O documento discute a ordem Acaria, especificamente a espécie Amblyomma cajennense. Ele descreve a morfologia, distribuição geográfica, ciclo de vida, hospedeiros e papel como vetor da febre maculosa de A. cajennense. O documento também discute a ordem Araneae, especificamente a espécie Ctenus medius, descrevendo sua morfologia, distribuição, hábitos alimentares e de reprodução.
1. Universidade Federal de SãoPaulo
Institutoe Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas
Cursode Ciências Biológicas
Nome:Adriana Carneiro de lima
UC Zoologia II
Trabalho de campo virtual
A. OrdemAcaria
a- Amblyomma cajennense.
b- Ixodidae.
c- Carrapato-estrela.
d- Os Ixodídeos são denominados "carrapatos duros" por causa do escudo
esclerotizado que cobre o dorso inteiro, embora coriáceo, este tegumento é flexível
e viabiliza um aumento considerável de volume quando o animal se alimenta de
sangue. Adultos e ninfas possuem 4 pares de pernas enquanto larvas possuem 3
pares. Os machos geralmente são menores que as fêmeas, o dimorfismo sexual é
detectado pela morfologia do escudo.
e- A espécie de carrapato Amblyomma cajennense está amplamente distribuí-do em
todo continente americano desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina ao logo
da costa atlântica. No Brasil, possui ocorrência em quase todo estados brasileiros.
No Brasil foram encontrados 47 espécies da família dos Ixodídeos , sendo que só
no estado de São Paulo foram catalogados 34 espécies. Considerando apenas o
gênero Amblyomma no Brasil foram encontrados 33 espécimes.
f- Tanto a presença quanto a abundância de populações de A. cajennense estão
fortemente associadas à presença de áreas com média a densa cobertura vegetal,
tais como pastos "sujos", capoeiras e matas.
g- São Hematófagos. A A. cajennense é a principal espécie de carrapato que
parasita seres humanos no centro-sul brasileiro. Esse carrapato é classificado como
um carrapato trioxeno, necessitando de três hospedeiros para completar o seu ciclo
de vida.Nas áreas rurais da região sudeste, os equinos são os principais
hospedeiros para todos os etágios da A. cajennense, muito embora diversas
espécies de mamíferos e aves silvestres possam ter participação efetiva. Esta
maior importância dos equinos pode ser avaliada pela grande capacidade de
albergar altas infestações. Em condições naturais, um único equino pode se
apresentar parasitado por mais de 50 mil larvas, ou mais de 12 mil ninfas, ou mais
2. de 2 mil adultos de A. cajennense, sem que sua vida esteja em risco Por outro lado,
os animais silvestres especialmente os de pequeno e médio porte, dificilmente
estarão albergando uma carga tão alta de carrapatos, ou se estiverem, suas vidas
muito provavelmente estarão em risco. Além disso, os equinos, por serem animais
domésticos, são criados em áreas cercadas, com altas densidades de animais. Tal
fato é extremamente favorável às larvas recém-eclodidas ou ninfas e adultos recém-
mudados, que se encontram no ambiente à espera da passagem de um hospedeiro.
Como regra geral, pode-se dizer que quanto maior a densidade populacional de
hospedeiros, maior será a população de carrapatos. Por esta razão, nos ambientes
silvestres, com o mínimo de intervenção humana, as populações de carrapatos
tendem a ser mais baixas, já que a densidade de hospedeiros (entendida aqui como
oferta de alimento para os carrapatos) vai ser significativamente menor. Para o A.
cajennense, os hospedeiros primários são os equinos, as antas e as capivaras.
Numa área onde uma população de A. cajennense está estabelecida, pelo menos
uma destas três espécies de hospedeiros deverá estar presente. Uma vez que a
população de carrapatos cresce, ela passa a parasitar outros hospedeiros,
chamados secundários. Na literatura há diversos relatos do parasitismo por A.
cajennense em dezenas de espécies de hospedeiros mamíferos e aves. Como
regra geral, quanto maior a população de A. cajennense numa determinada área,
maior a chance de encontrá-lo parasitando outras espécies de hospedeiros,
humanos inclusive. De fato, a ocorrência de infestação humana por A. cajennense
está associada a altas infestações por este carrapato em seus hospedeiros
primários.
h- O Amblyomma cajennense não apresenta um comportamento sexual
partenogenético, ou seja quando o macho da espécie não desempenha um papell
fundamental na reprodução e perpetuação da espécie. Esse carrapato completa
apenas uma geração por ano no sudeste do Brasil, com os três estágios parasitários
marcadamente distribuídos ao longo do ano( As larvas, vulgarmente chamadas de
micuim, predominam nos meses de abril a julho; as ninfas, popularmente chamadas
de “vermelhinho”, predominam de julho a outubro e os adultos, vulgarmente
chamados de “rodoleiro” ou de “carrapato-estrela”, predominam nos meses quentes
e chuvosos, de outubro a março. Este padrão cíclico anual do carrapato na região
sudeste do Brasil, parece estar controlado primariamente pela realização de
diapausa comportamental pelas larvas não alimentadas existentes nas pastagens
durante os meses de verão, fato fato este comprovado pela ausência ou ocorrência
em número muito pequeno de larvas no ambiente na primavera e verão, pois as
larva vulgarmente chamadas de micuim, predominam nos meses de abril a julho.Os
autores, observam em seu trabalho que o fotoperíodo e as variáveis climáticas
como a temperatura e umidade relativa do ar, apresentam uma correlação
estatisticamente significativa com as infestações do carrapato em cavalos. Segundo
Belezerov (1982), as atividades dos ixodídeos são marcadas por ritmos sazonais,
que alternam períodos de picos de atividade como a busca pelos hospedeiros,
ingurgitamento, postura de ovos, etc, com períodos de “dormência” em sincronia
com as estações do ano, para a regulação de seu ciclo de vida. O autor relata que
as espécies de carrapatos que apresentam uma única geração por ano, tendem a
apresentar diapausa nas suas fases ainda não alimentadas.De acordo com Oliver
3. (1989), a diapausa em animais invertebrados pode ser considerada como um
comportamento pré-adaptativo, que precede o começo de condições ambientais
desfavoráveis. Esta adaptação fisiológica permite que otimizem suas atividades
durante os períodos de máxima disponibilidade de alimentos e condições climáticas
favoráveis ao parasita.
i- Uma vez fecundada a fêmea inicia o ingurgitamento, caindo logo após ao solo
para a realização da ovoposição, onde pode ovipor entre 5.000 a 10.000 ovos, que
após 30 dias eclodirão, gerando entre 5.000 e 10.000 larvas. Machos são
encontrados parasitando mais cedo os animais, antes mesmo do aparecimento de
fêmeas e isto é possivelmente relacionado à necessidade dos machos encontrarem
seus hospedeiros mais cedo para realizar o repasto sanguíneo e assim, produzir
feromônios que vão possibilitar a atração das fêmeas para os animais.
j- O Amblyomma cajennense é um dos responsáveis pela transmissão da Rickettsia
rickettsii, agente etiológico da febre maculosa, a qual é transmitida por via
transovariana à sua progênie, o que o torna simultaneamente vetor e reservatório do
agente da doença. Em São Paulo a doença é considerada endêmica em algumas
regiões não endêmica ou desconhecida na maior parte do estado, como
propriedades rurais dos municípios de Pedreiras, (região endêmica) e
Pirassununga, Sorocaba e Cotia (não endêmica) são alguns exemplos.
Bibliografia:
Brusca. Richard C. Invertebrados. 2º edição. Rio de Janeiro: Guanabara
koogan,2007.
Sanches. Gustavo. S. Caracterização da Morfologia Externa do Sistema
Reprodutor de Fêmeas de Amblyomma cajennense Aragão,
1908(Acari:Ixodidae).Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências do
Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista. Disponível em:
<http://livros01.livrosgratis.com.br/cp122538.pdf>.Acessado em 23/10/2014.
Aula de Parasitologia Zootécnica
<http://controbiol.com.br/Aulas/Parasitologia/AULA%2006/Apresenta%C3%A
7%C3%A3o%20da%20aula%2006.PDF> Acessado em: 23/10/2014.
Barcellos. Rafael M. Análise Filogeográfica e Filogenética do Carrapato
Amblyomma cajennense. Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em
Bioquímica Agrícola, para obtenção do título de Magister Scientiae.
<http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_arquivos/28/TDE-2013-08-
28T092020Z-4791/Publico/texto%20completo.pdf> Acessado 23/10/2014.
Estudo da diversidade de espécies de ácaros do Estado de São
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4. <http://www.saude.sp.gov.br/resources/sucen/homepage/downloads/arquivos
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Oliveira, Paulo Roberto de. Biologia e Controle de Amblyomma cajennense.
Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. Minas Gerais,
vol.13,suplemento 1, 2004.
Pesquisa de infecção por rickettsias do grupo da febre maculosa em
humanos, cães e eqüídeos e em adultos deAmblyomma cajennense, em área
endêmica e não endêmica do estado de São Paulo<
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-20072004-
092047/en.php> Acessado em : 26/10/2014
B. OrdemAranae
a- Ctenus medius.
b- Ctenidae.
c- ----------
d- No primeiro e segundo instar essas aranhas apresentam uma coloração
acinzentada, no terceiro instar elas apresentam uma coloração uma coloração
marrom alaranjada, depois do quinto instar o padrão é mantido e é possível
observar a formação de uma mais clara de linha de pelo sendo formada
longitudinalmente sobre o cefalotórax. A cor geral nos jovens é um marrom
alaranjado, tanto nas pernas como no cefalotórax e abdômen. Dorsalmente no
abdômen após o sexto ou sétimo instar, vestígios do padrão morfológico externo
adulto é observado. Nos machos adultos o abdômen possui coloração cinza o
mesmo acontece com os "pelos " de suas pernas, enquanto n adulto as fêmeas o
abdômen torna-se preto.Dos jovens ao adultos há um aumento no comprimento
das pernas em relação a prossoma.
e- Panamá e Brasil [ Platnick 2010] - 46 registros dessa espécie no estado de São
Paulo.
f- A Ctenus medius é uma espécie comum em várias áreas da mata Atlântica. As
observações em campo indicam que: C. medius parece preferir ecótopos
caracterizados por vegetação herbácea densa.
g- A C. medius é uma aranha de hábitos noturnos e foi observado em cativeiro que
ela caçou ativamente aranhas da família Lycosidae, além dela ela predava a C.
ornatus e ainda indivíduos menores da sua espécie. Foi também observado no
5. Parque Estadual Xixová-Japuí , município de São Vicente ,São Paulo uma Ctenus
medius predando um adulto anuro da espécie Leptodactylus marmoratus.
h- Nos primeiros dias após emergência dos filhotes, as fêmeas apresentam cuidado
parental e a prole apresenta comportamento gregário. Um outro tipo de
comportamento observado foi durante a noite quando essas aranhas vão caçar, eles
são normalmente encontradas na borda de folhas em arbustos, sempre numa altura
inferior a 60 cm do chão. Parece que este comportamento ajuda que ela perceba a
aproximação da presa por meio de vibrações na vegetação.
i- O Período entre a ovoposição e a emergência dos filhotes é de 36 dias, sendo
observado em cativeiro um período de 35 dias e foi observado a emergência de
aproximadamente 795 filhotes em animais monitorados no campo. Foi visto que
esses animais chegavam a maturidade sexual nos 14ª ou 15ª instar e foi visto em
aranhas dessa espécie em cativeiro rituais de acasalamento, para o ritual de
acasalamento os machos com movimentos rítmicos, levantam e abaixam
lentamente os dois pares das pernas anteriores, durante esse período as fêmeas
permitiam que os machos as "tocassem", mas as fêmeas não permitiam que os
machos continuassem com o ritual por mais de trinta segundos, caso continuassem
elas os atacavam ferozmente.
j- É uma espécie sinantrópica, ou seja, pode viver junto ou ao redor das habitações
humanas e não é considerada perigosa para o ser humano.
Bibliografia :
ALMEIDA, C. E., RAMOS, E. F., GOUVÊA, E, CARMO-SILVA, M. do e
COSTA, J. Natural history of ctenus medius. KEYSERLING, 1981
(ARANEAE, CTENIDAE) I: OBSERVATIONS ON HABITATS AND THE
DEVELOPMENT OF CHROMATIC PATTERNS.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71082000000300015> Acessado em: 26/10/2014.
Brescovit, A.D. et al.Aranhas (Araneae, Arachnida) do Estado de São Paulo,
Brasil: diversidade, esforço amostral e estado do conhecimento.
<http://www.biotaneotropica.org.br/v11n1a/pt/fullpaper?bn0381101a2011+pt>
Acessado em : 26/10/2014.
The World Spider Catalog by N. I. Platnick. <The World Spider Catalog by N.
I. Platnick> Acessado em:26/10/2014.
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Sawaya.Predation on Leptodactylus marmoratus (Anura: Leptodactylidae) by
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southeast Brazil. Notas de herpetologia ,vol.2 99-100 (2009).
FOLLY-RAMOS, E. ALMEIDA, C. E. CARMO-SILVA, M. e COSTA, J.Natural
History of ctenus medius. KEYSERLING, 1891 (ARANAE, CTENIDAE) II:
6. LIFE CYCLE AND ASPECTS OF REPRODUCTIVE BEHAVIOR UNDER
LABORATORY CONDITIONS. <http://www.scielo.br/scielo.php
script=sci_arttext&pid=S1519-69842002000500007>Acessado em
:26/10/2013.
C- OrdemOpiliones
a- Pachylospeleus strinatii.
b- Gonyleptidae.
c- Aranha-fedida, aranha-bode.
d- A espécie tem como característica corpo e apêndices despigmentados, olhos
reduzidos, pernas longas e um alto número de segmentos nos tarsos distais.
e- Tem área caracterizada com clima subtropical úmido e temperaturas entre 18-
19°C .
f- São animais troglóbios (espécie restrita ao ambiente subterrâneo que pode ou
não apresentar especializações para a vida neste ambiente). Essa espécie é
registrada apenas em três cavernas (Ressurgência das Areias, Gruta das Areias de
Baixo e Gruta das Areias de Cima) de Iporanga (Pinto-da-Rocha, 1995, 1996a).
Estas cavernas estão próximas umas das outras e localizam-se no Parque Estadual
Turístico do Alto Ribeira.
g- Alimentam-se de sedimentos, animais epígeos e restos vegetais, especula-se
ainda que se alimentam de guano, animais mortos e fungos. Possivelmente uma
dieta para esse opilião também inclua larvas de coleópteros.
h- Em um estudo feito na gruta das areias, Iporanga, São Paulo. observou-se que a
P. strinatii. mostra uma preferência em ficar em cantos e paredes em vez de ficar no
chão. Esta preferência pode estar relacionada com o aumento repentino do nível do
córrego que passa pela caverna, esse aumento ocorre, após fortes chuvas que
ocorrem na estação das chuvas, inundando a parte seca do chão. O aumento e
redução do nível desse córrego também está relacionado com o depósito de
sedimento e folhas sobre os pisos e as paredes. A preferência por cantos e paredes
por esses opiliões é uma estratégia de fuga rápida pelo aumento repentino do
córrego e essa evitação contra água parece ser mais importante do que evitar
certos predadores, como o Loxosceles udeluiduu(um aranae) que constroi suas
teias nas paredes e nos cantos e o Zelurus travassosi (hemiptero) que é
encontrado vagando pela caverna.
i- ---------------
j- Os opiliões são aracnídeos inofensivos, pouco conhecidos pelo público em geral.
k- É a única espécie de opilião comprovadamente ameaçada de extinção. As
principais ameaças à espécie são as alterações de seu hábitat, causadas pelo
7. desmatamento das áreas onde estão as cavernas e pelas atividades turísticas
desregradas, que levam grande número de visitantes às grutas, onde o excesso de
pisoteio pode eliminar espécimes.
Bibliografia :
Instituto Chico Mendes-ICMBio
<http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauetazoa na-brasileira/lista-
especies/1011-opiliao-pachylospeleus-strinatii> Acessado 27/10/2013.
Rocha. Ricardo Pinto da.Reino Metazoa OPILIONES
<http://www.ib.usp.br/~ricrocha/publicacoes/CapOpiliones1999.pdf> Acessado
em: 27/10/2014.
Rocha. Ricardo Pinto da.Biological notes on and population size of
Pachylospeleus stvinatii ~ilhavjr, 1974 in the Gruta das Areias de Cima,
Iporanga, south-eastern Brazil (Arachnida, Opiliones, Gonyleptidae)
<http://www.ib.usp.br/~ricrocha/publicacoes/PintoDaRocha1996Pachylospele
us.pdf> Acessado em: 27/10/2014
Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção- editores Angelo
Barbosa Monteiro Machado, Gláucia Moreira Drummond, Adriano Pereira
Paglia.1 ed. Brasília, Fundação Biodiversitas, 2008. 1420p.