SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 49
BIOLOGIA
Noções de probabilidade aplicadas
           à genética


       PROFESSORA : ADRIANNE MENDONÇA
INTRODUÇÃO

Acredita-se que um dos motivos para as
    idéias de Mendel permanecerem
  incompreendidas durante mais de 3
décadas foi o raciocínio matemático que
 continham. Mendel partiu do princípio
 que a formação dos gametas seguia as
   leis da probabilidade, no tocante a
         distribuição dos fatores.
Princípios básicos de probabilidade



 Probabilidade é a chance que um evento tem de
 ocorrer, entre dois ou mais eventos possíveis. Por
 exemplo, ao lançarmos uma moeda, qual a chance
 dela cair com a face “cara” voltada para cima? E em
 um baralho de 52 cartas, qual a chance de ser
 sorteada uma carta do naipe ouros?
Eventos aleatórios



Eventos como obter “cara” ao lançar uma
moeda, sortear um “ás” de ouros do baralho, ou
obter “face 6” ao jogar um dado são denominados
eventos aleatórios (do latim alea, sorte) porque cada
um deles tem a mesma chance de ocorrer em relação
a seus respectivos eventos alternativos.
Veja a seguir as probabilidades de ocorrência de
alguns eventos aleatórios. Tente explicar por que
cada um deles ocorre com a probabilidade indicada.
Eventos aleatórios



A probabilidade de sortear uma carta de espadas de
um baralho de 52 cartas é de ¼
A probabilidade de sortear um rei qualquer de um
baralho de 52 cartas é de 1/13.
A probabilidade de sortear o rei de espadas de um
baralho de 52 cartas é de 1/52.
Eventos independentes



Quando a ocorrência de um evento não afeta a
probabilidade de ocorrência de um outro, fala-se em
eventos independentes. Por exemplo, ao lançar várias
moedas ao mesmo tempo, ou uma mesma moeda
várias vezes consecutivas, um resultado não interfere
nos outros. Por isso, cada resultado é um evento
independente do outro.
Eventos independentes



Da mesma maneira, o nascimento de uma criança com um
determinado fenótipo é um evento independente em
relação ao nascimento de outros filhos do mesmo casal.
Por exemplo, imagine uma casal que já teve dois filhos
homens; qual a probabilidade que uma terceira criança seja
do sexo feminino? Uma vez que a formação de cada filho é
um evento independente, a chance de nascer uma
menina, supondo que homens e mulheres nasçam com a
mesma frequência, é 1/2 ou 50%, como em qualquer
nascimento.
A regra do “e”



A teoria das probabilidades diz que a probabilidade
de dois ou mais eventos independentes ocorrerem
conjuntamente é igual ao produto das
probabilidades de ocorrerem separadamente. Esse
princípio é conhecido popularmente como regra do
“e”, pois corresponde a pergunta: qual a
probabilidade de ocorrer um evento E
outro, simultaneamente?
A regra do “e”



Suponha que você jogue uma moeda duas vezes.
Qual a probabilidade de obter duas “caras”, ou
seja, “cara” no primeiro lançamento e “cara” no
segundo? A chance de ocorrer “cara” na primeira
jogada é, como já vimos, igual a ½; a chance de
ocorrer “cara” na segunda jogada também é igual
a1/2. Assim a probabilidade desses dois eventos
ocorrer conjuntamente é 1/2 X 1/2 = 1/4.
A regra do “e”



No lançamento simultâneo de três dados, qual a
probabilidade de sortear “face 6” em todos? A chance de
ocorrer “face 6” em cada dado é igual a 1/6. Portanto a
probabilidade de ocorrer “face 6” nos três dados é 1/6 X
1/6 X 1/6 = 1/216. Isso quer dizer que a obtenção de três
“faces 6” simultâneas se repetirá, em média, 1 a cada 216
jogadas.
Um casal quer ter dois filhos e deseja saber a probabilidade
de que ambos sejam do sexo masculino. Admitindo que a
probabilidade de ser homem ou mulher é igual a ½, a
probabilidade de o casal ter dois meninos é 1/2 X 1/2, ou
seja, ¼.
A regra do “ou”



Outro princípio de probabilidade diz que a ocorrência
de dois eventos que se excluem mutuamente é igual
à soma das probabilidades com que cada evento
ocorre. Esse princípio é conhecido popularmente
como regra do “ou”, pois corresponde à pergunta:
qual é a probabilidade de ocorrer um evento OU
outro?
A regra do “ou”



Por exemplo, a probabilidade de obter “cara” ou
“coroa”, ao lançarmos uma moeda, é igual a 1, porque
representa a probabilidade de ocorrer “cara” somada
à probabilidade de ocorrer “coroa” (1/2 + 1/2 =1). Para
calcular a probabilidade de obter “face 1” ou “face 6”
no lançamento de um dado, basta somar as
probabilidades de cada evento: 1/6 + 1/6 = 2/6.
A regra do “ou”


Em certos casos precisamos aplicar tanto a regra do “e”
como a regra do “ou” em nossos cálculos de
probabilidade. Por exemplo, no lançamento de duas
moedas, qual a probabilidade de se obter “cara” em uma
delas e “coroa” na outra? Para ocorrer “cara” na primeira
moeda E “coroa” na segunda, OU “coroa” na primeira e
“cara” na segunda. Assim nesse caso se aplica a regra do
“e” combinada a regra do “ou”. A probabilidade de
ocorrer “cara” E “coroa” (1/2 X 1/2 = 1/4) OU “coroa” e
“cara” (1/2 X 1/2 = 1/4) é igual a 1/2 (1/4 + 1/4).
A regra do “ou”


O mesmo raciocínio se aplica aos problemas da genética.
Por exemplo, qual a probabilidade de uma casal ter dois
filhos, um do sexo masculino e outro do sexo feminino?
Como já vimos, a probabilidade de uma criança ser do sexo
masculino é ½ e de ser do sexo feminino também é de ½.
Há duas maneiras de uma casal ter um menino e uma
menina: o primeiro filho ser menino E o segundo filho ser
menina (1/2 X 1/2 = 1/4) OU o primeiro ser menina e o
segundo ser menino (1/2 X 1/2 = 1/4). A probabilidade final é
1/4 + 1/4 = 2/4, ou 1/2.
Alelos múltiplos na determinação de
             um caráter


  Como sabemos, genes alelos são os que atuam na
  determinação de um mesmo caráter e estão
  presentes nos mesmo loci (plural de lócus, do
  latim, local) em cromossomos homólogos. Até
  agora, só estudamos casos em que só existiam dois
  tipos de alelos para uma dada característica (alelos
  simples), mas há caso em que mais de dois tipos de
  alelos estão presentes na determinação de um
  determinado caráter na população. Esse tipo de
  herança é conhecido como alelos múltiplos (ou
  polialelia).
Alelos múltiplos na determinação de
             um caráter

  Apesar de poderem existir mais de dois alelos para a
  determinação de um determinado caráter, um indivíduo
  diploide apresenta apenas um par de alelos para a
  determinação dessa característica, isto é, um alelo em cada
  lócus do cromossomo que constitui o par homólogo.
  São bastante frequentes os casos de alelos múltiplos tanto
  em animais como em vegetais, mas são clássicos os
  exemplos de polialelia na determinação da cor da pelagem
  em coelhos e na determinação dos grupos sanguíneos do
  sistema ABO em humanos.
Alelos múltiplos na determinação de
       um caráter : Exemplo


  Um exemplo bem interessante e de fácil
  compreensão, é a determinação da pelagem em
  coelhos, onde podemos observar a manifestação
  genética de uma série com quatro genes alelos: o
  primeiro C, expressando a cor Aguti ou Selvagem; o
  segundo Cch, transmitindo a cor Chinchila; o terceiro
  Ch, representando a cor Himalaia; e o quarto alelo
  Ca, responsável pela cor Albina.
ILUSTRANDO
Alelos múltiplos na determinação de
             um caráter


  Sendo a relação de dominância → C > Cch > Ch > Ca

  O gene C é dominante sobre todos os outros três, o
  Cch dominante em relação ao himalaia e ao
  albino, porém recessivo perante o aguti, e assim
  sucessivamente.
Alelos múltiplos na determinação de
             um caráter


  O quadro abaixo representa as combinações entre os
  alelos e os fenótipos resultantes.
                         Genótipo        Fenótipo

                     CC, C Cch, C Ch e C Selvagem ou
                             Ca              aguti

                       CchCch, CchCh e
                                         Chinchila
                           CchCa

                        ChCh e Ch Ca     Himalaia
                            CaCa           Albin
Sistema ABO de grupos sanguíneos




 A herança dos tipos sanguíneos do sistema
 ABO constitui um exemplo de alelos
 múltiplos na espécie humana.
Alelos múltiplos na determinação de
             um caráter

  A diferença na cor da pelagem do coelho em relação à cor da
  semente das ervilhas é que agora temos mais genes diferentes
  atuando (4), em relação aos dois genes clássicos. No entanto, é
  fundamental saber a 1ª lei de Mendel continua sendo obedecida, isto
  é, para a determinação da cor da pelagem, o coelho terá dois dos
  quatro genes. A novidade é que o número de genótipos e fenótipos
  é maior quando comparado, por exemplo, com a cor da semente de
  ervilha.
  O surgimento dos alelos múltiplos (polialelia) deve-se a uma das
  propriedades do material genético, que é a de sofrer mutações.
  Assim, acredita-se que a partir do gene C (aguti), por um erro
  acidental na duplicação do DNA, originou-se o gene Cch (chinchila). A
  existência de alelos múltiplos é interessante para a espécie, pois
  haverá maior variabilidade genética, possibilitando mais
  oportunidade para adaptação ao ambiente (seleção natural).
A descoberta dos grupos sanguíneos



  Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 –
  1943) verificou que, quando amostras de sangue de
  determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se
  juntavam, formando aglomerados semelhantes a coágulos.
  Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm sangues
  incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a
  existência de diversos tipos sanguíneos, nos diferentes
  indivíduos da população.
  Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de
  sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se
  aglutinando assim que penetram na circulação, formando
  aglomerados compactos que podem obstruir os
  capilares, prejudicando a circulação do sangue.
Aglutinogênios e aglutininas


No sistema ABO existem quatro tipos de sangues:
A, B, AB e O. Esses tipos são caracterizados pela
presença ou não de certas substâncias na membrana
das hemácias, os aglutinogênios, e pela presença ou
ausência de outras substâncias, as aglutininas, no
plasma sanguíneo.
Aglutinogênios e aglutininas


Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois
tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas do grupo
A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina
anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B
nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas
do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e
nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do gripo O
não tem aglutinogênios na hemácias, mas possuem as
duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.
Aglutinogênios e aglutininas


Veja na tabela abaixo a compatibilidade entre os
diversos tipos de sangue:
           ABO         Substâncias          %      Pode receber de
                   Aglutino                          B A 0      AB
           Tipos            Aglutinina Frequência A+       A- B- O-
                    gênio                            + + +       -
           AB+      A e B Não Contém       3%     X X X X X X X X
           A+         A       Anti-B      34%     X      X X       X
            B+        B       Anti-A       9%        X X      X    X
                     Não     Anti-A e
            O+                            38%            X         X
                   Contém     Anti-B
           AB-      Ae B Não Contém        1%              X X X X
           A-         A       Anti-B       6%              X       X
            B-        B       Anti-A       2%                 X    X
                     Não     Anti-A e
            O-                             7%
                   Contém     Anti-B
Tipos possíveis de transfusão



 As aglutinações que caracterizam as
incompatibilidades sanguíneas do sistema acontecem
quando uma pessoa possuidora de determinada
aglutinina recebe sangue com o aglutinogênio
correspondente.
Tipos possíveis de transfusão



Indivíduos do grupo A não podem doar sangue para
indivíduos do grupo B, porque as hemácias A, ao
entrarem na corrente sanguínea do receptor B, são
imediatamente aglutinadas pelo anti-A nele presente.
A recíproca é verdadeira: indivíduos do grupo B não
podem doar sangue para indivíduos do grupo A.
Tampouco indivíduos A, B ou AB podem doar sangue
para indivíduos O, uma vez que estes têm aglutininas
anti-A e anti-B, que aglutinam as hemácias portadoras
de aglutinogênios A e B ou de ambos.
Tipos possíveis de transfusão



Assim, o aspecto realmente importante da transfusão
é o tipo de aglutinogênio da hemácia do doador e o
tipo de aglutinina do plasma do receptor. Indivíduos
do tipo O podem doar sangue para qualquer pessoa,
porque não possuem aglutinogênios A e B em suas
hemácias. Indivíduos, AB, por outro lado, podem
receber qualquer tipo de sangue, porque não
possuem aglutininas no plasma. Por isso, indivíduos
do grupo O são chamadas de doadores universais,
enquanto os do tipo AB são receptores universais.
Como ocorre a Herança dos Grupos
  Sanguíneos no Sistema ABO?


  A produção de aglutinogênios A e B são
  determinadas, respectivamente, pelos genes I A e I B.
  Um terceiro gene, chamado i, condiciona a não
  produção de aglutinogênios. Trata-se, portanto de um
  caso de alelos múltiplos. Entre os genes I A e I B há co-
  dominância (I A = I B), mas cada um deles domina o
  gene i (I A > i e I B> i).
Como ocorre a Herança dos Grupos
  Sanguíneos no Sistema ABO?


     Fenótipos   Genótipos

        A        I AI A ou I Ai

        B        I BI B ou I Bi

        AB           I AI B
        O              ii
Como ocorre a Herança dos Grupos
  Sanguíneos no Sistema ABO?


  A partir desses conhecimentos fica claro que se uma
  pessoa do tipo sanguíneo A recebe sangue tipo B as
  hemácias contidas no sangue doado seriam
  aglutinadas pelas aglutininas anti-B do receptor e
  vice-versa.
O sistema MN de grupos sanguíneos



  Dois outros antígenos forma encontrados na
  superfície das hemácias humanas, sendo
  denominados M e N. Analisando o sangue de diversas
  pessoas, verificou-se que em algumas existia apenas o
  antígeno M, em outras, somente o N e várias pessoas
  possuíam os dois antígenos. Foi possível concluir
  então, que existiam três grupos nesse sistema: M, N e
  MN.
O sistema MN de grupos sanguíneos



  Os genes que condicionam a produção desses
  antígenos são apenas dois: L M e L N (a letra L é a
  inicial do descobridor, Landsteiner). Trata-se de uma
  caso de herança medeliana simples. O genótipo L ML
  M, condiciona a produção do antígeno M, e L NL N, a do

  antígeno N. Entre L M e L N há co-dominância, de
  modo que pessoas com genótipo L ML N produzem os
  dois tipos de antígenos.
Ilustrando



Genótipos   Fenótipos

   M         L ML M
   N          L NL N
  MN           LM
Transfusões no Sistema MN



A produção de anticorpos anti-M ou anti-N ocorre
somente após sensibilização (você verá isso no
sistema RH). Assim, não haverá reação de
incompatibilidade se uma pessoa que pertence ao
grupo M, por exemplo, receber o sangue tipo N, a
não ser que ela esteja sensibilizada por transfusões
anteriores.
O sistema RH de grupos sanguíneos


  Um terceiro sistema de grupos sanguíneos foi descoberto a
  partir dos experimentos desenvolvidos por Landsteiner e
  Wiener, em 1940, com sangue de macaco do gênero Rhesus.
  Esses pesquisadores verificaram que ao se injetar o sangue
  desse macaco em cobaias, havia produção de anticorpos para
  combater as hemácias introduzidas. Ao centrifugar o sangue das
  cobaias obteve-se o soro que continha anticorpos anti-Rh e que
  poderia aglutinar as hemácias do macaco Rhesus. As conclusões
  daí obtidas levariam a descoberta de um antígeno de membrana
  que foi denominado Rh (Rhesus), que existia nesta espécie e não
  em outras como as de cobaia e, portanto, estimulavam a
  produção anticorpos, denominados anti-Rh.
O sistema RH de grupos sanguíneos


  Há neste momento uma inferência evolutiva: se as
  proteínas que existem nas hemácias de vários animais
  podem se assemelhar isto pode ser um indício de
  evolução. Na espécie humana, por exemplo, temos
  vários tipos de sistemas sanguíneos e que podem ser
  observados em outras espécies principalmente de
  macacos superiores.
O sistema RH de grupos sanguíneos


  .
  Analisando o sangue de muitos indivíduos da espécie
  humana, Landsteiner verificou que, ao misturar gotas
  de sangue dos indivíduos com o soro contendo anti-
  Rh, cerca de 85% dos indivíduos apresentavam
  aglutinação (e pertenciam a raça branca) e 15% não
  apresentavam. Definiu-se, assim, "o grupo sanguíneo
  Rh +” ( apresentavam o antígeno Rh), e "o grupo Rh -“
  ( não apresentavam o antígeno Rh).
O sistema RH de grupos sanguíneos


  No plasma não ocorre naturalmente o anticorpo anti-
  Rh, de modo semelhante ao que acontece no sistema
  Mn. O anticorpo, no entanto, pode ser formado se
  uma pessoa do grupo Rh -, recebe sangue de uma
  pessoa do grupo Rh +. Esse problema nas transfusões
  de sangue não são tão graves, a não ser que as
  transfusões ocorram repetidas vezes, como também
  é o caso do sistema MN.
A Herança do Sistema Rh



Três pares de genes estão envolvidos na herança do fator
Rh, tratando-se portanto, de casos de alelos múltiplos.

Para simplificar, no entanto, considera-se o envolvimento
de apenas um desses pares na produção do fator Rh,
motivo pelo qual passa a ser considerado um caso de
herança mendeliana simples. O gene R, dominante,
determina a presença do fator Rh, enquanto o gene r,
recessivo, condiciona a ausência do referido fator.
Ilustrando



Fenótipos   Genótipos
  Rh +      RR ou Rr
  Rh -         rr
Doença hemolítica do recém-
nascido ou eritroblastose fetal


Uma doença provocada pelo fator Rh é a
eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-
nascido, caracterizada pela destruição das hemácias
do feto ou do recém-nascido. As conseqüências desta
doença são graves, podendo levar a criança à morte.
Doença hemolítica do recém-
nascido ou eritroblastose fetal

Durante a gestação ocorre passagem, através da placenta, apenas
de plasma da mãe para o filho e vice-versa devido à chamada
barreira hemato-placentária. Pode ocorrer, entretanto, acidentes
vasculares na placenta, o que permite a passagem de hemácias do
feto para a circulação materna. Nos casos em que o feto possui
sangue fator rh positivo os antígenos existentes em suas hemácias
estimularão o sistema imune materno a produzir anticorpos anti-Rh
que ficarão no plasma materno e podem, por serem da classe
IgG, passar pela BHP provocando lise nas hemácias fetais.
A produção de anticorpos obedece a uma cascata de eventos (ver
imunidade humoral) e por isto a produção de anticorpos é lenta e a
quantidade pequena num primeiro. A partir da segunda gestação, ou
após a sensibilização por transfusão sanguínea, se o filho é Rh +
novamente, o organismo materno já conterá anticorpos para aquele
antígeno e o feto poderá desenvolver a DHPN ou eritroblastose
fetal.
O diagnóstico pode ser feito pela tipagem sanguínea da mãe
e do pai precocemente e durante a gestação o teste de
Coombs que utiliza anti-anticorpo humano pode detectar se
esta havendo a produção de anticorpos pela mãe e
providências podem ser tomadas. Uma transfusão ,
recebendo sangue Rh -, pode ser feita até mesmo intra-útero
já que Goiânia está se tornando referência em fertilização in
vitro. O sangue Rh - não possui hemácias com fator Rh e
não podem ser reconhecidas como estranhas e destruídas
pelos anticorpos recebidos da mãe. Após cerca de 120 dias,
as hemácias serão substituídas por outras produzidas pelo
próprio indivíduo. O sangue novamente será do tipo Rh +,
mas o feto já não correrá mais perigo
Doença hemolítica do recém-
nascido ou eritroblastose fetal
Doença hemolítica do recém-
nascido ou eritroblastose fetal


Após o nascimento da criança toma-se medida
profilática injetando, na mãe Rh- , soro contendo anti
Rh. A aplicação logo após o parto, destrói as
hemácias fetais que possam ter passado pela
placenta no nascimento ou antes. Evita-se , assim, a
produção de anticorpos “zerando o placar de
contagem”. Cada vez que um concepto nascer e for
Rh+ deve-se fazer nova aplicação pois novos
anticorpos serão formados.
Doença hemolítica do recém-
nascido ou eritroblastose fetal


Os sintomas no RN que podem ser observados são
anemia (devida à destruição de hemácias pelos
anticorpos), icterícia (a destruição de hemácias
aumentada levará a produção maior de bilirrubina
indireta que não pode ser convertida no fígado), e
após sua persistência o aparecimento de uma doença
chamada Kernicterus que corresponde ao depósito
de bilirrubina nos núcleos da base cerebrais o que
gerará retardo no RN.
Obrigada !!!!!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Slides da aula de Biologia (Marcelo) sobre Genética
Slides da aula de Biologia (Marcelo) sobre GenéticaSlides da aula de Biologia (Marcelo) sobre Genética
Slides da aula de Biologia (Marcelo) sobre GenéticaTurma Olímpica
 
Conceitos basicos em genetica
 Conceitos basicos em genetica Conceitos basicos em genetica
Conceitos basicos em geneticaAdrianne Mendonça
 
Aula Classificação dos Seres Vivos
Aula Classificação dos Seres VivosAula Classificação dos Seres Vivos
Aula Classificação dos Seres VivosPlínio Gonçalves
 
Classificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres VivosClassificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres VivosJuliana Mendes
 
Genética introdução
Genética introduçãoGenética introdução
Genética introduçãoDalu Barreto
 
2ª Lei De Mendel
2ª Lei De Mendel2ª Lei De Mendel
2ª Lei De Mendelbianca
 
Genética de populações
Genética de populaçõesGenética de populações
Genética de populaçõesCésar Milani
 
Epistasia
EpistasiaEpistasia
EpistasiaURCA
 
Genética de populações
Genética de populaçõesGenética de populações
Genética de populaçõesGabriele Melo
 
Aula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.ppt
Aula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.pptAula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.ppt
Aula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.pptLinoReisLino
 
Classificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosClassificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosEvandro Batista
 

Mais procurados (20)

Slides da aula de Biologia (Marcelo) sobre Genética
Slides da aula de Biologia (Marcelo) sobre GenéticaSlides da aula de Biologia (Marcelo) sobre Genética
Slides da aula de Biologia (Marcelo) sobre Genética
 
Conceitos basicos em genetica
 Conceitos basicos em genetica Conceitos basicos em genetica
Conceitos basicos em genetica
 
Segunda Lei de Mendel
Segunda Lei de MendelSegunda Lei de Mendel
Segunda Lei de Mendel
 
Reprodução assexuada e sexuada
Reprodução assexuada  e sexuadaReprodução assexuada  e sexuada
Reprodução assexuada e sexuada
 
Alelos múltiplos
Alelos múltiplosAlelos múltiplos
Alelos múltiplos
 
Genética
GenéticaGenética
Genética
 
1ª lei de mendel
1ª lei de mendel1ª lei de mendel
1ª lei de mendel
 
Conceitos básicos de Genética
Conceitos básicos de GenéticaConceitos básicos de Genética
Conceitos básicos de Genética
 
Aula Classificação dos Seres Vivos
Aula Classificação dos Seres VivosAula Classificação dos Seres Vivos
Aula Classificação dos Seres Vivos
 
Classificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres VivosClassificação dos Seres Vivos
Classificação dos Seres Vivos
 
Genética introdução
Genética introduçãoGenética introdução
Genética introdução
 
2ª Lei De Mendel
2ª Lei De Mendel2ª Lei De Mendel
2ª Lei De Mendel
 
Interação Gênica
Interação GênicaInteração Gênica
Interação Gênica
 
Taxonomia
TaxonomiaTaxonomia
Taxonomia
 
Genética de populações
Genética de populaçõesGenética de populações
Genética de populações
 
Epistasia
EpistasiaEpistasia
Epistasia
 
Polialelia
PolialeliaPolialelia
Polialelia
 
Genética de populações
Genética de populaçõesGenética de populações
Genética de populações
 
Aula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.ppt
Aula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.pptAula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.ppt
Aula Genética Heredogramas, Codominância e Dominância incompleta.ppt
 
Classificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivosClassificação dos seres vivos
Classificação dos seres vivos
 

Destaque

Aconselhamento genético e diagnóstico pré natal
Aconselhamento genético e diagnóstico pré natalAconselhamento genético e diagnóstico pré natal
Aconselhamento genético e diagnóstico pré natalLariissy Bezerra
 
Genetica de populações
Genetica de populaçõesGenetica de populações
Genetica de populaçõesUERGS
 
Aconselhamento genético
Aconselhamento genéticoAconselhamento genético
Aconselhamento genéticoErnandes Maia
 
Genética de Populações
Genética de PopulaçõesGenética de Populações
Genética de PopulaçõesRodrigo Vianna
 
Genética probabilidade slides
Genética probabilidade slidesGenética probabilidade slides
Genética probabilidade slidesFabiano Reis
 

Destaque (6)

Aconselhamento genético e diagnóstico pré natal
Aconselhamento genético e diagnóstico pré natalAconselhamento genético e diagnóstico pré natal
Aconselhamento genético e diagnóstico pré natal
 
Genetica de populações
Genetica de populaçõesGenetica de populações
Genetica de populações
 
Genética de populações
Genética de populaçõesGenética de populações
Genética de populações
 
Aconselhamento genético
Aconselhamento genéticoAconselhamento genético
Aconselhamento genético
 
Genética de Populações
Genética de PopulaçõesGenética de Populações
Genética de Populações
 
Genética probabilidade slides
Genética probabilidade slidesGenética probabilidade slides
Genética probabilidade slides
 

Semelhante a Biologia noções de probabilidade aplicadas à genética

Genética: Lei de Mendel.
Genética: Lei de Mendel.Genética: Lei de Mendel.
Genética: Lei de Mendel.Rafaella Uvini
 
Probabilidade nas ciências
Probabilidade nas ciênciasProbabilidade nas ciências
Probabilidade nas ciênciastaynafernandes
 
3 s aula 4__probabilidades em genética
3 s aula 4__probabilidades em genética3 s aula 4__probabilidades em genética
3 s aula 4__probabilidades em genéticaIonara Urrutia Moura
 
Genética até intro expressão genica
Genética até intro expressão genicaGenética até intro expressão genica
Genética até intro expressão genicaJanaína Peres
 
Fundamentos de Genética
Fundamentos de GenéticaFundamentos de Genética
Fundamentos de GenéticaFatima Comiotto
 
Ausência dominancia
Ausência dominanciaAusência dominancia
Ausência dominanciacarlos jance
 
Calopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.com
Calopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.comCalopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.com
Calopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.comAntonio Silva
 
Exercícios genética 7
Exercícios genética 7Exercícios genética 7
Exercícios genética 7Carla Carrasco
 
Transmissão de características hereditárias
Transmissão de características hereditáriasTransmissão de características hereditárias
Transmissão de características hereditáriasCatir
 
5 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp01
5 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp015 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp01
5 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp01Pelo Siro
 
355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf
355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf
355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdfmariagrave
 
Genética mendeliana Primeira Lei de Mendel
Genética mendeliana Primeira Lei de MendelGenética mendeliana Primeira Lei de Mendel
Genética mendeliana Primeira Lei de MendelCarlos Priante
 

Semelhante a Biologia noções de probabilidade aplicadas à genética (20)

Genética: Lei de Mendel.
Genética: Lei de Mendel.Genética: Lei de Mendel.
Genética: Lei de Mendel.
 
Probabilidades e heredogramas
Probabilidades e heredogramasProbabilidades e heredogramas
Probabilidades e heredogramas
 
Probabilidade nas ciências
Probabilidade nas ciênciasProbabilidade nas ciências
Probabilidade nas ciências
 
Genética i
Genética iGenética i
Genética i
 
3 s aula 4__probabilidades em genética
3 s aula 4__probabilidades em genética3 s aula 4__probabilidades em genética
3 s aula 4__probabilidades em genética
 
Genetica
GeneticaGenetica
Genetica
 
Genética até intro expressão genica
Genética até intro expressão genicaGenética até intro expressão genica
Genética até intro expressão genica
 
1ª Lei de Mendel
1ª Lei de Mendel1ª Lei de Mendel
1ª Lei de Mendel
 
Fundamentos de Genética
Fundamentos de GenéticaFundamentos de Genética
Fundamentos de Genética
 
Genetica ii
Genetica iiGenetica ii
Genetica ii
 
A genética
A genéticaA genética
A genética
 
Ausência dominancia
Ausência dominanciaAusência dominancia
Ausência dominancia
 
Calopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.com
Calopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.comCalopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.com
Calopsitas Mansas - www.calopsitabr.blogspot.com
 
Genetica
GeneticaGenetica
Genetica
 
Exercícios genética 7
Exercícios genética 7Exercícios genética 7
Exercícios genética 7
 
Transmissão de características hereditárias
Transmissão de características hereditáriasTransmissão de características hereditárias
Transmissão de características hereditárias
 
Os genes alelos múltiplos.ppt
Os genes alelos múltiplos.pptOs genes alelos múltiplos.ppt
Os genes alelos múltiplos.ppt
 
5 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp01
5 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp015 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp01
5 2008-2009-9ano-noesbsicasdehereditariedade-110204162534-phpapp01
 
355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf
355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf
355611509-HEREDITARIEDADE-pdf.pdf
 
Genética mendeliana Primeira Lei de Mendel
Genética mendeliana Primeira Lei de MendelGenética mendeliana Primeira Lei de Mendel
Genética mendeliana Primeira Lei de Mendel
 

Mais de Adrianne Mendonça (20)

Lei de hess
Lei de hessLei de hess
Lei de hess
 
Fissão e fusão nuclear
Fissão e fusão nuclearFissão e fusão nuclear
Fissão e fusão nuclear
 
Ponto crítico de uma função derivável
Ponto crítico de uma função derivávelPonto crítico de uma função derivável
Ponto crítico de uma função derivável
 
Cálculo (DERIVADAS)
Cálculo (DERIVADAS)Cálculo (DERIVADAS)
Cálculo (DERIVADAS)
 
Alzheimer ppt
Alzheimer pptAlzheimer ppt
Alzheimer ppt
 
Determinação de calcio no leite
Determinação de  calcio no leiteDeterminação de  calcio no leite
Determinação de calcio no leite
 
Determinação da dureza total de água com EDTA
Determinação da dureza total de água com EDTADeterminação da dureza total de água com EDTA
Determinação da dureza total de água com EDTA
 
Cnidários ou celenterados
Cnidários  ou  celenteradosCnidários  ou  celenterados
Cnidários ou celenterados
 
Biologia molecular bioquímica (compostos inorgânicos)
Biologia molecular   bioquímica (compostos inorgânicos)Biologia molecular   bioquímica (compostos inorgânicos)
Biologia molecular bioquímica (compostos inorgânicos)
 
Anagramas
AnagramasAnagramas
Anagramas
 
Produto de solubilidade
Produto de solubilidadeProduto de solubilidade
Produto de solubilidade
 
Reaçoes quimicas
Reaçoes quimicasReaçoes quimicas
Reaçoes quimicas
 
Matemática financeira
Matemática financeiraMatemática financeira
Matemática financeira
 
Tecido ósseo pdf
Tecido ósseo pdfTecido ósseo pdf
Tecido ósseo pdf
 
Ciclos biogeoquímicos pdf
Ciclos biogeoquímicos pdfCiclos biogeoquímicos pdf
Ciclos biogeoquímicos pdf
 
Relações ecológicas
Relações ecológicasRelações ecológicas
Relações ecológicas
 
Equilíbrio químico
Equilíbrio químicoEquilíbrio químico
Equilíbrio químico
 
Mruv – exercícios
Mruv – exercíciosMruv – exercícios
Mruv – exercícios
 
Nomenclatura dos COMPOSTOS ORGÂNICOS
Nomenclatura dos COMPOSTOS  ORGÂNICOS Nomenclatura dos COMPOSTOS  ORGÂNICOS
Nomenclatura dos COMPOSTOS ORGÂNICOS
 
Química orgânica módulo 2
Química  orgânica módulo 2Química  orgânica módulo 2
Química orgânica módulo 2
 

Último

PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbyasminlarissa371
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfdottoor
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOBiatrizGomes1
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?MrciaRocha48
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxacaciocarmo1
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 

Último (20)

PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdfNoções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
Noções de Orçamento Público AFO - CNU - Aula 1 - Alunos.pdf
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
 
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
Empreendedorismo: O que é ser empreendedor?
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 

Biologia noções de probabilidade aplicadas à genética

  • 1. BIOLOGIA Noções de probabilidade aplicadas à genética PROFESSORA : ADRIANNE MENDONÇA
  • 2. INTRODUÇÃO Acredita-se que um dos motivos para as idéias de Mendel permanecerem incompreendidas durante mais de 3 décadas foi o raciocínio matemático que continham. Mendel partiu do princípio que a formação dos gametas seguia as leis da probabilidade, no tocante a distribuição dos fatores.
  • 3. Princípios básicos de probabilidade Probabilidade é a chance que um evento tem de ocorrer, entre dois ou mais eventos possíveis. Por exemplo, ao lançarmos uma moeda, qual a chance dela cair com a face “cara” voltada para cima? E em um baralho de 52 cartas, qual a chance de ser sorteada uma carta do naipe ouros?
  • 4. Eventos aleatórios Eventos como obter “cara” ao lançar uma moeda, sortear um “ás” de ouros do baralho, ou obter “face 6” ao jogar um dado são denominados eventos aleatórios (do latim alea, sorte) porque cada um deles tem a mesma chance de ocorrer em relação a seus respectivos eventos alternativos. Veja a seguir as probabilidades de ocorrência de alguns eventos aleatórios. Tente explicar por que cada um deles ocorre com a probabilidade indicada.
  • 5. Eventos aleatórios A probabilidade de sortear uma carta de espadas de um baralho de 52 cartas é de ¼ A probabilidade de sortear um rei qualquer de um baralho de 52 cartas é de 1/13. A probabilidade de sortear o rei de espadas de um baralho de 52 cartas é de 1/52.
  • 6. Eventos independentes Quando a ocorrência de um evento não afeta a probabilidade de ocorrência de um outro, fala-se em eventos independentes. Por exemplo, ao lançar várias moedas ao mesmo tempo, ou uma mesma moeda várias vezes consecutivas, um resultado não interfere nos outros. Por isso, cada resultado é um evento independente do outro.
  • 7. Eventos independentes Da mesma maneira, o nascimento de uma criança com um determinado fenótipo é um evento independente em relação ao nascimento de outros filhos do mesmo casal. Por exemplo, imagine uma casal que já teve dois filhos homens; qual a probabilidade que uma terceira criança seja do sexo feminino? Uma vez que a formação de cada filho é um evento independente, a chance de nascer uma menina, supondo que homens e mulheres nasçam com a mesma frequência, é 1/2 ou 50%, como em qualquer nascimento.
  • 8. A regra do “e” A teoria das probabilidades diz que a probabilidade de dois ou mais eventos independentes ocorrerem conjuntamente é igual ao produto das probabilidades de ocorrerem separadamente. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “e”, pois corresponde a pergunta: qual a probabilidade de ocorrer um evento E outro, simultaneamente?
  • 9. A regra do “e” Suponha que você jogue uma moeda duas vezes. Qual a probabilidade de obter duas “caras”, ou seja, “cara” no primeiro lançamento e “cara” no segundo? A chance de ocorrer “cara” na primeira jogada é, como já vimos, igual a ½; a chance de ocorrer “cara” na segunda jogada também é igual a1/2. Assim a probabilidade desses dois eventos ocorrer conjuntamente é 1/2 X 1/2 = 1/4.
  • 10. A regra do “e” No lançamento simultâneo de três dados, qual a probabilidade de sortear “face 6” em todos? A chance de ocorrer “face 6” em cada dado é igual a 1/6. Portanto a probabilidade de ocorrer “face 6” nos três dados é 1/6 X 1/6 X 1/6 = 1/216. Isso quer dizer que a obtenção de três “faces 6” simultâneas se repetirá, em média, 1 a cada 216 jogadas. Um casal quer ter dois filhos e deseja saber a probabilidade de que ambos sejam do sexo masculino. Admitindo que a probabilidade de ser homem ou mulher é igual a ½, a probabilidade de o casal ter dois meninos é 1/2 X 1/2, ou seja, ¼.
  • 11. A regra do “ou” Outro princípio de probabilidade diz que a ocorrência de dois eventos que se excluem mutuamente é igual à soma das probabilidades com que cada evento ocorre. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “ou”, pois corresponde à pergunta: qual é a probabilidade de ocorrer um evento OU outro?
  • 12. A regra do “ou” Por exemplo, a probabilidade de obter “cara” ou “coroa”, ao lançarmos uma moeda, é igual a 1, porque representa a probabilidade de ocorrer “cara” somada à probabilidade de ocorrer “coroa” (1/2 + 1/2 =1). Para calcular a probabilidade de obter “face 1” ou “face 6” no lançamento de um dado, basta somar as probabilidades de cada evento: 1/6 + 1/6 = 2/6.
  • 13. A regra do “ou” Em certos casos precisamos aplicar tanto a regra do “e” como a regra do “ou” em nossos cálculos de probabilidade. Por exemplo, no lançamento de duas moedas, qual a probabilidade de se obter “cara” em uma delas e “coroa” na outra? Para ocorrer “cara” na primeira moeda E “coroa” na segunda, OU “coroa” na primeira e “cara” na segunda. Assim nesse caso se aplica a regra do “e” combinada a regra do “ou”. A probabilidade de ocorrer “cara” E “coroa” (1/2 X 1/2 = 1/4) OU “coroa” e “cara” (1/2 X 1/2 = 1/4) é igual a 1/2 (1/4 + 1/4).
  • 14. A regra do “ou” O mesmo raciocínio se aplica aos problemas da genética. Por exemplo, qual a probabilidade de uma casal ter dois filhos, um do sexo masculino e outro do sexo feminino? Como já vimos, a probabilidade de uma criança ser do sexo masculino é ½ e de ser do sexo feminino também é de ½. Há duas maneiras de uma casal ter um menino e uma menina: o primeiro filho ser menino E o segundo filho ser menina (1/2 X 1/2 = 1/4) OU o primeiro ser menina e o segundo ser menino (1/2 X 1/2 = 1/4). A probabilidade final é 1/4 + 1/4 = 2/4, ou 1/2.
  • 15. Alelos múltiplos na determinação de um caráter Como sabemos, genes alelos são os que atuam na determinação de um mesmo caráter e estão presentes nos mesmo loci (plural de lócus, do latim, local) em cromossomos homólogos. Até agora, só estudamos casos em que só existiam dois tipos de alelos para uma dada característica (alelos simples), mas há caso em que mais de dois tipos de alelos estão presentes na determinação de um determinado caráter na população. Esse tipo de herança é conhecido como alelos múltiplos (ou polialelia).
  • 16. Alelos múltiplos na determinação de um caráter Apesar de poderem existir mais de dois alelos para a determinação de um determinado caráter, um indivíduo diploide apresenta apenas um par de alelos para a determinação dessa característica, isto é, um alelo em cada lócus do cromossomo que constitui o par homólogo. São bastante frequentes os casos de alelos múltiplos tanto em animais como em vegetais, mas são clássicos os exemplos de polialelia na determinação da cor da pelagem em coelhos e na determinação dos grupos sanguíneos do sistema ABO em humanos.
  • 17. Alelos múltiplos na determinação de um caráter : Exemplo Um exemplo bem interessante e de fácil compreensão, é a determinação da pelagem em coelhos, onde podemos observar a manifestação genética de uma série com quatro genes alelos: o primeiro C, expressando a cor Aguti ou Selvagem; o segundo Cch, transmitindo a cor Chinchila; o terceiro Ch, representando a cor Himalaia; e o quarto alelo Ca, responsável pela cor Albina.
  • 19. Alelos múltiplos na determinação de um caráter Sendo a relação de dominância → C > Cch > Ch > Ca O gene C é dominante sobre todos os outros três, o Cch dominante em relação ao himalaia e ao albino, porém recessivo perante o aguti, e assim sucessivamente.
  • 20. Alelos múltiplos na determinação de um caráter O quadro abaixo representa as combinações entre os alelos e os fenótipos resultantes. Genótipo Fenótipo CC, C Cch, C Ch e C Selvagem ou Ca aguti CchCch, CchCh e Chinchila CchCa ChCh e Ch Ca Himalaia CaCa Albin
  • 21. Sistema ABO de grupos sanguíneos A herança dos tipos sanguíneos do sistema ABO constitui um exemplo de alelos múltiplos na espécie humana.
  • 22. Alelos múltiplos na determinação de um caráter A diferença na cor da pelagem do coelho em relação à cor da semente das ervilhas é que agora temos mais genes diferentes atuando (4), em relação aos dois genes clássicos. No entanto, é fundamental saber a 1ª lei de Mendel continua sendo obedecida, isto é, para a determinação da cor da pelagem, o coelho terá dois dos quatro genes. A novidade é que o número de genótipos e fenótipos é maior quando comparado, por exemplo, com a cor da semente de ervilha. O surgimento dos alelos múltiplos (polialelia) deve-se a uma das propriedades do material genético, que é a de sofrer mutações. Assim, acredita-se que a partir do gene C (aguti), por um erro acidental na duplicação do DNA, originou-se o gene Cch (chinchila). A existência de alelos múltiplos é interessante para a espécie, pois haverá maior variabilidade genética, possibilitando mais oportunidade para adaptação ao ambiente (seleção natural).
  • 23. A descoberta dos grupos sanguíneos Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que, quando amostras de sangue de determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se juntavam, formando aglomerados semelhantes a coágulos. Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm sangues incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população. Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando a circulação do sangue.
  • 24. Aglutinogênios e aglutininas No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no plasma sanguíneo.
  • 25. Aglutinogênios e aglutininas Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do gripo O não tem aglutinogênios na hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.
  • 26. Aglutinogênios e aglutininas Veja na tabela abaixo a compatibilidade entre os diversos tipos de sangue: ABO Substâncias % Pode receber de Aglutino B A 0 AB Tipos Aglutinina Frequência A+ A- B- O- gênio + + + - AB+ A e B Não Contém 3% X X X X X X X X A+ A Anti-B 34% X X X X B+ B Anti-A 9% X X X X Não Anti-A e O+ 38% X X Contém Anti-B AB- Ae B Não Contém 1% X X X X A- A Anti-B 6% X X B- B Anti-A 2% X X Não Anti-A e O- 7% Contém Anti-B
  • 27. Tipos possíveis de transfusão As aglutinações que caracterizam as incompatibilidades sanguíneas do sistema acontecem quando uma pessoa possuidora de determinada aglutinina recebe sangue com o aglutinogênio correspondente.
  • 28. Tipos possíveis de transfusão Indivíduos do grupo A não podem doar sangue para indivíduos do grupo B, porque as hemácias A, ao entrarem na corrente sanguínea do receptor B, são imediatamente aglutinadas pelo anti-A nele presente. A recíproca é verdadeira: indivíduos do grupo B não podem doar sangue para indivíduos do grupo A. Tampouco indivíduos A, B ou AB podem doar sangue para indivíduos O, uma vez que estes têm aglutininas anti-A e anti-B, que aglutinam as hemácias portadoras de aglutinogênios A e B ou de ambos.
  • 29. Tipos possíveis de transfusão Assim, o aspecto realmente importante da transfusão é o tipo de aglutinogênio da hemácia do doador e o tipo de aglutinina do plasma do receptor. Indivíduos do tipo O podem doar sangue para qualquer pessoa, porque não possuem aglutinogênios A e B em suas hemácias. Indivíduos, AB, por outro lado, podem receber qualquer tipo de sangue, porque não possuem aglutininas no plasma. Por isso, indivíduos do grupo O são chamadas de doadores universais, enquanto os do tipo AB são receptores universais.
  • 30. Como ocorre a Herança dos Grupos Sanguíneos no Sistema ABO? A produção de aglutinogênios A e B são determinadas, respectivamente, pelos genes I A e I B. Um terceiro gene, chamado i, condiciona a não produção de aglutinogênios. Trata-se, portanto de um caso de alelos múltiplos. Entre os genes I A e I B há co- dominância (I A = I B), mas cada um deles domina o gene i (I A > i e I B> i).
  • 31. Como ocorre a Herança dos Grupos Sanguíneos no Sistema ABO? Fenótipos Genótipos A I AI A ou I Ai B I BI B ou I Bi AB I AI B O ii
  • 32. Como ocorre a Herança dos Grupos Sanguíneos no Sistema ABO? A partir desses conhecimentos fica claro que se uma pessoa do tipo sanguíneo A recebe sangue tipo B as hemácias contidas no sangue doado seriam aglutinadas pelas aglutininas anti-B do receptor e vice-versa.
  • 33. O sistema MN de grupos sanguíneos Dois outros antígenos forma encontrados na superfície das hemácias humanas, sendo denominados M e N. Analisando o sangue de diversas pessoas, verificou-se que em algumas existia apenas o antígeno M, em outras, somente o N e várias pessoas possuíam os dois antígenos. Foi possível concluir então, que existiam três grupos nesse sistema: M, N e MN.
  • 34. O sistema MN de grupos sanguíneos Os genes que condicionam a produção desses antígenos são apenas dois: L M e L N (a letra L é a inicial do descobridor, Landsteiner). Trata-se de uma caso de herança medeliana simples. O genótipo L ML M, condiciona a produção do antígeno M, e L NL N, a do antígeno N. Entre L M e L N há co-dominância, de modo que pessoas com genótipo L ML N produzem os dois tipos de antígenos.
  • 35. Ilustrando Genótipos Fenótipos M L ML M N L NL N MN LM
  • 36. Transfusões no Sistema MN A produção de anticorpos anti-M ou anti-N ocorre somente após sensibilização (você verá isso no sistema RH). Assim, não haverá reação de incompatibilidade se uma pessoa que pertence ao grupo M, por exemplo, receber o sangue tipo N, a não ser que ela esteja sensibilizada por transfusões anteriores.
  • 37. O sistema RH de grupos sanguíneos Um terceiro sistema de grupos sanguíneos foi descoberto a partir dos experimentos desenvolvidos por Landsteiner e Wiener, em 1940, com sangue de macaco do gênero Rhesus. Esses pesquisadores verificaram que ao se injetar o sangue desse macaco em cobaias, havia produção de anticorpos para combater as hemácias introduzidas. Ao centrifugar o sangue das cobaias obteve-se o soro que continha anticorpos anti-Rh e que poderia aglutinar as hemácias do macaco Rhesus. As conclusões daí obtidas levariam a descoberta de um antígeno de membrana que foi denominado Rh (Rhesus), que existia nesta espécie e não em outras como as de cobaia e, portanto, estimulavam a produção anticorpos, denominados anti-Rh.
  • 38. O sistema RH de grupos sanguíneos Há neste momento uma inferência evolutiva: se as proteínas que existem nas hemácias de vários animais podem se assemelhar isto pode ser um indício de evolução. Na espécie humana, por exemplo, temos vários tipos de sistemas sanguíneos e que podem ser observados em outras espécies principalmente de macacos superiores.
  • 39. O sistema RH de grupos sanguíneos . Analisando o sangue de muitos indivíduos da espécie humana, Landsteiner verificou que, ao misturar gotas de sangue dos indivíduos com o soro contendo anti- Rh, cerca de 85% dos indivíduos apresentavam aglutinação (e pertenciam a raça branca) e 15% não apresentavam. Definiu-se, assim, "o grupo sanguíneo Rh +” ( apresentavam o antígeno Rh), e "o grupo Rh -“ ( não apresentavam o antígeno Rh).
  • 40. O sistema RH de grupos sanguíneos No plasma não ocorre naturalmente o anticorpo anti- Rh, de modo semelhante ao que acontece no sistema Mn. O anticorpo, no entanto, pode ser formado se uma pessoa do grupo Rh -, recebe sangue de uma pessoa do grupo Rh +. Esse problema nas transfusões de sangue não são tão graves, a não ser que as transfusões ocorram repetidas vezes, como também é o caso do sistema MN.
  • 41. A Herança do Sistema Rh Três pares de genes estão envolvidos na herança do fator Rh, tratando-se portanto, de casos de alelos múltiplos. Para simplificar, no entanto, considera-se o envolvimento de apenas um desses pares na produção do fator Rh, motivo pelo qual passa a ser considerado um caso de herança mendeliana simples. O gene R, dominante, determina a presença do fator Rh, enquanto o gene r, recessivo, condiciona a ausência do referido fator.
  • 42. Ilustrando Fenótipos Genótipos Rh + RR ou Rr Rh - rr
  • 43. Doença hemolítica do recém- nascido ou eritroblastose fetal Uma doença provocada pelo fator Rh é a eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém- nascido, caracterizada pela destruição das hemácias do feto ou do recém-nascido. As conseqüências desta doença são graves, podendo levar a criança à morte.
  • 44. Doença hemolítica do recém- nascido ou eritroblastose fetal Durante a gestação ocorre passagem, através da placenta, apenas de plasma da mãe para o filho e vice-versa devido à chamada barreira hemato-placentária. Pode ocorrer, entretanto, acidentes vasculares na placenta, o que permite a passagem de hemácias do feto para a circulação materna. Nos casos em que o feto possui sangue fator rh positivo os antígenos existentes em suas hemácias estimularão o sistema imune materno a produzir anticorpos anti-Rh que ficarão no plasma materno e podem, por serem da classe IgG, passar pela BHP provocando lise nas hemácias fetais. A produção de anticorpos obedece a uma cascata de eventos (ver imunidade humoral) e por isto a produção de anticorpos é lenta e a quantidade pequena num primeiro. A partir da segunda gestação, ou após a sensibilização por transfusão sanguínea, se o filho é Rh + novamente, o organismo materno já conterá anticorpos para aquele antígeno e o feto poderá desenvolver a DHPN ou eritroblastose fetal.
  • 45. O diagnóstico pode ser feito pela tipagem sanguínea da mãe e do pai precocemente e durante a gestação o teste de Coombs que utiliza anti-anticorpo humano pode detectar se esta havendo a produção de anticorpos pela mãe e providências podem ser tomadas. Uma transfusão , recebendo sangue Rh -, pode ser feita até mesmo intra-útero já que Goiânia está se tornando referência em fertilização in vitro. O sangue Rh - não possui hemácias com fator Rh e não podem ser reconhecidas como estranhas e destruídas pelos anticorpos recebidos da mãe. Após cerca de 120 dias, as hemácias serão substituídas por outras produzidas pelo próprio indivíduo. O sangue novamente será do tipo Rh +, mas o feto já não correrá mais perigo
  • 46. Doença hemolítica do recém- nascido ou eritroblastose fetal
  • 47. Doença hemolítica do recém- nascido ou eritroblastose fetal Após o nascimento da criança toma-se medida profilática injetando, na mãe Rh- , soro contendo anti Rh. A aplicação logo após o parto, destrói as hemácias fetais que possam ter passado pela placenta no nascimento ou antes. Evita-se , assim, a produção de anticorpos “zerando o placar de contagem”. Cada vez que um concepto nascer e for Rh+ deve-se fazer nova aplicação pois novos anticorpos serão formados.
  • 48. Doença hemolítica do recém- nascido ou eritroblastose fetal Os sintomas no RN que podem ser observados são anemia (devida à destruição de hemácias pelos anticorpos), icterícia (a destruição de hemácias aumentada levará a produção maior de bilirrubina indireta que não pode ser convertida no fígado), e após sua persistência o aparecimento de uma doença chamada Kernicterus que corresponde ao depósito de bilirrubina nos núcleos da base cerebrais o que gerará retardo no RN.