1. CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS
CURSO TECNÓLOGO SEGURANÇA DO TRABALHO
O RUÍDO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE INDUSTRIAL
Manaus
2010
2. Alunos (a): Anibal Cajado
O RUÍDO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE INDUSTRIAL
Trabalho apresentado como
requisito para obtenção de nota
parcial na Disciplina de
Metodologia no 1º período,
turma SEG011 pelo Profº.
Raimundo Nonato.
Manaus
2010
4. 1 PROBLEMA
Com o crescimento desordenado das cidades e o surgimento das grandes
indústrias, as pessoas passaram a conviver com a poluição de lagos, rios e das
próprias metrópoles. Nesse cenário, outro tipo de poluição que não pode ser visto e
com o qual as pessoas de certa forma já se acostumaram e, hoje, pode ser
considerado como um dos maiores problemas da vida moderna: a poluição sonora.
A poluição sonora se dá essencialmente através do ruído, que é o som indesejado,
sendo considerada uma das formas mais graves de agressão ao homem e ao meio
ambiente. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o limite tolerável ao
ouvido humano é de 65 (sessenta e cinco) decibéis. Acima disso, nosso organismo
começa a sofrer estresse e aumentam-se os riscos às doenças. Com ruídos acima
de 85 (oitenta e cinco) decibéis aumenta-se a probabilidade de comprometimento
auditivo.
Dois são os fatores determinantes para mensurar a amplitude da poluição sonora: o
tempo de exposição e o nível de ruído a que se expõem as pessoas.A perda da
audição, o efeito mais comum associado ao excesso de ruído, pode ser causada por
várias atividades da vida diária. Há, por exemplo, perda de 30% (trinta por cento) da
audição para os que usam walkman, toca-fitas ou laser disk durante duas horas por
dia em um período de dois anos a níveis próximos de oitenta decibéis. Calcula-se
que 10% da população do Brasil possuam distúrbios auditivos. Atualmente, cerca de
cinco por cento das insônias são causadas por fatores externos, destacando-se
entre estes fatores, principalmente, o ruído.
O ruído oriundo das indústrias, além da perda orgânica da audição, provoca uma
grande variedade de males à saúde do trabalhador, que vão de efeitos psicológicos,
distúrbios neurológicos e vegetativos, náuseas e cefaleias, até redução da
produtividade, aumento do número de acidentes, de consultas médicas e do
absenteísmo.
5. Segundo a Sociedade Brasileira de Acústica, os níveis de ruído industrial nas
empresas brasileiras são absurdamente excessivos. Essa situação pode ser
amenizada aplicando-se as tecnologias de controle de ruído existentes, que
envolvem o desenvolvimento de produtos específicos e máquinas menos ruidosas,
recursos para identificação e análise das fontes de ruído, previsão da redução de
ruídos através de programas de simulação e entre outras formas de ações e
iniciativas por parte do Poder Público local municipal, estadual e federal e sociedade
civil organizada para, ao menos, minimizar a probabilidade de possíveis riscos e
impactos negativos à saúde humana e ao meio ambiente
É importante que os trabalhadores saibam a que riscos estão expostos?O ruído é o
maior vilão na vida dos trabalhadores?O ruído é um risco que atinge empresas de
outros ramos de atividade?Sob o ponto de vista das consequências do ruído, as
empresas levam em consideração a vida pessoal dos trabalhadores?A exposição
continuada a níveis de ruído acima dos permitidos pode acarretar danos à saúde
ocupacional do colaborador?As empresas respeitam os níveis de ruído prescritos
nas normas?Maquinários antigos contribuem para o aumento do ruído no local de
trabalho?
2 HIPÓTESES
A hipótese de que a exposição ao ruído ocupacional estava positivamente associada
à hipertensão arterial foi avaliada em um estudo transversal, realizado com um grupo
de 276 pacientes, admitidos em um ambulatório de saúde do trabalhador do Sistema
Único de Saúde, atendidos nos primeiros seis meses de 1992.
A exposição ao ruído teve duas medidas: história referida de exposição ocupacional
ao ruído e o diagnóstico de disacusia ocupacional.
A hipertensão arterial foi definida de acordo com os critérios da OMS, incluindo-se
também a referência a tratamento anti-hipertensivo.
6. Dados obtidos através da análise estratificada e da modelagem logística não-
condicional revelam que a hipótese não foi confirmada: não se encontrou diferenças
entre a pressão sistólica ou diastólica ou entre as proporções de hipertensão entre
indivíduos expostos ou não expostos. Todavia, verificou-se aumento
estatisticamente significante (alfa=0,05) da medida de efeito quando o nível de
educação era baixo (até o primeiro grau completo), o que parece indicar maior
intensidade ou duração da exposição entre os trabalhadores desse grupo.
Isto pode ser outra evidência da desigualdade social subjacente à distribuição da
exposição entre trabalhadores no ambiente de trabalho, o que deverá ser focalizado,
com mais profundidade, em estudos futuros.
Outra hipótese relevante submete a exposição repetida dia após dia, aruído
excessivo, pode levar o indivíduo a uma surdez permanente.Entretanto, uma
avaliação mais aprofundada deverá ocorrer em virtude da possibilidade desta perda
de surdez poder ocorrer por fatores congênitos, fatores externos ou acidentes
ocorridos fora do ambiente de trabalho.
É importante lembrar que um fator de grande importância, em qualquer tipo de perda
de audição, é a suscetibilidade individual. Indivíduos que se encontram num mesmo
local ruidoso podem se comportar de maneira diferente. Alguns são extremamente
sensíveis ao ruído e outros parecem não ser atingidos pelo mesmo. Deve ser
considerado, também, há perda natural de audição com a idade (presbiacusia)
(SALIBA, 2001).
7. 3 OBJETIVOS GERAIS
Avaliar, analisar e descrever os índices permitidos de ruído nas áreas de um local de
trabalho em uma indústria de eletroeletrônicos e os desdobramentos da exposição
ocupacional ao ruído excessivo na audição do colaborador, tendo como base
pesquisas coletadas, estudose normas técnicas.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abordar o ruído ocupacional e suas consequências na vida do colaborador, dentro e
fora do ambiente de trabalho. Mapear, identificar, levantar, diagnosticar os riscos e
traçar um perfil desse trabalhador que está exposto ao ruído contínuo durante sua
jornada de trabalho e sugerir soluções aos problemas relatados.
4 JUSTIFICATIVA
O tema escolhido retrata o risco físico que é um dos principais agentes do risco
ambiental. Dentro dele especificamos o ruído que se torna o maior vilão na vida dos
trabalhadores das fábricas instaladas em nossa cidade. É importante que estes
trabalhadores saibam o quanto é grande o risco para quem está diretamente
exposto aníveis excessivos e continuados de ruído, os males que o agente
provocaem suas vidas e como eles podem se proteger desse mal. Esse estudo
contribui para que estes trabalhadores sejam protegidos, fazendo valer seus direitos,
expressos nas Normas Regulamentadoras, normas estas, na maioria das vezes não
são respeitadas nas empresas do Distrito Industrial do PIM.
Em outros segmentos de diferentes atividades também se observa a ocorrênciado
problema em questão, sendo portanto, o estudo aplicávela trabalhadores expostos
8. ao ruído, seja dentro de uma fábrica, de uma oficina, nos diversos segmentos da
construção civil ou qualquer outro tipo de atividade industrial.
Espera-se, com os elementos deste poder contribuir para que empresas e
funcionários tomem consciência de como é necessário a prevenção ao agente ruído
dentro no ambiente de trabalho. Sendo possível a prevenção, bastando que haja a
informação para os colaboradores, o bom esclarecimento para os empresários sobre
o assunto e o controle das autoridades competentes para que sejam cumpridas as
leis.
5 METODOLOGIA
O trabalho apresentado em si, fala a respeito do ruído e suas consequências. Na
primeira fase foram realizadas pesquisas bibliográficas, revisão literária, e o
planejamento do projeto, onde o grupo se reuniu para discutirideias de cada um e
como essas ideias serão colocadas em praticas. Todos entraram em comum acordo
de que se fazia necessário vivenciarmos um ambiente de trabalho dentro de uma
fábrica para melhor entender e sentir o que esses trabalhadores estão sujeitos todos
os dias em sua jornada de trabalho. Na segunda fase foi elaborado o organograma
de métodos e materiais utilizados, a visita técnica na fábrica, a pesquisa levantada
da visita, o encerramento e conclusão do projeto.
Para realizar essa pesquisa foi necessário o nosso deslocamento de carro até a
fábrica de eletroeletrônicos localizada no Distrito Industrial, realizada no sábado dia
4 de novembro de 2010 no horário comercial das 07:00 às 17:00 horas. No local
observamos um elevado nível de ruído produzido por máquinas, equipamentos e
exaustores, o ambiente era fechado com iluminação artificial e pouca ventilação,
fatores que aumentam ainda mais o ruído.
Foram feitas dois tipos de avaliação QUALITATIVA que foi realizada através das
observações no local realizada pelo grupo e a avaliação QUANTITATIVA que foi
realizada através de aparelhos específicos de medição tais como: o Dosímetro de
Ruídos Digital Portátil, marca Termotec, modelo DOS-500, utilizado para coletar
9. amostras por dose, o aparelho é colocado junto ao trabalhador fixo em sua cintura e
o microfone a altura da cabeça fixo na lapela da camisa, onde serão coletados todos
os níveis de ruído durante sua jornada de trabalho de oito horas diária. Temos
também o Decibelímetro Medidor de Nível de Pressão Sonora, marca Termotec,
modelo C-150 que foi utilizado em pontos estratégicos para encontrar focos de maior
nível de ruído.
Foram consultados os prontuários médicos dos funcionários no ambulatório da
empresa, autorizado pelo responsável técnico que nos acompanhou. E constatamos
um grande número de colaboradores com queixas como: fadiga, tonturas e dor de
cabeça provavelmente provocada pelo ruído.
Realizamos entrevistas com um grupo de cinquenta colaboradores que confirmaram
os sintomas encontrados nos prontuários. Utilizamos uma câmera digital marca
Benq, modelo DC C740i para fotografar e filmar as máquinas e equipamentos
geradores de ruído encontrados no local de trabalho. Por fim ao encerrarmos nossa
pesquisa coletamos dados que serão parte do projeto de TCC.
6 REFERECIAL TEÓRICO
Para embasamento da nossa pesquisa selecionamos algumas obras:
Segundo as Normas Regulamentadoras Relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho, autor HOPPNER G. Marcos (2008, pag. 191). NR-15, assim estabelece:
“O tempo de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de
tolerância fixados no Quadro em anexos desta NR.”.
10. Tabela de Limites de Tolerância ao Ruído (NR 15)
Nível de ruído DB (A) Máxima exposição diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Assim como se observa em fábricas, também é possível a ocorrência de ruído como
fator de risco em outros estabelecimentos, como mostra um Artigo sobre Dano
Irreparável realizado em uma marmoraria, onde existia um alto nível de ruído.
Produzido pelos autores Pedro Ferreira Reis – Mestrado em Ergonomia, Maria da
Gloria de Lima Mendes – Fonoaudióloga e Antonio Renato Pereira Mora – Dr.
Biomecânica. Revista proteção (maio 2009, pag. 80). “O artigo apresenta os
resultados de um estudo sobre as conseqüências do ruído realizado com
funcionários de uma marmoraria em Foz de Iguaçu, Paraná”. As principais
alterações fisiológicas relatadas pelos trabalhadores foram estresse, dores
musculares, dores estomacais, perda auditiva, tonturas, cefaleia e zumbido nos
ouvidos.
11. Para avaliar o ruído, devemos levar em consideração o ambiente como mostra o
autor BISTAFA R. Sylvio do Livro Acústica Aplicada ao Controle do Ruído, que trata
do Ruído em Recinto (2006, pag.231). “Em campo livre, como o próprio nome indica,
a propagação da onda se dá de forma livre, sem interferência de outras ondas. Já
em recintos, a partir da fonte sofre interferência das ondas que são refletidas nas
superfícies que delimitam o recinto – parede, teto e piso. Quando o som incide sobre
uma superfície, uma parte da energia sonora é refletida, enquanto a outra parte, a
qual desaparece atrás da superfície, se compõe de duas parcelas: a energia sonora
absorvida pela superfície e a energia sonora transmitida pela superfície.”
Existem alguns critérios para a Perda de Audição como mostra o Manual de
Segurança – Vol.3 (pag.101). Os seguintes fatos são confirmados pela maioria das
pesquisas realizadas sobre perda de audição em relação aos níveis de ruído:
1 A função mais importante do ouvido é ouvir e entender a conversa
humana.
2 Dificuldade significativa na recepção de som ocorre para perdas de
audição maiores que 25 dB (valor médio nas frequências de 500hz, 1
kHz e 2 kHz.)
3 Exposição em níveis de pressão sonora abaixo de 80 dB (A) – para
90% da população – não causa dificuldade na sensação e
interpretação do som.
4 “A perda de audição por exposição em níveis de 80 dB(A) depende da
distribuição dos níveis como tempo de exposição e susceptibilidade do
indivíduo.”
12. 7ORÇAMENTO
Material de Consumo
Item Discriminação Unidade
Valor
Unitário
Qtd.
Valor
Total
0
1
Impressão Folha 1,00 15 15,00
0
2
Cópias (Texto) Unidade 0,15 15 2,25
0
3
Caneta Unidade 1,50 02 3,00
0
4
Borracha Unidade 1,00 01 1,00
0
5
Lápis Unidade 0,50 02 1,00
Subtotal (R$) 22,25
Pesquisa de campo
Item Discriminação Unidade
Valor
Unitário
Qtd.
Valor
Total
0
6
Lan House Hora 1,50 04 6,00
0
7
Alimentação Peso 6,00 05 30,00
0
8
Transporte Carro(Taxi) 30,00 03 90,00
TOTAL GERAL (R$) 126,00
13. 8 CRONOGRAMA
1ª FASE – Período 01/08 à 13/12/2010
ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ
Pesquisa bibliográfica
Revisão literária
Planejamento
2ª FASE – Período 01/08 à 13/12/2010
ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ
Elaboração, organização dos
métodos e material.
Visita de campo
Pesquisa
Encerramento / Conclusão
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BISTAFA, Sylvio R..Acústica aplicada ao ruído. São Paulo. Edgard Blucher, 2006.
GERGES,Samir NagiYousri.Fundamentos e Controle do Ruído. Disponível em:
<ohttp://www.lari.ufsc.br/publicacoes/paperABHO2.pdf>Acesso em: 05 dez. 2010.
HOEPPNER, Marcos Garcia. Norma Regulamentadoras Relativas à Segurança e
Medicina do Trabalho. São Paulo. Ícone, 2008.
ODA, Leila Ávila. Biosegurança em laboratório de Saúde Publica. Ministério da
Saúde, 1998.
VIERA, Sebastião Ivone. Manual de Saúde e Segurança do Trabalho, volume 3.
LTR, 2005.
SALIBA, T. M. Manual Prático de Avaliação e Controle do Ruído, São Paulo:
LTR, 2001.