2. Comunidades Eclesiais de Base
• São comunidades ligadas principalmente à Igreja
Católica que, incentivadas pelo Concílio Vaticano
II (1962-1965), se espalharam principalmente nos
anos 70 e 80 no Brasil e na América Latina.
• Consistem em comunidades reunidas geralmente
em função da proximidade territorial, compostas
principalmente por membros das classes
populares, vinculadas a uma igreja, cujo objetivo
é a leitura bíblica em articulação com a vida.
3. Comunidades Eclesiais de Base
• Através do método ver-julgar-agir buscam olhar a
realidade em que vivem (VER), julgá-la com os olhos da
fé (JULGAR) e encontrar caminhos de ação
impulsionados por este mesmo juízo á luz da fé (AGIR).
• A ação encontra respostas variadas segundo as
circunstâncias, transcendendo os limites das igrejas.
• Estas comunidades impulsionaram a criação de clubes
de mães, associações de moradores, inserção no
movimento operário, e outras iniciativas que
fortaleceram o movimento social.
• Durante a luta contra a ditadura militar, deram uma
grande contribuição à redemocratização do Brasil.
4. Introdução
• As CEBs são comunidades, uma reunião de
pessoas que vivem na mesma região e possuem a
mesma fé.
• São eclesiais, porque estão unidas à Igreja.
• São de base porque são constituídas de pessoas
das classes populares.
• Localizam-se em geral na zona rural e na periferia
das cidades. Organizam-se em torno das
paróquias ou capelas por iniciativa de leigos,
padres ou bispos.
5. Introdução
• Segundo Frei Betto, as CEBs são uma nova
forma
de
organizar
a
pastoral.
Tradicionalmente, a pastoral da Igreja Católica
é organizada em torno das paróquias. As CEBs
permitem que a organização paroquial se dê
através de comunidades menores, onde os
membros
podem
estabelecer
laços
comunitários entre si. Assim, as paróquias
podem se tornar verdadeiras comunidades
paroquiais.
6. Quatro traços distintivos de uma CEB
• A) O primeiro traço é a territorialidade: são
pessoas que se reúnem por proximidade
geográfica. Esta proximidade está na origem da
discussão e reivindicação por serviços básicos
(água, saneamento ou melhorias no bairro).
• B) Grupos de Reflexão: os grupos se reúnem para
leitura e reflexão da Palavra de Deus e confrontála com a vida cotidiana. Muitas comunidades
iniciaram a partir destes círculos bíblicos e
passaram a organizar celebração dominical, com
ou sem sacerdote.
7. Quatro traços distintivos de uma CEB
• C) Participação e discussão dos problemas comunitários em
conselhos ou assembléias, com ampla participação dos
membros.
• D) A partir das necessidades das comunidades, foram
surgindo diversos ministérios leigos ao longo da história das
CEBs: ministros da Eucaristia, ministros das pastorais
específicas ou grupos de alfabetização de adultos, hortas
comunitárias, clubes de mães.
• A partir da reflexão sobre os problemas da família, do
trabalho e do bairro, as CEBs ajudaram a criar movimentos
sociais para organizar sua luta: associações de moradores,
luta pela terra e também o fortalecimento do movimento
operário.
8. ORIGENS DAS CEBs
• Normalmente se considera que sua origem se deu no
começo dos anos 60, como resultado da experiência de
catequese popular em Barra do Piraí (1956) ou do
Movimento da Diocese de Natal, ou ainda do
Movimento de Educação de Base.
• Sua gestação e nascimento se deram no contexto
mundial da Guerra Fria (compreendendo o período
entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a
extinção da União Soviética (1991), quando o mundo
era dividido entre o bloco comunista e o bloco
capitalista.
9. ORIGENS DAS CEBs
• Uma das motivações iniciais era suprir a ausência de padres nas
regiões onde os desafios eram maiores, nas quais os batizados não
tinham nenhum contato com um processo de evangelização. A
auto-organização leiga preencheria esta lacuna, sob a autoridade do
bispo local.
• Não se pode negar a influência do esforço da Ação Católica na
questão da cidadania, os esforços de renovação pastoral do
Movimento para um Mundo Melhor e dos Planos de pastoral da
CNBB - Plano de Emergência e Plano de Pastoral de Conjunto - e
também a rearticulação da pastoral popular após o golpe militar de
1964.
• As conferências católicas de Medellín (1968) e de Puebla (1979)
colaboraram decisivamente para sua evolução. Medellín preencheu
o imaginário eclesial com a temática da Libertação e Puebla com a
evangélica opção preferencial pelos pobres.
10. CARACTERÍSTICAS DAS CEBs
• As CEBs se constituem de grupos de pessoas (em torno de
20 a 80) que, morando no mesmo bairro ou nos mesmos
povoados, se encontram para refletir e transformar a
realidade à luz da Palavra de Deus e das motivações
religiosas.
• A partir de sua organização elas começavam também a
reivindicar pequenas melhorias nos bairros, mas, ao
mesmo tempo, iniciavam uma caminhada para tomar
consciência da situação social e política.
• Queriam a transformação da sociedade. Inspiradas no
método "Paulo Freire" de alfabetização de adultos,
executavam uma metodologia que levasse da
conscientização à ação.
11. CARACTERÍSTICAS DAS CEBs
• Por suas características ecumênicas, o movimento
extrapolou os limites da Igreja Católica e as comunidades
passaram contar com representantes também de igrejas
como Metodista, Luterana e Presbiteriana.
• Os membros das CEBs no Brasil se encontram
periodicamente nos chamados "Encontros Intereclesiais",
sendo que o penúltimo deles (o 11º encontro) foi realizado
no dia entre 19 e 22 de julho de 2005, no Brasil, na cidade
de Ipatinga, Minas Gerais, Diocese de Itabira.
• Reuniu 3219 delegados das comunidades de base, 420
religiosos, 380 sacerdotes, 50 bispos católicos e dois
anglicanos, 48 pessoas de outras igrejas cristãs, entre as
quais 23 pastores, representantes de 32 povos indígenas e
crentes da cultura e espiritualidade afro-brasileira.
12. CARACTERÍSTICAS DAS CEBs
• Em 2000 existiam cerca de 70 mil núcleos de
Comunidades Eclesiais de Base no Brasil, nas
cidades e no campo, segundo o Instituto de
Estudos da Religião (Iser), do Rio de Janeiro.
• Uma pesquisa realizada por Pierrucci e Prandi
indicam a existência de 1,8 milhões de
católicos adultos atuantes nas CEBs, de um
total de 14 milhões que participam de algum
movimento católico organizado.
13. Encontros intereclesiais
• 1º Intereclesial - Vitória (Espírito Santo), 1975. Tema:
Uma Igreja que nasce do povo pelo Espírito de Deus.
• 2º Intereclesial - Vitória (Espírito Santo), 1976. Tema:
Igreja, povo que caminha.
• 3º Intereclesial - João Pessoa, (Paraíba), 1978. Tema:
Igreja, povo que se liberta.
• 4º Intereclesial - Itaici (São Paulo), 1981. Tema: Povo
oprimido que se organiza para a libertação.
• 5º Intereclesial - Canindé (Ceará),1983.Tema: Igreja,
povo unido, semente de uma nova sociedade.
• 6º Intereclesial - Trindade (Goiás), 1986. Tema: Cebs,
povo de Deus em busca da terra prometida.
14. Encontros intereclesiais
• 7º Intereclesial - Duque de Caxias (Rio de Janeiro), 1989. Tema: Povo de
Deus na América Latina a caminho da libertação.
• 8º Intereclesial - Santa Maria (Rio Grande do Sul), 1992. Tema: Povo de
Deus renascendo das culturas oprimidas.
• 9º Intereclesial - São Luís (Maranhão), 1997. Tema: Cebs, vida esperança
nas massas.
• 10º Intereclesial - Ilhéus (Bahia), 2000. Tema: Cebs, povo de Deus, 2000
anos de caminhada.
• 11º Intereclesial - Ipatinga (Minas Gerais), 2005. Tema: Cebs,
espiritualidade libertadora.
• O 12º Intereclesial das CEBs foi realizado de 21 a 25 de julho de 2009, na
cidade de Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, e teve como tema
CEBs: Ecologia e Missão e o lema Do Ventre da Terra, o grito que vem da
Amazônia.
• O 13º Intereclesial das CEBs será realizado em Cratos, Ceará, em 2014,
nas terras do Pe. Cícero