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ao apego 
Alice e as Princesas 
no País das 
FEMINISTAS 
E mais: Na Coluna Mulher, nossas colunista viajam pela história 
da mulher: Da Sociedade Tradicional à Hipermodernidade.
Sumário 
Editorial: 
Mulher ModernaHipermoderna 
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Revoltas da Mulher Moderna 
Reportagem: 
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A Identidade da Mulher 
Agora o mundo é das mulheres, certo? 
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Ser mulher, um dia, já significou 
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diversos papeis na sociedade. En-quanto 
na época tradicional, a 
mulher nascia com o principal pro-pósito 
de casar, na pós-modernida-de 
vemos muitas mulheres que 
nunca nem sonharam com tal pro-jeto. 
O sexo feminino já passou por 
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com tanto preconceito, tanta desi-gualdade 
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As mulheres passaram a não 
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A mulher que tinha que ser omissa 
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que não tinha obrigação nenhuma 
de assumir essa vida definida por 
gênero. 
Desde a “Queima do Sutiãs” até a 
“Marcha das Vadias”, a mulher vem 
lutando contra preconceitos, exi-gindo 
respeito, dignidade, liberda-de, 
igualdade e fraternidade. Come-çou 
Nathália Saraiva 
a existir o movimento feminista 
que se contrapõe todos os ideais 
machistas. Infelizmente, ainda vive-mos 
numa sociedade onde ainda 
existem mulheres machistas, que 
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mídia influenciou a mulher? Será 
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“Meu corpo, minhas regras”? 
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em forma 
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Saia curta não define 
meu caráter. Uma saia curta não é convite para estupro, 
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Segundo dados da ONU, aproximadamente uma em cada cinco mulheres será 
vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida. O número de assédios 
sexuais está ligado à cultura machista e patriarcal que promove o pensamento da 
mulher como alguém inferior. O movimento feminista tem o papel de desconstrução 
do comportamento sexista, com o objetivo de uma vivência mais igualitária. Apesar 
de ter raízes no século XIX, o feminismo teve seu ápice nas décadas de 1960 e 70, e 
agora retorna com movimentos por todo o mundo, tendo a “Marcha das Vadias” 
como um deles. 
“Se ser livre é ser vadia, então eu sou vadia” – uma fala impactante, e que carre-ga 
um grito por liberdade e igualdade. A declaração é uma resposta: em janeiro de 
2011, na Universidade de Toronto, Canadá, o policial Michael Sanguinetti, ao falar 
sobre abusos sexuais, comentou: “As mulheres deviam evitar se vestir como vadias, 
para não serem vítimas”. O argumento de Sanguinetti teve repercussão mundial e 
como reação surgiu a “Marcha das Vadias”. 
O movimento se espalhou no mundo e por todo o Brasil. Não há líder, partido 
e nem um centro organizacional. As reuniões são feitas regularmente em locais diver-sos: 
a sala de uma faculdade, uma praça ou, até mesmo, um bar.São designadas co-missões 
– segurança, comunicação etc. Há divisão de tarefas sem hierarquização de 
poder.É um movimento aberto – abarca pessoas de todas as cores, sexualidades e 
gêneros. Atualmente, luta-se pela laicidade do estado, regulamentação da prostitui-ção, 
legalização do aborto, descriminalização de gênero e por mais liberdade sexual 
do indivíduo, sobretudo da mulher que é moralmente julgada quando exerce sua se-xualidade 
livremente. 
A Marcha vive, constantemente, um combate ideológico. O termo “vadia” assus-ta 
à primeira vista e muitos acabam por não compreender a verdadeira motivação ide-ológica. 
O movimento tornou-se um espaço de fala, de argumentação com os ideais 
machistas tão intrínsecos e reafirmados, o tempo todo, 
na sociedade.Além da presença de outras cidades, há 
também, na Marcha do Rio, a expressão da luta de tran-sexuais 
e prostitutas por direitos iguais e respeito. 
O movimento cresce, e cresce junto dele a conscientiza-ção. 
A Marcha é um ícone do feminismo atual: pretende 
muito mais do que só queimar sutiã em público: empe-nha- 
se para construir — e conquistar — uma vivência 
igualitária de direitos e condições de vida. 
Thayná Lima
capa 
Alice e as Princesas 
no País das Feministas 
A inegável a importância das representações 
culturais na construção de identidades. 
Herbet Silva 
É através dos meios de comunicação que estereótipos e padrões de comporta-mento 
são transmitidos continuamente, exercendo enorme influência nas pes-soas. 
Ao analisar as representações do gênero feminino nos meios de comuni-cação, 
é possível perceber que algumas imagens associadas à mulher são re-correntes, 
como a beleza, a maternidade e a vida doméstica, o que reforça valo-res 
entranhados na sociedade. Assim, podemos analisar em uma linha do 
tempo de que forma a mulher era representada nas décadas de 1950, 1990 e 
2010 nas animações da Disney. 
•Alice (1951) 
Lançado em uma época em que o movimento feminista ganhava cada vez mais 
impulso e as mulheres lutavam para conquistar seu espaço, “Alice no País das 
Maravilhas” traz uma protagonista que, desde sua primeira aparição, revela-se 
questionadora, criativa e curiosa. Apesar de estar sozinha em um mundo onde 
tudo lhe é desconhecido. Alice sempre demonstra estar disposta a refletir e ana-lisar 
as situações em que se encontra e jamais hesita em expor (ou mesmo 
impor) sua opinião ou em questionar, até mesmo de forma atrevida. Outro as-pecto 
interessante do filme é que, ao contrário do que geralmente ocorre nas 
animações da Disney protagonizadas por mulheres, não há sequer menção a 
uma história de amor. Alice não tem 
um par romântico, nem sequer 
busca ou idealiza um romance. Di-ferente 
em muitos pontos, o filme 
apresenta ainda um desfecho fora 
do convencional. Apesar de sua 
ousadia, Alice não muda a ordem 
vigente do país, não é reconhecida 
como uma heroína e nem salva a 
vida de algum personagem. Por 
outro lado, também não é salva por 
ninguém, apesar de contar com as 
orientações de certos persona-
gens. Alice salva a si mesma. Todos os personagens do filme Alice no País das 
Maravilhas são homens, apenas Alice e a Rainha de Copas são as únicas per-sonagens 
mulheres retratado na trama. 
•Bela Adormecida (1959) 
Construída como uma personagem frágil e sem falhas no caráter, Aurora jamais 
assume o controle do que acontece. Um sujeito iluminista como Stuart Hall defi-niria, 
de caráter imutável. Sem apresentar traços marcantes em sua personali-dade, 
as características mais valorizadas em Aurora são sua bela aparência e 
linda voz, qualidades que nem mesmo são naturalmente suas, uma vez que 
foram presentes concedidos por fadas. Entretanto, apesar da intensidade de 
seu sentimento, ao descobrir que não pode ficar com o homem que ama na si-tuação 
“Aurora descobre a verdade”, a garota jamais questiona ou tenta impor 
sua vontade, limitando-se a se entregar ao choro e aceitar aquilo que lhe é de-terminado. 
a mãe de Aurora jamais se mostra relevante para a trama, possuin-do 
apenas uma fala ao longo de todo filme, fala esta que expõe sua inseguran-ça 
e falta de iniciativa na situação “A maldição”, ao contrário de Estevão, que 
age imediatamente ao ver a filha ameaçada, ordenando a captura de Malévola 
e a destruição das rocas. 
•Pocahontas (1995) 
É possível encontrar em “Pocahontas” várias representações não só do gênero 
feminino, mas também no gênero masculino. A divisão de tarefas da tribo de 
Pocahontas é mostrada de forma clara: os homens guerreiam e cuidam da caça 
e da pesca, enquanto as mulheres cuidam da plantação. Assim, já no início da 
animação os homens se mostram ligados a deveres que sugerem força e 
agressividade enquanto cabem às mulheres tarefas relativas à esfera domésti-ca. 
Pedia conselhos frequentes antes de tomar fortes decisões para a Vovó 
Willow. Pocahontas, por sua vez, é representada como uma mulher que luta 
para defender aquilo em que acredita. Já no início do filme, a moça contesta o 
pai ao descobrir que foi pedida em casamento pelo homem mais valoroso da 
tribo. Apesar de ser representada como uma mulher facilmente levada pelo 
sentimento, uma vez que se apaixona por John quase de imediato, a garota não 
se submete ao inglês, ela defende seu povo e não aceita que o rapaz lhe impo-nha 
sua opinião. Além disso, ao perceber a iminência de um combate entre os 
britânicos e seu povo, Pocahontas tenta assumir o controle da situação e evitar 
a batalha. O desfecho do desenho surpreende ao fugir do padrão “final feliz” da 
Disney, ao mostrar que apesar da intensidade de seu amor por John, Pocahon-tas 
decide ficar com sua tribo em vez de partir com o homem que ama. 
capa
capa 
•Mulan (1998) 
Mulan é uma animação que aborda explicitamente a temática da desigualdade 
entre gêneros, usando esse assunto como fio condutor da narrativa. A história 
de Mulan se passa em uma sociedade tradicional chinesa onde homens e mu-lheres 
têm seus lugares estabelecidos com clareza. A mulher deve assumir as 
tarefas da casa e demonstrar sempre uma postura submissa e equilibrada. 
Além das exigências da sociedade, o filme mostra também de que forma os 
homens idealizam o gênero feminino. Fica claro que naquela sociedade a 
mulher não tem permissão para expor sua opinião ou argumentar diante de 
homens. É nesse ambiente rígido e machista que Mulan inicia sua jornada, des-tacando- 
se desde o início do filme ao se revelar desconfortável dentro da pró-pria 
família por não conseguir se adequar satisfatoriamente às tradições chine-sas. 
Filme jamais deixa de lembrar que a determinação da garota em proteger 
o próprio pai é vista como um crime naquela sociedade, o que ressalta o valor 
de Mulan. A garota é representada também como uma jovem segura de suas 
decisões, o que é mos-trado 
claramente em 
seu relacionamento 
com Mushu, uma espé-cie 
de guia da garota. 
Mulan nunca recorre ao 
pequeno dragão em 
busca de conselhos e 
nunca o consulta antes 
de tomar suas deci-sões, 
inclusive contra-riando 
a vontade de 
Mush em certos momentos do filme. Com relação aos personagens masculi-nos, 
é interessante perceber no filme que, apesar de ocuparem um lugar supe-rior 
na sociedade, também é exigido dos homens que correspondam às expec-tativas 
de sua posição. Dessa forma, das mulheres são cobradas característi-cas 
como obediência e equilíbrio, já os homens devem ser sempre fortes, cora-josos 
e disciplinados, como retrata a situação “Treinamento de guerra”. Além 
disso, o filme se mostra interessante ao expor que, assim como os homens tem 
uma visão idealizada da mulher, a mulher também possui uma visão estereoti-pada 
do homem. Dessa forma, é curioso perceber que as visões pré-concebi-das 
dos gêneros são derrubadas ao longo da animação. Mulan é desenvolvida 
como uma garota sem aptidões para as tarefas domésticas, mas corajosa, ágil 
e esperta.
capa 
•Geral das Quatro 
Assim, apesar de certos estereótipos recorrentes em todos os filmes analisa-dos, 
é possível notar uma evolução na representação do gênero. Apesar da 
figura submissa de Aurora, o gênero feminino já ganhava espaço na década de 
1950 através de Alice, um personagem que contrariou a suposição inicial de 
que a década de 1950 contaria com personagens femininas mais submissas e 
menos ativas. Além disso, é preciso levar em conta que, apesar da pouca parti-cipação 
de Aurora, são personagens femininas, as fadas, que conduzem a nar-rativa 
de “A Bela Adormecida”. Décadas depois, a mulher é representada com 
mais segurança e iniciativa, em Pocahontas, ainda que facilmente movida pela 
paixão. Finalmente, em Mulan, a mulher é representada como alguém que não 
se adequa aos valores tradicionais e machistas da sociedade e luta para provar 
seu valor. 
•Valente (2012), Frozen (2013) e Malévola (2014) 
Em “Malévola”, mais recente estreia da Disney, muita coisa é desconstruída: a 
clássica vilã é transformada em uma personagem multidimensional, complexa 
e com uma história profundamente tocante. Violentada e traída pelo homem 
que amava, Malévola encontra em outra figura feminina a descoberta do amor 
verdadeiro e a sua redenção. Assim como em “Frozen”, o príncipe é deixado 
para o final, como uma espécie de complemento para que o desfecho seja feliz 
em todos os aspectos, mas certamente há muito para ser apontado como 
avanço. 
Mulheres também podem ser fortes, guerreiras e capazes de enfrentar mons-tros 
– tanto os fictícios quanto os simbólicos, como relacionamentos abusivos e 
crises existenciais. É importante lembrar que esse tipo de mudança também é 
extremamente positiva para garotos e homens. Enxergar mulheres como seres 
humanos independentes e dotados de força auxilia uma formação menos ma-chista 
e dominadora, que também abrirá espaço para que esses homens esca-pem 
dos rígidos padrões de masculinidade. 
REFERENCIAS: TCC - RODRIGUEZ, YÉSSICA N.C. ; 
Portal Forúm - Arraes, Jarid. 
Malévola, 
Anna e Elsa 
(de Frozen) 
e Valente.
matéria 
A evolução da Publicidade 
A publicidade se adequa ao seu tempo, ela segue seu público, suas tendências 
e cultura para atingir seu objetivo. Diante deste fato, as primeiras propagandas 
publicitárias voltada para as mulheres se dirigia a elas de forma diferenciada e 
muitas vezes falando de produtos domésticos, comidas, afazeres da casa que 
supervalorizavam o marido, como se o produto fosse uma forma da mulher en-contrar 
meios de agradar o seu parceiro. O tempo foi passando, as mulheres 
conquistaram o direito ao voto, o direito a coisas que antes não lhe era dado. A 
mulher se colocou no mercado como um agente social saindo das casas e indo 
para às indústrias, mostrando-se a capaz. A mulher estudada começou a tomar 
posse de um novo mundo e passou a se integrar no mesmo mundo que o 
homem. Atualmente, a mulher já está socialmente estabelecida, a luta do femi-nismo 
tomou lugar para uma luta por ser bem sucedida profissionalmente, finan-ceiramente 
e amorosamente. Em consequência disso, a comunicação também 
se tornou diferente do que se via no passado, a mulher não está mais subesti-mada 
às decisões do marido, e agora ela desenvolve muitas tarefas que antes 
eram destinadas somente ao masculino. Encontramos uma mulher nova e uma 
publicidade renovada, um consumidor atuante no mercado, tanto que as mulhe-res 
são atualmente as maiores consumidoras no mercado.
colunas 
Mulher na Pós-Modernidade Isso já foi ser mulher. 
Por Nathália Saraiva Por Carla Larissa 
Falar sobre sexualidade sempre foi um tabu. Mas, 
para as mulheres, era preferível dizer que nem 
sabiam a que se tratava. Viemos de uma socieda-de 
na qual mulher de respeito era sinônimo de 
mulher recatada, casada, religiosa, mãe, dona de 
casa e ótima esposa. Ainda não podemos dizer 
que esse tabu acabou, mas existe sim uma maior 
aceitação da sexualidade feminina. 
No livro “Gramáticas do Erotismo” de Joel Birman, 
ele comenta que o erotismo feminino é abordado 
de forma cronológica, remetendo à Revolução 
Francesa, onde devido a ampla prática da prosti-tuição, 
a "profissão" teve de ser regulada pelo 
Estado, pois "neste espaço, os homens poderiam 
satisfazer suas demandas eróticas, impossibilita-das 
parcialmente no campo da família". Mostrando 
o sexo masculino sempre no centro de tudo. 
Muito depois, com o surgimento da pílula anticon-cepcional 
na década de 60, tudo mudou. A mulher 
ganhou liberdade de ter uma vida sexual sem fins 
de procriação ou formação de uma família. Com o 
movimento hippie e o “faça amor, não faça guerra” 
houve uma grande reviravolta na identidade da 
mulher. O que abalou os relacionamentos e preo-cupou 
os homens com a fidelidade de suas espo-sas. 
A mulher passou a se perceber como dona de seu 
corpo, dona da sua sexualidade e opção sexual. A 
mídia incorporou essa nova mulher hipermoderna 
e a mostrou como uma mulher totalmente sem 
censura. Os meios de comunicação apenas pas-saram 
de um machismo para outro. Em um tempo, 
retrata a mulher dona de casa e em outro, a mulher 
das propagandas de cerveja. E afinal, qual das 
duas é a mulher? Talvez a mídia apenas aborde os 
atuais ideais femininos e masculinos em relação a 
mulher, mas será que a mulher retratada é real-mente 
o que nós somos? 
Trazendo essa ideia de que agora posso mostrar 
meu corpo, posso ter vida sexual e que se eu fizer 
isso, estarei lutando pela igualdade dos sexos, as 
mulheres acabam se encontrando em outro 
dilema: Que corpo é esse que eu vou mostrar? 
“Fique nua, mas seja gostosa”. Existe uma ditadu-ra 
de liberdade. Sou livre pra usar roupa curta, 
mas quando o faço, sou assediada. Sou livre pra 
dormir com quantos homens eu queira, mas serei 
chamada de “fácil”. “Liberdade” me parece uma 
palavra muito bonita, mas que sempre será usada 
contra aquele que lutou por ela. 
A mulher tradicional se caracteriza no papel de 
uma pessoa sem personalidade própria, esse 
modelo é todo voltado às dinâmicas do lar. Abdica 
dos seus desejos para satisfazer o desejo dos 
outros, principalmente do esposo, filhos, parentes 
e vizinhos. 
Tinha a imagem de um ser assexuado, no qual não 
existiam vontades próprias, imaculado. Mas todos 
esses aspectos não eram impostos a elas de uma 
obrigatória, mas sim as próprias mulheres viam 
tudo isso como deveres, e exerciam seus papeis 
de donas de casa e mães prazerosamente, já que 
foram criadas e instruídas a tudo isso. 
Administravam seu tempo para que não houvesse 
erros nas suas atividades domesticas, pois, nem 
elas próprias aceitavam a falha. E por tudo isso 
não sobrava tempo para cuidar de se mesma, da 
sua vaidade, tinham seus corpos como um mero 
instrumento de trabalho, seja ele domestico ou 
sexual, nada mais que isso. 
Perante os demais era vista como coitada, uma 
boba e chamada ate de escrava do lar. 
A respeito da sexualidade da mulher tradicional 
podia-se dizer que não existia, era meramente um 
ato de fecundação, ou seja, destinado apenas a 
procriar. A esposa desse período ignorava seu 
libido, para não se sentir suja pelo pecado, fazen-do 
do ato sexual uma obrigação matrimonial, im-posta 
pelos maridos e que por incapacidade de 
dizer não elas concordavam, demonstrando assim 
sua vulnerabilidade. Mas por fim a mulher tomou 
consciência do seu estado e resolveu evoluir, dei-xando 
assim de lado a vida aparente que levavam.
carta 
O Combate ao Apego 
Fortaleza, 20 de novembro de 2014 
A verdade é que se considerar homem ou mulher na sociedade de hoje, é reco-nhecer 
os símbolos de masculinidade e feminilidade e assim configurar nossa identida-de. 
Isso implica dizer que por meio dessas referências de masculino, feminino e das re-lações 
complexas entre elas é que vou me construir enquanto ser humano nesta socie-dade, 
neste tempo histórico, nesta cultura. 
Assim, é complicado combater símbolos, os quais, inevitavelmente, acabamos 
nos apegando e referenciando, concorda? 
O que acaba sendo estranho pensar no Feminismo como fato isolado, dentro de um 
sistema em que fomos “educados” da mesma forma, e que ir contra a determinados 
padrões sociais é complicando, quando até nós mesmos simpatizamos. 
Ser feminista não é agir com está ideologia o tempo todo, até porque isso seria 
impossível, tendo sido formada num esquema de pensamento machista e vivendo 
esse sistema todos os dias. O feminismo é não ver como um dever usar 
salto e se depilar, e que fazer uso de tais práticas não lhe fará menos feminista. 
O feminismo é independente do tamanho que venha ser a feminilidade de qual-quer 
mulher, está na ideia de que o feminino precisa ser tratado independente de suas 
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charge 
Aigon Pinho
A mulher foi feita para 
_____________________.
Seminário de 
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Mulheres Modernas

  • 1. FLAWLESS! Crônica: Corpolatria, um estilo de vida Isso já foi ser mulher O combate ao apego Alice e as Princesas no País das FEMINISTAS E mais: Na Coluna Mulher, nossas colunista viajam pela história da mulher: Da Sociedade Tradicional à Hipermodernidade.
  • 2.
  • 3. Sumário Editorial: Mulher ModernaHipermoderna Artigo: Revoltas da Mulher Moderna Reportagem: Princesas Colunistas: Mulher Tradicional e Mulhaer Hipermoderna Carta do Leitor: Machismo vs Feminismo vs Sexíssimo
  • 4. A Identidade da Mulher Agora o mundo é das mulheres, certo? editorial Ser mulher, um dia, já significou unicamente ser mãe. Hoje, sabe-mos que a mulher possui os mais diversos papeis na sociedade. En-quanto na época tradicional, a mulher nascia com o principal pro-pósito de casar, na pós-modernida-de vemos muitas mulheres que nunca nem sonharam com tal pro-jeto. O sexo feminino já passou por muitas crises de identidade, muitas revoluções e revoltas. Indignadas com tanto preconceito, tanta desi-gualdade social, política e econô-mica, e como a sua imagem era re-tratada pela mídia. As mulheres passaram a não mais identificarem-se com esse papel de mulher que só faz o que o marido quer, que só vive para criar os filhos, que só pode ser dona de casa, que desde criança precisa se preparar para o casamento, que tem que saber cozinhar, que tem que seguir padrões e que não pode se envolver politicamente em nada. A mulher que tinha que ser omissa e apagada da sociedade, descobriu que não tinha obrigação nenhuma de assumir essa vida definida por gênero. Desde a “Queima do Sutiãs” até a “Marcha das Vadias”, a mulher vem lutando contra preconceitos, exi-gindo respeito, dignidade, liberda-de, igualdade e fraternidade. Come-çou Nathália Saraiva a existir o movimento feminista que se contrapõe todos os ideais machistas. Infelizmente, ainda vive-mos numa sociedade onde ainda existem mulheres machistas, que pensam sobre as próprias mulheres como algo menosprezado. Saímos de um mundo no qual as mulheres nascem pra casar, e entra-mos num mundo em que as mulhe-res são objetos sexuais, são erotiza-das pelos meios de comunicação, pelos homens e pelas próprias mu-lheres. O que foi feito com tanta liberdade? Será que agora vivemos num mundo feminista? As mulheres são donas do próprio corpo? A mulher influenciou a mídia ou a mídia influenciou a mulher? Será que os meios de comunicação são apenas espelho de uma sociedade? “Meu corpo, minhas regras”? Na imagem, mulheres queimando seus sutiãs em forma de protesto.
  • 5. artigo Saia curta não define meu caráter. Uma saia curta não é convite para estupro, um corpo bonito não é motivo para cantadas grosseiras. Segundo dados da ONU, aproximadamente uma em cada cinco mulheres será vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida. O número de assédios sexuais está ligado à cultura machista e patriarcal que promove o pensamento da mulher como alguém inferior. O movimento feminista tem o papel de desconstrução do comportamento sexista, com o objetivo de uma vivência mais igualitária. Apesar de ter raízes no século XIX, o feminismo teve seu ápice nas décadas de 1960 e 70, e agora retorna com movimentos por todo o mundo, tendo a “Marcha das Vadias” como um deles. “Se ser livre é ser vadia, então eu sou vadia” – uma fala impactante, e que carre-ga um grito por liberdade e igualdade. A declaração é uma resposta: em janeiro de 2011, na Universidade de Toronto, Canadá, o policial Michael Sanguinetti, ao falar sobre abusos sexuais, comentou: “As mulheres deviam evitar se vestir como vadias, para não serem vítimas”. O argumento de Sanguinetti teve repercussão mundial e como reação surgiu a “Marcha das Vadias”. O movimento se espalhou no mundo e por todo o Brasil. Não há líder, partido e nem um centro organizacional. As reuniões são feitas regularmente em locais diver-sos: a sala de uma faculdade, uma praça ou, até mesmo, um bar.São designadas co-missões – segurança, comunicação etc. Há divisão de tarefas sem hierarquização de poder.É um movimento aberto – abarca pessoas de todas as cores, sexualidades e gêneros. Atualmente, luta-se pela laicidade do estado, regulamentação da prostitui-ção, legalização do aborto, descriminalização de gênero e por mais liberdade sexual do indivíduo, sobretudo da mulher que é moralmente julgada quando exerce sua se-xualidade livremente. A Marcha vive, constantemente, um combate ideológico. O termo “vadia” assus-ta à primeira vista e muitos acabam por não compreender a verdadeira motivação ide-ológica. O movimento tornou-se um espaço de fala, de argumentação com os ideais machistas tão intrínsecos e reafirmados, o tempo todo, na sociedade.Além da presença de outras cidades, há também, na Marcha do Rio, a expressão da luta de tran-sexuais e prostitutas por direitos iguais e respeito. O movimento cresce, e cresce junto dele a conscientiza-ção. A Marcha é um ícone do feminismo atual: pretende muito mais do que só queimar sutiã em público: empe-nha- se para construir — e conquistar — uma vivência igualitária de direitos e condições de vida. Thayná Lima
  • 6. capa Alice e as Princesas no País das Feministas A inegável a importância das representações culturais na construção de identidades. Herbet Silva É através dos meios de comunicação que estereótipos e padrões de comporta-mento são transmitidos continuamente, exercendo enorme influência nas pes-soas. Ao analisar as representações do gênero feminino nos meios de comuni-cação, é possível perceber que algumas imagens associadas à mulher são re-correntes, como a beleza, a maternidade e a vida doméstica, o que reforça valo-res entranhados na sociedade. Assim, podemos analisar em uma linha do tempo de que forma a mulher era representada nas décadas de 1950, 1990 e 2010 nas animações da Disney. •Alice (1951) Lançado em uma época em que o movimento feminista ganhava cada vez mais impulso e as mulheres lutavam para conquistar seu espaço, “Alice no País das Maravilhas” traz uma protagonista que, desde sua primeira aparição, revela-se questionadora, criativa e curiosa. Apesar de estar sozinha em um mundo onde tudo lhe é desconhecido. Alice sempre demonstra estar disposta a refletir e ana-lisar as situações em que se encontra e jamais hesita em expor (ou mesmo impor) sua opinião ou em questionar, até mesmo de forma atrevida. Outro as-pecto interessante do filme é que, ao contrário do que geralmente ocorre nas animações da Disney protagonizadas por mulheres, não há sequer menção a uma história de amor. Alice não tem um par romântico, nem sequer busca ou idealiza um romance. Di-ferente em muitos pontos, o filme apresenta ainda um desfecho fora do convencional. Apesar de sua ousadia, Alice não muda a ordem vigente do país, não é reconhecida como uma heroína e nem salva a vida de algum personagem. Por outro lado, também não é salva por ninguém, apesar de contar com as orientações de certos persona-
  • 7. gens. Alice salva a si mesma. Todos os personagens do filme Alice no País das Maravilhas são homens, apenas Alice e a Rainha de Copas são as únicas per-sonagens mulheres retratado na trama. •Bela Adormecida (1959) Construída como uma personagem frágil e sem falhas no caráter, Aurora jamais assume o controle do que acontece. Um sujeito iluminista como Stuart Hall defi-niria, de caráter imutável. Sem apresentar traços marcantes em sua personali-dade, as características mais valorizadas em Aurora são sua bela aparência e linda voz, qualidades que nem mesmo são naturalmente suas, uma vez que foram presentes concedidos por fadas. Entretanto, apesar da intensidade de seu sentimento, ao descobrir que não pode ficar com o homem que ama na si-tuação “Aurora descobre a verdade”, a garota jamais questiona ou tenta impor sua vontade, limitando-se a se entregar ao choro e aceitar aquilo que lhe é de-terminado. a mãe de Aurora jamais se mostra relevante para a trama, possuin-do apenas uma fala ao longo de todo filme, fala esta que expõe sua inseguran-ça e falta de iniciativa na situação “A maldição”, ao contrário de Estevão, que age imediatamente ao ver a filha ameaçada, ordenando a captura de Malévola e a destruição das rocas. •Pocahontas (1995) É possível encontrar em “Pocahontas” várias representações não só do gênero feminino, mas também no gênero masculino. A divisão de tarefas da tribo de Pocahontas é mostrada de forma clara: os homens guerreiam e cuidam da caça e da pesca, enquanto as mulheres cuidam da plantação. Assim, já no início da animação os homens se mostram ligados a deveres que sugerem força e agressividade enquanto cabem às mulheres tarefas relativas à esfera domésti-ca. Pedia conselhos frequentes antes de tomar fortes decisões para a Vovó Willow. Pocahontas, por sua vez, é representada como uma mulher que luta para defender aquilo em que acredita. Já no início do filme, a moça contesta o pai ao descobrir que foi pedida em casamento pelo homem mais valoroso da tribo. Apesar de ser representada como uma mulher facilmente levada pelo sentimento, uma vez que se apaixona por John quase de imediato, a garota não se submete ao inglês, ela defende seu povo e não aceita que o rapaz lhe impo-nha sua opinião. Além disso, ao perceber a iminência de um combate entre os britânicos e seu povo, Pocahontas tenta assumir o controle da situação e evitar a batalha. O desfecho do desenho surpreende ao fugir do padrão “final feliz” da Disney, ao mostrar que apesar da intensidade de seu amor por John, Pocahon-tas decide ficar com sua tribo em vez de partir com o homem que ama. capa
  • 8. capa •Mulan (1998) Mulan é uma animação que aborda explicitamente a temática da desigualdade entre gêneros, usando esse assunto como fio condutor da narrativa. A história de Mulan se passa em uma sociedade tradicional chinesa onde homens e mu-lheres têm seus lugares estabelecidos com clareza. A mulher deve assumir as tarefas da casa e demonstrar sempre uma postura submissa e equilibrada. Além das exigências da sociedade, o filme mostra também de que forma os homens idealizam o gênero feminino. Fica claro que naquela sociedade a mulher não tem permissão para expor sua opinião ou argumentar diante de homens. É nesse ambiente rígido e machista que Mulan inicia sua jornada, des-tacando- se desde o início do filme ao se revelar desconfortável dentro da pró-pria família por não conseguir se adequar satisfatoriamente às tradições chine-sas. Filme jamais deixa de lembrar que a determinação da garota em proteger o próprio pai é vista como um crime naquela sociedade, o que ressalta o valor de Mulan. A garota é representada também como uma jovem segura de suas decisões, o que é mos-trado claramente em seu relacionamento com Mushu, uma espé-cie de guia da garota. Mulan nunca recorre ao pequeno dragão em busca de conselhos e nunca o consulta antes de tomar suas deci-sões, inclusive contra-riando a vontade de Mush em certos momentos do filme. Com relação aos personagens masculi-nos, é interessante perceber no filme que, apesar de ocuparem um lugar supe-rior na sociedade, também é exigido dos homens que correspondam às expec-tativas de sua posição. Dessa forma, das mulheres são cobradas característi-cas como obediência e equilíbrio, já os homens devem ser sempre fortes, cora-josos e disciplinados, como retrata a situação “Treinamento de guerra”. Além disso, o filme se mostra interessante ao expor que, assim como os homens tem uma visão idealizada da mulher, a mulher também possui uma visão estereoti-pada do homem. Dessa forma, é curioso perceber que as visões pré-concebi-das dos gêneros são derrubadas ao longo da animação. Mulan é desenvolvida como uma garota sem aptidões para as tarefas domésticas, mas corajosa, ágil e esperta.
  • 9. capa •Geral das Quatro Assim, apesar de certos estereótipos recorrentes em todos os filmes analisa-dos, é possível notar uma evolução na representação do gênero. Apesar da figura submissa de Aurora, o gênero feminino já ganhava espaço na década de 1950 através de Alice, um personagem que contrariou a suposição inicial de que a década de 1950 contaria com personagens femininas mais submissas e menos ativas. Além disso, é preciso levar em conta que, apesar da pouca parti-cipação de Aurora, são personagens femininas, as fadas, que conduzem a nar-rativa de “A Bela Adormecida”. Décadas depois, a mulher é representada com mais segurança e iniciativa, em Pocahontas, ainda que facilmente movida pela paixão. Finalmente, em Mulan, a mulher é representada como alguém que não se adequa aos valores tradicionais e machistas da sociedade e luta para provar seu valor. •Valente (2012), Frozen (2013) e Malévola (2014) Em “Malévola”, mais recente estreia da Disney, muita coisa é desconstruída: a clássica vilã é transformada em uma personagem multidimensional, complexa e com uma história profundamente tocante. Violentada e traída pelo homem que amava, Malévola encontra em outra figura feminina a descoberta do amor verdadeiro e a sua redenção. Assim como em “Frozen”, o príncipe é deixado para o final, como uma espécie de complemento para que o desfecho seja feliz em todos os aspectos, mas certamente há muito para ser apontado como avanço. Mulheres também podem ser fortes, guerreiras e capazes de enfrentar mons-tros – tanto os fictícios quanto os simbólicos, como relacionamentos abusivos e crises existenciais. É importante lembrar que esse tipo de mudança também é extremamente positiva para garotos e homens. Enxergar mulheres como seres humanos independentes e dotados de força auxilia uma formação menos ma-chista e dominadora, que também abrirá espaço para que esses homens esca-pem dos rígidos padrões de masculinidade. REFERENCIAS: TCC - RODRIGUEZ, YÉSSICA N.C. ; Portal Forúm - Arraes, Jarid. Malévola, Anna e Elsa (de Frozen) e Valente.
  • 10. matéria A evolução da Publicidade A publicidade se adequa ao seu tempo, ela segue seu público, suas tendências e cultura para atingir seu objetivo. Diante deste fato, as primeiras propagandas publicitárias voltada para as mulheres se dirigia a elas de forma diferenciada e muitas vezes falando de produtos domésticos, comidas, afazeres da casa que supervalorizavam o marido, como se o produto fosse uma forma da mulher en-contrar meios de agradar o seu parceiro. O tempo foi passando, as mulheres conquistaram o direito ao voto, o direito a coisas que antes não lhe era dado. A mulher se colocou no mercado como um agente social saindo das casas e indo para às indústrias, mostrando-se a capaz. A mulher estudada começou a tomar posse de um novo mundo e passou a se integrar no mesmo mundo que o homem. Atualmente, a mulher já está socialmente estabelecida, a luta do femi-nismo tomou lugar para uma luta por ser bem sucedida profissionalmente, finan-ceiramente e amorosamente. Em consequência disso, a comunicação também se tornou diferente do que se via no passado, a mulher não está mais subesti-mada às decisões do marido, e agora ela desenvolve muitas tarefas que antes eram destinadas somente ao masculino. Encontramos uma mulher nova e uma publicidade renovada, um consumidor atuante no mercado, tanto que as mulhe-res são atualmente as maiores consumidoras no mercado.
  • 11. colunas Mulher na Pós-Modernidade Isso já foi ser mulher. Por Nathália Saraiva Por Carla Larissa Falar sobre sexualidade sempre foi um tabu. Mas, para as mulheres, era preferível dizer que nem sabiam a que se tratava. Viemos de uma socieda-de na qual mulher de respeito era sinônimo de mulher recatada, casada, religiosa, mãe, dona de casa e ótima esposa. Ainda não podemos dizer que esse tabu acabou, mas existe sim uma maior aceitação da sexualidade feminina. No livro “Gramáticas do Erotismo” de Joel Birman, ele comenta que o erotismo feminino é abordado de forma cronológica, remetendo à Revolução Francesa, onde devido a ampla prática da prosti-tuição, a "profissão" teve de ser regulada pelo Estado, pois "neste espaço, os homens poderiam satisfazer suas demandas eróticas, impossibilita-das parcialmente no campo da família". Mostrando o sexo masculino sempre no centro de tudo. Muito depois, com o surgimento da pílula anticon-cepcional na década de 60, tudo mudou. A mulher ganhou liberdade de ter uma vida sexual sem fins de procriação ou formação de uma família. Com o movimento hippie e o “faça amor, não faça guerra” houve uma grande reviravolta na identidade da mulher. O que abalou os relacionamentos e preo-cupou os homens com a fidelidade de suas espo-sas. A mulher passou a se perceber como dona de seu corpo, dona da sua sexualidade e opção sexual. A mídia incorporou essa nova mulher hipermoderna e a mostrou como uma mulher totalmente sem censura. Os meios de comunicação apenas pas-saram de um machismo para outro. Em um tempo, retrata a mulher dona de casa e em outro, a mulher das propagandas de cerveja. E afinal, qual das duas é a mulher? Talvez a mídia apenas aborde os atuais ideais femininos e masculinos em relação a mulher, mas será que a mulher retratada é real-mente o que nós somos? Trazendo essa ideia de que agora posso mostrar meu corpo, posso ter vida sexual e que se eu fizer isso, estarei lutando pela igualdade dos sexos, as mulheres acabam se encontrando em outro dilema: Que corpo é esse que eu vou mostrar? “Fique nua, mas seja gostosa”. Existe uma ditadu-ra de liberdade. Sou livre pra usar roupa curta, mas quando o faço, sou assediada. Sou livre pra dormir com quantos homens eu queira, mas serei chamada de “fácil”. “Liberdade” me parece uma palavra muito bonita, mas que sempre será usada contra aquele que lutou por ela. A mulher tradicional se caracteriza no papel de uma pessoa sem personalidade própria, esse modelo é todo voltado às dinâmicas do lar. Abdica dos seus desejos para satisfazer o desejo dos outros, principalmente do esposo, filhos, parentes e vizinhos. Tinha a imagem de um ser assexuado, no qual não existiam vontades próprias, imaculado. Mas todos esses aspectos não eram impostos a elas de uma obrigatória, mas sim as próprias mulheres viam tudo isso como deveres, e exerciam seus papeis de donas de casa e mães prazerosamente, já que foram criadas e instruídas a tudo isso. Administravam seu tempo para que não houvesse erros nas suas atividades domesticas, pois, nem elas próprias aceitavam a falha. E por tudo isso não sobrava tempo para cuidar de se mesma, da sua vaidade, tinham seus corpos como um mero instrumento de trabalho, seja ele domestico ou sexual, nada mais que isso. Perante os demais era vista como coitada, uma boba e chamada ate de escrava do lar. A respeito da sexualidade da mulher tradicional podia-se dizer que não existia, era meramente um ato de fecundação, ou seja, destinado apenas a procriar. A esposa desse período ignorava seu libido, para não se sentir suja pelo pecado, fazen-do do ato sexual uma obrigação matrimonial, im-posta pelos maridos e que por incapacidade de dizer não elas concordavam, demonstrando assim sua vulnerabilidade. Mas por fim a mulher tomou consciência do seu estado e resolveu evoluir, dei-xando assim de lado a vida aparente que levavam.
  • 12. carta O Combate ao Apego Fortaleza, 20 de novembro de 2014 A verdade é que se considerar homem ou mulher na sociedade de hoje, é reco-nhecer os símbolos de masculinidade e feminilidade e assim configurar nossa identida-de. Isso implica dizer que por meio dessas referências de masculino, feminino e das re-lações complexas entre elas é que vou me construir enquanto ser humano nesta socie-dade, neste tempo histórico, nesta cultura. Assim, é complicado combater símbolos, os quais, inevitavelmente, acabamos nos apegando e referenciando, concorda? O que acaba sendo estranho pensar no Feminismo como fato isolado, dentro de um sistema em que fomos “educados” da mesma forma, e que ir contra a determinados padrões sociais é complicando, quando até nós mesmos simpatizamos. Ser feminista não é agir com está ideologia o tempo todo, até porque isso seria impossível, tendo sido formada num esquema de pensamento machista e vivendo esse sistema todos os dias. O feminismo é não ver como um dever usar salto e se depilar, e que fazer uso de tais práticas não lhe fará menos feminista. O feminismo é independente do tamanho que venha ser a feminilidade de qual-quer mulher, está na ideia de que o feminino precisa ser tratado independente de suas escolhas individuais, estando fora ou dentro dos padrões desse sistema. charge Aigon Pinho
  • 13. A mulher foi feita para _____________________.
  • 14. Seminário de Teoria da Comunicação II