorias forem vendidas, os saldos das contas de impostos a recuperar serão transferidos para as respectivas contas de impostos a pagar, no passivo circulante. 2ª Situação: agora a empresa Compra Certa revendeu todas as mercadorias adquiridas anteriormente (20 unidades), pelo valor total de $16.000,00, à vista. Esta venda representa para a empresa uma receita, sobre a qual incidirão o ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS (7,6%). Para contabilizar esta venda, seguiremos três passos: • Registro da receita de venda (lançamento “a”); • Baixa das mercadorias do estoque e reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV) (lançamento “b”); • Registro da obrigação de pagamento dos impostos e, respectivas deduções da receita de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”). Registro da receita de venda(lançamento “a”): 25
  • 26. Baixa das mercadorias do estoque e reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV) (lançamento “b”): Contabilidade Geral Registro da obrigação de pagamento dos impostos e, respectivas deduções da receita de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”). Depois de realizadas as operações de compras e vendas no mês, iremos fazer a compensação dos direitos e obrigações dos impostos. Neste momento, devemos analisar os saldos das contas a Recolher e a Recuperar para verificar se neste temos impostos a pagar ou não. Para fazer esta análise é preciso verificar se o total de impostos a recolher (impostos nas vendas) é superior aos impostos a recuperar (impostos nas compras). Vamos estudar as contas a Recolher e Recuperar do ICMS? Na 1ª Situação, temos um ICMS a Recuperar de R$ 1.700,00, proveniente das compras; na 2ª Situação o valor do ICMS a Recolher é R$ 2.720,00, em virtude das vendas. Assim, fazendo a compensação entre as contas, neste mês teremos um ICMS a pagar, pois o valor a recolher é superior ao que temos a recuperar. O valor do ICMS a Recolher será de R$ 1.020,00 (R$ 2.720,00 – R$ 1.700,00). Esta mesma análise se aplica aos impostos não-cumulativos. 26
  • 27. Vejamos a contabilização destas compensações: Observe que as contas do Ativo (a Recuperar) estão com saldo zero, pois os valores foram transferidos para as contas do Passivo (a Recolher) resultando em redução dos valores dos impostos a pagar. Estas são as compensações dos impostos a Recolher e a Recuperar. Se em algum mês a valor das contas a Recuperar for superior às contas a Recolher, os saldos das contas do passivo a Recolher serão transferidos para as contas do Ativo, a Recuperar, não sendo devido o pagamento de impostos neste mês. ATIVIDADE COMPLEMENTAR As Sociedades Empresariais, no Brasil, podem ser constituídas de que forma? Quais são as características de cada uma? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Como seriam os lançamentos contábeis referentes a uma compra de mercadorias no dia 06/04 pelo valor de R$ 50.000,00, com pagamento para 60 dias (a prazo) e posteriormente uma venda de todas as mercadorias adquiridas no dia 06/04 pelo valor de R$ 95.000,00? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 27
  • 28. Contabilidade Geral Cite cinco fatos que alteram as compras e vendas de mercadorias e exemplifique. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ____________________________________________________________ Diante de uma operação compra à prazo de 15 unidades de mercadorias para revenda, no valor unitário de R$ 150,00, com incidência de ICMS (17%), e direito de PIS (1,65%) e COFINS (7,6%), como este fato poderia ser contabilizado? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ – Em continuidade a questão anterior, vamos agora considerar que a mesma empresa revendeu todas as mercadorias adquiridas anteriormente (15 unidades), pelo valor total de R$5.250,00, à vista. Esta venda representa para a empresa uma receita, sobre a qual incidirão o ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS (7,6%). Como ficaria a contabilização desta operação em razonetes? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS MISTAS Vimos no bloco anterior que as operações mercantis, operações de compras e vendas, envolvem uma série de lançamentos. Podemos observar que existem as compras de mercadorias e que estas são adquiridas por um valor e revendidas por outro. Constatamos também que os estoque de mercadorias devem ser controlados. Para completar este assunto abordaremos agora o sistema de inventário. O sistema de inventário é utilizado quando não há um controle contínuo das mercadorias existentes em estoque. Periodicamente, será realizado um levantamento físico das mercadorias, com a finalidade de apurar o estoque final, tendo em vista necessidade de apresentação deste valor no Balanço Patrimonial. Por este critério, o custo das mercadorias vendidas é apurado por dedução. 28
  • 29. Devemos considerar: CMV = Custo da Mercadoria Vendida EI = Estoque Inicial C = Compras EF = Estoque Final Se quisermos encontrar o Custo da Mercadoria Vendida, basta identificar i valor do Estoque Inicial e somar o valor das Compras realizadas, posteriormente subtraindo o valor do Estoque Final. Ou seja: CMV = EI + C – EF Desta forma, para encontra Custo da Mercadoria Vendida basta subtrair o estoque final (apurado a partir do levantamento físico) do valor total das mercadorias disponíveis para venda (estoque inicial + compras). A partir de sua adoção, as empresas passam a elaborar o inventário físico das mercadorias somente no final de um período, assim, o resultado operacional bruto (RCM) só será conhecido no final desse período. Vale ressaltar que no momento da contagem física do estoque, deve ser atribuído a este, como valor unitário das mercadorias, o custo das últimas entradas. Contabilização Na contabilização das operações do estoque pelo inventário periódico, utilizaremos o método Conta Mista para a escrituração. A escrituração por Contas Desdobradas está explicada no AVA. A conta mista consiste na adoção de uma só conta para o registro de todas as operações que envolvem mercadorias, normalmente, essa conta é denominada Mercadoria. 1ª Situação: uma determinada empresa deseja saber o valor do Custo da Mercadoria Vendida e o seu Resultado com Mercadorias. De acordo com os dados abaixo, vamos encontra estes valores? Podemos afirmar, por dedução, que o custo da mercadoria vendida foi de: 29
  • 30. Contabilidade Geral Sabemos que: CMV = EI + C - EF Então: CMV = 23.000,00 + 104.500,00 – 22.500,00 CMV = 105.000,00 Note que o Estoque Inicial (EI) tem o mesmo valor do estoque final do período anterior. O Resultado com Mercadorias (RCM) é o resultado do total de vendas subtraído o valor dos Custos da Mercadoria Vendida, ou seja: RCM = V – CMV Vamos ver com este registro é feito na prática? Sabemos que o Estoque Inicial (EI) é de R$ 23.000,00, então o saldo (S) da conta de Estoque de Mercadorias será assim contabilizado: Efetuaremos na própria conta de Estoque de Mercadorias, que já está com um saldo, o registro das compras (a prazo) do período = R$ 104.500,00. As vendas à vista no período, forma no valor de R$ 150.000,00. Serão, assim registradas no Caixa. Realizada a venda, vamos partir para a apuração do Custo da Mercadoria Vendida. 30
  • 31. Para tanto, não podemos esquecer do levantamento físico do estoque final, cujo valor apurado foi de R$ 22.500,00. Lembra da Fórmula? CMV = EI + C – EF CMV = $23.000,00 + $104.500,00 - $22.500,00 CMV = $105.000,00 Apurando o RCM (Resultado Com Mercadorias), temos: RCM = V – CMV RCM = R$ 150.000,00 –R$ 105.000,00 = R$ 45.000,00 Vejamos: Para apurar o Resultado com Mercadoria basta encerrar o saldo das contas Receita de venda e CMV com a conta RCM. Este é o Sistema de Inventário Periódico. Agora que já conhecemos este sistema vamos estudar o Sistema de Inventário Permanente? Vamos lá!!!! SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS O inventário permanente, diferente do sistema de inventario periódico, pois consiste em controlar permanentemente os estoques de mercadorias efetuando os respectivos registros a cada compra ou devolução e a cada venda ou devolução. Dessa forma, como os estoques de mercadorias são mantidos atualizados constantemente, as empresas podem apurar o resultado da conta Mercadorias no momento em que desejarem. Através deste sistema é realizado um controle contínuo de entradas e saídas de 31
  • 32. Contabilidade Geral mercadorias do estoque. O movimento de entradas e saídas serão controlado com o auxílio de Fichas de Estoque, as quais discriminarão, nas colunas de Entradas, Sidas e Saldos as seguintes informações: • a Quantidade (quant.) • o Valor Unitário (Vl. Unit.) • o Total Uma das grandes vantagens deste método é que sempre estará atualizado o saldo do estoque, pois ela é constantemente alimentada! Vamos conhecer o modelo da ficha de estoque para ficarmos mais familiarizados com o assunto? Uma informação relevante sobre o inventário permanente é que existem três critérios de avaliação do custo das mercadorias, que se diferenciam basicamente em função de características que servem como atributos para variar o estoque: fornecedores, preço e qualidade. Os critérios para avaliação são denominados de: • PEPS ou FIFO • UEPS ou LIFO • Média Ponderada Móvel 32
  • 33. Neste tópico trabalharemos os dois primeiros critérios de avaliação de estoque, o PEPS ou FIFO e o UEPS ou LIFO, ok? O critério da Média Ponderada Móvel será trabalhada no próximo tópico. Vamos exercitar um pouco? Com a finalidade de compararmos os três critérios, usaremos o mesmo exemplo para evidenciarmos as movimentações e registros nas respectivas fichas. Observem existiram dois lotes de compras e em ambos os casos os preços de aquisição foram diferentes. Agora eu pergunto: no momento da venda, devo dar baixa no meu estoque considerando que valor? a) devo dar baixa na mercadoria de valor unitário de R$ 50,00, pois foi a primeira que entrou no estoque? b) devo dar baixa na mercadoria de valor unitário de R$ 40,00, pois foi a última que entrou no estoque? c) devo fazer uma média ponderada para identificar o valor que atribuirei para dar baixa na mercadoria vendida? 33
  • 34. As três alternativas estão corretas, pois estes são os três critérios que podemos adotar. É claro que temos que fazer a opção por um único critério, não podendo usar os três ao mesmo tempo. Contabilidade Geral Vamos conhecer mais detalhes sobre o PEPS e o UEPS? Atenção!!!! Na ficha de estoque controlamos apenas os valores ao preço de custo, logo, o preço de venda não deve ser registrado nessas fichas. As mercadorias serão baixadas nas fichas pelo valor de custo. PEPS OU FIFO PEPS ou FIFO é uma expressão inglesa que significa (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In, First Out). Este critério estabelece que quando ocorrer a venda da mercadoria será dado baixa de acordo com preço de custo das primeiras mercadorias adquiridas ou fabricadas. O passo a passo para preenchimento da ficha de estoque: • Para iniciar os lançamentos dos fatos contábeis na ficha de estoque, devemos levar em consideração a ordem cronológica (as datas em que primeiro ocorreram os eventos); • Devemos inserir o saldo inicial (quando houver); • Os lançamentos devem ser individualizados, ou seja, a quantidade de produtos e seus respectivos preços devem ser mantidos; • Sempre que existir uma nova operação os saldo anterior deve ser resgatado (quando necessário ajustado); • Depois de concluído todos os registros, finaliza-se o preenchimento através da soma. Registrando os fatos propostos 34
  • 35. Analisando a ficha de estoque podemos extrair as seguintes informações: • Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, inicialmente as 02 unidades com valor de R$ 40,00 cada (pois foi a primeira que entrou), em seguida as 10 unidades com valor de R$ 50,00 (pois foi a próxima que entrou no estoque) e por fim as 08 unidades que faltavam para completar a quantidade total da venda (20 itens), com o valor de R$ 30,00, cada. Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida, pois no momento da baixa proveniente da venda, os primeiros elementos que saíram foram os que primeiro entraram. • O valor total das compras foi de R$ 950,00 (total da última coluna das entradas). • O CMV do período foi de R$ 820,00 (total da última coluna das saídas). • O saldo final do estoque é de R$ 210,00 (último valor registrado na última coluna dos Saldos). UEPS ou LIFO Ao contrário do PEPS, no UEPS (Último que entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In, First Out) significa que a última mercadoria que entra no estoque, no momento da venda será a primeira a sair. Continuemos o registro com o nosso mesmo exemplo: Analisando mais uma vez a ficha de estoque podemos extrair as seguintes informações: • Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, inicialmente as 15 unidades com valor de R$ 30,00 cada (pois foi a última que entrou), em seguida as 05 unidades restantes para completar a quantidade total da venda (20 itens) com valor de R$ 50,00, cada (pois foi a penúltima que entrou no estoque). Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida no momento da baixa proveniente da venda, foi dada primeiro na última que entrou. • O valor total das compras foi de $950,00 (total da última coluna das entradas); • O CMV do período foi de $700,00 (total da última coluna das saídas); • O saldo final do estoque é de $180,00 (último valor registrado na última coluna dos Saldos). 35
  • 36. Contabilidade Geral Atenção!!! O único critério de avaliação de estoque do sistema de inventário permanente que não é permitida pela legislação do Imposto de Renda é o UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) Para saber como contabilizar em razonetes (conta “T”) as operações das ficas de estoques, consulte o AVA!!! SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA Vimos nos tópico anterior que existem três critérios de avaliação dos estoques: • PEPS ou FIFO • UEPS ou LIFO • Média Ponderada Móvel Podemos perceber, no método do PEPS e UEPS que a diferença entres eles esta na ordem de baixa das mercadorias no momento da venda. No PEPS a primeira baixa deve ser na primeira mercadoria que entrou no estoque, pois o primeiro que entra é o primeiro que sai (com seu respectivo valor de aquisição). No UEPS, a última mercadoria que entra é a primeira que sai, com seu respectivo valor de compra. E no critério da Média Ponderada? Quais valores serão dados baixa primeiro? Este critério chama-se média ponderada, pois, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se pela compra de outras unidades por um preço diferente. Assim, o saldo será calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades existentes. • Para iniciar os lançamentos dos fatos contábeis na ficha de estoque, devemos levar em consideração a ordem cronológica (as data em que primeiro ocorreram os eventos); • Devemos inserir o saldo inicial (quando houver); • Os lançamentos devem ser individualizados, e a cada novo lançamento deve-se retirar a média entre o preço dos produtos no estoque com a nova aquisição, ou seja, teremos apenas um único preço na coluna de saldo equivalente ao total da quantidade de produtos; • Sempre que existir uma nova operação os saldo anterior deve ser resgatado e retirada a nova média. Depois de concluído todos os registros, finaliza-se o preenchimento através da soma. 36
  • 37. Analisando a ficha de estoque pela média ponderada móvel, podemos extrair as seguintes informações: • Primeira compra foi feita no valor de R$ 500,00, representando 50 unidades. Observem que já tínhamos um saldo de 02 unidades no valor de R$ 80,00, cada uma valendo R$ 40,00. Para chegarmos ao valor de R$ 48,33 a unidade, tiramos a média ponderada, ou seja, somamos o valor de R$ 80,00 + R$ 500,00 (referente ao valor pago pelo total de produtos) e encontramos um saldo total de R$ 580,00. Em seguida dividimos este valor pelo total de mercadorias, assim teremos, R$ 580,00 ÷ 12 = R$ 48,33, que será o novo valor unitário por mercadoria. Ok? • Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, o valor proveniente da média ponderada. • Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida no momento da baixa proveniente da venda, foi dada primeiro na última que entrou. • O valor total das compras foi de $950,00 (total da última coluna das entradas). • O CMV do período foi de $763,00 (total da última coluna das saídas). • O saldo final do estoque é de $267,00 (último valor registrado na última coluna dos Saldos). Vamos agora analisar as diferenças entre os três critérios utilizados para avaliação de estoque? Em síntese temos no quadro abaixo as principais diferenças entres os critérios: • O método PEPS apresenta o CMV menor. Fato comum em situação inflacionária, pois as mercadorias vendidas são baixadas com base nos preços mais antigos e, portanto, na maioria das vezes menores. Em contrapartida, o valor de estoque final é o maior, vez que as mercadorias que ficam geralmente possuem preço mais elevado. • O método UEPS é exatamente o contrário. A baixa é feita de acordo com as últimas aquisições. Em situações inflacionárias, a tendência é que as últimas mercadorias adquiridas tenham preços de custo mais caros causando assim, o CMV mais elevado e o valor final do estoque menor. 37
  • 38. • A Média Ponderável Móvel, logicamente, apresentou valores intermediários, vez os preços de custos é a razão entre o custo total e a quantidade existente, encontrando, portanto, o preço de custo médio. Contabilidade Geral Para saber como contabilizar em razonetes (conta “T”) as operações das ficas de estoques, consulte o AVA!!! COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS Podemos perceber nas operações realizadas até aqui que existem algumas formas de efetuar os pagamentos das compras e vendas, podendo ser a vista ou a prazo. Geralmente as organizações vendem suas mercadorias ou prestam serviços concedendo um prazo para pagamento, mediante emissão de duplicatas, além da Nota Fiscal. As duplicatas são títulos de créditos decorrentes das operações mercantis, que garantem ao vendedor o direito de recebimento de seus clientes. Após a emissão das duplicatas, o cliente se compromete ao efetivo pagamento, o que poderá fazê-lo por meio de uma cobrança simples. No procedimento de cobrança simples de duplicatas, a empresa contrata os serviços de uma instituição financeira e, mediante Borderô encaminha os títulos para a cobrança simples. O borderô é um documento no qual serão relacionados e anexados os títulos ora enviados para cobrança. Os clientes aos quais foram emitidos os títulos procederão com a quitação junto à instituição financeira. Vale ressaltar que a empresa transfere a posse dos títulos para a Instituição Financeira, mas não a propriedade. Vamos praticar um pouco?! 1ª Situação: vamos considerar que a empresa tinha na conta de Duplicatas a Receber um valor de R$ 1.500,00 e efetuou uma operação de desconto simples de duplicatas, na qual, mediante emissão de borderô, foram encaminhadas 05 duplicatas (o saldo total da conta) para o Banco País Legal que cobrou comissão de 10% sobre o total dos títulos: Para realizar esta contabilização seguiremos o passo a passo a seguir: • Pela remessa dos títulos à instituição financeira; • Pelo registro da despesa financeira (comissão); • Pela quitação efetuada pelos clientes; • Pela baixa das contas de compensação. Pela remessa dos títulos à instituição financeira Diante da definição apresentada a empresa transfere a posse do título, mas não a propriedade, por isto, o envio das duplicatas mediante borderô deverá ser evidenciado em contas de compensação. 38
  • 39. Pelo registro da despesa financeira (comissão) As instituições financeiras cobram taxas pelos serviços que oferecem, tais como, manutenção de conta, abertura de crédito, comissões, dentre outras. Para a empresa que contrata estes serviços, o valor das taxas é contabilizado como despesa financeira. Assim, o valor da comissão é: 1.500,00 x 10% = 150,00 Pela quitação efetuada pelos clientes No vencimento dos títulos os clientes se dirigiram à respectiva instituição financeira e procederam com a liquidação do título. O valor pago foi creditado em conta corrente bancária da empresa, por este fato, daremos baixa nas contas que registram tal direito no Ativo. Pela baixa das contas de compensação E por fim, já que os títulos foram devidamente quitados e devolvidos para a empresa pela instituição financeira, só nos resta agora dar baixa nas contas que evidenciaram a circulação destes títulos. Perceberam como é simples realizar estes lançamentos? Pois é, basta prestar atenção e fazer o passo a passo!! 39
  • 40. ATIVIDADE COMPLEMENTAR Contabilidade Geral No Sistema de Inventário Periódico, como podemos encontrar o Custo da Mercadoria Vendida? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2. Quais são os critérios utilizados pelo Sistema de Inventário Permanente? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3. Quais são as particularidades de cada critério de avaliação de estoque utilizado pelo Sistema de Inventário Permanente? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 4. Como devemos fazer encontrar o valor unitário, na coluna do saldo, das mercadorias escrituradas na ficha de estoque, através do Sistema de Inventário Permanente, pelo critério da Média Ponderada? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 5. Considerando que uma empresa tinha na conta de Duplicatas a Receber um valor de R$ 3.000,00 e efetuando uma operação de desconto simples de duplicatas, na qual, mediante emissão de borderô, foi encaminhada 01 duplicata (o saldo total da conta) para o Banco que cobrou comissão de 15% sobre o total dos títulos. Como podemos contabilizar tal operação? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 40
  • 41. APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES Despesas Antecipadas Conceito Conforme já visto anteriormente, sabemos que despesas representam todos os bens ou serviços consumidos de forma direta ou indireta com o objetivo de se obter receita. As despesas reduzem o Patrimônio Líquido e possuem a característica de representar um sacrifício financeiro no processo de obtenção de receitas. Não obstante, existem despesas que não se configuram no resultado do exercício. São despesas que, apesar de já terem sido pagas, não foram decorrentes no período corrente. São configuradas como despesas antecipadas ou despesas do exercício seguinte, por se caracterizarem em despesas que apesar de pagas em certo exercício, possuem por competência no exercício seguinte, pois, apenas neste referido exercício esta despesa será, realmente formalizada. A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade conceitua deste modo, as despesas antecipadas: São aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial. (Resolução CFC n° 847, de 16-06-99). Atenção! No que se refere à Conta de Seguros, registra-se o valor do prêmio de seguro a ser pago, debitado em conta de despesa diferida. Todos os meses credita-se nessa conta, a débito da conta de despesa pelo valor correspondente à parcela do prêmio referente ao mês. Veja que o prêmio ainda não foi pago; apenas registrouse a obrigação de pagá-lo. Todavia, a parte do seguro já efetuada é considerada como despesa. (FRANCO, 2006). Vejamos um exemplo para solidificar o conhecimento: A organização BETA resolveu que iria antecipar o pagamento do aluguel do imóvel onde funciona, em dezembro de 2007, que venceria em janeiro de 2008, no valor de R$ 9.000. Lembrando que, embora o pagamento ter sido feito em 2007, o aluguel é da competência de 2008. Portanto, no exercício social de 2007, esta despesa antecipada de 2008, não será configurada como despesa, na conta de resultado, mas um direito registrado no Ativo Circulante. 41
  • 42. Contabilização deste fato contábil: a) Em dezembro de 2007 registra-se pelo total dos pagamentos efetuados. Contabilidade Geral Razonete: b) Em janeiro de 2007 são apropriadas as despesas já formalizadas no período. Razonete: Partindo para mais um exemplo para fixar: Houve a contratação de seguro por uma organização pelo prazo de um ano, para sua sede durante o período de 01 de maio 2007 a 30 de abril de 2008. O prêmio pago foi no valor de $ 18.000, no dia 15 de abril de 2007. Sabemos que a segurada não se materializa em despesas no momento do pagamento do seguro de sua sede. Assim, vamos à maneira certa de contabilização, em 15 de janeiro de 2008: Razonetes: 42
  • 43. Desta maneira, quando do encerramento do exercício, em 31 de dezembro de 2007 a organização Beta reconhecerá a parcela da despesa de seguros da sua sede incorrida, que será proporcional ao tempo decorrido, à razão de $ 1.500 por mês. Razonetes: No encerramento do exercício em que o seguro foi contratado, 31 de dezembro de 2007, a conta Despesas de Seguros será encerrada contra a conta Apuração de Resultado do Exercício (ARE). Assim, a conta Seguros a Vencer surgirá no ativo com o saldo remanescente no valor de $ 6.000,00 que é a despesa de seguros proporcional aos meses de janeiro a abril do exercício social correspondente ao ano de 2007. Portanto, entendemos que as despesas pagas antecipadamente são aquelas consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício, cujo fato gerador, ocorrerá no exercício seguinte, à data de encerramento do balanço. O pagamento de despesas antecipadas pode também, referir-se a despesas em que o fato gerador ocorrerá em mais de um exercício. Consoante a isto, os lançamentos deverão ser feitos nas contas do Realizável a Longo Prazo. Deste modo, as despesas antecipadas devem ser registradas no plano de contas deste modo: 43
  • 44. Contabilidade Geral Fique atento! Se uma Despesa Antecipada em que o término das parcelas ocorra apenas no próximo exercício social seguinte (15 parcelas), deverá ser dividida entre as contas do Ativo Circulante - Despesas Antecipadas (12 parcelas) e Realizável a Longo Prazo - Despesas Antecipadas (03 parcelas). Receitas Antecipadas Como sabemos, o conceito de Receita inclui somente a entrada bruta dos benefícios econômicos recebidos e a receber pela empresa em transações por conta própria. As Receitas antecipadas constituem-se em uma obrigação para terceiros, seja pela venda de um determinando bem ou pela prestação de um serviço. Assim, os valores recebidos como receitas antecipadas por produtos ou serviços não irão para o resultado do exercício, mas devem ser incluídos em exercícios futuros - denominados como resultado de exercícios futuros pela legislação vigente - e serão demonstrados com a dedução dos valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentro do respectivo grupo do ativo ou do passivo. Exemplificando!!! Uma determinada empresa de fabricação de aeronaves fechou contrato para venda de seus produtos – aviões - na importância de $ 100.000. Os custos totais de fabricação foram de 50%. No contrato, foi celebrado que a empresa compradora faria uma entrada de 50% do total, sendo que o restante seria pago em uma parcela na no ato da entrega. Observe que a venda foi para uma futura entrega. Assim, a empresa vai produzir o bem no próximo exercício seguinte. Ano 0 Passivo - OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS Receitas Antecipadas $ 50.000 (50% do valor) DRE - como não incorreu custo, não há registro da receita. Ano 1 Passivo Receitas Antecipadas $ 0 DRE Receita Operacional Bruta 100.000 (-)CPV (50.000) 44
  • 45. Classificação das Despesas e Receitas Operacionais e Deduções das Despesas Operacionais nas Entidades sem fins Lucrativos Despesas Operacionais As despesas operacionais possuem relação direta com o negócio da organização. Como exemplo, temos uma organização industrial que fabrica tintas. Os salários dos funcionários que trabalham na produção das tintas, são considerados despesas operacionais, bem como o aluguel da fábrica, a luz da fábrica, são despesas operacionais, pois sem eles, a fábrica pararia de produzir. São consideradas despesas operacionais para fins de demonstração do resultado do exercício: A. Deduções de vendas, abatimentos e impostos; B. Custo dos produtos vendidos (indústria) / custo das mercadorias vendidas (comércio); C. Despesas operacionais. CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS OPERACIONAIS • Despesas com vendas; • Despesas financeiras; • Despesas gerais e administrativas; • Outras despesas operacionais. Despesas Operacionais são aquelas realizadas tendo em vista a geração de receitas e são diretamente relacionadas com a natureza do negócio da organização. Destaque!!! O art. 187 da Lei 6.404/76 estabelece, para que se possa chegar ao lucro operacional a dedução das: “despesas com vendas, despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras operacionais”. Assim sendo, é proposto no Plano de Contas: DESPESAS OPERACIONAIS A. DE VENDAS B. ADMINISTRATIVAS C. RESULTADOS FINANCEIROS LÍQUIDOS D. OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de Vendas São todas as despesas que se relacionam diretamente com as vendas de mercadorias e serviços da organização. Exemplificando: • DESPESAS COM O PESSOAL: devem ser contabilizadas no mês a que se referem, ainda que pagas depois, registrando-se o passivo correspondente; • COMISSÕES DE VENDAS: abarca todas as despesas com comissões devidas 45
  • 46. sobre vendas. Estas despesas devem ser contabilizadas no mesmo período das respectivas vendas; • OCUPAÇÃO: despesas com ocupação física de imóveis e instalações, tais como: alugueis, condomínios (imóveis de terceiros); Contabilidade • UTILIDADES E SERVIÇOS: abrande gás contas de água e esgoto, Geral energia elétrica, telefone, correios, reprodução (xerox), seguros, etc. • PROPAGANDA E PUBLICIDADE: especial para campanhas vinculadas à promoção de vendas de produtos; • DESPESAS GERAIS: são despesas dispostas da seguinte maneira no Plano de Contas: Viagens e representação Material de escritório Materiais auxiliares e consumo Higiene e limpeza Copa, cozinha e refeitório Conduções e lanches Revistas e publicações Donativos e contribuições Legais e judiciais Serviços profissionais e contratados Auditoria Consultoria Recrutamento e seleção Segurança e vigilância Treinamento de pessoal • TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES: são despesas de: Imposto sobre propriedade territorial e rural (IPTR) Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) Contribuição sindical Contribuições para o PIS/PAPEP e COFINS (exceto sobre o faturamento) Destaca-se que os valores recuperáveis dessas contribuições relativos às despesas do exercício, podem ser contabilizadas de diferentes modos. Aqui destacaremos três: contabilização da despesa pelo seu valor liquido, utilizando-se a conta de “impostos e contribuições a recuperar” para registrar o valor que poderá ser compensado; contabilização da despesa pelo seu valor total e, simultaneamente, estornando-se da despesa, contra “impostos e contribuições a recuperar”, o valor que será compensado; contabilização da despesa onde serão lançados os valores que poderão ser compensados com os valores a pagar, seno a contrapartida na conta de “impostos e contribuições a recuperar”. • PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA: o valor registrado é apenas a diferença entre o saldo anterior da provisão e o novo saldo. Analiticamente, temos a seguinte composição das Despesas Operacionais de Vendas: Despesas com o Pessoal a) Salários e Ordenados 46
  • 47. Nesta conta são registrados os salários brutos, contendo as horas extras, bem como outros adicionais. b) Gratificações Abrangem todas as gratificações concedidas pela empresa, mas que não incorporam o salário normal nem as horas extras. c) Férias São os salários e ordenados equivalentes ao período de férias dos empregado. No período de competência, esta despesa deve ser reconhecida e registrada como encargo adicional registrado nos onze meses anteriores a que o empregado trabalhou. d) Plano Complementar de Aposentadoria e Pensão Esta despesa deverá ser registrada pelo regime de competência em função do qual o custo estimado dos benefícios a serem proporcionados futuramente no período em que os serviços do beneficiário do plano são prestados à organização. e) Décimo-terceiro salário A sua contabilização é baseada no tempo decorrido, seno o valor total apropriado proporcionalmente aos doze meses do ano. f) Instituto Nacional do Seguro Social - INSS Abarca a parte do encargo social sobre a folha de pagamento, mas que representa ônus para a organização, já que o recolhimento total efetuado para o INSS abrange também a parte do funcionário, deduzida na folha de pagamento. g) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS Consiste no encargo da organização relativo ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para o trabalhador, sendo que seu registro é efetuado no próprio mês de competência da folha de pagamento. h) Indenizações As indenizações são devidas àqueles empregados relativamente ao tempo de serviço anterior ao Fundo de Garantia e esporadicamente a não optantes. São pagas na demissão sem justa causa ou em negociações com funcionários. A sua contabilização é feita quando ocorre efetivamente esta despesa. i) Assistência Médica e Social, Seguros, etc. Estas despesas deverão ser reconhecidas pelo regime de competência, tanto para as organizações que prestam assistência médica ou social aos seus funcionários, quanto pelas organizações que contratam este tipo de assistência para seus funcionários. Despesas administrativas As despesas administrativas correlacionam-se diretamente com a administração da organização. Note que: As despesas Administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa, e constituemse de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases do negócio ou objeto social (Manual de Contabilidade das Sociedades Por Ações, 2007). 47
  • 48. Exemplificado: • DESPESAS COM O PESSOAL: assim como as Despesas de Vendas, as despesas com o pessoal administrativo devem ser contabilizadas no mês a que se referem, ainda que pagas depois, registrando-se o passivo Contabilidade correspondente; Geral • OCUPAÇÃO: do mesmo modo que as Despesas de Vendas, as Despesas Administrativas com ocupação física de imóveis e instalações, tais como: aluguéis, condomínios (imóveis de terceiros); • UTILIDADES E SERVIÇOS: da mesma maneira que nas Despesas com Vendas, as despesas com utilidades e serviços administrativos abrandem gás contas de água e esgoto, energia elétrica, telefone, correios, reprodução (xerox), seguros, etc. • HONORÁRIOS: estas contas são separadas em: Diretoria Conselho de Administração Conselho Fiscal Serão apresentadas na Demonstração de Resultado, o somatório destas contas em apenas um subtítulo específico. • DESPESAS GERAIS: são despesas comuns às Despesas de Vendas também dispostas da seguinte maneira no Plano de Contas: Viagens e representação Material de escritório Materiais auxiliares e consumo Higiene e limpeza Copa, cozinha e refeitório Conduções e lanches Revistas e publicações Donativos e contribuições Legais e judiciais Serviços profissionais e contratados - Auditoria - Consultoria - Recrutamento e seleção - Segurança e vigilância - Treinamento de pessoal • DESPESAS COM PROVISÕES: consiste em outra Despesa Administrativa, comum às Despesas de Vendas. O valor registrado é apenas a diferença entre o saldo anterior da provisão e o novo saldo. Despesas financeiras Quando da Demonstração do Resultado do Exercício, tal conta será demonstrada com o valor líquido. Trata-se de conta individual, todavia, e, na conta de resultado é considerada como débito (GOUVEIA, 2001). As despesas financeiras representam o custo das operações de empréstimos e financiamento. Estas despesas comportam: • Despesas de juros: referentes a empréstimos, financiamentos desconto de títulos e outras operações; • Descontos concedidos: descontos concedidos a clientes por pagamentos antecipados de duplicatas e outros títulos; 48
  • 49. • Comissões e despesas bancárias: despesas cobradas pelos bancos e outras instituições financeiras nas operações de desconto, de concessão de crédito, comissões em repasses, etc. Note que: Apenas os juros serão incluídos nas Despesas Financeiras. Não serão incluídas as atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos as quais são registradas separadamente nas Variações Monetárias (Manual das Sociedades pos Ações, 2007). Receitas Operacionais Receita é a entrada monetária que ocorre em uma Entidade, normalmente em forma de dinheiro ou de créditos que representam direitos. Nas empresas privadas a Receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou serviços. Então, entendemos que: Receitas são entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma de bens ou direitos que sempre provocam aumento da situação líquida. (http://www. portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm) Receita de uma companhia é o dinheiro que ela recebe ou tem direito a receber, decorrente de suas operações (GOUVEIA, 2001). Em se tratando de Receitas Operacionais, podemos dizer que são aquelas decorrentes das atividades principais ou acessórias desenvolvidas pela empresa, classificando-se em: • Receita da Atividade Técnica ou Principal: trata da atividade principal da empresa. Neste caso estão as vendas de produtos, mercadorias ou serviços; • Receita Acessória ou Complementar: proveniente da receita da atividade principal; Representa rendimentos complementares. Esse grupo de Receitas é denominado de “Outras Receitas Operacionais”, e são compostos pelas Receitas Financeiras (juros, aluguéis, rendimentos) De uma outra forma, afirmamos que as Receitas Operacionais são provenientes do objeto de exploração da empresa, destacando-se: - Receitas Brutas; - Receitas Líquidas; - Receitas Financeiras. Receitas Brutas A Receita Bruta se configura no produto da venda de bens e serviços. É a receita total proveniente das atividades-fim da empresa. Conceito Tributário de Receita Bruta das Vendas e Serviços “A Receita Bruta de bens e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e do preço dos serviços prestados. Integra a Receita Bruta o resultado auferido nas operações de conta alheia (comissões pela intermediação de negócios”. (http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html) 49
  • 50. Atenção Contabilidade Geral Exclusões da Receita Bruta “Exclui-se do conceito da receita bruta, para fins tributários, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário”. (http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html) Para fins tributários no Brasil, a Receita Bruta tem diferentes composições. Para o Simples Nacional, o produto da venda de bens s serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia (comissões recebidas), não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Para a legislação do PIS e COFINS, a receita bruta é o total de receitas contabilizadas, independentemente de advirem do faturamento, o que motivou muitas empresas a questionarem este conceito na justiça, visando redução de contribuições a pagar. Você sabia que..... Se a empresa mantiver mais de um estabelecimento, a apuração da Receita Bruta Anual será o somatório da receita de todos os estabelecimentos. (http://www.receita.pb.gov.br/ Informativos/paraibasim/Cartilha_pbsim.doc) Receitas Líquidas Compreende-se Receita Líquida a Receita Bruta com deduções. É calculada pela diferença aritmética entre o valor das vendas e os impostos sobre vendas. (http:// portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0871/mm/m0082772.html). Para efeito de cálculo da Receita Líquida de vendas e serviços é a receita bruta diminuída (RIR/1999, art. 280): • Das devoluções e vendas canceladas; • Dos descontos concedidos incondicionalmente; • Dos impostos e contribuições incidentes sobre vendas. Exemplo de Receita Bruta de Vendas: Receita Bruta de Vendas = 200.000,00 (-) Devoluções de Vendas= 2.000,00 (-) Descontos Comerciais = 800,00 (-) Impostos incidentes sobre vendas = 80.000,00 (=) Receita Líquida = 117.200,00 Da Receita Líquida, podem ser feitas ainda as seguintes deduções: (=) Receita Líquida = 117.200,00 50
  • 51. (-) Custos = 25.000,00 (=) Lucro bruto = 92.200,00 (-) Despesas = 15.000,00 (=) Lucro líquido= 77.200,00 Outras Despesas e Receitas Operacionais - Outras Despesas Operacionais As Outras Despesas Operacionais possuem diferentes naturezas e são agrupadas em subgrupo das Despesas Operacionais, embora se enquadrem no contexto operacional do negocio da empresa. Exemplos de Outras Despesas Operacionais: • Resultados (prejuízos) decorrentes de participações em sociedades controladas e coligadas: são registradas como prejuízos resultantes de investimentos em outras companhias de caráter não especulativo. • Depreciações: depreciação é calculada sobre ativo representado por empreendimento próprio da pessoa jurídica, do qual serão extraídos apenas os frutos. Nesta hipótese, o custo de aquisição ou formação (excluído o solo) é depreciado em tantos anos quantos forem os de produção dos frutos; • Amortizações: seu cálculo é efetuado sobre ativo representado por aquisição de direitos de exploração, por prazo determinado, sobre empreendimento de propriedade de terceiros. Neste caso, o custo de aquisição desses direitos é amortizado ao longo do período de duração do contrato; • Exaustões: A exaustão é calculada sobre ativo representado por floresta própria. Neste caso o custo de aquisição ou formação (excluído o solo) será objeto de exaustão na medida e na proporção em que os recursos forem sendo exauridos. No caso da floresta ou o vegetal plantado proporcionar à pessoa jurídica a possibilidade de um 2º, ou mesmo um 3º corte, o custo de aquisição ou de formação deverá ser recuperado através da exaustão calculada em função do volume extraído em cada período, confrontado com a produção total esperada, englobando os diversos cortes; • Despesas tributárias que não tenham relações diretas com as receitas de vendas. Atenção!!! Se algumas destas Outras Despesas Operacionais possuírem relevância de valor, haverá necessidade de destaque, pelo título, a sua natureza. 51
  • 52. Contabilidade Geral - Outras Receitas Operacionais Outras Receitas Operacionais são representadas por atividades assessórias ao objeto da organização, por não possuírem relação direta à concretização dos objetivos da empresa. São de natureza secundária em relação aos objetivos sociais. Exemplificando: • Resultados (lucros) decorrentes de participações em sociedades controladas e coligadas pelo método da equivalência patrimonial: acréscimos na conta dos investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, oriundos de lucros nas coligadas e controladas; • Dividendos: receitas originadas de outros investimentos não avaliados pelo método patrimonial; • Juros: oriundos de operações financeiras, em função de liquidez financeira originada pela venda de bens ou serviços; • Aluguéis: recebimento de aluguéis. CONCILIAÇÃO E ASPECTOS ANALÍTICOS DAS DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS Receitas Não Operacionais - Conceituação As Receitas Não Operacionais são todas as receitas decorrentes de operações não incluídas nas atividades principais e acessórias da empresa, tais como: • Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente; • Ganhos na baixa de investimentos; • Royalties. Despesas Não Operacionais - Conceituação Conforme explicado anteriormente, as despesas operacionais são todas as despesas realizadas objetivando a geração de receitas e diretamente relacionadas com a natureza específica dos negócios de uma empresa. De modo análogo, as Despesas Não Operacionais são aquelas não relacionadas diretamente com a natureza específica dos negócios de uma empresa (GOUVEIA, 2001). Vejamos os tipos mais comuns de Despesas Não Operacionais: • Perda na alienação de bens de uso; • Perdas na baixa de investimentos; • Multas; • Perdas com sinistros. 52
  • 53. Você sabia que....... O Resultado Não Operacional decorre principalmente de ganhos ou perdas de capital em função de venda ou baixa de ativos permanentes, bem como de receitas ou despesas não relacionadas com os objetivos operacionais da companhia. RESULTADO DO EXERCÍCIO: APURAÇÃO SEGUNDO O REGIME DE CAIXA E O REGIME DE COMPETÊNCIA No final de cada exercício social, as organizações realizam a apuração do Resultado do Exercício, com a confrontação entre as despesas e as Receitas. A apuração do exercício social das organizações conferem em vários procedimentos, como: elaboração de Balancete de Verificação do Razão,elaboração dos Inventários, conciliações dos saldos das Contas, apuração do Resultado Bruto, apuração do Resultado Líquido, Provisões, Participações, Reservas e Dividendos e as Demonstrações Contábeis. Enceramento das Contas de Receita e Despesa O lucro ou o prejuízo de um exercício social é mensurado a partir dos cálculos das Contas de Receita e Despesas. São cálculos periódicos, que permitem a obtenção do Resultado Líquido da empresa. Para que se proceda este cálculo, as contas de Receita e Despesas devem estar com seus saldos no início de cada período. Assim, ao final de cada período, as contas devem ser encerradas através dos lançamentos de encerramento. O encerramento das contas de Receita ocorre com a transferência - débito - de seus saldos credores para crédito da conta de Resultado. As contas de Despesa são encerradas através da transferência - crédito – de seus saldos devedores para débito da conta de Resultado. Desta maneira, podemos dizer que a conta de Resultado recebe via transferência a débito o valor dos saldos das contas da Despesa e a crédito os saldos das contas de Receita. Portanto, A conta Resultado é uma conta intermediaria na apuração do lucro/prejuízo de cada exercício social. Resultado O Resultado advém da atividade econômica da companhia e esta, na produção de bens ou serviços, incorre em custo, que é o consumo de outros bens ou serviços. Como sabemos, a companhia tem por objetivo o lucro, que é o resultado positivo das atividades 53
  • 54. Contabilidade Geral desenvolvidas. A recuperação do custo ocorre por meio das receitas obtidas. Portanto, o resultado apenas será efetivado, se ocorrer a recuperação do custo, pois, em alguns casos, a empresa pode chegar a auferir resultado desfavorável, ou seja, prejuízo. É importante entender que o resultado não se confunde com o dinheiro, porém representa-se pelo aumento do patrimônio líquido, como conseqüência de variações nos vários elementos que compõem o patrimônio. Desse modo... O Resultado é a variação aumentativa ou diminutiva, do Patrimônio Líquido, concebida da atividade econômica da organização. Regime de Caixa e Regime de Competência As empresas possuem um fluxo contínuo de produção de bens e serviços que se iniciam em um determinado período, mas que acabarão em outro. Existem, também, bens e serviços que são adquiridos em um exercício, porém pagos e consumidos no próximo exercício. Da mesma forma, há recebimentos já efetuados, que se referem a receitas de outros períodos. Assim sendo, deve-se procurar dar atenção aos fatores a seguir: • Nem todos os pagamentos são custos, assim como nem todos os recebimentos são receitas; • Nas empresas sem fins lucrativos, nem todos os pagamentos pode ser considerados despesas de determinado exercício financeiro e nem todos os recebimentos devem ser considerados receita desse mesmo exercício; • Os valores patrimoniais devem ser ajustados ao final de cada período e suas variações deverão ser registradas; as contas de resultados devem ser regularizadas no sentido de apurar as que realmente se configuram em variações do patrimônio líquido no exercício. Assim, o procedimento correto de apropriação das despesas e receitas, deve-se considerar os Regimes Contábeis existentes, que são: o Regime de Caixa e o Regime de Competência. Regime de Caixa Regime contábil pelo qual, na apuração do resultado, somente os pagamentos e recebimentos efetuados são considerados. Apenas as entidades sem fins lucrativos podem proceder à apuração do resultado por este regime. Regime de Competência Na apuração do Resultado do Exercício devem ser consideradas as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham sido ou não pagas ou recebidas. Desse Regime decorre o Princípio das Competências de Exercícios. Conforme 54
  • 55. este regime, não importa se as Despesas ou Receitas (pagas ou recebidas) passaram pelo Caixa – o que importa é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Exemplificado... No exercício de 2007 a companhia ALFA: a) Pagou, em dinheiro, salários e encargos relativos ao exercício de 2006, no valor de ........................................................................................................ $3.000; b) Pagou, em cheques, despesas de salários e encargos incorridos de janeiro a novembro de 2007, no valor de .................................................................. $35.000; c) Salários e encargos referentes a dezembro de 2007 serão pagos em janeiro de 2008, no valor de ................................................................................ $ 4.000; d) Em janeiro de 2007, foram recebidos aluguéis de 2006, no valor de ....$ 700; e) No exercício de 2007 foi recebido, em dinheiro, valores correspondentes a aluguéis dos meses de janeiro a novembro de 2007 no valor de .................... $ 4.000; f) Será recebido o aluguel de dezembro de 2007 em janeiro de 2008 no valor de ..... ............................................................................................................ $ 600; g) Foi recebido valor para quitação de duplicata no valor de ......................$ 300; h) Foram feitos pagamentos em dinheiro no exercício de 2007, referentes a impostos e contribuições referentes aos meses de janeiro a novembro deste exercício no valor de ... ............................................................................................................. $10.000; i) Em janeiro de 2008 serão recolhidos impostos e contribuições referentes a dezembro de 2007 no valor de .............................................................................$ 1.500; j) Foram prestados serviços durante o exercício de 2007 e recebidos a vista no valor de .........................................................................................................$ 57.000; l) Foram prestados serviços em dezembro de 2007 para recebimento em 2008 no valor de ................................................................................................$ 13.000; m) Contratado seguro em 31 de agosto de 2007, pelo prazo de uma ano a partir de 01 de setembro. Prêmio pago em 31 de agosto de 2007 em cheque, no valor de................. ..............................................................................................................$ 4.000; n) Foi paga, em dinheiro, duplicata no valor de............................................................ ..............................................................................................................$ 900; 55
  • 56. Apuração do Resultado do Exercício Pelo Regime de Caixa: Resultado do Exercício Contabilidade Geral Apuração do Resultado do Exercício Pelo Regime de Competência: Resultado do Exercício ATIVIDADE COMPLEMENTAR Conceitue Despesas Antecipadas. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Exemplifique as Despesas de Vendas _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Em que se constituem as Receitas Antecipadas? Justifique e exemplifique. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 56
  • 57. Qual a característica relativa aos Juros nas Despesas Financeiras? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Discorra sobre as características dos Regimes de Competência e Regime de Caixa. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Como são classificadas as Despesas Operacionais? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ O que são as Receitas Brutas? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Fale sobre as Despesas Não Operacionais _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Discorra sobre Amortização e Depreciação. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 57
  • 58. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA Contabilidade Geral DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DRE: Aspectos Teóricos As receitas e despesas de uma companhia representam, respectivamente, acréscimo e diminuição de seu patrimônio líquido. Essas receitas e despesas estão inseridas nas contas de resultado, e a cada final de exercício essas contas são encerradas para que se possa ter conhecimento do resultado do exercício de modo preciso e acurado, possibilitando a compreensão por parte dos gestores das empresas para fins de tomadas de decisão. O artigo de nº 176 da Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações institui que as empresas elaborem baseadas na escrituração contábil, as Demonstrações Financeiras que irão representar de forma clara a situação do Patrimônio. Em conformidade com a Lei 11.638/07, que alterou e revogou alguns dispositivos da Lei 6.404/76, as Demonstrações Financeiras a serem apresentadas ao final de cada exercício são: • O Balanço Patrimonial; • A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; • A Demonstração do Resultado do Exercício; • A Demonstração dos Fluxos de Caixa, e; • Se companhia aberta, a Demonstração do Valor Adicionado. Novidade! A Lei 11.638/07 faculta para as companhias fechadas com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa. Demonstração do Resultado do Exercício D.R.E Segundo a Resolução CFC n.º 686/90, a Demonstração do Resultado do Exercício - D.R.E, “é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade. A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas”. Assim sendo, a Demonstração do Resultado do Exercício se constitui em um resumo, elaborado de forma ordenada, das receitas e despesas da companhia em determinado período. O modo de apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício é na forma vertical, ou seja, subtraindo-se das receitas, as despesas e indicando-se o resultado, que 58
  • 59. poderá ser lucro ou prejuízo. O objetivo da empresa é sempre o lucro, portanto, a DRE proporciona detalhes que permitem tomadas de decisão pelos gestores das organizações. Então, podemos dizer que a DRE é uma ferramenta contábil gerencial. A DRE abrangerá as receitas e os ganhos do período, não importando o seu recebimento, os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas. A Resolução CFC n.º 686/90, determina que a DRE evidenciará as receitas advindas das atividades-fins da empresa, os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos, as devoluções e os cancelamentos, os custos dos produtos ou mercadorias vendidos ou dos serviços prestados. Evidenciará também o resultado bruto do período, os ganhos e perdas decorrentes das operações da empresa, as despesas administrativas, com vendas, financeiras e outras. As receitas financeiras, o resultado operacional, as receitas e despesas e os ganhos e perdas não decorrentes das atividades-fins da empresa, o resultado antes das participações e dos impostos,.as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado, as participações no resultado e o resultado líquido do período. Modelo da DRE Segue, abaixo, o modelo da DRE, para apuração do Resultado do Exercício. Vamos praticar um pouco? DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E): O resultado do exercício de uma companhia pode ser lucro ou prejuízo. Entretanto, é comum a substituição da nomenclatura RESULTADO por LUCRO, ainda que não esteja correta. Muitos autores consideram que as organizações buscam o lucro e que o prejuízo 59